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10. Composição RGB

CAPÍTULO 10

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Composição RGB

SATÉLITES E BANDAS ESPECTRAIS

Geralmente, as imagens provenientes de satélites são um conjunto de arquivos brutos, cabendo ao pesquisador, portanto, definir qual o melhor trato para estas a depender da destinação final dos produtos estudados. Os satélites, por sua vez, produzem imagens relacionando-as às bandas espectrais. O Landsat 8, satélite amplamente utilizado em estudos de carácter ambiental e lançado em 2013, possui diferença significativa quanto ao número de bandas, quando comparado aos seus predecessores, Landsat 7 e 5, respectivamente. A principal modificação do Landsat 8, quando comparado ao Landsat 5, é uma superior resolução espacial das bandas que se dedicam a energia termal (bandas 10 e 11), também como uma melhor resolução radiométrica. Outra mudança considerada importante foi no intervalo de leituras espectrais dedicadas às bandas da região do visível, infravermelho próximo e curto. De acordo com Pavão (2016)28, todas essas modificações vieram a alterar a contribuição de cada banda na intensidade de radiação registrada no sensor, pois, desta forma, cada intervalo espectral irá emitir radiação em intensidades distintas, conforme os comprimentos de onda presentes no mesmo.

Dentro deste contexto, o satélite Landsat 8 apresenta um total de 11 bandas, distribuídas em dois sensores: O OLI (Operational Land Imager), e o TIRS (Termal Infraed Sensor). Todas essas bandas, em ambos os sensores, apresentam uma resolução temporal de 16 dias, uma área imageada de 170x183km e por fim, resolução radiométrica de 16 bits. As diferenças estão presentes nos sensores presentes em cada banda espectral, além de suas

28 PAVÃO, Vagner Marques; BIUDES, Marcelo Sacardi. EFEITOS DA CORREÇÃO

ATMOSFÉRICA EM IMAGENS LANDSAT 8 E DIFERENTES MODELOS DE RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL NA ESTIMATIVA DO SALDO DE RADIAÇÃO

SUPERFICIAL. Programa de Pós Graduação em Física Ambiental – Universidade Federal do Mato Grosso. 2016.

respectivas resoluções espectrais e espaciais, conforme apresenta o Anexo 1 –Características do Landsat 8 (USGS, 2020).

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Além dos satélites mais recentes possuírem recursos adicionais, a qualidade/resolução espacial destes equipamentos evoluiu drasticamente, possibilitando que trabalhemos com precisão através de imagens de satélite para usos no planejamento e concepção na estruturação de ambientes urbanos.

No que concerne à elaboração de composições RGB, primeiramente deve-se ter em mente as finalidades ao qual o estudo se destina. Desta forma, algumas dessas composições usuais são apresentadas no Anexo 2 – Composições usuais (Autoria própria, 2021), além disso, menciona-se os seus principais usos com finalidade acadêmica30 .

OBTENÇÃO DAS IMAGENS MULTIESPECTRAIS DE SATÉLITE

Para baixar as imagens espectrais, é necessário acessar a página do Earth Explorer da USGS, por meio do link https://earthexplorer.usgs.gov/ e fazer login ou cadastro gratuito. Após isso, procura-se no mapa (1) a região, estado ou município de interesse. É necessário garantir que a região esteja centralizada e dentro da área de visualização. Na aba Polygon, clica-se em Use Map (2) para usar sua visualização como “cena” ou área de interesse para pesquisar as imagens. Define-se o intervalo temporal no qual se deseja coletar as imagens na aba Date Range (3), pela data de início e fim (no modelo americano mês/dia/ano). Ainda nessa aba, é possível selecionar quais os meses de interesse para a coleta das imagens. Depois clica-se em Data Sets (4).

29 ANACLETO, Lucas Michel de Oliveira; BATISTA, Getulio Teixeira. ANÁLISE ESPACIAL

DAS ÁREAS CULTIVADAS COM EUCALIPTO NO TRECHO PAULISTA DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL–SP. Revista GeoPantanal, v. 11, n. 20, p. 77-92, 2016.

30 DA SILVA, Gleiciane Correia et al. Levantamento da Susceptibilidade a Erosão, Escorregamentos e/ou Movimentos de Massa na APA da Serra do Baturité-CE a Partir do Emprego de Dados SRTM e Imagens Landsat 8. Geologia, v. 29, n. 1, 2016.

Análise de vegetação 6 5 4

Natural sem atmosfera 7 5 3

Saúde vegetal 5 6 2

Terra/Água 5 6 4

Infravermelho

curto 7 5 4

Utilizada em análises da vegetação. Diversos trabalhos utilizam esta combinação para avaliar as modificações relativas à cobertura vegetal. Anacleto e Batista (2016), avaliaram áreas cultivadas de Eucalipto na Bacia Hidrográfica do Paraíba do SulSP, por meio da utilização de imagens com composições destas bandas.

Assim como sua predecessora, essa composição falsa cor é muito utilizada para a análise da vegetação do local estudado.

Essa combinação é utilizada quando se deseja verificar o estado fenológico da vegetação, sua saúde e desenvolvimento.

Quando se deseja destacar elementos como a terra e a água, fazendo-se distinção de ambos e facilitar classificação não-supervisionada deles.

Utilizada com finalidade de avaliação de impactos ambientais. Esta composição foi avaliada no trabalho desenvolvido por Rodrigues, Santos e Peres (XXXX) e permitiu realizar a distinção entre regiões alvo de queimadas através do índice de separabilidade em unidades de conservação de região serrana do RJ.

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