MINHA VIVÊNCIA: STIMS.
Perna balançando (repreensão desde a infância);
Mãos de jazz para cima e para baixo (ou fechadas em punho);
Pés balançando, mesmo quando de pé;
Estalar os dedos;
Tocar o dedão em todos os dedos continuamente, Balançar para frente e para trás (principalmente sentada ou em crises);
Balançar o corpo todo de um lado para o outro enquanto conversa (comentado por várias pessoas, comparação com personagem de animação);
Mão balançando estilo-maestro quando prestando
atenção em uma música);
Caretas com a boca;
Stims de textura: esfregar constantemente cobertas, pelúcias, tecidos;
Ouvir uma música diversas vezes em loops de mais de 5 horas, por vários dias.
COMUNICAÇÃO.
Uma das características mais comuns observadas no autismo é a diferença na comunicação e na interação social, que pode incluir atraso na fala na infância, ecolalia, falta de contato visual, falta de uso de expressões faciais, tons de voz e de gestos de faz de conta e ecolalias.
Mas, como o autismo é um espectro e os indivíduos são plurais, algumes autistas podem também começar a falar muito cedo, algumes podem ser expressivos demais, usar expressões faciais consideradas exageradas, falar mais alto e com muita ênfase, especialmente quando falam sobre seus hiperfocos. Outros meios de comunicação dê autista também podem ser seus stims e ecofenômenos.
Autistas também costumam falar e compreender as coisas de modo mais direto e literal, o que pode causar situações constrangedoras e gerar ofensas.
As dificuldades nas interações vão além, pois a literalidade afeta também a compreensão de algumas piadas e expressões, assim como nuances da interação social. Autistas costumam ser mais sinceros e pragmátiques e não vêem sentido em hábitos neurotípiques, como criar regras sem a intenção de seguilas, costumes e tradições antigos e sem muito sentido ou agir amistosamente na frente de uma pessoa e maliciosamente pelas costas.
Essas diferenças causam frustração na interação com neurotípiques e ocasionalmente uma sensação de incompreensão mútua.
Há também ês autistas não falantes, que não se comunicam através da fala, mas que podem usar a escrita ou digitação, formulação de frases através de imagens ou até LIBRAS. Um exemplo é Naoki Higashida, um autista de nível 3 de suporte, que não fala, mas escreveu "O que me faz pular" , um dos livros mais conhecidos sobre autismo.
MINHA VIVÊNCIA: COMUNICAÇÃO.
Ecolalia e outros ecofenômenos;
Dificuldade em contato visual;
Expressividade e tons de voz muito exagerados;
Ou, então, falta de uso de expressões faciais e tons de voz monótonos, confundidos com arrogância ou malcriação;
Voz muito alta, a ponto de ter que ser levada num otorrino e numa fono.
Fala com muita ênfase sobre hiperfocos ou situações que cause animação, gerando desconforto em quem escuta;
Dificuldade em entender piadas e ironias, comumente fazendo com que a família e os amigos tirem sarro;
Na infância, era muito visto a literalidade e radicalidade em interpretar regras, a ponto de sofrer
bullying por isso;
Confusão com expressões, levando a brigas com a mãe;
Dificuldade em assimilar coisas de consenso, como o conceito de existência;
Dificuldade em entender expressões e tons de voz.
ECO FENÔMENOS.
A definição médica dos ecofenômenos é que eles são "ações imitativas automáticas sem consciência explícita" , e são identificados como patológicos. Por isso, muitas vezes são vistos como algo ruim e que deve ser eliminado. Assim como os stims, os ecofenômenos são involuntários, ou seja, não temos controle sobre essas ações e elas acontecem de forma automática. Muites “especialistas” afirmam erroneamente que ecofenômenos são inúteis.
Quando tomamos consciência deles, podemos fazer uso de tais como mecanismos de autorregulação e comunicação. Eles estão entre as características repetitivas mais presentes no autismo, mas nem todos são conhecidos, e também são comuns em outras neurodiversidades como o TDAH ou Síndrome de Tourette.
Ecofenômenos incluem:
Ecolalia: vocalizações, envolvendo repetições de palavras, sons ou frases, diversas vezes ou de imediato, podendo ser bem depois ou assim que lhe acabou de ser dito algo. Podem ser repetições de diálogos de filmes e/ou séries, de frases que chamam a atenção da pessoa, músicas, palavras, barulhos que os animais fazem, como miado de gato, latido de cachorro e etc.
A ecolalia pode ser muito benéfica, ajudando autistas não-verbais ou semi-verbais no aprendizado da falar e/ou na comunicação, sem falar que muitos de nós a usamos como stims vocais também, podendo nos ajudar em momentos de estresse e/ou crises. Mas ela também pode incomodar, porque algumes autistas tem a ecolalia por repetição imediata, repetindo imediatamente tudo que lhe falam, podendo causar exaustão.
Palilalia: quando a pessoa repete a si mesma involuntariamente. Pode ser repetição de palavras, frases, ou até mesmo sentenças completas. Essa pode ser um tanto irritante às vezes, porque pode fazer com que a pessoa fique presa num looping de se repetir, mas não é uma regra, pode diferir de pessoa pra pessoa. Um exemplo é se a pessoa fala "Yeah" , a palilalia pode fazer com que ela fique falando essa palavra seguidamente, "Yeah-yeah-yeah(...)". Esse looping pode ocorrer quando a pessoa encontra uma dificuldade em se expressar ou esquece alguma palavra, pode se parecer com um gaguejar também.
Ecopatia: repetição de tons de voz (usar a voz para alcançar vários tons/timbres diferentes). Isso é basicamente imitar, falando com a voz mais grave ou mais fina. Pode envolver sotaques, havendo grande interesse pela riqueza de diferentes palavras e sotaques que algumas línguas tem, como a nossa por exemplo. E muitas vezes repetimos frases ou palavras tanto em diferentes tons de voz, como em diferentes sotaques.
Ecografia: repetição de palavras escritas ou digitadas. É basicamente isso, repetir as palavras que se está lendo ou escrevendo, seja em pensamento (se relacionando com a ecologia) ou vocalizando (se relacionando com a ecolalia).
Ecologia: repetição de sons no pensamento, como frases específicas, músicas, palavras marcantes, sons ouvidos recentemente, etc. Seria a ecolalia do pensamento, a pessoa faz essas repetições mentalmente, sem as vocalizar. Pode ser cansativa também, e/ou intrusiva, repetindo, por exemplo, uma música do nada enquanto se faz uma prova. Pode ser de ajuda, repetindo tal música num momento difícil, ou repetindo alguma informação importante para o momento.
Ecomimia: repetição de expressões faciais, como copiar as expressões de outras pessoas ou repetir expressões marcantes. Repetir expressões faciais tanto das pessoas ao redor, como também de personagens em filmes e/ou séries.
Ecolaliplasia: repetição envolvendo língua de sinais. Essa repetição ocorre com pessoas mudas e/ou com autistas não-verbais ou semi-verbais, bem como com pessoas que simplesmente também saibam língua de sinais.
Ecoplasia: hábito repetitivo de traçar o contorno de objetos mentalmente ou fisicamente. Basicamente, é quando a pessoa ou passa os dedos pelos objetos, os contornando, ou quando os contorna mentalmente, também podendo contornar traços de pessoas e animais.
Ecopraxia: repetição de movimentos com o corpo. Tratase de repetições de movimento, como repetir um passo dança, um gesto, se balançar pular e etc.
Lembrando mais uma vez que os ecofenômenos são involuntários! Não temos controle sobre eles, eles simplesmente acontecem, muitas vezes nem notamos.
Contudo, podemos, sim, usá-los como stims voluntários e mecanismo de comunicação ao aprendermos ou notarmos eles.
MINHA VIVÊNCIA: ECO FENÔMENOS.
Ecolalia muito comum enquando assiste TV e em chamadas de áudio, mas presente também no dia-adia, repetindo a fala de outras pessoas com quem conversa, diversas vezes, a ponto de acharem engraçado;
Ecopatia em situações parecidas;
Ecografia em situações parecidas;
Ecologia muito comum com frases ditas, escutadas e, principalmente, versos de músicas;
Ecomímia enquanto assiste TV e fala com pessoas, principalmente após costume de utilizar máscaras;
Ecolaliplasia com soletração de palavras em línguas de sinais e "mãos de jazz" para comemorações;
Ecoplasia bastante comum desde a infância;
Ecopraxia em público, principalmente.
ALEXITIMIA.
A Alexitimia é um conceito pouquíssimo divulgado e discutido que diz respeito à marcante dificuldade de verbalizar emoções e descrever sentimentos, bem como sensações corporais, etc. Outros indicadores são: a confusão entre sensações e sentimentos, etc; dificuldade em processar e discernir emoções; pouca fantasia e pouca identificação do que se passa no seu interior, entre outros.
MINHA VIVÊNCIA: ALEXITIMIA.
Quoisexualidade; Dificuldade e confusão em definir sentimentos românticos; Confusão de gênero; Dificuldade em perceber sentimentos como ciúmes e outros, por não saber identificá-los;
LGBTQIA+.
Quando tratamos de orientação sexual e identidade de gênero, autistas são muito mais prováveis de serem identificades como parte da comunidade LGBTQIA+ devido a sua diferente perspectiva sobre questões e rótulos sociais, o que reflete diretamente na facilidade de autoaceitação como tal. Faltam pesquisas sobre pessoas autistas com relação à comunidade LGBTQIA+, e, principalmente, sobre pessoas autistas que não sejam voltadas a pessoas cis do gênero masculino.
Trata-se de um tema raramente discutido tanto no contexto de neurodivergências, quanto no contexto de orientação sexual e formas de identificação de gênero.
Uma consequência disso é a falta de atenção médica à saúde sexual de pessoas neurodivergentes e pessoas da comunidade LGBTQIA+. Além de concepções equivocadas da sociedade sobre orientação sexual (lésbicas, gays, bissexuais, assexuais, pansexuais e outras formas de orientação sexual) e formas de gênero (transgênero, queer e outras identidades de gênero), o capacitismo ainda permite a propagação de outras concepções equivocadas sobre os temas em pessoas neurodivergentes.
As dificuldades de autistas da comunidade LGBTQIA+ são ainda mais significantes, considerando a resistência da sociedade em aceitar a capacidade e o direito que pessoas com deficiência possuem de expressar seus gêneros e sexualidades. No entanto, autistas vivem as múltiplas dimensões da sexualidade e de gênero, sendo equivocado presumir a falta de capacidade destas pessoas para tanto. Inclusive, o número de autistas transgêneros é considerável, diante da falta de identificação com o gênero designado no nascimento da pessoa.
Além das identidades transgêneras binárias, as identidades trans não-binárias também fazem parte da comunidade LGBTQIA+. O xenogênero, em especial, é parte da comunidade trans não-binária de microidentidades. No entanto, não se confunde com genderfluid ou outras identidades. A pessoa xenogênera expressa sua identidade por meio de metáforas, por não se sentir confortável com outros termos de identidade de gênero ou não se identificar com outras identidades já existentes. Em razão disso, é uma identidade de gênero comum entre pessoas neurodivergentes ou por pessoas que não possuem conexão com outras identidades, em decorrência de qualquer outro fator. Ser xenogênero não excluí outras formas de identificação e alinhamento.
Logo, todas formas de sexualidade e identidade de gênero devem ser respeitadas, sejam elas expressadas por pessoas com deficiência ou pessoas sem deficiência, visto que fazem parte da experiência única de vida de cada uma dessas pessoas, ressaltando ainda os desafios extraordinários de discriminação e de capacitismo sofridos por autistas LGBTQIA+.
MINHA VIVÊNCIA: LGBTQIA+.
Pansexual assexual heterorrômantica; Assexualidade: quoissexual, uma orientação dentro do espectro assexual (grey area), onde a pessoa não consegue distinguir atração sexual, sensual e estética. Alguém assim não consegue entender os conceitos dessas atrações, é uma linha tão tênue e confusa que não consegue nem dizer se alguém a atrai ou não porque o conceito não faz sentido para ela; Xenogênero Strawberry Shortcake, um gênero fluído com alinhamento feminino predominante e alinhamento neutro, ambos fluindo em intensidade. Também há presença do masculino que aparece eventualmente em frequências menores. Sua forma é representada com a metáfora de um bolo de morango; Link para saber mais sobre o xenogênero: https://issuu.com/letccavalcante/docs/strawberry_ s hortcake _ 1 _
COMORBIDADES.
Comorbidade é a existência de uma ou mais condições em uma pessoa ao mesmo tempo. Acontece pois algumas condições potencializam as chances umas as outras existirem. A existência de comorbidades pode dificultar o diagnóstico e influenciar o prognóstico.
No autismo, as comorbidades mais comuns são: TDAH, Deficiência Intelectual (DI), Epilepsias, Disturbios do sono, TOC, Bipolaridade, Transtorno de Ansiedade, Depressão, mas também pode haver outros, como, por exemplo, Borderline.
É importante frisar que essas condições não estão sempre atreladas ao autismo nem fazem parte do diagnóstico.
Existem pessoas que as possuem sem serem autistas e pessoas autistas que não as possuem.
MINHA VIVÊNCIA: COMORBIDADES.
Grande suspeita pessoal de TDAH; Suspeita de Transtorno de Ansiedade e Depressão; Assim como a psicóloga anterior, suspeitou de TOC e Borderline.
ASPIE QUIZ
Alguns resultados:
o ASPIEQuiz é um teste que ajuda a mapear e encontrar se há ou não uma neurodivergência, sendo um teste que autistas e neurodivergentes podem/precisam realizar. No entando, ele NÃO válida diagnóstico, não diagnostica. Seus resultados, são, então, interessantes para percepção pessoal e ajuda na busca do diagnóstico.
O teste foi realizado diversas vezes entre 2020 e 2022, obtendo as seguinte pontuações, da mais antiga para mais recente:
Índices
Índices
Índices
Índices
O autismo é um espectro com variáveis e combinações infinitas. É uma forma diferente do cérebro de processar o mundo. Cada indivíduo tem suas próprias vivências e experimenta as situações de um jeito único.
Aqui, foram analisados alguns termos e caracteríscas comuns que ajudam a identificar a condição neurológica, combinando com análise em tópicos sobre situações do cotidiano e história de Letícia.
Por se tratar de diversas situações que aocntecem todos os dias, foram listados apenas algumas, de forma sintetizada. Para mais informações, elaborações e detalhes, entre em contato.