Revista Espaço Con(tacto) #19 "O Meu País no Teu"

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Horário | 2ºf a 6ºf 10:00h às 13:00h e das 14:00h às 18:00h


índice

em privado com

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Pedro Calado

editorial

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Jorge Oliveira

“o meu país no teu”

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A Arca de Noé de todas as culturas do Mundo

grande reportagem

08/23

arte dentro de portas

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“o meu país no teu”

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“roteiro da interculturalidade”

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Artistas Imigrantes Foto Reportagem I

Foto Reportagem II

Contactos de entidades que desenvolvem projetos na área da interculturalidade em Portugal

estatuto editorial

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Sócio:

Diretor e Editor – Jorge Oliveira Coordenadores – Cláudia Oliveira e Leonel Morais Editor de Fotografia – Luís Miguel Ferraz Coordenador de Alunos – Delfino Manica Redatores – Elsa Semedo, Fernanda Teixeira, Nilce Costa Fotografia – Luís Miguel Ferraz, Maria João Calisto, Vitor Costa, Participação Especial – Pedro Calado – Alto Comissário para as Migrações Hamou Amgoun, Geraldo Costa da Silva, Tetyana Verbivska, Vasyl Todorenko, Alberto Nunda, Deusa Sebastião, Mário Gil, Luna, Sabira Kaldarova, Alina Dudcó, Cacilda Espíndola, Fernando Bagnola, Leda Cruz, Délio Jasse, Paulo Cassamba, Ismael Sequeira Relações Públicas – Cláudia Oliveira Produção – Cláudia Oliveira, Leonel Morais Secretárias – Cristina Afonso, Maria José Bom Diretor Gráfico – Miguel Novo Design Gráfico – info@novodesign.pt Diretora Financeira – Patricia Cardoso Fotolitos, Montagem e Impressão – Lidergraf - Artes Gráficas, SA. |Rua do Galhano, Nº15 (E.N. 13) 4480 Vila do Conde Edição e Reprodução em CD – MPO (Portugal), Lda. Produção Braille – Santa Casa da Misericórdia do Porto, Centro Professor Albuquerque e

Castro - Edições Braille, Rua Instituto S. Manuel, 4200-308 Porto Propriedade e Administração Espaço T – Instituição Particular de Solidariedade Social e Utilidade Pública. Publicado no Diário da República, III Série, nº 70 de 24 de Março de 1998 Depósito Legal nº 120345/98 Inscrição ICS/DR nº 121433 Nº de Pessoa Colectiva – 503532479 ISSN – 0874-3304 Revista nº 19; Junho de 2015; 2000 exemplares. Proibida a reprodução total ou parcial dos artigos. A infração será punida segundo a lei. Capa / Junho de 2015, gratuito Espaço Con(tacto) Espaço T – Associação Para Apoio à Integração Social e Comunitária Sede do Editor – Rua do Vilar, nº 54 | 54 A, 4050-625 Porto Telef.: 22 6081919 / Fax: 22 5431041 espacot@espacot.pt Sede da Redação Espaço Con(tacto) / Dept. Comunicação e Imagem Rua do Vilar, nº 54 | 54 A, 4050-625 Porto Telef.: 22 6081919 / Fax: 22 5431041 dci@espacot.pt


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em privado com...

Pedro Calado Alto-comissário para as Migrações

A (boa) GESTÃO DA DIVERSIDADE

NÃO

O Alto Comissariado para as Migrações, IP (www.acm.gov.pt) tem por missão colaborar na definição, execução e avaliação das políticas públicas, transversais e setoriais em matéria de migrações, relevantes para a atração dos migrantes nos contextos nacional, internacional e lusófono, para a integração dos imigrantes e grupos étnicos, em particular as comunidades ciganas, e para a gestão e valorização da diversidade entre culturas, etnias e religiões. Neste âmbito, enquadra-se a criação de respostas centradas não só nos imigrantes mas, igualmente, na sensibilização e capacitação dos serviços públicos e da sociedade em geral para a mais-valia da imigração para o país, num processo de crescimento e enriquecimento mútuos. É nesta mútua transformação que imigrantes e sociedade de acolhimento se devem integrar. Procurando as estratégias mais eficazes na concretização da sua missão, o Alto Comissariado tem adotado a mediação intercultural enquanto ferramenta para facilitar a concretização de uma política de apoio à integração dos imigrantes, enquanto resposta de intervenção da iniciativa de instituições da sociedade civil ou do Estado, com o objetivo de facilitar “(…) a aproximação das partes, a comunicação

ACONTECE POR ACASO e compreensão mútuas, (…) o desenvolvimento da convivência, a regulação do conflito e a adequação institucional, entre atores sociais ou institucionais (...) diferenciados” . Para o ACM, a mediação intercultural faz-se com o recurso a mediadores(as), mas igualmente com recurso a estratégias estruturais que assegurem que os serviços venham a desenvolver práticas de mediação sustentáveis e duradouras. Por isso mesmo, desde 2004, o ACM promoveu a colocação de mediadores nos seus serviços, em autarquias e em serviços públicos. A um outro nível, o ACM reforçou o enfoque comunitário da mediação, designadamente com o envolvimento da sociedade civil na criação de respostas de proximidade que contribuissem para o reforço do sentido de pertença à comunidade. Neste modelo de intervenção, ainda hoje em vigor, destaca-se o papel das autarquias e de entidades do terceiro setor. Mas a mediação acontece de muitas outras formas. Desde logo na nossa relação com os que estão ao alcance dos nossos braços. Por melhores políticas de integração que um país possa ter, é na proximidade que acontece ou não. Acontece, também, pela capacidade de acolhermos e nos misturarmos. Acontece, igualmente,

na forma como o espaço público fomenta interações, em que as escolas são um excelente exemplo. Ou mesmo no modo como eventos culturais, artísticos e desportivos fomentam a troca entre diferentes. São estas portas abertas (desde logo as de cada um de nós) que permitem a boa gestão da diversidade. Existe um limite? Sim, existe. O limite da nossa Constituição e dos direitos humanos e universais. Aí termina a gestão da diversidade. As excelentes práticas de integração em Portugal, frequentemente reconhecidas internacionalmente, não acontecem por acaso. São fruto de princípios, de uma estratégia e de uma ação determinada para que, nesta mútua acomodação, imigrantes e sociedade de acolhimento percebam as potencialidades de um diálogo permanente e transformador para todos. Assim se faz grande parte do cimento social de um país e de uma Europa que, mais do que nunca, precisam de coesão, de tolerância e de pluralismo. Mediar é isso mesmo. É estar no meio, fazendo pontes. E esse é um papel que o Espaço T tem vindo a fazer com muita seriedade. Assim continuem por muito tempo.


Jorge Oliveira Presidente Espaço t

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fotografia | Rita Olazabal

em privado com...

Um dia sonhei um país, “O Meu País no Teu”. Sonhar um país onde não existam fronteiras, nem barreiras. Sonhar um país de humanos, onde cada um será sempre diferente mas complemento dos outros. Sonhar um país onde as línguas são diferentes, mas nos entendemos na diferença. Sonhar um país onde os sabores, as cores, os odores são diferentes, mas nunca se fundem, antes crescem na dimensão da complementaridade. Sonhar um país onde as mulheres e os homens têm todos os direitos, mesmo os que não sabem, e só por isso já os têm. Sonhar um país onde as diferenças culturais se mantêm, na diversidade e a junção de todas, tocam-se mas não se anulam. Podemos sonhar muito, por um país ideal, embora o ideal seja utópico e dessas utopias nasçam ideias imperfeitas e nessas, países quase perfeitos. Foi o que pensámos ao criar “O Meu País no Teu”, um projeto financiado pelo FEINPT – Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros, através da autoridade delegada, ACM – Alto Comissariado Para as Migrações. No Porto criámos um espaço, sem bandeiras, sem cores, sem partidos, sem raças, mas com todas as bandeiras, todas as cores, todos os partidos, todas as raças, todos os sorrisos, todos os abraços, com as saudades dos seus países, longínquos, mas presentes na partilha, neste espaço. “O Meu País no Teu” pretendeu experimentar um espaço de união de imigrantes oriundos de países extra comunitários, residentes em

Portugal e todos os outros... Portugal passou a ser o seu país real, mas é importante relembrar, viver as origens, as emoções, os cheiros, as tradições, as línguas, as práticas. Foi e continuará a ser excelente esta experiência de reunir, mais de 10 associações representativas de diferentes países e continentes, num só espaço, que em pouco tempo saiu desse espaço e foi para rua com a festa da interculturalidade, para mostrar diferentes artes, à cidade, onde todos são um conjunto cada vez mais multicultural. Aqui não queremos só falar de direitos, de passaportes, de malas, de trabalho, queremos dar visibilidade a experiências artísticas e sociais de imigrantes a residir em Portugal. Comer e beber com todos os sentidos, cores, cheiros, paladares, vestir as diferenças e provar o diferente, dançar todos os sons e sonhar um mundo, onde tudo pode ser perto, porque a partilha ameniza a saudade. Fizémos tanto em tão pouco tempo… Muitos apareceram, e criámos outra realidade, onde a arte é o ponto de partida para compreender a diversidade. Com este número da revista Espaço Con(tacto) nº19 “O Meu País no Teu” dedicada à interculturalidade, tentámos recriar esse país que agora, também, é realidade. Nesta edição percorremos histórias, para poder conhecer artistas residentes em Portugal e as suas obras. Conheça ainda os pequenos mundos de alguns, e veja em imagens onde pessoas de diferentes nacionalidades fazem do Porto uma cidade cosmopolita, moderna, que

aceita a diferença e faz da diversidade o seu grande monumento vivo. Damos-lhe ainda, uma pincelada de uma tentativa de roteiro da multiculturalidade da cidade. Se gostou procure-nos no espaço do “Meu País no Teu”, que num futuro próximo se passará a denominar CAI - Centro de Artes Inclusivas. Porque esta experiência foi extremamente enriquecedora para todos, em breve dar-lhe-emos a conhecer o Conselho Consultivo para a Interculturalidade, onde muitas associações, muitas pessoas oriundas dos 5 continentes, vão tentar potenciar a força da multiculturalidade. Por isso, já sabe! O mundo será sempre também o que quisermos fazer dele… Jorge Oliveira Presidente do Espaço t


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o meu país no teu

A ARCA DE NOÉ DE TODAS AS CULTURAS DO MUNDO

Chama-se Associação Juvenil Luso- Africana Ponto nos Is, nasceu em 1996. Esta associação deixou de ser vocacionada para o público-alvo juvenil quando deixou de ter uma percentagem, mais de 65%, de associados com menos de 30 anos, quem explica é Cláudia Henriques, presidente da associação. “A associação começou a atuar por ter uma ação muito relevante no apoio jurídico, porque na época os principais utentes erampessoas que vinham do Bairro São João de Deus, principalmente população de origem dos PALOPS. Diziam que este bairro era habitado por ciganos, verdianos e outros pretos, a maior parte com baixa literacia, alguns analfabetos, a quem o simples facto de se preencher um impresso era um serviço valiosíssimo. Foi por aí que começámos, a percorrer os balcões do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) para tratar de processos de legalização, autorização de residência. Depois com a abertura do Alto Comissariado para a Migrações as coisas simplificaram-se.” “A outra vertente que a associação trabalhou, e continua a atuar, é a área educacional, no que refere aos filhos dos imigrantes. Principalmente com as crianças dos PALOPS, existia no meio escolar muita dificuldade com as que falavam crioulo em casa, o único contato que tinham com a língua portuguesa é na escola. A associação Pontos Nos Is tem acompanhamento escolar e alfabetização desde sempre. Chegam até nós imigrantes de outras proveniências, o que nos fez abrir novas valências, apoio jurídico relacionado com questões da imigração, acompanhamento escolar, aulas de música, apoio social e aulas de português para estrangeiros.” Cláudia Henriques lembra ainda o convénio que a associação tem com o Banco Alimentar, através da distribuição de cabazes é mensais. Neste momento, a Ponto nos Is apoia imigrantes de Cabo-Verde, da Guiné, alguns de Moçambique, do Brasil e de Marrocos. A nossa dúvida surge ao mesmo tempo que a explicação da nossa entrevistada, “penso que esse fato se deve a que a Associação Essalam (Associação dos Imigrantes Magrebinos e Amizade Luso-Árabe), tenha alguma dificuldade em receber as mulheres, então as mulheres marroquinas recorrem à nossa associação, poderá ser a justificação para existirem tantas associadas de origem marroquina.” As mulheres de países muçulmanos a vi-

Elsa Semedo

ver numa sociedade ocidental têm outro tipo de atividades ou comportamento social que não é permitido num país islâmico, pela própria tradição, daí que precisem de respostas por parte das instituições. A sua intervenção na sociedade é muito mais ativa, o seu papel é participativo. Mas a interação entre culturas é primordial para o enriquecimento pessoal, profissional e cultural de todos os que se juntam num país estrangeiro, que acolhe pessoas de todo o mundo. É a “nossa casa”, como se a casa mudasse de sítio, o lugar não é o mesmo, mas continua a ser de todos, nosso. De todos; os nativos e os que escolhem viver no mesmo espaço. O projeto financiado pelo FEINPT – Fundo Europeu para a Integração dos Nacionais de Países Terceiros através ACM - Alto Comissariado para as Imigrações, produzido e desenvolvido pelo Espaço T, abre as portas da nossa casa global com “O Meu País no Teu” numa simbiose perfeita entre o meu, teu e o nosso. A interculturalidade através de um modo universal, único, comum a todas as línguas, a arte. Cláudia Henriques afirma que este projeto se encaixa perfeitamente na filosofia da associação que representa. “Porque nunca fechámos a porta a imigrantes oriundos de qualquer parte do globo. Mantemos este espirito de que o mundo é uma aldeia onde todos temos que viver, temos que cooperar, muito mais que confrontar.” A culturalidade de cada país enriquece quando se mistura na cultura de outro povo, essa miscigenação influencia formas de estar, novas mentalidades e torna comuns hábitos que se transformam com o tempo em tradição. Essa é a grande herança que deixamos às futuras gerações, a continuação da existência com ideias, símbolos, comportamentos, condutas sociais que de geração em geração vai ou não perdurar naquilo que nos caracteriza como povo numa evolução contínua, a nova cultura. Nilce Costa, Vice-presidente da Associação Mais Brasil que desde 2005 apoia os imigrantes e seus descendentes, promovendo a inclusão e convívio entre os brasileiros residentes em Portugal, defende: “Quanto à miscigenação de culturas, passa a ser uma vantagem para os países (…) onde o benefício a nível cultural e social passa a ser conhecer outras experiências culturais. Sendo gratificante para o país de acolhimento e para todos os imigrantes que lá estejam. É o aprofundar um mundo diferente e poder aprender algo um com o outro; é muito positivo para todos os envolvidos, já que as tradições não se perdem, as origens são sempre trazidas com o imigrante.” “O Meu País no Teu” segrega todo o significado do projeto numa frase, é esta dádiva que a Associação Espaço T quer recriar, uma espécie de Arca de Noé com as culturas do mundo. Quantas mais,


o meu país no teu

melhor. Tantas quanto as que quiserem mostrar-se em eventos, workshops, exposições, atividades de todas as áreas. Foram criadas parcerias com algumas associações que representam as maiores comunidades existentes no nosso país, mas todos são bem-vindos. Todas as associações de apoio aos imigrantes refletem a vontade de oferecer auxílio a quem chega de novo e precisa de uma “mão amiga”, de uma palavra, de uma informação, de encontrar quem passou pela mesma fase de adaptação, alguém com quem se identifiquem. As portas estão abertas. Nilce Costa, também representante da comunidade brasileira pelo Alto Comissariado para as Migrações, define as principais dificuldades comuns a todas as nacionalidades: “As dificuldades passam pela legalização, pois quem pretende viver em outro país tem que estar muito bem informado antes de partir, assim precavendo problemas futuros e algumas vezes sem solução. A adaptação e idioma também fazem parte da lista dos obstáculos. (…) O preconceito ainda existe, o imigrante é um alvo vulnerável, já que se encontra em outro país, longe de familiares, amigos. E continua “(…) O imigrante brasileiro tem apresentado algumas mudanças, este hoje procura Portugal também para estudar, fazer licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo que alguns regressam para o Brasil. Para os que ficam, buscam labutas com melhores condições, mas também há os que procuram trabalho em áreas distintas da sua formação, de menores condições para sobreviver.” Nem tudo é perfeito, mas pequenos pas-

sos como “O Meu País no Teu” ajudam a encontrar um ponto de encontro, mesmo quando as diferenças parecem inconciliáveis. A arte tem esse poder, a cultura é universal, não tem raça, credo, nem simpatia politica. É livre, e por isso criativa. Hamou Amgoun, presidente da Essalam (Associação dos Imigrantes Magrebinos e Amizade Luso-Árabe), refere que “Portugal é um país maravilhoso para se viver. Não considera que exista racismo, o povo é acolhedor e pacífico. Essalam destina-se a apoiar imigrantes oriundos de Marrocos e Norte de África e tem como missão promover a cultura árabe, inclusive a língua. Fundada em 2003, procura intervir junto da comunidade imigrante visando uma integração social com qualidade, estimulando as capacidades empreendedoras a nível social, cultural ,como elemento fundamental para uma participação ativa na sociedade em que se inserem. Prestam esclarecimentos sobre informação legal sobre imigração, apoio social, educacional e cultural. Defendem os direitos e interesses, dispondo de informação ou apoio contra qualquer tipo de discriminação ou omissão.

Elsa Semedo

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A promoção da cultura tem um lugar de destaque, por isso a Associação Essalam está sempre aberta a parcerias com entidades portuguesas nas várias áreas, para uma união de esforços entre culturas distintas, mas a diferença apenas une e não separa. As aulas de árabe têm tido uma procura cada vez mais elevada, por isso a parceria com o Espaço T reforça esse laço, uma vez por semana, durante duas horas, a um preço simbólico temos mais uma iniciativa do projeto no Espaço T. Um país de acolhimento tem sempre as suas regras, códigos de conduta; sociais, éticos, culturais e até religiosos, mas para quem imigra fica sempre a nostalgia do que ficou para trás. Quem vem quer preservar a sua identidade cultural, porque é tudo o que tem; quem recebe nem sempre está preparado para aceitar. A cultura parece ser o veículo mais inclusivo, participado e universal, literatura, pintura, dança, música, teatro, debates, são sem dúvida, a melhor forma de juntar o Meu País ao Teu.

Para mais informações: Espaço T Morada. Rua do Sol,14 2º Andar, Escola EB1 do Sol 4000-527 Porto Contatos. Telemóvel: 916782792/ Email. dci@espacot.pt/www.espacot.pt


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grande reportagem

Artistas Imigrantes

Por opção ou necessidade. Por amor ou pela aventura. São muitos os artistas que saem da sua terra natal rumo a outros horizontes. Nos testemunhos que ouvimos todos tiveram o mesmo destino: Portugal. Em comum têm o amor à arte. Uns conseguem sobreviver dessa paixão, também sua profissão, outros nem por isso, mas todos assumem, que deixar a arte é impensável. É algo que os transcende. A ‘Espaço Conta(c)to’, que tem como tema a Imigração/ Arte e Inclusão, falou com 8 desses artistas plásticos. Todos eles diferentes, todos eles iguais.


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Artistas Imigrantes Cacilda Espíndula – Artista Plástica

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Cacilda Espíndola

Um hobby que virou profissão Cacilda Espíndola é uma artista plástica brasileira radicada em Portugal há 7 anos. O seu trabalho prima sempre pelo social, pela reciclagem, pelas cores. Para além disso, Cacilda é também designer de jóias, está a finalizar o seu curso na Cindor, escola de Formação Profissional de Ourivesaria e Relojoaria em Gondomar, e tem formação em Organização de Eventos no Brasil, pela UNISA. Desenvolvendo um trabalho que transmite a sua vocação em participar no mundo de forma mais efetiva e construtiva, Cacilda começou a pintar com nove anos quando passou a frequentar um atelier de pintura. “Decidi trocar a dança pela pintura” e, adianta, “fiquei fascinada pelas cores, texturas e materiais. Foi um hobby com imensas descobertas”. Quando foi convidada para fazer a sua primeira exposição o “hobby virou profissão”, refere. A artista viu já muitas vezes premiado o seu trabalho, tendo estado em exposições e catálogos no Brasil, Londres, Portugal, EUA entre outros. Foi ainda, responsável pela produção de cenários para shows e eventos. Pontualmente, trabalha como contato e/ou produtora cultural em projetos que envolvem Brasil e Portugal. Para além disso, recentemente a artista foi convidada para uma residência artística no “Crack International Art Camp”, em Kushtia, Bangladesh. O projeto é uma iniciativa de alguns jovens ativistas de diferentes áreas culturais no país.


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grande reportagem

Artistas Imigrantes Fernando Bagnola – Artista Plåstic0


grande reportagem

Fernando Bagnola, brasileiro, é fotógrafo profissional há 30 anos. “Há quase 8 anos fui assaltado em São Paulo e fui obrigado a recomeçar do zero a minha vida profissional”, lembra. Porém, este ‘episódio’ obrigou-o a descobrir o valor que tem a sua formação profissional. De forma a recuperar dos estragos causados pela falta de segurança “que contamina” o Brasil, Bagnola rumou a Portugal numa “honrosa jornada pela valorização da fotografia lusófona”. Ao invés de “comprar uma arma” resol-

Artistas Imigrantes Fernando Bagnola – Artista Plástic0

veu criar um projeto focado nas “crianças em estado de risco”, tendo a fotografia servido como “arma social contra os males que acabam, sempre, por levá-las ao crime, seja ele leve ou de grande perigosidade”. Apresentado à Casa de Portugal, o projeto prontamente recebeu o apoio institucional necessário para a implementação da ideia em território nacional. Entretanto, Fernando Bagnola iniciou em Portugal um novo projeto, denominado “Projeto Olhar”; a iniciativa procura

Fernando Bagnola na fotografia a inclusão social e a formação do jovem cidadão português. Para além disso, o artista conseguiu também, pela primeira vez, incluir alguns fotógrafos num projeto grandioso promovido pelo Departamento de Arte cuja proposta central, até aqui, era promover o intercâmbio artístico entre Brasil e Portugal dando oportunidade para que os artistas brasileiros expusessem suas obras na Europa, criando, assim, uma via dupla ao estilo LÁ & CÁ. Há 2 anos foi ainda escolhido pela IOM-Internacional Organization of Migration, ligado à ONU, para fazer parte de uma lista de 100 imigrantes que, comprovadamente, “fundiram os seus corações” com a nova pátria e, cada um à sua maneira, procuram estar ativos em projetos de responsabilidade.

A FOTOGRAFIA

COMO ARMA SOCIAL

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Artistas Imigrantes Leda Cruz – Artista Plástica

a arte modifica

mentalidades Leda Cruz é uma artista plástica nascida em S. Salvador da Baía, Brasil, radicada em Portugal há muitos anos. A sua relação com a arte começa contudo em Luanda, onde viveu no início dos anos 80, numa altura em que Angola estava em guerra civil. Como não tinha o que fazer começou a frequentar o atelier de um artesão que fazia cerâmica. Fazer máscaras foi o seu primeiro contato com a arte. Quando veio para Lisboa foi para a AR.CO fazer cerâmica. Seguiu-se a tapeçaria e a escultura. Atualmente dedica-se mais à fotografia, embo-

ra faça questão de dizer que não tem nenhuma formação nesta área, pois quer o seu olhar “livre”. “A fotografia começou com a Polaroid, “era o que saía”, refere. Reconhecida internacionalmente, Leda já expôs em Valença, Nova Iorque, Lisboa, Leiria e no Porto e define os seus trabalhos como sendo conceptuais, havendo por trás uma ideia, um conceito, trabalhado posteriormente com qualquer material, desde fotografia a um texto e utilizando uma variedade de materiais, tecido, prata, vidro, alumínio ou outros. “A única coisa que faço é prestar atenção a tudo

Leda Cruz

aquilo que me rodeia, a todos os seres”, trabalhando o corpo como “lugar de emoções”, explica. “O papel da arte modifica mentalidades”, acrescenta. A mulher está muito presente nas suas obras e o seu trabalho procura inúmeras vezes juntar a fragilidade e a delicadeza de uma renda ou a dureza e a força de um metal.


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Artistas Imigrantes Leda Cruz – Artista Plåstica

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Artistas Imigrantes Délio Jasse – Fotógrafo

“Uma narrativa entre a fotografia e documentos burocráticos” Délio Jasse é um jovem fotógrafo que trabalha há 10 anos nesta área. Nascido em Luanda, Angola, em 1980, Délio reside em Portugal, mais propriamente em Lisboa, desde os seus 18 anos e divide o seu tempo entre Portugal e Itália. Questionado sobre o que distingue o seu trabalho dos demais, Jasse afirma que o seu trabalho aborda a temática da memória. “Crio uma narrativa entre a fotografia e documentos burocráticos” juntando “várias técnicas e ferramentas numa só”. “Trabalho com documentos do quotidiano para as artes plásticas”, indica. Após a sua primeira exposição em Lisboa, em 2009, onde ganhou o prémio ANTECIPARTE

Délio Jasse série livro Identidade Poética, o seu trabalho começou a desfrutar de algum reconhecimento internacional, realizando várias exposições em Portugal, Angola, Brasil e França. Nesse percurso, as suas obras estiveram já presentes na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e no Museu Nacional de História

Natural de Luanda, entre outros. Délio Jasse trabalha e divulga as suas obras em diversas galerias em Portugal e Londres, fazendo exposições individuais e coletivas. Para além disso, procura marcar presença também em Feiras de Arte Contemporânea onde o trabalho circula, surgindo assim novos convites e exposições.


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Artistas Imigrantes Délio Jasse – Fotógrafo

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Artistas Imigrantes Alberto Nunda – Artista Plástico

um pintor autodidata Alberto Nunda nasceu em Angola a 28 de abril de 1965. Emigrou para Portugal aos 15 anos e descobriu a pintura como autodidacta aos 25 anos. Apesar de admitir que não consegue sobreviver da sua arte, Nunda nunca desistiu, pois afirma que a sua “sanidade subsiste através da pintura”, materializando o seu pensamento. As suas obras representam as suas origens, mas também o país que o acolheu. A mulher angolana está presente em muitas das suas pinturas. Sócio da Cooperativa Artistas de Gaia

Alberto Nunda desde abril de 2000, para Nunda, o momento mais marcante enquanto artista foi uma obra sobre o Natal, a que deu o título “Natal dos desamparados” e que ofereceu a um amigo. Desde novembro de 1993, participou já em mais de 25 exposições, nomeadamente no Pinguim Bar, no Porto; na Colectiva Artistas de Gaia, em V. N. Gaia; na Galerias Geraldes da Silva, no Porto; na Magestic Galeria, também no Porto; na Galeria Twins, em Nuremberga, Alemanha, entre muitas outras.


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Artistas Imigrantes Alberto Nunda – Artista Plåstico

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Artistas Imigrantes Sabira Kaldarova – Artista Plástica

Sabira Kaldarova nasceu no Cazaquistão, ex-República Soviética, há 49 anos. Foi no seu país de origem que fez todo o seu percurso académico, formando-se em Artes Plásticas, na Faculdade de Belas Artes e Artes Aplicadas da Universidade Estatal de Pedagogia, situada na cidade de Almaty, antiga capital do Cazaquistão. Tendo trabalhado como professora na Faculdade de Belas Artes e realizado diversas ex-

Sabira “Deixar de pintar?! Kaldarova Nunca” posições coletivas com outros artistas no seu país de origem, a sua vida mudaria significativamente durante o período conturbado vivido entre 1991 e 2001, após o fim da URSS e a declaração de independência do Cazaquistão. Desempregada e sem perspetivas de futuro, Sabira chega a Portugal em dezembro de 2001. Sem saber falar a língua portuguesa e tendo que sobreviver, a ex-professora trabalhou em fábricas mas nunca deixou de pintar. Em 2010 e 2011 prestou serviços de voluntariado, dando aulas de desenho a jovens e adul-

tos imigrantes de nacionalidades diversas no Centro Comunitário São Cirilo, no Porto. No mesmo período, Sabira deu também aulas particulares de pintura e desenho e trabalhou também no Centro de Estudos “Arte Simplicidade”. Para além disso, entre 2011 e 2012, a artista ministrou também aulas de desenho na Universidade Sénior Arte Cultural do Porto, em regime de voluntariado. Desde que chegou a Portugal, Sabira apresentou diversas exposições individuais, nomeadamente na Varandas do Ave, em Vila do Conde; na Associação Moçambique, no Porto; na Galeria Itinerante, na Trofa; na Ordem dos Médicos, no Porto, entre muitas outras.


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Artistas PauloImigrantes Cassamba Sabira Kaldarova – Artista Plåstica Pintor

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Artistas Imigrantes Paulo Cassamba – Artista Plåstico


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Artistas Imigrantes Paulo Cassamba – Artista Plástico

Paulo Cassamba “Não é fácil viver da arte”

Paulo Cassamba, mais conhecido por Pasoca, nasceu na Guiné-Bissau há 60 anos e pinta desde que se lembra, “desde pequenino”, assegura. Ainda que não consiga definir o seu trabalho, Pasoca diz que pinta com tudo e sobre tudo, com aguarela, tinta acrílica ou carvão. Admitindo que “não é fácil viver da arte”, o artista garante que muitas vezes tem de trabalhar nas obras, “quando as há, para sobreviver”. Pasoca dá a conhecer os seus trabalhos na rua e por isso considera-se um artista de rua.

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Artistas Imigrantes Ismael Sequeira – Artista Plástico

Ismael Sequeira “ Não sou um artista sossegado ”

Ismael Sequeira começou como autodidata aos 13 anos e assume-se como artista plástico. Com formação em Pintura e Escultura pela Faculdade de Belas Artes, Ismael trabalha com vários materiais e temas, mas as suas referências e o seu grande compromisso é com São Tomé e Príncipe, país onde nasceu. Essa é a sua identidade enquanto artista africano.

A sua origem dá-lhe a possibilidade de fazer um tipo de abordagem muito próprio de uma artista da ilha. “Em São Tomé sonha-se muito e sendo um país com a dimensão e os problemas que tem, a minha posição como artista é um posicionamento sociopolítico”. “Não sou um artista sossegado”, reforça. Viver exclusivamente da arte é uma “condição quase impossível”, admite Ismael, acrescentando que em Portugal atualmente o espaço para divulgação das artes plásticas africana “é bastante reduzido”. Contudo, acredita que os artistas plásticos africanos devem “assumir a iniciativa de fazer propostas mais atrevidas, mais ambiciosas, no sentido dos mesmos ocuparem um espaço privilegiado e assim conseguirem maior visibilidade”. Por esse motivo, “o meu compromisso com a arte é de uma outra dimensão, a sobrevivência não”, acrescenta. Ismael, divulga o seu trabalho em blogs, redes sociais e jornais online.

Texto de: Fernanda Silva Teixeira – Jornalista e formadora do Ateliê de Jornalismo Alunos do atelier de Jornalismo do Espaço t: João Pedro Gomes Manuela Miranda Ana Catarina Marinheiro Vera Picca


grande reportagem

N’golá Muála, 137 cm x 117 cm, técnica mista s/papelão, 2015

Artistas Imigrantes Ismael Sequeira – Artista Plástico

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arte entre portas

Foto Reportagem I

Fomos a casa de 4 artistas imigrantes a residir em Portugal. Captamos a mão com que trabalham, porque a mão é humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos, conforta os aflitos e protege os fracos! A mão modela os mármores e os bronzes; dá cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Deixam-nos a sua mão e uma frase que rege as suas vidas…

“Aqui e Agora”


arte entre portas

Foto Reportagem I

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LedaCruz fotografia | Vitor Costa


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arte entre portas

fotografia | Vitor Costa

SabiraKaldarova

Foto Reportagem I


arte entre portas

Foto Reportagem I

“Não negues o bem àqueles a quem é devido, quando estiver no poder da tua mão fazê-lo”

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arte entre portas

Foto Reportagem I

“Porque viver inspira�


arte entre portas

Foto Reportagem I

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CacildaEspĂ­ndola fotografia | Vitor Costa


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arte entre portas

fotografia | Vitor Costa

AlbertoNunda

Foto Reportagem I


arte entre portas

Foto Reportagem I

“Eu não pinto, transmito mensagens”

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o meu país no teu

F0to Reportagem II Hamou Amgoun e Família - Marrocos

fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz

fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz

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Fotografias de imigrantes tiradas pelos próprios. Representam o que eles são ou o que não são, como querem ser vistos ou como acham que os outros os veem. Mas o importante mesmo é mostrar a diversidade e a riqueza intercultural.


grande o meureportagem país no teu

Foto Paulo Reportagem Cassamba II Geraldo Costa da Silva –Pintor Brasil

33 fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz


fotografias | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz

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o meu país no teu

F0to Reportagem II Tetyana Verbivska e Vasyl Todorenko – Ucrânia


grande o meureportagem país no teu

Foto Paulo Reportagem Cassamba II Deusa Sebastião – Pintor Guiné

35 fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz


fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz

36

o meu país no teu

F0to Reportagem II Mário Gil e Luna – Argentina


grande o meureportagem país no teu

Foto Paulo Reportagem Cassamba II Sabira Kaldarova – Cazaquistão Pintor

37 fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz


fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz

38

Alina Dudcó

o meu país no teu

F0to Reportagem II Alina Dudcó – Moldávia


grande o meureportagem país no teu

Foto Paulo Reportagem Cassamba II Alberto Nunda – Angola Pintor

39 fotografia | Maria João Calisto e Luís Miguel Ferraz

Alberto Nunda


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roteiro da interculturalidade

“ROTEIRO DA INTERCULTURALIDADE” Pelas cidades portuguesas, pode encontrar diversas atividades interculturais que ao conhecer, passa a saber as diversas formas de cultura e interagir nestas formas fantásticas. Entre Porto e Lisboa oferecem-se atividades no mundo da imigração…

E-mail: comoiprel@coimoprel.pt

Para quem gosta de movimento, pode comparecer e solicitar uma aula de capoeira, com o grupo Zumbi, pela Associação Mais Brasil, às quartas-feiras no Centro Comunitário do Padrão da Légua. Terminando esta aula na cidade do Porto, pode-se continuar com o movimento brasileiro na Casa do Brasil, com o Forró do Lampião, às terças-feiras à noite, na rua Luz Soriano, 42, Lisboa. Na Associação Essalam, pode-se aprender a falar Árabe, na rua do Vilar, EB1 da Sé. Apreciar algo de diferente e com muita sincronia, destaca-se o Grupo de Danças Tradicionais do Leste, da Associação Amizade, em Rio Tinto, continuando na dança tradicional, o grupo de dança da ACVS, O grupo de “Danças Tradicionais de Cabo Verde”, da Associação Caboverdiana de Setúbal, situada na rua do Antigo Olival, 8 – E11, Setúbal.

Câmara Municipal de Cascais e Cáritas Diocesana de Lisboa – Entidades responsáveis pelo CLAII de Cascais Tel: 214570075; E-mail: caritas.claii.cascais@mail.telepac.pt; Tel: 214821442; E-mail: ajusera@gmail.com; Pessoa de contacto: Inês Barbosa

A Bué Fixe com parceria de colaboração com a Associação Coalizão da Juventude de Moçambique, promove trocas de boas práticas e experiências de trabalho social junto dos jovens dos dois países. A Associação Coalizão da Juventude Moçambicana trabalha na implementação de Programas de Saúde Sexual e Reprodutiva em prol do desenvolvimento harmonioso dos adolescentes e jovens Moçambicanos, na Amadora. Ficam aqui alguns contatos de entidades que desenvolvem projetos na área da interculturalidade em Portugal:

Câmara Municipal de Santarém – Entidade responsável pelo CLAII de Santarém Tel: 256 370 800, E-mail: claii.gaime@cm-santarem.pt

Câmara Municipal de Loures – Entidade responsável pelos CLAII de Loures Tel: 21 115 08 50/60; E-mail: paulo_jose@cm-loures.pt Câmara Municipal do Seixal – Entidade responsável pelo CLAII do Seixal Tel. 21 097 62 20/3; E-mail: helena.palacino@cm-seixal.pt “Associação de Imigrantes de Trás-os-Montes” - Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros – Entidade responsável pelo CLAII de Macedo de Cavaleiros Tel: 278 420 420; E-mail: claimacedo@hotmail.com Associação dos Imigrantes nos Açores – AIPA - Entidade responsável pelos CLAII de Ponta Delgada e Angra do Heroísmo - AIPA, Tel. 296 288 001; E-mail: clai.aipa@ipa-azores.com Câmara Municipal de Moura e Cooperativa Mourense de Interesse Público e Responsabilidade Limitada - COMOIPREL – Entidades responsáveis pelo CLAII de MOURA COMOIPREL, Tel: 285 251 775

Câmara Municipal de São Brás de Alportel e Associação In Loco – Entidades responsáveis pelo CLAII de São Brás de Alportel Tel: 289 84 00 20; E-mail: claii@cm-sbras.pt

Junta de Freguesia de Portimão e CAPELA - Centro de Apoio à População Emigrante de Leste e Amigos - Entidades responsáveis pelo CLAII de Portimão Tel: 282 402 14; E-mail: claii@jf-portimao.pt Câmara Municipal do Montijo – Entidade responsável pelo CLAII do Montijo Tel: 212 327 739; E-mail: tukontasmais.pe@gmail.com Pessoa de contacto: Tiago Abreu

Câmara Municipal de Torres Vedras - Entidade responsável pelo CLAII de Torres Vedras Tel: 261 322 464; E-mail: gabimigrante@cm-tvedras.pt Centro Social e Paroquial da Vera Cruz – Entidade responsável pelo CLAII de Aveiro Tel: 234 188 302; E-mail: claiaveiro@hotmail.com Câmara Municipal de Valongo – Entidade responsável pelo CLAII de Valongo Tel: 229725016; E-mail: mjgoncalves@cm-valongo.pt Cruz Vermelha Portuguesa - Delegação de Vila Real de Santo António – Entidade responsável pelo CLAII de VRSA Tel: 281 54 18 27; E-mail: claiivrsa@gmail.com AMIGrante - Associação de Apoio ao Cidadão Migrante – Entidade responsável pelo CLAII de Leiria Tel: 244 890 036; E-mail: clai.leiria@gmail.com ASSOCIAÇÕES DE IMIGRANTES DO PORTO ASSOCIAÇÃO LUSO-AFRICANA DOS METODISTAS NO PORTO Rua Nova de S. Crispim, 298/302 4000-107 Porto 91 843 38 64


roteiro da interculturalidade

ASSOCIAÇÃO DOS GUINEENSES DO PORTO Rua Rodrigo Sampaio, 139, 4.º Esquerdo, Porto 4000-259 Porto ASSOCIAÇÃO JUVENIL LUSO AFRICANA PONTO NOS IS Passeio de São Lázaro, 49, 2º 4000-259 Porto 22 5 10 09 94 22 208 75 99 pontosnosisala@gmail.com ASSOCIAÇÃO CABO-VERDIANA NO NORTE DE PORTUGAL Rua Formosa, N.º 408 - 1.º 4000-274 PORTO 96 787 9232 acvnp@sapo.pt / acvnp@yahoo.com ÍNDICO - Associação Cívica Moçambicana Rua Santos Pousada, 441, sala 4 4000-486 919012246/226160409 225 103 405 indico.3@gmail.com ASSOCIAÇÃO PORTUGAL/MOÇAMBIQUE Largo Duque da Ribeira, 32-54 4050 Porto 22 203 7876/7/8 espacomocambique@mail.telepac.pt BURBUR - Associação Cultural Rua Adolfo Casais Monteiro, 94, 3.º Porto 4050-013 Porto 96 009 61 41 burbur@gmail.com ASSOCIAÇÃO MAIS BRASIL Rua do Campo Alegre, 1577 - loja 60 PORTO 4150-182 (Edifício Comercial Residencial Campo Alegre, próximo ao Hotel Ipanema) 222 018 325 93 395 4343 - 91 104 8199 www.maisbrasil.pt http://a-maisbrasil.blogspot.com geral@maisbrasil.pt LIGA DOS CHINESES EM PORTUGAL Av da Boavista, 1588- 3.º, sala 314 4100 Porto 22 606 32 89 22 606 32 89 ypingchow@iol.pt / ypingchow@yahoo.com.cn

41

ESSALAM - Associação dos Imigrantes Magrebinos e de Amizade Luso-Árabe Rua do Heroismo, 329 - Centro Comercial STOP, Loja 34, Porto 4300-259 Porto 96 494 39 29 essalampt@hotmail.com AMIZADE - ASSOCIAÇÃO DE IMIGRANTES DE GONDOMAR Rua Padre Joaquim das Neves, n.º 945, 2.º esq.º/Tr, Baguim do Monte 4435-776 Gondomar 224884077 224884077 amizade_leste@hotmail.com KALINA - ASS. DOS IMIGRANTES DE LESTE Rua Gonçalo Cristóvão, nº 305 Santo Ildefonso 4000-270 Porto 222076800 222076809 associacao.kalina@gmail.com CENTRO COMUNITÁRIO SÃO CIRILO Rua Barão Forrester, 968 4050-272 Porto 228348460 228348469 mariapinheirotorreso@saocirilo.com.pt ESTUDANTES GUINEENSES DO PORTO Rua de Santa Catarina nº 1557 Sala 14 Porto 22 492 9128 Associação Amizade Matosinhos/Mansôa Rua Augusto Gomes 313 Matosinhos 966 029 507 ASSOCIAÇÃO DE AMIZADE LUSO TURCA Rua do Campo Alegre 272, 4150-169 Porto 22 610 3917 CÓDIGO SIMBÓLICO Rua do Sol, 14 – 2ºAndar 4050-625 Porto 939 361 086 915 461 363


42

estatuto editorial

Relatório de Contas

EstatutoEditorial ESPAÇO CON(TACTO) é uma revista semestral de carácter social e cultural, orientada por critérios de rigor e criatividade editorial, sem qualquer dependência de ordem ideológica, política e económica. ESPAÇO CON(TACTO) aposta numa informação diversificada, baseada, sobretudo, em temas culturais e sociais e correspondendo às motivações e interesses de um público plural, com especial atenção às expectativas e necessidades de grupos sociais minoritários. ESPAÇO CON(TACTO) estabelece as suas opções editoriais atendendo à diversidade e individualidade de cada um, facultando a informação e o conhecimento ao maior número de pessoas sem fixar fronteiras regionais, nacionais, culturais e sociais. ESPAÇO CON(TACTO) garante a grupos tradicionalmente desfavorecidos o acesso à informação e ao conhecimento. ESPAÇO CON(TACTO) sensibiliza a comunidade para diferentes temáticas e problemáticas sociais utilizando a expressão jornalística e criativa como meios de comunicação privilegiados. ESPAÇO CON(TACTO) incrementa o jornalismo numa vertente de intervenção social e cultural, combatendo a discriminação e a exclusão social. ESPAÇO CON(TACTO) favorece a interação entre as pessoas ditas normais e as pessoas com défices físicos, psíquicos, emocionais e relacionais. ESPAÇO CON(TACTO) reconhece como seu único limite o espaço privado dos cidadãos e tem como limiar de existência a sua credibilidade pública. Junho de 2015

Relatório de Gestão e Contas BALANÇO DO PERÍODO FINDO A 31.12.2014

ESPACO T - ASS.INTEG.SOCIAL COMUNITARIA

DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO DE 2013

Montantes expressos em EURO

RUBRICAS

NOTAS

PERÍODOS 31.12.2014 31.12.2013

Capital Próprio

DEMONSTRAÇÃO INDIVIDUAL DOS RESULTADOS POR NATUREZAS Dezembro 2014

DESCRIÇÃO

Notas

ATIVO Ativo não corrente: Ativos fixos tangíveis Ativos intangíveis

6

881.169

906.347

Ativos biológicos Outros ativos financeiros

7

Clientes Adiantamentos a fornecedores

8.807

54.672

815

5.327 2.573

Estado e outros entes públicos Outras contas a receber

11 12

214.810

16.693 418.538

Diferimentos Ativos financeiros detidos para negociação

13

30.618

137.983

43

43

Outros ativos financeiros 4

Total do Ativo

6.820

1.311

261.913 1.143.082

637.141 1.543.488

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital próprio: Capital realizado

1.137

1.137

Reservas legais Outras reservas Resultados transitados

5

(93.695)

234.631

14

534.340

559.575

441.782 (26.355)

795.343 (137.182)

415.427

658.161

Excedentes de revalorização Outras variações no capital próprio Resultado líquido do período Total do capital próprio Passivo

POSIÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO DE 2013

24.204 591.769 (6) (6.619) (138.609) (365.559)

20.369 552.672 4.833 (3.120) (225.718) (369.296) (4.200)

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO

10-15 11-15

165.158 114.482

125.438 65.652

Outras contas a pagar

16-15

8.483 288.123

191.090

26.067

43.143

Passivo corrente: Fornecedores

RESULTADO INTEGRAL

11

54.786

63.659

Financiamentos obtidos

10

46.296

136.494

Outras contas a pagar Diferimentos

16 13

90.162 222.222

108.725 342.215

Outros passivos financeiros 439.532

694.237

727.655 1.143.082

885.327 1.543.488

259.728

2

0

-25.097

3 33.004 (87.876) (79.330) (38.307)

1.962

(117.637)

586.034

Total

período

-25.097

821.802

-25.097

25.097 -26.459 -26.459

-26.459 25.097

-26.459

3

-137.182

-137.182

4=2+3

-112.085

-163.640

-137.182

658.161

OPERAÇÕES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERÍODO

5 6=1+2+3+5

1.137

234.631

559.575

DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO DE 2014 Capital Próprio

(28.317) (26.355)

Outras DESCRIÇÃO

(137.182)

Capital realizado

Resultados variações transitados no capital próprio

POSIÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO DE 2014

(26.355)

Notas

(19.545) (137.182) 6

1.137

234.631

7

0

-328.326

ALTERAÇÕES NO PERÍODO Aplicação de resultados

559.575

-137.182

Correcção de erros e omissões de exercícios anteriores

Resultado líquido do período

Total

-137.182

658.161

137.182

-191.144

Amortização de subsídios ao investimento

-191.144 -25.235 -25.235

-25.235 137.182

-216.380

8

-26.355

-26.355

9=7+8

110.827

-242.734

-26.355

415.427

OPERAÇÕES COM DETENTORES DE CAPITAL NO PERÍODO Realizações de capital Outras operações 10 POSIÇÃO NO FIM DO PERÍODO DE 2014

Adiantamentos de clientes Estado e outros entes públicos

1.137

Resultado líquido do

Realizações de capital Outras operações

POSIÇÃO NO FIM DO PERÍODO DE 2013

() 60.374 (136.562) 28.991 (27.029)

Outras variações

ALTERAÇÕES NO PERÍODO

RESULTADO INTEGRAL

Financiamentos obtidos Estado e outros entes públicos

1

Aplicação de resultados Amortização de subsídios ao investimento

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO

Passivo não corrente: Provisões

Total do passivo Total do Capital Próprio e do Passivo

Vendas e serviços prestados Subsídios à exploração Variação nos inventários da produção Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas Fornecimentos e serviços externos Gastos com o pessoal Imparidade de inventários (perdas/reversões) Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) Provisões (aumentos/reduções) Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) Aumentos/reduções de justo valor Outros rendimentos e ganhos Outros gastos e perdas Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos Gastos/reversões de depreciação e de amortização Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) Juros e rendimentos similares obtidos Juros e gastos similares suportados Resultado antes de impostos Imposto sobre o rendimento do período Resultado líquido do período

Resultados

transitados no capital próprio

906.347

Ativo corrente:

Ativos não correntes detidos para venda Caixa e depósitos bancários

RUBRICAS

Montantes expressos em EURO PERÍODOS NOTAS 2014 2013

RENDIMENTOS E GASTOS 881.169

Inventários Ativos biológicos

Capital realizado

6+7+8+10

1.137

-93.695

534.340


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ESPAÇO T SEDE: Rua do Vilar, n.º 54 54A, 4050-625 Porto T | 22 608 19 19| 20 | 21 F | 22 543 10 41 espacot@espacot.pt Linha Urgência Espaço t Telefone 707 201 076 CESFOR Centro de Empreendedorismo Social e Formação Rua do Sol, n.º 14, 4000-527 Porto T | 223 403 712/14 F | 223 403 713 formacao@espacot.pt Projeto Cercar-te Programa Escolhas E5G Rua do Cerco do Porto Casa do Pinheiro Grande 4300 Porto T | 225 371 337 nuno.ferreira@espacot.pt

DELEGAÇÃO DA TROFA Rua Infante D. Henrique, 246 /248 4785-353 Trofa T | 252 416 336 252 416 337 espaco-trofa@espacot.pt

O Projeto “O Meu País no Teu ” - Espaço Intercultural pretende dar a conhecer criações artísticas de nacionais de países terceiros a residirem em Portugal. O projeto, onde se inclui esta revista é financiado pelo FEINPT – Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros, através da autoridade delegada, ACM – Alto Comissariado Para as Migrações.


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