PWR Zine #1

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zine #1


Em ordem, obrigada pela contribuição: Letícia Leite, Theresa Menezes, Lian Rodrigues, Anna Bella Bernardes, Claudine Zingler, Sufhya Kawall, Luisa Queiroz, Biavbia, Juliana Trevisan, Alanna Fernandes, Lorraine Santana, Jessica Torres, Beatriz Saegesser, Stephanie Pollo, Juliana Coelho, Bruna Fortes. Cês são foda <3

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- Letícia Leite Na casa de vovó tinha uma cadeira que era tão dela que tinha a marca dá bunda na madeira do chinelo no chão encerado das mãos no apoio escorregadio Tão dela que tinha os dedos pequenos e gordos de todos os bruguelo da casa Tão dela que tinha a marca do cinto que vovô batia nela e rebatia na cadeira Hoje, ninguém senta na cadeira ou fala com vovó. - Theresa Menezes


UM CORPO QUE CALA? Não um corpo que FALA. Desnuda teus dias sem sentido e conecta Liga todas as linhas de transmissões possíveis Chegou a hora... Chegou a hora de se ver, conhecer. Já não cabe mais os porquês alheios, tua morada é outra, ou melhor é ti mesmx. Esse corpo que a outros viu e serviu quer gritar!!! Grita, porque que cada poro é possibilidade de ligação consigo. É no teu andar, como você caminha por esse mundo que ele tenta escapar. É por dentro das mil vestes que te fazem parecer sem ser. Rasga elas, rasga. Por debaixo da armadura que tu vive, é que se encontra um eu. Esse que te acompanha antes mesmo de conhecer o mundo... ele era teu. Onde você perdeu? Ta aí, esperando ser lembrado, libertado, gozado. Esse corpo fala... Só não escuta quem não quer. Ele fala de mais coisas que objetificação. Ele fala de um desejo latente de libertação. Não se preocupa, ele tem uma arma poderosa, ele vontade própria. Carne dura, firme, marcada e manchada; trás beleza de voz que um dia calou no corpo, mas não cala mais! Esae corpo fala de possibilidade. Escuta, é tua voz chamando! Teu corpo e tua alma se encontrando. Repara. Não cala mulher! - Lia Rodrigues


- Anna Bella Bernardes


- Claudine Zingler


Fenômenos . Por trás de todo homem, está uma grande mulher Tão grandte que não se enxerga o homem Tão grande que faz sombra A sombra projetada apaga o homem O homem não se enxerga, pois está no escuro O homem faz a mulher tropeçar por ser lento e sempre estar à sua frente A mulher se livra do homem Ela é livre Por ser maior, a mulher é livre Seu corpo está transbordando Por trás de toda mulher, está uma fonte Na frente de toda mulher, está outra mulher E outra mulher E outra mulher E outra mulher E várias outras Que, por serem maiores, são livres - Sufhya Kawall


- Luisa Queiroz


biavbia

- Biavbia


Resiliência Eu não existo por causa das pessoas, lugares, circunstâncias, frases clichê na televisão, histórias, coincidências e blocos de concreto maciço no meio do meu caminho Eu resisto apesar delas E persisto na tentativa de ser como água em pedra dura Ignorando que o tempo que levaria para desconstruir o concreto, as coincidências, as histórias, as frases clichê na televisão, as circunstâncias, os lugares e as pessoas Excederia minha linha da vida Continuo, talvez cega Talvez forte Por causa da correnteza desse meu rio virgem e selvagem Que, embora também cansado Ainda me envolve, carrega e conduz - Rayssa Coelho

- Juliana Trevisan


Igualdade de P Pátria Patriarcal parte da perspectiva problemática da práxis pelo pecado pelo? puta! pelada? puta! pecado!!! pluralidade de privilégios? pelo amor de Deus! piada! Pai… um pedido: estou perdida pisaram na minha ferida preta, pobre, parto forçado, estuPro, mãe sem P perereca pingando pinto pacífico Papa sem querer paternidade (a)parente? até parece! o papel da prática parte de um pedido: partir com as próprias pernas pisar com a perspectiva dos próprios pés com o peito pesado peço a paz e igualdade de P - Alanna Fernandes


- Lorraine Santana


FILHOS DO PÓ blindaram a vista livre e o mundo livre com outdoors imponentes no meio do caminho a vaidade nos enfraqueceu e transformamos-nos em produtos em narcisos cegos egóicos ecóicos da modernidade mesquinha industrial, fria, virtual embalada, plástica e esterilizada do mundo dos homens machos filhos de um deus macho que ojeriza o que é mundano, natural, livre e abundante e que despreza os úteros, os ovos, as sementes e as mães que persistem povoando o mundo de vida e resistem às desnecessidades inventadas para o consumo ad infinitum que acumula lixo sintético matéria prima das nossas cavernas modernas, descartáveis, não putrescíveis e não digeríveis pelas incorruptíveis leis da Terra. - Jessica Torres


- Beatriz Saegesser



- Juliana Coelho


- Bruna Fortes Thedim Sardilli


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