ESPAÇO LIVRE PÚBLICO
Letícia Nunes Rosa
REQUALIFICAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UM
ESPAÇO LIVRE PÚBLICO
Letícia Nunes Rosa
NA ZONA OESTE DE RIBEIRÃO PRETO
2016
Letícia Nunes Rosa
Requalificação e implantação de um Espaço livre público na Zona Oeste de Ribeirão Preto
Trabalho apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da prof. Ma. Ana Luisa Miranda.
Ribeirão Preto 2016
Rosa, L. N. Requalificação e implantação de um espaço livre público na Zona Oeste de Ribeirão Preto / Letícia Nunes; orientadora, Ana Luisa Miranda – Ribeirão Preto, SP, 2016. 152 p. il. Color. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – CUML / Centro Universitário Moura Lacerda. Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Inclui referências 1. Arquitetura e Urbanismo. 2. Urbanismo. 3. Vida Urbana. 4. Requalificação. 5. Espaço Livre Público. 6. Zona Oeste de Ribeirão Preto. I. Miranda, Ana Luisa. II. Requalificação e implantação de um espaço livre público na Zona Oeste de Ribeirão Preto
Letícia Nunes Rosa
Requalificação e implantação de um Espaço livre público na Zona Oeste de Ribeirão Preto Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo e aprovado em sua forma final pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Moura Lacerda Ribeirão Preto, 2016
__________________________________ Ana Luisa Miranda Orientadora
__________________________________ Rosa Sulaine Silva Farias Examinador interno
__________________________________ Examinador externo
À todos os professores do Centro Universitário Moura Lacerda pelo conhecimento repassado Ao professor Francisco Gimenes, em especial, que deixou um pouquinho de si em cada um de nós, alunos, por ter me incentivado, tanto na escolha do tema , quanto no aumento do meu amor por essa profissão À Aparecida do Carmo de Souza Fernandes (Dona Cida), inspetora da faculdade, por ter comprado o material, ter feito com suas próprias mãos e ter me doado de todo o coração as árvores da minha maquete fisica, feitas com todo o carinho; não sei nem como agradecer... À toda a turma A do período noturno pelo companheirismo, em especial aos meus parceiros de trabalho e grandes amigos, Junio, Michele e Priscila, por todos os momentos únicos vividos, e por sempre terem me dado a certeza de que neles eu sempre acharei verdadeiros amigos À minha orientadora, Ana Luisa Miranda, por sempre me acalmar nos momentos de desespero, pelo grande apoio, paciência, dedicação e confiança depositados em mim À Secretaria de Obras Públicas, que me permitiu adquirir a experiência do primeiro emprego e por me revelar grandes amizades, em especial o Zezinho (José Piza) que sempre me fez acreditar que quando permitimos que Deus se faça presente em nossa vida, nossos caminhos serão sempre abençoados. Que você descanse em paz no Senhor Ao escritório R2B arquitetos associados, pela experiência profissional adquirida e pelos amigos conquistados À todos os meus amigos antigos, pelo carinho e compreensão das minhas infinitas ausências e por me fazer perceber que nossa amizade ainda continua a mesma Ao meu irmão, Júlio, e aos meus pais, Elaine e Marcos, por serem os responsáveis por eu ser quem sou hoje. À minha família, materna e paterna, em especial à minha avó Rosa, pelo imenso amor, carinho, paciência, incentivo e compreensão das minhas ausências À família do meu namorado, que é a minha segunda família, por sempre me apoiar, e me ajudar em todos os momentos que precisei Em especial, ao Pablo, meu eterno namorado, por nunca ter desistido de mim, por estar sempre ao meu lado, inclusive nos momentos mais difíceis, e me incentivar a sempre seguir em frente: sem sua ajuda, seu amor, incentivo, paciência, dedicação, compreensão e carinho, esse trabalho não poderia ter sido concluído A todos que um dia já cruzaram o meu caminho e que puderam deixar um pouco de si em mim, e que ajudaram a moldar a pessoa que sou hoje E, por fim, à Deus, por ter me dado a vida e me propiciado a graça da sua presença em todos os meus caminhos.
Muito Obrigada!!!
[...] a despeito de sermos o que somos podemos também desejar ser outra coisa. Nisso o papel do lugar é determinante. Ele não é apenas um quadro de vida, mas um espaço vivido, isto é, de experiência sempre renovada, o que permite, ao mesmo tempo, a reavaliação das heranças e a indagação sobre o presente e o futuro. A existência naquele espaço exerce um papel revelador sobre o mundo. (SANTOS, 2001, p. 114)
Resumo Os espaços livres públicos destinados ao lazer têm como papel principal a melhoria da qualidade de vida dos seus usuários. Tem-se, portanto, neste trabalho, a intenção de tornar notório a grande quantidade de espaços públicos abandonados na Zona Oeste do município de Ribeirão Preto, e a necessidade de sua requalificação. Para isso, escolheu-se um terreno, localizado no Bairro Solar Boa Vista, o qual será objeto de projeto de um espaço livre público. Pretende-se, com o projeto, destacar particularidades do terreno, conscientizando tanto o poder público quanto os moradores próximos da importância do espaço para a dinamização da vida urbana. A escolha do terreno se deu pela topografia acentuada presente no local, a qual se mostrou um grande desafio a ser comprido, sendo complementada pela beleza de sua paisagem urbana. Para o melhor entendimento do assunto, a fundamentação teórica foi organizada de tal forma que o leitor possa entender a evolução dos espaços livres públicos, suas transformações com o passar dos anos e suas principais características urbanas, auxiliando na elaboração do projeto. Foram realizadas leituras projetuais de espaços públicos nacionais e internacionais, a fim de tornar possível o melhor entendimento do funcionamento dos tipos de espaços públicos existentes, como exemplo praças e parques. Ademais, a fim de tonar possível o entendimento, tanto da zona oeste da cidade quanto do terreno de projeto, buscou-se realizar levantamentos considerados inerentes ao tema proposto, como mapeamento de usos corriqueiros e não conformidades existentes no local. Como resultado final, foi elaborada uma proposta conceitual do espaço livre público, destacando pontos importantes do projeto, como as atividades sugeridas, as quais serão as responsáveis pela ativação urbana na área. Palavras Chave: Espaços Livres Públicos. Zona Oeste de Ribeirão Preto. Vida Urbana. Requalificação.
Abstract The free public spaces intended for leisure have lead to improve the quality of life of its users. There is, therefore, in this work, intended to make notable the large amount of abandoned public spaces on the West side of the city of RibeirĂŁo Preto, and need of requalification. For that, chose a plot of land, located in the Solar Boa Vista Neighborhood, which will be the subject of a free public space project. It is intended, with the project, highlighting particular features of the terrain, making both the Government as residents near the importance of space for the promotion of urban life. The choice of the ground gave the sharp topography at the scene, which proved to be a great challenge to be long, being supplemented by the beauty of its urban landscape. For the better understanding of the subject, the theoretical foundation was organized in such a way that the reader can understand the evolution of free public spaces, their transformations over the years and its main urban characteristics, assisting in the preparation of the project. Project of readings were carried out national and international public spaces in order to make possible a better understanding of the functioning of the existing public spaces as squares and parks. Furthermore, in order to make possible the understanding both of the West side of the city as the project, sought to perform surveys considered inherent in the proposed theme, as everyday uses and mapping non-conformities existing at the site. As a final result, a clear conceptual proposal public, highlighting important points of the project, such as the suggested activities, which will be responsible for urban activation in the area. Keywords: Free Public Spaces. The West side of RibeirĂŁo Preto. Urban Life. Requalification.
2 1 INTRODUÇÃO Objetivos Problemática Justificativa Metodologia Estruturação
Sumário
14 15 15 15 15 16
SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS 1.1 A evolução 1.2 A importância na Vida Urbana 1.3 Os elementos do Espaço Livre Público 1.3.1 Pavimentação 1.3.2 Mobiliário Urbano 1.3.3 Marquise 1.3.4 Funções 1.3.5 Paisagem Urbana
18 20 24
30 31 32 35 37 39
SOBRE A ÁREA DE INTERVENÇÃO
42
44
Localização
2.1 A Zona Oeste de Ribeirão Preto 2.1.1 Relação de Parcelamentos 2.1.2 Uso do Solo 2.1.3 Hierarquia Viária Física 2.1.4 Hierarquia Viária Funcional 2.1.5 Topografia 2.1.6 Equipamentos Urbanos
46 47 48 49 50 51 52
2.2 A quadra e o entorno 2.2.1 Ocupação do Solo 2.2.2 Topografia
56 57 58
2.3 O terreno de projeto 2.3.1 Lotes 2.3.2 Vegetação 2.3.3 Análise da Paisagem – Metodologia de Cullen 2.3.4 Análise da Paisagem – Metodologia de Alex Sun 2.3.4.1 Uso do terreno 2.3.4.2 Não conformidades por intervenções oficiais 2.3.4.3 Não conformidades por projeto 2.3.4.4 Não conformidades por uso
60 61 62 63
66 67 68 69 70
3 SOBRE AS REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1 A monumentalidade de Metropol Parasol 3.2 A elegância de Seosomun Park 3.3 Referências Gerais 3.3.1 A marquise do Ibirapuera 3.3.2 O Caráter Ambiental da praça Victor Civita 3.3.3 A Linearidade do Parque High Line 3.3.4 A ortogonalidade do Parque Micaela Bastidas
72 75 80 86 87
88 89 90
5
4 SOBRE A IDEIA 4.1 Conceito 4.2 Partido 4.3 Elementos do Espaço Livre Público 4.3.1 Pavimentação 4.3.2 Iluminação 4.3.3 Mobiliário Urbano 4.3.4 Funções 4.3.5 Outras características importantes
92 93 95 98 99 100 101 103 104
O PROJETO 5.1 Estudos Preliminares 5.1.1 Programa de necessidades 5.1.2 Zoneamento 5.1.3 Organograma 5.1.4 Fluxograma 5.1.5 Plano de Massas 5.2 Memorial Descritivo 5.2.1 Pavimentação 5.2.1.1 Grama para pisoteio 5.2.1.2 Grama para barrancos 5.2.1.3 Piso de pneu reciclado 5.2.1.4 Piso permeável de concreto poroso 5.2.1.5Piso de concreto armado 5.2.2 Marquise 5.3 Croquis 5.4 O Projeto Anexos
106 108 109 110 111 111 112 114 115 115 115 115 116 116 117 118 128 130
CONCLUSÃO
141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
145
INTRODUÇÃO
Este trabalho debruça-se sobre os espaços
democrático na área escolhida será de grande
esquecida no tempo. Atualmente, grandes
livres públicos e a vida urbana. Assim,
benefício para toda a população. Pretende-se
projetos
discutiremos sobre desenho urbano, pensando
influenciar os moradores a saírem de suas
imobiliário tiveram seu foco de investimento
na reabilitação da área, requalificando-a, e a
casas para aproveitar os benefícios e as
voltado à Zona Sul da cidade apenas, cuja
implantação de um espaço livre público
atividades propostas pelo projeto a ser
valorização tem crescido um pouco nos últimos
destinado ao lazer no bairro Solar Boa Vista na
elaborado.
anos. Em contrapartida, a Zona Oeste tem
Zona Oeste do município de Ribeirão Preto,
15
situado no estado de São Paulo.
garantir a segurança, intervindo sobretudo na
PROBLEMÁTICA Atualmente,
o
Paralelamente à isso, existe a intenção de
iluminação urbana, no desenho urbano e nos terreno
de
intervenção
encontra-se abandonado, tanto pelo poder público, quanto pelos próprios moradores. Sabe-se que na área a ser trabalhada já houveram casos de estupros, roubos, tráfico de drogas, aparição de animais perigosos (como cobras e caramujos) dentre outros problemas, cujas causas estão relacionadas à falta de gestão e de interesse do poder público em investir em Espaços Públicos na Zona Oeste
passeios. Pensar, também, a acessibilidade para todos os tipos de usuários, trabalhando na topografia acentuada que o terreno possui, ao mesmo tempo que o lazer se faça garantido,
o
desenvolvimento de um projeto de um espaço livre público para o bairro Solar Boa Vista em Ribeirão Preto - SP, o qual encontra-se sem uso atualmente, poderia contribuir para unir mais os moradores do bairro, valorizando-o, e ao mesmo
tempo
garantindo
segurança,
acessibilidade e lazer a todos?
claro, os espaços públicos dessa zona da cidade ficam à mercê de novas intervenções ou projetos de melhoramento e reformas por parte da iniciativa de indivíduos influentes do mercado urbano.
espaços públicos estão sofrendo com o
deslumbrante, mas não recebe a devida
constante abandono, se tornando regiões
atenção e respeito por parte da população e do
mortas
poder público.
convidativas nem usos específicos. E, em
quantidade de espaços públicos desvalorizados
e
público e com o desinteresse imobiliário. E, é
E, por fim, privilegiar a paisagem da área, que é
empreendimentos de expansão da cidade. requalificação
sofrido com a falta de investimentos do poder
como diz Queiroga (2001, p. 214-215), os
saltar aos olhos dos leitores a grande
a
ramo
quais sejam de interesse dos futuros usuários.
deveria e, portanto, não é foco de grandes
forma
do
No geral, em todo o estado de São Paulo, assim
Dessa forma, tem-se como intuito primordial
que
empreendedores
implantando usos e atividades dinâmicas, as
de Ribeirão Preto, que não é valorizada como
De
de
existentes na Zona Oeste do município de Ribeirão Preto. Com as pesquisas em campo realizadas, foi possível perceber como esses espaços
públicos
estão
degradados
e
inutilizados, necessitando de intervenções imediatas, a fim de aumentar a qualidade de vida urbana, aumentando trocas sociais e valorizando o bairro em que cada espaço livre público se faz presente.
OBJETIVOS
por
não
portarem
atividades
outros casos, quando o uso existe, a população não utiliza o espaço público, por medo das pessoas que possam vir a frequentar o local, e isso também pode estar atrelado com a sua localização na malha urbana. Esse tema é bem delicado e é importante ser pesquisado para tornar possível o diagnóstico de possibilidades de solução para esse grande problema. METODOLOGIA Alguns procedimentos metodológicos foram adotados para o recolhimento de dados relevantes para a realização do presente
JUSTIFICATIVA O estudo e a discussão do desenho urbano e a implantação de um espaço livre público
A zona Oeste da cidade de Ribeirão Preto foi
Foto do terreno. Fonte: Arquivo Pessoal.
trabalho, como a elaboração de levantamentos
O capítulo 1 engloba toda a fundamentação
morfológicos com base em mapas públicos e
teórica deste trabalho. Aborda a questão da
visitas ao local. Além disso, foram efetuados
evolução dos espaços públicos, entendendo
estudos de campo com entrevistas informais
sobre sua configuração enquanto elemento
com os moradores, para se adquirir maior
urbano, suas modificações com o passar dos
compreensão sistemática da área de estudo, e
tempos, e como podem ser caracterizados
para permitir a realização-tradução de análises
atualmente. Após, relaciona os espaços livres
Em especial, no capítulo 5, é apresentado o
ambientais, comportamentais e visuais em
públicos e a vida urbana, qual sua importância
Projeto final, com as especificações necessárias e
mapas informativos. Como ferramentas digitais
enquanto agente dinamizador da vida social e
desenhos
de trabalho, destacam-se a utilização de três
como o mesmo pode auxiliar na valorização da
explicativos e imagens ilustrativas.
softwares em especial: O pacote office, para a
vida
são
E por fim, tem-se a Conclusão do trabalho, aonde
realização da monografia, o AutoCAD 2014,
apresentados conceitos, utilizados por autores
é possível perceber se os objetivos básicos
cujo uso permitiu a apresentação final do
influentes, para tornar possível o melhor
puderam ser alcançados e se os problemas
projeto urbanístico apresentado à banca
entendimento do tema. Aborda questões
encontrados
examinadora; e, por fim, mas não menos
sobre a implantação e manutenção dos
resolvidos
importante, o uso do Sketchup Pro 15, para que
espaços livres públicos, sua funcionalidade e
apresentado.
as ideias e desejos projetuais da autora
complexidade, identificando seus elementos
pudessem ser visualizados, auxiliando na
urbanos mais relevantes.
melhor terceiros,
demonstração e
do
projeto
materializando,
em
para
formato
fotográfico, tudo aquilo que se pretende trazer de melhoramentos para os moradores e futuros usuários do objeto de projeto e de pesquisa deste trabalho.
urbana.
Paralelamente
a
isso,
Após essa discussão teórica sobre os espaços livres públicos, no capítulo 2 são apresentados estudos da malha existente, tendo como foco o terreno de projeto, identificando suas falhas
enquanto instrumento urbano, a fim de possibilitar a compreensão dos problemas
ESTRUTURA
recorrentes e identificar a resolução mais
Primeiramente
tem-se
a
Introdução
do
eficiente dos problemas encontrados.
trabalho, que é composta por um resumo da
O capítulo 3 é um encarte de referências
pesquisa,
a
projetuais importantes para a concepção do
problemática, a justificativa e a metodologia
projeto do espaço público. São apresentados
adotada.
vários elementos de projeto agrupados em
destacando
os
objetivos,
A seguir, encontram-se os setores que formam o presente trabalho, cuja divisão se deu em 5 capítulos a fim de melhor compreensão do tema.
algumas categorias de análise e, em especial, dois projetos são analisados de maneira mais minuciosa, focados em pontos específicos que se fizeram pertinentes e essenciais para a
elaboração do projeto proposto. No capítulo 4 tem-se a explicação do Partido Conceitual adotado para o projeto, fazendo uso de textos, diagramas, imagens, e propostas preliminares de projeto.
esquemáticos,
na
com
além
atualidade
a
idealização
de
textos
puderam
do
ser
projeto
“Este trabalho debruçase sobre os espaços livres públicos e a vida urbana. Assim, discutiremos sobre desenho urbano, pensando na reabilitação da área, requalificando-a, e a implantação de um espaço livre público destinado ao lazer no bairro Solar Boa Vista na Zona Oeste do município de Ribeirão Preto, situado no estado de São Paulo.”
16
1. SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS Faz-se necessário entender o processo histórico da concepção do espaço público que, com o passar do tempo, adquiriu diferentes definições e espacialidades. Além disso,
julga-se importante a explicação dos termos que formulam o enfoque pretendido e suas relações para melhor entendimento do tema a ser abordado.
1.1. A Evolução
As chamadas “Ágoras” no tempo da Grécia
e física dos cidadãos, principalmente para a
dois tipos de espaços nas cidades: aqueles
antiga, na época da Antiguidade Clássica, mais
massa proletária, levando em consideração a
tradicionais, formado pelas ruas e seu entorno
conhecidas atualmente como praças, formam
situação deplorável de trabalho, péssimas
imediato,
o exemplo mais antigo de representação do
condições de moradias, de assistência médica,
condomínios fechados que, apesar de possuir
espaço público que temos conhecimento, de
interferências no aspecto sonoro, físico e
zonas de espaço público, oferece uso restrito,
acordo com Lima (2014, não paginado). Chun
visual, além da falta de espaços públicos
destinado apenas aos moradores que moram
(2013, p. 170) diz que a praça era a
destinados ao lazer
dentro desse complexo isolado.
No final do século XIX, é possível identificar
Há também o caso dos shoppings centers.
como são divergentes as ofertas de espaços
Podemos dizer que, nos dias atuais, nosso
públicos nas várias regiões da malha urbana,
grande centro de convivência é o Shopping
assim como alerta Lima (2014, não paginado).
Center, que ocupa áreas mais facilmente
Enquanto podemos encontrar grandes áreas
articuladas à malha viária urbana e interurbana.
verdes e jardins muito bem desenhados e
Conforme a cidade vai crescendo, os cidadãos
as
executados nas áreas nobres, os residentes das
têm sua vida “interpessoal” reduzida, uma vez
fachadas das edificações eram projetadas
periferias sofrem com a má instalação ou
que os mesmos são regidos de acordo com a
voltadas para as praças e é a partir desse
inexistência desse tipo de uso.
lógica capitalista, no qual a convivência é
em
detrimento
aos
grandes
representação da cidadania para os gregos nesse período, local onde as transações sociais,
21
comerciais
e
cotidianas
aconteciam,
simbolizando um elemento indispensável para a caracterização e formação da paisagem urbana. Chegando
no
período
Renascentista,
momento que surgem diversos projetos de praças em cidades europeias influentes, que unidas às ruas e vielas, transformavam o espaço de maneira favorável, por trazer dinamização
e
frequência do
uso,
sem
restrições de classes sociais, e com apelo
Holanda (1985. p.123-127), apresenta uma análise de tipos de apropriações do espaço público, identificando formas de uso, e suas implicações
organizacionais.
É
possível
entender que a população presente na camada mais baixa da pirâmide das classes sociais é a
democrático (LIMA, 2014, não paginado).
que mais faz uso dos espaços públicos, e a que
restringida a acontecer em espaços privados, ambientes
de
trabalho,
incorporações
fechadas e até mesmo em ambientes de compras e lazer, no qual frequentam pessoas com interesses em comum como os shopping centers,
que
são
fechados,
seletivos
e
segregadores. (FERREIRA - 2002, p. 2-13)
Com a Revolução Industrial, mudam-se os
menos tem esse tipo de elemento disponível.
Jane Jacobs (2000, p. 3-24) enfatiza em seu
paradigmas até então conhecidos sobre a
Com a globalização e os novos meios de
livro a importância de criar espaços os quais
estruturação e organização das cidades e da
comunicação e transporte, também surgiram
sejam dotados de grande movimento de
forma de viver. De acordo com Lima (2014, não
novos costumes, retirando boa parte dos
pessoas. Estes se tornam mais seguros com o
paginado) com a influência do capitalismo, as
cidadãos das ruas e os guiando para recintos
trânsito constante de usuários que vão aos
metrópoles
passaram
mais fechados, no interior de suas casas,
locais diferentes horas do dia em busca de
modificações
interdisciplinares,
fazendo
motivos distintos, além da existência do que a
a
apresentar a
fim
de
uso
compatibilizar as novas necessidades daquele
conversando
momento
qualquer
com
as
esferas
urbanas
de
de de
aparelhos forma
internauta,
eletrônicos,
instantânea
embora
com
ainda
organização. Note-se que essas modificações
permanecendo distantes fisicamente. Dessa
não foram benéficas para a saúde mental
forma, Holanda (1985. p. 123-127) estabelece
autora chama de “proprietários naturais da
rua” e “olhos atentos”, que seriam donos de
Acrópolis de Atenas, Grécia. Fonte: Wikiwand, 2016.
pequenos serviços e comércios do entorno:
Isso causa a desvalorização e descaso desse
são pessoas a quem os moradores podem
tipo de espaço, e empobrece a concepção da
recorrer para deixar um recado, uma chave,
cidade como um todo, uma vez que ela fica
uma encomenda. A autogestão democrática é
defasada, e isso contribui para a aparição de
que garante o sucesso dos bairros e cidades
vazios urbanos.
que apresentam maior vitalidade e segurança. Para garantir a diversidade, Jacobs cita a necessidade
de
prédios
antigos
e
de
adensamento, sobretudo nos espaços livres públicos. De acordo com Chun (2013, p. 171) Embora a maioria dos espaços públicos tenha sido mantida nas estruturas urbanas no transcorrer do tempo, sob diversas maneiras de planejar e estruturar a cidade, seu caráter social e aglutinador, de certa forma, encontra-se enfraquecido em comparação aos espaços públicos “antigos”. É possível perceber um processo de abandono e degradação física, afetiva e simbólica em relação ao espaço público, gerando locais subutilizados na malha urbana, contribuindo para a “desterritorialização”, bem como para o mal aproveitamento da infraestrutura urbana. Diante de tal fato, os espaços públicos perdem o caráter de lugares de permanência e sim, tornam-se cada vez mais apenas locais de passagem, espaços em desuso, que reforçam a percepção de isolamento e de medo.
De acordo com Lima (2014, p. não paginado) O ideal seria se a arquitetura nascesse dos espaços públicos consolidados ao longo do tempo e que estes fossem dotados de uma forma precisa e predeterminada que indicasse a disposição dos espaços privados e ordenasse os objetos arquitetônicos. E, partindo do princípio que os espaços públicos devem ter uma função reguladora e ordenadora, suas formas não podem depender de uma concepção singular ou de uma criação individual, como no caso de indivíduos arquitetônicos que se inserem na paisagem em detrimento da forma consolidada do espaço público. Os espaços públicos não funcionam de modo isolado, eles são sempre parte de “um complexo sistema contínuo e hierarquizado. É pela continuidade da rede dos espaços públicos que a cidade vai tomando a sua forma, é pela permanência no tempo dos espaços públicos que uma cidade constitui sua memória A arquitetura deve ser incorporada à vida urbana para expressar valores ambientais e sociais comuns, assim como criar espaços mais dignos e com qualidade para todos, que
Os espaços urbanos que, na sua origem,
englobem as atividades que os cidadãos
tinham papel agregador, hoje estão inseridas
necessitam e, ao mesmo tempo, contribuem
em malhas urbanas desconectadas, aonde cada
para as atividades urbanas interpessoais,
vez mais é notório a presença de segregação
favorecendo a vida democrática nas cidades e
social e distanciamento físico dos indivíduos.
o contato pleno e imediato com o próximo nas instancias urbanas.
22
1.2. Os conceitos e funçþes na vida urbana
25
que permitam um fortalecimento da obrigação política horizontal entre cidadãos e a democracia participativa.
Lopes (2015, p. 3) diz que requalificação urbana
A
no
Como local privilegiado do encontro entre
pode ser compreendida como o conjunto de
desenhourbano, cuja definição se baseia nas
cidadãos, o espaço livre público encerra o
intervenções pontuais realizadas em espaços
intervenções que um tecido ou malha urbana
potencial
local
Além da atenção do poder público ou qualquer
degradados e sem uso que, com o tempo,
sofrem, com o intuito de se obter maior
privilegiado da negociação de regras de
empresa privada que venha a ser responsável
foram sendo desvalorizados. São espaços
qualidade de vida e a plena satisfação dos
convivência e reconhecimento das diferenças,
pela elaboração de um projeto do gênero, os
projetados para atenderem à população,
moradores e usuários. Não pode ser entendida
e da troca informal de informações: uma
espaços públicos necessitam, primeiramente,
sobretudo no âmbito do lazer, e geralmente
somente como uma atividade técnica, que
oportunidade de ampliação do espaço da razão
da valorização do morador, do usuário,
surgem com iniciativas do poder público e dos
demanda conceitos teóricos e pré-concebidos,
comunicativa, onde para além do mundo social
interesses privados.
mas também deve levar em consideração a
e das normas, formata-se um mundo subjetivo
observação empírica e aspectos socioculturais
das vivências e das emoções, fomentador da
para sua concretização. A junção dessas duas
diversidade e conscientização.
De acordo com Lopes (2015, p.2-4), a requalificação é uma operação que visa direcionar esforços para se reutilizar um espaço, o qual esteja abandonado, instalando usos que estejam mais direcionados ao quadro
requalificação
urbana
intervém
vertentes auxilia na formação de um espaço que seja funcional e que atenda aos desejos e as necessidades da população.
da
afirmação
política,
Não podemos ignorar o fato de que o desenho urbano “como forma tridimensional” não é o único agente urbano que influencia nos
contemporâneo. Sua séria implantação pode
Assim, o desenho urbano contemporâneo
espaços públicos. A morfologia une essa e
gerar e chamar novos investidores, turistas e
revela-se ao mesmo tempo preocupado com o
outras formas de organização da malha
curiosos que queiram conhecer e também
desenho dos espaços enquanto entidade
urbana, partindo do princípio de que nenhum
fazer uso dessas instalações.
estética e como cenário de comportamentos e
elemento age sozinho, e a inter-relação entre
atividades. Ele está focado na diversidade de
esses entendimentos contribuem para o
atividades que contribui na criação de espaços
melhor esclarecimento das situações em que
urbanos de sucesso e, em particular com a
se encontram as cidades, sobretudo no que diz
estrutura física que suporta essas funções e
respeito à importância e assistência dos
atividades propostas. Essa noção de desenho
espaços livres públicos, foco deste trabalho.
Bezerra e Chaves (2015. Não paginado) dizem que [...] não é possível admitir apenas um conceito ou teoria de requalificação urbana, frente a tantas necessidades e possibilidades. Os espaços, públicos ou privados, desempenham funções urbanas. Assim o que é necessário é uma pesquisa maior, quanto a projetos de requalificação urbana, para que permita o desenvolvimento de novas perspectivas conceituais, formais e também formas de atuação, sempre questionando os modelos já existentes, pensando em gerar melhores soluções. Lembrando também que esse processo deve estar inserido no contexto geral da cidade, no plano diretor, deve ser prioridade na expansão e melhoria do ambiente.
urbano pressupõe uma relação estreita entre ideias, conceitos e elementos de projeto com
Segundo Santos (2006, p.110,263,270 apud PRETO, 2009, p.2)
diretrizes e instrumentos de intervenção e de gestão do espaço coletivo (PAOLI e PINA, 2007. Não paginado). O desenho urbano, também conhecido como Projeto Urbano, engloba várias áreas do conhecimento, dentre as quais se encontra o estudo dos espaços livres públicos. De acordo com Queiroga (2001, p. 214-215 apud PRETO, 2009, p.1-2)
Investir na valorização do espaço livre público é uma oportunidade de propiciar o aprofundamento da experiência estética do circular pela cidade, mas sobretudo valorizar o sentido de ‘bem público’, aquilo que pertence e é acessível a todos, ampliando o reconhecimento que temos um “mundo comum” que nos reúne, como indivíduos, em torno dos mesmos objetos (ARENDT, 2005, p. 59-68). Também um espaço propício à formulação de racionalidades locais
Parte da Praça das medianeiras, em Fortaleza, tomada para adoção pelos moradores. “A praça era abandonada, o piso e os bancos eram quebrados (…). Depois da reforma tudo melhorou, o público voltou a frequentar o local”, afirma o taxista Reginaldo Marques, que faz ponto próximo à praça há mais de 15 anos.
Fonte: Globo Notícias –G1, 2015.
efetivamente. Pois nada importa serem gastos
“rios”
de
dinheiro
num
empreendimento estupendo, sem que os moradores façam uso do mesmo. A recíproca também é verdadeira.
A adoção de espaços públicos por parte da população tem auxiliado bastante na sua
Foi a união de 40 moradores do Bairro Cidade dos Funcionários que assegurou a preservação de mais de 60 espécies de plantas do Parque das Iguanas. Eles se organizaram em uma associação, entraram no programa municipal de adoção de praças e áreas verdes e hoje a própria vizinhança mantém o parque a partir de doações. “Cada um doa o que pode, depois nos juntamos e dividimos as tarefas. Tudo é feito pela coletividade. Alguns regam as plantas, outros podam e assim vai dando certo”, explica o diretor administrativo da Associação de Proteção Ambiental do Parque das Iguanas (Apapi), Kleber Amora.
realizadas pela coletividade, como é o caso de Fortaleza.
A
seguir
são
demonstrados
fragmentos das falas de dois moradores e participantes do movimento, retiradas da página da Globo Notícias G1 (2015):
Os espaços públicos aumentam a qualidade de vida do morador, já que os mesmos possibilitam ao indivíduo aproveitar seus momentos livres com a família e amigos, fazer uso de equipamentos de esporte, visitar museus, igrejas, lojas, cinemas, fazer piqueniques nas áreas públicas cheias
verdade, do centro de uma cidade considerável, a expressão dos sentimentos de um grande povo”. De acordo com Queiroga (2002. p.2-13)
Diante de processos alienantes não apenas na esfera do trabalho mas também no ócio, transformado em lazer (ócio programado), a esfera de vida pública se apresenta efetivamente com vital importância enquanto espaço de resistência e de busca de alternativas à globalização socialmente injusta que presenciamos. Os “espaços livres públicos”, notadamente as praças (...) são sub-espaços importantes à cidade, à cidadania; mesmo, e sobretudo, diante da globalização, da qual a Megalópole do Sudeste é exemplo significativo; mesmo que as elites deles tenham se afastado. A praça nas grandes cidades da Megalópole brasileira não é um subespaço necessariamente decadente; os pobres dela vem participando mais, tornando no presente, ainda mais pertinente a afirmação de Fábio Penteado ([1962] 1998: p. 78): “A praça é o povo”.
indivíduos de outras cidades para apreciarem e conhecerem
a
mesma,
pela
beleza
e
antigo espaço público conhecido, a praça. Em
do homem.
categorize um espaço livre público, “trata-se, na
cidades, e que chamam olhares de outros
O que a gente quer é realmente fazer com que as pessoas pensem que a cidade é delas. Essas praças promovem o retorno aos espaços públicos. Esse é o maior ganho. (…) Amo muito Fortaleza, mas eu sinto que o fortalezense ainda não se apaixonou pela cidade. É um esforço de fazer com que as pessoas resgatem os espaços da cidade, é isso que a gente quer”, diz Águeda
fundamentais para a construção do cotidiano
que diz que a praça, ou outro elemento que
para conter o caos e a loucura do dia a dia das
organização espacial que a cidade possui.
públicos ativos trazem para as cidades são
Camillo Sitte encontrado em Choay (2005, p. 207),
Nesse aspecto, os espaços públicos são opções
“A gente considera tudo isso muito bom. É realmente um programa de voluntariado porque você trocar tudo isso por uma placa [que é a contrapartida em favor da prefeitura].
Os benefícios que a presença de espaços
preservação, uma vez que todas as tarefas são
de massa vegetativa, passear com o cachorro pelas vias largas e arborizadas, ter a possibilidade de se encontrar com conhecidos ou pessoas novas, valorizar e cultivar seu corpo e espírito. (Notas de aula da autora, da aula de História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo III, lecionada em 2014, pelo Profº Francisco Gimenes)
Em sua tese, Queiroga (2002. p.2-13) apresenta questionamentos sistemáticos do atual arranjo das grandes cidades e da configuração do mais
suma, seu objetivo geral é o de conscientizar agentes públicos e privados, assim como toda a população, de que a globalização não pode esgotar nossas fontes de ócio por meio das
atuais descobertas tecnológicas. A discussão se desenrola com embates dialéticos entre a ação comunicativa
e
as
racionalidades
de
Queiroga (2002. p.7) complementa que os espaços públicos necessitam ser valorizados, sobretudo por causa do estilo de vida que o
dominação.
homem
adotou
seguir
na
atualidade.
A
De acordo com Queiroga (2002. p.2-13) deve-se,
globalização
portanto, reavaliar a definitiva importância dos
ferramentas eletrônicas de essencial relevância
espaços
para as tarefas gerais do dia a dia, mas,
públicos
demonstrando
na
seus
contemporaneidade, aspectos
teóricos
propiciou
o
surgimento
de
e
paralelamente a isso, incentivou o afastamento
práticos que contribuem na valorização da vida
físico entre as pessoas e casos de alienação . Os
urbana, cuja vitalidade plena só existe quando
espaços públicos urbanos, que tanto eram
a funcionalidade pré-concebida é alcançada. Tal
utilizados durante toda a periodização da história,
diagnóstico pode ser reforçado pela citação de
foram perdendo gradativamente sua valorização devido as outras opções tecnológicas de lazer que
26
27
surgiram a partir da Revolução Industrial.
como
privados
vistos e o simples fato (talvez não tão simples
Devido a esse fato, deve-se ser muito bem
Romanini (2014, p.7) faz uso de um termo que
assim) de portar um uso, já é motivo suficiente
pensado a elaboração de novos espaços
para
para atrair atenção de vários cidadãos. Sem
públicos, os quais estejam compatíveis com as
Walkability que seria a “medida de quanto um
uso, o espaço não tem vida.
necessidades atuais da sociedade.
ambiente é saudável para as pessoas que o
A sociedade, genericamente falando, deve
De acordo com Paoli e Pina (2007. Não
usufruem para caminhar, para comprar, para
encontrar
paginado), existem alguns fatores que devem
morar, ou permanecer um tempo em uma área.
contemporaneidade, nos espaços públicos
ser considerados para se implantar espaços
”
urbanos e, para que problemas tais como os
livres públicos que sejam democráticos e
Trazendo esse conceito à atual realidade do
que
saudáveis aos usuários, ao mesmo tempo que
objeto de estudo, como avaliaríamos o
amenizados, é necessária a participação dos
atenda
walkability
cidadãos, tanto para a viabilidade dos espaços
as
necessidades
do
mundo
públicos, semi-públicos
nós
é
bem
dessa
e
interessante
área,
que
ressaltar:
amedronta
foram
o
lazer,
citados
se
busca
previamente,
públicos,
desde a gestão, passando pelo planejamento,
agregar usos nem atividades que possam ser
funcionamento, com o intuito de se obter
pela
atrativos para visitas? Como trazer a população
melhor dinâmica de elementos da cidade, por
para a rua e influenciá-la a utilizar os espaços
parte do morador com o meio urbano. Os seus elementos e seu arranjo espacial sugerem usos e comportamentos extremamente diferenciados e apenas sua análise sistematizada nos fará começar a compreender suas qualidades enquanto locais para o comportamento social. Neste sentido, nunca é demais frisar a importância dos estudos de comportamento para o Desenho Urbano pois, sem usuários, o espaço público é de pouco significado e importância, ao contrário do que entendia a Arquitetura Modernista. (DEL RIO, 1990. p. 99)
chegar
no
real
acontecimento dos espaços públicos (PAOLI E PINA, 2007. Não paginado). Tais conceitos resumem-se em: (2007. Não paginado) Permeabilidade,
é
um
dos
conceitos
responsáveis pela vitalidade do espaço urbano, o qual é formado pelos caminhos diversos existentes no espaço urbano rumo à vários pontos diferentes da cidade. Acessibilidade, é a habilidade que o indivíduo tem de acessar lugares e elementos urbanos, sem limites ou restrições. Legibilidade,
é
uma
característica
importante, responsável
por
visual
permitir
ao
pedestre o fácil reconhecimento de certo
Essa imagem pode ter vários tipos de interpretações. É interessante que se entenda, primeiramente, o fator alienação, advindo dos aparelhos e recursos tecnológicos existentes à disposição de todos, na atualidade. A ideia do jogo Pokemon Go, ilustrado na imagem pela figura do personagem Picachu, é bem interessante, pois influencia as pessoas a saírem de suas casas e irem ao encontro de espaços livres públicos, que são os locais onde mais se concentram bônus disponíveis do jogo. Apesar de ser uma maneira ainda alienada de fazer uso da tecnologia fornecida, este já é um grande passo para a conexão entre tecnologia e espaço público. Por que eu digo isso? Outro dia eu passeava com meu namorado, à pé, numa praça próximo ao centro. Ele estava jogando o dito jogo, quando encontrou um bônus e parou para pegá-lo. Foi quando ele disse: “Olha, tem um monumento aqui nessa praça. Que bonito. Nunca tinha reparado nele.” Isso nos faz pensar... Fonte Imagem: Linkedin, 2016.
livres públicos, que são direitos dos cidadãos? Como garantir segurança, acessibilidade e bemestar à todos os moradores ao fazerem uso desses espaços? Romanini (2014, p.1) diz que vários bairros brasileiros deram certo porque “têm foco nos pedestres, nas construções sustentáveis e na qualidade
dos
espaços
públicos”,
características do Novo Urbanismo. Esses elementos do Projeto Urbano auxiliam para que a cidade funcione e satisfaça grande parte da população. Lopes (2015, p. 10-11) diz que nos locais onde as
espaço, de acordo com a sua disposição na
diretrizes de requalificação e estudo de suas
malha urbana e sua ligação com os demais
potencialidades e viabilidades acontecem, “[...]
elementos urbanos.
existe uma diversidade de usos, interações e
Variedade e Flexibilidade, é a diversidade de
Identidade e Propriedade, é o sentimento de
sociabilidades. Essas formas de usar e interagir
experimentações disponíveis ao pedestre e a
posse do espaço, quando a população percebe
nos remetem a diferenças sócio espaciais e a
multifuncionalidade de usos dos elementos e
que o espaço pertence à elas, o qual é advindo
contradições existentes no espaço urbano.” Ou
objetos urbanos.
de uma clara delimitação espacial dos espaços
seja, os espaços passam a ser muito bem
seu
sejam
moradores e não é convidativa, por não
até
para
na
contemporâneo. Eles norteiam sua elaboração,
execução
quanto
que
correto
O livro New City of Life, escrito por renomados urbanistas dinamarqueses como Jan Gehl, Lars Gemzøe e Sia Karnaes, aborda, entre outros vários assuntos
urbanos relevantes, um
encarte de 12 critérios para se diagnosticar um
espaço, classificando-o como sendo um bom espaço público, ou não (ARCHDAILY, 2016). Os 12 conceitos adotados são ilustrados pelas imagens a seguir :
É importante que as necessidades da vida contemporânea
sejam
supridas
com
a
realização de projetos bem pensados e coerentes com os objetivos dos futuros
usuários. Para tanto, é aceitável a renovação, fazendo uso das ferramentas que só a era tecnológica pode nos propiciar. De acordo com os pensamentos de Lewis Mumford, expostos em Choay (2005, p.291) Dentro do remodelamento ou da criação completa de novos espaços livres urbanos, há lugar para toda uma experimentação nova e para planos audaciosos, que diferem ao mesmo tempo dos modelos tradicionais e dos que se converteram em clichês em moda do estilo contemporâneo. Nesse campo, cada cidade deve oferecer uma resposta diferente. (...) Precisamos também de soluções parciais, aplicáveis em pequena escala e que, no correr dos anos e das ocasiões, se integram em uma transformação radical do nosso meio ambiente. Deve-se persistir na defesa e manutenção dos espaços livres públicos, direito de todos os cidadãos, para que haja maior aproveitamento e melhor funcionalidade dos mesmos, evitando espaços
residuais
e
vazios
urbanos,
beneficiando tanto a população quanto à própria dinamização na malha urbana. Existem muitos espaços livres públicos pela cidade que ainda não portam uso nenhum, e cada espaço desse possui grandes potenciais sociais e coletivos únicos e essenciais para a vivacidade da cidade.
Fonte das imagens: Archdaily, 2016.
28
1.3. Os elementos do espaço livre público A seguir são apresentados definições e exemplificações de alguns elementos urbanos importantes na concepção de um Espaço Livre Público. Foram selecionados de acordo
com as pretensões iniciais do projeto, fundamentando os ideais adotados no partido conceitual.
1.3.1 Pavimentação
31
Uma das preocupações na implantação de
ideais para serem utilizados em ambientes
Espaços Livres Públicos é a escolha do tipo de
externos, nas calçadas, passeios, praças, pista
pavimentação.
interfere
de skate, pista de caminhada, escadas urbanas
sobremaneira nos ciclos do meio ambiente. De
e playgrounds. Nas rampas são eficientes por
acordo com Zatarian (2014, p. 77-78), a
possuir alta aderência e alta resistência ao
impermeabilização
geralmente
atrito. Além disso, possui fácil manutenção, por
presente nas vias e passeios públicos, provoca
serem removíveis e reaproveitáveis para
terríveis danos urbanos. Ela é responsável pelo
eventuais
aumento do fluxo pluvial, contribuindo no
utilização imediata do produto após sua
aumento de ocorrências de enchentes e
instalação. (RHINOPISOS,2016)
Essa
do
escolha
solo,
deslizamentos, por causa da redução de áreas permeáveis. (ZATARIAN, 2014, p. 78)
reparos.
Também
permitem
De acordo com a Rhinopisos (2016), os benefícos gerados na escolha da utilização do
Por esse motivo, vem sendo realizadas várias
piso drenante, certificados ambientalmente,
pesquisas e incentivos para a redução desse
são:
tipo de pavimentação. Atualmente, tem-se uma quantidade muito grande de opções de tipos de pavimentação que não agridem o meio ambiente e são passíveis de serem utilizados em espaços livres públicos. Um produto novo no Brasil, com caráter sustentável, é o piso drenante. São compostos por placas de concreto poroso, que permite que a água seja drenada completamente. São atérmicos e antiderrapantes e conhecidos como os pisos mais ecológicos presentes hoje em dia no mercado. Auxilia no combate às
Composição de assentamento do piso drenante Fonte: Cimartex, 2016.
1. Reduz as ilhas de calor. 2. É produzido próximo ao local de uso. 3. Reduz o escoamento superficial da água. 4. Reduz 100% das enxurradas,por seuscoeficientesde permeabilidade e de escoamento. 5. Filtra a água, melhora sua qualidadee possibilita a coleta de água de reuso. 6. Reduz a poluição de fontes não pontuais. 7. Reduz as áreas impermeáveis e mantém os espaços úteis do terreno. 8. Reduz os gastos com recursos de drenagem de água e reservatórios.
enchentes, inundações e enxurradas pelo fato de ser um produto 100% permeável. O piso drenante atende às solicitações de mercado e está apoiada na lei vigente atualmente 11.228/1992, sobre o controle de escoamento das águas pluviais nos empreendimentos. São
Demonstração do comportamento do piso drenante quando exposto à água. Fonte: Rhinopisos, 2016.
1.3.2 Mobiliário Urbano De acordo com a ABNT NBR 9283(1986, p.1),
Calçadão,
mobiliários urbanos são “todos os objetos,
Jardineira, Queda d’água.
elementos
e
pequenas
construções
integrantes da paisagem urbana, de natureza
utilitária
ou
não,
implantados
mediante
autorização do poder público em espaços públicos e privados”. De acordo com essa norma (ABNT NBR 9283, 1986, p.1), os mobiliários
urbanos
são
classificados
funcionalmente em 9 categorias, que são apresentadas a seguir, juntamente com alguns exemplos de nosso cotidiano.
Bicicletário, Pavimentação, Rampa, Escadaria. Cultura e Religião: Arquibancada, Monumento, Palco. Esporte e Lazer: Aparelho de televisão Brinquedo,
Mesa
Escultura
e
Estátua,
Pode-se entender que mobiliário urbano é um elemento urbano existente em diferentes escalas
nos
espaços
abertos
públicos,
coexistindo com as edificações, formando a cidade (JOHN, 2010). O mobiliário urbano, em complementaridade aos demais elementos urbanos existentes, auxiliam para a perfeita funcionalidade
dos
e
assentos,
Playground, Quadra de Esporte. Infra Estrutura: Orelhão, Luminária, Poste de Luz, Bebedouro, Lixeira, Sanitário Público. Segurança Pública e Proteção: Balaustrada, Gradil, Guarda Corpo. Abrigo: Quiosque, Pérgola. Comércio: Banca (de jornal), Barraca, Trailer.
Informação e Comunicação Visual: Anúncios, Relógios, Sinalização. Ornamentação da paisagem e Ambientação Urbana: Arborização, Banco e Assentos,
dependendo da forma como ele é disposto, interfere na percepção qualitativa do
espaços,
promovendo
estética harmônica, conforto e segurança aos usuários.
Circulação e Transporte: Ponto de ônibus,
coletivo,
Canteiro,
usuário à cidade, tornando o espaço agradável
ou
desagradável
ao
uso.
(MONTENEGRO, 2015, p. 8). O projeto de um espaço aberto e do mobiliário urbano
(...) tanto o mobiliário quanto os espaços públicos devem propiciar aos cidadãos sentimentos de segurança, bem-estar, prazer, liberdade, fruição possibilitando a criação de referenciais como forma de estabelecer inter-relações entre os objetos, as atividades e os próprios usuários, de modo a configurar espacialmente e perceptivamente o espaço dentro do contexto social, urbano e geográfico na cidade. No caso particular do design de mobiliário urbano, os objetos a serem criados devem ser providos de significado e de relações simbólicas com a cultura, o contexto urbano e a paisagem locais, expressando-se como uma manifestação das características ambientais daquele entorno específico, já que de nada valeria instalar produtos de alta tecnologia em locais onde sequer existe uma calçada. O mobiliário urbano é um dos elementos que constitui a paisagem urbana e,
Os mobiliários urbanos devem estar dispostos de maneira harmônica e seguindo uma ordem.
deve ser pensado físico-espacialmente,
Isso porque o ordenamento é essencial ao ser
levando em consideração as necessidades
humano, ao induzir uma percepção de unidade
dos usuários, características naturais e
e apresentar um sistema racional sequencial
locais, e dando destaque às particularidades
dos elementos que constituem a paisagem
do local por meio do desenho urbano, para
urbana na qual estão inseridos. (JOHN, 2010, p.
que
esse
espaço
seja
um
ambiente
qualitativamente satisfatório e que remeta De acordo com Montenegro (2015, p. 8),
direta ou indiretamente na qualidade de vida urbana e na relação produtousuário-ambiente onde se estabelece uma identidade urbana. (MONTENEGRO, 2015, p. 11)
reações positivas por parte daqueles que o utilizam. (JOHN, 2010, p. 188) A importância do mobiliário urbano para o espaço público pode ser observada tanto através da quantidade, da qualidade, do ordenamento, dos materiais empregados e da localização de cada um de seus elementos, ou seja, a legibilidade e visibilidade, em relação às necessidade de uso dos indivíduos dentro do espaço urbano. Entretanto, na maior parte das vezes, a instalação e o posicionamento são inadequados, apartados dos aspectos espaciais e de uso dentro do contexto urbano, criando situações inconvenientes como também interferências negativas que dizem respeito à circulação e acessibilidade urbana por parte dos cidadãos. Todas estas questões formam o arcabouço no qual a sustentabilidade do espaço público urbano encontra-se inserida, já que as implicações decorrentes de cada um desses aspectos interfere
189). Porém, é necessário tomar cuidado para que esse ordenamento não se transforme em repetição e que a escolha das texturas não seja univalente, evitando, assim, a monotonia e criando um espaço heterogêneo e harmonioso. (JOHN, 2010, p. 189) (...) as séries das quais o observador se apercebe para além da questão temporal, incluindo ligações de elemento por elemento, onde um elemento está associado ao que o procede e ao que se lhe segue (como numa sequência casual de elementos marcantes), e também séries que estão estruturadas no tempo e, assim, se tornam melódicas na natureza (como se os elementos marcantes fossem aumentando em intensidade de forma, até que um ponto máximo seja atingido.) (...) Num meio ambiente complexo pode até ser possível usar técnicas contra pontuais: modelos de melodias e ritmos opostos em movimento. Estes métodos têm de ser desenvolvidos conscientemente (...). (LINCH, 1997, p. 120)
32
A qualidade estética e visual, o aspecto modular e multifuncional dos elementos urbanos, bem como o posicionamento adotado para tais elementos
no
espaço
urbano,
está
completamente atrelada com a complexidade do ambiente. Essa complexidade, entendida como “maximização na quantidade de elementos diferentes dentro de uma estrutura compositiva” (JOHN, 2010, p.190 apud REIS, 2002, p.59) gera
33
estímulos para a atenção das pessoas, por meio da sua riqueza visual, forma e coerência entre os elementos dispostos no meio.
Interação do corpo humano com os elementos do espaço. Esses elementos, compilados a outros, distribuídas no espaço de forma harmônica, geram estímulos aos indivíduos para experimentar o lugar, desvendando em partes sua complexidade. Fonte: Felippe, 2013.
Deve-se pensar na acessibilidade do uso,
restrições (PARTEZANI, 2003, p. 10).
daqueles que farão uso dos elementos e do
A iluminação nos espaços públicos é de
criando, para o usuário “possibilidade e
2. Considerar distâncias e espaços confortáveis
espaço urbano.
extrema importância para a dinâmica urbana.
condição
e
ao usuário, garantindo que este não precise
entendimento para a utilização com segurança
fazer esforços adicionais para a utilização dos
e autonomia” tanto dos mobiliários urbanos,
elementos urbanos (mobiliários urbanos) e dos
quanto do espaço livre público como um todo.
ambientes (espaço público) (PARTEZANI, 2003,
(ABNT
p. 10).
de
NBR
alcance,
9050,
2004,
percepção
p.
2).
Essa
acessibilidade é peça-chave dos princípios
com quaisquer tipos de deficiências (como
em Washington, EUA, em 1963, por uma
perda auditiva e visual), buscando solucionar
comissão responsável. (PARTEZANI, 2003, p.
problemas de projeto de forma coerente, por
10). O desenho Universal tem quatro objetivos
meio do uso de sinais táteis e sonoros e cores
importantes a se destacar, de acordo com
vibrantes, por exemplo (PARTEZANI, 2003, p.
Partezani (2003, p. 10):
10).
1. Admitir a disposição ampla das diferenças
4. Admitir a inter-relação entre elementos e
antropométricas. Isso significa permitir que
ambiente, para que funcionem como um
pessoas com padrões etários-físicos distintos
sistema, e não como unidades isoladas
(engloba desde crianças a idosos, pessoas mais
(PARTEZANI, 2003, p. 10).
situações diversas (sentados, em pé) possam fazer pleno uso do espaço e dos elementos projetados, sem interrupções, obstáculos e
de praças num Campus
Universitário e
constatou alguns fatores importantes a serem destacados em relação aos mobiliários urbanos destinados à iluminação nesses espaços:
3. Admitir ambientes tangíveis para pessoas
básicos do desenho universal, conceito criado
baixas, mais altas e cadeirantes) ou em
Garboggini (2012, p. 277) faz algumas análises
Com o desenho universal concebido na prática, é possível perfazer fatores ergonômicos e de conforto, evitando, assim, eventuais acidentes,
De acordo com Jacobs (2000, p. 3-24), a qualidade da vida urbana é vinculada à quantidade de luzes acesas no meio. Com espaços públicos chamativos funcional e esteticamente, mais iluminados (com focos de luz adequados em cada setor de convivência)
Diante de um contexto global de deterioração, os setores da praça com baixos índices de uso (...) passaram a atrair pessoas envolvidas com drogas, gerando situações de insegurança, não incentivando a comunidade (...) a permanecer por tempo mais prolongado naqueles lugares, conforme relatado pela equipe de vigilância da praça. Apesar da existência de câmeras de monitoramento (...), a falta de um sistema de iluminação adequado era também um fator que dificultava e desmotivava o uso da praça no período noturno. A partir das medições feitas por Pizarro et al. (2006), ao anoitecer, foi detectado que a iluminação artificial variava em muitos pontos, não obedecendo ao mínimo de 10 a 20 lux.
com manutenção e monitoramento adequado (o qual pode ser feito pela própria população usufruidora), a atratividade do espaço para com os usuários aumenta. Com a iluminação apropriada, garante-se segurança aos usuários, movimentação de pessoas e dinâmica tanto diurna quanto noturna, necessária para o perfeito funcionamento da área em todos os períodos do dia no âmbito urbano.
incômodos e descontentamentos por parte
Mobiliário Urbano Multifuncional. As vezes, um único mobiliário possibilita a realização de diversas atividades num mesmo elemento. De qualquer forma, devem sempre seguir uma ordem e se relacionar com o restante dos componentes urbanos presentes no espaço. Fonte: Pinterest, 2016.
Mobiliário Urbano Modular: permite a modificação de sua espacialidade conforme seus diferentes tipos de montagem e necessidades dos usuários. Fonte: Pinterest, 2016.
34
1.3.3 Marquise
35
A marquise do Ibirapuera é a pedra de toque dessa história. Ela se confunde com a própria construção do parque. (...) A marquise encarna a própria arquitetura do parque construído. Ou seja, os pavilhões estão no parque; a marquise é o parque. No Ibirapuera, a sombra da marquise é mais generosa do que a das copas das árvores. A forma da marquise não é apreensível senão à distância, em voo de pássaro, pois, para quem frequenta sua sombra e seus espaços, ela é – antes de forma – som, temperatura e demarcação de território. Uma espécie de interior extenso, dilatado, movido pelos sons de seus frequentadores, agora partícipes e conviventes dessa sensação de interioridade. Em um conjunto arquitetônico afirmativo, onde tudo é métrica e modulação, a marquise escapa à mensuração, à percepção do rigor construtivo e concreto, para ser espasmo, sugestão e fluidez. (JORGE, 2014) Ao ingressar no Ibirapuera, o homem, por um breve instante, titubeia, indeciso, à procura de seu lugar no parque, onde possa deixar correr suas horinhas de descuido, no embalo típico dos momentos de nada fazer, e toma a direção da marquise. Passeia por ela, percorre o parque ao seu abrigo, como se ela fosse o mestre de cerimônias, o guia de todos os caminhos, a chave dos espaços, a essência do parque, o sentido do lugar. Ela, como pode parecer, vista do alto, não distribui ou liga os edifícios, cobrindo os caminhos e direcionando a circulação. Definitivamente, ela faz o inverso: a ela todos convergem. Seu encanto livre e sombreado é protagonista daquele espaço, onde cada edifício ou programa não passa de um ilustre apêndice do que é o programa-síntese de um parque: o espaço a ocupar e a se inventar continuamente, um espaço que se faz
na medida de seu uso, no compasso do evento; o espaço transformador da marquise. “A poesia existe nos fatos”, frase oswaldiana inaugural do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, situa quem melhor concentra o reconhecimento de um fato estético na paisagem do Ibirapuera. A marquise não se impõe como obra constituída, texto fechado ou espaço definido, mas sim como fato, evento ou acontecimento. Ela é a alegoria da democracia, da liberdade de expressão, do convite à integração ao lugar: nela percebemos que o sentido está em nós, no que fazemos e em como fazemos. Página em branco a receber as mais variadas escrituras. Página em branco, solenemente em branco, para imprimir os fatos passageiros e banais da vida em hora de folga. Página em branco, com seus limites curvos a perder de vista, a misturar o coberto com o descoberto, o sombreado com o solar, o seco com o molhado, o aqui com o ali da paisagem recortada, sua interioridade sem fechos e a experiência de novos valores da escala humana no espaço urbano. (JORGE, 2014)
Fez-se necessário destacar este valoroso trecho da definição da marquise do Parque Ibirapuera, escrita pelo arquiteto e urbanista Luís Antônio Jorge (2014), pela tamanha riqueza de termos. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a marquise é sobremaneira conhecida e admirada tanto por grandes conhecedores da arte da construção, quanto por leigos do assunto.
Esse
monumental objeto arquitetônico permite que a vida urbana aconteça de fato, em todas as vertentes do uso e das possibilidades funcionais. Haja sol, haja chuva, haja eventos anuais, apresentações simples ou passeios singelos, a marquise direciona e envolve todos os elementos que constituem o parque, referenciando pontos importantes a serem explorados, abrindo rumo a caminhos diversificados, gerando uma compilação de
complexidades urbanas envolventes, conexas, e ativasvivas. A marquise se tornou o elemento do Parque Ibirapuera de maior apreciação dos usufruidores, devido ao seu caráter monumental, extensivo-conector e multifuncional. O tamanho físico-espacial tanto da marquise quanto do parque, em si, pode variar de acordo com as experimentações urbanas que possam vir a se suceder, pertinente a complexidade de usos adotada. Seu tamanho é relativo por causa das atitudes urbanas admitidas pelos usuários, das pretensões de uso, das necessidades e dos quereres
inconscientes
conscientes
dos
indivíduos
(JACOBS, 2000). Uma marquise pode ser apenas uma marquise, um elemento estrutural concreto, estático e inerte; bem como ela, também, pode funcionar como elemento gerador de fascínio aos visitantes, de caráter motivacional, Marquise do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. Fonte: Pinterest, 2016.
histórico,
sugestivo,
liberto-funcional,
indagador, colaborador da vivacidade e movimentação da dinâmica urbana.
36
1.3.4 Funções (...) a função prosaica das praças, “cortar caminho”, é uma das bases elementares para gerar movimento. O movimento, conforme já o demonstrara Jane Jacobs, amplia a segurança nos locais públicos, atraindo então as pessoas para usos mais prolongados, estares, conversas; estimulando, portanto, a apropriação mais diversificada das pessoas, a vida nos espaços públicos. (QUEIROGA, 20, p. 317)
37
O espaço livre, enquanto instância pública, possibilita aventuras em seus percursos, e a maneira sobre como ele é desenhado permite experimentações e novidades, induzindo o usuário a caminhar mais, para descobrir mais. Esse
fato
está
correlacionado
com
a
complexidade do espaço: o desenho do passeio, da disposição das atividades e, inclusive, da presença de marquises. Essa tal complexidade, a qual Jacobs (2000, p.113) se refere, faz menção à “complexidade visual, mudanças de nível no piso, agrupamentos de árvores, espaços que abrem perspectivas variadas – resumindo, diferenças sutis.” De
acordo com Jacobs (2000, p.113), essas diferenças sutis da paisagem se dão pela diversificação de usos existentes no espaço e sobre como elas funcionam. Os espaços livres públicos “bem-sucedidos sempre parecem mais complexos quando estão em uso do que quando estão vazios.” (JACOBS, 2000) A seguir, Jorge (2014) apresenta uma análise comparativa sobre a complexidade existente no Parque do Ibirapuera em São Paulo e no
Hyde Park, em Londres, e suas consequências. O Ibirapuera é ligeiramente maior que o Hyde Park, mas parece ser bem maior. Por sua configuração e sua sintaxe classicista, o parque londrino é capaz de ser apreendido em sua totalidade. Também se integra ao tecido urbano, preservando a escala humana. O Ibirapuera é mais isolado para o pedestre, devido ao porte do sistema viário que o contorna. Não temos noção de seu tamanho, pois não percebemos sua totalidade, nem sua sintaxe: ela precisa ser descoberta pelo andar, enquanto, no parque inglês, ela pode ser vista. Paisagens distintas, mas, sobretudo, experiências sensoriais diferentes. As áreas que aferem as dimensões dos parques são úteis ao planejamento das cidades, mas destituídas de valores urbanísticos. O Ibirapuera, sempre lembrado por seu porte em São Paulo, merece ser reconhecido nos termos desses últimos, que, ao contrário do primeiro, são dinâmicos e se alteram no tempo.
A
complexidade
ao
que os seus componentes urbanos estejam
e,
dispostos de tal maneira que convidem o
efetivamente, usar, os espaços livres públicos.
indivíduo a entrar e descobrir coisas, que
Um indivíduo pode ir a um espaço público em
induzam o indivíduo a explorar o espaço. Isso
diferentes períodos do dia,
trará garantia que a periodicidade de visitas do
pretexto
dos
esta
usuários
correlacionado de
ir
visitar
(...) as vezes para descansar, as vezes para jogar ou assistir a um jogo, as
espaço aumente, por causa da curiosidade
vezes para ler (..), as vezes para se mostrar, as vezes para se apaixonar, as vezes para atender a um compromisso, as vezes para apreciar a agitação da cidade num lugar sossegado, as vezes na esperança de encontrar conhecidos, as vezes para ter um pouquinho de contato com a natureza, as vezes para manter uma criança ocupada, as vezes só para ver o que ele tem de bom e quase sempre para se entreter com a presença de outras pessoas. (JACOBS, 2000, p. 113)
113). Caso contrário, se o espaço puder ser
O espaço não pode ser assimilado num único momento pelo visitante, de maneira fácil e rápida (JACOBS, 2000, p. 113). É importante
despertada nos visitantes (JACOBS, 2000, p.
“apreendido num relance” e se “um de seus segmentos for igual” aos demais, transmitindo “a mesma sensação em todos os lugares”, o espaço público não será estimulante
suficientemente para “usos e estados de
espaço público como uma esfera complexa
copas das árvores ou de marquises, por
espaços públicos possam se destacar, atuando
espirito diversificados” e “nem haverá motivo
(JACOBS, 2000, p. 114). O centro, reconhecido
exemplo, propiciam momentos de descanso,
como peça importante na composição do
para frequentá-lo várias vezes” (JACOBS,
pelos usuários, se torna o ponto de encontro
conforto e contemplação, assim como permitir
cenário local. Os espaços públicos não devem
2000, p. 113).
e de referência entre indivíduos, o fator de
que a luz do sol se debruce no espaço, garante
ser resíduos da malha edificada: eles devem
legibilidade do projeto, o lugar de maior
um aspecto enérgico ao local e às pessoas
complementar
relevância no espaço. “É, no mínimo, um
(JACOBS, 2000, não paginado).
portando usos e atividades, para garantir a
A existência de uma centralidade no projeto é um outro fator importante na concepção do
cruzamento principal e ponto de parada, num local de destaque” (JACOBS, 2000, p. 114).
O
espaço
público
pode
ser
delimitado
espacialmente e agregar valor único de acordo entorno
imediato
existente.
As
edifícios
existentes,
vivacidade do espaço (JACOBS, 2000, não paginado).
Os espaços públicos têm na insolação um
com
outro elemento que forma o cenário da
edificações vizinhas criam uma forma definida
anteriormente (Complexidade, Centralidade,
paisagem local. O sol é importante, mesmo
de espaço, que tem nas praças e parques seu
Insolação e Delimitação do espaço) são
que afetando indiretamente o espaço: a
plano de fundo. Esse contraste permite que os
considerados por Jacobs (2000) os fatores
presença de sombras, garantidas através das
o
os
Esses
quatro
elementos
destacados
primordiais para garantir que os espaços públicos sejam frequentados por cada vez mais pessoas, com propósitos diferentes e em períodos diversos do dia.
Vista aérea de multidão. Fonte: Istock, 2016.
38
1.3.5 Paisagem urbana Paisagem urbana pode ser definida como a
Podemos dizer que “tanto a paisagem quanto
legibilidade da forma sobre
qual as
o espaço resultam de movimentos superficiais”
edificações e os elementos urbanos se
que constituem a cidade, estabelecendo “uma
comportam
e
do
realidade de funcionamento unitário, um
perímetro
urbano,
juntos,
mosaico de relações, de formas, funções e
se
combinam
a
dentro
exprimindo,
condições legíveis de caráter natural e cultural do
39
espaço,
condicionados
por
fatores
econômicos e sociais (CULLEN, 2008, não paginado). Para Linch (1997, p.2), a legibilidade em questão pode ser entendida como a “facilidade com que cada uma das partes” do
espaço “pode ser reconhecida e organizada em um padrão coerente”. De acordo com Santos (1997, não paginado), a paisagem pode ser reconhecida como tudo aquilo que podemos ver, até aonde nossa visão pode chegar, um emaranhado
de
elementos
relacionados
compostos por cores, formas, sons, cheiros e movimentos.
sentidos.” (SANTOS, 1997, não paginado) A paisagem se modifica de acordo com a percepção que cada um estabelece para com
porque a relação entre dois edifícios, e o espaço entre eles, são questões que imediatamente se afiguram importantes. Multiplique-se isto à escala de uma cidade e obtém-se a arte do ambiente urbano; as possibilidades de relacionação aumentam, juntamente com as hipóteses a explorar, e os partidos a tomar. Até um pequeno grupo de edifícios pode assumir uma expressão própria, e ser espacialmente estimulante. (CULLEN, 2008, não paginado)
aquilo que se vê do espaço (SANTOS, 1997, não
De forma geral, a combinação de todos os
paginado). Isso acontece devido à educação e
elementos que formam a paisagem urbana deve
costumes que cada indivíduo possui, o que
repassar para o indivíduo uma ideia de qualidade
influencia sobremaneira na forma como o
nas relações sociais e espaciais: “para o passeante,
mesmo
existente
os elementos compositivos da paisagem tornam-
(SANTOS, 1997, não paginado). Além do mais, a
se traços significativos e pertinentes, marcando
localização admitida para se apreciar qualquer
sua consciência, o que pode derivar da memória,
paisagem influencia na percepção do lugar: se
bem como dos movimentos de seu corpo”.
o usuário está no chão, num piso mais elevado
(GARBOGGINI, 2012, p. 31)
enxerga
a
paisagem
ou mais baixo, ou até mesmo num mirante, a captação e a formação do significado do espaço
dos mais interdisciplinares objetos concretos de
paginado). A paisagem passa a ter escalas
estudo, pode representar um “objeto de
diversas para o olhar, podendo variar com as
conhecimento”, assim como também pode ser
diferenças de nível optadas como o ponto de
um “simples meio de trabalho”, ao mesmo
vista
tempo que alguns “o veem como um produto
desaparecimento de alguns obstáculos da
Óptico: é entendida como a visão serial: é o
histórico”, ou até mesmo como um “processo
visão e atenuando outros, conforme se
caminho pelo qual o transeunte percorre,
histórico” (SANTOS, 1997, não paginado). O
observa,
horizonte
admitindo pontos de vista diferentes, construindo
espaço urbano admite características da
apreendido nunca seja rompido (SANTOS,
as diversas paisagens captadas do espaço.
própria sociedade, na sua dimensão mais
1997, não paginado).
(CULLEN, 1971, p. 11)
“reflexo e condicionante social, fragmentado e articulado, um conjunto de símbolos, paisagens e campos de lutas” (CORRÊA, 1995).
do
relativa
(SANTOS,
observador,
permitindo
que
1997,
causando
o
não
dividir em três categorias a análise da paisagem, e
Em complementaridade, o espaço, que é um
materializada nas formas espaciais, sendo
é
De acordo com Cullen (1971, p. 11), é possível
elas formam uma ferramenta de análise bem útil na prática, uma vez que relaciona aspectos emotivos das pessoas e o espaço propriamente dito. São elas:
o
Se me fosse pedido para definir o conceito de paisagem urbana, diria que um edifício é arquitectura, mas dois seriam já paisagem urbana,
Local: é a reação emocional do transeunte perante à sua posição no espaço, e as sensações que esse espaço provoca. (CULLEN, 1971, p. 14)
Visão serial da praça Victor Civita, em São Paulo. Fonte: Zatarian, 2014.
40
Planta de Uso da Praça Franklin Roosevelt, em São Paulo. Fonte: Garboggini, 2012.
Conteúdo: é a relação da percepção do
e auxilia no entendimento efetivo dos
indivíduo para com a constituição do espaço,
problemas e potencialidades presentes em
admitindo as cores, texturas, escalas, estilos,
praças. De forma simplificada podemos dizer
natureza, personalidade e demais elementos
que Alex (2011, p. 134) divide sua análise em
que destaquem e individualizem a paisagem
cinco categorias principais:
do espaço observado. (CULLEN, 1971, p. 17)
Contexto:
aborda
Não conformidades: apresenta os problemas do espaço de acordo com os três fatores
responsáveis: por
intervenções
funcionais
questões
históricas
e
oficiais:
qualitativos
equívocos dos
órgãos
públicos, no que diz respeito às atitudes urbanas adotadas
Sobre a visão serial, Cullen (1971, p.19) diz
pertinentes ao funcionamento e a relevância
que é a progressão sucessiva de pontos de
do espaço para a cidade.
por uso: mau uso do espaço pelos usuários
Tecido Urbano: examina a disposição da
e por projeto: equívocos na concepção do
vista que surgem no percurso adotado pelo
transeunte, de um extremo ao outro do espaço. Quando o visitante resolve fazer um
malha viária, e a realidade das condicionantes naturais.
desenho do espaço. A conceituação levantada neste capítulo é de
percurso, este percebe “uma série de contrastes súbitos que têm grande impacto
Entorno: apresenta os usos existentes nas
extrema importância para o real entendimento
visual
edificações vizinhas do entorno imediato, e
sobre como funciona um espaço livre público,
(GARBOGGINI, 2012, p. 119)
suas consequências para o espaço público.
e essa discussão será retomada mais a frente,
Numa outra perspectiva de análise da
Uso: evidencia as atividades formais e
paisagem, existe a análise do projeto (no
informais
caso, da praça), elaborada por Alex (2011).
caracteriza física e qualitativamente alguns
Esta possui ferramentas mais técnicas
pontos importantes, quanto ao uso do local.
e
dão
vida
ao
percurso”
que
ocorrem
no
espaço,
e
com a aplicação prática desses preceitos, em mapas, fotos e esquemas gráficos, na análise do terreno de projeto.
2. ANÁLISE DA ÁREA DE LEVANTAMENTO
A região de intervenção encontra-se na Zona Oeste, na cidade de Ribeirão Preto. Fonte: Google Mapas
A área para levantamento foi escolhida devido aos seus elementos limítrofes: 3 córregos e duas rodovias. Fonte: Google Mapas.
N
N
Localização Neste capítulo são apresentados levantamentos
Nesta última análise, fez-se uso da metodologia
O terreno escolhido para se fazer o projeto
pertinentes ao objeto de projeto. Primeiramente,
de dois grandes especialistas, no que diz respeito
hoje contém uma quadra, um campo de
é mostrado levantamentos de praticamente toda a
à análise dos aspectos da paisagem e do projeto:
futebol e muitas árvores. Não possui
Zona Oeste do município Ribeirão Preto, cujo
Cullen (2008), para tornar possível a realização da
características propícias para convidar os
perímetro foi determinado de acordo com quatro
visão serial da área estudada, a fim de perceber
moradores a utilizarem-na, devido seu
fortes elementos urbanos: o Córrego Vista Alegre,
peculiaridades e potencialidades nas paisagens
abandono.
o Córrego Ribeirão Preto, a Rodovia Antônio
captadas; e Alex (2011) para tornar possível o
levantamentos
Duarte Nogueira e a Avenida Bandeirantes. A
entendimento
região
seguir, a área de análise é reduzida para a quadra
possibilitando a elaboração de mapas sobre o uso
propriamente dito, para haver a melhor
do
quadras
do terreno e sobre as não conformidades dos três
compreensão da atual realidade do mesmo
análise
fatores responsáveis: por intervenções oficiais,
e como esse local poderá se tornar um
por uso; e por projeto.
grande espaço livre público bem sucedido.
objeto
de
projeto
perimetrais.
E,
por
fim,
com
suas
tem-se
a
aprofundada do terreno a sofrer a intervenção.
do
funcionamento
da
área,
do
Mais mais entorno,
adiante
veremos
aprofundados e
do
da
terreno
Terreno de Projeto. Fonte: Google Mapas
2.1 A Zona Oeste de RibeirĂŁo Preto
JD. ANTÁRTICA
CJ. HAB. JD. MARIA DA GRAÇA JARDIM MONTE CARLO
LEGENDA:
O bairro mais antigo presente na área é a Vila Virginia, aonde podemos identificar casas mais antigas e maior quantidade de moradores da terceira idade.
1920 a 1929
JD. MARCHESI
VL.MANOEL
JD. CONCEIÇÃO
JUNQUEIRA
1940 a 1949
O Bairro Solar Boa Vista, o Loteamento José Pitta e o Jardim Bella Vista, assim como seus bairros adjacentes, possuem basicamente o mesmo padrão de adensamento e manutenção das casas e praças.
VL.AURORA
JD.MARIA AUGUSTA
VL. FORMOSA RES. FLÓRIDA
VL. TIBÉRIO
JD SANTA RITA VL.AMÉLIA
JD. PROGRESSO
JD. VIDA NOVA
JUNQUEIRA
1950 a 1959
COND.RES. VISTA ALEGRE
VL.UCHOA
1960 a 1969
COND. QUINTA DA BOA VISTA
VL. LIBERDADE
COND.RES. GARDEN VILLA
1970 a 1979
PQ. ECOLÓGICO ANGELO RINALDI ESSO GR (HORTO FLORESTAL) PRO VL.
VL. ISABEL COND. QUINTA DA BOA VISTA
1980 a 1989
De forma geral, a porção da Zona Oeste escolhida para levantamento possui as mesmas características na formação da malha e dispõe de condições urbanas similares. Todavia, paralelamente a isto, há alguns bairros que contrastam entre si e que não possuem registros de implantação, que é o caso do Condomínio Quinta da Boa Vista e o Jardim Progresso, por exemplo. O condomínio é formado por moradias de alto padrão e existem muitas chácaras para locação. Por outro lado, o jardim Progresso foi constituído de forma irregular: muitas ruas não são asfaltadas, não há desenho ordenado de vias, concentra-se uma quantidade grande de casos de roubo, morte, tráfico. Isso nos faz refletir, uma vez que ambos loteamentos se localizam um do lado do outro.
JD. BELA VISTA
1990 a 1999
VL. VIRGÍNIA JD. JAMAICA
2000-2009
VL.COND. AFONSO ESTAÇÃO XIII PRIMAVERA
JD. PIRATININGA LOT. JOSÉ PITTA
SEM DADOS
JD. GUANABARA
JD. JOÃO ROSSI
JD.ÁLVARO COSTA COUTO
VL. GUANABARA
JD. NOVA VL.VELLUDO ALIANÇA
CJ. SOLAR BOA VISTA JD. DOM BOSCO
JD.FRANCISCO GUGLIANO
JD. BELA VISTA
JD PIO XII
JD. EUGÊNIA JD. ACLIMAÇÃO
COND.RES. GUEDES
VL.STA. TEREZINHA
E TONANI JD. DELBOUX JD. MORUMBI
CJ. HAB. ADÃO DO CARMO LEONEL
Ou seja, apesar de se localizarem na mesma área, é possível identificar diferenças sociais e de formação da malha, devido à época em que cada um foi criado e suas condições de existência, com possíveis irregularidades.
VL. GUIOMAR
JD. SANTA LUZIA
2.1.1 Relação de Parcelamentos
47
COND. RESID. MOEMA
RIBEIRÃO PRETO
FEBEM
JD. CENTENÁRIO JD. SUMARÉ
JD. IBIRAPUERA
JD MARIA GORETTI JD SÃO JORGE
JD.MORUMBI JD.BRANCA SALES
PQ. RIBEIRÃO PRETO ALTO DA BOA VISTA
PQ. RIBEIRÃO PRETO
COND. RESID. MOEMA VL. GUIOMAR
CJ. HAB. JD. MARIA DA GRAÇA JARDIM MONTE CARLO
1920 a 1929 Condomínio Quinta da Boa Vista. 1940 a 1949 ❶ Fonte: Google Mapas 1950 a 1959
RES. FLÓRIDA JD SANTA RITA
JD. PROGRESSO
JD. VIDA NOVA
❷
JD. CALIFÓRNIA
COND.RES. VISTA ALEGRE
1960 a 1969 1970 a 1979
JD. MARCHESI
COND. QUINTA DA BOA VISTA
❶
COND.RES. GARDEN VILLA
VL. ANA MARIA PQ. ECOLÓGICO ANGELO RINALDI (HORTO FLORESTAL)
1980 a 1989 COND. QUINTA DA BOA VISTA
1990 a 1999
Jardim Progresso. ❷ Fonte: Google Mapas
2000-2009
JD. JOÃO ROSSI COND. ESTAÇÃO PRIMAVERA
SEM DADOS JD. NOVA ALIANÇA
2.1.2 Uso do solo É possível perceber que há grande diversidade de usos na área de estudo. É mais fácil reparar isso nas avenidas, onde as edificações, em sua grande maioria, são assobradadas, com comércio ou serviço no térreo, e com habitação no pavimento superior. É uma área bem heterogênea, em relação aos usos, sendo bem diversificada e com várias tipologias arquitetônicas de construção.
❶
48 ❸ Residência, cuja arquitetura se destaca das
❶ demais. Fonte: Google Mapas.
❷
❷
Residência, de arquitetura popular. Fonte: Google Mapas
LEGENDA: HABITAÇÃO HABITAÇÃO COMÉRCIO COMÉRCIO MISTO MISTO SERVIÇO SERVIÇO FÁBRICA FÁBRICA INSTITUCIONAL INSTITUCIONAL VERDE VERDE
N
Construção de Uso misto.
100 ❸ Fonte: Google Mapas.
200
300
ESCALA GRÁFICA EM METRO
2.1.3 Hierarquia viária fisica O mapa ao lado é a organização da hierarquia viária física da área. É notável a presença de duas rodovias. Pode-se perceber a grande quantidade de avenidas, sendo que grande parte das conexões entre elas se dá por meio da rotatórias ou em forma de “V”.
49
Veja que há um projeto de parque linear à ser implantado que conecta os três córregos limítrofes da região. Se o projeto fosse realmente executado, concretizando sua implantação, a região de estudo seria acolhida por um grande parque linear em seu entorno, o que poderia valorizar o local, uma vez que a região Oeste de Ribeirão Preto, como já foi falado anteriormente, é uma das mais desvalorizadas da cidade.
LEGENDA:
2.1.4 Hierarquia viária funcional 1
2
3 LEGENDA:
2
5
Rua Doutor João Guião: distribui o fluxo da avenida Pio XII para os comércios e serviços presentes na via, além de dar fácil acesso aos motoristas para ir rápido para o centro, sentido Parque Maurílio Biagi.
1 Avenida Patriarca – avenida que liga as duas rodovias
3
existentes. É uma avenida muito bonita, mas que não tem muita movimentação comercial, portando, na sua maioria, residências de classe média. Isso faz com que a Avenida seja um pouco perigosa, e deserta em alguns trechos, como por exemplo entre a Avenida Cásper Líbero e a Pio XII.
9 3
8 7
2 Avenida Pio XII – muito movimentada por ônibus e por pessoas que querem sair do bairro, rumo Centro da cidade. (depois da avenida Caramuru, a avenida passa a se chamar João Fiúsa)
6
4 5
Rua Euclides da Cunha: Rota de ônibus. Possui grande quantidade de movimentação de veículos, devido os usos existentes ao longo da via. Rua Comandante Armando Marin: serve como desafogamento das avenidas e direciona o fluxo de veículos para a avenida Patriarca.
2 1
Rua Graça Aranha: Rota de muitos ônibus urbanos. É muito utilizada pelos moradores para irem rumo Avenida Patriarca, que une ambas rodovias.
4
Rua Rangel Pestana: muito movimentada, com grande quantidade de lojas e pontos de ônibus. Ela é muito usada pelos moradores da região, pois permite fácil acesso ao centro, sentido bairro Boulevard.
3 Avenida Monteiro Lobato – usada por moradores das redondezas, tanto para fazer uso dos serviços oferecidos durante o prolongamento da via, quanto do seu fácil acesso ao Centro, rumo Parque Maurílio Biagi e a Rodoviária.
4 Avenida Professor Pedreira de Freitas – fluxo maior por moradores.
5 Avenida Cásper Líbero - fluxo maior por moradores. 6 Avenida dos Andradas – fluxo maior por moradores. 7 Avenida Luzitana - também conhecida como “Avenida da Morte”, por causa da quantidade de pessoas que já morreram no local, por acidentes de trânsito.) É muito movimentada por ônibus e por pessoas que querem sair do bairro, rumo Ribeirão Shopping (Zona Sul da cidade).
8 Avenida Caramuru – muito movimentada por quem quer ir para o centro, ou sair da cidade.
9 Avenida João Fiúsa – Nasce na Av Caramuru e segue sentido Zona Sul da cidade.
50
2.1.5 Topografia
Olhar em direção à USP de Ribeirão Preto. onte: Arquivo Pessoal.
51
Olhar na direção Centro da cidade. Fonte: Arquivo Pessoal.
Sobre a Topografia, a área escolhida para projeto possui altos níveis planialtimétricos e, por isso, permite uma vista considerável e extensa de uma porção da cidade, conforme é demonstrado nas fotos acima: uma olha sentido USP e a outra olha sentido centro da cidade.
Isso significa que a topografia será um dos aspectos mais importantes a serem considerados na hora de projetar.
LEGENDA CURVAS DE NÍVEL 664 655 647 639 632 624 617 610 603 596 590 583 577 572 566 561 556 551 547 543 539 536 533 530 529 528 N
100
200
300
400
500
2.1.6 Equipamentos urbanos D
⓮
❽
❶ ❷
Podemos verificar, analisando o mapa, a grande quantidade de equipamentos públicos existentes e as suas diversidades. Existem muitas escolas, dois postos de saúde muito frequentados pela população, vários supermercados atendendo a escala do bairro, e vários tipos de igrejas e paróquias, atendendo a escala do bairro também, e a existência de um lar para idosos no local.
❸ ❾
❹
❺
⓫ ❻
❿
De acordo com Gonzalez e Mattos (2016), Equipamentos Urbanos são: “todos os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinados a prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados”. Alguns exemplos podem ser verificados no mapa ao lado, que pontua os equipamentos urbanos presentes na área de levantamento, englobando desde entidades de saúde, educação e religião, às praças e parques existentes.
A seguir será mostrado análises das praças e parques presentes na área de levantamento, a fim de se compreender o atual estado de existência e funcionamento de cada um desses espaços públicos. LEGENDA:
⓬
POSTO DE SÁUDE
❼
LAR DE IDOSOS
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL
⓭
FATEC
CRECHE
⓯
IGREJAS PARÓQUIAS
SUPERMERCADOS
PRESÍDIO FEMININO
52
Praças Implantadas 1. PRAÇA COM MANOEL DOS SANTOS FREIRE
2. PRAÇA JOSÉ ROSSI
❷ ❶
53
Fonte: Google Mapas Essa praça tem caminhos bem desenhados, é bem arborizada, possui pontos de ônibus, iluminação adequada para o período noturno. Fica próxima de uma sorveteria bem popular na região, de uma igreja (maria Goreti) e de uma escola, o que faz com que ela seja bem utilizada pelos clientes desse comércio, pelos devotos e também pelos alunos, como ponto de encontro depois da escola. Entretanto, isso ocorre apenas no período diurno. Quando anoitece, apesar da iluminação ser satisfatória, muitos traficantes vão para a praça e tomam posse dela, amedrontando moradores. 5. PRAÇA VIRGILIO PANZERI
❺
Fonte: Google Mapas Tem uma forma mais linear. Fica próxima de um bar, uma sorveteria e algumas mercearias que atendem a vizinhança. Ela possui vários bancos. Sua iluminação é defasada. Possui um mobiliário em destaque, que é uma espécie de palco, aonde as crianças gostam muito de brincar. As vias que traçam os limites dessa praça são bem movimentadas, pois passam muitos carros e ônibus durante o dia todo. A praça fica funcionando como uma espécie de um ilha no meio de um fluxo de veículos considerável.
Fonte: Google Mapas Essa praça fica próxima à uma sorveteria também, logo na esquina. Isso faz com que muitas das pessoas que vão lá nesse comércio, comprem seu sorvete e vão direto para a praça sentar nos bancos e ficar lá por um tempo. A praça possui um mobiliário central interessante, funcionando como uma espécie de palco, para apresentações, brincadeiras e reuniões. As crianças são as que mais fazem uso dessa estrutura, porque ali elas acham lugar para jogar bola, brincar de pique- esconde, fazer piqueniques no elevado do palco. Numa outra área da praça há algumas mesas para jogos de mesa e de tabuleiro. Geralmente quem fazia muito uso desse espaço eram os moradores mais velhos. Todavia, esses mobiliários estão muito degradados, com bancos e mesas quebradas, impedindo seu uso. E aqui, também, no período noturno, por causa da iluminação reduzida, os marginais tomam conta desse espaço, amedrontando os moradores.
“E aqui também, no período noturno, por causa da iluminação reduzida, os marginais tomam conta do espaço, amedrontando moradores.”
3. PRAÇA PROF SALK
❸
Fonte: Google Mapas A localização dessa praça é bem interessante porque ela atua como uma espécie de ilha, sendo que as casas vizinhas ficam todas voltadas para esse espaço público. As crianças e adolescentes fazem muito uso dessa praça: não tem mobiliários diferenciados, apenas bancos, mas as crianças costumam brincar subindo nas árvores, uma vez que ela são de grande porte. A iluminação é fraca e insuficiente, deixando a praça perigosa e alvo fácil para malandros de prontão. 6. PRAÇA JARDIM CENTENÁRIO
4. PRAÇA RITA SANTOS JUCATELLI
❹
Fonte: Google Mapas Esta localizada nas costas de uma escola. É bem frequentada e utilizada. Possui mobiliários de playground, para crianças, além de academia ao ar livre. IA iluminação é um pouco fraca, mas não atrapalha no seu funcionamento. Sempre há uma perua ou outra que vende garapa, outras que vendem tapetes, toalhas, dentre outros produtos. Elas se instalam na Avenida Pio XII e passam a tarde inteira por lá, obtendo bastante clientela. Essa praça é muito utilizada pelos moradores, tanto em período diurno quanto noturno, e pessoas de todas as faixas etárias frequentam ela.
7. PRAÇA CHICO MENDES ❻
Fonte: Google Mapas Essa praça é muito utilizada. Possui espaço para armar redes de vôleibol, com chão cimentado; uma outra parte tem chão com pura terra, onde adolescentes brincam de bola, futebol no geral; possui um espaço para jogar bocha, que é o pessoal mais da terceira idade que faz uso; numa esquina existe uma pizzaria, e os clientes costumam levar as mesas e cadeiras desse estabelecimento para o outro lado da rua, se instalando na praça para se alimentar, e os garçons vão atende-los lá; na esquina oposta permanece um carrinho de lanche que monta seus equipamentos na praça, colocando até tv para agradar os clientes. Além disso, em alguns períodos do ano, montam-se brinquedos infláveis para crianças, como escorregadores e pula-pula.
❼
Fonte: Google Mapas Essa praça é bem dinâmica. Ela é usada sobretudo para caminhadas. As crianças também gostam de usar o vasto espaço no miolo dela para soltar pipas. Ela é bem grande, então permite com que aconteçam várias atividades ao mesmo tempo. Possui uma academia ao ar livre que é muito utilizada, sobretudo por indivíduos da terceira idade. A iluminação dessa praça funciona.
Praças não implantadas 8. PRAÇA JOÃO BAPTISTA FREIRE
❽ Fonte: Google Mapas Atual Favela das Mangueiras 12. PRAÇA DR SYLVIO RIBEIRO
⓬ Fonte: Google Mapas Esse espaço porta um uso periodicamente. Aqui, em algumas épocas do ano circos ou pequenos parques se instalam e passam semanas se apresentando. Porém, quando esses equipamentos se vão, fica vazio, e ninguém usa, pois não há outros atrativos.
Parque não implantado
9. PRAÇA OCTÁVIO GOLFETO
❾ Fonte: Arquivo Pessoal É o terreno escolhido para projeto. Possui uma topografia interessante e muitas árvores de alto porte. Esta muito mal cuidada, com problemas de aparição de animais peçonhentos, servindo como depósito de lixo, criação de animais, e tráfico de drogas. Possui um campo de futebol, que as crianças usam algumas vezes, e uma quadra caindo aos pedaços. Inclusive, numa das entrevistas com moradores, foi constatado que o muro que envolve a quadra foi derrubado por alguém da prefeitura que foi, tempo atrás, no local, retirar uma árvore que estava com risco de cair. Derrubaram a árvore, destruíram o muro, e continua assim, pois ninguém se responsabilizou em arrumar. Essa praça, diferente das outras, não possui nenhum tipo de iluminação. Recebe pouca luz apenas por causa dos postes da rua.
10. PRAÇA SANTA MADALENA DE CANOSSA
❿ Fonte: Google Mapas Basicamente funciona como depósito de lixo. As crianças gostam de jogar bola e brincar nesse terreno, o qual não possui estrutura pra isso. Existe um campo de bocha muito usado pelos moradores locais, sobretudo os idosos. Essa praça esta muito mal cuidado, é suja e a situação física não é convidativa aos moradores.
11. PRAÇA ANTONIO DURÃO
⓫ Fonte: Google Mapas Localiza-se num local com muito fluxo, isolado, distante (caminhando a pé) de habitações. É um local onde as pessoas não permanecem, só passam, pois é um caminho estratégico para ir rumo ao centro. Portanto, essa praça fica abandonada. Possui apenas poucas árvores, mas uso nenhum. E o interessante é que quando passa-se de automóvel, com pressa, pela avenida limítrofe da praça, é possível sentir a brisa mais umidificada, por causa do córrego que por ali perto passa e pela quantidade de árvores que existem em ambos os lados da via.
Parque semi-implantado 15. PARQUE ECOLÓGICO E BOTÂNICO ÂNGELO RINALDI
Parque implantado 14. PARQUE ECOLÓGICO MAURÍLIO BIAGI
13. PARQUE ECOLÓGICO CLÁUDIO FRANCO LIMA
⓯ ⓮
⓭ Fonte: Google Mapas Existência de uma espécie de uma pequena favela, com construções irregulares e depósito intenso de lixo e afins.
Fonte: Google Mapas O parque Maurílio Biagi possui vastos tipos de atividades e mobiliários. Existe um lago; ciclofaixa; pista de skate; gramados para piquenique; playgroung para crianças; academias ao ar livre; lanchonete; iluminação boa. Muitas pessoas fazem uso. Funciona.
Fonte: Google Mapas Localiza-se em frente a um condomínio de casas de alto padrão, além de ficar próxima da rodovia, facilitando seu acesso. A área é repleta de Eucaliptos que perfumam a Avenida Caramuru, e embelezam o caminho. Sua topografia é desnivelada, pelo fato de estar entre a avenida e o córrego. Possui, portanto, faixa de APP.
“É um local onde as pessoas não permanecem, só passam...”
54
2.2 A Quadra e o entorno
2.2.1 Ocupação do solo Figura - Fundo
Gabarito
57
LEGENDA
LEGENDA
EDIFICAÇÕES
EDIFICAÇÕES TÉRREAS OU SOBRADOS
TERRENO DE PROJETO TERRENO DE PROJETO
Ao analisar o mapa de Figura fundo podemos perceber a grande
Sobre o gabarito da área, existem apenas edificações térreas,
quantidade edificações nas proximidades do terreno, em contraste
sem nenhum prédio. O máximo que existe são sobrados com
com o próprio objeto de projeto, que apresenta grande vazio. É
comércios ou serviços no nível da calçada e habitação no
necessário entender também que praticamente todas as edificações no
pavimento superior. Isso faz com que o terreno, que é o ponto
terreno são irregulares, cujas concentrações maiores estão localizadas
mais alto da região levantada, possa ter uma visão plena de
na esquina da rua Lucio de Mendonça com a Rua Padre Manoel
alguns pontos da cidade, sendo interrompido em alguns
Bernardes.
momentos apenas pelas árvores muito altas.
2.2.2 Topografia
LEGENDA CURVAS DE NÍVEL 664 655 647 639 632 624 617 610 603 596 590 583 577 572 566 561 556 551 547 543 539 536 533 530 529 528
É possível perceber, através da
Isso pressupõe que a Topografia será um
análise desse mapa topográfico,
dos grandes desafios de projeto, e deverá
que o terreno de intervenção
ser muito bem pensada, utilizando rampas
possui grande declive, possuindo
para acessibilidade e escadarias para acesso
28 metros de desnível de um
e circulação, dentre outros elementos
ponto ao outro do terreno.
urbanos do gênero.
Olhando ao Norte (USP de Ribeirão Preto). Fonte: Arquivo Pessoal.
Olhando sentido Sul.. Fonte: Arquivo Pessoal.
“Isso pressupõe que a Topografia será um dos grandes desafios de projeto (...)” Olhando a Leste. Fonte: Arquivo Pessoal.
58
2.3 O terreno de projeto
2.3.1 Lotes
Lote do Bairro Solar Boa Vista. Fonte: Arquivo Pessoal.
61
Lote do Jardim Piratininga. Fonte: Arquivo Pessoal.
O mapa mostra as divisões do terreno de projeto por lotes, e
Além disso, é possível notar que o terreno de projeto é
seus
constituído por 3 bairros diferentes: Solar da Boa Vista;
respectivos
usos,
determinados
pela
prefeitura
municipal. Podemos perceber que grande parte da quadra é
Loteamento Jardim Piratininga e Loteamento Jardim Dom Bosco.
destinada à área verde; no caso, à praça.
Apesar de estar dividido em três partes, o terreno de projeto na
Também existe uma creche que é muito usada pela população
realidade parece um todo unificado, sem divisões concretas, a não
moradora dos bairros vizinhos, no lote destinado à área
ser pela Topografia acentuada, que divide naturalmente algumas
institucional.
partes do terreno. Lote do Jardim Dom Bosco. Fonte: Arquivo Pessoal.
Arvore Desconhecida – Possui cerca de 10 metros de altura, com copa de 8 metros de extensão, aproximadamente. Folhas de cor verde vivo. Fonte: Arquivo Pessoal.
2.3.2 Vegetação
De acordo com pesquisas feitas e consultas à profissionais da área de Botânica na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto (SMMA), nenhuma das espécies encontradas são nativas. Todas são invasoras: a árvore/arbusto cresce muito rápido, colonizando rapidamente áreas abandonadas, principalmente em ambientes mais úmidos, como margens de rios. Essas espécies tendem a gerar largos e grandes ramos, que podem chegar até nas linhas de energia, podendo causar problemas de manutenção para o poder público em relação à infraestrutura e a limpeza do terreno, pois suas folhas caem com alta frequência também.
62
Pelo fato de serem invasoras, elas impedem o crescimento de outras espécies nos arredores, monopolizando seu perímetro de copa. Falando em copas, as espécies Albizia Procera e a Gliciridia, possuem as suas bem largas, e suas raízes são profundas, roubando para si os nutrientes presentes na terra e captando maior energia solar. Albizia Procera – conhecida como “Canela de Frango”, por causa da cor do seu tronco. Fonte: Arquivo Pessoal.
Gliciridia – conhecida como “Mãe do Cacau”. Age como cerca viva em área de APP, principalmente. Fonte: Arquivo Pessoal
Titônia – conhecida como “Margaridão do México”, por dar margaridas grandes em algumas épocas do ano. Ela geralmente aparece em locais ruderais (depósito de resíduos) Fonte: Arquivo pessoal.
Por meio de pesquisas feitas na SMMA, descobriu-se que a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto esta com um projeto de exterminar aos poucos cada uma dessas espécies invasoras, que estão dominando praticamente todos os espaços públicos da cidade e realizar o Plantio de Compensação, que nada mais é do que retirar as árvores invasoras e plantar árvores nativas no lugar, para valorizar e aumentar a quantidade de flora brasileira na cidade.
LEGENDA:
QUANTIDADE
ESPÉCIE
2 ARVORES
DESCONHECIDA
40 ÁRVORES
ALBIZIA PROCERA
15 ÁRVORES
GLICIRIDIA
68 ARBUSTOS
TITÔNIA
2.3.3 Análise da paisagem Visão Serial de Gordon Cullen
⓱ ⓰
⓲
⓮
⓳
63
A seguir são mostradas fotos do terreno de projeto, de acordo com um percurso perimetral feito na área. A paisagem do local pode ser apreciada e reconhecida com as fotos tiradas, tendo como base o entendimento de visão serial, apresentado por Gordon Cullen e discutido no capítulo 1 deste trabalho. Essa análise da paisagem em forma de visão serial foi efetuada de forma perimetral na quadra de projeto, a fim de se captar as características principais da área e do entorno, fluxo nas vias perimetrais, tipo de vizinhança e potencialidades do terreno.
Percebeu-se que a topografia é o fator de maior preocupação no local, prejudicando a visão ampla do espaço numa primeira observação e propiciando um leque de opções de projeto a ser elaborado, a fim de vencer níveis e permitir a acessibilidade. Existem muitas árvores espalhadas por toda a área, sombreando vários pontos do terreno, mas não possuem nenhum padrão de plantio. Há que se destacar também, como já foi pontuado anteriormente, o nível planialtimétrico no qual se encontra o terreno, cuja vista proporcionada permite a contemplação de vários pontos da cidade.
⓯ ⓭
⓴
⓬ ⓫
21
❿
22
LEGENDA:
❾
23 24
❽
❶ FOTO TIRADA
CAMINHO PERCORRIDO
❼
❷ ❶ ❸
❹ ❺
❻ N
10
❶
❺
Fonte das fotos: Arquivo Pessoal.
❷
❸
❹
❻
❼
❽
20
30
40
50
❿
⓫
⓬
⓭
⓮
⓯
⓰
⓱
⓲
⓳
⓴
21
22
23
24
❾
Fonte das fotos: Arquivo Pessoal.
N NO
O
L
SE S
Direção predominante dos ventos e insolação no município de Ribeirão Preto. Fonte: Google Mapas
2.3.4 Análise da Paisagem Metodologia de Sun Alex Tendo como base a Metodologia de Sun Alex, apresentada no capítulo 1 deste trabalho, notou-se a necessidade de se elaborar 4 mapas sobre a análise da paisagem do terreno de projeto, tendo um foco maior no uso e nos problemas frequentes. Pontuou-se, portanto, nos mapas que virão a seguir: • Os usos corriqueiros e improvisados pelos moradores • Problemas de não conformidades em relação às intervenções oficiais, • ao projeto • e ao uso.
2.3.4.1 Uso do Terreno ① Calçada usada: estreita: barraca de pastéis finais de semana (quinta a domingo) ② Calçada de largura média: movimentada por causa do ponto de ônibus. ③ Passagem: pouco uso, por ser recuada da calçada, por não ter boa iluminação, e pelo caminho ser obstruído por vegetações.
6
1
5
④ Passagem que permite chegar até a quadra. Entretanto, é necessário subir um morro para chegar nela.
5
67
9
10 8
⑤ Bancos juntos aos pontos de ônibus: muito usado
4
5
6
2 ⑥ Calçada larga: movimentada por causa do ponto de ônibus, e por ter fácil acesso sentido Sudeste, que é onde se localiza algumas escolas, a 6 Fatec e supermercados na Avenida Monteiro Lobato. ⑦ Gramado: uso esporádico para bate bolas e passeio com cães
7
3
11
⑧ Local ensolarado sem permanência, só passagem ⑨ Moradores (idosos), esporadicamente, se instalam, com suas mesas e cadeiras trazidas de 12 jogos de carta e casa, para se entreter com tabuleiros. ⑩ Crianças soltam pipa, sobretudo nos finais de semana ⑪ Alambrado metálico que isola a creche da praça. Antes de sua existência, "mães" usavam o caminho para pegarem suas crianças na creche e irem rumo ao Jd Piratininga, ou outros bairro ao Norte. Ou seja, o caminho era um atalho eficiente. ⑫ Pessoas saem de suas casas, atravessam a rua, e colocam cadeiras na calçada, ligam o som alto, bebem, comem e conversam com amigos. Isso acontece com muita frequência nos finais de semana.
12
2.3.4.2 Não Conformidades Por intervenções Oficiais ① Falta de manutenção das árvores: algumas caem e ninguém se propõe a ir retirá-las ②Não há incentivo ao uso nem conforto: falta lixeiras, bebedouros e assentos
6
③Não há equipamentos públicos de apoio ao espaço.
5
④Falta de manutenção: poças d’água se formam em vários pontos da praça quando chove.
7 15 13
⑤ Rua estreita, não atende ao fluxo intenso que existe: falta de segurança para os pedestres atravessarem a rua.
4 12 11
⑥ Esquina perigosa: trajeto de muitos ônibus
4
4
4
16
⑦ Rua que os ônibus descem: um pouco perigosa ⑧ Presença de animais perigosos (cobras, caramujos e lagartos)
⑨Muros da quadra em estado deplorável com risco de cair. Uma parte da quadra já não tem muro por conta de uma árvore que caiu
14 ⑩ Falta de limpeza geral: jardins abandonados ⑪ Não há lixeiras nem bebedouros ⑫ Banheiros sem água ⑬Desgaste e vazamento no teto
⑭Trecho dominado por traficantes: drogas escondidas nos muros ⑮Muro quase caindo ⑯Plantio excessivo e desordenado de árvores ⑰ Muro com buracos, onde traficantes escondem drogas
68
2.3.4.3 Não conformidades Por Projeto ① Caminho estreito e escuro, com aspecto sinistro a noite ② Acesso para a quadra interrompido pela vegetação e topografia. Para atravessar deve-se subir um morro considerável.
5
③ Caminho estreito desarticulado: perigoso, escuro e interrompido pela vegetação e pelo “barraco” irregular existente.
69
④ Moradia voltada para a rua. A parede lateral cega cria lugares desinteressantes
7
2
5
⑤ Existência de bancos somente nos dois pontos de ônibus 6
9
8
6
11
1
⑥ Não há reconhecimento visível do entorno: a topografia e a vegetação atrapalham um pouco.
12
⑦ Barreira física e visual ⑧ A quadra secciona a praça ⑨ Topografia e vegetação recortam naturalmente o espaço livre e criam barreiras físicas e visuais 12 ⑩ Não há reconhecimento visível do entorno ⑪ Quadra escondida pela vegetação e muros ⑫ Concentração de muita vegetação, isolada do resto, propiciando a aparição de animais perigosos e a instalação de marginais
3
12
10
2.3.4.4 Não conformidades Por Uso
① Depósito de lixo, “lavanderia” e “banheiro” de muitas pessoas, inclusive moradores próximos ao espaço.
5
② Acampamento morador de rua
3 4
③ Sujeira, mau cheiro ④ Restos de comida, depósito de lixo.
3
⑤ Pastelaria invade a calçada, que já é estreita, para instalar seu comércio, o que prejudica a passagem de pedestres. ⑥ Habitações irregulares
4 4 3
4 1 2
3 4
70
3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS Os projetos seguintes analisados foram escolhidos de tal forma que auxiliasse na elaboração do projeto do espaço público em questão. Fatores como Topografia, programa, níveis de construção, dentre outros, foram levados em consideração para a escolha de cada um. E, acompanhado de cada análise, será abordada a relevância fundamental de cada construção para o desenvolvimento do projeto.
Manifestação social nas escadas da praça, sob a cobertura de Metropol Parasol. Fonte: Public space, 2016.
3.1 A monumentalidade de Metropol Parasol
Implantação da massa edificada, contrastando com o restante da malha urbana.
3.1 A Monumentalidade
Fonte: La urbana, 2016.
de Metropol Parasol A tradução do seu nome significa Guarda Sol Metropolitano e também é conhecido como os
Cogumelos.
É
um
marco
na
diferente
concepção de se entender o espaços público.
Localização: Sevilla, Espanha Arquiteto: Jürgen Mayer H. Architects Engenharia estrutural: Arup Uso: Equipamento Urbano (Revitalização)
75
Área construída: 5000m²
Pavimentos: 4 pisos (28,50 m² de altura) Materialidade: Madeira, em sua maioria (com metal) Ano: 2011 Status: Construído Custo: 90 milhões de euros
HISTÓRICO:
ESTRUTURA E MATERIALIDADE:
O terreno localiza-se no centro histórico da cidade de
É uma megaestrutura formada basicamente por madeira e treliças metálicas
Sevilla, na Espanha. Antigamente o lugar funcionava como
que dão sombra agradável para a grande praça: é composta por 6 elementos
um convento (La Encarnación) , com a existência de um
que se unem, formando a cobertura, estilo “cogumelo”, que são estruturadas
mercado público ao lado. Em 1983, ambos edifícios foram
por 6 troncos de concreto, aonde se dá a circulação vertical, por meio de
demolidos e passou-se anos a prefeitura discutindo sobre
elevadores e escadas, para dar acesso aos demais pavimentos.
possíveis melhoramentos urbanos na área, já que era
Essa é a maior estrutura de madeira do mundo, mantida por adesivos de alto
considerada uma das mais feias da cidade e não apresentava
desempenho fixando os suportes de aço nas madeiras de abeto laminado.
atrativos nenhum para a população. Para isso, a prefeitura
A tonalidade mais neutra da estrutura permitiu que o projeto conversasse
criou um concurso público para se fazer um projeto de
melhor com o ambiente medieval da cidade. Esse elemento de cor creme é um
Localização: destaque da construção
espaço público para o local, e este projeto apresentado,
poliuretano, aplicado em toda a estrutura, para protege-la das intempéries.
Fonte: Public space, 2016.
Metropol Parasol, foi o vencedor, e já foi construído.
Além disso, por causa da cor, permite uma ideia de unificação e continuidade.
PROGRAMA, ACESSO E FLUXOS O programa é distribuído em vários níveis:
Subsolo: aonde localiza-se o Museo Antiquarium de Sevilla. De acordo com
Vitruvius (2016) “com as escavações para a construção do estacionamento subterrâneo veio à tona a antiga urbe romana Hispalis, com ruínas de edificações e vielas e belos mosaicos que estavam sob as ruínas do convento.” Nível do Solo: instalado o novo mercado municipal, o que fez com que valorizasse
Planta subsolo (editada pela autora)
Planta térreo – praça suspensa (editada pela autora)
Fonte: La urbana, 2016
Fonte: La urbana, 2016
muito o local e seu entorno; também há muitas lojas diversas e lanchonetes. Praça, acima do nível do solo: é a praça, propriamente dita, constituída por uma grande laje com recantos, bares e restaurantes. Responde muito bem como um espaço multifuncional, de encontros e trocas sociais. Há muitas escadarias ao ar
livre que dão acesso à praça, distribuindo o pessoal para os demais níveis da estrutura.
76
Dentro do cogumelo central no piso superior: existe um restaurante. Piso Superior, sobre os cogumelos: contempla os elementos que mais chamam a atenção dos visitantes e usuários: o mirante e suas pontes que serpenteiam a cobertura. Esses elementos permitem um passeio agradável, com uma vista em larga escala da cidade, se tornando um passeio panorâmico.
Planta superior – pontes que serpenteiam os cogumelos (editada pela autora)
Planta superior – pontes que serpenteiam os cogumelos (editada pela autora)
Fonte: La urbana, 2016
Fonte: La urbana, 2016 Legenda Área molhada
Cobertura - Pontes
Circulação vertical Praça Elevada
Circulação pedestres – Pontes
Museu Antiquiarium Mercado (Recantos, Bares, restaurantes, lojas e lanchonetes)
Mercado
Restaurante e recantos para contemplação
Museu Seção Norte/Sul – Esquema do conforto Ambiental
Axonometria de Metropol Parasol.
Fonte: La urbana, 2016.
Fonte: La urbana, 2016.
Seção Norte/Sul – Usos. Fonte: La urbana, 2016. 1. Núcleo de madeira com escadas de escape. 2. Escoras de aço com secção oca para apoiar a estrutura. 3. Restaurante com vista para os demais níveis e galerias 4. Nível da praça 5. Nível passarela da praça existente 6. Cobertura 7. Escadas no sentido Norte da praça
8. Novo mercado 9. Núcleo de concreto com elevador e serviços 10. Museu de antiguidades romanas 11. Treliças vierendeel suportados pelas colunas existentes 12. Estrada no sentido Leste/Oeste 13. Protecção contra incêndios na parte de baixo de todos os troncos Vista da estrutura iluminada por uma das escadas Fonte: La urbana, 2016.
Troncos iluminados durante a noite. Fonte: La urbana, 2016.
Pontes que serpenteiam a cobertura, oferecendo bela vista da cidade para os visitantes. Fonte: La urbana, 2016.
77
Fachada. Fonte: La urbana, 2016.
Corte AA – Leste/Oeste. Fonte: La urbana, 2016.
Corte BB – Oeste/Leste. Fonte: La urbana, 2016.
Esse projeto tem como objetivo valorizar a área em que esta instalado, uma vez que antes da intervenção espaço era degradado e não utilizado. Depois de sua concretização, as pessoas puderam fazer uso do mesmo, contemplar sua magnitude, traduzida pela sua estrutura monumental, e convidar a população à viver as
experiências que a arquitetura permite explorar. De certa forma, é basicamente isso que o projeto de espaço público proposto quer alcançar. Com uma arquitetura marcante, unificada e contínua, deseja-se convidar as pessoas à usar o espaço, valorizando-o, além de valorizar a área na qual esta inserido. A partir do momento em que um uso é determinado para Sombra da cobertura estabelece um desenho notável no chão, acolhendo os passantes e dinamizando a vida social dos visitantes. Fonte: La urbana, 2016.
Escada externa de acesso para o nível da praça elevada, com caminhos criados a serem explorados pelo pedestre. Fonte: La urbana, 2016.
um espaço e ele passa a ser frequentado, a área passa a
ser vista com outros olhos, com percepções positivas do espaço, e tendência à dinamização social. Com a leitura do Metropol Parasol foi possível perceber exatamente isso. Que um terreno, antes sem vida, a partir do momento que foi pensado para atender as necessidades dos usuários, através de uma intervenção arquitetônica e urbana, pode nascer de novo, influenciando de forma positiva em vários aspectos físicos e psíquicos daqueles
que dele fazem uso. Busca-se, com o projeto do espaço público, aquilo que pode ser visto na leitura deste projeto: integração da arquitetura e espaço, transformando a primeira num organismo quase que vivo no local instalado, atendendo às necessidades de todos, portando usos coerentes com a demanda, existência de passagens, experiências, passeios, níveis de contemplação e dinamização social
entre os usuários.
Dimensão monumental da estrutura da cobertura da praça. Fonte: La urbana, 2016.
78
Seosomun Park. Fonte: Pwferretto, 2016.
3.2 A elegância de Seosomun Park
3.2
A
elegância
de
Seosomun Park Esse projeto ficou em segundo lugar no concurso para se criar um parque Nacional e
Memorial na República da capital da Coréia.
ao mesmo tempo que isola, une os lados. O objetivo
• 14 ESTAÇÕES DA CRUZ: o segundo
dos arquitetos era criar um monumento ativo entre as
elemento monumental e que remete a
duas localidades, que pudesse reconectar a história
memória do local é uma série de 14
esquecida do parque em um "memorial para os
capelas que representam a forma da
mártires que perderam a vida lutando por suas
manifestação de Jesus, bem como as
crenças“.
colunas que estão espalhados em todo
O projeto busca valorizar a área, tendo como
o perímetro do terreno.
premissa paradoxal, e como ponto de partida,
o
“inclusivo e o exclusivo”. Localização: Seul, Coréia do Sul Arquitetos: PWFERRETTO em colaboração com ESOU Architects
Se localiza numa divisão prática entre Londres e Seul.
Design Equipe: Peter W. Ferretto, Keunyoung Ryu, Seungyeol Choi, Heeyoung Pyun, Pia
81
Mendaro, Ander Ibarra, Christina Lee
Colocação: 2º lugar Parque
urbano
quanto também cria um enclave isolado, um lugar
fato, o objetivo é criar um lugar para que todos possam encontrar sua paz interior, um lugar onde a
com
igreja
e
complementos
“ausência” cria uma nova forma de espaço público contemporâneo, onde acontece trocas comerciais e
Área construída: 50.000m² (10,000 m2 = Igreja e memorial; 40,000 m2 = Parque urbano)
Concreto
aparente
todos podem se sentir, de certa forma, conectados à natureza e à história."A constituição de sua estrutura
Pavimentos: 3 pisos, com níveis diversificados Materialidade:
O projeto homenageira tanto a história do local
para todos poderem encontrar sua própria paz. De
Concurso: Seosomun Memorial Park, Seoul;
Uso:
HISTÓRIA :
com
revestimento Estrutura: Concreto Protendido Ano: 2014 Status: Desconhecido
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: É relativamente isolada do seu tecido urbano imediato, levando em consideração os quatro
lados de seu perímetro (uma ferrovia, uma rodovia elevada, um complexo vertical e, por fim, uma rua arterial). Para os arquitetos, representa a fronteira dos limites fisicos, que
e as principais artérias de circulação e serviços são
44 mártires. Fonte: Archdaily, 2016.
baseadas nas memórias históricas do local , cujo projeto se compromete em resgatar. Adicionado à ideia de que os espaços criados induzem o observador à contemplar o local e suas particularidades, essas características geram a identidade do parque:
• 44 MÁRTIRES: a primeira memória, que o projeto faz menção, está ligado especificamente às 44 mártires que morreram em Seosumun Parque entre 1801 e 1866. Cada mártir é representado por uma alta coluna de seis metros apoiando um ornamento acima, como um “dossel”, que criam uma jornada espiritual
14 estações da cruz.
de recordação.
Fonte: Archdaily, 2016.
PROGRAMA:
Legenda:
Nas plantas abaixo, tem-se o programa do
Área molhada
edifício setorizado em cores.
Circulação vertical
Os demais espaços que não foram identificados
Circulação horizontal – caminhos impermeáveis
com cores são de circulação e encontros:
Salas de reunião e/ou estudos
espaços abertos e amplas possibilidades de uso.
Área permeável - Verde
82
Pavimento Sub Inferior (editado pela autora). Fonte: Archdaily, 2016. Implantação (editado pela autora). Fonte: Archdaily, 2016.
Pavimento Inferior (editado pela autora).
Pavimento Térreo (editado pela autora).
Fonte: Archdaily, 2016.
Fonte: Archdaily, 2016.
83
Cortes. Fonte: Pwferretto, 2016.
Espaço aberto para encontros e contemplação. Fonte: Pwferretto, 2016.
Contraste entre porção construída (no perímetro) com espaço central aberto integrado, criando espaços únicos e experiências diversificadas. Fonte: Pwferretto, 2016.
Esse projeto busca inserir um monumento arquitetônico que possibilite dinâmicas sociais, valorização da área e sua história, assim como apresentar espaços livres e aconchegantes, que os
indivíduos
possam
se
acomodar.
São
premissas essenciais e de extrema importância que permeiam também a ideia da elaboração do
espaço livre público deste trabalho.
Pensa-se em apresentar um volume único contínuo edificado para se estabelecer na área, bem como o Seosomun Park, mas sem ocasionar exclusão, barreiras visuais nem limitações de nenhum tipo, na área. Além disso, a topografia do terreno escolhido,
que é o elemento fundamental a ser pensado na
A cobertura. Fonte: Pwferretto, 2016.
hora de projetar, será trabalhada de forma que seja o mínimo possível afetada, criando, assim, níveis de convivência. Exemplo dessa ideia pode ser identificado no projeto do Seosomun Park.
Existência de diversos níveis e acessos, vastos espaços abertos contemplativos e dinâmicos, assim como espaços (semi) fechados privativos. Fonte: Pwferretto, 2016.
3.3 Outras referências A seguir serão apresentados referências projetuais gerais, que contribuíram em certos aspectos na realização final do projeto do espaço livre público.
3.3.1
A
Marquise
do
Ibirapuera Localização: Bairro Ibirapuera, São Paulo-SP Ano: 1954 Área: 1.585.000 m² Arquiteto: Oscar Niemeyer Paisagismo: Eng. Agr. Otávio Augusto Teixeira Mendes e Burle Marx & cia.
O principal elemento do parque Ibirapuera é a sua
87
marquise,
que
conecta
todos
os
equipamentos públicos e se configura como uma centralidade no parque. (ZATARIAN, 2014, p. 81)
Implantação do Parque Ibirapuera. Fonte: Skycrapercity, 2016.
Entre os pilares: local de convívio, sob a marquise. Iluminação na marquise. Fonte: Skycrapercity, 2016.
Fonte: Skycrapercity, 2016.
3.3.2 O Caráter Ambiental da Praça Victor Civita Localização: Bairro Pinheiros, São Paulo-SP Ano: 2007 Área do lote: 13.500 m² Arquitetas: Adriana Blay Levisky e Anna Julia Dietzsch Desde quando foi inaugurada, a praça vem sendo
cada
vez
mais
apropriada
pela
sociedade, configurando um espaço dinâmico
e multifuncional. O local, onde antes era um antigo incinerador de lixo, hoje é utilizado “Era meu local pra caminhar e ler. É um espaço que, em meio à correria, agitação e poluição de São Paulo, você é quase que transportado para fora da cidade e se imagina em outro lugar”. Bruna Maba, gerente de marketing digital. (MOLECO, 2016) Vista aérea da praça.
como forma de conscientização ambiental e trás bons exemplos às novas gerações, mostrando que pode haver equilíbrio entre a interatividade humana e a manutenção da qualidade ambiental. (ZATARIAN, 2014, p. 112)
Fonte: Moleco, 2016.
Palco com arquibancada coberta. Fonte: Moleco, 2016.
Passeios da praça. Fonte: Archdaily, 2016.
88
“De acordo com os autores, o projeto foi inspirado na ‘beleza melancólica encontrada no High Line’ - onde flora e fauna retomaram um espaço urbano que tinha sido abandonado pelo homem. A ideia era ‘reajustar um veículo industrial e o transformar em um instrumento de prazer pós-industrial". (AU PINI, 2016)
3.3.3 A Linearidade do Parque High Line Localização: Gansevoort St. To W. 30 St. between Washington St. and 11 Ave. New York, NY Ano: 2009 Extensão: 2,5 km Arquiteto: James Corner Field Operations e Diller Scofidio + Renfro Características principais: fica a 8 metros de altura e atravessa 3 bairros, pouco visitados
89
pela maioria dos turistas: Meatpacking, West Chelsea e Hell's Kitchen/Clintonde em N.Y. Vista aérea do parque. Fonte: Archdaily, 2016.
Extremidade da Rua Gansevoort: praça e escadaria. Fonte: Archdaily, 2016.
Trecho conhecido como“The Grove”, que pode ter como significado encaixe, ou bosque. Fonte: Archdaily, 2016.
Mobiliário urbano modular: Assentos ao longo do trecho. Fonte: Archdaily, 2016.
3.3.4 A Ortogonalidade do
Parque
Micaela
Bastidas Localização: Buenos Aires, Argentina Ano: 2002 Área do lote: 50.000 m² Arquiteto: Eduardo Cajide y Carlos Verdecchia
Esse parque proporciona o aconchego nos dias frios em Buenos Aires. Além disso, possui várias atividades que estimulam o convívio e as
trocas sociais, com espaços recreativos e para prática de esportes. (ARCHIVOARQ, 2016)
Vista aérea do parque. Fonte: Archivoarq, 2016. Escadaria de acesso à uma parte do parque. Fonte: Archivoarq, 2016.
Escada estreita que se transforma em passeio, levando até os jardins. Fonte: Archivoarq, 2016.
90
4. SOBRE A IDEIA
93
4.1 Conceito
paralelas existentes na malha urbana. O
estabelecido, por exemplo. Além disso, para
conceito do projeto, portanto, busca trabalhar
que o espaço permaneça vivo, além de ele ter
Atualmente, os espaços públicos não estão
com linhas e paralelas, intervindo o mínimo
que ser “usado”, ele também deve ser cuidado.
sendo usados da maneira que deveria. As
possível no terreno, deixando-o o mais natural
De
famílias deixam de usar as praças e sistemas
possível,
grande
moradores, a assembleia de bairros da área,
de
quantidade de cortes e aterros. Tudo isso
que engloba praticamente toda a área de
residências para se locomoverem para longe,
atrelado com a ideia de
levantamento estudada, esta parada há mais
para fazer uso de parques centrais, clubes
paisagem do local e da área como um todo.
de 5 anos. Isso quer dizer
mas, sobretudo, de shoppings centers. Tudo
Por meio da intervenção nesse terreno, a zona
praticamente
isso por que querem buscar frequentar
oeste da cidade de Ribeirão Preto poderá ser
campeonatos mirins esportivos entre bairros,
lugares
divertirem
vista de forma diferente, induzindo as pessoas
reuniões periódicas com representantes de
realmente, ao mesmo tempo que tenham
à perceberem a grandeza de vistas, paisagens
cada bairro, plantio de árvores e manutenção
segurança maior para sua família.
e possibilidades de melhoramentos urbanos
de praças, dentre outras coisas que para alguns
É necessário que os espaços livres públicos
positivos que a área oferece.
pode parecer fatores sem importância, mas
sejam respeitados, para que sirvam para
Se essa questão não for pensada com mais
são relevantes sim, não estão acontecendo
dinamizar e facilitar as relações sociais e
sensibilidade pelas autoridades, corre-se o risco
nem ninguém esta pensando sobre.
interações urbanas cotidianas. E para isso, o
de os espaços públicos destinados ao verde e
Com a intervenção nesse espaço, espera-se
fator primordial para essa questão é introduzir
lazer sejam cada vez mais invadidos por
que a assembleia de bairro seja retomada, para
usos e atividades, no terreno de projeto, que
habitações irregulares (favelas), como hoje já
que a manutenção desse espaço seja efetuada
atraiam olhares e usuários, tendo como base
acontece. E, quando não, esses espaços serão
corretamente, sem pressão, e que seu cuidado
primordial as necessidades da população e
usados como depósito de lixo, tráfico de
seja natural por parte da população.
trabalhando para a valorização da paisagem
drogas e com propensão de reprodução
Esse espaço será um marco na vida cotidiana
urbana.
animais perigosos, causando cada vez mais
dos moradores vizinhos, pois começará a fazer
Importante notar que o terreno de projeto,
repulsa e indiferença do público para com o
parte do dia-a-dia da vizinhança. As pessoas
como visto através dos levantamentos, possui
espaço, deixando-o inutilizado e perigoso, por
perceberão como esse espaço se tornará
uma topografia acentuada, com a presença de
não ser usado, por não portar usos. E, é triste
relevante
um “morro”, que naturalmente divide-o em
dizer, mas tudo isso já acontece na área
naturalmente, vão querer cuidá-lo e mantê-lo
duas partes. A proposta pretende trabalhar
levantada.
organizado e em uso, para o benefício de
em cima disso, conectando todos os lados do
A preocupação, portanto, gira em torno do Uso
todos.
terreno, garantindo acessibilidade de fluxo e
do lugar, e sua reciprocidade com o público.
uso para todos os tipos de indivíduos, desde
Isto é, não basta o espaço livre público ser
crianças, idosos à portadores de necessidades
magnífico esteticamente e todo desenhado de
especiais.
maneira harmoniosa e portando diversas
Pretende-se trazer atividades dinâmicas e um
atividades, sem que as famílias vizinhas não se
desenho mais ortogonal, conversando com as
atraiam com aquilo tudo, devido ao tipo de uso
lazer
presentes
atrativos
próximos
para
se
as
suas
no
sentido
de
evitar
preservação da
acordo
com
entrevistas
abandonada:
para
as
feitas
que esta
comissões
trocas
com
sociais
de
e,
Terreno de projeto. Fonte da imagem: Arquivo pessoal
O segundo setor de maior relevância é o da
4.2 Partido
diversão. Aqui estão inseridas as atividades,
Para atingir os objetivos deste trabalho, o
elaboradas conforme pedido da maior parte
projeto possuirá, como setor de maior relevância
dos moradores entrevistados:
e de caráter conector espacial, a área de convívio.
Nessa
parte
haverá
Área para se exercitar: possuirá equipamentos
mobiliários
diferenciados e multifuncionais; o espaço será
multifuncionais para exercícios básicos. A Mobiliário Multifuncional. Fonte: Pinterest, 2016
composto por praça seca e jardins, que terão
95
uma
grande
marquise,
trabalhando como laje-piso e cobertura, para proteção das intempéries. Existirá uma mescla de sol e sombra, coberto e descoberto, jardins e praça seca. No setor de Consumação, haverá uma sorveteria, lanchonete e padaria: elas existirão num mesmo equipamento móvel, multifuncional. Também haverá banheiro público móvel. Sendo assim, permitirão maior dinâmica do espaço, uma vez que poderão se locomover, caso surja a necessidade do uso de uma espaço mais amplo. Serão flexíveis, portanto. Equipamentos nessa configuração possibilitam maiores possibilidades de acontecimentos e atividades, e poderão se retirar algum dia, dando espaço para um novo uso vir e se instalar no local, se adequando sempre com as necessidades do momento.
próxima
é Mobiliário para se exercitar. Fonte: Pinterest, 2016
um desenho linear de projeção. A pista de
mas que pretende-se fazer o plantio de
Haverá
mais
caminhos e possibilidades de manobra, criando
grande parte, mantidas no projeto a curto prazo,
existentes.
livre
Pista de skate: a topografia ajudará a definir os
as árvores já existentes na área, que serão, em
altura e dimensões da copa parecido com as
ar
raio de 800 metros de distância.
atividades. Na parte dos jardins estão presentes
das espécies invasoras por espécies nativas com
ao
convencional e fica localizada há cerca de um
ampla dimensão, permitindo o uso para diversas
compensação futuramente, com a substituição
academia
skate mais próxima se encontra na Zona Sul, Lanchonete móvel. Fonte: Pinterest, 2016
próximo à Avenida João Fiúsa.
Pista de skate. Fonte: Pinterest, 2016
Isto é,
atualmente, os moradores da zona oeste tem que se locomover de automóvel para fazerem uso de uma pista de skate localizada numa outra zona da cidade. E a realidade é que muitos moradores dos bairros analisados fazem exatamente isso. Área para prática de esportes: A ideia de haver
um local para a prática de esportes foi mantida por pedido dos moradores, que dizem que se o campo e a quadra existentes atualmente estivessem em bom estado, elas seriam muito utilizadas. Foi pensado, portanto, em demarcar o chão com linhas (pintadas) para estabelecer o local da prática de esportes. A demarcação da quadra será percebida em vista e não pela
planta. O interessante é que, dessa forma, a área não possuirá limitações de tipologia de esporte a ser jogado, nem limitações do espaço a ser usado: pode ser maior, passando a risca demarcada no chão, ou pode ter o tamanho de
Área para prática de esportes. Fonte: Pinterest, 2016
Arquibancada da praça Victor Civita. Fonte: Archidaily, 2016
acordo com a linha pintada. A possibilidade de
Sobre a circulação, será pensado formas de
se criar novas brincadeiras e inventar novos
conexão de todas as partes, com rampas,
esportes aumenta.
escadarias, pontes, e possíveis passarelas.
Além disso, quando ninguém estiver usando o
Tudo isso para se obter maior integração do
espaço como área para prática de esportes, o
entorno com o meio.
local será um amplo espaço livre, ocasionando
Os caminhos propostos no projeto não tem a
a ocorrência de piqueniques ou demais
intenção de exigir com que a pessoa ande
atividades possíveis de serem realizadas nesse
apenas ali. Tem-se como intuito, com os
amplo espaço.
caminhos, nortear as pessoas para setores
Espaço para cinema ao ar livre, apresentações
importantes dentro do espaço. Isso porque
e eventos: a “plateia” se reunirá nas escadarias
grande parte da grama escolhida é pisável. O
criadas com a topografia acentuada do local.
espaço é todo livre, podendo ser explorado de
Além de servirem como assento, esses
várias formas por parte do usuário.
elementos também serão uma forma de
Em suma, tudo será integrado. É complicado
circulação e conexão entre as partes do
separar quais ambientes formam cada setor e
espaço.
qual a relação entre eles, porque o espaço,
Playground: será instalado próximo à creche. Playground. Fonte: Pinterest, 2016
Escadaria verde. Fonte: Pinterest, 2016
como um todo é integrado: aquilo que é
Há a proposta de se pensar numa nova entrada
circulação vira convivência, depois volta a ser
da creche, pelas “costas” do seu lote, para
circulação, que distribui para uma determinada
facilitar a vida das mães, ao irem buscar suas
Escorregador, rampa e escada. Fonte: Pinterest, 2016
atividade, que dá numa área de convivência,
crianças na escola, e induzirem às mães e filhos
que também é uma circulação, e também
usarem o playground, que se encontra pelo
comporta uma atividade. Percebe?
caminho. Os espaços e brinquedos serão
O espaço é amplo e comporta muitas
diferenciados,
e
oportunidades de acontecimentos e, mesmo
segurança ao brincar. Em entrevistas, mães
que grande parte do terreno não esteja sendo
reclamaram e propuseram a instalação de
tachado com tal uso específico, isso não
equipamentos
impede de acontecer algo ali. Muito pelo
com
para
multifuncionalidade
o
divertimento
das
crianças, pois, assim como a academia ao ar
contrário,
quanto
maior
o
leque
de
livre, o playground público mais próximo fica
oportunidades, de espaço livre distribuído,
há cerca de um raio de 800 metros de
maior sua eficiência enquanto elemento de
distância.
dinamização da vida urbana.
96
4.3 Elementos do Espaço Livre Público A seguir são apresentados imagens representativas de alguns elementos do espaço, com identificação com cores na planta, para melhor compreensão do projeto.
4.3.1 Pavimentação
99
Trilhas e caminhos verdes
Piso permeável de concreto poroso 50x50x8cm
Piso permeável de concreto poroso 10x30x8cm Escada Escada e Rampa
Arquibancada
Fonte das imagens: Pinterest, 2016.
4.3.2 Iluminação
100
Luminária calçada padrão
Iluminação padrão
Iluminação característica Iluminação especial Iluminação banco de contenção
Degraus iluminados
Fonte das imagens: Pinterest, 2016.
4.3.3 Mobiliário Urbano
101
Bicicletário
Predominância de bebedouros e lixeiras
“Pilares de segurança”
Equipamento Móvel
Banco “de contensão”
Banco “pirâmide”
Banco padrão
Banco de pano para descanso
Bancos da laje piso
Banco de corda para descanso
Ponto de ônibus
Bancos para descanso
Fonte das imagens: Pinterest, 2016.
Fonte das imagens: Pinterest, 2016.
4.3.4 Funções
Para brincar
103 Para se exercitar
Para descansar
Para fazer manobras Para se molhar
Para praticar esportes
Para jogar (jogos de tabuleiro e outros) Para se alimentar
Fonte das imagens: Pinterest, 2016.
“As linhas não correspondem à planta da praça, mas estendem-se diagonalmente, desviando de objetos fixos e atingindo fachadas. Na prática, essas quadras distorcidas desafiam os usuários e, até mesmo turistas, a reinventarem as regras e adaptá-las ao novo espaço.” Play or rewind volleyball urbano 21 Clioostraat Architects
4.3.5 Outras características
importantes
104
Infraestrutura verde
Mirante (inserção na topografia)
Cobertura - Marquise Guarda-Corpo
Possíveis locais para a instalação de Monumentos (esculturas acessíveis ao pedestre e com valor simbólico para o local)
5. PROJETO
5.1 Estudos Preliminares
5.1.1 Programa de Necessidades SETOR
CONVIVÊNCIA
AMBIENTEs
COMPLEMENTAÇÕES
CARACTERIZAÇÃO
OCUPANTES
MOBILIÁRIO
ÁREA m²
PRAÇA SECA
-
ESPAÇO PARA CONVÍVIO, ENCONTROS, DESCANSO E CONTEMPLAÇÃO
50
AREA LIVRE
8253,18
-
CHAPECOT
18637
JARDINS/ ÁREA VERDE/ GRAMADO ÁRVORES ALTAS E ARBUSTOS E ÁREA LIVRE, PARA O USUÁRIO FAZER USO VERDE VEGETAÇÕES RASTEIRAS DA FORMA QUE QUISER ESCADARIAS PARA CONEXÃO DOS ESPAÇOS , RAMPAS PARA ACESSIBILIDADE TOGOGRAFIA ACENTUADA NESSA ESCADARIA/RAMPA E ESCORREGADORES PARA ÁREA DIVERTIMENTO, PRINCIPALMENTE DAS CRIANÇAS
EQUIPAMENTOS DIFERENCIADOS E MULTIFUNCIONAIS PARA DESDE CRIANÇAS ATÉ IDOSOS PODEREM SE EXERCITAR, SEM RESTRIÇÕES OU DIFICULDADES LINEAR, CONTÍNUO E MULTIFUNCIONAL
-
ESPAÇOS DIFERENCIADOS
30
PISTA DE SKATE
-
TOPOGRAFIA COMO LIMITE DA PISTA
10
QUADRA DINÂMICA
QUANDO NÃO ESTIVEREM USANDO PARA ESPORTES, PODE SER UM ESPAÇO BOM PARA PIQUENIQUES OU PARA A OCORRÊNCIA DE OUTRAS ATIVIDADES
PRÁTICA DE VÁRIOS ESPORTES, DE ACORDO COM A CRIATIVIDADE DO USUÁRIO.
20
-
2000
50
OS DEGRAUS CRIADOS COM A TOPOGRAFIA SERVIRÃO COMO OS ASSENTOS DAS PESSOAS
594
40
BRINQUEDOS E MOBILIÁRIOS MULTIFUNCIONAIS, DIFERENCIADOS
1996
60
-
2477
2
-
4
20
DEGRAUS DA TOPOGRAFIA COMO ASSENTOS E MESAS FIXAS AO CHÃO
100
-
CONTÍNUOS PARA SENTAR E DESCANSAR
990 m
TOTAL
44.552,87
ARQUIBANCADA PARA APRESENTAÇÕES PLAYGROUND
SERVIÇOS
9536
ÁREA PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
DIVERSÃO
109
50
ATIVIDADE TEMPORÁRIA, TENDO ESPAÇO PARA A INSTALAÇÃO DO CINEMA, AS ESCADARIAS E RAMPAS COMO PODENDO FICAR LIVRE QUANDO NÃO SUPORTE PARA A PLATÉIA ESTIVER EM FUNCIONAMENTO -
2 MIRANTES
-
BANHEIRO
BANHEIROS, JUNTO AO EQUIPAMENTO MÓVEL DE CONSUMAÇÃO
CONSUMAÇÃO
SORVETERIA/ LANCHONETE E PADARIA.
CIRCULAÇÃO
CAMINHOS
DIVERSÃO DAS CRIANÇAS, SE LOCALIZANDO PRÓXIMO À CRECHE SE ENCONTRA NO PONTO CENTRAL MAIS ALTO DO TERRENO, PARA CONTEMPLAÇÃO DA PAISAGEM MÓVEL, PARA LOCOMOVER/RETIRAR QUANDO NECESSÁRIO
SORVETERIA E LANCHONETE SIMPLES, COM PRODUTOS QUE OS USUÁRIOS PODERÃO ENCONTRAR DESDE UM SUCO PARA SE REFRESCAR, ATÉ UM LANCHE 1 EQUIPAMENTO MÓVEL: PARA MATAR A FOME. VENDA DE PÃES LOCOMOVER/ RETIRAR QUANDO FRESCOS NO PERIODO MATINAL E NECESSÁRIO VESPERTINO, BOLOS, CAFÉS, EXPRESSOS DENTRE OUTROS PRODUTOS. NADA SERÁ PRODUZIDO NO LOCAL, APENAS REVENDIDO
-
CALÇADAS, RAMPAS, PONTES E CONEXÕES
1500
939
5.1.2 Zoneamento
Sorveteria móvel, que também vende outras coisas simples de lanchonete, atendendo à demanda. Possui 2 banheiros.
Abertura de rua para melhor escoamento do transito, sobretudo de ônibus
Cinema ao ar livre, usando a topografia como escadaria, espaço da “plateia”
904,33 m² Padaria/confeitaria móvel. Não produz nada no local, só revende, servindo de apoio para a vizinhança, que não possui outro estabelecimento como este nas proximidades.
1878,30 m² - Praça seca, com mobiliários interativos e funcionais, dando suporte ao ponto de ônibus, o qual os moradores usam muito.
2061,66 m² - Campo poliesportivo, despojado, possibilitando a ocorrência de outras atividades, como piqueniques
1013,28 m² - Pista de skate contínua, fazendo uso da topografia para criar os espaços para manobras. 4619,69 m² - Área com topografia acentuada, onde terá rampas, escadas “verdes” para a conexão e abrir caminhos pelo terreno
Praça seca, com espaço amplo e livre para a ocorrência de diversas atividades
708,84 m² - Canteiro de Vegetação baixa e mobiliários interativos e funcionais 2965,68 m² - Academia ao ar livre, com diversos equipamentos para todas as idades
6757,50 m² - Área institucional: não se pode intervir
4220,81 m² - Playground em local esquemático, próximo à creche, para as crianças poderem brincar na saída da escola. Também haverá bancos, com desenho diferenciado, para conforto das mães.
4386,99 m² - Área com Habitações irregulares: pensar forma de conectar esses moradores e esse espaço com a praça seca(pátio) logo acima, integrando as partes da praça e os moradores.
Possíveis caminhos de passagem, pensando na interligação de todo o entorno através deste espaço livre.
110
5.1.3 Organograma
Diversão Área para se exercitar Área para prática de esportes Pista de Skate Arquibancada Playground Mirantes
Consumação Sorveteria Padaria/Confeitaria/C afé
Serviços Banheiro público
Convivência Praça Seca Jardins
111
5.1.4 Fluxograma PRAÇA SECA
Mirante
Padaria
Arquiba ncada Pista skate
Sorveteria Banheiro Público
Para pratica esportes
Para Exercitar
JARDINS
Playground
5.1.5 Plano de massas
112
N Área verde – grama pisável
Caminhos de concreto permeável Marquise
5.2 Memorial Descritivo
5.2.1 Pavimentação 5.2.1.1 Grama para pisoteio
5.2.1.2 Grama para barrancos
5.2.1.3 Piso de pneu reciclado
Grande parte dos locais que terão cobertura
A GRAMA AMENDOIM será usada nos taludes e
O PISO DE PNEU RECICLADO, também
vegetal, serão passíveis de pisoteio.
barrancos existentes no espaço. Sua cobertura
conhecido como Piso Monolítico drenante,
favorecendo
é verde-escuro, com delicadas flores amarelas.
possui grânulos de pneu de EPDM colorido em
diferenciados, como amarelinhas, caracóis e
Dentre
seu acabamento.
demais desenhos personalizados.
A proposta, a curto prazo, é manter a grama que já existe no local. Mas como não foi possível identificar sua espécie, propõe-se a plantação de uma grama resistente ao pisoteio, se caso a existente não consiga suportar a demanda de usuários e tipos de atividades que
suas
destacam-se
características algumas,
de
importantes, acordo
com
Gramagrama (2016):
De acordo com a Anti-impacto (2016), esse tipo de piso possui as seguintes características
• Possui alto valor nutritivo para os animais
principais:
• Reduz gastos na manutenção do gramado
• Alta absorção de impactos
• Impede o nascimento de ervas daninhas
• É antiderrapante e drenante, colaborando
acontecerão no espaço. É proposto, portanto, nesses lugares, a plantação da GRAMA BERMUDA
TIFWAY
419,
que
possui
as
seguintes características básicas, de acordo
• Possui raízes profundas, sendo resistente à
• Não
deixa
emendas a
criação
nem
rejuntes,
de
desenhos
• Atende à norma ABNT NBR 16071 -3:2012
• Possui variedade de cores •
Ecológico e sustentável
• Altamente recomendado para playgrounds, pistas de corrida e calçadas.
para a permeabilização dos lençóis freáticos
fortes chuvas e deslizamentos
com o Greengrass (2016): Excelente resistência ao pisoteio
115
Ótima recuperação Resistente à seca Piso de pneu reciclado presente uma área molhada. Fonte: Anti-impacto, 2016
Possui excelente densidade Piso monolítico desenhando o espaço e determinando uma atividade. Fonte: Anti-impacto, 2016
É recomendada para espaços abertos Sua coloração no inverno é boa Bermuda Tifway 419. Fonte: Greengrass, 2016 Grama Amendoim. Fonte: Gramagrama, 2016
Em outros pontos, o piso será na cor cinza claro,
5.2.1.4 Piso permeável de concreto poroso O PISO DE CONCRETO PERMEÁVEL é ideal para ser utilizado em estacionamentos, passeios, ciclovias, pistas de skate, quadras e
arquibancadas. É constituído por fibras naturais, normalmente encontrado
em
placas
pré-moldadas
e
com dimensões de 10 cm x 300 cm x 8 cm (7 peças formam o m²) com concreto de 25MPa de resistência na sua composição.
5.2.1.5 Piso de Concreto armado A pista de skate terá pavimentação em concreto armado. Deverá ser feito o adensamento do concreto, para garantir a uniformidade da superfície,
Esse piso será utilizado tanto nos caminhos internos
garantindo o conforto para os usuários, além de
quanto nas calçadas, para promover a integração
acabamento superficial com acabadora poli triz até
do espaço.
que a superfície se torne lisa e sem nenhum tipo de ondulação.
possuindo um ótimo custo benefício. Este tipo de piso pode absorver até 90% da água sobre sua superfície. Em alguns locais é proposto a utilização de peças na cor cinza escuro com dimensões de 50 cm x 50 cm x 8 cm (5 peças formam o m²) com concreto de 25MPa de resistência.
116 Pavimento de concreto permeável. Fonte: Techne, 2016
Piso permeável de 10 cm x 30 cm x 8 cm. Fonte: Techne, 2016
Execução de pista de skate em concreto armado. Fonte: Tatu, 2016
5.2.2 Marquise A Fundação da marquise será mista, com A marquise terá Laje alveolar por toda a sua
pode chegar, sem dificuldade, a 50m2/h, o que
extensão. A laje alveolar é composta por
equivale a 400m2em 8 horas de trabalho.”
painéis de concreto protendido que possuem
(TATU, 2016, p.2)
seção transversal com altura constante e
alvéolos
longitudinais,
responsáveis
pela
redução do peso da peça. Esses painéis são formados por concreto protendido com grande resistência à compressão (fcK> 45 Mpa) e com aços especiais para protensão. A imagem abaixo representa uma seção transversal de um painel alveolar:
• Redução de serviços na obra: serviços de carpintaria,
armação,
durante as etapas de construção. Além disso, alguns detalhes na montagem podem ser
executados
facilmente
sem
um
• Atinge maiores vãos: permite alcançar grandes vãos mesmo com cargas de utilização elevadas. A laje alveolar tem várias vantagens. Algumas
e
o
aço
precisam
ser
• Permite fácil instalação hidráulica e elétrica,
recebidos
por causa dos seus alvéolos.
estocagem
de
mão
de
obra
e
de
prazos,
sendo
recomendada para obras com canteiros pequenos e prazos limitados. • Maior
qualidade
e
confiabilidade:
a
produção dessas lajes ocorre em instalações industriais
modernas,
garantindo
o
adensamento ideal.
A laje utilizada na marquise terá 30 cm de altura, com capa de concreto. Os pilares da marquise serão todos de concreto armado,
vigas terão cerca de 1, 50 m de altura por 0,25
Essas fundações são formadas a partir de um elemento vertical único, Em geral um fuste de estaca de concreto armado e de um elemento horizontal , designado por topo, normalmente e concretado na obra. A ligação entre o elemento horizontal e o vertical é feita de modo tal que. idealmente, apenas esforços verticais de compressão sejam transferidos ao elemento vertical (estaca convencional). O elemento horizontal simplesmente se apoia sobre a cabeça do elemento vertical, sem que haja qualquer tipo de engastamento. Esforços horizontais e momentos fletores são pois transferidos diretamente ao solo pelo topo. (CONSTRUÇÃO CIVIL, 2016)
O concreto a ser utilizado na estrutura será o
componentes, como vigotas, enchimentos,
de fck=30 Mpa e o Aço será CA 50-A para
armaduras e escoras.
pilares e laje; nas vigas serão utilizados cabos
• Simplicidade e rapidez na montagem: O
de aço para protensão. (Esses valores são as
processo de montagem da laje alveolar é
pré-dimensões estimadas da estrutura, sendo
equipe de montagem de três operários
diretamente ao solo por atrito.
protendido, servindo como reforço para a laje.
diversos
bem repetitivo, e “o rendimento de uma
• As estacas tem como função captar a carga
de largura, sendo executadas de concreto
lajes, as quais necessitam de recebimento, e
• Economia: permite redução de materiais,
com espaçamento de 10 m entre cada um. As
diferentemente dos sistemas tradicionais de
que se encontra no solo
distribuída advinda da sapata e transmitir
com a dimensão estimada de 0,25 m x 0,50,
e
descarregados com auxílio de guindaste,
transporte
Montagem da laje alveolar. Fonte: Tatu, 2016
quase que eliminados em sua totalidade
não precisa de escoramentos.
• Facilidade de transporte: somente os painéis
forças advindas da estrutura pela área em
recebimento, estoque e manuseio são
suporte provisória) : Por ser auto-portante,
delas são: (TATU, 2016, p. 1 A 18)
nesse tipo de solo, distribui melhor as
revestimento,
profissional com uma maior especialidade.
Seção transversal do painel alveolar. Fonte: Tatu, 2016
• A sapata é recomendada pelo fato de o solo ser rochoso. Esse tipo de fundação
• Eliminação de cimbramento (estrutura de
117
sapatas sobre estacas com contato fisico.
Comparação do desempenho de lajes treliçadas, protendida e alveolar, todas com altura de 16cm. Fonte: Tatu, 2016
necessário o cálculo do dimensionamento definitivo para a sua correta execução.)
Sapata sobre estacas. Fonte: Construção civil, 2016.
5.3 Croquis
5.4 O Projeto
129
139
CONCLUSÃO
A manutenção de espaços livres públicos e a
incidência de efeitos negativos por parte do
sua correta funcionalidade proporcionam a
espaço para com os vizinhos. Ou seja, com o
melhoria na qualidade de vida dos espaços
espaço bem iluminado, as pessoas não
urbanos e é uma tentativa de aproximar o
precisam se sentir intimidadas à usá-lo, pois
homem à natureza e às pessoas ao seu redor.
além
Atendem
sociais,
convenientes, transmitem um sentimento de
recreativas e contemplativas e garantem o
segurança e conforto. Além disso, como foi
convívio com outros indivíduos em ambientes
seguida a premissa básica de se garantir
saudáveis e sustentáveis.
acessibilidade à todos em todos os setores,
demandas
culturais,
A dificuldade em se criar um espaço público é grande, uma vez que se faz necessário pensar e pesquisar sobre a necessidade da parcela
quaisquer
possuir
atividades
atrativas
e
tipos e categorias de pessoas
poderão fazer uso do local, sem restrições ou barreiras físicas.
usuária, garantindo que, se não toda, grande
Acredita-se que com a requalificação desse
parte da população se orgulhe do espaço
espaço, as pessoas sejam incentivadas a saírem
presente em seu bairro, induzindo-a à utiliza-lo
de suas casas e a se socializarem nele,
e a cuidá-lo sempre. Para tanto, as entrevistas
garantindo a vivacidade da área e do bairro,
informais com moradores e visitas ao local
que é carente nesse aspecto. Isso ajuda na
foram de extrema importância para se elaborar
conscientização da população da quantidade
o projeto tal como ele se encontra hoje.
de espaços livres públicos presentes na cidade,
Este trabalho debruçou-se sobre os espaços
142
de
livres públicos e a ativação da vida urbana. Foi
e que não estão devidamente inseridos ou que não funcionam como deveria.
discutido elementos referentes ao desenho
Com este trabalho foi possível alertar os
urbano para se estabelecer a requalificação da
leitores da grande carência de espaços
área, por meio da implantação de um espaço
públicos vivos na Zona Oeste da cidade de
livre público destinado ao lazer no bairro Solar
Ribeirão Preto, e como a presença deles
Boa Vista na Zona Oeste do município de
interfere diretamente na vivacidade urbana.
Ribeirão Preto, situado no estado de São Paulo.
Com as pesquisas em campo realizadas, foi
Com os ideais gerais propostos pelo projeto, a área deixará de ser depreciada, pois as atividades apresentadas suprem as demandas e necessidades dos moradores. A iluminação foi trabalhada de forma que o espaço fosse uniformemente iluminado, reduzindo a
possível
perceber
como
esses
espaços
públicos estão degradados e inutilizados, necessitando de intervenções imediatas, a fim
de aumentar a qualidade de vida urbana, aumentando trocas sociais e valorizando o bairro em que cada espaço livre público se faz presente.
Foi possível perceber, também, que não é
Em suma, pretendeu-se, com o conteúdo deste
necessário construir novas áreas verdes, praças
trabalho, exemplificar a realidade da Zona
ou parques, nessa Zona da cidade, mas
Oeste da cidade em relação à espaço livres de
requalificar as existentes, que estão em
lazer disponíveis à população, além de explicar
péssimo estado de conservação e necessitam
sobre espaços livres públicos e sua condição e
da atenção e colaboração da população em
importância na vida das pessoas, sobretudo
conjunto ao poder público para a sua
em bairros mais carentes. Este trabalho não
reabilitação e manutenção.
tem como intuito ser concretizado, mas
Por fim, foi possível demonstrar, com o projeto apresentado, que apesar do desprezo por parte dos órgãos responsáveis, para com os espaços públicos da Zona Oeste de Ribeirão Preto, cada um deles possui significativas potencialidades a serem exploradas, as quais
evidenciar as potencialidades dos espaços livres públicos da Zona Oeste do município de Ribeirão Preto e suas particularidades e qualidades inerentes à paisagem urbana, dando destaque para um dentre os vários espaços degradados existentes.
ajudariam na elaboração de projetos coerentes e funcionais de acordo com cada área de abrangência. Claro que mesmo que todo o projeto seja executado da forma proposta, de nada vale se não houver gestão para a manutenção do espaço: ele poderá voltará a ser como era: depreciado e abandonado. Para isso não acontecer,
é
disponibilizado
importante recursos
que
seja
orçamentários,
advindos de associações de protetores do espaço ou parcerias público-privadas, com o intuito de diminuir encargos públicos.
Foto do terreno tirada em 03 de novembro de 2016: placas de conscientização colocadas no gramado pelos próprios moradores. Fonte: Arquivo pessoal
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