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O LUGAR

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TEMÁTICA

TEMÁTICA

4O LUGAR

Imagem 13 - Mapa de localização do Heliópolis.

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Heliópolis, no distrito do Sacomã, e na Subprefeitura do Ipiranga, é a maior favela de São Paulo e a segunda maior da América Latina, localizada a 8km do centro da capital, com aproximadamente 1 milhão de metros quadrados e com população estimada em 200 mil habitantes. Em 1942, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – IAPI adquiriu a área hoje ocupada pela comunidade. Em 1966, os Institutos do INPS-InstitutoNacionaldePrevidênciaSocialseunificarame,assim,aterraficoucomoIAPAS–Institutode Administração Financeira da Previdência e Assistência Social, que em 1969, construiu o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica – PAM. Ainda sobre o terreno da favela, uma parte foi reivindicada pelo Estado para uso da SABESP e o restante foi negociado com a Petrobras. Com a intenção de abrir vias públicas, a prefeitura de São Paulo retirou 153 famílias das favelas Vila Prudente e Vergueiro, entre 1971 e 1972, acomodando-as em alojamentos “provisórios”, dentro de Heliópolis, os quais se tornaram permanentes no terreno pertencente ao IAPAS. Além disso, famílias migrantes do Nordeste, trabalhadores do Hospital Heliópolis e do PAM também construíram seus barracos na localidade.

Imagem 14 – Alojamentos provisórios da década de 80.

Após o surgimento da favela de Heliópolis, começaram as disputas por terra. Algumas pessoas (conhecidos por grileiros) envelheciam os documentos forjados, para com isso impedirem as ocupações e poderem comercializar os terrenos. A partir disso, surgiu a mobilização dos moradores em grupos de liderança em defesa da posse de terra, ato que marca a história da comunidade.

Imagem 15 – Mutirão para construção de moradias.

A realidade do território sofreu mudanças intensas, porém muitas famílias ainda são atingidas pela vulnerabilidade social. Nos dias atuais, Heliópolis conta com 18.080 imóveis (a maioria dos barracos setransformouemconstruçõesdealvenaria),maisde 100 entidades (religiosas, associação de moradores, ONGs),emaisde3milpontoscomerciais,segundolevantamento feito pela Fundação Casper Líbero, UNAS eAssociaçãodosComerciantesdeHeliópolis(ACHE).

4.2. POPULAÇÃO

A favela do Heliópolis é localizada na Subprefeitura do Ipiranga, a qual ocupa 2,5% da área do Município de São Paulo e abrigava, em 2010, 4,1% da população do mesmo. (IBGE - Censo 2010). Segundo a Gestão Urbana da Prefeitura de São Paulo, neste mesmo ano de 2010, a participação de jovens é de 18,7%, enquanto a de idosos é de 13,8%. Além disso, considera-se os distritos Sacomã e Ipiranga os mais vulneráveis com 14,5% e 9,2%, respectivamente. O distrito do Sacomã, por sua vez, possui o 3º maior índice de ocupação por favelas dentre todos os distritos, sendo 31% de seus domicílios, superado apenas por Vila Andrade e Jaguaré. Possui, em média, 238 mil habitantes, 174,54 hab./ha, sendo, aproximadamente, 200 mil da favela de Heliópolis.

Imagem16–Gráfico População entre Distrito do Sacomã e Favela do Heliópolis.

O gráfico acima demonstra que, dentro do Distrito do Sacomã, o bairro mais populoso é o de Heliópolis, restando para os 43 outros bairros do Distrito, apenas, 38 mil habitantes do total de 238 mil.

Imagem17–GráficoHomenseMulheresnoDistritodoSacomã. Imagem 18 – Faixa Etária no Distrito do Sacomã.

Jálevandoemconsideraçãoosgráficosacima, nota-se que a maioria da população do Distrito são mulheres, entre 18 e 59 anos, em seguida, as crianças e jovens de 0 a 17 anos e, por último, a população com 60 anos ou mais. Por conseguinte, destaca-se que a maioria da população se encontra na idade ativa, ou seja, fazem parte do grupo que exerce/pode exercer uma atividade econômica.

Imagem 19 – Mapa equipamentos urbanos Heliópolis. Heliópolis com sua extensão de 1 milhão de metros quadrados possui grande quantidade de escolas infantis da rede pública, entretanto conta apenas com um único espaço caracterizado no mapa acima como teatro/cinema e show: o UNAS. O maior e mais importante equipamento de todo o território é o CEU Heliópolis, no Sul do mapa, onde encontra-se alguns equipamentos culturais, como uma biblioteca, um ginásio poliesportivo, espaço multiuso, além de 6 escolas. Muitos outros equipamentos encontram-se nos limites do território, porém fora do bairro de Heliópolis.

Imagem 20 – Mapa educação Heliópolis. Heliópolis é conhecido atualmente por “Bairro Educador”, isso graças à Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Campos Salles, que se localiza no CEU Heliópolis e atende alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. O educador e ex-diretor da escola, Braz Rodrigues Nogueira, foi quem desenvolveu a ideia de derrubar as paredes das salas de aula e formar salões de estudo, com o objetivo de praticar a autonomia. Braz afirma que “os muros, que antes serviam para proteger a escola, estavam afastando a comunidade daquele ambiente”. Além das aproximadamente 12 escolas infantis, públicas, localizadas no mapa acima, o equipamento que mais se destaca no bairro é o CEU, que abriga 3 prédios de CEIs (Centro de Educação Infantil),beneficiandocercade525criançasde 0 a 3 anos e 11 meses, uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil), uma EMEF (EscolaMunicipaldeEnsinoFundamental) eumaETEC(EscolaTécnicaEstadual).

Imagem 21 – Mapa cultura Heliópolis. Quando se fala de cultura no bairro do Heliópolis, destacam-se 3 pontos importantes: o CEU, chamado pela comunidade de Polo Cultural, o UNAS e o Instituto Baccarelli. O UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região), localizado na Rua da Mina Central, surgiu como comissão dos moradores, no ano de 1978, na luta pelo direito à moradia. Uma entidade sem fins lucrativos, que trabalha para atender às necessidades da comunidade. Além disso, possui 720 pessoas trabalhando, 52 projetos sociais e atinge cerca de 10 mil pessoas por mês. Os projetos envolvem: educação, assistência social, cultura, esporte, empreendedorismo, direitos humanos, juventude e movimentos de base. Em 2020, UNAS foi designada como uma das 100 melhores ONGs brasileiras pela AMBEV, Instituto Doar e O Mundo Que Queremos.

Imagem 22 – Fachada UNAS.

O UNAS trabalha com 11 CCA’s (Centro para Criança e Adolescente), distribuídos pelo Heliópolis eRegião,oquebeneficianãosócercade1560crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, mas também seus familiares, que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Os CCA’s desenvolvem atividades socioculturais e educacionais no período em que as crianças não estão nas escolas.

Imagem 23 – Fachada Instituto Baccarelli.

Após a iniciativa solidária, em 1996, do Maestro Silvio Baccarelli, por meio da criação da Orquestra Heliópolis, primeira em uma favela, surge o Instituto Baccarelli, dedicado à área cultural, social e educacional. Essa é uma das principais organizações semfinslucrativosegovernamentais,ocupandouma área de 5 mil metros quadrados, que atende, por ano, mais de 1200 crianças e adolescentes, a partir de 4 anos de idade. Em suma, conta não só com 16 equipes de musicalização infantil, mas também com 13 corais, 48 turmas de coletivos de instrumentos e 4 orquestras.

Imagem 24 – CEU Heliópolis.

O CEU, por sua vez, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake e fundado em 2015, tornou-se um dos programas mais inovadores e importantes da cidade de São Paulo. Nele encontra-se: espaço multiuso (cinema ou teatro),comestruturapara120pessoas,umginásio poliesportivo, uma biblioteca de 3 andares, com grande acervo de livros, acesso à internet e atividades culturais, torre cidadania, onde acontecem aulas de dança, artes plásticas, culinária, artes marciais e cursos de capacitaçãoprofissionaiseumFabLab,quecontacom impressoras 3D gratuitas.

Imagem 25 – Mapa esporte Heliópolis.

Nota-se, pelo mapa ao lado, que o bairro Heliópolis é precário quando se fala de esporte, porém o futebol tem grande importância na comunidade, visto que são mais de 40 times de futebol diferentes, equipes estruturadas, com sede própria e estatuto, apesar da falta de infraestrutura. A título de explicação, tem-se a fala do diretor, Edson Arthur da Silva, de um dos times do bairro, o Cantareira, que afirma“Campomesmo,sótemosum.Temosalgumas quadras, mas todas pequenas. O campo original era na área onde hoje ergueram o hospital. Fizemos um acordo para construir no terreno, mas até agora não temos oficializado que esse local é da comunidade. Por isso, consideramos o campo como área invadida”. O CEU é o único local na comunidade onde se encontra um ginásio poliesportivo com infraestrutura padrão, que proporciona para a população competições de vôlei, futsal, handebol e basquete. Além dele, há um projeto do UNAS, “Futsal Heliópolis”, o qual atende 150 crianças, em seis turmas, de 6 a 17 anos,noCentrodaCriançaeAdolescente(CCA). Além desses equipamentos, um campo de futebol invadido é responsável pelo lazer das crianças e pela harmonia dos times de moradores da comunidade, mesmo com a estrutura extremamente precária. Luciano Cirino, diretor da Associação e da equipe do Bafômetro (time de futebol), declara sobre a escassez das opções de lazer, e diz que o projeto da escola de futebol atinge quase 1000 garotos, que ao invés de estarem na rua com influências negativas, estão aprendendo a jogar bola.

Imagem 26 – Localização do terreno.

O terreno escolhido para o Centro Cultural e Esportivo Heliópolis se localiza na esquina entre a Avenida Comandante Taylor e a Rua Visconde de Camamu, possui aproximadamente 18,3 mil metros quadrados e encontra-se na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, a qual determina abertura de uma via logo atrás do terreno, de maneira a valorizar ainda mais a área. Ao lado da favela da Gleba F, o terreno faz divisa com a Vila Carioca, comunidade de 28 mil habitantes, atualmente um vasto estacionamento para caminhões.

Imagem27–Indicaçãodolevantamentofotográfico.

Imagem 1 - Rua Comandante Taylor. Imagem 2 - Rua Comandante Taylor.

Imagem 3 - Esquina Rua Comandante Taylor e Rua Visconde de Camamu. Imagem 4 - Esquina Rua Comandante Taylor e Praça Barão de Belém.

Imagem 5 - Esquina Rua Comandante Taylor e Praça Barão de Belém. Imagem 6 - Esquina Rua Comandante Taylor e Rua Visconde de Camamu.

Imagem 7 - Rua Visconde de Camamu. Imagem 8 - Rua Visconde de Camamu. Imagem 28 – Imagens do entorno e do terreno atualmente. As imagens 1, 3, 7 e 8 demonstram o terreno estudado. Na imagem 1 é possível ver o ponto de ônibus, o qual terá grande valor e importância no partido, na fachada do terreno, pela Rua Comandante Taylor, a futura principal do projeto. A imagem 3 representa o foco do projeto, ao se tratar da esquina do terreno. Já na imagem 7, podemos ver o acesso do estacionamento atual e, o nível que o terreno se encontra plano. Na 8, tem-se o grande morro formado no fim do terreno, resultado da movimentação de terra, o qual impede a visualização e o próprio acesso. No projeto pretende-se criar uma rua para facilitar o acesso diretamente por dentro das vielas da favela ao lado do terreno, demonstrada na imagem 2. As demais imagens demonstram o entorno imediato, que permitem a percepção dos gabaritos e do fluxo de carros e pedestres, concluindo que na Rua Comandante Taylor esse fluxo é extremamente maior, o que conta com grande movimentação de pessoas, carros e ônibus. Já na Rua Visconde de Camamu e Praça Barão de Belém (vistas nas imagens 4, 5 e 6) possuem um fluxo menor, principalmente de pedestres.

Imagem 29 – Diagrama de distancias. Conclui-se que os únicos locais que promovem cultura e esporte é o UNAS, CEU Heliópolis e Instituto Baccarelli, que se encontram cerca de 1,53 km e 2,15 km, respectivamente, de distância do terreno escolhido para o desenvolvimento do trabalho, no entanto não atendem a todas as pessoas da comunidade. Depreende-se, portanto, que a localização do Centro Cultural e Esportivo Heliópolis proposto tem grande valor. Além de atender a comunidade da Vila Carioca, atenderá à parte da população que não tem acesso aos equipamentos já existentes, além de se tornar um complemento aos mesmos.

5LEVATAMENTOS

Imagem 32 – Zoneamento da área envoltória ao terreno. Conforme mapa ao lado, nota-se que ZPI 1 (ZonaPredominantementeIndustrial)eZEIS1(Zonas EspeciaisdeInteresseSocial)predominamnoentorno. Conformeclassificaçãodaprefeitura,ZPI1sãoáreas destinadasamaiordiversificaçãodeusosnãoresidenciais e ZEIS 1, são áreas com assentamentos precários e informais que necessitam ser urbanizados e regularizados do ponto de vista fundiário. Com isso, pode-se concluir que a grande maioria do entorno do terreno ou são indústrias ou são lotes irregulares. O terreno em questão encontra-se em ZEIS 2, consideradas pela prefeitura como “glebas ou terrenos desocupados, não utilizados ou subutilizados, que devem servir para a produção de HIS (Habitação de InteresseSocial),HMP(HabitaçãoparaoMercado Popular)eusosnãoresidenciais”.

Imagem 33 – Favelas.

Na figura 32, localizam-se as favelas do entorno imediato do terreno e conclui-se fácil acesso ao projeto proposto, valorizando-o. Já a figura 33, demonstra a predominância dos usos nas quadras. Nota-se que há uma divisão nítida entre o Heliópolis, ao lado esquerdo do mapa, caracterizado por uso residencial, e a Vila Carioca, do lado direito, por uso industrial.

Imagem 34 – Uso e Ocupação do Solo.

Imagem 35 – Gabarito. Na figura 34, constata-se predominância de baixo gabarito, com lotes de 1 a 5 pavimentos, nos quais identificam-se quadras residenciais e quadras industriais. Já em médio gabarito, encontram-se prédios baixos de 6 a 15 pavimentos e, altos, apenas uma quadra com um conjunto residencial de prédios com 17 pavimentos. Os lotes vazios são escassos, contando com o estacionamento do Hospital Heliópolis e o terreno pertencente a Petrobrás.

Imagem36–Topografia.

A topografia do entorno é muito presente no Heliópolis, ao lado esquerdo do mapa, onde encontram-se as favelas, a área é mais acidentada. Já ao lado da Vila Carioca, onde predominam indústrias e galpões a inclinação é mais leve, quase imperceptível. O terreno atualmente é um grande estacionamentoparacaminhõesesuatopografiaémarcadapor3 pontos: um grande declive na Rua Comandante Taylor, um acesso único pelo centro do terreno, na descida da Rua Visconde de Camamu, onde encontra-se plano, com um declive irrelevante, e um grande morro de terraaofinaldolote.

5.5. MOBILIDADE 5.5.1. CONEXÕES

Imagem 37 – Mapa de Mobilidade.

O bairro Heliópolis é delimitado pela Estrada das Lágrimas, fazendo divisa com o Ipiranga, pela Avenida Guido Aliberti, divisa com São Caetano, e pelas Avenida Almirante Delamare e Rua Comandante Taylor(principalacessodoterrenoemquestão),divisa com a comunidade da Vila Carioca. Além disso, nas proximidades do terreno, passa a linha 2, verde, do Metrô, e a linha 10, turquesa, da CPTM, de modo a possibilitar o fácil acesso ao local.

Imagem 38 – Mapa de Transporte.

É de suma importância analisar a chegada no terreno, para a melhor compreensão do local. Com o mapa acima, é possível notar boa concentração de meios de transporte no entorno, como: o terminal de ônibus Sacomã, as estações de metrô Sacomã e Tamanduateí, além de grande quantidade de pontos de ônibus, sendo um deles exatamente na entrada do terreno escolhido, o qual vai ser incorporado e de grande valor no desenvolvimento do projeto.

6REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Sesc Pompéia

Localizado na cidade de São Paulo, com início das obras em 1977 e conclusão em 1986, SESC Pompéia é um projeto da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, com colaboração dos arquitetos André Vainer e Marcelo Carvalho Ferraz. O SESC é uma intervenção em um edifício pré-existente, anteriormente conjunto de galpões de uma antiga fábrica de tambores que já serviam como espaço de lazer para a comunidade. O objetivo de Lina era manter os galpões e multiplicar as atividades que ocorriam no local e, com isso, concebeu duas novas torres em concreto armado em uma área vazia ao fundo do terreno, com “buracos” que possibilitam iluminação e ventilação cruzada. Para a arquiteta, o sucesso do projeto vem por reconstituir um espaço de convívio social, de maneira a reunir no mesmo local, indivíduos de qualquer faixa etária.

Imagem 40 – Fachada SESC Pompéia.

Imagem41–Plantasetorizandoasatividadesdoprojeto.(Modificadapelaautora).

Imagem 42 – Planta da circulação do projeto com o programa. (Modificadapelaautora).

Imagem43–Elevaçõesdasfachadascomadistribuiçãodoprograma.(Modificadapelaautora).

O projeto é dividido em 4 setores: esportivo, administrativo, serviços, cultura e lazer. Além das duas circulações horizontais principais, possui as passarelas, uma das grandes protagonistas do projeto. O programa do SESC é amplo, haja vista a construção das áreas de lazer, como restaurantes e cafés, teatro com foyer para apresentações, além das salas e quadras, tornando-se base para o desenvolvimento do projeto proposto.

Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI

Projetado pelo escritório de arquitetura UDG YangZheng Studio, em 2013, o Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI localiza-se na cidade de Zhoushi, ao norte do estado de Kunshan, na China, em uma rua comercial e de lazer. Uma das grandes qualidades do projeto é o caráter aberto e participativo.

Imagem 44 – Fachada Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI.

Imagem 45 – Apresentação no pátio externo no Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI.

Imagem46–Plantadoníveltérreo.(Modificadapelaautora).

Imagem47–Plantadoprimeiropavimento.(Modificadapelaautora).

O Centro Cultural e Esportivo faz modificações significativas no espaço urbano e conduz para uma nova e melhor qualidade de vida. É um projeto que herda a tradição, mas ao mesmo tempo possui características contemporâneas, e tem como objetivo propagar a cultura na cidade de Zhoushi.

Sesc Guarulhos

Em uma área de 34.200 m2 nasce o SESC Guarulhos, projetado pelo Dal Pian Arquitetos. Segundo a descrição enviada pela equipe, o edifício procura “favorecer e suscitar o encontro, a convivência e a interação entre pessoas.” Conta com atividades culturais, de ensino, de saúde, de recreação e lazer.

Imagem 48 – Fachada SESC Guarulhos.

Imagem 49 – Vista de cima SESC Guarulhos.

Imagem50–Plantadosubsolo.(Modificadapelaautora).

Imagem51–Plantadotérreo.(Modificadapelaautora).

Imagem52–Plantadopisointermediário.(Modificadapelaautora).

Imagem53–Plantadoprimeiropavimento(modificadapelaautora).

A grande praça de convivência no térreo, além de receber o fluxo externo e distribuir as atividades, pode ser vista de todos os pavimentos, contando com um vasto pé direito. O ginásio e a piscina coberta também possuem pés direitos duplos, podendo ser vistos do andar superior. O projeto está localizado em um ambiente urbano de crescimento e transformação, tendo como objetivo servir de polarizador cultural e comunicador social.

7O PROJETO

O partido do projeto se desenvolve por meio de fluxos, com uma rua central para pedestres, que liga a Rua Comandante Taylor com a nova rua proposta, continuação da Maciel Parente, tendo também acesso pela Visconde de Camamu. O baixo gabarito também foi um partido importante, levando em consideração o intuito de fazer algo identitário para comunidade, com sensação de pertencimento. O impacto que a proposta traz tanto para as pessoas que usufruem do espaço, quanto para as que passam por ele, pois além de poder circular entre os blocos, sem necessariamente acessá-los, essa volumetria permite que o olhar de quem passa consiga ver toda extensão do terreno. Além disso, os blocos foram espaçados por praças englobadas entre eles, de forma a criar espaços de permanência dentro do edifício.

Imagem55–Diagramadedesenvolvimentodevolumetria(autoriaprópria).

Imagem56–Planodemassas(autoriaprópria).

O projeto conta com, além da passagem central, cinco blocos individuais, com acessos diretos do nível da rua. No um encontra-se o teatro, com o foyer, no dois a administração e a piscina, no três o ginásio, e ambos os dois ultimos contam com vestiários e mezaninos. Já no quatro há o bloco das exposições e da biblioteca, e no cinco o café, salão de jogos, brinquedoteca, refeitório e os andares das salas, sendo algumas delas: dança, luta, estudos e grafite.

Em cima do bloco dois encontra-se uma praça elevada, na qual tem entrada tanto entre o um e dois, quanto por uma passarela que liga ao andar das salas de estudo. Entre o quatro e o cinco a praça criada tem como objetivo, além da passagem para dentro do projeto, servir como barreira sonora para os andares das salas e o espaço de exposições.

Imagem57–Diagramasdeestudo(autoriaprópria).

Imagem 58 – Programa de necessidades.

ÁREA DO TERRENO: 18.850 m2

TAXA DE OCUPAÇÃO: 57% | 10.896 m2

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO: 0,58 | 10.969 m2

ÁREA PERMEÁVEL: 43% - ÁREA VERDE: 13% | 2.500 m2 - PISO DRENANTE: 30% | 5.769 m2

Imagem 59 – 3D 1 volumetria.

Imagem 60 – 3D 2 volumetria.

Imagem 61 – 3D 3 volumetria. Imagem 63 – 3D 5 volumetria.

Imagem 62 – 3D 4 volumetria. Imagem 64 – 3D 6 volumetria.

8CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse Trabalho Final de Graduação teve como principal objetivo criar uma área de lazer, entretenimento e permanência para a comunidade Heliópolis, a segunda maior favela da América Latina. Após estudos do local foi possível notar a escassez de equipamentos culturais, de modo a concluir que os existentes não suprem a toda população. Com isso, foi desenvolvido um projeto de um Centro Cultural e Esportivo, que engloba salas de estudos, salas de dança, picadeiro para circo, salas de grafite, um teatro para apresentações, um ginásio com duas quadras, uma piscina olímpica, sala de exposições temporárias, uma biblioteca, entre outros, todos de uso público. O partido do projeto surge a partir de seu entorno, visto que esta localizado em um terreno ao lado da favela, e, portanto, de baixo gabarito. A partir disso, o principal conceito é projetar um edifício identitário, para dar sensação de pertencimento, misturando-se com a comunidade pelo olhar de quem passa.

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