abriga dezenas de imagens conservadas e um teto recoberto com pinturas no estilo barroco. No grande coreto é realizada a novena de Santo Amaro, uma das cerimônias mais marcantes para os moradores. Santo Amaro cresceu acompanhando a margem do rio Subaé, onde os moradores pescavam, lavavam roupas e utilizavam a água para abastecimento da cidade. O Centro Histórico, entre as praças do Rosário e da Purificação, concentra mais de 50 prédios de valor histórico e arquitetônico. Uma das primeiras construções da região foi o Solar Paraíso, um casarão suntuoso e imponente cravado no alto da rua Santa Luzia, que pode ser visto de vários pontos da cidade. A construção é um dos exemplares mais representativos da arquitetura do século XIX e passa por processo de restauração. O solar já foi residência do dono da antiga fábrica siderúrgica de Santo Amaro.
Foto: Rita Barreto
Foto: Eduardo Pelosi
Circuito Recôncavo
Rota da Independência Roteiro alia conhecimento sobre a história da Bahia à cultura peculiar do Recôncavo Baiano Eduardo Pelosi
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epleta de cenários, personagens e emoções, a Rota da Independência é um prato cheio para quem quer conhecer a Bahia através da história das lutas pela libertação contra os portugueses. Entre as cidades do Recôncavo que foram parte fundamental da história, a Viver Bahia visitou Santo Amaro, Cachoeira, São Félix e Muritiba 16 | Viver Bahia
para mostrar como essas cidades se desenvolveram e conservaram o patrimônio histórico e as suas belezas naturais quase duzentos anos depois. Saindo de Salvador, a primeira parada é na cidade de Santo Amaro. Pela BR-324, deve-se percorrer 59 km até o entroncamento da BA-026. Em direção à cidade, são mais 11 km. Santo Amaro desempenhou um importante papel na luta pela Independência da Bahia. Foi na Câmara Municipal, em 14 de junho de 1822, que se reuniram os representantes da cidade, civis, poetas e populares para decidir que o Brasil deveria ter direito a um Poder Executivo,
Exército e Marinha, comandados pelo Príncipe Regente, D. Pedro I. Além disso, Santo Amaro contribuiu com alguns batalhões e um esquadrão de cavalaria fardado, comandado e mantido por Antônio Joaquim de Oliveira e Almeida. O Centro Histórico concentrase ao redor da Praça da Purificação, onde fica a Casa de Câmara e Cadeia, o chafariz inglês e a Igreja de Nossa Senhora da Purificação. O traçado irregular, do século XVIII, expressa o perfil das construções da região. A cidade se envolve pela história estampada nos sobrados e monumentos dos séculos XVIII e XIX. A antiga Casa de Câmara e
Canhão encontrado no Rio Paraguaçu
Cadeia, onde hoje funcionam a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores, foi construída na segunda metade do século XVIII e possui arquitetura semelhante à da Câmara de Salvador. O local, tombado pelo Patrimônio Histórico, em 1941, foi palco de uma das primeiras reuniões na luta pela Independência da Bahia, em 14 de junho de 1822, e já abrigou a sede da Imprensa Oficial da Vila, em 1916. Construída no século XVII, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação foi erguida no mesmo local onde havia uma rústica capela de oração e batismo em homenagem à santa - construída pelos senhores de engenho, na época em que a cidade tinha mais de 200 engenhos - que hoje permanece dentro da igreja. Com painéis em azulejos e colunas decoradas em mármore, o templo
Foto: Rita Barreto
Casa de Câmara e Cadeia de Santo Amaro foi palco de uma das primeiras reuniões na luta pela Independência
Na rua do Imperador, um grande casarão de dois pavimentos, construído em 1873, foi recentemente reformado. O Solar do Conde de Subaé, tombado pelo Patrimônio Histórico em 1979, remonta à fase áurea da aristocracia no Recôncavo. Às margens do rio Subaé, o local foi residência de Francisco Moreira de Carvalho, conde de Subaé. Decorada com elementos neoclássicos, um pórtico e uma escadaria de mármore, a casa já hospedou o imperador D. Pedro II. De acordo com alguns funcionários do casarão, às vezes o imperador “passeia” pelo local e é possível ouvir seus passos no pavimento superior, assustando quem está por perto. Restaurado em 2007, hoje o solar abriga a Casa do Samba de Roda, um centro cultural que reúne a história e a cultura do ritmo que animava os terreiros e as rodas de capoeira. Documentos, fotografias e gravações integram o enorme acervo do local. No espaço,
Solar do Conde de Subaé já hospedou o imperador D. Pedro II Viver Bahia | 17