EQUIPAMENTO PÚBLICO, INTERAÇÃO ENTRE OS DOIS EXTREMOS:
CRIANÇA E IDOSO
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA LETÍCIA RUBIA MORENO LEITE
EQUIPAMENTO PÚBLICO, INTERAÇÃO ENTRE OS DOIS EXTREMOS: CRIANÇA E IDOSO.
Monografia apresentada como requisito para a aprovação do Trabalho Final do Curso, orientada pela prof. Ms. Rita C. Fantini de Lima, no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda.
RIBEIRÃO PRETO 2016
LETÍCIA RUBIA MORENO LEITE
EQUIPAMENTO PÚBLICO, INTERAÇÃO ENTRE OS DOIS EXTREMOS: CRIANÇA E IDOSO.
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do Título de Arquiteta e Urbanista, e aprovada em sua forma final pelo Centro Universitário Moura Lacerda.
Ribeirão Preto, 02 de Dezembro de 2016.
Orientadora Rita C. Fantini de Lima Coordenador do Curso
Prof. Andre Avezzum, Coordenador do Curso Banca Examinadora:
Examinador
RIBEIRÃO PRETO 2016
Dedico este trabalho, primeiramente à Deus que me capacitou a chegar até o final, à minha mãe que segurou a minha mão pra eu não desistir, à minha irmã que sempre esteve ao meu lado, ao meu padrasto que me aconselhou, à minha orientadora Rita, que com toda paciência e bons conselhos me ajudaram a chegar até aqui, e à todos que acreditaram em mim.
RESUMO
Atualmente, a expectativa de vida tem aumentado consideravelmente no Brasil, porém a preocupação com os idosos não é proporcial à isto, havendo um descaso muito grande com a população. Em Ribeirão Preto, há apenas seis Instituições públicas de Longa Permanência para Idosos, ou seja, incapaz de abrigar à demanda local. Sendo assim, este trabalho propõe o desenvolvimento de um edificio público, no setor Oeste do município, ao lado da CEI Alaor Galvão César, que abrigue idosos, não só com espaços para dormir, mas que também proporcione a interação entre as crianças da creche, visando a promoção da qualidade de vida da população com mais de 60 anos, e experiências únicas às crianças, superando as expectativas do espaço oferecido, a fim de atender as necessidades dos dois extremos (criança e idoso).
SUMÁRIO INSPIRAÇÃO - INSTITUTO PROVIDENCE MOUNT ST. VICENT
10 10
APRESENTAÇÃO
11 12 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO 14
RELAÇÃO FAMÍLIA-IDOSO INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS
14 15
15 A INSTITUIÇÃO TOTAL ATIVIDADES ESPECÍFICAS PARA IDOSOS
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PROJETO DE REFERÊNCIA - LAR DE IDOSOS PETER ROSEGGER
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A ÁREA DE INTERVENÇÃO HISTÓRIA MAPAS CONHECENDO A ÁREA
MODALIDADES
16 17
O QUE RIBEIRÃO PRETO OFERECE AOS IDOSOS? VILA DIGNIDADE
A PROPOSTA
OS IDOSOS - ASPECTOS FÍSICOS E SOCIAIS
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22
O PROJETO
22 22 22 23 27
27 ESTUDOS PRELIMINARES
PROGRAMA DE NECESSIDADES MEMORIAL DESCRITIVO ACESSOS ZONEAMENTO
CEI ALAOR GALVÃO CÉSAR
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ÁREA DE INTERVENÇÃO
30
30 30 32 32 36 37
FASE 1 FASE 2
1- APRESENTAÇÃO
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O presente Trabalho Final de Graduação, tem como enfoque, desenvolver o projeto de um edifício público, na cidade de Ribeirão Preto, ao lado da Escola de Educação Infantil Alaor Galvão César, com o intuito de oferecer moradia à idosos, mas que além disso também promova a interação entre as crianças da CEI e os moradores do edifício, superando as expectativas do espaço oferecido, a fim de atender as necessidades dos dois extremos (criança e idoso). O objetivo geral deste trabalho é colaborar com subsídios metodológicos para o desenvolvimento de produtos destinados ao envelhecimento saudável e à promoção de qualidade de vida da população com mais de 60 anos, resolvendo esta questão na elaboração de um edifício que os atenda. Levar vida aos idosos, os quais muitas vezes são isolados da sociedade, jogados em asilos como se fossem depósitos de velhos, propõe-se rever este quadro, oferecendo moradia digna, de qualidade, levando em conta suas necessidades individuais, tanto nos aspectos físicos, quanto psicológicos, visto que, este é um ponto pouco considerado nas ILPI’s (Instituições de Longa Permanência) existentes. Considerando também que as atividades ideais para serem praticadas com os idosos, são semelhantes às praticadas com crianças de 0 à 6 anos, o projeto conta com espaços onde seja possível exercer atividades com os dois grupos, idosos e crianças. Sabe-se que os idosos têm a necessidade de estar em um lugar adaptado a eles, para que tenham autonomia suficiente para se locomoverem e fazerem atividades sozinhos. A moradia deve ser um lugar
seguro, confortável e adaptado a rotina dos moradores. Da mesma forma, as crianças também necessitam de cuidados especiais, de espaços que se adaptem à elas, havendo um cuidado especial no desenvolvimento do projeto, como por exemplo, em relação as dimensões das peças sanitárias e protetores de tomadas. É necessário lembrar também que, os idosos geralmente têm problemas de visão, redução da audição, labirintite, entre outros, que são alguns dos principais fatores que ocasionam acidentes domésticos, que podem causar sequelas que levam a problemas futuros maiores, sendo diretrizes para o projeto. Para que os acidentes não aconteçam, a casa precisa ser segura e ter conforto físico, de modo a prevenir os acidentes e melhorar a qualidade de vida dos idosos, até aqueles que convivem com eles. Vários cuidados devem ser tomados, como disposição dos móveis, iluminação e até mesmo as cores dos ambientes que por sinal, faz muita diferença. Cores claras são as mais indicadas por refletirem mais a luz e os detalhes. Cores mais fortes podem estimular os sentidos dos idosos, o que se for bem trabalho, pode ser útil na rotina deles. Pequenos cuidados são muito importantes, como por exemplo, a instalação de fitas adesivas debaixo dos tapetes para melhorar a fixação ao chão, evitando tropeços e escorregões. O ideal é evitá-los. Facilitar o acesso do idoso a objetos necessários a eles evitará que o idoso tenha que se abaixar ou se esticar demais para alcança-los. Para isso, os objetos devem ser dispostos em móveis com alturas adaptadas, como vemos na Vila Dignidade com o desenho universal (anexo 1) Sendo assim, a proposta para o edifício segue todas as normas de acessibilidade e segurança, visando atender as necessidades dos idosos e das crianças, para que o local esteja totalmente adaptado a eles. Para construir essa integração, a proposta revê os limites do lote da Escola Infantil, somando a este a área e o edifício destinado aos idosos. Propõe-se também um programa que oferece atividades em comum ás duas gerações,
incentivando o convívio e a troca, objetivando uma melhor qualidade de vida aos idosos e também as crianças. Nesse sentido, o critério de escolha dos moradores será feita pelo grau de autonomia que os idosos exercem em relação às atividades diárias (AIVDs¹), para que estes consigam interagir e usufruir da melhor forma o espaço, tendo dependência parcial dos funcionários.
2 -Inspiração - Instituto Providence Mount St. Vicente
A iniciativa em desenvolver um trabalho com essas especificidades, veio do conhecimento do projeto desenvolvido pelo Instituto Providence Mount St. Vincent, em Seattle, visa trazer o carinho e a alegria das crianças e, ao mesmo tempo, desenvolver nelas respeito e admiração pelos moradores da casa. As crianças até cinco anos interagem diariamente com os idosos, em atividades ministradas pelas professoras do Intergenerational Learning Center (programa responsável pelos cuidados com as crianças). O Centro de Aprendizagem Intergeracional (ILC) é um programa de cuidados infantis, localizado dentro do
Providence Mount St. Vincent em Seattle. Ambas as atividades e programas planejados e espontâneos para crianças ocorrem em todo o edifício e campus que também é o lar de mais de 400 adultos mais velhos. O projeto é interessante, pois além de evitar o isolamento e o sentimento de inutilidade, não incomuns entre o público idoso, traz aos participantes um sentido de responsabilidade e participação da educação das crianças.Essa categoria inclui produtos e serviços, com foco no público com mais de 60 anos, que tem como fim promover a civilidade, a responsabilidade social, ações humanitárias, entre outras ações em prol do bem coletivo. Equipamentos utilizados pela instituição para desenvolvimento e estimulaçao dos movimentos fisiológicos dos idosos. Os dormitórios dos idosos buscam se adequar a cada um, com seus objetos particulares, assemelhando-se às suas próprias casas, e não à um quarto de hospital. Podendo haver um ou dois moradores por quarto, com mobiliário necessário para suprir as necessidades do dia-a-dia, como armários, banheiro adaptados, mesas e cadeiras/poltronas de apoio.
Imagem: Idosos interagindo com as crianças Fonte: http://www.vhct.co/0125/index.html#p=scene-1
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Imagem: Idosos interagindo com as crianças Fonte: http://www.vhct.co/0125/index.html#p=scene-1
Imagem: Quarto dos idosos Fonte: http://www.vhct.co/0125/index.html#p=scene-1
http://washington.providence.org/senior-care/mount-st-vincent/ magem: Refeitório dos idosos 1 Fonte: http://www.vhct.co/0125/index.html#p=scene-1
Imagem: Refeitório dos idosos 1 Fonte: http://www.vhct.co/0125/index.html#p=scene-1
www.googlemaps.com.br
Imagem: Sala de reabilitação dos idosos Fonte: http://www.vhct.co/0125/index.html#p=scene-1
3 – Os Idosos – Aspectos Físicos e Sociais
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Atualmente vemos os novos arranjos familiares ocasionados pelos efeitos sócio-econômicos, demográficos, de saúde, separações, mortalidade, viuvez, entrada da mulher no mercado de trabalho, re-casamentos, entre outros, o que diminui a perspectiva de envelhecimento em um ambiente familiar seguro, fazendo com que consequentemente o idoso, na maioria das vezes, more sozinho, com outros parentes ou em instituições de longa permanência para idosos. Estudos recentes apontam para o crescimento da população idosa no Brasil, estimando-se que em 2025, será o sexto país com maior população de idosos no mundo, o que chama a atenção e causa preocupação quando vemos a fragilidade do tripé familiar-estadosociedade, o qual tem sido incapaz de garantir a manutenção de idosos com baixos níveis de dependência em seu domicílio, e o profundo impacto na economia, nas relações familiares e no sistema de saúde. Ao analisar as mudanças econômicas que o país vem sofrendo, não tem como ignorar o debate atual sobre o limite de idade para aposentados, que foi instaurado como uma tática de cunho positivo para a economia do Brasil, levando em conta que a expectativa de vida vem aumentando com o passar do tempo, porém ignorando o fato de que os cuidados com os idosos na rede pública são precários, principalmente em relação à saúde, aumentando as discussão sobre o assunto, que implica no aumento de
pontos para 85 e 95 respectivamente para mulheres e homens, sem contar o rombo atual na Previdência, causado principalmente pela recessão e o aumento do desemprego, que atingiram fortemente as receitas do INSS, que são baseadas, sobretudo, em contribuições sobre a folha de pagamento das empresas, deixando instável seguridade nacional. ‘É importante destacar que boa parte das instituições de longa permanência, são mantidas por instituições de caridade, como por exemplo, em São Paulo, a SSVP (Sociedade São Vicente de Paulo), refletindo assim, a situação atual da ausência do Estado, sendo a comunidade a maior agente ativa em promover assistência aos idosos, sendo que 65% dos asilos são vinculados à SSVP, 15% a entidades religiosas e os restantes ligados à iniciativa privada (Chaimowicz&Grecco, 1999). Além disso, sabe-se que é imperativa a implantação de políticas de fiscalização e suporte às instituições de longa permanência que existem atualmente, mesmo com algumas mudanças no Estatuto do Idoso, fazendo com que não haja uma defesa do bemestar destes. Geralmente os asilos são casas que não foram preparadas para o recebimento dos idosos; são inapropriadas e inadequadas à saúde deles. Nesse espaços adaptados, o psicossocial é deixado em segundo plano, ou seja, raramente é dada a devida importância à questão psicológica. Mesmo quando vemos que grande parte dos idosos, sofrem de depressão, aumentando a debilidade física consequentemente, e a falta de ânimo sem contar o baixo nível de incentivo às atividades físicas. Nesse sentido, entendemos que a arquitetura tem um importante papel, à medida que a boa qualidade espacial contribui diretamente para a boa saúde mental do usuário. Além disso, um programa mais complexo, que ofereça espaços para atividades criativas e atividades físicas.
4 -Processo de envelhecimento
Ocorre de forma natural, porém para os seres humanos não é vivenciado de forma simples, pois é carregado de significados e estigmas, e em geral é associado a perdas, inicialmente perdas físicas, se iniciam desde os 30-35 anos e se acentuam por volta dos 60-65 anos. Há também a diminuição da funcionalidade do corpo, da resistência, da velocidade, da agilidade, da força e da flexibilidade. Também existem as perdas sociais como as associadas ao trabalho, perdas afetivas como separação, luto, impotência sexual e menopausa, perdas psicológicas, as quais se relacionam à identidade, à autoimagem e ao aparecimento de novas patologias, as quais algumas podem ser agravadas pelo fato de os idosos estarem mais expostos a um meio adverso, como por exemplo, falta de apoio familiar, dificuldades financeiras, solidão, entre outros. Para a Psicologia do Desenvolvimento, envelhecer, é um processo ontogenético que dura a vida toda, não havendo destaque em nenhuma fase da vida, pois em todas elas estamos sujeito a ganhos e perdas, processos contínuos e cumulativos, e descontínuos e inovativos. A Organização Social da Saúde define o idoso como homem ou mulher acima de 60 anos (para países em desenvolvimento) ou acima de 65 anos (para países desenvolvidos), delimitação usada pela Política Nacional do Idoso e também pelo Estatuto do Idoso, porém há discussões sobre este critério de definição, pois muitas vezes espera-se
que os indivíduos com essa idade se enquadre cronologicamente na faixa etária de idoso, mesmo não possuindo essas características ou, como o responsável da Coordenadoria do Idoso de Ribeirão Preto nos informou, muitas vezes adultos ficam esperando alguns anos, mesmo com as características físicas, atingir a idade estipulada, para ser atendido. Gleicimara Queiroz (2010; como citado em Silva, 2007) nos alerta que o conceito de envelhecimento é abordado por inúmeras teorias, conceitos e definições, o que comprova que este é um conceito com diversas facetas responsáveis por esse processo. Assim, envelhecer é um processo biofisiológico, psicossocial, cronológico, socioeconômico, processo este que é dinâmico, inflexível e que varia de uma pessoa para outra. Como exemplo, uma população de 60 anos de uma determinada região, pertencentes à um determinado grupo, possuem características semelhantes, quanto ao processo de envelhecimento. Já em outro contexto, essa mesma população poderá apresentar características diferenciadas, pois como já dito antes, o envelhecimento é determinado por diversos fatores. Queiroz (2010; como citado em Beauvoir, 1990) nos mostra que nas sociedades primitivas a natureza controlava a vida dos homens, por exemplo, nas sociedades sedentárias ou nômades, devido a falta de alimento, à pouca religiosidade, e falta de tradição cultural, os idosos, eram na maioria das vezes maltratados, e deixados para morrer como animais. Nas tribos muito pobres é comum realizar o infanticídio e o assassinato dos mais velhos, pois ambos são considerados parasitas. Poucas sociedades primitivas cuidam de seus idosos, porém em alguns casos as crianças são tidas como representantes do futuro da tribo, podendo ter um certo privilégio em caso de escolha. Já nas sociedades mais evoluídas, que não são controladas pela natureza, a vida econômica mais favorável, possuem
religiosidade, os idosos passam a se tornar mais detentores de poderes, tornando seu papel mais complexo. Nas sociedades prósperas e equilibradas os idosos possuem prestígio e autoridade, pois são responsáveis pela transmissão da cultura. Ou seja, a condição dos idosos é dependente da condição sócio-cultural, em momento de escassez ele se torna um peso, em momentos de abundância ele possui status. No século em que vivemos, vemos o auge da busca pela boa forma física e pela juventude mais longânime, e como a maioria das pessoas anseiam por ela, havendo uma grande dificuldade em aceitar o envelhecimento e o velho denunciante deste processo iminente é desprezado, sendo muitas vezes associados a imagens como sendo incapazes, inválidos, dependentes, frágeis e decadentes. Profissionais Especializados Na busca pelas respostas aos problemas encontrados com o prolongamento da vida, surgiu Gerontologia, que segundo a Associação Brasileira de Gerontologia e Geriatria, é o estudo do envelhecimento nos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e outros e logo após surgiu a geriatria, que é a especialidade médica que se integra na área da Gerontologia com o instrumental específico para atender aos objetivos da promoção da saúde, da prevenção e do tratamento das doenças, da reabilitação funcional e dos cuidados paliativos(Associação Brasileira de Gerontologia e Geriatria). Os profissionais da Gerontologia têm formação diversificada, interagem entre si e com os geriatras, atuam no campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice, tendo por objetivo a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos. É, por esta natureza, multi e interdisciplinar. Na área profissional, visa a prevenção
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e a intervenção para garantir a melhor qualidade de vida possível dos idosos até o momento final da sua vida. Os geriatras são médicos que utilizam uma abordagem ampla para a avaliação clínica, incluindo aspectos psicossociais, escalas e testes. Além de lidar com doenças como as demências, a hipertensão arterial, o diabetes e a osteoporose, o geriatra também trata de problemas com múltiplas causas, como tonturas, incontinência urinária e tendência a quedas. Ele também fornece cuidados paliativos aos pacientes portadores de doenças sem possibilidade de cura. Essa especialidade também nos ajudou a compreender melhor as condições físico-psicológicas dos idosos. 14
4.1 Relação Família-Idoso Com o processo de crescimento da população idosa, as famílias precisam se adaptar para viver com este novo sujeito, os quais possuem muitas demandas, relacionadas à saúde, as sociais e as afetivas. Boa parte das vezes, os idosos acabam tendo que ir morar com seus filhos novamente, o que nem sempre ocorre de forma harmoniosa. O perfil das famílias brasileiras tem mudado, a família nuclear esta em declínio, tendo formações heterogêneas, um dos fatores que potencializou isso foi a entrada da mulher no mercado de trabalho, fazendo com que desaparecesse o cuidador, principalmente o informal, sendo um dos principais motivos para que o idoso acabe sendo institucionalizado Segundo Gardini (2000), o cuidador possui uma função que é escravizante. Seu trabalho é angustiante, nada confortável e muitas vezes doloroso, pois lida com insatisfações, queixas, frustrações, limitações, perdas e com o isolamento do idoso, sendo a relação família-idoso dualista, no sentido em que a família por um lado é o lugar privilegiado
para oferecer os cuidados aos idosos, por outro lado é ao mesmo tempo, o espaço do cuidador informal. O dever moral, a reciprocidade e a afetividade são as principais razões para a coabitação.
4.2 Instituições de Longa Permanência para Idosos 4.2.1 Modalidades Com o atual crescimento da população idosa no Brasil, a oferta de serviços para este público tem aumentado, devendo-se este fato a descoberta desta parcela da população como um grande mercado consumidor. O atendimento aos idosos, segundo Gleicimara Queiroz (2010) pode ser dividido em duas modalidades: Não asilares: Centros de Convivência, Centros de Cuidados Diurno, Hospital Dia, Casa-Lar, Repúblicas de Idosos, Família Acolhedora, Oficina Abrigada de Trabalho e o Atendimento Domiciliar. São caracterizadas por destinarem cuidados aos idosos durante determinados períodos do dia, passando apenas parte do dia fora de seu domicílio, ou caso não residam mais com seus familiares ainda possam manter umambiente familiar, como nos casos das Repúblicas de Idosos, Casa Lar, ou Família Acolhedora. Estas modalidades sem regime de internato tem como objetivo dar suporte as famílias as que possuem idosos com dependência ou não, de forma que os idosos continuem inseridos nos seus lares, na sua comunidade, em ambiente familiar não necessitando recorrer a institucionalização. -Centros de Convivência Para Idosos tem como objetivo oferecer apoio social, no período diurno, com a conservação do idoso em seu meio familiar. Possuem espaços planejados para os idosos e seus familiares, com atividades de convívio e recreio que visam diminuir o isolamento social,
aumentar o apoio social, bem como as relações intergeracionais. Realizam um trabalho preventivo com os idosos, com a disseminação de conhecimentos geriátricos sobre a saúde, e também faz com que as pessoas idosas permaneçam ativas. Outro papel dos centros é o de buscar a promoção do sujeito idoso através do desenvolvimento de sua cidadania. - Os Centros Dia são entendidos como um conjunto de serviços que visam a manutenção dos idosos no meio familiar, eles prestam serviço de apoio à família que durante o dia oferece atenção às necessidades básicas, terapêuticas e sócio-culturais dos idosos, com diferentes graus de dependência, visando promover sua autonomia e manutenção em sua residência atual. O atendimento se dá em oito horas por dia, sendo prestados serviços de atenção à saúde, fisioterapia, apoio psicológico, atividades ocupacionais, lazer e outros, de acordo com as necessidades dos usuários. O Centro Dia possui como finalidade reabilitar o idoso. - O Hospital-Dia Geriátrico consiste no atendimento aos idosos com quadros de agravos à saúde que necessitem de cuidados, orientação terapêutica e reabilitação com possibilidade de volta ao convívio familiar. - A Casa Lar de Idosos, de acordo com a Portaria nº. 2.874, de 30 de agosto de 2000 (Ministério da Previdência e Assistência Social), é uma modalidade de atendimento que é uma alternativa de residência para pequenos grupos, de no máximo oito idosos, com mobiliário adequado e pessoa habilitada para apoio às necessidades diárias do idoso. Destina-se principalmente aos idosos que apresentem algum tipo de dependência e que não podem receber cuidados em sua casa. Este tipo de residência para idosos possui o intuito de oferecer atendimento a grupos menores de idosos, mantendo assim um ambiente familiar. - A Residência em República de
Idosos é uma importante alternativa de residência para idosos independentes, também organizada em pequenos grupos, conforme o número de usuários, e co-financiada com recursos da aposentadoria, benefício de prestação continuada, renda mensal vitalícia e outras. Em alguns casos a República pode ser viabilizada em sistema de autogestão (Portaria nº. 2.874, de 30 de agosto de 2000, Ministério da Previdência e Assistência Social). - A Família Acolhedora é um atendimento em famílias cadastradas e capacitadas para oferecer abrigo às pessoas idosas em situação de abandono, sem família ou impossibilitadas de conviver com suas famílias (Portaria nº. 2.874, de 30 de agosto de 2000, Ministério da Previdência e Assistência Social). - Oficina Abrigada de Trabalho, de acordo com o Decreto N. 1.948 – de 3 de julho de 1996, é um local destinado ao desenvolvimento, pelos idosos, de atividades produtivas, proporcionandolhes oportunidade de elevar sua renda, sendo regida por normas específicas. -O Atendimento Domiciliar: é o serviço prestado ao idoso que vive só e seja dependente, a fim de suprir suas necessidades de vida diária. Esse serviço é prestado em seu próprio lar, por profissionais da área de saúde ou por pessoas da própria comunidade (Decreto N. 1.948 – de 3 de julho de 1996). Do ponto de vista legal as modalidades de atendimento não asilar para idosos devem ser priorizadas, uma vez que, além de serem menos onerosas, garantem a inserção do idoso na sociedade e na família e permitem o desenvolvimento da autonomia e independência. Tal posição fica clara na PNI – Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994, no artigo 4º, inciso 3, que prevê a priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência,
assim como estabelecem a Constituição de 1988 e o Estatuto do Idoso. A internação em instituições de longa permanência, diferente de outros países, ainda não é tida como uma prática moralmente admissível, pois é pautada na visão de que as ILPI’s são lugares de abandono e exclusão. Assim, temos na maior parte dos casos os idosos residindo em co-residência com suas famílias, o que muitas vezes traz benefícios tanto para as famílias, quanto para os idosos; no entanto em outros casos acontece a sobrecarga dos cuidadores, desamparo e até maus tratos. Desta forma não é generalizável a assertiva de que a família é o lócus preferencial de cuidados aos idosos, sendo necessário buscar novas alternativas de atendimento. As modalidades de atendimento ao idoso que seguem o modelo asilar são definidas pelo Decreto nº 1.948, de 03 de julho de 1996, artigo 3°, como o atendimento, em regime de internato, ao idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover a própria subsistência, de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social. Os principais fatores que levam a institucionalização de acordo com Gleicimara Queiroz (como citado em Born &Boechat, 2006): idade, diagnóstico, limitação nas atividades da vida diária (AVD’s), morar só, estado civil, situação mental, etnia, ausência de suporte social e pobreza; sendo que no Brasil há um predomínio dos fatores sócioeconômicos na internação dos idosos. Dentro da modalidade de atendimento asilar podemos distinguir dois grupos de Instituições de Longa Permanência para Idosos o primeiro das Instituições Gerontólogico/Geriátricas privadas e as ILPI’s em sua maioria filantrópicas. As Instituições de Longa Permanência para Idosos, no Brasil, são em sua maioria filantrópicas ou ligadas a congregações religiosas. O descaso com
a população idosa asilada é tanto que não se sabe ao certo quantas ILPI’s existem no Brasil, tampouco o número certo de idosos que nelas residem. Novaes (1997) ressalta o fato de que o modelo médico de assistência aos idosos entrou em declínio após os anos 70 com a percepção da necessidade de uma mudança nas práticas institucionais, principalmente na perspectiva de que tais práticas levassem em conta as necessidades pessoais e sociais. Assim, foram definidos os eixos norteadores do atendimento prestado aos idosos como sendo: promoção da saúde, cuidado integral, ação interdisciplinar e participação social. Depreende-se que as instituições de longa permanência para idosos, prestam um serviço híbrido de assistência à saúde e bem-estar social; deste modo, devem proporcionar assistência gerontogeriátrica conforme o grau de dependência dos seus residentes e oferecer, ao mesmo tempo, um ambiente doméstico, aconchegante capaz de preservar a intimidade e a identidade dos seus residentes prestam um serviço híbrido de assistência à saúde e bem-estar social; deste modo, devem proporcionar assistência gerontogeriátrica conforme o grau de dependência dos seus residentes e oferecer, ao mesmo tempo, um ambiente doméstico, aconchegante capaz de preservar a intimidade e a identidade dos seus residentes. Gleicimara (2010) nos apresenta, que mesmo depois da promulgação do Estatuto do Idoso o quadro dos idosos institucionalizados no Brasil pouco mudou. Em um estudo feito pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e o Conselho Federal de Psicologia no ano de 2007, foram visitadas 24 instituições de longa permanência para idosos em 11 estados do Brasil. Nesta inspeção constatou-se que o país não possui infra-estrutura mínima de abrigamento e internação da população idosa. Foi averiguado que na maior parte das instituições visitadas havia falta de
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recursos humanos especializados, falta de infra-estrutura, baixas condições de segurança e higiene, e uma situação de abandono e ócio. Inversamente às instituições anteriores, as Instituições Gerontológico/ Geriátricas oferecem serviços de alto nível para seus usuários, em sua maior parte são instituições particulares com fins lucrativos ou ligadas à outras instituições de classe como as militares, por exemplo. Normalmente são nomeadas como Casa Gerontológica ou Geriátrica, Clínica, Casa de Repouso, Recanto, dando uma idéia de local de descanso, lazer e aconchego, distanciando-se da noção de asilo, de local de abandono. São semelhantes a grandes hotéis ou pousadas e normalmente situam-se em regiões mais afastadas das cidades. Oferecem serviços especializados, possuem equipe multiprofissional e proporcionam diversas atividades para os idosos.
4.3 A Instituição Total Para Goffman (1994, apug Queiroz, 2010) uma instituição total é aquela que se configura como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e fortemente administrada. O autor afirma também que há uma tendência de fechamento de todas as instituições totais, assim elas tendem a conquistar o tempo e o interesse dos internos e em troca oferecem a eles algo do mundo externo. Dentre os diversos tipos de instituições totais que o autor descreve, os asilos se enquadram entre as que possuem o objetivo de cuidar das pessoas incapazes e inofensivas, assim como as casas para cegos, órfãos e indigentes. Uma característica marcante das instituições totais é que todos os aspectos da vida são realizados em um só local e sob
uma única autoridade. Assim, cada fase da vida diária é realizada na companhia imediata de um grupo relativamente grande de pessoas, todos são tratados da mesma forma e obrigados a fazer as mesmas coisas em conjunto, ou seja, há uma serialização das atividades. Todas as atividades diárias são rigorosamente estabelecidas em horários, há um plano racional único, supostamente planejado para atender aos objetivos oficiais da instituição. Esse sistema de atividades conjuntas, no qual os indivíduos estão o tempo todo próximos, cumprindo as mesmas tarefas, realizando as mesmas atividades é um meio de se manter a vigilância constante. Goffman (1994, apud Queiroz, 2010) diz que ao ingressar em uma instituição total ocorre com o novato que o seu eu é sistematicamente, embora muitas vezes não intencionalmente, mortificado, principalmente porque o sujeito perde suas posições sociais. Tal processo ocorre tanto pela barreira que é colocada entre o mundo interno da instituição e o mundo externo, quanto pelos ritos de admissão, que são um processo de perdas e separação do mundo externo (Goffman, 1974). Conforme observado anteriormente, a vida dentro de uma instituição de longa permanência possui uma dinâmica diferenciada, marcada por relações de poder, as quais interferem em outras instâncias da vida cotidiana, tais como afetividade, identidade, sexualidade, formação de vínculos. É importante também considerar as especificidades da população atendida, no caso os idosos, que pela própria etapa da vida em que se encontram estão expostos a outros determinantes sociais. Desta forma, como as relações sociais se dão de forma diferenciada nestas instituições, e entre grupos etários, as intervenções psicológicas em tais locais devem ser contextualizadas para atender às demandas de tais grupos.
Ao sair de sua residência e ingressar em uma ILPI o idoso passa a experimentar profundas transformações em sua vida. Como foi citado anteriormente, em uma instituição total a rotina é toda determinada por regras e também há um corte com os laços do exterior. Inicialmente, a maior ruptura que ocorre é a perda dos laços com o passado, deixar sua casa, sua família, seus vizinhos, seus objetos pessoais que o acompanharam ao longo da vida. Nos primeiros meses da internação a família mantém os laços com os idosos e, aos poucos as visitas vão ficando cada vez mais esparsas, apenas nos dias festivos, assim os contatos entre os idosos e seus familiares vão diminuindo, chegando, em grande parte das vezes, ao abandono. As instituições sempre possuem horários de visitas, o Estatuto do Idoso prevê a manutenção dos vínculos familiares e participação nas atividades internas e externas da comunidade, no entanto, a solidão e o isolamento são constantes para os internos. Dentro da instituição total tudo é compartilhado, tudo se dá em grupo, as questões individuais não são prioridade. Na maior parte das vezes toda a vida se dá de forma coletiva, em grandes refeitórios, nas salas e pátios, até mesmo os quartos e os banheiros são coletivos. Desta forma nas ILPI’s não há muito espaço para os objetos pessoais, tanto por questões evidentemente físicas, quanto pela própria instituição, que para seu melhor funcionamento, necessita que os internos rompam com seus laços externos, fincado assim, mais fácil o convívio. Há um processo de separação dos internos com o mundo externo, faz parte do movimento da instituição, mesmo que não seja de forma aberta. Além da separação física, há também a perda de papéis sociais. Dentro da instituição buscase igualar todos os internos, mesmo que um idoso tenha tido uma posição social relevante, ou um papel social este precisa ser deixado do lado de fora.
Outro processo muito comum em ILP’s, que também reforça o enfraquecimento da identidade, é o atendimento que se dá em série, de acordo com as normas da instituição, para se ganhar tempo e controlar todas as atividades dos internos. Com este procedimento a instituição não leva em consideração as características individuais, há o horário do banho, o horário da refeição, o horário de se recolher. Não há opções de escolha, nem preservação de hábitos que eram cultivados fora da instituição. Dentro de uma instituição de longa permanência para idosos o processo grupal também se dá de forma diferenciada. Para que se constitua um grupo é necessário que haja um projeto comum e, para que este projeto se estabeleça deve haver um sistema de valores, uma representação social coletiva, que são sentidas intelectualmente e afetivamente. Assim, a estruturação do grupo se dá através da resolução do conflito entre o reconhecimento do desejo e o desejo de reconhecimento, esse duplo laço do vínculo em grupos de idosos se dá de forma diferenciada. O vínculo entre os cuidadores e os idosos também possui especificidades, muitas vezes observamos a resistência dos cuidadores em estabelecer relações vinculares como meio de autoproteção para evitar o sofrimento da perda que é muito evidente nestas instituições. Como a mortalidade é muito alta em ILPI’s (tanto por se tratar de uma população idosa, quanto pelas condições de vida em tais instituições) os cuidadores preferem não estabelecer vínculos com os idosos, buscam se resguardar e manter uma relação o mais distante possível, sem implicações afetivas. A relação entre os idosos e os cuidadores, muitas vezes é tensa, pode ocorrer que ambos nutram estereótipos limitados uns dos outros, o que pode dificultar ainda mais a convivência. Com o intuito de superar tais relações as intervenções devem, além de
buscar envolver os idosos entre si para formação de vínculos, abranger também os cuidadores. Sabemos que há a necessidade da criação do vínculo grupal, uma vez que, o vínculo entre os participantes dos grupos é uma premissa para que as expressões de afetividade ocorram com maior fluidez, e para que, consequentemente, haja a formação de uma identidade grupal. No entanto, muitas vezes as instituições atuam na perspectiva de barrar a criação de vínculos entre os integrantes dos grupos, entre os cuidadores e entre os cuidadores e os idosos. As estratégias podem ser diversas, como por meio de trocas sucessivas de alas, pela mudança de turnos dos cuidadores, realocação em outro posto de trabalho, ou simplesmente pelo boicote direto das intervenções. A entrada na ILPI traz entraves à vivência da afetividade, inicialmente pela interdição da criação de vínculos, e posteriormente dificultando o contato entre os internos e a inexistência de atividades que possam fazer despertar ou expressar. E é na intervenção que os idosos possuem oportunidade de vivenciar sua afetividade. A afetividade nas ILPI’s pode ser demonstrada de forma tênue, como em uma fala emocionada, expressão de sentimentos negativos, ou em momentos de ajuda ao próximo. Além de todos estes fatores, vale à pena destacar que as ILPI’s ainda são lugares onde a inatividade predomina. A maior delas não possui o desenvolvimento de qualquer tipo de atividade e, as poucas que possuem proposição de atividades encontram baixa adesão. A falta de participação nas atividades propostas pode se dar pela falta de identificação com a tarefa, que geralmente é proposta pela Direção, ou pela atitude passiva de alguns idosos que sentem-se desmotivados. A atividade ou o fazer é imprescindível para o ser humano, principalmente quando se trata de idosos, pois elas são capazes de dar sentido à vida, mantém o equilíbrio físico, emocional
e social. Os idosos ativos encontramse envolvidos com planos, com a comunidade, com outras pessoas, são mais autônomos e capazes de se adaptar a esta nova fase, independentemente do tipo de atividade em que se encontram engajados.
O fazer, portanto, dará suporte para a criação de recursos internos para que o idoso enfrente o processo de envelhecimento, adaptando-se às mudanças com algum equilíbrio emocional, por fortalecer sua autoestima, com uma visão de mundo mais positiva, vontade de viver e, consequentemente, trazendo a esperança de uma vida longeva, com saúde, independência e autonomia. (Ximenes e Côrte (2006) Apud Queiroz, 2010, p.64)’
4.4. Atividades Específicas para os Idosos Dentro das Instituições de Longa Permanência podem ser desenvolvidos diversos tipos de atividades, como por exemplo: atividades produtivas, caritativas, religiosas, artísticas, atividades da vida diária, de responsabilidade social, recreativas, lúdicas, educativas. É vantajoso aproveitar as habilidades dos próprios idosos no desenvolvimento das atividades grupais, garantindo assim um momento de maior interação entre eles. Deste modo o próprio momento da realização das atividades pode se tornar o disparador de uma intervenção, uma simples aula de artesanato pode se tornar um momento de desenvolvimento grupal. Geralmente são oferecidas as seguintes atividades nessas instituições: passeios, dia de beleza, festividades em datas comemorativas, aulas de dança, oficinas de memórias, musicoterapia, horta e jardim, oficina de artes, terapia ocupacional, fisioterapia. Como cuidados básicos oferecem, ou deveriam oferecer, alimentação balanceada, monitoramento de saúde, administração de medicamentos (coforme prescrição médica), cuidados pessoais e
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18
de higiene, podendo variar de acordo com grau de debilidade dos idosos residentes. Como sabemos as ILPI’s em sua maior parte possuem grandes refeitórios, pátios, são fechadas com grandes portões e geralmente são divididas em alas para controlar o ir e vir, bem como a comunicação interna. Goffman (1974) apud GleicimaraQueiroz,ressalta que nas instituições totais é a equipe dirigente que controla a comunicação. A segunda instância que as relações de poder atingem é o controle do tempo, que conforme acima citado, tem como objetivo facilitar o controle dos internos por parte da instituição. E, finalmente, a última instância é o “olhar invisível”, é o controle de todas as informações internas, nada acontece que a Diretoria não saiba. A intervenção psicossocial com idosos institucionalizados possui diversas especificidades, como a dificuldade do estabelecimento de vínculo entre os idosos, e entre os cuidadores e os idosos, a tenuidade do questionamento das relações de poder e como as expressões da afetividade são barradas. Tais atitudes possuem o intuito de inibir os processos de mudança que colocam em questão o instituído. E mesmo com suas diferenciações, a intervenção em grupos de idosos de ILP’s é um trabalho factível e desejável. Apesar das especificidades e entraves encontrados na realização do trabalho com idosos que moram em assim como os outros, também buscam o desenvolvimento da consciência e da autonomia grupal. Como o envelhecimento é multideterminado é preciso que se realize um trabalho de intervenção mais é multideterminado é preciso que se realize um trabalho de intervenção mais abrangente, deste modo é relevante que ele seja desenvolvido por uma equipe multi ou transdisciplinar.
4.5 O que Ribeirão Preto oferece aos Idosos
Conforme pesquisa in loco na Coordenaria do idoso, foi possível constatar a fragilidade no quesito ILPI’s no município, com apenas seis unidades: Assistência de Caridade Vicentina Lar Vicentino, Assistência de Caridade Santa Rita de Cássia, Casa do Vovô Sociedade Espírita Cinco de Setembro, Lar Padre Euclides, Lar dos Velhos da Igreja Presbiteriana de Ribeirão Preto, Lar do Vovô Albano - Associação Assistencial Maria de Nazaré,se levarmos em conta a quantidade de idosos que necessitam de atendimento emergencial, desde cuidados médicos até mesmo afeto, esse número é irrisório. Há 54 núcleos PIC (Programa de Integração Comunitária), que oferecem atividades, pela cidade, para a terceira idade, mas que também não atende a toda a demanda, e são atividades que ocorrem durante o dia, como por exemplo, ginástica, equipe de atleta, vôlei adaptado, jogos de mesa, snooker, oficina de bordado, teatro, dança, bailes, etc.Porém são programas que não oferecem estadia para os idosos, concentrando-se principalmente na Zona Norte do município. A própria Coordenaria do Idoso de Ribeirão Preto atende 20 idosos durante o dia, oferecendo atividades e espaços voltados ao lazer e ao descanso, levando em conta as refeições diárias e os cuidados médicos básicos, como por exemplo, medir a pressão dos idosos.
Imagem: Vila Dignidade Fonte: www.google.com.br
4.6.Vila Dignidade Dignidade é substantivo traduzido no dicionário como respeito, grandeza espiritual, qualidade daquilo que é nobre, seriedade. O Programa Vila Dignidade, instituído pelo Decreto nº. 54.285, de 29 de abril de 2009, com nova redação dada pelo Decreto Estadual nº. 56.448/2010, é voltado ao atendimento a idosos independentes, de baixa renda. Visa à construção de equipamento público constituído de moradias assistidas em pequenas vilas, adequadas a essa população, incorporando os preceitos do desenho universal, e com áreas de convivência social, garantindo acompanhamento social permanente ao público beneficiado, integrado à rede de serviços do Município.
Imagem: Planta situação Vila Dignidade Fonte: www.googlemaps.com.br
Imagem: Lar Vicentino Fonte: www.google.com.br
O Programa Vila Dignidade é uma parceria entre Secretaria Estadual da Habitação, CDHU, Secretaria Estadual
de Assistência e Desenvolvimento Social, Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, Secretaria Estadual da Cultura Fundo de Solidariedade e Desenv. Social e Cultural (FUSSESP) e Prefeituras Municipais. Construção executada pela CDHU em terreno próprio ou da prefeitura, com tipologia especial, desenho universal.Em específico na cidade de Ribeirão Preto, localizado na Zona Sul, tem capacidade para abrigar 18 idosos, com o objetivo de proteger usuários, preservando suas condições de autonomia e independência; preparar os usuários para o alcance da autossustentação; promover o restabelecimento de vínculos comunitários, familiares e/ou sociais; promover o acesso à rede de políticas públicas. É um programa de qualidade, com a infraestrutura e manutenção adequadas para abrigar os idosos, oferecem além da moradia, também a alimentação, e uma ajuda de custo mensal. Destinado à pessoas acima de 60 anos, independentes para atividades diárias, sozinhas ou com vínculos familiares estremecidos e que recebam até um salário mínimo.Em Ribeirão Preto, quem cuida do projeto é a Secretaria de Assistência Social, a qual analisa caso a caso a fim de dar prioridade aos emergenciais.
Imagem 8: Área comum na Vila Dignidade em Ribeirão Preto Fonte: www.cdhu.sp.gov.br
A Vila Dignidade de Ribeirão Preto oferece áreas de lazer, como academia ao ar livre (imagem 8), praça com mesas para realização de jogos interativos entre os idosos.
Imagem 9: Casas no interior da Vila Dignidade em Ribeirão Preto Fonte: www.cdhu.sp.gov.br
As casas na Vila, apresentam o mesmo layout, porém com as adaptações particulares feitas pelos idosos, em relação ao mobiliário, resultante em sua decoração de identificação pessoal, com os artefatos que trazem a memória as lembranças de cada um. 19
4.7 Projeto de Referência - Lar dos Idosos Peter Rosegger
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O lar para idosos Peter Rosegger, localizado na Áustria, no município de Graz, foi projetado por DietgerWissounigArchitekten em 2014. Este lar da terceira idade de dois pavimentos no térreo de uma antigo pavilhão de Hummelkaserne se eleva em uma parte da cidade com um ambiente urbano bastante diverso. O lar é compacto e possui formato de quadrado, com cortes assimétricos que servem para dividir a Casa em seu conceito espacial de oito habitações de comunidades, quatro em cada pavimento. Estão agrupados em torno de um pátio central que se alonga de uma das laterais à outra do primeiro pavimento e é parte de um terraço coberto. Em ângulos retos à estes dois espaços públicos, dois jardins apenas para os residentes seccionam o edifício. Outros espaços abertos incluem os quatro átrios no segundo andar, bem como o acesso direto ao parque público planejado pela cidade de Graz, a leste das instalações.
Hall Superior www.archidayli.com
Pátio interno descoberto www.archidayli.com
Cozinha www.archidayli.com
Circulaçao interna superitor- www.archidayli.com
Circulação Interna www.archidayli.com
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5- O Projeto 4- O Projeto
o que não o faz isolado, mas resolvido arquitetonicamente, conseguindo estar integrado aos demais, sem expor a privacidade destes.
5.2 - A Área de Intervenção
5.1 – Proposta
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A partir da problemática apresentada, propõe-se, nesse trabalho o projeto de um equipamento público, destinado aos idosos, anexo à uma escola infantil, em que consiga promover habitação aos idosos e a interação entre eles e os alunos da escola Alaor Galvão César, como já apresentado nos textos anteriores, incentivando o convívio e o compartilhamento de experiências e saberes. Sendo possível, através de espaços interativos, decks, oficinas de arte, salão de festas, entre outros e conseguindo dar privacidade aos idosos em um edifício só para este fim dentro do lote,
O lote escolhido está inserido na Zona Oeste da cidade de Ribeirão Preto, mais precisamente no bairro Jardim Delboux. O qual conta com aproximadamente 20.794 moradores. Foi escolhida esta área, devidoa predominância de residências, a faixa etária predominante, e à falta de assistência dada aos idosos do bairro, principalmente por ser uma área carente de cuidados básicos.
5.3 Histórico
A Vila Virgínia é um loteamento de classe, predominantemente popular(média baixa), situada no setor oeste da Cidade de Ribeirão Preto e constitui um dos bairros mais antigos da cidade, portanto próximo a região central.O bairro cresceu de forma espontânea, estimulado pelo comercio. O Parcelamento do Solo teve início na várzea do Ribeirão Preto (rio que dá nome ao Município) com doação de terras para abertura da Avenida Primeiro de Maio, onde está localizado o lote de intervenção. Esta avenida não é hoje a mais importante no sistema viário do bairro, mas sem dúvida a mais importante no contexto histórico,guardando características do início do loteamento. O seu quadrilátero é formado pelas Avenidas Monteiro Lobato, Avenida Bandeirantes, Avenida Caramuru e Avenida João Fiúsa. A comunidade é uma das mais antigas de Ribeirão Preto – tem pelo menos 35 anos – e está em um terreno público de 24 mil m².
4.4 Mapas Curvas de NĂvel
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Divisa Loteamento
O local de intervenção esta inserido no Jardim Delboux, loteamento ocupado entre 1980 e 1989. 24
Gabarito
A área apresenta maior parte dos edifícios com 1 ou dois pavimentos, somente no Jardim Delboux, proximo ao lote escolhido pra intervenção, que o gabarito aumenta, chegando à 4 pavimentos.
Sistema Viário
A área apresenta três vias arteriais, a Avenida Caramuru, Avenida João Fiúsa e Avenida Pio XII, que distribui o fluxo intenso pelasa vias coletoras, as quais são predominantes.
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Equipamentos Urbanos
Próximo a área de intervenção, há um lar de idosos, porém particular, escolas de 1° e 2° grau, uma creche (Alaor Galvao César), um centro comunitário, equipamentos estes municipais e uma escola de 1° e 2° grau estadual.
Uso do Solo
4.4 Mapas Nota-se nesse mapa a predominância residencial, com comércio distribuído por toda a área, com escala do bairro, para atender a população local, o qual gera impacto no tráfego da área.
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Figura Fundo
Como apresentado no mapa Figura-Fundo, vemos a predominância de lotes ocupados próximo a área de intervenção, porém com alguns espaços vazios,
4.5 Conhecendo a área 5.5.1 CEI Alaor Galvão César
27 Parque interno, nos fundos da CEI Alaor Galvão César, com árvore de grande porte complementando o espaço.
(1)
(1)
Corredor lateral, para acesso da parte interna para a externa, igualando o nível para melhor circulação.
(2)
(2)
Parte externa do berçário, com proteção lateral de alvenaria, porém é uma área descoberta.
(3)
(3)
(4) Entrada principal da CEI Alaor Galvão César.
(4)
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Estacionamento descoberto, para os funcionários.
interno
(5)
Parque interno com mobiliário destinado às crianças. Vegeteção mais densa nessa área.
Muro que divide o lote entre a escola e a área de intervenção do edificio proposto.
(6)
(7)
(6) (5) (8) Área livre da escola, na parte da frente, onde se localiza a caixa d’água e alguns mobiliários para diversão
(8)
(7)
5.5.2 Área de Intervenção
29 Área de intervenção, separada por muro de alvenaria, da CEI Alaor Galvão César. Desnível aparente.
(9)
Lote ao lado do conjunto de prédios residencial Delboux.
(10)
(9) (10) (11) Portão de entrada da área de internvenção.
(11)
5.6 Estudos Preliminares 5.6.1 Fase 1 Conforme os levantamentos feitos na área e no seu entorno, dos dados geográficos, socioeconômicos e topográficos, tendo como principal diretriz nessa etapa, a proximidade com uma creche para a efetivação da interação entre os dois extremos, foram feitos estudos até a escolha final do programa desenvolvido para o edifício.
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Edifício mais unificado, com pouca circulação interna, porém com áreas livres no terreno, com possíveis áreas verdes, e um deck no pavimento superior.
5.6.1 Fase 2
31 Na segunda fase, foram desenvolvidos croquis para a distribuição funcional do edificio, inspirando para a fase final, o bloco horizontal ao fundo do terreno.
Maquete eletrônica do estudo escolhido para desenvolvimento, com deck elevado no centro do terreno, ligado ao bloco das oficinas e da biblioteca, dando acesso também aos domitórios.
5.7 Programa Necessidades
de
Através dos estudos preliminares, foi possível determinar o programa de necessidades, o qual foi dividido em 3 partes: -Área privada de uso específico dos idosos. -Área de interação, ou seja, espaços em que sejam desenvolvidas atividades entre os idosos e as crianças da creche: -Serviços Gerais, que abrange a organização do edifício e as atividades desenvolvidas no local. 32
5.8 Memorial Descritivo
O projeto foi desenvolvido pensando principalmente nas necessidades especiais dos idosos e também promovendo áreas que oferecessem não apenas bem estar à eles, como também a interação com as crianças da creche, visando a acessibilidade, para que fosse fácil a locomoção entre espaços, valorizando as aberturas, tendo como elementos principais o vidro (12), o concreto e paredes de alvenaria, revestidas com placas de madeira, ambientes inspirados pelo projeto de referência Lar dos Idosos Peter Rosegger, o qual promove a integração do ambiente interno com o externo atraves grandes aberturas com vidro, e o uso da madeira como elemento construtivo, apesar de não ter sido usada da mesma forma, aqui foi proposto revestimento de placas de madeira devido ao clima local. Com capacidade para 16 idosos, o projeto conta com 8 dormitórios, todos com banheiros adaptados à eles, uma cozinha de apoio, com geladeira, balcão, mesas, cadeiras, armário e fogão, uma sala de descanso, com sofás e poltronas, ambientes estes que se estendem à um deck de madeira.(13). Para a ntereção entre as crianças e os idosos, foram propostas três oficinas, e uma biblioteca, ambientes proximos à banheiros adaptados tanto à um quanto à outro, com grandes janelas de vidro (16), contando também com um ambulatório para controle de medicamentos e exames simples diários, conforme necessário. Foi desenvolvida uma academia, destinada aos moradores, uma loja para a venda dos objetos produzidos nas oficinas, e tambem com espaço para exposição, para servir como incentivo à essas atividades, e à interação com os moradores do bairro. A recepção fica proximo à entrada, e a sala do coordenador das atividades, contando com banheiros acessíveis de apoio.
(12)
(2)
(13) O edifício conta também com um amplo refeitório, com espaços para que sejam desenvolvidas atividades com os moradores e as crianças, com balcão adptados à elas. A área de serviço está localizade na parte de trás do refeitorio, contando com uma dispensa, D.M.L, sanitários para
os funcionários, e um pequeno ambiente para armazenamento do lixo. Para que fosse feita a integração com a escola, foram feitas algumas alterações, como na entrada da creche, para que tivessem a mesma linguagem visual, e a adaptação do corredor lateral, para acesso ao novo edifício. Todos os ambientes foram pensados para dar qualidade de vida, tanto aos moradores quanto aos visitantes, com grandes áres de circulaçao (17), arborizadas na parte externa. Uso de pérgolas para caracterizar o projeto, servindo de cobertura nas áreas de circulação externas, para maior conforto, as quais integram os blocos entre si (14,15)
(14)
(15)
33
34
(16)
(17)
ANTES
35
DEPOIS
5.9 ACESSOS
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4.10 ZONEAMENTO
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Crianรงas Serviรงo Idosos ร rea Interativa (crianรงa e idoso)
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6- PLANTAS REPRESENTAÇÃO
I
XI RO
EI
Orientadora: Rita C. Fantini de Lima
O
PI PR
IM
.
.
AV
AV
DE
O
AI
M
RUA DES. EDGAR DE MOURA BITENCOURT
Desce
Sobe Sobe
Sala TV
Cozinha
Biblioteca
Deck
RUA DES. EDGAR DE MOURA BITENCOURT
Plataforma
Oficina 3
Deck
Oficina 1 Oficina 2
Academia WC Feminino
WC Infantil
Loja
WC Masculino
Desce
Dispensa
Sobe Lixo
Sobe
W.C. Masculino W.C. Feminino
I
XI
Orientadora: Rita C. Fantini de Lima
AV
.
O
PI
PR
IM
.
EI
AV
RO
DE
M
AI
O
D.M.L.
SEGUNDO PAVIMENTO
COBERTURA
2 Corte 2
1 : 200
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA Aluna: Letícia Rubia Moreno Leite Orientadora: Rita C. Fantini de Lima
1 Corte 1
1 : 200
6-CONSIDERAÇÕES FINAIS O mundo se transforma a cada instante, e é sempre um desafio acompanhar essas mudanças, as quais, muito nos acrescenta, porém, as vezes são caóticas e invasoras, pois invadem nossos pensamentos, sentimentos e consequentemente ações, ou apenas nos tornamos uma bagagem, que se torna pesada demais pra quem tanto levamos no colo um dia. Pode-se concluir que falta muito ainda para que os idosos tenham tranquilidade quanto a sua velhice, o descaso e o despreparo da rede pública e também das famílias são enormes. Visto isso, esse trabalho propôs uma habitação eficiente, com espaços que visem a qualidade de vida de cada morador, mas mais que isso, que os façam sentir úteis, amparados, acolhidos por afeto sincero, envoltos dos sorrisos de crianças cheias de vida, tendo como principal desafio, desenvolver um projeto arquitetônico que seja adequado para que essa rotina seja natural, respeitando os espaços de cada um, e promovendo a interação dos dois extremos, pois claramente, é o que menos se vê em instituições de longa permanência para idosos, mas que incoerentemente, conforme as pesquisas nos mostram, é o que mais ajuda o idoso a envelhecer com qualidade de vida.
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REFERÊNCIAS BATISTA, Rosa. A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido. Florianópolis, SC Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.
OLIVEIRA, et al. Educação Infantil: Muitos Olhares. 3.ed. São Paulo: Cortez Editora, 1994
QUEIROZ, G A. "A qualidade de vida em instituições de longa permanência para idosos: considerações a partir de um modelo alternativo de assistência". 2010. UFSJ. Tese mestrado, São João del-Rei. Providence Mount St. Vicent: Senior Care. Disponível em: http://washington.providence.org/senior-care/mount-st-vincent/ Catraca Livre: Disponível em: https://catracalivre.com.br/brasil/tag/providence-mount-st-vincent/ 50
Mapas: Disponível em: www.googlemaps.com.br