Correio da bahia
Publicação das Atividades do Meio Rural ANO I Nº 42 - Salvador, 02 de janeiro 2007
Búfalos oferecem maior rendimento a Mandacaru vira produtores baianos forragem em Canudos Com aproximadamente 20 mil cabeças em toda a Bahia, a criação de búfalos se tornou uma prática vantajosa e lucrativa. A bubalinocultura tem se destacado por se tratar de um animal precoce, longevo e com carne e leite de alta rentabilidade e saudáveis.
04 11
Ilhéus ganha unidade de micropropagação vegetal
eventos e cotações
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
PRODUTOS
links
exposições 28ª EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA, INDUSTRIAL E COMERCIAL DE JEQUIÉ Período: 18/04 a 22/04/2007 Local: Parque de Exposições de Salvador - Ba Informações: (71) 3375-6588 / 8153-7372
EVENTOS
AVE EXPO 2007 Período: 07/03 a 09/03/2007 Local: Curitiba - PR Informações: (19) 3888.2088 / 3888.2077 ou info@aveexpo.com.br FEIRA INTERNACIONAL DE VINHOS, SUCO E TECNOLOGIA NO PROCESSAMENTO DE FRUTAS Período: 22/04 a 26/04/2007 Local: Stuttgart – Alemanha Informações: (11) 5187-5213 ou feiras@ ahkbrasil.com AVESUI REGIÕES 2007 Período: 10/04 a 12/04/2007 Local: Belo Horizonte – MG Informações: (11) 2118-3133 ou avesui@ gessulli.com.br
CEASA/SALVADOR
PLUMA
BARREIRAS
CAROÇO COM CASCA
ARCO - Associação Brasileira de Criadores de Ovinos www.arcoovinos.com.br/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento www.agricultura.gov.br
CACAU
BANANA
CAFÉ ARÁBICA
CAR - Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional www.car.ba.gov.br
EBDA www.ebda.ba.gov.br
CEBOLA
FAEB - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia www.faeb.org.br
COCO SECO
ADAB - Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia www.adab.ba.gov.br ABCB - Associação Brasileira de Criadores de Búfalos http://www.bufalo.com.br/
Nos próximos dias o tempo estará nublado a parcialmente nublado com pancadas de chuva no Recôncavo. Possibilidade de chuvas na região Cacaueira e Oeste. Nas demais regiões do Estado o tempo estará parcialmente nublado a claro. A temperatura máxima ficará em torno de 35ºC e a mínima de 18ºC.
Produção Departamento Comercial Tel.: (71) 3203-1864/1353 comercial.correio@redebahia.com.br Departamento de Marketing Tel.: (71) 3203-1469/1921 bahiarural.correio@redebahia.com.br Editoria de Marketing
COCO VERDE FEIJÃO
Redatora Lívia Cabral
LARANJA/PERA
bahiarural@mettacomunicacao.com.br
Encartado no jornal Correio da Bahia. Não pode ser vendido separadamente.
80,00 39,68
BARREIRAS
ARROBA
15,00
BARREIRAS
SC 60 KG
35,00
KG
0,90
CEASA/SALVADOR
CENTO
10,00
ILHÉUS/ITABUNA
ARROBA
53,50
NEW YORK
(US$) TON
1.627,00
DURO TIPO 6
LUIZ E. MAGALHÃES
SC 60 KG
270,00
RIO
LUIZ E. MAGALHÃES
SC 60 KG
250,00
DESPOLPADO
LUIZ E. MAGALHÃES
SC 60 KG
290,00
DESPOLPADO
VITÓRIA DA CONQUISTA
SC 60 KG
300,00
DURO
VITÓRIA DA CONQUISTA
SC 60 KG
265,00
SC 60 KG
305,00
DISPONÍVEL
SANTOS
DISPONÍVEL
NEW YORK
(U$$) LIBRA-PESO
FUTURO
NEW YORK
(U$$) LIBRA-PESO
TIPO 7
EUNÁPOLIS
SC 60 KG
200,00
TIPO 7/8
EUNÁPOLIS
SC 60 KG
197,00
CEASA/JUAZEIRO
SC 20 KG
8,50
IRECÊ
SC 20 KG
4,00
MÉDIO
CEASA/SALVADOR
MÉDIO
CEASA/SALVADOR
CARIOCA
GRANDE
1,10 1,21
CENTO
100,00
CENTO
35,00
ADUSTINA
SC 60 KG
45,00
IRECÊ
SC 60 KG
50,00
RIBEIRA DO POMBAL
SC 60 KG
40,00
CENTO
12,00
TONELADA
215,00
SC 20 KG
14,00
CEASA/SALVADOR RIO REAL
GRANDE
CEASA/SALVADOR
MAMÃO
FORMOSA
CEASA/SALVADOR
KG
1,20
MAMÃO
HAWAI
CEASA/SALVADOR
CX 7/8 KG
8,00
IRECÊ
SC 60 KG
39,00
MAMONA MANGA
CEASA/JUAZEIRO
KG
0,16
MELANCIA
CEASA/JUAZEIRO
KG
0,13
MELÃO
CEASA/JUAZEIRO
KG
0,50
MILHO
BARREIRAS
SC 60 KG
20,00
IRECÊ
SC 60 KG
21,00
SISAL
TOMMY ATKINS
EXTRA
VALENTE
KG
1,05
TIPO 2
VALENTE
KG
0,93
REFUGO
VALENTE
KG
0,70
SOJA
BARREIRAS CHICAGO-USA
TOMATE MESA
SC 60 KG
33,00
(U$$) BUSCHEL
6,57
1ª
CEASA/SALVADOR
CX 20/22 KG
18,00
1ª
CEASA/JUAZEIRO
CX 26 KG
7,50
ITÁLIA
CEASA/JUAZEIRO
CX 06 KG
14,50
FEIRA DE SANTANA
ARROBA
55,00
ITAPETINGA
ARROBA
54,00
CAPRINO
FEIRA DE SANTANA
ARROBA
82,50
OVINO
FEIRA DE SANTANA
ARROBA
87,00
FEIRA DE SANTANA
LITRO
0,42
TEIXEIRA DE FREITAS
LITRO
0,45
UVA BOI GORDO
Estagiário Luiz Eduardo Pelosi Rua Coronel Almerindo Rehem, 82 Edf. Bahia Executive Center , sala 610 Caminho das Árvores - Salvador-Ba Telefax.: (71) 3342.4440/4441 metta@mettacomunicacao.com.br
CENTO ARROBA
PRATA
INDÚSTRIA LIMÃO TAITI
PREÇO (R$)
CEASA/SALVADOR
AIBA - Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia www.aiba.com.br
tempo
USO DE GPS NA AGRICULTURA Período: 24/05 a 26/05/2007 Local: Viçosa - MG Informações: (31) 3891- 2270 ou 38992783
CAFÉ CONILLON
UNIDADE
PACOVAN
FUTURO
Confederação Nacional da Agricultura www.cna.org.br
CURSOS
expediente
MÉDIO
ALGODÃO ARROZ
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia www.seagri.ba.gov.br
PRAÇA
ABACAXI
Embrapa www.embrapa.gov.br
LEILÃO AXÉ DA MARCHA Mangalarga Marchador Período: 06/04/2007 Local: Jequié - Ba Informações: (73) 3525-1743 / 1744 / 2451 ou sindicatoruraldejequie@ig.com.br
TIPO
FRIGORÍFICO FRIGORÍFICO
LEITE
(NA PLATAFORMA)
Fonte: EBAL, EBDA, Coordenação de Conjuntura Agrícola - SEAGRI - Fone : 3115 - 2725
Informes Rurais
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
MANGALARGA
CAFÉ ZONEAMENTO
12ª Exposição Norte-Nordeste Mangalarga Marchador A 12ª edição da Exposição Norte-Nordeste do Cavalo Mangalarga Marchador será realizada no próximo mês de abril, no Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador. O evento, que ocorre paralelamente à Expobahia, conta a forte representação dos estados nordestinos da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Ceará, além de alguns estados do norte do país, a exemplo do Amazonas. O atual presidente da Associação Baiana de Criadores de Cavalos (ABCC), Oscar Villas Boas, informou que, se a exposição conseguir atingir o objetivo de reunir 600 animais, será a maior exposição da raça no país. Atualmente, o maior evento da categoria é a Exposição Nacional do Mangalarga Marchador, que acontece em Minas Gerais.
Área continua estável na Região Oeste A cafeicultura não fugiu à regra, e teve sua expansão diretamente afetada pela crise do agronegócio. As áreas em formação vêm diminuindo. Em 2006 eram 1.693 hectares, e este número deve cair para 865 hectares em 2007. Para a safra 2006/2007 as estimativas de mercado sinalizam preços melhores, o que pode estimular os cafeicultores a investirem no plantio de novas áreas. Porém, os técnicos esperam significativa redução da produção. A previsão é de que sejam colhidas aproximadamente 471.000 sacas beneficiadas (média de 43 sc/ha), bem abaixo da produção de 2006. Diversos fatores explicam esta queda. A maioria das lavouras tem mais de seis safras, o que contribui para a redução, por causa da bianualidade que ocorre nos cafeeeiros e se manifesta de forma mais acentuada em lavouras mais velhas. A área em produção também diminuiu: serão 11.004 hectares. Houve um aumento significativo de café renovado (poda das lavouras mais velhas), que chega a 2.187 ha. Também houve a erradicação de 402 ha de lavouras mais velhas, que já não apresentavam boa produção. A área em formação para a próxima safra é de apenas 865 ha. A área total se mantém estável, em 14.056 hectares, o que demonstra equilíbrio entre áreas erradicadas X áreas novas.
DEFESA VEGETAL SOJA Lei de defesa sanitária vegetal entra em vigor na Bahia Desde o último dia 26, as atividades de defesa sanitária vegetal na Bahia passaram a ser regulamentadas pela Lei N.º 10.434 de 22 de dezembro de 2006, divulgada no Diário Oficial do Estado. As atividades, até então, eram regidas pelo decreto federal 24.114 de 1934, além de portarias e instruções normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa) e da própria Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). A legislação que entra em vigor reforça aspectos legais já existentes como o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), documento oficial que certifica a condição fitossanitária de vegetais, seus produtos, subprodutos ou partes, bem como, a regulação fitossanitária, normas oficiais para prevenir, conter, controlar ou erradicar pragas, através da regulamentação da produção, movimento, armazenamento de produtos ou outros objetos de normalização da atividade das pessoas, assim como o estabelecimento de esquemas para certificação fitossanitária.
Aprovado zoneamento agrícola para girassol e dendê A Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) definiu o zoneamento agrícola de risco climático para o cultivo de girassol no Maranhão e na Paraíba, safra 2006/07, e dendê na Bahia, safra 2007. As portarias estão publicadas na edição do dia 26 de dezembro do Diário Oficial da União e indicam os municípios apropriados para o plantio e os tipos de solos adequados para a semeadura, entre outras recomendações. Para enquadramento das operações de custeio ao Proagro, o produtor deve observar as orientações do zoneamento agrícola, conforme determinação do Banco Central. Para ter o direito do benefício da subvenção federal ao prêmio do seguro privado, o mutuário deve seguir também as recomendações contidas no zoneamento agrícola. Outras informações sobre as normas do zoneamento agrícola para essas culturas podem ser consultadas no site da Imprensa Nacional (www.in.gov.br) e no site do Mapa (www.agricultura.gov.br), nas seções Serviços ou Sislegis.
Mapa retoma leilões este mês O governo federal já investiu R$ 194,3 milhões nos leilões de apoio à comercialização da safra 2006/07 de soja. No total, o governo sinalizou preço para 2,6 milhões de toneladas do grão, conforme balanço da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Outros quatro leilões serão realizados em janeiro, antes da comercialização da safra, que ocorre de fevereiro e junho de 2007. Desta vez, a oferta total será de 10 milhões de toneladas, divididas em quatro leilões, marcados para os dias 09/01, 16/01, 23/01 e 30/01.
Agrobahia
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
Mandacaru vira forragem em Canudos Técnicos da Embrapa SemiÁrido implantaram uma unidade de observação com 100 mudas de mandacaru sem espinhos no município de Canudos, no semiárido baiano, para distribuí-las entre os pequenos produtores da região. A planta vem sendo utilizada para alimentar caprinos e ovinos no período da seca. Os mandacarus são das poucas plantas a resistirem verdes e suculentas na vegetação da caatinga durante as secas no sertão nordestino. Nestes períodos, a despeito da abundância de espinhos, muitos agricultores percorrem a caatinga em busca de pés da espécie que se tornam fonte quase exclusiva de alimento para os rebanhos. Desta prática e conhecimento exercitado pelos agricultores há muitos anos, o pesquisador Nilton de Brito Cavalcanti, da Embrapa Semi-Árido, tem re-
comendado fazer com o mandacaru o que já se faz com o milho, o feijão, o capim: separar um terreno na propriedade e cultivarem a planta, inclusive variedades sem espinho que são mais fáceis de manejar. É uma forma de tirar maior e melhor proveito dessa planta, afirma. Cavalcanti informa que, junto à unidade de mandacaru sem espinhos de Canudos, foi plantada uma área com o mandacaru tradicional para comparação do desenvolvimento de ambos. “O mandacaru sem espinhos apresentou melhor crescimento”, afirma. O pesquisador ressalta que este trabalho é parte de um projeto financiado pelo BNB/FUNDECI e a Embrapa Semi-árido, e que tem como objetivo produzir e distribuir mudas de mandacaru sem espinhos para toda região semi-árida do Nordeste.
Cortes excessivos acabam com vegetação nativa O uso extensivo, com cortes indiscriminados de mandacarus, reduz ano a ano a população da espécie na vegetação nativa. Em alguns lugares do sertão, a ação dos agricultores fez desaparecer parcelas expressivas da população da espécie. Assim, afetam a dinâmica dos seus sistemas de produção que, em geral, dispõem de poucos recursos técnicos. De um lado, vêem diminuir uma fonte barata e nutritiva de forragem. De outro, são obrigados a multiplicarem seus esforços para correrem distâncias cada vez maiores na caatinga em busca de pés da planta. É um “trabalho danado” que “seu” Antonio Alves Santana do Sítio Varginha, na Zona Rural de Petrolina (PE), enfrenta há muito tempo. Todo ano, ao entrar os
meses de agosto ou setembro, quando os efeitos da seca se tornam mais intensos, ele monta sua carroça cedinho da manhã e sai a campo atrás de plantas espalhadas na vegetação na caatinga. Ao trabalho de procurar os pés, o agricultor ainda desprende o esforço de fazer o corte, acomodar os galhos na carroça, fazer o transporte até o curral da propriedade onde, em geral, faz uma fogueira para queimar os espinhos e só então fornecer aos animais. Um esforço que “seu” Antonio se diz gratificado com o bem que o fornecimento dessa forrageira nativa tem proporcionado ao seu pequeno rebanho de caprinos e ovinos. Portanto, para ele, se tiver mandacaru para comer o animal não morre. Esta certeza ele adquiriu na seca de 1993. Neste ano, de muita pouca chuva, garante ter alimentado seus animais com mandacaru por cerca de “11 meses e poucos dias”. Estas qualidades favorecem o uso mais intenso do mandacaru de forma mais intensa, defende Nilton de Brito. Com teores de proteína em torno de 11,41% de proteína e produção média de 78 t/ha, é uma planta com potencial forrageiro semelhante ao da palma. Cultivada em uma área da propriedade, a espécie é uma alternativa barata para melhor estruturar os sistemas de produção da agricultura familiar. Para a instalação de um campo de mandacaru, basta ao produtor cortar pedaços dos galhos da planta, deixar secar de um dia para o outro, e enterrar apenas uma parte no solo. Para ter sucesso é necessário que o plantio aconteça pelo menos, um mês antes do início das chuvas. No segundo ano do plantio já se pode fazer o
primeiro corte. De uma única planta, e sem risco de morte, é possível retirar material para o plantio de outras cem, explica Nilton. Os tratos culturais requeridos são os mesmo da palma: a capina. Se o agricultor tiver esterco de curral pode usar como adubo, já que o mandacaru responde bem à adubação orgânica. As técnicas simples para o plantio e manejo do mandacaru favorecem a implantação dos cultivos nas propriedades do semi-árido. Todos estes procedimentos são muito baratos, destaca o pesquisador. Testes realizados no Campo Experimental da Caatinga, na Embrapa Semi-Árido, e em propriedades de agricultores revelam o bom desempenho produtivo da espécie nativa. Segundo Nilton, em 1 ha de caatinga, no espaçamento de 1 m para 1 m, é possível cultivar cerca de 10 mil plantas e colher 78 t de matéria verde ou 13,26 t (17%) de matéria seca. Uma novidade no trabalho do pesquisador são os testes em áreas de agricultores com variedades sem espinho de mandacaru em áreas do sertão. Estes materiais são originários de zonas próximas ao litoral do Ceará e Rio Grande do Norte. Aí, apresenta altura que varia de 3,5 a 5.5 metros com copa bastante desenvolvida aos três anos de idade. Nos plantios instalados nos sertões da Paraíba e Pernambuco o crescimento verificado é menor, em função da quantidade inferior de chuvas. Todavia, apresenta a vantagem de não ter espinhos, o que facilita o seu manejo e utilização na alimentação dos animais na seca. “Seu” Antonio já plantou alguns pés em sua roça.
Agrobahia
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
Adenilson Nunes/AGECOM
Ilhéus ganha unidade de micropropagação
Foi inaugurado no último dia 22 de dezembro, na localidade de Banco do Pedro, município de Ilhéus, a Unidade de Micropropagação do Instituto Biofábrica de Cacau. Com a meta de produzir mudas de fruteiras e essências florestais seguindo os mais modernos conceitos de biotecnologia, inicialmente, o espaço produzirá mudas de banana resistentes à Sigatoka-Negra, praga provocada por fungo que prejudica os bananais. O Instituto Biofábrica firmou parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura para a introdução de variedades resistentes através de 14 cultivares (matrizes produtivas). Fruto de investimento de R$ 1,035 milhão (incluindo construção e aquisição de equipamentos), a unidade tem capacidade para produzir
cinco milhões de mudas por ano, atendendo a todo o Estado. Dados do governo apontam que a banana é uma cultura auxiliar importantíssima nessa região. Com essa unidade, serão garantidas mudas de qualidade, livres de doenças e de alta produtividade. Deverão ser cultivadas, posteriormente, mudas de abacaxi resistentes à fusariose – doença que torna o fruto impróprio para o consumo. Depois, a meta é diversificar a produção. Para o ex-secretário da Agricultura, Pedro Barbosa, o desenvolvimento da região cacaueira depende muito da diversificação agrícola. “Aqui, serão produzidas mudas de excepcional qualidade e de matrizes produtivas isentas de fungos e bactérias, favorecendo não apenas os produtores da
região, mas também de outros municípios do estado”, falou Barbosa. Com 500 metros quadrados de área, a unidade de micropropagação teve a construção viabilizada por uma parceria entre o Instituto Biofábrica de Cacau e o Estado, com a participação das secretarias da Agricultura (Seagri) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). Toda a manipulação in vitro é acompanhada pela filtragem do ar introduzido no espaço, eliminando as partículas em suspensão e evitando o contato com fontes de contaminação. Após a conclusão do processo, as mudas são disponibilizadas aos produtores baianos a preços acessíveis.
De acordo com o engenheiro agrônomo e coordenador da unidade, Hermínio Sousa Rocha, cada meristema gera 1,5 mil pequenas mudas de banana, que ficarão prontas para os produtores após oito meses – elas passam cinco meses sob luz artificial, um mês sob luz natural e mais dois meses em fase de climatização, ou seja, integrada ao meio ambiente. “Aqui, os técnicos são treinados para manipular os mais diminutos tecidos vegetais, que são selecionados a partir de plantas matrizes com qualidades agronômicas superiores. Assim, quem ganha é o produtor, que adquire mudas certificadas com padrões internacionais”, afirmou Rocha. “Essa unidade não deixa nada a dever a laboratórios de países como França,
Israel, Estados Unidos e Japão”, completou. O diretor geral do Instituto Biofábrica, José Carlos Macedo, explicou que, a Sigatoka-Negra não chegou à Bahia. “O estado é considerado de zona livre da doença, mas essas ações funcionam como uma forma de prevenção, para que a praga ao chegue até aqui, como já ocorreu nos estados da região Norte e em São Paulo e Minas Gerais”, detalhou. Segundo maior produtor nacional de banana (atrás apenas de São Paulo), a Bahia possui 70 mil hectares plantados de bananeiras. Desse total, 17 mil estão na região cacaueira. No Brasil, há 560 mil hectares plantados de banana. O país responde por uma produção anual de seis milhões de toneladas do fruto.
Matéria da capa
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
Búfalos oferecem maior rend Com aproximadamente 20 mil cabeças em toda a Bahia, a criação de búfalos se tornou uma prática vantajosa e lucrativa. A bubalinocultura tem se destacado por se tratar de um animal precoce, longevo e com carne e leite de alta rentabilidade e saudáveis. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho brasileiro já conta com mais de um milhão de cabeças, sendo o maior plantel das Américas e o 11º maior rebanho do mundo. Na Bahia, o rebanho de búfalos cresceu 12% nos últimos dez anos. O Estado é o segundo maior produtor do Nordeste, perdendo apenas para o Maranhão. Toda a produção baiana de queijos e cortes é vendida dentro do estado, principalmente em Salvador, Feira de Santana, Itabuna e Ilhéus. A criação de búfalos na Bahia começou na década de 20, com animais da raça Carabao, vindos da Ilha de Marajó (PA). Porém a raça não se desenvolveu bem e deu lugar às raças Murrah, a mais popular no Estado, de origem indiana, e Mediterrâneo, de origem italiana, ambas utilizadas na produção de carne e leite. De acordo com Urbano Antônio de Souza Filho, que foi presidente da Associação de Criadores de Búfalos da Bahia (ACBB) durante oito anos, a bubalinocultura tem apresentado muito mais rentabilidade que a bovinocultura. Entretanto, ele explica que o búfalo não disputa espaço com o boi. “A finalidade da bubalinocultura é completar a nossa pecuária. O animal é ideal para ser criado em regiões onde o boi não se adapta bem, em regiões úmidas, alagadiços e pequenas propriedades, como no Recôn-
cavo Baiano e na Região Sul do Estado. Ele é um animal que se desenvolve rapidamente, chegando ao abate aos 16 meses, com 450kg e tem uma longa vida. Além disso, produz uma carne com sabor muito similar a do boi, porém, muito mais saudável”, explica Urbano. A carne de búfalo tem uma gordura branca e pouca marmorização (gordura entre as fibras). Uma carne com 12 vezes menos gordura e 40% a menos de colesterol do que a carne bovina. “Na Bahia, a carne de búfalo é vendida como se fosse carne de bovino, provavelmente você comeu várias vezes sem saber”, relata o produtor. Calcula-se que por ano sejam abatidos 6.000 búfalos no Estado, os animais criados para corte são vendidos por um preço similar à arroba do boi. O leite de búfalo se destaca pelo rendimento maior, o produto mais conhecido derivado do animal é a mussarela de búfala. O leite do animal produz com seis litros a mesma quantidade de mussarela que o leite bovino produz com 10 litros. Toda a produção de leite da Bahia é processada e vendida como os queijos mussarela, minas frescal, a ricota, o queijo coalho e o provolone. Urbano de Souza Filho explica que o leite de búfalo depois de industrializado é vendido por R$2,54. O litro custa 92 centavos, enquanto o do boi custa entre 45 e 50 centavos. É um leite mais gorduroso, porém o colesterol é mais saudável, denso em lipoproteínas, e 50% menor que o leite bovino. O ex-presidente da ACBB conta que para um criador entrar no ramo da Bubalinocultura não há segredo. Os bubalinos têm um manejo muito pare-
cido com o dos bovinos. Para se tornar produtivo o animal tem que ser bem alimentado, com gramíneas de qualidade. Ele requer sombra nos pastos ou aguadas para se banhar, devido ao couro mais grosso e poucas glândulas. A contenção só pode ser feita com cerca elétrica e os animais precisam ser vacinados contra a aftosa e raiva. Os búfalos se reproduzem através da monta natural. Porém, toda a tecnologia de inseminação e sincronização do cio utilizada para a reprodução bovina também é usada na bubalinocultura. “A taxa de natalidade do animal é de 90%, é um animal com grande capacidade reprodutiva”, ressalta Urbano. Para a produção do leite o cuidado é o mesmo de uma vaca bovina. O animal requer uma alimentação de qualidade, que pode incluir concentrados e cevada, a depender da criação. Além de cuidados com higiene e análises de laboratório. Devido a sua aptidão para produção de carne, leite, tração para atividades rotineiras e por
ser dócil, o animal também se destaca na agricultura familiar. O coordenador do Programa de Desenvolvimento à Bubalinocultura (Probúfalo) da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e veterinário, Antonio Vicente Dias, o búfalo é o animal mais indicado para o agricultor familiar. O Probúfalo foi implantado pelo Governo do Estado, através da Seagri, em 1998, com o intuito de ampliar a produção e incentivar a utilização do animal na agricultura familiar. O financiamento da produção é disponibilizado por bancos conveniados ao programa. Através da EBDA, o Probúfalo disponibiliza apoio técnico aos pecuaristas, cooperativas e associações. A empresa também capacita os produtores para o manejo e o gerenciamento do rebanho. “Analisando que o litro de leite de búfala é mais bem pago que o de leite bovino, o búfalo pode dar uma renda adicional ao produtor familiar. Um plantel de 10 búfalas pode produzir 27 litros de leite diariamente du-
rante o ano, o que equivaleria a uma renda mensal de 567 reais, ao longo do ano”, explica Vicente. A utilização do animal para a tração também é valorizada, por ser um animal robusto que permite substituir com vantagens os eqüídeos, por transportar cargas em um menor espaço de tempo e ser mais difícil de atolar. O coordenador do Probúfalo ressalta que se trata de um animal muito rústico, “a mortalidade do animal adulto fica entre 1 e 2%, contra 2 a 3% do bovino; a idade para abate também é inferior, entre dois a três anos, enquanto o boi está apto aos 3,5 anos a cinco anos de idade”. Outro dado positivo para a produção familiar é o alto rendimento da produção de leite, que atinge 1.000 a 1.400 litros, contra 800 a 1.200 litros do rebanho bovino, em igualdade de condições. “Todos estes requisitos permitem afirmar que o búfalo é o animal por excelência para o agricultor familiar, podendo tornar-se uma fonte de renda estável”, conclui Vicente.
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
dimento a produtores baianos Você Sabia ?
Comparação com a carne bovina
• O rebanho brasileiro de búfalos tem o maior índice de crescimento dentre todos os animais domésticos, calcula-se que dentro de 30 anos o Brasil terá um rebanho de 50 milhões de cabeças. • A carne de búfalo tem aparência similar à carne bovina, porém a gordura é totalmente branca. • O índice de gordura intramuscular da carne de búfalo é muito menor do que o da carne bovina, permitindo que, retirando-se a gordura inter-muscular, obtenha-se uma carne extremamente magra e saudável. • Nos Estados Unidos a carne de búfalo é muito consumida na forma de hambúrgueres com baixos teores de colesterol. • Na Argentina, a carcaça do novilho é qualificada da mesma forma que o gado bovino e sua carne também usada em embutidos dietéticos. • No Brasil os cortes são os mesmo da carne bovina, servindo tanto para churrasco como para tradicionais de panela ou forno. • Para melhor resultado observe também a técnica de descongelamento. No uso doméstico a melhor forma é baixar a carne congelada para a geladeira normal no dia anterior ao uso. Após o descongelamento não volte a congelar a carne.
40% Menos de Colesterol 12 Vezes menos de Gordura 55% Menos de Calorias 11% A mais de Proteínas 10% A mais de Minerais
Fonte: ABCB
RECEITA
Salada Caprese Ingredientes: 200gr de mozzarella de búfala 2 tomates vermelhos Modo de preparo: Disponha em um prato a mozzarella cortada em fatias de 1cm e intercale com os tomates também cortados em fatias. Regue com azeite e decore com folhas de manjericão.
COMPONENTES DA CARNE
BÚFALO
BOVINO
Calorias, kcal
131,00
289,00
Proteínas (N x 6,25)
26,83
24,07
Total de Lipídios, g
1,80
20,69
Saturados, total, g
0,60
8,13
Monosaturados, total, g
0,53
9,06
Polisaturados, total, g
0,36
0,77
Colesterol, mg
61,00
90,00
641,80
583,70
20,95
18,52
Ácidos Graxos:
Minerais: Soma total de mg Cálcio, Ferro, Magnésio Fósforo, Potássio, Sódio Zinco, Cobre e Manganês Vitaminas: Soma total de mg Ácido Ascórbico, Tiamina, Riboflavina Nacina, Ácido Pantotênico Vitamina B6, Ac. Fólico Vitamina B12 FONTE: USDA AGRICULTURE HANDBOOK N.º 8 - COMPOSITION OF FOODS - OBS.: PARA 100 G
artigo
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
Genética comprovada é o segredo para bons resultados no confinamento de bovinos * Octávio Guilherme da Cruz e Silva
“
genética desses animais era desconhecida, pouco melhorada e esperávamos baixos índices no desempenho zootécnico. A dieta ofertada foi a mesma para todas as categorias, ou seja, demos a todos os animais oportunidades iguais para expressarem seu potencial. O resultado foi realmente o que esperávamos. Colocamos animais provenientes do núcleo da Jacarezinho (animais geneticamente superiores) e outros lotes de garrotes oriundos da Bahia e montamos um histórico de desempenho individual para todos no confinamento. Assim, foi possível estabelecer parâmetros iguais e comparar. O resultado do confinamento este ano na Jacarezinho foi muito bom. Os dados coletados impressionaram e mais uma vez a qualidade genética se destacou. Os animais “baianos” tiveram bom desempenho, com ganho diário de 1,450 kg/dia; porém péssimo rendimento de carcaça – em torno de 52%. Eram valores esperados, pois são animais de baixos volumes que, apesar de terem bons pesos, apresentam baixos rendimentos cárneos. Quando se faz comparação com animais provenientes do nosso programa de melhora-
Dentre as muitas alternativas para a obtenção do sucesso no confinamento, uma das mais importantes é o investimento em animais com genética de ponta.
foram abatidos com 22 meses, após 95 dias de confinamento, ganhando nada mais nada menos que 1,720 kg/dia e obtendo rendimento de carcaça médio de 56%. Resultado fantástico! Diante de tais dados é preciso exaltar o mérito genético dos animais. Ao alimentarmos as duas categorias em confinamento foi possível mensurar rapidamente o status agregado com a genética Jacarezinho. Os lucros são assustadores quando se investe em genética provada, seja ela pela aquisição de tourinhos ou de sêmen. O importante é utilizar em rebanhos comerciais tais diferenciais de fácil acesso e baixos investimentos. Transformando em valores absolutos, ter genética na propriedade significa 15,7% a
“
Em comparação como os últimos três anos, 2006 certamente foi um dos melhores para os confinadores até o início de outubro. Isso porque a arroba foi comercializada por mais de R$ 63,00 (praça de Araçatuba/SP, com 30 dias de prazo). Quem havia comprado todos os seus insumos até meados de junho conseguiu baratear custos. Dessa forma, foi possível experimentar momentos de rentabilidade após muitos anos torturosos. No entanto, o quadro de melhoria para os pecuaristas durou muito pouco e quem aproveitou os momentos de “disparate” lucrou mais. Muitos confinadores ainda têm animais no cocho e terão de amargar arroba a quase R$ 50,00. Com a instabilidade do mercado, muitas vezes nossas estratégias comerciais de compra de insumos e previsão de venda de animais não funcionam. E nada é possível fazer quando o boi está no cocho. Dentre as muitas alternativas para a obtenção do sucesso no confinamento, uma das mais importantes, que independe de especulações, e ainda é possível conseguir valorização pela arroba, é o investimento em animais com genética de ponta. Melhor dizendo, confinar animais potencialmente mais econômicos. Para provar que isso é possível, após terminarmos o confinamento na Agropecuária Jacarezinho visualizamos esses resultados na prática. Confinamos animais provenientes da Fazenda Jacarezinho Nova Terra, nossa nova propriedade na Bahia. A qualidade
mento, tivemos a confirmação de seu potencial com os dados de desempenho. Os animais
mais de ganho médio diário e 7,2% a mais de rendimento de carcaça. Ou seja, se considerarmos dois animais, um “baiano” e um “Jacarezinho” de 520 kg pesado na fazenda com jejum de 14 horas, o resultado financeiro é o seguinte, supondo valor da arroba de R$ 55,00: - Boi “baiano”: Peso de carcaça quente: 270,4 kg (18,02@), faturamento de R$ 991,47. - Boi “Jacarezinho”: Peso de carcaça quente: 291,2 kg (19,42@), faturamento de R$ 1.067,74. A diferença é simples e direta de R$ 76,26 por animal. São 7,15% a mais em favor da genética. Com todos esses valores ressaltamos a importância de veri-
ficar e provar no dia-a-dia da fazenda os pontos lucrativos e que nos dão mais renda. A valorização da genética apresenta resultados diretos e, mesmo em momentos de baixa, nos garantem ganhos expressivos e visíveis. E são ainda maiores quando consideramos uma escala significativa de animais. Portanto, adquirir genética certificada duplamente (CEIP e Qualex) é o único investimento sólido e sem risco de deságio. É possível manter a rentabilidade mesmo quando estamos em épocas de crise, principalmente nos fatores passíveis de controle. * Octávio Guilherme da Cruz e Silva é zootecnista e responsável pelo departamento Comercial e de Nutrição Animal da Agropecuária Jacarezinho (Valparaíso, SP)
agrobahia
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
Programas atendem mais de 20 mil produtores também foi lançado em 2005, com o objetivo de recuperar a cultura do sisal, aumentando a oferta da fibra no mercado e reduzindo os riscos de acidentes de trabalho, por meio de ações de assistência técnica e capacitação de produtores. O Nossa Fibra já beneficiou 5,9 mil produtores de 125 associações localizadas em 50 municípios dos quatro pólos – nordeste, Piemonte, Paraguaçu e Irecê. Ao todo, são 21 mil hectares cultivados nessas regiões, onde o sisal é uma das principais atividades econômicas, devido às condições difíceis de clima e solo. A Bahia é o principal produtor de sisal do país, respondendo por 94% da produção nacional. A inciativa prevê um investimento total de R$ 8 milhões. Foram capacitados 32 técnicos, 80 artesãos, distribuídos 125 kits de beneficiamento e adquiridas 4 batedeiras comunitárias. A perspectiva é o aumento em 32% da produção de fibra de boa qualidade, atingindo uma quantidade superior a
200 mil toneladas por ano e aumentando a produtividade dos campos de sisal de 853 para 1,3 mil quilos por hectare. Outra meta do programa é elevar o rendimento médio semanal da máquina desfibradora de 800 para 1,1 mil quilos de fibra seca. Para promover a melhoria das condições de vida das famílias envolvidas nas atividades de pesca e aqüicultura, foi criado em 2002 o Programa Boa Pesca, proporcionando acesso aos meios de produção e implantando estruturas de beneficiamento e comercialização do pescado e de apoio às comunidades pesqueiras. Desde o primeiro ano de implantação, foram investidos R$ 12,5 milhões, sendo que R$ 11,5 milhões foram aplicados entre os anos de 2003 e 2006. Aproximadamente 11 mil pessoas, entre marisqueiras e pescadores artesanais, foram beneficiadas diretamente pelos investimentos e outros 43 mil baianos receberam benefícios indiretos, por meio de ações de
peixamento de 2,5 mil aguadas públicas. O programa cadastrou e recadastrou, na Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), órgão do governo federal, mais de 11 mil pescadores e marisqueiras. O Boa Pesca executa intervenções com caráter sustentável, capacitando tecnicamente e introduzindo nas comunidades novas tecnologias de cultivo e captura, beneficiamento e comercialização. Nos últimos quatro anos, entre outras ações, foram realizadas 25 oficinas de imersão, 11 de gestão, implantadas três fábricas de gelo, três
unidades de apoio à produção (beneficiamento, comercialização e recepção), 435 tanques para piscicultura e foram adquiridas 401 embarcações com material de salvatagem e 2,5 mil apetrechos de pesca. Os municípios beneficiados foram Aratuípe, Cachoeira, Maragogipe, Salinas da Margarida, São Félix, Santo Amaro, Saubara, Jaguaripe, Prado, Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Remanso, Igrapiúna, Nilo Peçanha,Cairu,Taperoá, Ituberá, Valença, Camamu, Canavieira,Arataca, Entre Rios, Jandaíra, Conde, Ponto Novo, Filadélfia, Itiúba, Salvador, Lauro de Freitas e São Domingos.
AGECOM
A Bahia ocupa o segundo lugar no ranking nacional de produção da raiz e os pequenos produtores familiares têm na mandioca a principal fonte de alimento e renda. O Programa Nossa Raiz, criado em 2005, foi implementado em 47 municípios: 13 do Baixo Sul e 34 do Recôncavo Sul, beneficiando 5,4 mil famílias de agricultores. A característica da mandiocultura nessas regiões é a baixa utilização da tecnologia e a utilização da mão-de-obra familiar. Nos últimos anos, o programa realizou 177 capacitações para produtores rurais. Os participantes adquiriram conhecimentos sobre tecnologias de produção, processamento, diversificação dos subprodutos, associativismo e cooperativismo. A grade de programação inclui atividades teóricas e práticas sobre técnicas consideradas adequadas para se atingir a meta de elevar a produtividade baiana de 12 para 20 toneladas por hectare. Já o Programa de Incentivo à Lavoura do Sisal (Nossa Fibra)
10
Agrobahia
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
Escola em Igrapiúna ensina realidade do campo
Com a inauguração do Colégio Casa Jovem II, dentro das Fazendas Reunidas Vale da Juliana, no município de Igrapiúna, no último dia 21 de dezembro, a educação profissional na Bahia ganhou um reforço. Junto com as matérias do currículo, alunos vão ter aulas práticas e teóricas na horta da escola e nas plantações da região. O colégio foi construído com o apoio da Casa Jovem, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), apoiada pela Fundação Odebrecht. Na oportunidade, foi firmada uma parceria da Casa Jovem com o Estado para garantir o corpo docente. O Casa Jovem II, colégio da rede estadual, vai oferecer ensino médio e educação profissional a aproximadamente 1,2 mil jovens dos municípios
da região. A iniciativa agrega uma organização não-governamental, município e governo estadual. A escola recebe também estudantes da zona rural de Ibirapitanga, Ituberá e Piraí do Norte. O currículo atende rigorosamente as determinações do Ministério da Educação, mas em todas as séries os jovens, além de estudar, cultivam e respiram a terra em aulas teóricas e práticas na horta da escola e nas grandes plantações da região. Além disso, após o término do ensino médio, poderão seguir os cursos profissionalizantes voltados para a economia rural oferecidos pelo Casa Jovem II. Os alunos também recebem orientação especial acerca das espécies cultivadas na fazenda, a fim de que possam ser incor-
porados ao seu corpo técnico. Na ocasião da inauguração, foram entregues 64 títulos de terra a famílias de pequenos agricultores da região. De 2003 até 2006, 88 mil títulos foram entregues em todo o Estado, atendendo famílias que ocupavam a terra sem ter, entretanto, a posse. Só em 2006 foram entregues 8.471. Para o presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht, Norberto Odebrecht, somente a parceria entre a sociedade e o governo estadual é capaz de reduzir a pobreza e levar o desenvolvimento para as regiões mais pobres. O Casa Jovem I já funciona há cinco anos no município. Com a construção do Casa Jovem II, o número de vagas saltou de 520 para 1,2 mil. Os professores são da Secretaria da
Educação, assim como o projeto pedagógico. O transporte dos alunos até as Fazendas Reunidas Vale da Juliana também é oferecido pelo Estado. Além do curso profissionalizante, que é ministrado após a conclusão do ensino médio, os alunos participam de outros cursos de curta duração, como os de hotelaria, turismo e panificação. O colégio tem 10 salas de aula, laboratório de informática, biblioteca, sala de aula prática, quadra poliesportiva e campo de futebol. O antigo prédio onde funcionava o projeto vai abrigar somente o ensino fundamental, que será oferecido através de uma parceria com a prefeitura de Igrapiúna. Os alunos recebem educação adaptada à realidade do campo e uma formação cidadã que os
estimule a ser empreendedores. “Saindo daqui, posso trabalhar no campo, pois aprendi muita coisa sobre agricultura. Aqui a gente aprende a desenvolver o que temos”, disse Adilson Pereira Neto, 15 anos. “Estou há três anos aqui e já tenho uma profissão. Agora presto, aqui mesmo na escola, serviços de manutenção em computadores”, afirmou Elton Coutinho, 23 anos, aluno do terceiro ano. O diferencial do Projeto Casa Jovem é que ele abriga pessoas de todas as idades, como é o caso de Ademira da Cruz, 32 anos, que está cursando o primeiro ano. “Estudo à noite e durante o dia presto monitoria em agricultura. Aqui aprendi uma profissão. É um sonho realizado ver o Casa Jovem crescer”, destacou.
Agronegócios
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
11
Bancos apostam na agricultura familiar nordestina ABC DO produtor
AGECOM
Tema da semana: Citros – Implantação do pomar
Os agricultores familiares do Nordeste já realizaram mais de R$ 1,5 bilhão em operações de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) na safra 2006/2007. O Banco do Nordeste (BNB) contratou até o momento cerca de R$ 1,37 bilhão, beneficiando cerca de 670 mil famílias. Foi o que informou o gerente do Pronaf e do Programa Nacional de Crédito Fundiário do BNB, Luis Sérgio Machado, durante o seminário nacional Extensão Rural - Crédito - Pesquisa, ocorrido no final de dezembro, em Brasília. “Isso nos leva a crer que iremos chegar ou até superar a meta”, destacou. Para o gerente do BNB, esses resultados são uma sinalização clara do banco em acreditar na agricultura familiar como promotora do desenvolvimento rural sustentável na região Nordeste. Ele comemora o número de contratos, representando quase 700 mil famílias. Dos contratos, cerca de 70% são do grupo B (composto pelos agricultores mais empobrecidos, com menor renda bruta). “É uma vitória que somente foiconseguida dada a grande parceria do banco com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com os movimentos sociais, com a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e com os órgãos de pesquisa”. Para o secretário de Agricultura Familiar do MDA, Valter Bianchini, os avanços do Pronaf no Nordeste são bastante ex-
pressivos, em uma região que concentra mais de 50% dos agricultores familiares do País. “O conjunto de políticas do MDA tem possibilitado o fortalecimento desses produtores que contam com uma diversidade de opções de crédito, além de programas especiais de investimento como, por exemplo, o Pronaf Semi-árido, que financia projetos de convivência na região”, avalia. Bianchini também destaca os impactos tanto sociais quanto econômicos do financiamento rural do Pronaf. “Ao mesmo tempo em que dá condições para que os agricultores familiares aumentem sua produção, mantém as pessoas ocupadas, gera empregos e ainda possibilita que a família permaneça no meio rural”. Nestes cinco primeiros meses do Plano Safra 2006/2007, o Banco do Brasil (BB) aplicou na região Nordeste um total de R$ 215 milhões, representando 93 mil operações de crédito. O volume de recursos aplicados teve um crescimento de 15% em relação ao mesmo período na safra passada. Segundo informações do gerente-executivo da Diretoria de Agronegócios do BB, Reinaldo Yokoyama, o banco vem desenvolvendo várias ações visando a ampliação do acesso ao crédito do Pronaf, tais como: capacitação dos funcionários, desenvolvimento de estratégias negociais voltadas ao Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) e maior apoio e aporte de recursos a essas regiões.
Que fatores devem ser considerados no planejamento de um pomar? O mercado é o fator prioritário em qualquer tipo de empreendimento comercial. O destino da produção – mercado local, regional ou externo – e o modo de apresentação comercial do produto – fruta fresca ou processada – são questões básicas. O conhecimento do mercado e suas formas de exploração não devem ser encarados como uma ação teórica, mas como uma operação que antecede a própria seleção do local e a implantação do pomar. Devem ser igualmente levados em consideração o clima, o tipo de solo onde será implantado o pomar, a topografia da área e a textura do solo, entre outros. O que deve ser observado para o sucesso da aração do pomar? Depois da retirada dos restos de vegetação e detritos, fazse a aração de acordo com a umidade do solo, mas restrita à faixa de plantio, a fim de diminuir a movimentação do solo. Para que a aração seja bem sucedida, é necessário que haja umidade adequada (faixa de friabilidade) no solo, que ocorre após as chuvas de trovoada ou, em março, no início da estação chuvosa. Estima-se em 4 h/tr o tempo para a aração de um hectare. Em áreas onde já foram detectadas zonas de impedimento (solos compactados), recomenda-se usar o subsolador ao invés de arado.
AGECOM
A gradagem é recomendada no preparo do solo para plantio? Após a distribuição uniforme de calcário, faz-se a gradagem na faixa de plantio, que pode ser feita em 2 h/tr, por hectare. Na ocorrência de solos compactados, o uso de grade deve restringir-se ao preparo da área, não sendo recomendado no pomar adulto, a não ser para incorporar sementes de leguminosas semeadas a lanço. Como fazer o plantio? O plantio tem que ser feito, se possível, em dia chuvoso, no período das águas. Com a régua de plantar centraliza-se a muda na cova, enchendoa com a terra da superfície misturada com adubo. Completa-se a cova com a terra restante e comprime-se com os pés, deixando o colo da muda a 5 cm abaixo do nível do solo. Independentemente das chuvas durante o plantio, deve-se regar com 20 L de água na bacia, ou coroa feita em torno da muda. Para garantir o pegamento das mudas, é necessário cobrir a bacia com
material seco ou capim. Em qualquer modalidade de preparo das covas, os cuidados antes e depois do plantio devem ser os mesmos. O tempo de plantio, por hectare, pode ser estimado em 4 H/d. Que tratos culturais devem ser dispensados após o plantio? A primeira medida, antes do plantio, é o combate às formigas cortadeiras. Depois de implantado, o pomar deve ser mantido livre de ervas daninhas, por meio de capinas ou com o uso de herbicida. Além disso, o produtor deve implantar um plano de correções e adubações periódicas de acordo com as recomendações da análise de solos. Na região dos Tabuleiros Costeiros, onde ocorrem solos compactados, recomenda-se a prática da subsolagem antes do plantio associada ao plantio de leguminosas, notadamente o feijão de porco, Canavalia ensiformes.
12
Agrociência
Salvador - terça, 02 de janeiro de 2007
BNB seleciona 22 projetos em fruticultura O Banco do Nordeste, por meio de seu Escritório de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), divulgou, do dia 22 de dezembro, a lista de projetos de pesquisa e difusão tecnológica selecionados com base no Aviso Etene/Fundeci 03/2006. O edital envolveu a seleção de propostas voltadas para o desenvolvimento da fruticultura nordestina, com foco em trabalhos de difusão e validação de tecnologias que venham a contribuir para a ampliação da renda e, conseqüentemente, melhoria da qualidade de vida dos produtores. Recursos da ordem de R$ 1,4 milhão, não-reembolsáveis, foram disponibilizados, oriundos do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundeci), administrado pelo Etene. O valor individual de cada projeto de pesquisa ou difusão não poderia ser superior a R$ 100 mil. Foram recebidos inicialmente 133 projetos envolvendo pesquisa e difusão tecnológica, os quais representaram uma demanda da ordem de R$ 8,6 milhões. Destes, 22 propostas foram selecionadas, sendo 16 da Região Nordeste. Dentre os temas de pesquisa estão a ‘Diversificação das áreas de cultivo com fruticultura por meio de espécies exóticas e/ou não tradicionais nas áreas de cultivo irrigado, em sequeiros e nas serras úmidas’; a ‘Pesquisa e difusão de tecnologias voltadas para a difusão de variedades e híbridos de fruteiras para processamento’; a ‘Difusão de sistemas de produção de fruteiras em cultivo orgânico’; ‘Difusão de sistemas de produção de fruteiras inseridas na produção integrada de frutas – PIF’; ‘Difusão de tecnologias de póscolheita e processamento de fruteiras tropicais’; a ‘Pesquisa e difusão de tecnologias volta-
das redução da produção de resíduos e aproveitamento de co-produtos; os ‘Sistemas de irrigação adaptados à fruticultura familiar’ e a ‘Difusão da tecnologia de substituição de copas em pomares improdutivos’.
Confira a lista dos projetos selecionados:
AL Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável da Bananeira na Zona da Mata de Alagoas. CE Desenvolvimento de tecnologias para produção de melão orgânico CE Projeto piloto de produção integrada e certficação orgânica da cajucultura do arranjo produtivo local da região de Barreira-CE CE Desenvolvimento tecnológico para a produção de noni (Morinda citrifolia) nas condições edafoclimáticas do Nordeste brasileiro CE Avaliação de clones de umbu-cajá em pomares domésticos de IguatuCE CE Pequi: caracterização da matéria para processamento/elaboração de novos produtos CE Níveis de irrigação e doses de potássio e de nitrogênio aplicadas por gotejamento na cultura do figo no semi-árido cearense. CE Produção de bioetanol a partir de pedunculo de caju (Anacardium occidentale L.) ES Bananicultura como alternativa de diversificação e sustentabilidade da fruticultura para fins agroindustriais no Norte do Espírito Santo
ES Produção de mudas frutíferas em substrato composto por resíduos da agroindústria canavieira MG Reação de cultivares de morangueiro, cultivadas no Norte De Minas, aos nematóides Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita e Pratylenchus penetrans MG Escalonamento de produção de morango no norte de Minas Gerais, visando a oferta de frutos na entressafra PB Desenvolvimento Tecnológico para o Arranjo Produtivo da Cultura da Goiaba no Pólo Do Alto Piranhas. PE Desenvolvimento de Tecnologias para Cultivo Orgânico de Frutícolas no Submédio São Francisco: práticas de manejo e avaliação da sustentabilidade PE Difusão de tecnologias de aproveitamento do fruto do imbuzeiro PE Difusão de tecnologia de utilização de água de chuva para consumo humano e produção de alimentos RN Alternativas de sistemas de irrigação para produção familiar de banana orgânica variedade pacovan no Vale Do Açu - Rn RN Desempenho agronômico e caracterização molecular de variantes somaclonais de abacaxizeiro mais adaptados ao semi-árido nordestino
ES Minimização das perdas de produtividade e maximização da qualidade de frutos de goiabeiras cultivadas em solos infestados por Meloidogyne mayaguensis através da rotação de culturas e resistência genética
RN Efeito da freqüência da fertilização na bananeira no Vale Do Açu No Rio Grande Do Norte
ES Biofilme Protetor: Conquistas de mais mercados para a goiaba
RN Produção integrada de manga no vale do Açu No Rio Grande Do Norte