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407 ANOS DA BATALHA DE GUAXENDUBA (1614-2021
12 POETAS BRASILEIROS DO MARANHÃO NA REVISTA PORTUGUESA INCOMUNIDADE.
[Autor - Vários autores ; Carvalho Junior, org.] Adriana Gama de Araújo + Antonio Aílton + Bioque Mesito + Carvalho Junior + Celso Borges + Dyl Pires + Hagamenon de Jesus + Lindevania Martins + Luiza Cantanhêde + Neurivan Sousa + Ricardo Leão + Viriato Gaspar. http://www.incomunidade.com/v98/art_bl.php?art=401
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PARA SABER MAIS
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ADRIANA GAMA DE ARAÚJO
Nasceu em São Luís. Historiador formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), com mestrado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Escreve desde os 15 anos, quando começou a ter seu nome associado à poesia pelos mais próximos. Em 2010 criou o blog “Pólen Radioativo”, e passou a ter contato com poetas e escritores do Brasil e do mundo, hábito que mantém até hoje. Em 2017 venceu o III Festival Poeme-se de Poesia Falada e o I Festival Maranhense de Filosofia (categoria: aforismo/poema). Mora em Raposa, município da grande ilha de São Luís, é professora da rede pública municipal e estadual. Por meio de seus experimentos táteis, quase performance, a poeta Adriana Gama de Araújo incorpora um renascimento simbólico para pequenos objetos, miudezas, acúmulos, misturados, amalgamados ao corpo, criando uma silhueta reversa impressionante de tantas formas que testemunham uma experiência poderosamente vulnerável, livre e intuitiva de escrita. Corpo estranho. Por Adriana Gama de Araújo | by Ed Caliban | Revista Caliban
VOYEURISMO o gato comeu a borboleta bem na minha frente por um instante eu os vi reinando absolutos no incompreensível território da fome. * BAR CENTRAL dentro da caixa ficou o postal com a imagem do bimotor em preto e branco vendido aos clientes a noite que começou antes atravessou a pé as pontes até santo amaro centro do mundo sobre o postal plana o cheiro enfumaçado de motor que pifa em pleno ar lembro do susto a queda sobre a cidade corpos pesados de paixão uma catástrofe. *
PARA PINTAR UM AMOR IMPOSSÍVEL uma pá de cal não é suficiente. *
CORPO ESTRANHO nesta casa cabe uma família eu não tem um quadro que ocupa muito espaço sua moldura de cabelos curtos vento na nuca um poema de schwitters uma flor carícia de gato um arrepio eu não sobra uma pergunta uma porta sem fechadura um coração antigo eu não. *
AMOR eu mudo de lugar e acompanho a incidência da luz nos teus cabelos prefiro morrer ou que saibas? tu e tuas asas imantadas atraindo meu corpo inteiro ferro em brasa estou muito perto de ti sentes uma ânsia silenciosa no teu encalço? homem dos fios e rastros quando eu for palavra direi como a guerra parece contigo. *
EXTRAVIO para Lilith no quadro de Anselm Kiefer te dou meus olhos acaso não consigas ver que roubaram o vestido da menina que sorria
jogaram terra no vestido e saíram correndo ficou para trás um grande buraco no céu a menina nua grita aos que passam seríssimos — olha ali meu vestido no varal do povo de deus! *
MIUDEZA um astronauta lírico contou que da lua ninguém vê a muralha da china uma artesã circense gosta de coisas miúdas porque combate a miopia de longe, muralha é montanha e qualquer cidade, vazia no dialeto humano a olho nu é quase dentro daquilo que significa. *
TEMPO a noite nunca se deitou sobre aquele lago a eternidade: uma deformação da existência e ainda estou lá com minhas raízes entre os pássaros. *
AUSÊNCIA a ausência não tem vocação para relógio é um algo mais delicado que envolve os corpos vivos ou inanimados na lastimável compreensão das horas um lençol cobrindo os móveis da sala impondo o estático impedindo o sujo e os rasgos do tempo que não deve ser gasto – a ausência é o destino com os dois pés quebrados –é a fé sem oração toda palavra em vão é um poço sem água nada se move, evapora ou passa tudo demora infinitamente debaixo da dor que te esmaga. *
ABRIL OU O TEMPO É UMA FALÁCIA a porta o peito as pernas a boca o guarda-roupa nada mais cabia nada mais passava nada mais se pendurava só a folhinha amarela mofada tudo parado estreito vazio nada mais abril nada mais passava.
LINDEVANIA MARTINS
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Lindevania de Jesus Martins Silva, mais conhecida como Lindevania Martins (Pinheiro, 6 de setembro de 1972) é uma defensora pública e escritora[2] brasileira. Autora dos livros de contos Anônimos, Zona de Desconforto e Longe de Mim. Autora do livro de poesias Fora dos Trilhos. Iniciou seus estudos na cidade de Pinheiro, onde nasceu, mudando-se para São Luís com a família no final da adolescência para ingressar no curso universitário. Chegou a iniciar os cursos de Engenharia Civil e Filosofia, mas não concluiu os mesmos. Bacharel em Direito, concluiu o Mestrado em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão com a dissertação Autoria e Dissenso na Internet:um estudo sobre participação e tecnologia. Atuou como delegada de polícia nos anos de 1999 a 2001, junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão. Em seguida, ingressou na Defensoria Pública do Estado do Maranhão, onde atuou no Núcleo Forense da Família e, posteriormente, no Núcleo de Defesa da Mulher e População LGBT. Seu primeiro livro de contos, Anônimos: invenções de amor, morte e quase morte, venceu o XXVII Concurso Literário Artístico na categoria contos, sendo publicado pela Prefeitura de São Luís no ano de 2003. O livro O Trio venceu a edição do concurso seguinte, optando a mesma por não publicá-lo. O livro Zona de Desconforto foi selecionado para publicação após o I Concurso de originais da Editora Benfazeja. Trata-se de uma obra composta por oito contos escritos num registro realista, a maioria narrados em primeira pessoa. Participou como jurada do Concurso Internacional Her Story, promovido pela Plataforma Sweek em conjunto com o Leia Mulheres e a Pólen Livros.
Tem poemas e contos publicados nas seguintes revistas eletrônicas: Gueto, Marinatambalo: crítica e literatura, Ruído Manifesto, Fluxo: revista de criação literária e Quatetê. Integra o coletivo literário feminista Mulherio das Letras. Obras Livros Publicados 2003 – Anônimos: invenções de amor, morte e quase morte (Prefeitura de São Luís) Este livro foi vencedor do XXVII Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís, categoria contos, em 2003. O livro apresenta 16 contos, a respeito dos quais, o crítico e poeta Couto Correa Filho, na orelha do livro, afirma: “Ás vezes as narrativas são densas e transcorrem carregadas de tensão, com um desfecho dramático que choca a sensibilidade do leitor, tal como nos contos “Veia” e “Acerto de Contas”. Em outras ocasiões, o tema é simples e o relato se passa em grandes tensões emocionais, como em “Pescaria” e “A Velha”. Mas, em ambos os casos, fica registrado um modo pessoal e autêntico e narrar estórias”. 2018 - Zona de Desconforto (Editora Benfazeja) O livro apresenta oito contos que dialogam profundamente com as questões do nosso tempo e nos faz refletir sobre invisibilidades, pertencimentos e as possibilidades de se viver em conjunto. Os contos apresentem enredos e personagens bem construídos em que ideais de bondade e maternidade são postos em cheque, bem como são expostas as complexidades das relações amorosas e de critérios que valoram a vida humana a partir de perspectivas excludentes. “Na escrita do livro, estive muito preocupada em preservar essas contradições que nos constituem. As personagens circulam por espaços hostis, possuem a necessidade de se afirmar para resistir, porém, suas escolhas com frequências são desastrosas e produzem efeitos imprevistos, desafiando suas próprias crenças ou expondo facetas que lhe são indesejáveis”, diz a Autora. Zona de Desconforto foi vencedor do I Concurso Nacional de Originais da Editora Benfazeja, lançado em 2017. 2019 – Longe de Mim (Sangre Editorial) Terceiro livro da maranhense Lindevania Martins, tem como protagonista Josi, uma menina de 10 anos cuja vida está prestes a mudar. Fruto de uma gravidez na adolescência, se viu forçada a ingressar cedo demais no mundo adulto, cujas regras ela não compreende totalmente. A relação conflituosa que a menina estabelece com a mãe e com os homens que a rodeiam se torna cada vez mais acirrada, até que uma morte acontece. O texto recebeu menção honrosa no Concurso Nacional de Contos da Ordem dos Advogados do Brasil, lançado em 2006. 2019 – Fora dos Trilhos (Venas Abiertas) Neste quarto livro, a escritora apresenta 26 poemas atravessados por temáticas variadas, entre as quais se sobressai o mundo do trabalho, as questões de gênero e a infância, além de trazer aspectos lúdicos e experimentais. Integra uma "coleção de bolsa" composta por 20 volumes de obras individuais de integrantes do coletivo literário Mulherio das Letras. Trabalhos em Antologias 2001- Eros de Poesia (Org: Asta Vonzodas e Nalu Nogueira) 2006- O Advogado e a Literatura (Org: Francisco José Pereira - Ordem dos Advogados do Brasil) 2018- Antologia Internacional Mulheres pela Paz - Mulherio das Letras - (Org: Alexandra Magalhães Zeiner e Vanessa Ratton) 2018- Casa do Desejo - (Org: Eduardo Lacerda) 2018- Conexões Atlânticas Brasil Portugal - (Org: Adriana Mayrinck e Emanuel Lomelino) 2018- Antologia de Contos Ciclo Contínuo Editorial - (Org: Ciclo Contínuo) 2018- 2a. Coletânea de Prosa do Mulherio das Letras - (Org: Cleonice Alves Lopes-Flois) 2018- 2a. Coletânea Poética do Mulherio das Letras - (Org: Vanessa Ratton)
2018- Espantologia Poética Marielle em Nossas Vozes - (Org: Célia Reis, Maria Nilda de Carvalho Mota e Palmira Heine) 2019- Meus Primeiros Versos: poesias para crianças - (Org: Vanessa Ratton - Mulherio das Letras) 2019- Babaçu Lâmina - (Org: Carvalho Júnior) 2019- Entradas para Cotidianos - (Org: Karine Bassi) 2019- Eros das Eras: antologia erótica - (Org: Argemira de Macedo Mendes, Fábio Mário da Silva e Marleide Lins) 2019- O Livro das Marias - (Org: Jeovania Pinheiro) 2019- Antologia 32 - (Org: Leonardo Costaneto, Ana Paula sobrinho, Patricia Cacau e Tânia Diniz) 2019- Admiráveis Mulheres - (Org: Beatriz Santos) 2019- Mulherio das Letras Portugal: poesia - (Org: Adriana Mayrinck) 2019- Caravana Buenos Aires: literatura brasileira por las calles argentinas - (Org: Leonardo Costaneto) 2019- Sou Mulher, Logo existo: 3a. coletânea de prosa e poesia do Mulherio das Letras - (Org: Vanessa Ratton) 2019- Eu, Monstro! - (Org: Rafael Tsuchiya) Trabalhos Técnicos SILVA, Lindevania de J.M. Entre o Público e o Privado: questões sobre autoria a partir da internet. In: SEGATA, Jean; MÁXIMO, Elisa M; BALDESSAR, Maria J (Org). Olhares Sobre a Cibercultura. Florianópolis: CCE/UFSC, 2012. p. 17. Acessado em 21.12.2018 Prêmios e Menções 1º lugar no XXVII Concurso Literário Artístico Cidade de São Luís, Prêmio Odylo Costa Filho (contos) 1º lugar no XXVIII Concurso Literário Artístico Cidade de São Luís, Prêmio Odylo Costa Filho (contos) 5º lugar no I Concurso Eros de Poesia - categoria júri (poesia) Menção honrosa em I Concurso Nacional O Advogado e a Literatura, promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (contos) Finalista no Concurso Nacional Paula de Brito, promovido pela Ciclo Contínuo Editorial (contos)
4 Poemas de Lindevania Martins – Revista Acrobata Game Over este corpo um dia será pó adubo da terra e da imaginação das minhocas todos os idiomas que aprendeu sepultados no ataúde das línguas mortas nenhum rastro ficará das assombrações nas madrugadas murmúrios vindos do que não tinha voz sem barganha nem troca perderão o brilho todos os sóis a memória terá sido um inútil apêndice daquilo que findou nada restará além da ilusão de que foi conhecido aquilo que se apagou
Maquinaria sem referência estamos sempre replicando e o motivo porque precisamos replicar se apagou
replicamos porque é isso que fazemos há mais de cem anos replicamos porque nos aproximamos dos nossos ancestrais através do mesmo trabalho inútil e sem motivo replicamos porque precisamos de uma tarefa que nos ultrapasse e nos seja incompreensível replicamos para que nossos bisnetos e trinetos também o façam quando já tivermos ido replicamos para que através desses gestos automáticos que os mergulharão no meticuloso e no absurdo possamos deixar de viver para nos perder no labirinto impreciso da memória
Pequena Adaptação seus sonhos domesticados não eram mais imensas feras sem educação amoldados ao contrato de transporte agora podiam caber na sua bagagem de mão
Instruções para a Jovem Arqueóloga ouvidos e olhos atentos escavar além do chão explorar o subterrâneo e o sótão o fosso da memória é profundo os ossos ainda se decompõem na fria escuridão dos armários enquanto as gavetas da história oficial acumulam arquivos corrompidos o mal que sai da boca do homem não se equipara àquele que sai das trombetas do estado na disputa sobre qual voz será a mais aguda para contar nossa história só quem não olhar para trás se tornará estátua de sal
NEURIVAN SOUSA
Poeta e professor da rede pública, formado em Filosofia. Maranhense, natural de Magalhães de Almeida (1974), mas radicado em Santa Rita/MA. É autor de Polifonia do Silêncio (Scortecci, 2012) e Lume (2013). Palavras sonâmbulas é seu terceiro livro de poesia (2016). (13) Neurivan Sousa | Facebook
TODO O PESO
carrego nos ombros curvados pelo pranto o peso de dores ófãs
uma âncora oxidada um balde de água uma mala de chumbo
todo o peso deste mundo não pesa um grão de areia do deserto que me habita.
GÊNESE
acaso eu teria voz acaso eu teria vícios acaso eu teria versos
acaso eu teria sede acaso eu teria signos acaso eu teria safra
se nas minhas veias não corresse escuridão?
LENTES BINOCULARES
O que captam os olhos de um poeta idólatra à beira de um poço ateu?
O eco da pedra suicida,
Ou um céu subterrâneo, onde morcegos são anjos aprisionados, e o Diabo é quem puxa o balde?
O que avista um poeta debruçado numa janela escancarada para o nada?
A falência da vida, a inércia dos mortos, um pássaro sem céu ou um céu sem pássaro?
MÓBIL
Escrevo. Escrevo... para não morrer de silêncio.
Afogar-me neste mar, onde as palavras sempre nadam para o fundo, para o nada,
seria morrer inultimente na exorbitância de ser eu.
CONTRAPOSIÇÃO
na beira do cais de costas viradas para o poente
sem sigla partidária os barcos recusam o impeachment da tarde.
AS PALAVRAS
as palavras não dormem nas esquinas, nos bares, nos bancos das praças, pois não bebem cachaça.
elas dormem no frio pó do túmulo das memórias,
as palavras não ditas se tornam fantasmas daqueles que um dia cortaram as suas asas.
MOEDA
à luz do dia minha cidade é uma bela jovem vendendo jornais e livros no stop do semáforo.
ao véu da noite essa mesma cidade é uma cadela no cio uma prostituta de luxo traficando AIDS a altos executivos.
SHOPPING CENTER
uma visão espantosa, uma colmeia em festa. vitrines engenhosas, cada loja uma oferta.
um redemoinho de fantasmas, famintos por peles e máquinas. um bando de sanguinários piratas, saqueando o porão do próprio ego
um formigueiro medonho, alienados escravos da mo(e)da – indo e vindo enfileirados –em bandos, em zigue-zague.
um rebuliço fantasista de queimar a retina de quem olha de fora o caldeirão do Diabo.
Polifonia do silêncio é um desses livros que logo na primeira página faz o leitor cativo do prazer de lê-lo. É um verdadeiro leque de variedades poéticas que aguçam os sentidos, dando a quem o lê a sensação de que ele próprio é o poeta. Como na vida, o tema amor tem seu lugar de destaque, vai e vem é reverenciado com a grandeza que lhe é imanente. O livro, como o título bem sugere, tem a sonoridade de uma brisa em manhãs de outono, é preciso sensibilidade de alma, como diz o autor, para senti-lo e apreciá-lo.
A vida é uma perfeita poesia. Mas é preciso ter sensibilidade de alma para compreendê-la e amá-la sem se perder em seus versos, nem adormecer com suas rimas. Tal como é a poesia em sua essência, os poemas de Polifonia do silêncio são livres, não se prendem à rima e à métrica, preferem focar no mundo real ao ideal. Sua beleza consiste na sonoridade das verdades escondidas por trás das vestes (palavras) que são sutilmente utilizadas para dar forma às ideias e sentimentos que emanam de dentro do espírito humano.
O meu passado é pó; o meu presente é água; o meu futuro é luz; a minha vida é vento.
Enfim, é uma obra que ao ser lida, inevitavelmente ilumina os olhos da alma, fazendo-a ver o silêncio como a sublime melodia da vida, de onde ecoam aos corações apaixonados acordes e versos de amor em tons de elevadíssima poesia.
Nossos olhos, às vezes ingênuos, outras vezes precipitados, têm no amor seu colírio refrescante nas cores enganosas do pecado. É quando se fecham que melhor enxergam. Porque quando abertos ficam Não enxergam nada.
MINGUANTE
A infância perdida da memória. Os sonhos esquecidos numa gaveta.
Os filhos – emancipados – mundo afora. A saudade lagrimando frente ao espelho.
As horas que se esgotam no crepúsculo. As obras que se evaporam à luz dos olhos.
A esperança navega sem bússola. A vida que se esgota a cada ciclo.
Tudo se prostra diante do tempo. Então uma dúvida salta do armário:
Não seria a morte a perfeita vida para a qual ainda não nascemos?
Ou seria a vida já a própria morte, sendo vivida de dentro para fora?
LUIZA CANTANHEDE
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Maria Luiza Cantanhede Gomes, mais conhecida como Luiza Cantanhede (Santa Inês, Maranhão) é uma escritora e poeta brasileira. Filha de lavradores, possui formação em Contabilidade[3]. É membra fundadora da Academia Piauiense de Poesia. Foi finalista do Concurso de Poesia “Professor Pedro Filho”, em Santa Inês –MA.Publicou os livros de poemas Palafitas Amanhã Serei uma Flor Insana e "Pequeno ensaio amoroso" pela Editora Penalux. Há tradução de sua poesia para o italiano e espanhol, Tem poemas publicados em antologias nacionais e internacionais. Participa com obras de poesia da Antologia Poética A Mulher na Literatura Latino-americana, lançada em 2018 pela Universidade Estadual do Piauí. Vive e trabalha em Teresina, no Piauí desde 1983. Obras Livro Publicados 2016 – Palafitas 2018 – Amanhã serei uma Flor Insana’’ 2019-"Pequeno ensaio amoroso" Antologias e Coletâneas 2018 - Antologia Poética A Mulher na Literatura Latino-americana "Antologia Brasil/Moçambique
4 poemas de Luiza Cantanhêde – QUATETÊ (wordpress.com)
TREINAMENTO
Na barriga de minha mãe Eu andava pelos babaçuais do Maranhão Não sabia ainda a função do machado O coco aberto e ferido O azeite
Depois conheci a fome E a lâmina.
DEVOÇÃO AO DESCONHECIDO Eu rezo pela boca do tempo Inútil, todos os deuses estão surdos É o grito que me mostra o Improvável Meus olhos, devotos do Que não se revela Amordaçam o instante Que faz do imponderável A sua santa ceia Em fila indiana Passam as coisas desiguais Não fossem tão apressadas E tão indefinidas Eu pediria que abrissem os Meus olhos sujos.
ARIDEZ Não sei sangrar Sem que antes toque O chão e os pés Sacralizem a ponte Sob a areia movediça Não sei morrer Sem que antes O sangue Banhe a terra E recomece o tempo Há em mim Um grito envenenado Uma areia que me arde E estes olhos santificados Pelo deserto TERRA NATIVA
Longe do burburinho da Cidade grande Sou mineral Terra molhada Cheiro de chuva Roça queimada
Sou terra nativa Me plantando utopias.
Dyl Pires Dyl Pires, poeta, ator, nascido em São Luís do Maranhão, radicado há uma década em São Paulo. Participou dos espetáculos: Roberto Zucco (2010), Satyros Satiricon (2012), Edifício London (2013), Édipo na Praça (2013), Não Vencerás (2014), Não Saberás (2014), Você Está Livre (2015), Terra dos Outros Felizes (2017), entre outros. Publicou os livros de poesias: O Círculo das Pálpebras (Func, 1999), O Perdedor de Tempo (Pitomba, 2012), O Torcedor (Pitomba, 2014) e Éguas (Pitomba, 2017).
4 poemas de Dyl Pires – QUATETÊ (wordpress.com) Desartista que vive há uma década em São Paulo, entre ações teatrais e poéticas. Dele já disseram: misto de sátiro com coisinha ausente. Acreditou. São 26 anos de caminhada artística. Ainda em São Luís, participou dos espetáculos: Viva el rei D. Sebastião, Paixão segundo nós, Auto de natal, Auto do boi, Morte e vida severina, A bela e a fera, Baal, Torres de silêncio, Nós o fragmento que nos resta. Em São Paulo esteve em cartaz nos espetáculos: Roberto Zucco (2010), Satyros Satiricon (2012), Edifício London (2013), Édipo na Praça (2013), Não Vencerás (2014), Não Saberás (2014), Você Está Livre (2015), Terra dos Outros Felizes (2017), entre outros. Publicou os livros de poesia: O Círculo das Pálpebras (Func, 1999), O Perdedor de Tempo (Pitomba, 2012), O Torcedor (Pitomba, 2014), Éguas (Pitomba, 2017) e Queria falar do deserto dos dias apressados (Chiado books 2019). Tem, ainda, poemas publicados no Jornal Rascunho, Revista Pitomba, Acrobata e Germina – Revista de literatura e arte. Como ator, recebeu em 2014 da câmara municipal de São Paulo a Outorga de Salva de Prata pelos 25 anos da Cia de teatro Os satyros, da qual integrou o elenco de 2009 a 2014. Os textos que integram esta seleção foram extraídos do seu último livro de poemas publicado pela Chiado books, neste ano de 2019. .Outubro escorregadio de tudo, como ostra. A melancolia era uma rua de seis casas sem saída. Uma vila charmosa! A grande chuva veio à noite. Os móveis da infância não estão mais no lugar. A memória não os organiza mais como lembrança. A chuva altera o sentido de urgência das coisas. A chuva nos devolve à condição da espera, à partilha de pequenos nadas; como arrancar beleza na rua de alguém que simplesmente caminha, mas que pulsa nos fios invisíveis da corporeidade o espantamento da finitude de uma vida inteira. A chuva é um dos rastros mais antigos de humanidade. ..Uma cidade atravessada por um rio morto. Um cadáver permanente na sala. Um ar espectral soletrando um poema concreto. Uma cobra-metrô: Dodeskaden que carrega uma cidade despresente. Às vezes há um grande sol, um extraordinário entardecer, uma maravilhosa manhã. Como uma grande palavra esquecida que chega. Mas rapidamente as pessoas retornam à cobertura gris das pálpebras e o cavalo dos olhos volta a galopar a neblina dos dias.
… Escalar o alfabeto do sonho. A sílaba alta do destino. Como um chapéu novo que se põe na vida.
….Os Bandeirantes são os mais fotografados. Por trás de cada click há o concreto. Por baixo de todo o concreto há uma floresta muda. Lá ainda ouço o som do rio a correr pela garganta dos últimos índios.
407 ANOS DA BATALHA DE GUAXENDUBA (1614-2021)
EUGES LIMA
A Batalha de Guaxenduba, completa hoje, 407 anos. Há mais de quatro séculos, na manhã do dia 19 de novembro de 1614, nas areias das praias do então sítio de Guaxenduba, no continente maranhense, hoje, as praias de Santa Maria, praia da Boca e praia de São Pedro, localizadas no povoado de Santa Maria, município de Icatu, Maranhão, franceses e portugueses se enfrentaram numa sangrenta guerra épica pela posse do Maranhão. As forças portuguesas estavam sob o comando do Capitão-Mor Jerônimo de Albuquerque, auxiliado pelo Sargento-Mor do Brasil Diogo de Campos Moreno e o exército francês, sob a liderança de Daniel de La Touche, o senhor de la Ravardière. Embora em superioridade numérica e bélica, mas por erros estratégicos, autoconfiança demasiada, além de fatores naturais, os franceses acabaram sendo derrotados pelas debilitadas forças portuguesas, que se utilizando de um estilo de guerra peculiar ao Brasil colonial, mesclavam estratégias de guerra europeia com indígena, ou seja, adotaram uma estratégia mais eficaz para o momento, sendo decisivo o taque surpresa e fulminante do português às tropas franceses que ainda estavam descansando do desembarque e tentando se fortificar. Ao contrário dos seus inimigos, lusos, os franceses que apesar de contar com um significativo contingente de mais de dois mil índios Tupinambás e duzentos soldados franceses, usaram um estilo de combate tipicamente europeu das guerras de Flandres. Uma das razões da derrota dos franceses na Batalha de Guaxenduba foi porque parte de suas forças, principalmente as que desembarcaram nas praias, não eram formadas por soldados profissionais, mas sim por gente de ofício, ou seja, carpinteiros, ferreiros, enfim, colonos, trabalhadores que vieram colonizar a França Equinocial e fazer a América e que acabaram sendo obrigados a lutarem improvisados de soldados,
enfrentando o maltrapilho exército português, porém, mais experimentado no campo de batalha e nessas guerras de sertão. Nos registros dos depoimentos dos prisioneiros franceses, capturados em Guaxenduba, onde eles relatam suas vidas de simples trabalhadores e contam como vieram parar no Maranhão com suas famílias, eles se queixam de terem sido enganados pelos comandantes franceses que venderam para eles um paraíso nos trópicos e quando chegaram aqui, não era nada disso, e ainda tiveram que pegar em armas, sendo muitos massacrados nessa guerra, sofrendo os franceses uma baixa entre 115 a 150 combatentes e 9 prisioneiros dos 200 que desembarcaram, ou seja, uma verdadeira carnificina, fora as centenas de índios tupinambás, aliados dos franceses que também tombaram. Essa guerra, como relata Diogo de Campos Moreno em sua “Jornada do Maranhão”, foi um verdadeiro "inferno na praia", sobretudo para as tropas francesas de la Ravardière que com sua política de já ganhou, acabou sendo fatalmente surpreendido.
Números da Batalha Forças francesas que desembarcaram - 200 soldados (2 tropas) - mais de 2 mil índios flecheiros - 46/50 canoas Forças portuguesas em Guaxenduba - 234 índios flecheiros - 180 soldados Mortos 115 a 150 franceses 10 portugueses Feridos 18 portugueses Prisioneiros 9 franceses
FERNANDO BRAGA
in ‘Conversas Vadias’, antologia de textos do autor.Ilustração: Capa do livro: ‘Maranhão Sobrinho – O poeta maldito de Atenas’, do poeta e pesquisador Kissyan Castro, da Academia Barra-Cordense de Letras, referido neste texto.
José Augusto Américo Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho, nasceu na cidade maranhense de Barra do Corda, em 20 de dezembro de 1879. Não era príncipe. Era poeta. Não tinha título nobiliárquico, mas uma eugenia tão ilustre e extensa quanto, e faleceu nos arrabaldes da cidade de Manaus, na madrugada de 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade. Por muito tempo, todos os estudos, como ensaios, monografias, artigos e que tais, sobre Maranhão Sobrinho, registravam seu nascimento e morte, numa feliz coincidência, no dia 25 de dezembro, foi quando o poeta e pesquisado Kissyan Castro, membro da Academia Barra-Cordense de Letras, estudioso da vida e obra do nosso simbolista, resolveu revirar documentos em cartórios e na Paróquia de Barra do Corda, onde o poeta nasceu, chegando a conclusão, em confrontando documentos como as Certidões de batismo e de nascimento, bem como outros “velhos papéis roídos pelas traças do simbolismo”, que o poeta nasceu de fato no dia 20 de dezembro de 1879 e não nos dias 25 e/ou 30 de dezembro daquele ano como eram registados anteriormente. Esse exaustivo trabalho de Kissyan Casto teve de logo o reconhecimento do também pesquisador e estudioso da literatura maranhense, escritor Jomar Moraes que, como Presidente da Academia Maranhense de Letras, à época, chancelou, em nome da Instituição, também cofundador por Maranhão Sobrinho, a autenticidade da data, ficando esta a prevalecer ‘ad eternum’. Conta-nos o Dr. Antônio de Oliveira, membro da Academia Maranhense de Letras e meticuloso no campo da pesquisa científica, in ‘Maranhão Sobrinho’ [notas biobibliográficas], separata nº 82 da ‘Revista das Academias de Letras’, Rio de janeiro, 1976, que o poeta estudou as primeiras letras no colégio do Dr. Isaac Martins, em sua cidade natal, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista, cujos ideais pregava no jornal ‘O Norte’, de sua propriedade e muito divulgado na região. Em 15 de agosto de 1899, o poeta, com o auxílio do pai Vicente e do seu tio querido José, ambos, tios do nosso estimado amigo Monsenhor Hélio Maranhão, já falecido, fiel escudeiro de Jesus, incardinado a vida inteira na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, escritor elegante e orador sacro, membro das Academias Maranhense e Barra-Cordense de Letras e Capelão da Polícia Militar do Estado. Em São Luís, Maranhão Sobrinho, nome pelo qual era conhecido e assinado em suas produções literárias, matriculou-se na tradicional Escola Normal, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominados ‘pensão’. Por rezingas com alguns professores, logo abandona o curso Normal e, sem emprego, ao invés de postar-se como autêntico simbolista, estilo que escrevia com brilhante inspiração, à moda, digamos, de Mallarmé, o poeta do ‘Après-midi d’um faune’ ou o ‘divino Estefânio’, como lhe chamava, não, entregara-se à boêmia descomedida, como uma personagem de Murger. O sábio e etnólogo Raimundo Lopes, autor de ‘O Torrão Maranhense’, escreveu sobre o poeta um estudo publicado in ‘Revista da Academia’, nº 1, São Luís, 1919: “A circunstância do lugar é sugestiva. Na Barra do Corda, atraindo o escol da mocidade sertaneja [...] este se haveria abeberado na poesia espontânea das bucólicas e rapsódias rudes dos vaqueiros, dos descantes selvagens das violas. Agitava-o talvez a ânsia de novas impressões, mercê das quais o seu espírito viveria uma vida mais alta, num mundo estranho e inédito de mistérios...” E continua o nosso querido e saudoso amigo, Dr. Antônio de Oliveira a nos contar, a seu modo, o que sintetizamos por questão de espaço, que “em 1903, impressionados com a desregrada vida boêmia que o poeta levava em São Luís, alguns amigos mais íntimos e dedicados, o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali ele mudasse de procedimento e, trabalhando, arranjasse meios de pelo
menos publicar seus livros. Na capital paraense começou a trabalhar no jornal ‘Notícias’ e passou a colaborar na tradicional ‘Folha do Norte’. Bem depressa se tornou popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Um dia, em Belém, sem se despedir de ninguém embarcou num navio e voltou para São Luís. Chegando ao velho ‘fortim dos franceses’, fundou com outros intelectuais de sua geração a ‘Oficina dos Novos’ que editava um boletim literário e fazia uma peregrinação todo dia três de novembro à estátua do poeta Gonçalves Dias [patrono da Instituição], em comemoração à data do naufrágio do ‘Ville de Boulogne’, nos baixios maranhenses, em que morreu o imortal Cantor de ‘Os Timbiras’. Foi iniciativa também da ‘Oficina dos Novos’ erguer em Praça Pública o busto do humanista Odorico Mendes, imortal tradutor de Virgílio, a qual, até hoje, solene e serena ilumina o largo que lhe dá o nome. Antônio Lôbo, um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras e seu primeiro presidente traçou o perfil do nosso poeta nas páginas do seu livro ‘Os Novos Atenienses’: “Maranhão Sobrinho ressuscita entre nós o tipo clássico do boêmio. Possui, pelas coisas materiais da vida, a mais soberba das indiferenças. Desde que encontre, ao saltar da cama, a sua fatiota costumeira e o seu indefectível chapéu de palha, este último não para trazê-lo à cabeça como toda gente, mas, ao contrário dos outros, para carregar debaixo do braço, à guisa de um embrulho precioso, reputa-se o mais feliz dos homens”. O poeta, inesperadamente, como sempre fazia, embarcou para Manaus, via Belém, numa rota e num destino semelhante ao de Vespasiano Ramos [já anotado por nós nestes apontamentos]. E lá morreu, deixando para a história literária estes livros: ‘Papéis Velho’, 1908; ‘Estatuetas’, 1909 e ‘Vitórias Régias’, 1911. Ouçamo-lo neste antológico ‘Soror Teresa’, enfeixado em ‘Papéis Velhos’, onde o poeta explode todo o simbolismo em resgates a nuances românticas e realistas em contraposição às tendências cientificistas do positivismo estabelecidas na Europa na segunda metade do século XIX: Soror Teresa: “... E um dia as monjas foram dar com ela/morta, da cor de um sonho de noivado,/no silêncio cristão da estreita cela,/lábios nos lábios de um Crucificado.../somente a luz de uma piedosa vela/ungia, como um óleo derramado,/o aposento tristíssimo de aquela/que morrera num sonho, sem pecado../.Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,/ e ninguém soube de que dor escrava/morrera a divinal soror Teresa.../Não creio que, de amor, a morte venha,/mas, sei que a vida da soror boiava/dentro dos olhos do Senhor da Penha...” O poeta é o patrono da Academia Barra-Cordense de Letras, da qual pertenço com muita honra; conhecida pelo epiteto ‘Casa de Maranhão Sobrinho’. A intuição de análise me leva a pensar de há muito que, se o poeta Maranhão Sobrinho não tivesse migrado para Belém e Manaus mas se dirigido para o Rio de Janeiro, a desenvolver e aplicar o seu talento poético, como ele mesmo escreve em “Papéis velhos... roídos pela traça do símbolo”, teria, juntamente com Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães, composto a brilhante trindade simbolista brasileira.
ALL EM REVISTA - v. 6, n. 3 - JUL/SET 2019 - SUPLEMENTO: RECORTES & MEMÓRIA: MARANHÃO SOBRINHO by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu
EDMILSON SANCHES
---- O poeta negro caxiense que influenciou um grande poeta cearense e é patrono de cadeiras nas Academias Caxiense, Maranhense e Paraense de Letras. ---- Em Caxias, sua mãe, Maria Bárbara Cunha Rego, foi amiga da mãe de Gonçalves Dias, Vicência Mendes Ferreira, como registrou Gilberto Freyre. * * * No dia 22 de novembro de 1867 nasceu em Caxias João de Deus do Rego, jornalista e poeta. Em 20 de junho de 1902, com 34 anos, faleceu em Belém (PA). Em 2017, quando se completaram 150 anos de seu nascimento, não se soube de evento de vulto -- ou de evento qualquer -- em homenagem a esse escritor. Há 133 anos, em 1888, quando tinha 21 anos, João de Deus publicou dois livros: "Primeiras Rimas" e, depois, "Numa Pitada de Rosas". João de Deus do Rego também é autor de pelo menos dois folhetins, conforme pesquisa de Germana Maria Araújo Sales, da Universidade Federal do Pará, em seu trabalho "Folhetins: Uma Prática de Leitura do Século XIX", publicado em agosto de 2007 na revista "Entrelaces". Os dois folhetins são: "As Festas de Nazareth", publicado pelo jornal "A Folha do Norte" em 11 de outubro de 1896, e "A Quermesse Redentora", em 13 de maio de 1897. O jornal "A Folha do Norte", segundo anota Germana Maria, era "jornal de circulação diária, independente, noticioso, político e literário. Fundado por Enéas Martins, Cipriano Santos e outros, tinha por objetivo principal lutar pelo desenvolvimento político e social da região, defendendo o partido republicano federal, chefiado por Lauro Sodré e, depois, por Paes de Carvalho". O nome do governador paraense Lauro Sodré estará junto ao de João de Deus do Rego, neste texto, mais adiante. Praticamente desconhecido em Caxias, João de Deus do Rego foi uma grande influência para o poeta cearense Lívio Barreto, nascido no município de Granja, em 18/02/1870, e falecido em Camocim (CE), em 29/09/1895. Não se sentindo desafiado intelectualmente em sua terra, Lívio foi para Belém (PA) em junho de 1888, lá permanecendo até 1891. Na capital paraense (à época com cerca de cem mil habitantes), conheceu o caxiense João de Deus do Rego. Registros dizem que o poeta de Caxias "muito contribuiu para o aperfeiçoamento literário" do jovem poeta cearense. Lívio Barreto, embora tendo vivido apenas 25 anos e publicado apenas um livro ("Dolentes", poesias, republicado em 1970, pelo Governo do Ceará, e em 2009, pela Universidade Federal do Ceará), é considerado o maior poeta de sua cidade e um dos maiores do Ceará. Deve ter sido de muito valor o trabalho e a presença do caxiense João de Deus do Rego nos meios culturais de Belém. Veja-se:
a) Em sua dissertação "Entre Poéticas e Batuques: Trajetórias de Bruno de Menezes" (2012), apresentada à Universidade da Amazônia - Unama, como requisito para obtenção do título de Mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura, Marcos Valério Lima Reis cita o escritor J. Eustáquio de Azevedo (autor de "Literatura Paraense"), que registra que a reunião para a fundação da entidade cultural "Mina Literária", às 9h da manhã de um domingo, 02 de dezembro de 1894, "contou com a presença dos principais intelectuais locais, desta última década do século XIX". E segue a lista dos "principais intelectuais" da capital paraense, 12 nomes: "Drs. Álvares da Costa, Paulino de Brito, Natividade Lima, Leopoldo Souza, Guilherme de Miranda, Acrísio Mota, Alcides Bahia, Manuel Lobato, JOÃO DE DEUS DO REGO, Theodoro Rodrigues, Euclides Dias e Luiz Barreiros". Depois desse encontro, que fundou a associação, a Mina Literária foi inaugurada em 1º de janeiro de 1895 (na dissertação consta "1894", por evidente lapso na digitação). A importância da Mina Literária é devidamente consignada na dissertação de Marcos Valério, citando o livro de J. Eustáquio de Azevedo: ela é definida como “associação de letras que constitui um dos fortes elementos da literatura no norte do Brasil”, e que “despertou o amor pelas letras no ânimo de nossos jovens patrícios e fez em prol de nossa literatura o que, até então, nenhuma associação fez até hoje”. E ainda, citando Marinilce Oliveira Coelho, no mesmo livro "Literatura Paraense": "O Pará precisava 'não apenas produzir borracha', mas sim ideias. Assim, a Associação Mina Literária constituiu-se numa forte representação no quadro literário local, pelo “esforço dos seus membros, pelos trabalhos que publicou, e pela propaganda tenaz que fez das letras nortistas (...)”. b) João de Deus do Rego é sócio fundador da Academia Paraense de Letras (criada em 03 de maio de 1900) e patrono da Cadeira 26. c) João de Deus do Rego integra o seleto grupo que foi retratado no quadro "Últimos Dias de Carlos Gomes" (também citado como "Últimos Momentos de Carlos Gomes" ou "A Morte de Carlos Gomes"). O grande músico brasileiro Antônio Carlos Gomes, autor da ópera "O Guarani", de 1870, era muitíssimo querido no Pará. Sem apoio em sua própria terra (São Paulo), foi contratado pelo Governo paraense. Antes de falecer, em Belém, em 16/09/1896, Carlos Gomes recebeu a visita do governador do Pará, Lauro Sodré, e um exclusivo grupo de políticos, jornalistas e intelectuais (contei umas 22 pessoas ao todo, entre as quais o caxiense João de Deus do Rego). Naqueles tempos, estavam na região os pintores italianos Domenico de Angelis e Giovanni Capranesi, que faziam trabalhos artísticos no Pará e Amazonas, contratados pela Igreja e por Governos. Eles pintaram o quadro "Últimos Dias de Carlos Gomes" em 1899. É um óleo sobre tela, com 224 cm x 484 cm, pertencente ao acervo do Museu de Arte de Belém. O quadro é objeto de estudos recorrentes. Só em 2006 pelo menos dois trabalhos foram apresentados: "História e Iconografia de Belém, em 'Últimos Dias de Carlos Gomes'", de Luiz Tadeu da Costa, mestre em Comunicação e Semiótica, especialista em Museologia, professor universitário e técnico do Museu de Arte de Belém, e “Últimos Dias de Carlos Gomes: Do Mito 'Gomesiano' ao 'Nascimento' de um Acervo ", de Emerson Dionísio G. de Oliveira, mestre em História da Arte. Emerson Dionísio analisa extensa e detalhadamente a pintura e relaciona os nomes de todos os que nela foram retratados. Em um parágrafo descreve: "No grupo seguinte, atrás dos dois políticos sentados, vemos um conjunto de quatro homens que fitam ou o músico ou o espectador: o senador e intendente Antônio José de Lemos; os jornalistas João Marques de Carvalho, Antônio Leite Chermont e JOÃO DO REGO." João de Deus do Rego é mencionado nos seguintes livros, entre outros. Mais uma vez confirma-se a forte presença do escritor caxiense na literatura paraense e nortista em geral: 1) "Na Rua (Papeis Avulsos)", de Raul de Azevedo (editora A. M. Pereira, 1902, 216 páginas). Aqui, o poeta cearense Antônio Salles é comparado ao caxiense: "(...) assim como talvez em terras paraenses o delicioso João de Deus do Rego". 2) "Estudos Afro-brasileiros", volume 2, de Gilberto Freyre e outros (editora Ariel, 1937), com trabalhos apresentados ao 1º Congresso Afro-brasileiro, reunido em Recife em 1934. Aqui, registra-se: "(...) a mãe de
Gonçalves Dias, mulata simplória (conta-nos o poeta João de Deus do Rego, cuja mãe, também mulata, era amiga daquela) (...)". A mãe de João de Deus chamava-se Maria Bárbara Cunha Rego; a de Gonçalves Dias, Vicência Mendes Ferreira. 3) "Introdução à Literatura no Pará", volume 4 (Cultural CEJUP, 1990). Ali, anota-se: "Diz Carlos Rocque, na 'Grande Enciclopédia da Amazônia', que João de Deus do Rego é uma das personalidades retratadas pelo pintor De Angelis, no quadro em que reproduz os 'Últimos Momentos de Carlos Gomes'." 4) "Antologia Amazônica: Poetas Paraenses", de José Eustáquio Azevedo (Conselho Estadual de Cultura, 1970, 323 páginas). Nesta obra João de Deus do Rego é relacionado entre 13 escritores, "dos círculos acadêmicos do Pará", nos "saudosos tempos, saudosos e magníficos". 5) "Teatro Nacional: Autores e Atores Dramáticos Baianos, em Especial - Biografias", de Silio Boccanera (Imprensa Official do Estado, 1923, 488 páginas). Neste livro, transcreve-se uma opinião literária de João de Deus do Rego, em 1896, acerca de um poema politico -- "O Espectro do Rei" --, de outro autor. 6) "Almanach Popular Brazileiro para o Anno de 1906", publicado em 1905. João de Deus do Rego está entre os escritores citados no livro. 7) "Relatório Apresentado ao Conselho Municipal de Belém". Trata-se de relatório da Intendência Municipal de Belém, publicado pela Typographia de Alfredo Augusto Silva, em 1902. Em determinado parágrafo, são listados os nomes de diversos jornais e jornalistas do Pará. Entre os jornalistas, o último citado no parágrafo é o caxiense, também o único a merecer um adjetivo, assim: "(...) e o mavioso poeta João de Deus do Rego, pela redacção da 'Folha do Norte'." "O Sr. Silvio Romero e a Literatura Portuguesa", de Fran Paxeco, publicado por A. P. Ramos d'Almeida em 1900, com 201 páginas. Nesta obra anota-se, após mencionados diversos escritores: "(...) e, alfim, João de Deus do Rego, poeta delicadíssimo, que ali vegeta no Pará (...)". 9) "Do Civismo e da Arte no Brasil", de Joaquim Leitão, publicado por Tavares Cardoso & Irmão em 1900, com 349 páginas. Nesta obra igualmente lista-se uma série de autores, o caxiense -- qualificado como "afamado" -- entre eles: "O jovem poeta paulistano Carvalho Aranha, o já afamado João de Deus do Rego, o amazonense Paulino de Brito, como o forte cearense Antônio Salles, toda essa família de poetas brasileiros, cujos nomes levariam centos de páginas (...)". No Maranhão, pelo menos o historiador coelho-netense Mílson Coutinho e os caxienses Quincas Vilaneto (Joaquim Vilanova Assunção Neto) e Arthur Almada Lima Filho, todos meus confrades na Academia Caxiense de Letras), documentaram em livro o poeta caxiense, tão bem-referendado em terras nortistas -- João de Deus do Rego. Em sua terra natal, João de Deus do Rego é patrono da cadeira 32 da Academia Caxiense de Letras.
O quadro "Últimos Dias de Carlos Gomes", de Domenico de Angelis e Giovanni Caparanesi, onde João de Deus do Rego está presente.
PRIMEIROS REGISTROS DA POESIA NA IMPRENSA DO MARANHÃO – DÉCADA DE 1820
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO
Tenho me dedicado ao resgate de escritores maranhenses esquecidos. Sirvo-me de comentários sobre este ou aquele autor, quando lembrado, em textos antigos, publicados em nossos jornais – sirvo-me da coleção de jornais da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional (Coleção Digital de Jornais e Revistas da Biblioteca Nacional (bn.br)). Esta semana, a confreira Dilercy Adler – ALL, IHGM – andou a consultar sobre poetas mulheres esquecidas, maranhenses, para indicação de patronato em alguma instituição literária a formar seu conjunto de homenageados com alguma cadeira. Resolvi-me., então, a pesquisar mais a fundo as poesias publicadas em jornais daquela coleção, além do já levantdo. Segundo Bruno Brasil (2018)3:
Entre 1821 e 1831, circularam em São Luís cerca de 13 periódicos de matizes políticas distintas, propensos ao debate à medida em que serviam aos interesses de grupos políticos locais. Tais entraves políticos, afinal, davam-se na imprensa a partir de diferentes interpretações que as elites políticas e intelectuais faziam do liberalismo, sempre adaptado de acordo com seus interesses de classe ou grupo social. Alguns dos principais interlocutores desses debates foram, além d’A Cigarra, O Censor Maranhense, Farol Maranhense, Minerva, A Bandurra, O Amigo do Homem, O Argos da Lei e A Estrela do Norte do Brasil: folhas que debatiam temas ligados à Independência e à monarquia constitucional, bem como aos direitos políticos dos cidadãos.[...]
Assim, creio até prova em contrário, neste momento em que a Imprensa Maranhense completa seus 200 anos de existência, serem estas as primeiras poesias publicadas, comreçando pelo jornal “O CONCILIADOR DO MARANHÃO”4, que veio lume em 15 de abril de 1821 em São Luís (MA): [...] pouco após a abolição da proibição de circulação de impressos que não fossem da Impressão Régia, O Conciliador do Maranhão foi o primeiro periódico lançado em sua província. De orientação política estritamente áulica, não era nada “conciliador”, posto que acatasse apenas aos interesses portugueses no contexto do processo político que levou o Brasil à Independência. A razão para isso era simples: foi lançado pelo governador maranhense, o marechal português Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, que importara de Londres a prensa que o imprimia, mostrando, afinal, a força da presença lusitana no Maranhão, já que a ruptura entre a colônia e a metrópole traria desvantagens para a elite local. Tendo como redatores Antônio Marques da Costa Soares (então oficial-maior da secretaria do governo e secretário da Junta da Administração da Imprensa) e o padre José Antônio da Cruz Ferreira Tezinho, o jornal foi fortemente influenciado pela Revolução do Porto, crendo fielmente na Constituição portuguesa
3 BNDigital 4 por Bruno Brasil 24 MAIO 2018 Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Censura e repressão, Crítica política, Dom Pedro I, Imprensa Áulica, Imprensa oficial, Liberalismo, Maranhão, Portugueses no Brasil, Primeiro Reinado.
BNDigital
de 1822, de caráter liberal – mas esse marco inspirava, na verdade, o grupo cujos interesses eram defendidos pelo jornal: a elite provinciana. Tendo abordado os conflitos em torno da adesão forçada do Maranhão ao reino independente sob essa perspectiva, acabou deixando de ser publicado em sua 210ª edição, de 16 de julho de 1823, poucos dias depois da queda de São Luís para as tropas fiéis a Dom Pedro e cerca de duas semanas antes da efetiva inclusão da província ao recém-fundado Império do Brasil. [...]
Conciliador do Maranhão (MA) - 1821 a 1823: ano 1821,
a 17 de fevereiro:
em 1822, no Suplemento ao número 64, uma ode “por hum anonymo”, que se identifica como o autor, quando de uma nota publicada em 1828, a 28 de julho, em O Farol Maranhense5: Odorico Mendes:
5 FAROL MARANHENSE, por Bruno Brasil - 28 MAIO 2018 - Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Censura e repressão, Crítica política, Dom Pedro I, Liberalismo, Maranhão, Primeiro Reinado: Redigido pelo jovem educador José Cândido de Moraes e Silva, o Farol Maranhense foi um proeminente periódico durante os últimos momentos do Primeiro Reinado. Vindo a lume a 26 de dezembro de 1827, exercia verdadeiro ativismo político pela causa liberal exaltada, ou
seja, a considerada mais radical do liberalismo, sendo o primeiro órgão de sua vertente política no Maranhão. Defendendo os princípios constitucionais, conseguindo, aliás, grande sucesso junto ao público leitor da elite maranhense, foi, muito por isso, combatido por diversos jornais ideologicamente opostos e perseguido pelas autoridades da época: em linguagem afiada, atacava violentamente tanto os desmandos do poder provincial quanto o lusitanismo – lembrando-se que força de comerciantes e funcionários públicos portugueses no Maranhão de então, dado seus laços com a metrópole nos tempos coloniais, impôs dificuldades à adesão da província à Independência. Tal posicionamento, ademais, onde portugueses eram chamados pejorativamente de “corcundas”, aproximava o Farol, afinal, do levante conhecido como Setembrada, eclodido em dezembro de 1831. Com publicação finda em 15 de abril desse ano, possivelmente por conta da instabilidade causada pela iminência da revolta e da morte de Moraes e Silva, um de seus líderes, o periódico teve uma curta segunda fase, quando, entre 1832 e 1833, foi dirigido por João Francisco Lisboa. No total, o Farol Maranhense lançou 351 edições. BNDigital
Nesse mesmo suplemento, mais adiante:
Ano 1823
Minerva 6: Folha Politica, Litteraria, e Commercial (MA) - 1828 a 1829
6 MINERVA – FOLHA POLITICA, LITERARIA E COMMERCIAL (MARANHÃO, 1827) por Bruno Brasil 28 MAIO 2018 Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Conservadorismo, Crítica política, Dom Pedro I, Imprensa Áulica, Imprensa oficial, Maranhão, Portugueses no Brasil, Primeiro Reinado Redigido por David da Fonseca Pinto, Minerva foi um periódico lançado a 29 de dezembro de 1827, em São Luís (MA), em meio ao Primeiro Reinado. Seu surgimento se deu em paralelo ao de outras folhas maranhenses, geradas a partir da adesão da província à Independência. Frente ao ativismo político pela causa liberal, à época, onde a observação aos princípios constitucionais e a rejeição ao absolutismo tinham grande expressão, algumas vinham defender, contrariamente, os interesses da colônia portuguesa no Maranhão: comerciantes e funcionários públicos lusitanos, na província, tinham fortes laços com a metrópole desde os tempos coloniais, algo que dificultou mesmo a integração da província ao Império. Minerva, que trazia o brasão imperial em seu cabeçalho, acabou se enquadrando num gênero governista, pró-Dom Pedro, mas que no contexto local o aproximava mais do segundo do que do primeiro grupo: isso fez com que defendesse o governo provincial de Manoel da Costa Pinto (que durou de fevereiro de 1828 a janeiro de 1829) e fizesse apologia ao ex-presidente maranhense Pedro José da Costa Barros (que teve mandato de setembro de 1825 a março de 1827), publicando matéria oficial e pedindo, afinal, o retorno do Brasil à condição de colônia. Em consequência a essa postura conservadora, foi muito atacado por folhas liberais, sobretudo O Farol Maranhense. Minerva, todavia, acabou tendo vida curta: durou, possivelmente, até sua 51ª edição, de 5 de março de 1829.
A Cigarra (MA)7 - 1829 a 1830
7 A CIGARRA (MARANHÃO, 1829) por Bruno Brasil 25 MAIO 2018 Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Crítica política, Liberalismo, Maranhão, Primeiro Reinado Lançado a 12 de outubro de 1829, em São Luís (MA), A Cigarra foi um periódico político veiculado durante os últimos momentos do Primeiro Reinado. Redigido por Antônio Joaquim de Picaluga, em linguagem furiosa, estava inscrito no ativismo político pela causa liberal, à época, onde a observação aos princípios constitucionais e a rejeição ao absolutismo tinham grande expressão, indo contra os interesses da colônia portuguesa no Maranhão: comerciantes e funcionários públicos lusitanos, na província, sobretudo durante o governo de Manoel da Costa Pinto, tinham fortes laços com a metrópole desde os tempos coloniais, algo que dificultava a adesão maranhense à Independência. Denunciando, assim, os abusos cometidos pelo poder local e rivalizando com folhas maranhenses de interesses políticos distintos, A Cigarra tinha periodicidade mensal, sendo vendida a 160 réis a edição, primeiro na escola do capitão José Martins e depois no estabelecimento comercial de José Pereira de Sá. Foi editado por Picaluga até sua 19ª edição, de 17 de abril de 1830.
Autores e autoras que participam do livro em homenagem a Helena Barros Heluy: Agostinho Ramalho Marques Neto, Alan Paiva, Alberto Tavares Vieira da Silva, Ana Luiza Almeida Ferro, Arlete Nogueira da Cruz, Benedito Buzar, Cecília Amin, César Teixeira, Clara Pentagna Bruno, Claudett Ribeiro, Conceição Andrade, Dalme Schmitt Frohlich, Denise Albuquerque, Douglas De Melo Martins, Eliza Brito dos Santos, Erina Moreira, Fátima Leite, Ironildes Vanderlei, Jacqueline Heluy, Joaquim Haickel, José Márcio Leite, Juarez Medeiros Filho, Laura Amélia Damous, Luiz Vila Nova, Marcelo Dias Pinto, Márcio Endles, Márcio Thadeu Silva Marques, Maria Isabel Castro Costa, Mario Macieira II, Maria Ozanira da Silva e Silva, Nonato Reis, Osvaldo Marinho Fernandes, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribamar Araújo, Robison Pereira, Sylvia Parga, Sálvio Dino Junior. Para adquirir este livro em pré-lançamento, acesse: https://caravanagrupoeditorial.com.br/.../helenabarros.../
Livro do General maranhense Gomes de Castro dedicado a Fran Paxeco.
VOLUME 67 – NOVEMBRO 2021
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issuu VOLUME 56 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - (Revista do Léo ) - 56 - março 2021 - EDUÇÃO ESPECIAL: ANTOLOGIA - MULHERES DE ATENAS by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 55 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 54 – FEVEREIRO DE 2021 MARANHAY (Revista do Léo) 54 - FEVEREIRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 53 – JANEIRO 2021 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_53_-_janeiro_2021 VOLUME 52 –DEZEMBRO – 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maaranhay_-_revista_lazerenta_52__2020b VOLUME 51 –NOVEMBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maaranhay_-_revista_lazerenta_51__2020b/file VOLUME 50 – OUTUBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_50_-_2020b VOLUME 49– SETEMBRO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_49_-__2020_VOLUME 48– AGOSTO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_48_-__2020_bVOLUME 47– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_47_-__2020_VOLUME 46– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_46_-__2020_VOLUME 45– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_ -_45_-__2020_-_julhob VOLUME 44 – JULHO - 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_44_-_julho__2020 VOLUME 43 – JUNHO /SEGUNDA QUINZENA - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_43_-segunda_quinzen VOLUME 42 – JUNHO 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_42_-junho__2020/file VOLUME 41-B – MAIO 2020
https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020 VOLUME 41 – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41_-_maio__2020 VOLUME 40 – ABRIL 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_40_-_abril___2020.d VOLUME 39 – MARÇO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_mar_o___2020 VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO
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VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019__ VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/126ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 –https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019 VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019 VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 –https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019 VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 –https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019 VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019
https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019__ VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019
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VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018
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Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Prof. Dr.
Paulo da Trindade Nerys Silva. São Luis, 2007. Disponível em [PDF] Universidade de Brasília JOSÉ CARLOS RIBEIRO - Free
Download PDF (silo.tips) viii AROUCHE, T. Morre Tião, o “Maravilha Negra”. O Imparcial, São Luís, 11 nov. 2005. Esporte, p. 13 ix Canhoteiro e Tião dois esportistas maranhenses que se tornaram lendas dos esportes no Brasil (tordesilhas.net) x DELGADO, Leonardo. HANDEBOL. Handebol (slideshare.net)
Microsoft Word - Unidade_02_Handebol (aquabarra.com.br) xi Handebol no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Grandes talentos no esporte de São Luís | O Imparcial MEMORIA TIÃO ESPORTE 10 - YouTube Morre Tião, ex-jogador da seleção maranhense handebol - Imirante.com