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MaisGeleia…
from Leros - Março 2020
Patinetes elétricos para alugar em cidades brasileiras estão sumindo com a mesma rapidez que surgiram
Milhares de patinetes elétricos apareceram pelas ruas de diversas cidades brasileiras no ano passado e muita gente passou a usá-los por diversão ou como uma alternativa moderna de transporte.
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O patinete era bem prático: o usuário só precisava de um celular para se registrar, achar um por perto, destravá-lo e sair pilotando. Ao terminar, era só encerrar a viagem e deixá-lo na rua para a próxima pessoa usar. Mas logo surgiram acidentes de trânsito, os patinetes ficaram amontoados nas calçadas, foram roubados e depredados.
“O poder público correu atrás
para arrumar a bagunça. Fez apreensões e criou regras. Parecia que ia melhorar”, escreveu o jornalista Rafael Barifouse, da BBC News Brasil em São Paulo. Ele relata que, em questão de meses, a Lime e a Grow, as duas principais empresas que ofereciam esse tipo de serviço no Brasil, anunciaram que estavam deixando o país ou reduzindo drasticamente suas operações.
Assim como surgiram, de uma hora para a outra, os patinetes praticamente sumiram em muitos lugares. Para apurar o que houve, o jornalista consultou especialistas que apontassem razões para esse vertiginoso declínio. “O objetivo dessas empresas nunca foi oferecer uma solução de mobilidade. O patinete, como e onde é ofertado e por ser inseguro para o usuário, não cumpre a função de ser uma alternativa de deslocamento”, disse Daniel Guth, consultor em políticas de mobilidade urbana e coordenador de projetos da associação Aliança Bike. Guth observou que os patinetes só eram encontrados nas regiões centrais e mais nobres das cidades e não eram baratos: custam R$ 3 para serem desbloqueados e, depois, mais R$ 0,50 por cada minuto de uso. “Só para destravar, é quase o preço de uma passagem de ônibus. Isso afugenta os usuários de baixa renda. Acabam atendendo só pessoas de classe A e B que circulam onde eles estão disponíveis. É algo para poucos”, afirmou o pesquisador.
Brasileiras que sequenciaram o genoma do coronavírus em tempo recorde convidam: Meninas, façam ciência!
A média de tempo para sequenciar o genoma do coronavírus em outros países tem sido de 15 dias. No Brasil, duas pesquisadoras da USP lideraram em tempo recorde o estudo feito para entender a origem da epidemia: apenas 48 horas depois da detecção do primeiro caso de coronavírus no Brasil.
O genoma corresponde a todas as informações hereditárias do vírus que estão codificadas em seu DNA. “Ao sequenciá-lo, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o primeiro caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem
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se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”, disse Ester Sabino (foto à esquerda), diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP.
O sequenciamento do genoma do coronavírus foi conduzido por pesquisadores coordenados por Jaqueline Goes de Jesus (foto à direita), pósdoutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da agência de fomento Fapesp. Ela desenvolve pesquisas sobre o mapeamento do Zika no Brasil. Para Ester Sabino, o reconhecimento da equipe de cientistas tem um papel importante: encorajar as mulheres a entrar no universo das ciências. Ela acredita que, no meio acadêmico, o machismo se apresenta de forma sutil. “Podem dizer: ‘Só apareceram porque são mulheres’. Mas é aquela história do copo cheio e copo vazio. Prefiro pensar: meninas, façam ciência”, disse a pesquisadora ao jornal Estado de Minas. Ester Sabino e Jaqueline de Jesus. Fotos: Reprodução (USP Imagens e Fapesp)
Chef de cozinha vai entrar na Justiça por herança de Gugu Liberato e filhos de apresentador se voltam contra a mãe na disputa pelo patrimônio Gugu Liberato não deixou nada para Rose Miriam di Matteo, a mãe dos seus filhos, e o testamento tampouco menciona o chef de cozinha Thiago Salvatico, que, segundo pessoas próximas, mantinha uma relação de oito anos com Gugu. Em seu testamento, o apresentador deixou 75% do seu patrimônio ao filho João Augusto e às filhas gêmeas Sofia e Marina. Os outros 25% deveriam ir para seus cinco sobrinhos.
O montante de bens de Gugu soma cerca de R$ 1 bilhão e a disputa pela herança começa a ficar acirrada.
No processo em que Rose Miriam di Matteo pleiteia o reconhecimento de união estável com o apresentador, os advogados anexaram desenhos produzidos pelos filhos do casal em 2011 [foto ao lado]. Para comprovar que eles constituíam uma família, o processo traz também 75 fotos de Gugu e Rose (ele posou várias vezes com ela para publicações como a revista Caras, por exemplo). Segundo a coluna Retratos da Vida, do jornal Extra, o chef Thiago Salvatico também vai entrar na Justiça pela herança de Gugu Liberato.
Em nota, a família de Gugu informou que não tem conhecimento sobre o processo
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de Thiago, mas já se manifestou contra a ação movida por Rose. Em entrevista ao Fantástico, a mãe de Gugu, dona Maria do Céu, de 90 anos, diz que seu filho e Rose “nunca tiveram nada”. Os filhos do apresentador com Rose Miriam também são contra a inclusão dela no testamento. Eles alegam que não era essa a vontade de Gugu e afirmam que a mãe está “influenciada por pessoas que querem dela se aproveitar, induzindo-a a negar os fatos”. No Twitter, um internauta postou uma solução hilária para a disputa: ele sugeriu que os herdeiros revivessem um dos quadros mais populares do programa do apresentador - a banheira do Gugu - e que fosse jogado um sabonete numa banheira enorme. Rose Matteo, Thiago Salvatico e os filhos mergulhariam na banheira e quem pegasse o sabonete primeiro ficaria com a herança.
Mais de 500 brasileiros já foram deportados dos Estados Unidos em voos fretados. O Brasil não aceitava voos fretados com pessoas deportadas desde 2006, mas em outubro passado o governo Bolsonaro passou a autorizar que aviões fretados com imigrantes brasileiros aterrissassem em solo brasileiro.
O oitavo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou no dia 9 de março no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, Minas Gerais, e 42 pessoas desembarcaram.
Cerca de 550 brasileiros foram deportados desde outubro do ano passado, quando chegou a Belo Horizonte o primeiro voo, com cerca de 70 pessoas, e marcou o retorno de uma medida que não era aceita pelo Brasil desde 2006, ano em que governo Lula alterou a política de trato de brasileiros no exterior. A decisão de não aceitar mais o fretamento de aviões em 2006 impedia as deportações em massa e pressionava as autoridades americanas a analisarem caso a caso, o que dava aos brasileiros que vivem nos Estados Unidos, mesmo ilegalmente, a possibilidade de reverter a decisão de deportação, o que pode acontecer quando o cidadão tem filhos norteamericanos ou negócios. Como a maioria dos brasileiros que vive nos Estados Unidos e na Europa votou em Bolsonaro na eleição de 2018, a decisão de facilitar a deportação de trabalhadores brasileiros que vivem irregularmente nos Estados Unidos chocou muitos imigrantes e seus familiares.
Mas para quem acompanha a atitude do governo Bolsonaro em relação a imigrantes, a medida que facilita a deportação para atender aos pedidos do governo Trump não surpreende. Uma semana depois que Bolsonaro assumiu a Presidência da República, o governo anunciou que o Brasil abandonaria o Pacto Global para a Migração das Organizações das Nações Unidas (ONU).
Trata-se de um documento internacional que tem um efeito simbólico, porém importante: recomenda, por exemplo, que imigrantes ilegais obtenham documento de identificação e acesso a serviços de saúde e educação, além de reduzir a vulnerabilidade dos migrantes. Ao sair do Pacto, o Brasil tornou menos eficaz a intervenção de um representante de um de seus consulados caso algum brasileiro seja alvo de
discriminação em um aeroporto, por exemplo.
Como há mais de três milhões de brasileiros morando fora do país e cerca de 750 mil estrangeiros que vivem no Brasil, “Um brasileiro ilegalmente fora do país
é um problema do Brasil, isso é vergonha nossa, para a gente. Um brasileiro que vai para o exterior e comete qualquer tipo de delito, eu me sinto envergonhado”. EDUARDO BOLSONARO, deputado federal “Não acho ilegalidade tentar uma vida melhor para o meu filho” UELINGTON PINHEIRO, brasileiro deportado dos Estados Unidos
o governo deixou três milhões de brasileiros mais vulneráveis no exterior para negar direitos a 750 mil imigrantes no Brasil.
Na mesma época, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, visitou os Estados Unidos e declarou que brasileiro que vive ilegalmente fora do país é uma vergonha: “Um brasileiro ilegalmente fora do país é um problema do Brasil, isso é vergonha nossa, para a gente. Um brasileiro que vai para o exterior e comete qualquer tipo de delito, eu me sinto envergonhado”, afirmou o deputado, ao fim de um evento organizado por Steve Bannon, em Washington.
Como o único “delito” que a maioria dos brasileiros nos Estados Unidos comete é trabalhar, o deputado deixou claro que imigrantes não deveriam contar com nenhuma forma de solidariedade do governo brasileiro.
Para facilitar as deportações, em agosto passado o governo Bolsonaro emitiu um parecer autorizando a volta de brasileiros ao país apenas com um atestado de nacionalidade.
A lei brasileira proíbe a emissão de passaportes à revelia do cidadão, o que impedia o governo americano de embarcar brasileiros que não estavam dispostos a pedir um passaporte. O governo Temer, sob pressão dos EUA, fez um acordo para que os consulados emitissem o certificado em alguns casos, mas algumas empresas aéreas se recusavam a aceitar o documento. Com a
A deportação em massa foi uma experiência traumatizante para Rogério Caldeira. Com sua esposa, Lidiana Caldeira, e o fi lho Rafael, de três anos, ele decidiu deixar Governador Valadares, em Minas Gerais, em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos. Entrevistados pelo programa Fantástico, da TV Globo, eles contam que pegaram um ônibus para Belo Horizonte, onde embarcaram em um voo com escala no Panamá para a
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autorização dos voos fretados, deportar brasileiros ficou ainda mais fácil, já que não há necessidade de documento para desembarque no Brasil.
Brasileiros deportados recentemente dos Estados Unidos relataram maus tratos.
Segundo uma reportagem do telejornal MGTV, tanto homens quanto mulheres disseram que passaram o tempo todo presos com correntes na cintura, nos pulsos e nos pés. ‘Passamos 24 horas algemados, nos pés e nas mãos’, disse uma brasileira deportada.
O mineiro Danilo Dias de Souza conta que ficou alojado Cidade do México. De lá, foram para Juárez, na fronteira com os Estados Unidos. Ao chegarem em El Paso, no Texas, foram colocados em uma viatura e levados para um abrigo americano, onde permaneceram detidos. “A gente não conseguia nem dormir”, relembra Lidiana, “o menino acabava de dormir e vinham os ofi ciais pra fazer chamada, faziam chamada toda hora, chutavam os colchões”. Rogério diz que seu fi lho fi cava
em um cômodo minúsculo: “Colocaram 38 pessoas num
lugarzinho que não tinha nem dez metros quadrados”.
Como a comida era escassa, ele perdeu dez quilos durante os 40 dias em que ficou detido antes de embarcar no voo fretado. “Tem muitos brasileiros sofrendo lá, passando fome, humilhação. Toda hora um desmaia no chão com fome. A comida lá é um burrito. A comida do brasileiro lá é isso daqui, ó [mostra o burrito que conseguiu trazer]. É de manhã e na hora do almoço. E, à tarde, é um lanche”, relatou um brasileiro ao site G1. triste, não queria brincar e passou três dias sem conversar com os pais. Quando foram deportados para o Brasil, o único apoio que receberam foi um lanche oferecido pela concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confi ns, ao grupo que desembarcou com eles. Rogério descreve a receptividade como “chegou no aeroporto, se virem, sigam seu rumo agora!”.
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De acordo com o programa Fantástico, da TV Globo, o número de brasileiros tentando cruzar a fronteira do México com os Estados Unidos de forma ilegal disparou no ano passado e eles agora sofrem com o endurecimento da política americana de imigração. Na reportagem do Fantástico, o brasileiro Uelington Pinheiro conta que começou a se sentir humilhado assim que foi abordado pelas autoridades americanas: “Brasileiro? Começaram a rir. Dava pra ver que olhavam pra gente com nojo, tipo ‘o que vocês estão fazendo aqui no meu país?’”.
Survival lança o concurso fotográfico de 2020 com o tema Resiliência e Orgulho A Survival International - ONG que luta pelos direitos dos povos indígenas - retoma sua competição anual de fotografia e as inscrições estão abertas para fotógrafos amadores e profissionais de todo o mundo.
O tema da competição de 2020 é Resiliência e Orgulho. “Apesar de cinco séculos de genocídio e opressão, os povos indígenas sobreviveram. Muitos estão resistindo ao roubo de suas terras em um contexto global nunca antes visto de ataque aos direitos indígenas duramente conquistados durante décadas de luta. O orgulho de sua cultura, identidade e resistência é inspirador”, diz o texto de divulgação do concurso.
A competição tem como objetivo celebrar o papel da fotografia na conscientização da situação dos povos indígenas, das ameaças à sua existência, e de sua extraordinária força e coragem.
O painel de jurados inclui o diretor da Survival, Stephen Corry, a coordenadora da Survival Itália, Francesca Casella, o co-fundador da Little Black Gallery, Ghislain Pascal e Max Houghton, professor de fotografia na Escola de Comunicação de Londres.
Serão selecionadas doze fotos e as imagens vencedoras irão ilustrar o calendário 2021 da Survival, que arrecada fundos para as campanhas da organização.
Uma foto será escolhida como a imagem vencedora, e será exibida na capa do calendário. As demais inscrições vencedoras serão publicadas também no site da Survival e nas redes sociais. As fotos enviadas devem ter sido tiradas nos últimos 10 anos e a Survival incentiva fotógrafos indígenas a participarem da competição. Os fotógrafos podem acompanhar e postar suas próprias contribuições com a hashtag #SurvivalPhotoComp2020, mas não basta usar esta hashtag para que a foto seja inscrita na competição. • É preciso seguir as instruções que se encontram no site https://survivalbrasil.org/ artigos/fotografia para inscrever a imagem. • O prazo para inscrição se encerra em 31 de maio de 2020.
Em 2019, a fotógrafa Mattia Passarini venceu o concurso com a imagem de uma garota tibetana segurando um carneiro.
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O fotógrafo indígena Edgar Kanaykõ Xakriabá participou da competição no ano passado com uma imagem de sua comunidade.
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Aos 16 anos, a baiana Agnes Nunes é a revelação da música brasileira no momento.
A cantora, que em 2015 começou a gravar vídeos caseiros com voz e teclado, hoje tem mais de dois milhões de seguidores no Instagram. Criada na Paraíba, Agnes começou a compor as primeiras canções em Campina Grande. Ela acaba de concluir o ensino médio e é uma aluna exemplar, mas o que a distingue dos demais adolescentes é que Agnes tem contrato com uma gravadora e sua carreira é promissora. “Aqui, dentro de casa, sou Agnes normal. Sonho como qualquer adolescente que pensa no futuro, mas com os pés próximos à realidade. Mas, quando canto, me elevo a outro nível”, disse a cantora em entrevista à revista Época. Nas redes sociais, ela começou a ganhar destaque cantando músicas de Baco Exu do Blues, Francisco, el Hombre e Vanessa da Matta. Sua voz suave e extremamente afinada logo chamou a atenção de Lázaro Ramos. “É tão bacana quando a gente vai descobrindo novos talentos Brasil afora! E o mais bacana é reconhecer traços desse Agnes Nunes, a nova sensação da música brasileira chega a Londres
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nosso Brasil na arte de quem faz. Foi desse jeito que conheci a voz incrível de @agnesnunesf. Adorei! … Que a sua música e sua voz
ecoem muito por aí, Agnes. Boa sorte pra você”, escreveu o ator no Instagram.
Pabllo Vittar e o DJ Alok também foram fisgados pela nova intérprete e se tornaram fãs da cantora. O rapper Xamã saiu na frente e lançou, com a participação de Agnes, a música Cida, gravada para o projeto Elas por elas. Agnes logo foi convidada a se apresentar no Rock in Rio e ganhou projeção também ao gravar Pode se achegar, com Tiago Iorc (foto abaixo). Tudo começou quando Agnes tinha 13 anos e chegou o Dia das Crianças. Ela queria ganhar um iPhone mas a mãe a surpreendeu com um teclado. Agnes ficou desapontada, mas logo se apaixonou pelo instrumento, começou a tocar intuitivamente, e sua paixão pela música não parou de crescer.
“A primeira coisa que noto na Agnes é o sotaque, que acho a coisa mais linda. É não tentar esconder e mostrar mesmo. O que faz a carreira de alguém hoje em dia é isso”, afirmou o produtor Rodrigo Gorky ao elogiar a espontaneidade de Agnes. • 3 de abril, sexta-feira, 21h, no Jazz Café: 5 Parkway, Camden Town, NW1 7PG. Ingressos de £12 a £15 (link para reservas no site www.leros.co.uk).
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