seminário: arquitetura nos regimes autoritários

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DETALHE DO RÉDENT

Organização da Ville Radieuse fonte:http://classconnection.s3.amazonaws.com/1416/flashcards/678373/png/presentation-013-011.png


ORGANIZAÇÃO DA CIDADE MODERNA

Organização da Ville Radieuse fonte:http:// static.digischool.nl/ckv1/ architectuur/corbusier/ radplan.jpg


Entre 1930 e 1933, com o abrandamento da crise na França, Le Corbusier constrói alguns edifícios de destaque: o pavilhão suíço na Cité Universitairie d e Pa r i s , a ca s a d e aluguel Clarté em Genebra e a Cité du Refuge para o exército da salvação, também em Paris.

Os edifícios mostram- se no tecido urbano como violenta solução de continuidade.

pavilhão suíço na Cidade Universitária de Paris fonte: http://www.glassbox.fr/


Cité du Refuge, Paris fonte:http://www.architecte-chatillon.com/site/en/wp-content/ blogs.dir/2/files/cite-de-refuge/weiner1202refugeEL1_0045-bd.jpg

Cité du Refuge, Paris fonte:http://www.viewpictures.co.uk


Clarté de Genebra fonte:http://www.galinsky.com/buildings/clarte/clarte %20contemporary%20photo.jpg

Clarté de Genebra fonte:http://www.swissinfo.ch/image/ 30439650/3x2/640/426/75bc3fæ1334cdda36e1afb8f2a8d1fe/sS/ immeuble-clart--30439656.jpg


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As reuniões de 1929 a 1933 focam sobre problemas urbanísticos.

Problema econômico Problema da construção Problema do bairro 1930 III Tratado de Bruxelas.

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Gropius  problema da forma;

A reunião de 1929, em Frankfurt, visa definir o conceito de alojamento mínimo.

Le Corbusier problemas da cidade e o da autoridade encarregada de solucioná-los. Solo independente da propriedade privada.


O IV congresso ocorre em 1933 em um navio que vai de Marselha à Atenas. Não foi publicado nenhum documento oficial. Apenas em 1941 em Paris imprime-se um documento anônimo com prefácio de Jean Giradoux, a Carta de Atenas.

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Conclusão da Carta de Atenas. Para Le Corbusier (contrariando a intenção dos CIAM), a alternativa construtiva , não encontrando um espaço político adequado, não deveria diluir-se para tornar-se adequada ao poder, mas sim mostrar-se pura e verdadeira mesmo que utopicamente.


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A discussão tem em foco uma cidade que funcione para todos.

Para a efetivação dos planos urbanísticos modernos, os arquitetos teriam que enfrentar o fracionamento da propriedade privada.

O projeto urbanístico deve projetar no espaço e controlar as quatro funções básicas: morar, trabalhar, divertir-se (tempo livre) e circular (respeitando a escala humana).


Cada cidade deve ter seu programa baseado em análises técnicas. A dinâmica desses elementos constitui a célula de habitação, da qual partirão as demais relações com a área. Paradoxo entre urgência do início dos trabalhos e fracionamento da propriedade privada.


Em junho de 1931, no encerramento da Bauhausstellung de Berlim, Ernest May profere perante o Senado da cidade, uma conferência sobre a construção de cidades na URSS e anuncia a intenção dos Ciam de organizar o IV Congresso na União Soviética.

Rússia: local adequado para a realização de programas da arquitetura moderna.


Condições políticas: a Revolução de 1917 criou um novo espaço político o qual parece aberto às experiências internacionais.

Durante as discussões em 1925, da transferência da Bauhaus de Weimar para Dessau, Gropius declarou-se independente de qualquer pesquisa arquitetônica.

O avanço do autoritarismo ameaça as oportunidades de trabalho.


Crise econ么mica e social


"Para nós, é impossível resolver o problema da cultura proletária sem uma compreensão clara e um conhecimento exato da cultura que foi criada no decurso da história humana. Somente recriando-se esta é que é possível determinar uma cultura proletária." (LENIN citação em A. VOYCE, Russian Architecture, Nova York, 1948, p125)


Vanguardas pré-revolucionárias Basta de verdades baratas. Arrancai o ranço do coração! As ruas são nossos pincéis e paletas as nossas praças. No livro do tempo ainda não foram cantadas as mil páginas da revolução. Para a rua, futuristas, tambores e pœtas! (“Ordem do Dia aos Exércitos da Arte” de Vladimir Maiakovski) Modelo do Monumento à III Internacional (1919-1921), de Vladmir Tatlin. Nunca chegou a ser construído em escala real. fonte: tate.org.uk


Inovação X Tradição Uma arquitetura proletária é possível? ASNOVA (1923): princípios teóricos genéricos OSA (1926): coletivo e científico

Palácio do Trabalho dos Irmãos Vesnin fonte: collections.lacma.org


Mausoléu de Lenin (1924). Projeto de A. Schoussev, arquiteto acadêmico já autor de obras ecléticas no períodos czarista. fonte: askmoscow.com

Pavilhão da URSS na Exposição de Artes Decorativas de Paris (1925). Projeto do arquiteto moderno K. Melnikov, membro da ASNOVA. fonte: ufrgs.br/propar/domino/2005_01/txt05_2005_01.htm


Primeiro Plano Quinquenal (1928-1933) proposição de novos tipos urbanísticos: 1) A CASA COLETIVA 2) O CLUBE OPERÁRIO 3) A INDUSTRIA condensadores sociais (edifício) e condensadores gerais (cidade)


revisão da cidade tradicional urbanistas: ampliar a unidade de habitação até que ela se coincida com a cidade. desurbanistas: distanciamento dos elementos urbanos (casas, centros de serviços, industrias etc) mantendo sempre o contato com o campo. mediação: uma cidade compacta, mas sem a separação entre centro e periferia (ou campo e cidade).

cidade centralizada x linear


1933: Dissolução das associações livres de arquitetos Federação Estatal dirige toda a construção Cidade Centralizada Zonas Verdes Decoração Anacrônica Formalismo Acadêmico


cenário favorável para arquitetura moderna 1929-1932: corrente unitária, “arquitetura internacional” oposição: classifica-o como estilo “funcional” ou “racional” tal unidade revela profundos contrastes: o movimento moderno não estabelece soluções, somente aponta caminhos. o consenso formal não é suficiente para garantir unidade


termino da inflação (1924) até advento nazista (1933) derrota e ocupação aliada crise econômica censura e perseguição nazista Arquitetura Nazista Retorno ao neoclássico


Pós-Guerra os arquitetos das vanguardas do começo do século tornam-se os personagens mais relevantes do campo profissional e acadêmico

Projeto do Teatro de Salzburg, por Hans Pœlzing. Forte inspiração expressionista. Fonte: www.europeana.eu


Entre as vanguardas de 1900 e a Bauhaus, existe uma geração de arquitetos já estabelecidos antes da Primeira Guerra. Buscam ampliar o ecletismo, conciliando as vanguardas com a tradição.

Zehlendorf, subúrbio de Berlim (1928), de Bruno Taut. sofisticação formal. fonte: .strassenkatalog.de

Chilehaus (1924), de Fritz Höger: suavização do expressionismo. Fonte: http://www.bilder.homepage-counter.com


Cremat贸rio de Viena (1925), de Clemence Holzmeister alus玫es medievais. fonte: de.academic.ru

Shell-Haus(1932), de Emil Fahrenkampf: modernismo adocicado. fonte: fotocommunity.de


Exposição da Werkbund em Viena(1932), foi construído um bairro-modelo com casas de Loos, Hoffmann e diversos outros arquitetos austríacos e internacionais. fonte: werkbundsiedlung-wien.at


O MODERNISMO SERÁ ABSORVIDO PELO ECLETISMO? A reprodução superficial dos modelos modernos cria um repertório formal, consumando a nova arquitetura dentro de um estilo. Após essa assimilação, o modernismo se tornaria uma alternativa a ser aplicada em circunstâncias marginais: casas populares, industrias etc. FORMA X SUBSTÂNCIA


CRISE DO MODERNISMO arquitetura mais humana e vinculada a valores tradicionais

ASCENSÃO NAZISTA: FIM DO DEBATE Bauhaus é fechada, muitos de seus professores emigram Arquitetos mais moderadas conseguem manter alguma produção, especialmente aqueles cuja obra é dotada d bastante individualidade.


O nazismo defende uma arquitetura tradicionalista, de celebração e estritamente alemã. Residência: Neomedieval Prédios Públicos: Neoclássico Greco-Romano Revalorização do Artesanato

Casa Marrom (1935), de Troost. Sede do Partido Nazista fonte: br.de


Arquitetura como instrumento de poder Albert Speer é nomeado diretor geral da construção-civil em 1937

Nova Chancelaria de Berlim (1937), de Albert Spree fonte: de.academic.ru


“As formas não possuem um poder catártico e toda tradição artística pode ser esvaziada do interior se a moralidade política se torna diferente.”


DITADURA FASCISTA imposição ao retorno do neoclassicismo isolamento e escassez de contatos com a Europa

NOVECENTO estilo fundado por pintores ex-futuristas aderem ao estilo razão e tradição: classicismo Propõe a regularidade em um repertório de formas passadas


GRUPO “7” composto por Figini, Frrere, Larco, Pollini, Rava, Terragni e Castagnola (substituído por Libera) produz séries de artigos em que dizem que a arquitetura deve estar ligada à logica e a racionalidade não querem romper com a tradição não partilham das tendências extremistas de parte do movimento europeu a nova arquitetura pode ser comparada às épocas arcaicas do passado


SEGUNDA MOSTRA DE ARQUITETURA RACIONAL organizada em 1931, na galeria de P. M. Bardi, na Via Veneto o MIAR e Bardini conferem à mostra um tom de apoio ao governo facista o Sindicato Nacional de Arquitetos retira seu apoio como patrocinador Sindicato promove organização concorrente: Coligação de Arquitetos Modernos Italianos


CIDADE UNIVERSITÁRIA DE ROMA 1932: Piacentini, com a colaboração de outros arquitetos, projeta a Cidade Universitária. o edifício de Pagano, o Instituto da Física, é o primeiro edifício considerado moderno, mas não por intenção do arquiteto, mas por renovar o método de projeto e pelo resultado concreto obtido.

CONCURSO PARA A ESTAÇÃO DE FLORENÇA assinala um ponto importante sobre a polêmica da arquitetura moderna e o novo método foi mostrado ao público.

http://æn.com.sapo.pt/Mundial/universidade.html

http://brazucasnomundo.com.br/italia/page/3/?s=distancia +estacao+mestre+a+estacao+santa+lucia+veneza


EDOARDO PERSICO Atribui cœrência ao movimento moderno italiano Um dos primeiros a reconhecer a importância de Gropius, Mies, May em relação à Mendelsohn, Fahrenkampf. Após sua morte, as dificuldades da arquitetura do país aumentam significativamente.

GIUSEPPE PAGANO Após a morte de Perisco, no momento em que arquitetura e política começam a criar dificuldades entre si, tenta manter contato com o oficial após ter acreditado no regime político, torna-se antifascista.


“Por que razão os regimes totalitários são hostis ao movimento moderno e terminam, todos, adotando o neoclassicismo como estilo oficial?” O motivo principal dos regimes autoritários serem contrários ao movimento moderno é pelo temor de uma ameaça da ordem constituída, ou por ser uma incógnita que não se prefere colocar em circulação, até que ela seja entendida para haver um modo de controlá-la. “O repertório neoclássico, deteriorado pelas contínuas repetições, perdeu, por seu lado, qualquer significado ideológico intrínseco e é valorizado exatamente porque tornou-se uma forma vazia dentro da qual pode ser colocado qualquer conteúdo”.


não existe um regime autoritário para entrar em conflito com a arquitetura moderna. existe problemas econômicos que refletem na construção civil e no debate cultural isolamento dos arquitetos modernos das oportunidades de trabalho.


UNION DES ARTISTES MODERNES artistas de vanguarda tentam formar uma frente unitária. em 1930 funda-se a Union des Artistes Modernes, composto por pintores, escultores e arquitetos com finalidade de organizar a cada ano uma mostra internacional.

L’ARCHITECTURE D’AUJOURD’HUI primeiro órgão de imprensa de diversa difusão. pelos hábitos do público, essa difusão só pode acontecer demonstrando simpatia imparcial por diversas tendências.


1934: revistas e imprensas discutem sobre a nova Exposição Universal, programada para 1937. 1937: as obras de substituição e permanentes de estilo neoclássico multiplicam-se na capital francesa. Le Corbusier é “obrigado” a refugiar-se no campo das teorias, devido à facções políticas e acadêmicas contra suas propostas.



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