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referĂŞncias para o editorial: bruno munari e vilĂŠm flusser
editorial
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pensar
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design
o que é? você sabe? tem dúvida do que é? então vem saber!
design é só desenhar? fazer coisa bonitinha? pensemos!
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mais o quê?
sabe o cliente do mercadinho? ele é parte da coméia do fazer Design! vamos a fundo!
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e é útil?
somos de utilidade pra tudo! inclusive, utilidade pública! organizai-vos!
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“O termo design (de origem inglesa) denota algo amplo e universal e está evoluindo em todas as áreas. Visa, basicamente, uma harmonização do ambiente humano, englobando desde a concepção e criação de objeto de uso cotidiano até projetos de urbanização.” (RIGUEIRAL, 2002, p.4) A palavra Design quando dita, é automaticamente relacionada com práticas manuais como o desenho, ou quando temos a necessidade de expressar a satisfação visual que temos ao ver uma peça, seja material ou imaterial, quanto a estética, forma do objeto em que nos dispomos a perceber e tomá-lo como “belo”, logo entende-se e lê-se como “bom design”.
“O luxo é a necessidade para muitas pessoas que querem ter um sentimento de domínio sobre os outros. Mas os outros se forem pessoas civilizadas sabem que o luxo é fingimento, se forem ignorantes admirarão e talvez até invejem os que vivem no luxo. (...) De fato, o luxo é uma manifestação de estupidez. Por exemplo: para que servem as torneiras de ouro se dessas torneiras saem água inquinada? Não será mais inteligente, com o mesmo dinheiro, mandar pôr um filtro de água e ter torneiras normais? O luxo é pois o uso de materiais dispendiosos sem melhoria das funções. É portanto uma estupidez.” (MUNARI, Bruno. Das coisas nascem Coisas, pg. 15)
cado.
vilém fl uss e r. o mu n do codifi
. 1 design
o que é, quais suas extensões e aplicações, afinal?
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o que é, quais suas extensões e aplicações, afinal?
Há uma necessidade intrínseca do belo dentro do que se conhece como Design. E devemos ter a ciência de que nem toda forma exerce a sua exata função, não excluindo também o fato de produtos materiais e imateriais (impressos ou digitais) a existência de forma e função conjuntas num mesmo plano de qualidade. Há também um imaginário social de como lemos o Design: o Design nada mais é que, para a sociedade uma ferramenta de encontrar o equilíbrio entre as peças gráficas produzidas, reduzindo isso aos impressos, ou até mesmo peças gráficas digitais, e nada mais que isso. “design não é somente fazer coisas bonitas; é também fazer com que as coisas trabalhem maravilhosamente bem” (MARTIN, 2009, p. 58). Todavia, devemos nós dentro do Design trazer à tona discussões e incitações para outros campos do Design , como: o Design Thinking , ferramenta usada estrategicamente para projetos de diferentes gamas de situações-problema, causando o efeito de empatia em seus usuários, assim também o Design Social que tem como produto principal para projeção a própria comunidade, sempre visando o aumento de qualidade de vida, como por exemplo: falta de acesso à água, a geração de energia, e outros problemas que envolvam o humano como fator crucial do problema.
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2 . pensar
O Design não é só considerado a atividade do fazer, mas do pensar.
O Design se torna - e tende a crescer exponencialmente com o decorrer dos anos - mais do que essencial em questões de resolução de problemas e a solução dos mesmos. E quanto mais ele se faz essencial, mais ele se expande quanto as novas áreas dentro do mesmo eixo: Design, projeto, pensar. Há um agravante dentro do Design e que é preocupante: a cristalização de como se projetar. E com isso devem-se todos atentar-se pois não há uma lista pronta de como e do que se deve fazer quanto a resolver determinado problema ali estudado. O que devemos exercitar e defender quanto a organização e fluidez de projeto é: linearidade entre as execuções das tarefas, trazendo fluidez e organização, não sendo algo automatizado, podendo assim trazer inúmeras possibilidades de como se desdobrar sobre o projeto, levando em conta os fatores geográficos, sociais, psicológicos e econômicos.
“O método projectual não é mais do que uma série de operações necessárias, por ordem lógica, ditada pela experiência. O seu objetivo é o de se atingir o melhor resultado com o menor esforço. (...) Também no campo do design não se deve projectar sem um método, pensar de forma artística procurando logo a solução, sem se ter feito uma pesquisa para se documentar acerca do que já foi feito de semelhante ao que se quer projectar; sem saber que materiais utilizar para a construção, sem ter precisado bem a sua função.” (MUNARI, Bruno. Das coisas nascem Coisas, pg. 20-21)
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O Design não é só considerado a atividade do fazer, mas do pensar.
A necessidade do Pensar em Design, projetando isso para os usuários, que nada mais é que a nossa Sociedade, é saber primeiramente as necessidades das quais a sociedade tem como priori , sejam essas necessidades puramente materiais ou imateriais, tais como desde uma criação de landing page para a promoção de um novo livro em lançamento ou a necessidade de produzir xícaras que não sujem a mesa com gotas que escorrem das bordas. As possibilidades de problemas são inúmeras, desde a considerada mais simplória a mais complexa, como por exemplo: trazer soluções para pessoas menos privilegiadas a ter acesso à educação com algum tipo de transporte produzido por peças de baixo custo. Quando falamos de Contemporaneidade, ligamos intimamente à Tecnologia, e quando se fala sobre Tecnologia, fazemos outra vez uma conexão com a Evolução. O Design está inserido nessas (e outras milhares) lacunas: tecnologia e evolução. Quando afirmamos isso, devemos saber que o Design como uma ferramenta de projetar inúmeras possibilidades de produtos, serviços e afins é em si uma Tecnologia criada pelo o homem e para o homem. Nos munimos dessas nossas tecnologias projetuais para resolvermos os problemas encontrados em situações que necessitam de intervenções de Design. A reprodutibilidade com as novas tecnologias que vão sendo criadas dentro do Design são de extrema importância para o pensar Design, tanto de êxitos para seus projetos quanto para a expansão do Design quanto Ser. A evolução está ligada ao que o Design em sua essência: desenrolar as barreiras encontradas e conseguir da forma mais conivente solucionar esse problema. Evolução: lat. evolutĭo,ōnis 'ação de percorrer, de desenrolar', seguindo a ideia de sintetização da Etimologia da palavra Evolução, vemos que há no Design e em seu ato de projetar um modo de como desenrolar todo o projeto, quais métodos e materiais usar, percorrer por várias possibilidades até encontrarmos uma que seja cabível às condições propostas.
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mais o quê? Qual a importância de um usuário na construção de um projeto em Design? O usuário é nada mais que Tecnologia viva, pensante e volátil e que se faz necessário na realização dos projetos que serão posteriormente resolvidos pelos designers, assim estudando não só o problema do seu usuário, mas o usuário em si, as suas necessidades de curto e longo prazo. Avaliando etimologicamente o termo Tecnologia: gr. tekhnología, as 'id.', a partir do rad. gr. tekhno- (de tékhnē 'arte, artesanato, indústria, ciência') e do rad. gr.-logía (de lógos,ou 'linguagem, proposição'), temos elementos puramente humanísticos como Arte, Artesanato, Indústria e a Ciência, todos eles necessitados do homem como indivíduo para que isso aconteça e faça gerar resultados.
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mais o quê? Qual a importância de um usuário na construção de um projeto em Design?
Observando isso, temos a Linguagem e Proposição como palavras-chave de um pensamento: há a necessidade dentro dos campos de atuação do Design de saber a linguagem usada do usuário, e a assim termos uma proposição precisa a dar aos mesmos. Não podemos, nem devemos, olhar para um projeto com interesses a fins pessoais, e sim, com o olhar do usuário, e tendo como potencializador de um resultado mais satisfatório, levar o usuário a experiência de um pré-produto ou um pré-serviço para que se tenha um feedback em tempo real de um protótipo projetual. Devemos nós, designers e futuros designers, ter a consciência de que para a projeção de um produto ou serviço, devemos antes nos despir dos achismos e anular o pensamento de que o usuário é leigo em termos do pensar e fazer Design, mas sim tê-lo como um integrador do pensar e fazer Design, já que a ausência do mesmo não há problemas a serem solucionados.
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e é útil? Como o design pode ser útil às empresas se compreendermos as organizações enquanto extensões da estrutura social?
Com o crescimento das áreas do campo de atuação do Design e os serviços oferecidos de cada uma dessas é, de fato, algo que torna-se de grande valia para as empresas enquanto os problemas que permeiam a atmosfera empreendedora. O Design enquanto ferramenta transformadora social é impreterível nas instituições que existem e que virão a existir dentro da sociedade. Com o poder de comunicar e suas possibilidades, o Design materializa-se como uma extensão entre o que a instituição precisa para projetar a sua imagem para os seus usuários, como também intervir em questões internas da própria instituição para maior confortabilidade (espacial) ou viabilização de informações (informacional), sistematizando e organizando-as para maior fluidez para com seus usuários dentro das instituições, sempre humanizando as interações entre os indivíduos, desautomatizando suas ações.
“O que está fundamentalmente em questão aqui é a relação do homem-ferramenta. Trata-se de uma questão topológica ou, se quiser, arquitetônica. Enquanto se fabricava sem ferramentas, isso é, enquanto o Homo Faber apreendia a natureza com as mãos, a fim de apropriar-se das coisas e transformá-las, enquanto não se podia identificar a localização de fábricas, não havia um “topos” para elas. O homem pré-histórico, da Era da Pedra Lascada, não especificava lugares para fabricação, produzia em qualquer lugar. Quando entram em jogo as ferramentas, torna-se necessário delimitar espaços no mundo para a fabricação. (...) Esses espaços de fabricação são círculos em cujo centro se encontra o homem; em círculos excêntricos localizam-se suas ferramentas, que, por sua vez, estão rodeadas pela natureza. Verifica-se essa arquitetura fabril praticamente toda a história da humanidade.”
soal... s e p , tudo isso é
(O Mundo Codificado. FLUSSER, Vilém. Página 39.)
Segundo o autor Vilém Flusser, desde os nossos primórdios buscamos ferramentas para fabricarmos a nossa própria tecnologia como facilitador de ações no quotidiano; o Design como modo fabril de novas Tecnologias em seus respectivos problemas apresentados diante dos projetos difunde para as organizações a sua posição quanto a instrumento transformador, progressista em todo o seu processo de problematização, resolução e solução dos problemas. Numa releitura do dito acima do autor Vilém Flusser, quando o mesmo afirma que: “...enquanto o Homo Faber apreendia a natureza com as mãos, a fim de apropriar-se das coisas e transformá-las...”, aqui temos a corporificação em palavras do que o Design tem como plano de ação juntamente com as organizações: compreender a natureza da situação-problema existente, e com suas ferramentas - não delimitando-se a ferramentas físicas, mas validar a existência das ferramentas psíquicas e metalinguísticas como modo de fabricação, ou, pré-fabricação de objetos físicos e não-físicos - apropriar-se das mesmas, e a partir disso, redesignar toda a estrutura criada anteriormente pelas organizações, propondo novos horizontes e excluindo algumas verticalidades que existem em certos projetos.
hasta la vista!