Praça Cultural Campo Grande | Leopoldo Alberto Teixeira. M. Cruz

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Praça Cultural Campo Grande Leopoldo Alberto Teixeira Mendes Cruz Professor orientador: Esp. Artur Forte Katchborian Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário SENAC - Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO BRACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO São Paulo 2020



Agradecimentos Agradeço as inúmeras pessoas que passaram pela minha vida nestes últimos anos. Sem exceção, cada um contribuiu, mesmo que de forma singela, a me ensinar algo novo, através de todas as experiências e momentos que passamos e compartilhamos uns com os outros. Quero agradecer minha família e meus pais Maria Erandi e José Ivanilce, pelo amparo que me deram diariamente, pelos conselhos, paciência comigo, compreenderem minhas ausências e por sempre estarem me ensinando a ser forte, corajoso e perseverante. Agradeço todos meus amigos de longa data e os novos, em especial Raphael Lucas e Abel Jr, por me ensinarem a não ter medo de ser eu mesmo, e Bruno Felipe e Raquel Takeshita, por tornarem meus dias mais alegres mesmo em períodos conturbados. Também agradeço ao meu professor e orientador Artur Katchborian, que mesmo diante das situações criadas pela pandemia, não poupou esforços para nos compreender, tirar nossas dúvidas, ensinar e apoiar a realizar um TCC da melhor maneira possível. Além do mais, dedico este trabalho em memória de minha vó, Maria Teixeira, que apesar de ter falecido em 2019, lutou como uma guerreira contra o câncer. Agradeço todos do fundo do meu coração. Amo vocês!


Resumo/Abstract A proposta deste trabalho é de desenvolver um centro cultural e praça pública que ofereçam cultura, lazer e vitalidade para o distrito de Campo Grande e seus vizinhos. O local escolhido para sua implantação é um terreno pertencente ao Centro Comercial do Shopping Interlagos, local sem estímulos para o caminhar e permanência do pedestre, e distante de equipamentos de cultura e lazer públicos. Para chegar ao resultado foram estudados projetos, instituições e espaços públicos que promovem a imersão da cultura, vida urbana e possuam aspectos de transformação do entorno onde estão inseridos; e analisado os espaços “praças”, a fim de compreender suas qualidades para o vitalidade urbana e aplica-los. Portanto, o projeto conta com ambientes de serviços, interação, aprendizado, permanência, contemplação, lazer e fruição pública, tudo para florescer vida na região. Palavras-chave: Centro Cultural – Praça – Espaço Público – Vida Urbana


The purpose of this work is to develop a cultural center and public square that offer culture, leisure and vitality for the district of Campo Grande and its neighbors. The location chosen for its implantation is a piece of land belonging to the Shopping Interlagos Shopping Center, a place without incentives for pedestrians to walk and stay, and far from public cultural and leisure facilities. In order to reach the result were studied projects, institutions and public spaces that promote the immersion of culture, urban life and have aspects of transformation of the surroundings where they are inserted; and analyzed the spaces “public squares”, in order to understand their qualities for urban vitality and apply them. Therefore, the project has environments for services, interaction, learning, permanence, contemplation, leisure and public enjoyment, all to flourish life in the region. Keywords: Cultural Center – Public Square – Public Space – Urban Life



SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO P. 8

OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS JUSTIFICATIVA

FUNDAMENTAÇÃO P. 16 CENTRO CULTURAL PRAÇA BRASILEIRA

METODOLOGIA P. 22

SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC

REFERÊNCIAS PROJETUAIS P. 24 CENTRO CULTURAL UNIVATES CENTRO PAULA SOUZA FACULDADE GLASIR TÓRSHAVN

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ESTUDOS DE CASO P. 30 BIBLIOTECA SÃO PAULO SESC 24 DE MAIO

ANÁLISE DA ÁREA P. 50 DISTRITO TERRENO

PROJETO P. 66


INTRODUÇÃO

OBJETIVO GERAL Nos últimos anos estamos presenciando cada vez mais iniciativas públicas e/ou privadas de trazer ou recuperar a vida urbana em regiões centrais e periféricas em cidades ao redor do mundo. Estas iniciativas se resumem em projetos de edifícios ou urbanísticos, de grande escala, alterando todo o cotidiano de uma região da cidade, a escalas menores, onde o uso de uma via pelos pedestres é estimulado. O espaço público está diretamente ligado a vida urbana e agregado a isto está o espaço cultural, juntos possuem a capacidade de trazer vitalidade para qualquer lugar onde é inserido. Pensando nesse potencial transformador que ambos possuem, decidi implantar em São Paulo, no distrito de Campo Grande, um Centro Cultural que se relacione com o meio onde está inserido, acrescentando diversas atividades de lazer, educação e arte junto a uma Praça onde as pessoas possam se sentir bem-vindas, confortáveis e ativas. Este equipamento de caráter público e institucional irá difundir cultura para seus frequentadores, além de fortalecer a sociabilidade e o espírito comunitário. O local onde será implantando é onde localiza-se o centro comercial Shopping Interlagos, escolhida por conta de dois fatores e vertentes de pesquisa que auxiliarão no desenvolvimento do projeto: a primeira, como um lugar árido, com extensos estacionamentos descobertos, pouca arborização, extensas calçadas com muros e gradis, evidenciando a inexistência de fachadas ativas e insegurança durante a noite, principalmente aos pedestres. A segunda é a inexistência de equipamentos culturais de caráter público e espaços públicos de qualidade e permanência nas proximidades. Portanto o Centro Cultural e Praça será a solução para trazer mais vida ao local, incentivando o uso das ruas pelos pedestres, trazendo lazer e cultura para a região e a cidade, através de suas atividades e relação com o espaço.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS •Proporcionar fruição a quadra e ao edifício, facilitando o acesso e locomoção dos usuários para outras vias; •Abrir a praça para as ruas afim de torná-las mais seguras e visíveis; •Criação de espaços de contemplação, aprendizado, serviço, permanência e lazer; •Possibilitar a interação e atividades em grupo; •Difundir cultura ao local; •Oferecer espaços que comportem atividade de lazer para todas as idades e pessoas de rendas diferentes; •Promover a qualidade ambiental do espaço, preservando o campo remanescente da mata atlântica existente, com o envolvimento da comunidade local; •Criar e reativar a paisagem urbana.

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JUSTIFICATIVA Como morador no Distrito do Campo Grande, próximo ao centro comercial do Shopping Interlagos, nunca pude deixar de notar os amplos vazios, as enormes quadras e terrenos desocupados ao longo das vias que uso para me deslocar para qualquer local cidade. Esses terrenos pertencem a incorporadora Savoy a mais de 40 anos (apesar de brigas judiciais) e sempre fizeram com que os moradores se questionassem o que poderia ser ali, sendo que há interesse em construir moradias populares, condomínios e reserva-los para futuras ampliações do centro comercial, segundo a Savoy (Estadão, 2015). Composto por 4 edifícios: o Shopping Interlagos com Hipermercado Carrefour, Shopping Interlar com uma Cobasi, Leroy Merlin e o atacadista Makro, o centro comercial recebe cerca de 3.500.000 visitantes mensalmente. Todos servidos de estacionamentos que chegam a ocupar quase metade de seus lotes e que se separam das calçadas por meio de gradis e em alguns pontos muros, assim como os terrenos da Savoy. Além destes edifícios, há o Hospital Geral de Pedreira, Hotel Ibis, a favela Morro da Macumba e alguns condomínios fechados, evidenciando a complexidade da região.

Este centro é popular entre a população da Zona Sul de São Paulo e alguns municípios do ABC Paulista, sendo que o Shopping Interlagos foi o 8º Shopping mais visitado da capital em 2018 (Estadão, 2019), devido a sua facilidade no acesso de consumidores através de veículos pela Marginal Pinheiros, Avenidas Interlagos, Washington Luiz, Jornalista Roberto Marinho e João de Luca, além de suas 4000 vagas gratuitas. Por outro lado, as vias próximas não possuem estímulos para o pedestre, os moradores da região e visitantes que chegam de transporte público, por não terem alternativas, caminham distâncias consideráveis para ter acesso aos equipamentos urbanos, através de longas calçadas sem fachadas ativas, com pouca arborização e dividindo espaço com carros e caminhões de abastecimento do comércio. Esse grande número de veículos transitando junto a um fluxo médio de pedestres tornam estas vias apenas locais de passagem para aqueles que realmente precisam atravessá-las, e mortas, principalmente durante a noite, quando chegam a ficar vazias, deixando-as inseguras para qualquer pedestre.

Fig. 1 - Complexo Comercial do Shopping Interlagos

Fig. 2 - Estacionamento do Shopping Interlagos

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Também não deixei de perceber a escassez de equipamentos culturais públicos e espaços públicos de qualidade nas proximidades. Com 96.756 habitantes (Seade, 2020) o distrito possui uma única biblioteca pertencente ao Centro Universitário Senac, um espaço cultural Casa de Cultura Municipal Hip-Hop Sul, pouco conhecidos pelos moradores, e salas de cinema dos Shoppings Interlagos e SP Market. Outros equipamentos mais próximos são encontrados em outros distritos como: o CEU Alvarenga a 4 Km do centro comercial, Teatro Humboldt também a 4 Km e os SESCs Santo Amaro e Interlagos, ambos a 5 Km. Nos distritos vizinhos a leste, Pedreira e Cidade Ademar, que juntos possuem 400.000 habitantes (Seade, 2020) tem apenas o CEU Alvarenga e o Parque Sete Campos como opções de cultura e lazer público. Em relação aos espaços públicos da região, além das vias já mencionadas, existem aqueles considerados de permanência como praças por exemplo, porém das que existem em todo o distrito, elas são os espaços que sobraram dos loteamentos, sendo a ponta de uma quadra ou a rotatória do sistema viário, elas se encontram em situações diversas, algumas são bem cuidadas com mobiliário urbano enquanto outras a vegetação toma de conta. A praça mais próxima e talvez uma das mais bem equipadas é a Praça Capitão Antônio Del Zotto, com 2500 m2, entretanto raramente vejo alguém a utilizando. Além das praças, a 2 Km do centro comercial, em Jabaquara, existe o Parque Nabuco com 30.000 m2, mas moradores próximos reclamam com frequência do playground quebrado, falta de manutenção e abandono (G1, 2019). Fig. 3 - R. São Canuto, a direita um dos terrenos vazios da Savoy e vista com Leroy Merlin de fundo Fig. 4 - R. São Canuto, muros do Makro e Hospital Geral de Pedreira ao fundo Fig. 5 - R. do Shopping Interlagos, a esquerda muro do Makro, a direita muro do Shopping Interlagos e ao fundo favela Morro da Macumba

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LOCALIZAÇÃO EDIFÍCIOS CULTURAIS

Mapa. 1 - Localização dos equipamentos de cultura público em raio de 5 Km

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LOCALIZAÇÃO PARQUES

Mapa. 2 - Localização dos parques em raio de 5 Km

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Numa visão mais ampla, a cidade de São Paulo tem uma grande diversidade de opções de espaços culturais para população usufruir, graças ao surgimento cada vez maior de edifícios deste caráter em regiões centrais e periféricas, porém em alguns pontos da cidade ainda carecem destes equipamentos devido a distância até o mais próximo. Além do mais, São Paulo apresenta uma considerável porcentagem de espaços coletivos direcionada ao meio de transporte privado ou que são áreas de resíduos não qualificados. Apresentando uma grande falta de locais públicos de qualidade voltada para as pessoas, tendo como exemplo muitos bairros que possuem poucos espaços urbanos convidativos para a mobilidade ativa, queda da vida nos espaços livres de edificações e uma alta dependência do transporte motorizado. Portanto, a ideia de implantar um Centro Cultural e Praça próximo ao centro comercial vem com o objetivo de solucionar os problemas citados, florescendo a vida urbana da região e aumentando a oferta de espaço de cultura e lazer, por meio do desenho do edifício e do espaço público onde ambos sejam um palco para a vida pública, difusores de cultura, potencializadores da sociabilidade e espírito comunitário e tornem a vida cotidiana mais interessante e saudável. Serão capazes de promover atividades e ações múltiplas com diversas atividades e relação com o espaço, agregados acessibilidade e conforto, para que as pessoas se sintam bem vindas e desejem permanecer.

Fig. 23 - R. do Shopping Interlagos, a esquerda terreno por onde passa um córrego e a direita entrada doca Shopping Interlagos Fig. 24 - R. Odete Tobias Marino, a esquerda Shopping Interlar e a direita Shopping Interlagos Fig. 25 - R. Odete Tobias Marino, a esquerda terreno por onde passa um córrego e a direita estacionamento do Shopping Interlagos

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Fig. 26 - Estacionamento do atacadista Makro


FUNDAMENTAÇÃO

Fig. 27 e 28 - Centro Cultural Georges Pompidou

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CENTRO CULTURAL Também chamados de espaços culturais, os centros culturais são edifícios institucionais, destinados primordialmente à difusão de cultura. Podem ou não possuir acervo e equipamentos permanentes, e oferecem um conjunto de atividades pluriculturais para seus frequentadores, de modo ininterrupto, organizado e intenso, comportando até mesmo apresentações de artistas. Geralmente mantidos pelos poderes públicos e/ou privados, vem sendo muito utilizados em planos urbanísticos devido ao seu potencial de participar da vida no meio inserido, de levar mais cultura e lazer em pontos estratégicos das cidades e por terem um forte estímulo à sociabilidade e ao espírito comunitário, do qual, em alguns casos, o foco central acaba sendo o restaurante e/ou café. Para Teixeira Coelho, especialista em Política Cultural, no imaginário urbano contemporâneo, o que importa em um centro cultural, acima de tudo, é o estar junto, muito mais e muito acima de uma preocupação ou desejo de cultura no sentido tradicional. Há indícios de que os primeiros centros culturais surgiram na Antiguidade Clássica, mais especificamente com a Biblioteca de Alexandria, no Egito, era um local de estudos para algumas classes da sociedade onde abrigava documentos históricos. Já no século XIX, apareceram os primeiros centros culturais na Inglaterra. Eram chamados de “Centros de Arte” ou “Espaços Culturais”, porém foi na segunda metade do século XX que esses espaços começaram a ter uma base cultural na Europa. Na década de 70 foi inaugurado o Centro Cultural Georges Pompidou em Paris, um divisor de águas. Segundo a historiadora Otília Arantes, a cultura havia deixado de ser um direito conquistado pelos trabalhadores no processo da Revolução Industrial para se tornar uma peça da máquina que rege o capitalismo. Graças a este edifício, os centros culturais passam a ser centros de convivência e, acima de tudo,

onde as pessoas possam encontrar bens de consumo e serviços que as propiciem a ficar o maior tempo possível nesses lugares, desenvolvendo um número cada vez mais diversificado de atividades. No Brasil, foi a partir da década de 80 que trouxemos à vida estes centros, com a inauguração do Centro Cultural Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo e sua praça. Hoje em São Paulo há um número significativo de espaços culturais, em diferentes escalas e em vários pontos da cidade, públicos e/ou privados, tornando-se um excesso de oferta, dificultando a escolha das melhores opções, oferecendo uma quantidade e diversidade de propostas e ações que evidenciam um dinamismo e enriquecimento da sociedade paulistana. Eles normalmente apresentam boas exposições, promovem ações como: cursos, oficinas, sessões de cinema, teatro, apresentações de música e dança, além de serem responsáveis por promover catálogos, revistas e publicações onde documentam o universo artístico e cultural paulistano. Fig. 29 - Centro Cultural São Paulo

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PRAÇA BRASILEIRA

Fig. 30 - Terreiro de São Francisco. Salvador, Bahia Fig. 31 - Pátio de São Pedro. Recife, Pernambuco

Há inúmeras definições para o termo praça, porém entre os vários autores que estudam o assunto, todos concordam em conceituá-la como um espaço público e urbano, que apesar de seu papel ter se alterado ao longo da evolução das cidades, seu caráter social que sempre a distinguiu, permanece como sua mais valiosa qualidade. A morfologia desses espaços já estava inserida no contexto europeu de cidades medievais e renascentistas, mas que muito difere da realidade urbana brasileira atual. As Piazze e Plazas da Europa, aqui são chamados de largos e pátios, e o termo praça, por ser um termo muito abrangente atualmente, está frequentemente relacionado a espaços ajardinados, sendo qualquer espaço verde público, seja arborizado ou simplesmente gramado, canteiro central de avenida ou espaço livre entre edifícios é denominado praça. Entretanto, para Fabio Robba e Silvio Macedo, elas são espaços livres de edificações, públicos e urbanos, destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos, livres de veículos e acima de tudo um elemento urbano. Contudo, para entender o significado urbano da praça brasileira contemporânea, é preciso analisar a partir de sua origem, começando pelas primeiras vilas e povoados coloniais. Fundadas sempre a partir da doação de uma área para um determinado santo e consequentemente construção de uma capela, o núcleo da povoação se formava ao redor dos adros das igrejas, espaço deixado em frente aos templos, que foram justamente o local de formação da praça. Em sua volta, foram construídos o casario e as edificações que compunham a vila, responsáveis por abrigar a população que se reuniria na praça para exercício de sem-número de atividades diferentes no mesmo logradouro, englobando atividades sacras, profanas, civis e militares, como: mercado, portal da cidade, centro da cidade, adros e praças agrupadas.

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No século XIX países europeus fizeram reformas de modernização, salubridade e embelezamento de suas cidades, influenciando culturalmente o Brasil que buscava conectar-se com a nova ordem social, econômica e produtiva global. Grandes reformas foram feitas para transformar a cidade colonial em uma cidade republicana, aparecendo jardins projetados, parques urbanos, grandes avenidas, boulevards arborizados e a praça ajardinada. Com projetos que se assemelham às praças de Paris, a praça tornou-se um belo cenário ajardinado destinado às atividades de recreação e voltado para o lazer contemplativo, convivência e passeio, deixando de ser o palco da vida mundana, religiosa, civil e militar da cidade. É neste momento que elas passam a ser objeto de projetos de paisagismo. Na primeira metade do século XX, nossas cidades haviam se tornado arrojadas, produtivas, populosas, velozes e motorizadas não comportando os padrões urbanísticos ecléticos. O espaço urbano passou a ser planejado funcionalmente, buscando suprir as necessidades da população relativas à habitação, trabalho, lazer e circulação, o lazer em especial, estabelecido como de suma importância para a população da época, que olharam o espaço livre público como uma opção propensa para se obter isso. No mesmo período arquitetos romperam com as escolas tradicionais e o academicismo do projeto de espaços livres, criando uma forma de construção do espaço público, libertada da rigidez formal da praça ajardinada. Nasce então a praça moderna, que em seu programa, mantem o lazer contemplativo, mas acrescenta, o lazer ativo, com atividades esportivas e de recreação infantil. As cidades passaram por um constante processo de urbanização e verticalização que se sucedeu nos anos seguintes. Inchadas e populosas, os espaços de lazer livre conflitavam com a circulação de veículos e concorriam com outras atividades de lazer (shoppings centers, parques de diversão, estádios de futebol e meios de comunicação). O verde, a

Fig. 32 - Praça XV de Novembro, 1905. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Fig. 33 - Praça da Liberdade, 1920. Belo Horizonte, Minas Gerais

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necessidade de preservação dos patrimônios ambientais remanescente e os graves problemas das áreas metropolitanas, fez a população valorizar cada vez mais esses espaços livres ajardinados, em questões ambientais, funcionais, estéticas e simbólicas. Graças ao governo e iniciativas privadas foram multiplicados por todos os bairros projetos de praças, grandes pisos e esplanadas. Já os projetistas, revisaram alguns conceitos relativos ao programa de atividades dos espaços livres públicos urbanos, ao mesmo tempo que buscaram novas linguagens formais de projeto, consequentemente adquirindo mais liberdade para criação, saindo aos poucos das aleias, alamedas e caminhos para o passeio das damas e cavalheiros e entrando na estruturação formal e funcional do espaço. As praças passaram a ser idealizadas para permanência e não apenas para o caminhar dos transeuntes, consequentemente o comércio e serviços voltaram por exemplo, surgindo projetos que utilizaram este recurso como meio de atrair usuários, propondo mercados, lanchonetes, lojas e instituições públicas na praça. Ainda que os programas adotados nessas praças não tragam nenhuma forma de uso inovadora, eles apresentam abordagens distintas e mostram rompimento com dogmas e regras. De tal modo, desenvolvem-se diferentes formas de programas, combinando as várias funções dos espaços, sem restringir-se a regras absolutas ou predeterminações. Este processo de mudança do tipo de uso (agora de lazer contemplativo, ativo, circulação de pedestres e atividades comerciais), aliado a multiplicidade do programa, caracterizam a corrente projetual da praça brasileira contemporânea. Seus desenhos transitam livremente entre traçados geométricos, gráficos, rígidos e as mais irreverentes formas pós-modernas, passando também por propostas que valorizam cenicamente o projeto. Para Fabio Robba e Silvio Macedo, liberdade e irreverência são as palavras que resumem essa linha de projeto. Ali-

Fig. 34 - Ministério da Educação e Saúde. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Fig. 35 - Praça da Sé. São Paulo, São Paulo

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Fig. 36 - Itaú Conceição. São Paulo, São Paulo Fig. 37 - Praça Belmar Fidalgo. Campo Grande, Mato Grosso do Sul

mentados por realidades projetuais diversas e pluralidades de países ao redor do mundo, revelam-se desenhos arrojados, geométricos, cênicos, coloridos, gráficos, orgânicos, evocativos e que celebram formas do passado ou antigos ícones, agora permitidos e propostos, além de serem implantados elementos e equipamentos dos mais diversos tipos e formas. De modo geral, os projetos da praça contemporânea brasileira não podem ser classificados de maneira definitiva, porque, ao final do século XX, ainda estavam se conformando novas posturas e modos de projetar que iriam complementar essa forma de construção urbana. Entretanto, a liberdade e variação de formas e linguagens são suas principais características e, paradoxalmente, constituem seu mais forte elemento de coesão. Formalmente, a pluralidade do fim do século é expressa em projetos que transitam entre os mais rígidos e formais traçados e a leveza de desenhos simples, passando por diversas soluções que exploram possibilidades de desenhos, dos elementos construídos e da vegetação. A liberdade obtida a partir da revisão de conceitos modernistas e a recuperação e releitura de ícones do passado permitem a inclusão de partidos e linguagens informais e cenográficas.

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METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa deste trabalho tem como propósito definir os instrumentos principais para a elaboração do projeto, os tipos de pesquisa aplicadas e como serão concretizadas. Portanto, será abordado um tipo de instituição apropriada a escala do projeto proposto, que promove a imersão da cultura para a população e suas edificações culturais: o Serviço Social do Comércio – SESC; e encerrar o capítulo com a análise do entorno onde o projeto será implantado. Será realizado levantamento de imagens da situação atual do local escolhido, desenvolvimento de mapas para melhor compreensão do entorno, visita técnica no local, reconhecimento de elementos que se destacam no entorno, pesquisa de referências projetuais, pesquisa de estudo de casos, levantamento bibliográfico, representação projetual e desenvolvimento de projeto. Tudo com o intuito de analisar e coletar dados, auxiliar na criação de um programa arquitetônico e partido plástico, compreender e aplicar os parâmetros das instituições estudadas e por fim compreender o entorno em sua totalidade, identificando problemas e potencialidades, para que o projeto seja o mais adequado possível no meio inserido.

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SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC Fig. 38 - Sesc Pompéia

Considerado como um grande fenômeno no Estado de São Paulo, o Serviço Social do Comércio – Sesc, é uma rede institucional, nacional e privada, criada em 1946 pelo empresariado do comércio de serviços, turismo e bens. Seus espaços culturais e desportivos espalhados pelo estado obtiveram sucesso por apresentar um programa centrado em inovação e transformação social e ser voltado para distintos públicos de diversas faixa etárias e estratos sociais. Suas unidades oferecem múltiplas atividades, sendo elas: turismo social, programas de saúde e educação ambiental, programas especiais para crianças e terceira idade, exposições de arte, cinema, teatro, dança, música e literatura. Um modelo que contempla uma infraestrutura voltada para o lazer, cultura, conhecimento, saúde, bem-estar social e qualidade de vida para o meio onde é inserido. Além destas atividades e afim de aumentar suas programações por meio da mídia, as unidades contam também com o SescTv, Portal SescSP, Selo Sesc, Selo Sesc, Edições Sesc e publicação de revistas. Com mais de 30 unidades espalhadas pelo estado (17 localizadas na capital e Grande São Paulo), quatro se destacam por seus projetos arquitetônicos: a unidade 24 de Maio, projetado por Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos; a unidade Pompeia, projetado pela Lina Bo Bardi; a unidade Bom Retiro, projetada por Leon Diksztejn; e a unidade Santo Amaro, projetada por Edson Elito. As transformações que estes edifícios vêm causado nas cidades são tão positivas que grande parte da população paulista os conhece e/ou frequenta. Eles se tornaram pontos turísticos, locais para levar a família durante um feriado, assistir ao show de seu artista favorito, fazer um curso ou até mesmo para comer em seus famosos restaurantes, atuando diretamente no estímulo da autonomia pessoal, valorizando todo tipo de público, incentivando os modos de sentir, pensar e agir. Tudo dentro de seus espaços propostos para a troca de experiencias e convívio. 23


CENTRO CULTURAL UNIVATES

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

TARTAN ARQUITETURA E URBANISMO

Pertencente ao Centro Universitário Univates, Lajeado, Rio Grande do Sul, o edifício se destaca devido aos seus elementos principais: a biblioteca e o teatro. Houve a preocupação em criar dois eixos, um de passagem e outro de permanência da comunidade (foco da instituição), que cruzados cria-se uma praça, espaço de contemplação e circulação, onde se concentra os principais prédios da instituição. É um espaço generoso, repleto de trajetos por onde é possível atravessar de forma natural e cotidiana, aproximando os setores do campus. No exterior é possível ver a caixa revestida de chapas metálicas que abriga o acervo e é vazada em baixo pelo caminho que a perfura transversalmente, dando a sensação de flutuar e proteger, sendo instigante do lado fora e acolhedor por dentro. Graças ao entorno, o usuário é guiado até a sua entrada e ao acervo elevado, que libera a praça para a circulação, o projeto abriga os usuários e convida-os a entrar e ficar.

ARQUITETURA

TARTAN ARQUITETURA E URBANISMO

LOCALIZAÇÃO

LAJEADO - RS, BRASIL

ÁREA CONSTRUÍDA

9.500 M2

ANO DO PROJETO

2014

TIPOLOGIA

INSTITUCIONAL

MATERIAL PREDOMINANTE

CONCRETO, ALUMÍNIO E VIDRO 24

Fig. 39 - Eixos principais e praça no cruzamento Centro Cultural Univates


Fig. 40 a 45 - Centro Cultural Univates

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ARQUITETURA

SPADONI AA + PEDRO TADDEI ARQUITETOS ASSOCIADOS

LOCALIZAÇÃO

SÃO PAULO - SP, BRASIL

ÁREA CONSTRUÍDA

29.500 M2

ANO DO PROJETO

2013

TIPOLOGIA

INSTITUCIONAL

MATERIAL PREDOMINANTE

CONCRETO, ALUMÍNIO E VIDRO

CENTRO PAULA SOUZA

SPADONI AA + PEDRO TADDEI ARQUITETOS ASSOCIADOS Localizado no Bairro da Luz, vizinho ao centro histórico de São Paulo, o Governo do Estado comprou um lote de 7000m2 para a execução do projeto, a fim de reverter o estigma de decadência urbana dos últimos anos. Apesar de estar inserido numa região predominantemente de pequenos lotes, o edifício tornou-se único na malha urbana da área central, já que foi trabalhado em uma quadra inteira. Levando em conta a recuperação do espaço público da cidade, provendo recreação e lazer, foi pensado em gerar um chão público através de um vazio no miolo da quadra que funciona como uma praça aberta para a rua e que articula os edifícios. Com o térreo elevado através de pilotis todos os volumes estão flutuando. O edifício sede possui um corpo laminar de 77,5m de comprimento onde concentra as atividades administrativas em cinco pavimentos e um museu da área no embasamento, criando uma relação com rua. Os outros edifícios, ligados à escola, tem um programa mais diverso, articulado em vários níveis sobre a praça. Sua estrutura é em concreto armado aparente com um sistema básico composto por lajes em grelha. Além disso há alguns elementos em estrutura metálica nas coberturas, passarela e mezanino do museu.

Fig. 46 - Diagrama fruição e vazio central Centro Paula Souza

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Fig. 47 a 52 - Centro Paula Souza

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ARQUITETURA

BIG

LOCALIZAÇÃO

TÓRSHAVN – ILHAS FEROÉ

ÁREA CONSTRUÍDA

19.200 M2

ANO DO PROJETO

2018

TIPOLOGIA

INSTITUCIONAL

MATERIAL PREDOMINANTE

CONCRETO, AÇO E VIDRO

FACULDADE GLASIR TÓRSHAVN BIG

Implantado em meio a uma paisagem sinuosa a faculdade está localizada em um local proeminente ao centro da capital das Ilhas Faroé, Tórshavn. O projeto foi idealizado para abrigar e reunir as principais instituições de ensino do país, incluindo uma escola de ensino médio e duas faculdades, por meio de uma estrutura integrada, onde simultaneamente a autonomia e a identidade de cada instituição é mantida. Com estas questões tiveram a preocupação de projetar um ambiente colaborativo e inspirador para o aprendizado e desenvolvimento dos estudantes. Tendo como partido um edifício que brota do chão, ele possui uma sobreposição de programas organizados ao redor de um pátio central de 32 m de diâmetro, sendo um pavimento para cada uma das três instituições, um para a praça de alimentação e outro para o centro esportivo. Os 5 pavimentos configuram e definem a praça central como uma espiral, a partir do qual cada nível institucional se desdobra para fora, relacionando sua estrutura com a paisagem externa. Logo acima da praça central e de multi-uso há aberturas zenitais que preenchem o interior com luz natural e protege seus espaços, já que é neste ambiente central que acontece os encontros e integração de toda a comunidade local. Suas fachadas foram pensadas em fundirem-se com a paisagem através da modulação de vidro e alumínio que reflete o exterior, além de permitir diferentes pontos de vistas a partir do interior. Já sua estrutura possui uma paleta de materiais inspiradas nas características naturais do entorno: pedra, concreto aparente e madeira de diferentes cores.

Fig. 53 - Diagrama entrada primeiro nível Faculdade Glasir Tórshavn

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Fig. 54 a 59 - Faculdade Glasir Tรณrshavn

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ESTUDOS DE CASO

Em tese, os centros de cultura e praças são alguns dos elementos urbanos responsáveis por abrigar interação e lazer da população. Com frequência é possível ver os dois cada vez mais unificados em projetos inaugurados nos últimos anos nacionalmente e internacionalmente, já que são definidos pela reunião das pessoas e suas culturas, dão a possibilidade de discuti-las, realiza-las e cria-las e possuem a capacidade de proporcionar diversidade cultural e de atividades à cidade. Os estudos de caso que serão apresentados neste capítulo foram de grande importância para elaborar o projeto. Foram buscados edifícios culturais que tivessem a preocupação de designar aspectos arquitetônicos adequados para serem empregados neste trabalho: •Transformador de seu entorno, trazendo vitalidade ao meio inserido; •Relação com espaço público (praça ou parque); •Distribuição do programa, sem rigidez espacial e usos diversos. Os dois edifícios escolhidos são premiados e reconhecidos pelos seus valores arquitetônicos. São eles: Biblioteca São Paulo - implantado no antigo complexo penitenciário do Carandiru, finalista entre as 4 melhores bibliotecas do mundo, pelo Prêmio Excelência Internacional 2018, organizado pela Feira do Livro de Londres; primeiro lugar com o Prêmio APCA 2011 de Arquitetura na categoria Obra de arquitetura em São Paulo; Top 100 projetos – Archdaily 2020. Além do edifício, o Parque da Juventude foi finalista pelo Prêmio Latino-Americano de Arquitetura Rogelio Salmona: espaços abertos / espaços coletivos, 2013. E o Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo, premiado como: vencedor do prêmio especial XI Bienal Ibero-americana de Arquitetura e Urbanismo 2019; primeiro lugar no Prêmio ArchDaily Building of the Year 2019 na categoria “Arquitetura Pública”; finalista na Mies Crown Hall America Prize 2018 na categogia “obras marcantes” e selecionado para o 5º Premio Akzonobel do Instituto Tomie Ohtake Akzo 2018. 30


BIBLIOTECA SÃO PAULO AFLALO/GASPERINI ARQUITETOS

ARQUITETURA

CONTEXTO

AFLALO/GASPERINI ARQUITETOS

Após seu passado trágico marcado pelo massacre de mais de 100 presos em 1992, no antigo Complexo Penitenciário do Carandiru, o Governo do Estado de São Paulo decidiu promover um concurso público para concepção arquitetônica e planejamento de um novo parque, chamado de Parque da Juventude. Entre os concorrentes, o projeto concebido pela arquiteta paisagista Rosa Kliass conjuntamente ao escritório Aflalo & Gasperini, foi vencedor. A proposta deu lugar a uma nova página na história local, transformando o complexo em um espaço público para a comunidade com a criação de um grande parque, edifícios institucionais e equipamentos de lazer. Com o fechamento do presídio em 2002 e transferência dos presos a outros complexos pelo estado, parte dos antigos edifícios foram explodidos. O projeto já estava finalizado, sendo assim a obra foi dividida em três etapas. A primeira etapa da obra foi responsável por construir um espaço dedicado à área esportiva, com quadras poliesportivas e pistas de skate; e uma paisagem nova, sendo o paisagismo o principal contribuinte à nova espacialidade. A vegetação foi pensada em planos de teto e pisos, fazendo com que as árvores laterais e suas coberturas formassem espaços sombreados, houve movimentação de terra para criar leves topografias na área gramada e criação de aberturas destinadas às áreas caminháveis. Já na segunda etapa, a área central foi o foco. Pensada como espaço de contemplação, sem a presença de equipamentos públicos próximos, dispondo apenas de bancos ao longo do percurso. Projetada para funcionar como um oásis, vislumbrando áreas verdes tratadas e desenho paisagístico respeitando espécies existentes. Trilhas foram adicionadas e paus-ferro foram plantados na extensão da alameda e além disso, um pequeno morro de terra foi criado, quebrando a mono-

LOCALIZAÇÃO

SÃO PAULO – SP, BRASIL

ÁREA DO TERRENO

240.000 M2

ÁREA CONSTRUÍDA

4.527 M2

ANO DO PROJETO

2009

TIPOLOGIA

INSTITUCIONAL

MATERIAL PREDOMINANTE

CONCRETO, MADEIRA, PLÁSTICO E VIDRO

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Fig. 60 a 62 - Biblioteca São Paulo

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tonia visual do terreno planificado e recobrindo os resquícios de entulho da demolição. Por último, foi inaugurado a área institucional, composta por dois edifícios não demolidos, remodelados e transformados em ETECs, e a Biblioteca São Paulo, todos ligados através de uma praça. Nasce então uma unanimidade entre a área institucional e o parque, pela disposição vegetal e programática, conferindo áreas verdadeiramente utilizadas pelo público. Em especial, a biblioteca foi um fator chave na revitalização de todo o bairro, porque ela junto ao parque criaram um equilíbrio que traz pessoas de toda cidade, pois aqueles que vão com o objetivo de visitar o parque acabam consequentemente visitando a biblioteca e vice-versa, já que ambos além de lazer possuem espaços de educação e cultura livre para todos.

PROJETO Inspirada na Biblioteca Pública de Santiago, Chile, os arquitetos queriam trazer um novo conceito de biblioteca para o país, servindo de referência para todos os estados e cidades, portanto houve a preocupação de seus ambientes serem descontraídos, semelhante a uma livraria, atraindo o público não leitor. O prédio foi projetado para ter um térreo aberto e com vistas para todas as direções, através de fachadas de vidro e o primeiro pavimento mais reservado, coberto por placas de concreto, protegendo os acervos da luz natural. Ele está apoiado sob 20 pilares e 10 vigas, espaçadas a cada 10 m, possui uma ampla área com iluminação zenital, garantindo grande flexibilidade de layout interno, que associado ao mobiliário de tons diversos e serigrafias lúdicas nos vidros geram mais intimidade para o visitante. A 200 m da Estação Carandiru, sua entrada está voltada para a praça que conecta todos os edifícios institucionais e está recuada em

Fig. 63 - Parque da Juventude Fig. 64 - Implantação Parque da Juventude e Edifícios Institucionais

33


1 - Ambientes de Leitura 2 - Sanitários 3 - Recepção/Atendimento 4 - Auditório 5 - Setor privado/Funcionários 6 - Café/Terraço 5 6 2

4 1

3

PLANTA TÉRREO

Fig. 65 - Planta térreo Biblioteca São Paulo

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1 - Ambientes de Leitura 2 - Sanitários 3 - Setor técnico/Administrativo 4 - Terraço 3

2

3 4

3

1

PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR

4

Fig. 66 - Planta pavimento superior Biblioteca São Paulo

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CORTE TRANSVERSAL

Fig. 67 - Corte Transversal Biblioteca São Paulo

CORTE LONGITUDINAL

Fig. 68 - Corte Longitudinal Biblioteca São Paulo

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relação ao pavimento superior, criando um caminho de contemplação até ela, além de cobri-la do sol e chuva. Entrando encontra-se a recepção logo a frente, um auditório para 90 pessoas a direita e um acervo amplo com módulos de leitura para crianças e adolescentes a esquerda. Ainda olhando da entrada, após a recepção, a frente, encontra-se um apêndice do edifício, que funciona como um bloco de infraestrutura/ administração, onde estão localizados os sanitários, o setor privado/ de funcionários e o café para quem estiver no terraço térreo. Neste terraço, também abriga uma área de estar e espaços para performances. Para acessar o pavimento superior é possível utilizar as escadas localizadas na ponta oeste do edifício e no centro, no leste da abertura do mezanino. Para pessoas com necessidades especiais e circulação vertical de arquivos/acervo, há um elevador ao lado do bloco de infraestrutura/administração. Indo ao pavimento superior há mais um acervo, diversos espaços de leitura e áreas multimídia. Os terraços do mesmo pavimento estão voltados para as fachadas leste e oeste, de maior insolação e foram cobertos por pérgolas de madeira e policarbonato, garantindo um espaço agradável para performances e área de estar. No apêndice deste pavimento encontra-se mais banheiros e a área administrativa. A cobertura foi pensada em ter 4 aberturas do tipo shed de 10 m cada, para iluminar todo o acervo e espaços internos de leitura, porém elas também contam com brises, organizadas em formato ondular que auxiliam na irradiação de luz natural para mais direções, funcionam como forro em alguns pontos e ajudam na acústica da biblioteca. Toda a estrutura do edifício é de concreto aparente, com exceção de duas fachadas no primeiro pavimento, que são compostas de duas placas grandes de concreto pré-moldadas com acabamento texturizado de tom marrom, para dar mais aconchego visual para quem vê a biblioteca por fora em meio ao parque e para quem vê dos terraços do

prédio. Nelas há aberturas em alguns pontos com janelas para entrada de luz e o leitor ter uma bela vista do entorno. O terraço térreo foi coberto por uma estrutura tensionada de 5 grandes tecidos parecido com plástico, costurados um no outro, com pontos fixados a cada 10 m e do piso térreo a laje da cobertura, com o intuito de ser um local semi-interno e diminuir a incidência solar, transformando este ambiente o mais agradável possível para relaxar, comer, assistir a um pequeno show ou ler.

Fig. 69 - Croqui desenhado pelos arquitetos

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Fig. 70 a 73 - Biblioteca São Paulo

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Fig. 74 - Biblioteca São Paulo


SESC 24 DE MAIO

PAULO MENDES DA ROCHA + MMBB ARQUITETOS

ARQUITETURA

CONTEXTO

PAULO MENDES DA ROCHA + MMBB ARQUITETOS

Nos últimos anos estamos presenciando cada vez mais, os locais do centro de São Paulo que foram abandonados no século passado sendo ocupados por atividades culturais e socioeducativas, tornando-se espaços das formas mais variadas e que ao mesmo tempo dialogam com a cidade. Entretanto, a área abrangida entre a Praça da República e o Teatro Municipal, ainda não havia recebido um estímulo de renovação, apesar da região ser alvo de diversos coletivos culturais para atrair a população e o movimento de retomada do centro ter ganhado força. O local, conhecido como centro novo, aos poucos retoma o vigor que possuía entre as décadas de 20 e 60, quando era conhecido como um polo cultural. Hoje passam cerca de 700 mil pessoas diariamente, por ser um lugar verticalizado, formador da cultura metropolitana e devido a atuação do setor terciário, além da presença de imigrantes e migrantes. A região já abrigou inúmeros cinemas, cineteatros, emissoras de rádio e programas musicais de auditório, importantes livrarias e ateliês, a maioria, instalados nas galerias comerciais dos edifícios construídos na metade do século XX. Embora reduto de intelectuais e artistas, a região iniciou seu declínio na década de 60, com a migração de parte do setor terciário para shoppings e outros espaços de entretenimento, deixando os vestígios dessa mudança e abandono pelo centro. Esse declínio provocou o fechamento de diversos espaços culturais e o empobrecimento da região, junto ao esvaziamento durante a noite, apesar da contrapartida com as ruas movimentada pelo comércio e serviços durante o dia e a permanecia dos ambientes de sociabilidade que sobreviveram e foram incorporados pelas galerias. Deste modo, o projeto busca atender a demanda existente, somando-se a cultura e vitalidade urbana característica do centro.

LOCALIZAÇÃO SÃO PAULO – SP, BRASIL

ÁREA CONSTRUÍDA 27.865 M2

ANO DO PROJETO

2017

TIPOLOGIA INSTITUCIONAL

MATERIAL PREDOMINANTE

CONCRETO, METAL E VIDRO

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Inaugurado em 2017, o projeto do Sesc 24 de Maio, é uma tentativa de recuperação da região, evidenciando a necessidade de oferta de opções de lazer à população paulista. Em sua construção, foi requalificado o antigo prédio da Mesbla, uma loja de departamento fechada há 20 anos, de modo que os espaços internos foram transformados a partir da estrutura existente da nova, localizada no centro, projetada para suportar a piscina na cobertura, que substitui a antiga cúpula do edifício original. O objetivo era aproveitar ao máximo a construção existente do antigo edifício, ao mesmo tempo que se adequa melhor aos novos usos. Com uma planta em um U e um vão central, o prédio da Mesbla possuía um sistema de iluminação zenital que atingia todos os andares, mas foi pensado em preencher o miolo com a estrutura principal e deixar a periferia para a circulação e as atividades do prédio, permitindo também que os usuários tenham uma vista da cidade e do entorno. Além do mais, a fachada do edifício demonstra como ele se relaciona com a vizinhança, desaparecendo no meio desta. A nova estrutura é mantida em concreto aparente, enquanto as partes remanescentes do antigo edifício são pintados de branco, cinza e em alguns pontos o rosa colonial. Um dos principais partidos do projeto é de seguir uma lógica de passeio público e de convivência para os cidadãos, iniciando na cidade, passando por uma praça coberta, como se observa na transversal que se abre pelo térreo entre as duas ruas que delimitam o terreno, vai até as demais praças em outros pavimentos sem vedação, por fim chegando no Jardim da Piscina. Para os arquitetos, este Sesc abre-se para os diversos povos que vivem na cidade, sendo eles os principais personagens que permitem a criação de um espaço que de fato permita e incentive a convivência neste edifício, onde é concentrado as atividades necessárias para o cidadão em um único local.

Fig. 75 e 76 - Sesc 24 de Maio e centro de São Paulo

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PROJETO A poucos metros de distância do Teatro Municipal, Praça das Artes e Galeria do Rock, o Sesc 24 de Maio é o mais novo equipamento de uso público, inserindo em uma estratégia de requalificação dos espaços do centro de São Paulo. Ele começou a ser desenvolvido em 2001, como um projeto de reuso, que transforma e incorpora a estrutura da antiga loja de departamentos Mesbla, em um equipamento urbano de escala metropolitana, por meio da compressão verticalmente de uma série de programas para os cerca de 28 mil m2 de área construída e distribuídas ao longo de 14 andares, sem rigidez espacial e com usos diversos. Segundo o arquiteto, “A ocupação é indispensável para a cidade, ninguém vai demolir tudo para construir do zero um empreendimento como esse”. Localizado no cruzamento entre a Rua Dom José de Barros e Rua 24 de Maio, o edifício acaba por atrair o olhar de quem passa por ali. Sua pele de vidro, presente em todas as fachadas, reflete o entorno imediato, como em um grande painel espelhado que revela os tons e misturas da cidade. Além disso, o revestimento translúcido garante a passagem de luz para o interior do edifício e ainda permite que os usuários assistam a vida que acontece do lado de fora. Seu térreo (cuja esquina é chanfrada), é um espaço efetivamente público, por abrigar uma praça que funciona como um atalho, semelhante as galerias de passagens livres nos edifícios vizinhos, onde ligam duas ruas circundantes e convidam os pedestres a adentrarem. Nele encontram-se o balcão de atendimento, áreas técnicas, e é possível notar a presença de parte dos pilares da estrutura preexistente e as 4 grandes colunas erguidas para sustentar a piscina de 25 x 25 metros para 400 pessoas, localizada na cobertura. Deste ponto, o público pode descer, por meio da escada ou um dos cinco elevadores, para assistir a uma apresentação no teatro com capa-

Fig. 77 e 78 - Sesc 24 de Maio

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cidade para 245 pessoas, e ainda fazer um lanche no café ao lado; ou então caminhar até os pavimentos superiores através das rampas protegidas por uma cortina de vidro desenhada pela estrutura metálica que a sustenta. Projetadas para serem uma extensão da rua (promovendo um ritmo de passeio pela cidade), as rampas não só transpõem e ligam os espaços, mas fazem o visitante experimentar situações distintas, por meio de seu movimento contínuo e adquirem caráter de um novo elemento de estar, assumindo assim um protagonismo inquestionável. Através das rampas, o usuário é levado a conhecer as demais instalações do edifício, passando despercebido pelo primeiro pavimento, onde estão as salas de administração do complexo, para logo em seguida, chegar na comedoria, pavimento equipado com cozinha e praça de alimentação. Entre o terceiro e o sexto andar encontram-se salas de convivência, biblioteca, áreas de exposição e oficinas. No sétimo andar está a clínica odontológica, com 14 salas de atendimento. Chegando aos últimos pavimentos, o público de diferentes idades, é convidado a se exercitar por meio da prática esportiva. Do oitavo ao décimo andar estão o espaço brincar, com uma parede de escalar; os vestiários e academia equipada com salas para ginásticas artísticas e acrobática, e sala de dança com espelhos e barras. Se aproximando ao final do percurso, o visitante se deslumbra com o espelho d’água nas bordas do terraço jardim, e de presente pode apreciar a vista da cidade sentado em uma das mesas do café (projetados especialmente pelo arquiteto, assim como todo os mobiliários internos do edifício), igual a uma grande praça aberta. Mais acima estão os vestiários e a piscina descoberta, com 25 m de comprimento e 1,4 m de profundidade, incluindo sistema de aquecimento, um objeto de grande destaque no projeto e que acaba se tornando inusitado por estar situado em pleno centro histórico da capital paulista. Para evitar a monotonia de sobreposição de andares tipo e valorizar espaços, adotaram pela união de dois níveis nos pavimentos da praça tér-

rea, exposições e esportes, deixando-os com pé direito duplo. Ao lado existia outro edifício abandonado, que foi comprado pelo Sesc, após a solicitação dos arquitetos, para auxiliar na distribuição do programa. Nele estão todas as instalações de serviço, como sanitários, reservatórios, depósitos, câmaras frigoríficas e máquinas pesadas, tornando-se uma torre de serviços e deixando o prédio principal com o vazio livre para ser usufruído. Esse vazio, somado a ausência de paredes tradicionais e a valorização das colunas como elemento de sustentação, em composição com as demais estruturas em concreto aparente virou uma característica predominante em praticamente todos os pavimentos.

Fig. 79 - Diagrama Sesc 24 de Maio

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PRIMEIRO SUBSOLO - TEATRO E CAFÉ

TÉRREO - PRAÇA

2º PAV. - RESTAURANTE

10º PAV. - DANÇA 44

Fig. XX a XX- Plantas Sesc 24 de Maio


Fig. 80 e 85 - Plantas Sesc 24 de Maio Fig. 86 - Corte Sesc 24 de Maio

11º PAV. - JARDIM DA PISCINA

COBERTURA. - PISCINA E PRAÇA DO SOL

CORTE TRANSVERSAL A R.DOM JOSÉ DE BARROS 45


Fig. 87 - Corte Sesc 24 de Maio

PERCEPÇÕES INDIVIDUAIS Um dos fatores que me chama a atenção neste projeto e que vale destacá-lo é sua relação urbanística com a cidade, sendo o seu térreo livre um dos melhores exemplos de fruição pública. O caminho transversal entre as ruas 24 de Maio e Dom José de Barros, torna-se convidativo aos pedestres permanecem ou utilizarem como passagem. Vale destacar também seu programa. Além de oferecer atividades socioeducativas e culturais, ele oferece atividades esportivas e focadas no bem-estar dos visitantes. Junto a isso está sua nova estrutura, apoiada em quatro pilares, que acaba criando plantas livres em todos seus pavimentos. Apesar dos pilares já existentes do edifício da Mesbla permanecerem, a fácil variação de programas, circulação de usuários e organização de plantas, faz com que surja espaços únicos de contemplação, locais de usos inesperados, todos disponíveis de acordo com a vontade do usuário. De modo geral o edifício é uma obra de caráter urbano, que se torna um exemplo para a cidade, como um local onde oferece diversas atividades ao usuário sem a necessidade de ele deslocar-se por grandes distancias.

SEGUNDO CORTE TRANSVERSAL A R.DOM JOSÉ DE BARROS 46


Fig. 88 a 93 - Sesc 24 de Maio

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Fig. 94 - Sesc 24 de Maio


Fig. 95 a 100 Sesc 24 de Maio


ANÁLISE DA ÁREA

DISTRITO Localizado na Zona Sul do Município de São Paulo o Distrito Campo Grande, distrito onde o projeto se localiza, pertence à subprefeitura de Santo Amaro que engloba mais dois distritos (Santo Amaro e Campo Belo). É delimitado pelas avenidas Interlagos, Yervant Kissajikian, Washington Luís, Vitor Manzini, Ponte do Socorro, Nações Unidas (Marginal Pinheiros) e pelo Rio Pinheiros (trecho também conhecido como Rio Jurubatuba), vale destacar também a Nossa Senhora do Sabará, via importante que o corta. Segundo Ponciano (2004), a região surgiu a partir de 1953, quando a Cia. City começou a investir na implementação de bairros dormitórios e urbanização. Tal loteamento começou a ser habitado em 1954, porém foi nos anos seguintes quando novos loteamentos apareceram, usando o nome do distrito como chamariz, que nasceram bairros como: Campo Grande, Jardim Campo Grande e Vila Campo Grande. Porém, o crescimento desenfreado da região prejudicou as expectativas de um bairro planejado na época, acabando com o sucesso tão esperado. Entre as décadas de 70 e 80, uma grande área residencial se desenvolveu ao redor de uma grande área industrial que havia sido recém instalada nas proximidades do Rio Jurubatuba. Atualmente é possível encontrar grandes lotes empresariais, distribuídos ao longo da Marginal e Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux. Apesar de seus lotes estarem sendo desocupados pelas empresas e ocupados por condomínios fechados, por instituições de ensino, religiosas e por comércios atacadistas. Dentre as indústrias que permanecem são: MWM do Brasil; Avon; Eurofarma; Schneider Electric e Femsa. Nas décadas de 80 e 90, foram inauguração os Shoppings Interlagos, SP Market, Leroy Merlin e outros edifícios comerciais de grande escala (já citados), acarretando mudanças significativas que duram até hoje. Com diversas comodidades disponíveis, entre elas a oferta de inúmeras atividades, o fácil acesso ao estacionamento, além de serem im50


plantados junto a vias de ligação subúrbio-centro (Avenida Interlagos e Avenida Nações Unidas), os comércios passaram a drenar públicos vastos e cada vez maiores, que transpunha os limites do distrito. Eles acabaram por absorver o distrito e seu cotidiano, tornando-se pontos de encontro com um grande fluxo de pessoas, centralidades. Consequentemente, devido a atração por todos este equipamentos urbanos, lotes onde antes existiam habitações unifamiliares passaram a ser ocupados por condomínio fechados de médio e alto padrão, que aumentam sua quantidade ano após ano, fez a população aumentar em 5000 habitantes nos últimos 20 anos (Seade, 2020) e deixam o distrito permanecer como uso predominantemente residencial.

Subprefeitura de Santo Distrito de Campo Grande Terreno

Mapa 3 - São Paulo Município e localização do terreno

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TERRENO Neste trabalho a escolha do terreno ocorreu antes da escolha do tema, por ser um local que já possuo familiaridade. De início eu estava em dúvida entre dois terrenos, o da Rua do Shopping Interlagos e o outro na Rua Odete Tobias Marino (trecho próximo ao Hospital Geral de Pedreira), ambos de tamanhos quase idênticos e vizinhos ao centro comercial do shopping. Entretanto, devido à proximidade com mais pontos de ônibus, com a Avenida Interlagos e por suas vias serem mais movimentadas, escolhi o da Rua do Shopping Interlagos. Nele vi um potencial grande de transformação da região através do projeto que viria a ser realizado e que até então estava indeciso sobre o que poderia ser. Então, após fazer um diagnóstico do distrito, surgiu a ideia de implantar um centro cultural e praça. Como dito anteriormente ele pertence a incorporadora Savoy, que tem planos de ampliar o centro comercial futuramente, mas como existem brigas judiciais sobre sua posse, o terreno permanece desocupado, embora que até 2015, na parte lindeira a Rua João Timóteo Burato, existiam casas, mas foram demolidas. Os vizinhos não sabem exatamente o porquê e não consegui encontrar nada a respeito. Restos dessas casas ainda podem ser vistas. O terreno tem um desnível de 20m, é ocupado apenas por vegetação, possui poucas árvores, sendo a maioria de pequeno porte. Sobre a vegetação existente, parte dela é considerada como Remanescente de Bioma da Mata Atlântica, do tipo Campos gerais (CPO), justamente onde a vegetação rasteira cresce bastante. Cercado por muros e gradis, ele já foi aberto em alguns trechos para que os moradores da região pudessem atravessar o terreno e chegar em suas ruas ao invés de ter que dar uma volta na quadra. Isso se dava por meio de um pequeno portão na Rua do Shopping Interlagos e pequenas entradas em duas ruas sem saídas (Rua Eriberto Barros Cajazeiras e Rua Ferdinando Frantz), mas hoje todas permanecem fechadas.

As linhas desses caminhos podem ser vistas até hoje em vista aérea. As vias que o contornam a norte, dão de frente com residências unifamiliares e são pouco movimentadas, já na Rua David Eid existem alguns serviços como cabeleireiros, lanchonetes e estacionamentos, indicando um movimento maior. A Rua do Shopping Interlagos possui uma entrada para um condomínio fechado e a doca do Leroy Merlin, lotando a via de caminhões com entregas durante a semana, mas conta também com a presença de vendedores ambulantes que vendem comida para os caminhoneiros e pedestres que estão indo e voltando do trabalho, ou indo ao shopping. Durante os fins de semana, quando não há mais caminhões, de vez em quando alguns skatistas a ocupam. Por fim, a Rua Odete Tobias Marino, em um dos lados tem uma vegetação inacessível onde passa um córrego por ele e um dos pontos de ônibus mais movimentados, do outro lado duas entradas para o shopping, uma para pedestres e outra para veículos.

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Mapa. 4 - Terreno e entorno


LOCALIZAÇÃO

Rua João Timóteo Burato Rua David Eid Rua do Shopping Interlagos Rua Odete Tobias (Quadra Inteira) Rua Doutor Epaminondas Barra (Sem saída) Rua Diogo Barbosa Rêgo Rua Eriberto Barros Cajazeiras (Sem saída)

ÁREA TOTAL

23.732 m²

ZONA

ZM – Zona Mista

VERDE/RECURSOS NATURAIS

Remanescente de Bioma Mata Atlântica tipo Campos gerais (CPO)

PARÂMETROS URBANÍSTICOS

C.A – 2 (máx) T.O – 0.70 Gabarito – 28m Recuo frontal – 5m Fundos e Laterais – 3m

PROXIMIDADES

Comércio – Shoppings e Hiper Mercados Serviços – Hotel, correio, banco, outros Institucional – Escolas, igrejas, hospital Lazer – Cinema, praças

Mapa. 5 - Terreno


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Mapa. 6 - Topografia original e área remanescente da Mata Atlântica


Fig. 101 - R. João Timóteo Burato, a direita muro sobre onde ficavam as entradas das casas já demolidas. Fig. 102 - R. David Eid, terreno a esquerda

Fig. 103 - R. do Shopping Interlagos, vista próxima ao cruzamento com R. David Eid Fig. 104 - R. do Shopping Interlagos, a esquerda caminhões esperando para descarregar mercadorias no Leroy e terreno a direita.

Fig. 105 e 106 - Terreno visto da R. do Shopping Interlagos

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Fig. 107 - Terreno visto da R. do Shopping Interlagos, trecho próximo a rotatória Fig. 108 - Trecho sem saída da R. Dr. Epaminondas Barra, ao fundo muro que faz divisa com o terreno

Fig. 109 - Trecho sem saída da R. Eriberto Barros Cajazeiras, ao fundo muro que faz divisa com o terreno Fid. 110 - Trecho sem saída da R. Ferdinando Frantz, ao fundo muro que faz divisa com o terreno

Fig. 111 - Vista de dentro do terreno pela R. David Eid Fid. 112 - Entrada murada de uma das antigas casas da R. João Timóteo Burato

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USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Apesar da existência do complexo comercial, o entorno é caracterizado pela predominância de residências multi e unifamiliares. Outros comércios e serviços são encontrados ao longo da Avenida Interlagos, Avenida Yervant Kissajikin e em alguns pontos dentro dos bairros que supre a demanda das pessoas que morar em uma distância significativa do complexo.

Mapa. 7 - Usos e ocupação do solo

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EDIFICAÇÕES EM DESTAQUE 1 - Shopping Interlagos 2 - Shopping Interlar 3 - Makro Atacadista 4 - Leroy Merlin 5 - Ibis Hotel 6 - Hospital Geral de Pedreira 7 - Escola Estadual Professor Eusébio de Paula Marcondes 8 - Cei Onadyr Marcondes 9 - Favelas 10- Praças

Mapa. 8 - Edificações em destaque

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CHEIOS E VAZIOS Através do mapa cheios e vazios é possível observar as vastas áreas vazias próximas ao terreno que chegam a percorrer quase o perímetro de uma quadra inteira. Algumas são secas, apenas com estacionamentos, já outras só com vegetação, mas que são privadas e separadas do espaço público através de gradis, esses terrenos normalmente são baldios e/ou subutilizados. Nota-se também amplos vazios em alguns condomínios cercado por muros, além do hospital e das escolas. Além disso há adensamento na maioria dos lotes pelo fato de a maioria das casas serem estreitas e germinadas, e em alguns casos em áreas totalmente cheias, há a presença de favelas.

Mapa. 9 - Cheios e vazios

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MOBILIDADE O ônibus é o principal meio de transporte público da região, já que a estação mais próxima, Jurubatuba, está à 3km do terreno. Existem alguns pontos ao lado, um na Rua David Eid, com apenas uma linha e o da Rua Odete Tobias com 3 linhas, entretanto, na Avenida Interlagos, há o ponto do Shopping Interlagos, que é o principal da região, sempre está movimentado, porque possui 24 linhas com acesso à diversas regiões, sendo a melhor opção para quem vem de fora e quiser frequentar o Espaço Cultural. Além disso, este é o ponto mais utilizados por aqueles que moram na Cidade Ademar próximos ao shopping, através dele que se tem acesso a qualquer local da cidade. Ele está há 700m e a pessoa teria de atravessar o Shopping Interlagos para chegar no Espaço. O automóvel é o modal mais utilizado devido as distâncias até os pontos com um maior número de opções e a grande quantidade de vagas gratuitas em todo o complexo comercial. Pessoas vem desde Parelheiros, São Bernardo do Campo à Jabaquara e Capão Redondo para este shopping e quando está próximo de datas comemorativas o movimento aumenta significativamente. O fluxo de pedestres também é significativo, apesar de os moradores da região andarem mais de 1km para fazer compras no Carrefour ou Cobasi do shopping. Além disso, há aqueles que vão ao trabalho por meio de transporte público e que chegam a atravessar o shopping para ter acesso ao ponto de ônibus, com frequência você encontra pessoas andando pelo shopping apenas atravessando-o para chegar em suas casas. Na Rua do Shopping Interlagos isso fica evidente, em horários de pico você encontra pedestres indo ao trabalho ou voltando dele. Elas escolhem essa rua, mesmo ela sendo morta, porque a maioria das quadras são muito grandes até para ser contornadas, se tornando a única opção. Já as bicicletas são raramente vistas, além de não haver ciclovias ou ciclofaixas nas proximidades.

Mapa. 10 - Mobilidade

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PROJETO

PROPOSIÇÃO Após o estudo das problemáticas da região houve a preocupação de montar um programa de necessidades que atenda o distrito local e vizinhos. Portanto foi estudado instituições como Sescs e outros edifícios culturais de caráter público para sua elaboração. Resultando em um programa de escala quase municipal. Com 41.000 metros quadrados, o edifício surgiu a partir de 4 princípios: proporcionar fruição no terreno, afim de criar passagens entre as vias próximas, evitando que pedestres deem uma volta na quadra; a não ocupação da área remanescente de preservação de Mata Atlântica, interferindo minimante em sua vegetação; integração do edifício com o verde e a praça externa; e a criação de opções de passeios para os visitantes, através de diferentes acessos, vias e níveis, onde se chega a qualquer pavimento e suas atividades oferecidas, sem que haja caminhos específicos para seguir. De início três volumes separados foram desenhados, porém foram unidos, ainda mantendo passagens entre eles em seus níveis mais baixos. O volume oeste, por ser mais próximo a pontos de ônibus movimentados, abriga os usos de saúde/administrativos, e conta com um conjunto de escadas que dão acesso a todos os pavimentos. No volume central, parte está elevado por meio de pilotis, abrindo seu nível inferior para a praça descoberta e abrigando o átrio central, ampla área com iluminação zenital onde acolhe o visitante e distribui todos os usos e programas. Já o volume leste abriga usos esportivos e áreas técnicas do edifício no subsolo. É em seu térreo que ocorre a integração com a vida das vias ao redor, sendo o paisagismo e suas atividades os atrativos. A oeste, onde o maior fluxos de pessoas transitará, existem pequenas praças que vencem um desnível de 7m e dão acesso à Rua Dr. Epaminondas Barra, graças ao auxílio de escadas e uma rampa. Logo após passar pelo bloco saúde/administrativo encontra-se um caminho que vai até 66


ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA

41.200 m² C.A – 1.75

as duas praças cobertas (divididas pela lâmina de circulação vertical), e se o visitante optar, ao ele virar à esquerda ele pode subir pelo caminho descoberto até o nível 795. Abrangido essas duas áreas (coberta e descoberta), tem uma grande escada que dá acesso ao nível superior (795) e que pode funcionar como um anfiteatro. Nas áreas remanescentes da Mata Atlântica, foi decidido em deixar apenas as árvores já existentes, porém conta com dois grandes pisos um para playground e outro de permanecia, ligados por pisos permeáveis. Ao sul do terreno, lindeiro a Rua do Shopping Interlagos há uma escada e assentos para que pedestres possam permanecer e observar o movimento da via. Seu conjunto é formado por 5 pavimentos com 4,5m de pé-direito e 9,5m em alguns trechos, apoiados sob lajes em grelha e pilares de concreto organizados para que não haja rigidez espacial. No pavimento de nível 800 encontram-se algumas treliças habitáveis, projetadas também para facilitar na criação de plantas livres e auxiliar no apoio de lajes em balanço. Sob o conjunto apoia-se a cobertura, um corpo de estrutura metálica com treliças, vigas e brises que busca dar uma sensação de leveza, em contraste com a solidez da base toda em concreto. Já suas fachadas foram pensadas em serem revestidas por uma pele de vidro, dando uma visão de todo o entorno e do entorno para dentro do edifício. Por cima dessa pele há brises de chapas perfuradas, com um desenho que permite a proteção das fachadas de maior insolação e cobre trechos onde existem janelas de banheiros, depósitos etc.

ÁREA TOTAL OCUPADA

12.500 m² T.O – 0.50

PROGRAMA

Cultura – Biblioteca, Teatro, Exposição, Oficina de arte e Salas multiuso Saúde – Ambulatório, Atendimento Odontológico Lazer – Quadra Poliesportiva, Bicicletário, Áreas de convivência, Conjunto Aquático, Academia, Espaço luta e dança, Parede escalada, Ginástica Olímpica Serviço – Informações, Restaurante, Cafeteria, Lanchonete, Loja e Vestiários

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Fig. 113 - Diagrama 3 Blocos Iniciais

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Fig. 114 - Diagrama Fluxos

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Fig. 115 - Diagrama Materialidade

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R. Odete Tobias Marino

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Fig. 116 - Implantação


B C

6

6 7 7 9

D 782

784

19 786

1

5

12

A

3

3

10

14 15 16 3

11 790

3

8

4 3 3

18

17 16

13 20

2

777

790 789

22

783 21

A

790

B

D

C


1 - Clínica odontológica 2 - Espera 3 - Sanitários públicos 4 - Copa 5 - Plateia teatro 6 - Camarins coletivos 7 - Camarins pne 8 - Área técnica teatro 9 - Palco 10 - Cabine som e luz 11 - Atendimento Teatro 12 - Doca teatro 13 - Café teatro 14 - Sala de seguranças 15 - Depósito piscinas 16 - Vestiários 17 - Exame dermatológico/ambulatório 18 - Piscinas 19 - Bicicletário 20 - Átrio central 21 - Playground 22 - Praça Fig. 117 - Planta nível 790

73


B C 3 3 9 10

A D 782

795

795

790

8

790 795

784 786

777 1

790 795 2

783

A

5 3 3 4

6 7

B

D

C


1 - Solário café 2 - Café 3 - Sanitários públicos 4 - Loja 5 - Restaurante 6 - Cozinha 7 - Solário restaurante 8 - Recepção 9 - Exposições 10 - Acesso doca teatro

Fig. 118 - Planta nível 795

75


B C 2 2 9 1 11

A

10 10

13

12

14 15

D

1 1

4

1

5

1 1 2 2

A

3

6 7 8

B

D

C


1 - Salas multiuso 2 - Sanitários públicos 3 - Biblioteca 4 - Sala de estudo 5 - Espaço braile 6 - Filmoteca 7 - Sala reunião 8 - Depósito biblioteca 9 - Academia 10 - Vestiários 11 - Técnico esportes 12 - Depósito quadra 13 - Arquibancada 14 - Quadra poliesportiva 15 - Tênis de mesa

Fig. 119 - Planta nível 800

77


B C 2 2 1

3

A

4

D 9

9

6 6 6 8

2 2

A

5

7

B

D

C


1 - Oficinas de artes 2 - Sanitários públicos 3 - Parede escalada 4 - Lanchonete 5 - Biblioteca 6 - Salas de estudo 7 - Depósito biblioteca 8 - Depósito 9 - Solários

Fig. 120 - Planta nível 805

79


B C 2 2 1

A

3

4 4

5

6

7

8

D

A 9

B

D

C


1 - Lutas e dança 2 - Sanitários públicos 3 - Parede escalada 4 - Vestiários 5 - Técnico esportes 6 - Depósito ginástica 7 - Arquibancada 8 - Ginástica olímpica 9 - Solário

Fig. 121 - Planta nível 810

81


PLANTA ADMINISTRAÇÃO (NÍVEL 792)

MÁQUINAS PISCINAS (NÍVEL 785)

ÁREA TÉCNICA GERAL (NÍVEL 780)

82

Fig. 122 - Planta ADM Fig. 123 - Máquinas Piscinas Fig. 124 - Área técnica geral


810 805 800 795

CORTE A 0

10

50m

Fig. 125 - Corte A

83


810 805 800 795

CORTE B 0

10

50m

Fig. 126 - Corte B

84


810 805 800 795

CORTE C 0

10

50m

Fig. 127 - Corte C

85


CORTE D 0

10

50m 86


810 805 800 795 790

Fig. 128 - Corte D

87


Fig. 129 - Maquete eletrĂ´nica


Fig. 130 - Maquete eletrĂ´nica


Fig. 131 - Maquete eletrĂ´nica


Fig. 132 - Maquete eletrĂ´nica


Fig. 133 - Maquete eletrĂ´nica


Fig. 134 - Maquete eletrĂ´nica


Fig. 135 - Maquete eletrĂ´nica


CONSIDERAÇÕES FINAIS Através desse projeto busco mostrar para o leitor que por mais que os espaços públicos de nossas cidades tenham se tornado locais desconfortáveis para os pedestres, em diversos sentidos da palavra, sempre é possível transforma-los em ambientes agradáveis, através de diversas iniciativas que adequem uma praça de um bairro de acordo com o desejo dos moradores, ou de aumentar a vida em uma rua acrescentando mais usos de lazer, ou construindo um anfiteatro em um largo afim de pessoas ficarem assistindo pessoas. As possibilidades são quase infinitas.

Fig. 136 - Maquete eletrônica

95


REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Ana Cristina (Autor); FAGGIN, Carlos (Autor). São Paulo: olhar os museus, olhar a cidade. São Paulo: Dialeto Latin American Documentary, 2012. 329 p . : il .color. Inclui bibliografia Ensaio fotográfico por : Marcio Scavone Desenhos de : Pedro de Kastro. COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São Paulo: Iluminuras, 1997. 383 p. GARREFA, Fernando (Autor). Shopping centers: de centro de abastecimento a produto de consumo. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2011. 180 p.: Il. ; color. Inclui bibliografia. GEHL, Jan (Autor); GEMZOE, Lars (Autor); ZOLLINGER, Carla (Tradutor). Novos espaços urbanos. Barcelona: Ediciones G.Gili, c2001. 263 p. : fots. color. HEEMANN, Jeniffer Selaimen (Autor); SANTIAGO, Paola Caiuby (Autor). Conexão Cultural. Guia do espaço público para inspirar e transformar. São Paulo: ProlGráfica. 2ª Edição, 2016. 86 p. Fotos: Emilien Etienne HUET, Bernard. Espaços públicos, espaços residuais. In: Os Centros das Metrópoles. (organização) Marco Antonio Ramos de Almeida. São Paulo: Editora Terceiro Nome. 2001, pp.147-15. PONCIANO, Levino (Autor). Sao Paulo: 450 bairros, 450 anos. Sao Paulo: SENAC, 2004. liv. 364 pág. ROBBA, Fabio (Autor); MACEDO, Silvio Soares (Autor). Praças Brasileiras = Public squares in Brazil. 3. 96


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99


Figura 9 - Fonte: Samba Rock na Veia - Arte, Lazer e Cultura com a levada do Samba Rock! http://www. sambarocknaveia.com.br/2012/09/faca-aula-de-samba-rock-em-santo-amaro-na-paideia/ Figura 10 - Fonte: Bares SP. https://www.baressp.com.br/casas-de-show/sesc-santo-amaro Figura 11 - Fonte: Aflalo/Gasperini Arquitetos. https://aflalogasperini.com.br/blog/project/senac-santo-amaro/ Figura 12 - Fonte: Carlos Fortner. http://salaverdecidadeademar.blogspot.com/2009/10/fotos-do-plantio-no-bosque-do-ceu.html Figura 13 - Fonte: Pedro Vannucchi. https://www.flickr.com/photos/sescsp/8702110891 Figura 14 - Fonte: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/ceu-cidade-dutra-informacoes-gerais/ Figura 15 - Fonte: Prefeitura de SĂŁo Paulo. https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_m_z/malbatahan/ Figura 16 - Fonte: Veja SP. https://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/teatro-humboldt/ Figura 17 - Fonte: Veja SP. https://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/parque-nabuco/ Figura 18 - Fonte: Namu Portal. https://namu.com.br/portal/tag/cordeiro-martin-luther-king/ Figura 19 - Fonte: Carlos Macapuna. https://www.flickr.com/photos/macapuna/10044145556

100


Figura 20 - Fonte: Prefeitura de SĂŁo Paulo. https://www.prefeitura.sp.gov.br/periodo_eleitoral.html?p=2219 Figura 21 - Fonte: Portal de Interlagos. http://www.portaldeinterlagos.com.br/ Figura 22 - Fonte: Mapa Dog. https://www.mapadog.com/Detalhe/678 Figura 23 a 26 - Fonte: Autoral Figura 27 - Fonte: A cor da casa. http://acordacasa.com.br/2017/01/11/pompidou/ Figura 28 - Fonte: Dicas de Paris. https://dicasparis.com.br/paris/centro-museu-georges-pompidou-em-paris-franca/ Figura 29 - Fonte: Marcio de Assis. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CCSP_004.jpg Figura 30 - Fonte: MĂĄrcio Lima. https://viagemeturismo.abril.com.br/atracao/igreja-e-convento-de-sao-francisco/ Figura 31 - Fonte: Inaldo Lins. http://oxerecife.com.br/2019/08/29/patio-tem-delicias-da-comunidade/ Figura 32 - Fonte: Matheus Pinto. https://br.pinterest.com/pin/101260691592536819/ Figura 33 - Fonte: Circuito Liberdade. http://www.circuitoliberdade.mg.gov.br/pt-br/circuito-liberdade-br/ historia

101


Figura 34 - Fonte: The Design File. http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/13618-pal%C3%A1cio-gustavo-capanema-%C3%A9-marco-divis%C3%B3rio-na-hist%C3%B3ria-da-arquitetura-do-pa%C3%ADs Figura 35 - Fonte: Webysther Nunes. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_da_S%C3%A9_(S%C3%A3o_Paulo)#/media/Ficheiro:Webysther_20190306142828_-_Pra%C3%A7a_da_S%C3%A9.jpg Figura 36 - Fonte: Juliana Carvalho. https://pt.slideshare.net/JulianaCarvalho18/praa-alfredo-egydio-de-souza-aranhaconceio-sp Figura 37 - Fonte: MĂĄrio Abdo. https://www.campograndenoticias.com.br/2018/08/20/sicredi-celebra-30-anos-com-festa-para-familia-no-belmar-fidalgo-na-vespera-do-aniversario-da-capital/ Figura 38 - Fonte: Pedro Kok - https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi Figura 39 - Fonte: Autoral Figura 40 a 45 - Fonte: EstĂşdio Objetivo. https://www.archdaily.com.br/br/756294/centro-cultural-univates-tartan-arquitetura-e-urbanismo?ad_source=search&ad_medium=search_result_all Figura 46 - Fonte: Autoral Figura 47 a 52- Fonte: Nelson Kon. https://www.archdaily.com.br/br/769776/paula-souza-center-spadoni-aa-plus-pedro-taddei-arquitetos-associados?ad_source=search&ad_medium=search_result_all

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Figura 53 - Fonte: Autoral Figura 54 a 59 - Fonte: Rasmus Hjortshoj. https://www.archdaily.com.br/br/915029/faculdade-glasir-torshavn-big?ad_medium=office_landing&ad_name=article Figura 60 a 74 - Fonte: Daniel Ducci e Aflalo/Gasperini Arquitetos. https://www.archdaily.com.br/br/0138052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos Figura 75 a 100 - Fonte: Nelson Kon e MMBB Arquitetos. https://www.archdaily.com.br/br/889788/sesc-24-de-maio-paulo-mendes-da-rocha-plus-mmbb-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_ result_all Figura 101 a 136 - Fonte: Autoral

MAPAS Todos de fonte autoral

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