PARQUE CULTURAL PANO BRANCO - Parque Cultural Urbano para a cidade de Americana, SP.

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PARQUE CULTURAL PANO BRANCO Parque Cultural Urbano para a cidade de Americana, São Paulo.


Agradecimentos À minha mãe Carolina e meus irmãos Kayo e Carol por todo carinho e apoio, por proporcionar oportunidades para minha formação acadêmica, pessoal e profissional. À minha orientadora Ana Paula Faria e a todos os docentes que contribuíram na formação do arquiteto e urbanista que me torno, por toda paciência e estímulo no compartilhamento de saberes. Aos meus amigos, que me acompanharam de perto ou de longe, que foram peça fundamental para o desenvolvimento do trabalho, além de todo apoio intelectual ao longo dessa jornada.


Universidade Federal de Pelotas – UFPel Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAURB Trabalho Final de Graduação I Ênfase em Espaços Abertos

PARQUE CULTURAL PANO BRANCO Parque Cultural Urbano para a cidade de Americana, São Paulo. Professora da Disciplina: Prof. Dra. Ana Lúcia Costa de Oliveira Professora Orientadora: Prof. Dra. Ana Paula Neto de Faria Acadêmico: Leonardo Fernandes Lourenço 2019 / 2


figura 01: fotografia da rua interna do Complexo Industrial Carioba (ano indefinido)


“...Uma memória que retrata Carioba não como um projeto político, econômico e social que se manteve até o período em que dava lucro e poder aos seus proprietários, mas como um paraíso, cujas maravilhas foram ceifadas pela ganância e pelo desrespeito pela sua história.” (STOCK, 2009.)


RESUMO O presente trabalho consiste nos estudos realizados referentes ao Trabalho Final de Graduação I – Ênfase em espaços abertos, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas. Apresentando a proposta de elaborar de um projeto paisagístico para um Parque Cultural Urbano, buscou-se o levantamento de dados históricos, culturais e físicos da Cidade de Americana, interior de São Paulo, com recorte da Vila Operária do Carioba, objeto de estudo. A materialização do projeto prevê a conexão da arte com o ambiente natural, com a criação de diferentes ambiências além de pré-existências que se destinam a receber novos usos e atividades propostas.

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figura 2: fotografia de detalhe da produção do tecido (ano indefinido) Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


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figura 3: fotografia de detalhe da produção do tecido (ano indefinido).

figura 4: fotografia de detalhe da produção do tecido (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 5: interior da fábrica de tecidos Carioba (ano indefinido).


sumário

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

TEMÁTICA

ESCOLHA DO LOCAL

1.1 Panorama Geral 1.1.1 tema e objetivo

2.1 Parques Urbanos 2.1.1 Parque como intervenção Urbana 2.2 O espaço transformando a arte.

3.1 Escolha do Local 3.1.1 Americana 3.1.2 O terreno 3.1.2 Ocupação humana 3.2 Histórico 3.2.1 Histórico de Americana 3.2.2 Histórico de Carioba


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LEVANTAMENTOS

PROJETOS REFERÊNCIAIS

PROJETO

4.1 Ambiente natural 4.1.1 Áreas Verdes 4.1.2 Hierarquia viária 4.1.3 Clima 4.1.4 Topografia 4.3 Levantamento fotográfico 4.4 Primícias de Projeto

5.1 Centros Culturais 5.1.1 SESC Pompéia 5.2 Jardim Botânicos 5.2.1 Instituto Inhotim 5.3 Parques Urbanos 5.3.1 Parc de la Villette

6.1 Conceito 6.2 Programa de Necessidades 6.3 Zoneamento 6.4 Componentes do Projeto 6.4.1 preexistências 6.4.2 acessos e alterações do terreno 6.4.3 circulações 6.5 Apresentação da Proposta 6.6 Colagens 6.7 Considerações Finais


CAP. 1

CONSIDERAÇÕES INICIAIS


1.1 Introdução 1.1.1 tema e objetivo

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panorama geral tema e objetivo O projeto de estudo elaborado neste trabalho será um Parque Cultural Urbano na tombada Vila Operária do bairro Carioba, localizado no município de Americana, no interior de São Paulo. Pretende-se com o projeto, devolver aos moradores um lugar, lugar esse que antes fora um marco de extrema importância para a cidade de Americana e ainda é conservado pela memória dos que ali viveram, além de proporcionar uma conexão já perdida com os dois rios que circundam o sitio de intervenção. Criando uma conexão entre a arte e urbano, propõe-se ambiências que instiguem o interesse pelo lugar e a reconstrução de sua memória pela herança histórica através de elementos artísticos.

A materialização desse projeto, busca identificar as características históricas, morfológicas e arquitetônicas além dos elementos naturais e urbanos na área de estudo, a fim de proporcionar uma forma de apropriação do espaço urbano.

A partir da análise do território e dos materiais disponíveis, buscou-se compreender o processo de ur14 banização e consolidação das várias facetas da extinta Vila Operária de Carioba, bem como a sua queda, que culminou com o fechamento da fábrica de tecidos e a destruição da vila operária. À essas análises foram incorporadas discussões sobre a preservação de bens tombados, como meio de caracterização da paisagem cultural para difusão de conhecimento, além de apresenta primícias consideradas pertinentes ao tema. Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


Carioba é um lugar de extrema importância para a configuração urbana da cidade de Americana e pela sua situação geográfica, localizado nas margens do município o mesmo acaba se tornando também uma área de interesse urbano para Limeira, município vizinho de Americana. Além de contar com uma rica paisagem natural, a região entre rios foi um grande marco para o desenvolvimento cultural e socioeconômico de Americana. Com a venda do complexo industrial para o grupo J.J Abdala se iniciou o processo de decadência da indústria e modificações do uso do lugar que acarretaram no abandono do bairro Carioba. Sendo assim, a proposta de um Parque Cultural Urbano, como projeto de qualificação dos espaços abertos, não só é viável como também é de suma im15 portância para o resgate do sentimento de pertencimento da população e da reativação das dinâmicas urbanas de Carioba.

figura 6: fotografia da travessia da Represa Carioba (2019). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


CAP. 2

TEMÁTICA


2.1 Parques Urbanos 2.1.1 Parque como intervenção Urbana 2.2 O espaço transformando a arte.

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PARQUES URBANOS A influência dos jardins públicos europeus na concepção e construção dos parques urbanos brasileiros é significativa. A necessidade de propor e pensar espaços urbanos de lazer incorporados à natureza é a principal relação entres essas duas formas de organização espacial. O surgimento dos parques urbanos tem relação direta com a urbanização e industrialização dos países, datados do final do século XVIII, principalmente na Europa e Estados Unidos, esses equipamentos públicos são marcados pelas experiências inglesas da Revolução Industrial. O pleno desenvolvimento dos parques urbanos ocorreu um século depois, com ênfase nos reformulações de Haussmann em Paris e o Park Moviment (Movimento dos Parques Americanos) nos Estados Unidos, liderados por Olmstead.

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No contexto analisado, a função primordial dos parques urbanos era a de lazer e recreação, devido o rápido crescimento desordenado populacional e urbano causado pela Revolução Industrial, visando oportunidades recreativas e também de preservação de recursos naturais das cidades urbano-industriais emergentes, necessitava-se de espaços que amenizassem os problemas do contexto urbano como a insalubridade e higienização:

A cidade era o berço da poluição, do ar e sonora, e dos maus costumes, e o campo passou a ser um local desejado, uma vez que possuía ar fresco e tranquilidade. Por isso, há o surgimento da valorização do campo e das áreas verdes no urbano. (SILVA, 2003, p. 45) Diferindo das configurações europeias, os parques urbanos no cenário brasileiro surgiram de outras necessidades, tanto pela disparidade das escalas e portes das cidades como pelas redes urbanas que não eram significativas nas cidades brasileiras. Surgindo como elemento complementar do cenário das elites emergente brasileiras que buscavam se assemelhar aos modelos europeus, os parque urbanos brasileiros não tinham a função de atendar o contexto das massas urbanas do século XIX. Os primeiros parques públicos brasileiros foram criados por volta de 1808 com a chegada da família real portuguesa, dentre eles o Passeio Público (Figura 7), Campo de Santana (Figura 8) e o Jardim Botânico (Figura 9) criado pelo então Príncipe Regente Dom João na cidade do Rio de Janeiro, todos desenhados a partir das características de jardins europeus. Como antes citado, o jardim botânico do Rio de Janeiro fora Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 7: Passeio Público do Rio de Janeiro (1862).


construído para ser lugar de passeio para ver e ser visto, com o passar do tempo o projeto foi transformado em espaço público. Em São Paulo, com a expansão do crescimento para além das várzeas que se iniciam as reflexões sobre o espaço urbano e como tornar visível a prosperidade econômica paulistana. Entre 1872 e 1875 aparecem as primeira intervenções de embelezamento, saneamento e modernização urbana como a arborização de vias, a ampliação do Largo da Sé (Figura 10), remodelação do Largo do Arouche e do Paissandu (Figura 11), abertura do Parque Antártica, os jardins do Museu Paulista, a arborização da Praça da República. Já no século XX, com o processo de modernização, São Paulo se tornou a maior cidade sul-americana do século XX, alguns urbanistas dão este fato à dois eventos: o aterro e saneamento da várzea do Carmo, hoje Parque D. Pedro II, e o Parque do Anhangabaú, criados entre os anos 10 e 20. Os urbanista passam a ter uma preocupação com os limites do desenvolvimento e da degradação ambiental, então os parque urbanos começam a influenciar na forma de tratar o espaço como suporte

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figura 8: fotografia do Campo de Santana (1880). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 9: fotografia do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1890).


de um ecossistema natural e um conector do tecido urbano, gerando cidades mais saudáveis. As funções espaciais somadas à estética também passaram por mudanças, com a incorporação e integração de espaços livres e equipamentos urbanos de cultura e lazer, deixando para trás o conceito de parque urbano como higienização e elemento de embelezamento urbano destinados a certos grupos sociais. A consolidação da arquitetura paisagística brasileira se dá também no século XX, pós Segunda Guerra Mundial, segundo (MACEDO, 1999), o ato de projetar o espaço livre, torna-se antes de tudo objeto de trabalho de profissionais que passam a criar tanto espaços públicos quanto privados, havendo em suas obras o desprendimento das antigas influências europeias e a incorporação de um caráter nacionalis20 ta, com características tropicais e assumindo identidade própria. A variedade de dimensões, formas, tratamentos paisagísticos, funções e equipamentos é bastante ampla, portanto, não existe um padrão específico para a configuração espacial dos parques, isso varia de acordo com o reflexo das necessidades locais e temporais. O leque de benefícios que espaços verdes públicos trazem, tanto para o meio ambiente, como

figura 10: fotografia do Largo da Sé (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


para a cidade é imenso, melhoria na qualidade dos ecossistemas, do ar, na redução da poluição sonora, na absorção dos raios solares e redução de temperaturas dentre outros. Além disso os benefícios gerados para a população são diversos, como amenização de estresse e tensões sociais causadas pela rotina cotidiana da vida urbana, melhoria na saúde física e mental, maiores relações pessoais na convivência com outras pessoas e maior relação com a natureza.

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figura 11: fotografia do Largo do Arouche (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


parque como intervenção urbana O termo revitalização é bastante empregando quando se fala de intervenção urbana, pois se refere a uma série de medidas adotadas com a intenção de dar nova vitalidade e eficiência à alguma coisa, visando a melhoria do espaço em seu entorno. Sendo a ação, processo ou efeito de revitalizar, de dar nova vida a alguém ou a algo” (DICIONÁRIO HOUAISS, 2009), no contexto do urbanismo e planejamento urbano é um processo de restauração ou criação de novos usos e características urbanísticas ou naturais, de espaços abandonados, subutilizados ou degradados. A importância da revitalização de um espaço urbano não significa apenas a manutenção de uma estrutura existente, mas a possibilidade de resgatar a identidade de um determinado local, de recuperar a qualidade do espaço e das interações nele realizadas, 22 enfim, de requalificar seus usos e atividades, gerando um novo valor urbano. Assim, o projeto do parque na área de estudo serviria como intervenção, revitalizando não somente o que ainda existe no local, mas trazendo de volta a vida, ou dando uma nova vida, àquilo que um dia existiu ali, seja algo social ou histórico.

destinadas a relançar a vida econômica e social de uma parte da cidade em decadência. Esta noção, próxima da reabilitação urbana, aplica-se a todas as zonas da cidade sem ou com identidade e características marcadas. (Grifo do autor). Ao contrário das renovações urbanas, que alteravam radicalmente a configuração das áreas e exigiam grandes investimentos tendo como conceito “demolir para construir”, a revitalização urbana se caracteriza por critérios funcionais, políticos, sociais e ambientais. Busca uma ligação maior do homem ao espaço público, dar nova vida não apenas às estruturas existentes em uma área decadente, mas também em incorporar práticas anteriores, marcos históricos e culturais dessa determinada área. Engloba o conceito de reabilitação física, que envolve o restauro ou conservação de suas estruturas físicas, e também a revitalização funcional, como dar vitalidade às suas características funcionais e o aumento da sua capacidade de atração (CUNHA, 1999).

Segundo os termos da Carta da Reabilitação Urbana Integrada, conhecida como Carta de Lisboa (1995, p. 4), Revitalização Urbana: Engloba operações Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


o espaço transformando a arte Quando pensamos em de espaços de exposição, como museus e galerias de arte, a concepção inicial que nos vem à mente é a de um lugar fechado, com boa iluminação, provavelmente paredes brancas ou em tons neutros e pisos sóbrios. Nas últimas décadas, uma das maiores diretrizes na produção de espaços expositivos, talvez seja, a ideia de pensa-los como “puros”, seja para enfatizar a obra de arte em si, seja para permitir a rotatividade de exposições. O autor Brian O’Dohery, descreve a galeria moderna em sua publicação “Inside the White Cube: The Ideology of the Gallery Space”, como um espaço construído com o mesmo rigor de uma igreja medieval, a sacralização do espaço expositivo nessas galerias faz com que as obras de arte pareçam alheias ao tempo e as suas vicissitudes. O ideário de menor intervenção externa, natural ou humana, na obra de arte é o conceito mais usual neste modelo, se encaixando bem no contexto da arte contemplativa, onde o espectador interage com a obra através da visão ou audição, nunca contato. Com a arte moderna, a revolução proporcionada pelos diversos movimentos foi além da forma de produzir arte e interviu na forma de expô-la, em muitos casos esses dois pontos se tornam indissociáveis. As

primeiras galerias surgiram dos acervos particulares de colecionadores, que em seus salões tinham paredes quase inteiramente preenchidas por quadros. Ao longo do tempo, o conceito de espaços expositivos foi posto em questão assim como a arte em si, abrindo porta para criação de galerias voltadas à centralidade da obra de arte em relação ao espaço, seguindo ideais racionalistas e progressistas. Na contemporaneidade voltar-se para o espaço, seja incorporando-o à obra ou transformando-o talvez seja um dos conceitos mais presentes na criação de espaços de expositivos. A partir dessas discussões e reflexões que emergem produções artísticas criadas de acordo com o ambiente e espaços específicos, mais conhecidas pelo termo site specífic (sítio específico). A ação do espaço na obra de arte não significa que a arte não atue também como transformadora do ambiente em que está inserida, seja ele aberto, fechado, público ou privado. Essa inter-relação ocorre independentemente do projeto em questão. Nas instalações site specific a atuação do espaço como potência transformadora assumindo posição de diretrizes projetuais, não implica que o mesmo seja um delimitador ou redutor das ideias do artista, mas sim uma provocação. Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

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CAP. 3

ESCOLHA DO LOCAL


3.1 Escolha do Local 3.1.1 Americana 3.1.2 O terreno 3.1.2 Ocupação humana 3.2 Histórico 3.2.1 Histórico de Americana 3.2.2 Histórico de Carioba

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escolha do local americana O município de Americana está localizado a leste do estado de São Paulo, à 129 km da capital paulista, pertencendo a Região Metropolitana de Campinas e ocupa uma área de 133,91 km³. A população do município, de acordo com a estimativa de 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de aproximadamente 239 mil habitantes, com densidade demográfica de 1.572,75 hab./km² (SENSO 2010). Com predominância de ocupação na zona urbana, com alta taxa de urbanização chegando a 99,8%. Situada em um relevo de depressão periférica a 545 metros de altitude em relação ao nível do mar, Americana possui clima Tropical, com temperatura média anual de 20,4ºC e pluviosidade média anual de 126,4 mm. Localizada na bacia do Rio Piracicaba, que 26 se forma em Americana pela confluência dos rios Jaguari e Atibaia, o último origina a Represa de Salto Grande, que se encontra instalada a Usina Hidroelétrica na fazenda que leva o mesmo nome. A ocupação da cidade ocorreu no eixo leste oeste influenciada pelos cursos de rios, delimitando a expansão horizontal do município. figura 12: imagem de satélite do Município de Americana, com indicação do centro da cidade e do terreno escolhido para o projeto (2019). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


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figura 13: Jardim Botânico Municipal de Americana (2012).

figura 14: fotografia Basílica Santuário de Santo Antônio de Pádula. Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 15: Calçadão do Centro de Americana (ano indefinido).


o terreno Em etapa inicial do projeto está a escolha do terreno, objetivando encontrar o melhor local para implantar o parque, levando em conta a história e importância da área para a cidade, a forma do terreno, sua situação geográfica, presença de cursos d’água, proximidade ou não dos centros urbanos, acessos ao mesmo e outras características que tornassem o projeto atrativo. O terreno escolhido para o projeto, com cerca de 60 hectares de área, está localizado nas margens do município de Americana, por ser fronteiriço ao município de Limeira, cidade vizinha de Americana, o terreno se torna um ponto de interesse enquanto área urbana para ambos os municípios. Cortado pela linha férrea o terreno possui apenas duas faces voltadas 28 para o sistema viário, sendo as vias que o margeiam, vias arteriais que são atendidas pelo sistema público de transporte, fator benéfico ao acesso ao parque.

sagem tropical exuberante o terreno apresenta belas massas vegetativas que compõem as matas ciliares dos dois cursos d’água que acolhem o terreno. Com aclives e declives que parecem de formação natural devido à presença do curso d’água que corta o terreno, represado pela ação humana, o terreno apresenta algumas problemáticas no quesito declividades, com muitas regiões alagáveis e pontos do terreno com declividade inferior a 8%, dificultando o acesso universal. Outro fator relevante para o projeto é a presença de fábricas funcionantes nos galpões do complexo industrial, mostrando a força do carater fabril de Carioba, quase como um movimento de resistencia da memória do local que que perdura pelo tempo.

A situação geográfica do projeto é bastante privilegiada no que tange a promoção de uma ocupação estratégica de desenvolvimento ambiental, urbanístico, cultural e turístico, agraciado por uma pai-

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figura 16: img. de satélite do terreno, com Limeira na margem superior Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


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figura 17: Ponte para o municĂ­pio de Limeiro no Rio Piracicaba (2019).

figura 18: fotografia rua interna do Complexo Industrial Carioba (2019).

figura 19: fotografia estrada de ferro, uma das barreira do terreno.

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ocupação humana

mapa de localização das ocupações humanas figura 20 ocupação residencial ocupação fabril

Com o processo de abandono, tanto residencial como fabril, do sítio histórico somado ao descaso do poder público na manutenção e preservação do local, Carioba passou e passa por um processo de destruição de grande parte das suas edificações originais, salvo alguns edifícios e o complexo industrial, ainda preservados. A necessidade de moradia é um fato presente na maioria das cidades brasileiras e o caso de Americana não seria diferente, com o abandono do bairro, a ociosidade dos prédios e a inexistente fiscalização da prefeitura, alguns edifícios remanescentes de Carioba foram ocupados por pessoas em condições precárias de moradia. Os edifícios ocupados são a primeira residência da família Müller e o antigo escritório 30 do Complexo Industrial Carioba. A falta de preocupação com Carioba por parte do poder público, revela a pouca manutenção e preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade de Americana, além da falta de políticas públicas que deem assistência à população sem moradia.

ocupações, é possível observar um movimento de resistência de algumas fábricas que continuam em pleno funcionamento nos galpões do século XX. A permanência desse funcionamento nas fábricas mostra resquícios da memória do local e a força que o legado de Carioba passou para as gerações futuras. O fato da permanência do uso nas fábricas é bastante benéfico para a preservação e manutenção do patrimônio histórico de Carioba. A implantação do Parque Cultural Pano Branco busca, assim com as fábricas que ainda funcionam, servir como ator na preservação do local através do uso. Para o projeto do parque, viu-se necessário a desapropriação e realocação das famílias que hoje ocupam os edifícios históricos, a solução encontrada para tal feito foi a realocação dessas famílias para os lotes vizinhos ao sitio de intervenção. Para as fábricas que estão em uso será proposto também a realocação, ficando mais ao fundo do complexo industrial, três galpões ficaram livres para adequação das fábricas.

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Reforçando o uso fabril dessa região, além das Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

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figura 21: imagem da antiga Sede Administrativa da fábrica Carioba

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figura 22: imagem da primeira Residência da família Müller Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

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figura 23: imagem da primeira Residência da família Müller


histórico histórico de americana

Os ciclos imigratórios de pessoas fugindo de guerras e conflitos, ou até mesmo pela busca do “novo mundo”, sempre foi característica de vários municípios do Estado de São Paulo, Americana, cidade da macro região de Campinas é um deles e conta com uma rica história desempenhada pelos imigrantes.

torno do acampamento dos trabalhadores da ferrovia, impulsionado pela instalação de imigrantes sulistas norte-americanos, fugidos da Guerra de Secessão, por volta de 1865. Popularmente a região fora conhecida como Vila dos Americanos, símbolo esse que mostra a forte presença proveniente da imigração americana, influenciada pelo governo imperial brasileiro, sendo vista como uma grande oportunidade de impulsionar o desenvolvimento no interior do país.

Os primeiros registros de ocupação no interior do Estado de São Paulo datam do século XVIII, Brasil Imperial, quando os primeiros portugueses ocuparam as terras desta grande sesmaria, entre os municípios de Vila de São Carlos (atual Campinas) e Vila Nova da Constituição (atual Santa Bárbara d’Oeste), que fora desmembrada nas fazenda Salto Grande, Palmeiras e Machadinho (sendo essa última a vila originária do município de Americana).

Santa Bárbara d’Oeste também teve seu desenvolvimento impulsionado pela vida dos norte-americana, com a melhora da produção através do conhecimento adquirido em novas técnicas agrícolas a região contou com a Estação de Santa Bárbara, que facilitava o escoamento da produção das fazendas da região até o porto de Santos.

produção dessas fazendas era o cultivo, atra32 vés daAmão de obra escrava, da cana de açúcar e

A Vila Americana era organizada basicamente em dois aglomerados que se uniam por uma estrada, configurando uma terceira paralela ao lado do rio Quilombo e da ferrovia Paulista, sendo esses os gestores do nascimento da cidade. A paisagem do lugar era preenchido com sítios e fazendas produtores de hortaliças, algodão e outros, mas eram os dois aglomerados que definiam a dinâmica urbana.

aguardente e posteriormente do café, e algodão. As produções eram escoadas através da estrada de ferro da companhia paulista, que acompanhava o curso do Ribeirão Quilombo e o edifício da Estação de Santa Bárbara em terras da Fazendo Machadinho, citada anteriormente. O núcleo em questão crescia e prosperava em

figura 24: fotografia da Villa Americana (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


histórico de carioba A mais ou menos 3 km da estação que gerou o núcleo central, no ano de 1875 os irmãos Antônio e Augusto de Souza Queiroz, em sociedade com o engenheiro Willian Pultney Ralston, compram parte da fazenda Salto Grande e fundam a primeira indústria têxtil da então Vila Americana, indústria esta que fabricava tecidos para as roupas dos escravos além de embalagens para a produção do café e outros grãos. A escolha do local para instalação da fábrica atende às características descritas por Mumford (Mumford; 1961, pg. 491) na Inglaterra “paleotécnica” do século XIX, quando os geradores da cidade eram a mina, a ferrovia e a fábrica, eminentemente a tecelagem, por produzir um bem de necessidade primária que já tinha condições técnicas de ser levado da manufatura à indústria. (MORELLI, 2002, p. 27) Após alguns anos, a indústria é vendida aos irmãos ingleses Jorge e Clement Wilmot e em 1889 é batizada como Fábrica de Tecidos Carioba, palavra que em tupi-guarani significa “pano branco”. A fábrica funcionou por alguns anos sob comando dos irmãos Wilmot, mas em 1896, devido à crises financeiras, a

fábrica entra em falência e é entregue ao banco do Brasil pelas dívidas acumuladas. Em 1901 o comendador Franz Müller, imigrante alemão, toma conhecimento da venda da fábrica e se associa ao irmão Hermann Müller e ao inglês Rawlinson para comprar a empresa. A ideia inicial do trio era a retomada das atividades fabris para posteriormente vende-la, mas a beleza natural do lugar encantou o Comendador Müller, fazendo com que o mesmo construísse a casa, ao redor da sede da fábrica, para a sua família permanecer na Vila Americana. De construção inglesa, a residência conhecida como Casa Grande foi implantada num ponto estratégico para se observar a fábrica, a encosta logo acima dos salões que ficavam na parte inferior, próximo ao Rio Piracicaba. À primeira vista a construção tem características puramente germânicas, porem analisando profundamente é possível observar um certo grau de semelhança formal com padrões de vilas inglesas para as classes abastadas do século XIX, ilustradas por Benevolo¹. A recuperação econômica da fábrica perdurou por alguns meses e foi realizada através de árduo trabalho administrativo do comendador. Baseado no esParque Cultural Pano Branco - 2019/2

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figura 25: fotografia aérea da Villa Carioba (1930).


tilo europeu, Strassendorf (aldeias ruas), marcado pela urbanização linear acompanhando a linha peninsular entre rios, foram criadas diversas oportunidades de emprego, lazer, educação e diversidade cultural, principalmente para imigrantes. Nessa época houve uma ampliação da Vila Operária com toda infraestrutura necessária aos operários, muitas vezes competindo com a própria Vila Americana. A ocupação em Carioba assemelha-se ao traçado Strassendorf, conformado por um conjunto de sítios (ou weilers compostos pelo holf, a unidade básica de propriedade, com casa, uma pequena horta e pomar ao fundo), desenvolvidos ao longo de uma rua, cercada por casas de ambos os lados, que ficavam bem próximas umas das outras, mas sem serem geminadas. (MORELLI, 2002, p.31)

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Com a necessidade de fonte energética potente o suficiente para expandir a fábrica, o comendador comprou, em 1907, a Fazenda Salto Grande, onde, em 1911, construiu a hidroelétrica que iria fornecer energia, não apenas para a fábrica e a Vila Operária, como também para a Vila Americana, Santa Bárbara, Sumaré e Nova Odessa, cidades vizinhas ao figura 26: padrão de villas, extraídas de um manual inglês (1846). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


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figura 27: fotografia da Villa Carioba (ano indefinido).

figura 28: fotografia aĂŠrea do Complexo Industrial Carioba (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


município de Americana. A Fazendo Salto Grande era produtora de algodão e possuía uma relação direta com a fabricação do tecido, sendo um exemplo de industrialização vertical no início do século XX. A tecelagem era conveniada ao Instituto Agrônomo de Campinas, que desenvolvia sementes de algodão, feijão e milho, além do feno para a pecuária de leite. Os produtos usados serviam também para o abastecimento da própria Vila Operária. Com o falecimento do Comendador Franz Muller na década de 20 o funcionamento da fábrica foi continuado pelo seu filho Hermann Müller, levando-a à grande prosperidade sob sua gerência. Além de administrar a fábrica, Hermann também teve grande no cenário político americanense, defen36 participação dendo o desenvolvimento da cidade. O auge do desenvolvimento de Carioba se deu na década de 30, período em que foi sentido o aumento da concorrência. É nesta década que eclode a Segunda Guerra Mundial e o Brasil entra em “guerra” contra as nações do eixo e o governo de Getúlio impõe restrições a todos os imigrantes e descendentes de italianos, alemães e japoneses. Com o aumen-

to das concorrências e as dificuldades em conseguir empréstimos para sanar dívidas e manter o negócio, Hermann se vê obrigado a vender a fábrica. A fábrica de tecidos Carioba é então comprada pelo Grupo JJ Abdalla em 1944 e teve um aumento no número de galpões para o aumento da produção, porem como a concorrência já estava muito forte o declínio da Vila Operária Carioba era inevitável. Com a expansão urbana e o desenvolvimento da cidade de Americana, aos poucos os operários foram migrando para o centro da cidade e abandonando a Vila Carioba deixando assim a fábrica com cada vez menos mão de obra especializada. Através da modalidade de terceirização chamada façonismo¹, muitos tecelões compraram teares e abriram pequenas empresas de “fundos de quinta”, no intuito de aumentar a renda familiar, produzindo fora dos horários normais de trabalho com a ajuda familiar. A situação financeira da fábrica tem uma queda expressivo na década de 70, sendo essa marcada por greves dos operários pelos salários, que estavam sendo pagos em forma de tecidos. Em 31 de dezembro de 1976 os teares da Fábrica de Tecidos Carioba param de funcionar definitivamente. Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

Após o fechamento da fábrica, nos anos 80 todo o Complexo Industrial de Carioba e o Casarão de Salto Grande passam a ser propriedade da Prefeitura de Americana como forma de sanar as dívidas e impostos do Grupo Abdalla. Neste período uma parcela das edificações da vila operária já haviam sido desmanchadas e os materiais foram dados aos ex-funcionários da fábrica, como forma de pagamento dos salários. É então que a prefeitura entra com o processo de tombamento do complexo industrial junto ao CONDEPAHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), porem o mesmo foi arquivado e o que restou da vila foi demolido. Do conjunto de edificações remanescentes da antiga Vila Carioba restaram: o antigo Grupo Escolar de Carioba, que foi sede do arquivo histórico municipal de americana, porem incendiado em 2011; a Casa Mútuo Socorro de Carioba (Casa do Conto); a antiga Residência do Comendador Franz Müller; o Casarão Hermann Müller, (atual casa de cultura); a Igreja de São João Batista de Carioba; e a Usina Hidroelétrica de Cariobinha, (passou a ser concessão da CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz e em 1988 foi desativada). Nos anos 90, com a abertura do mercado internacio-


nal, o setor têxtil foi extremamente atingido pela produção e importação dos produtos de países asiáticos e muitas empresas fecharam pela concorrência desses produtos. No ano de 1996 a administração pública tomou iniciativa de prover mecanismos visando a proteção do patrimônio histórico e pela lei nº 3025, foi criado a Fundação Carioba, com intenção de preservar todo o complexo industrial, com a lei revogada, em 1999 a lei de nº 3309, criou o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultura de Carioba com o mesmo objetivo. Foi então em 2003, já no século XXI, criado o CONDEPHAM – Conselho do Patrimônio Histórico de Americana junto ao Livro do Tombo, pela lei de nº37787, visando catalogar todo o conjunto histórico da cidade e trabalhar em políticas de preservação dos mesmos. Dez anos depois, em 2013, através do CONDEPHAAT, todo o Complexo Industrial de Carioba foi tombado.

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Em 2015 foi fundado a ASPECA (Associação dos Permissionários de Carioba que pleiteava representatividade jurídica junta a Prefeitura Municipal de Americana para efetivas melhorias para preservação histórica, cultural e ambiental de Carioba.

figura 29: fotografia aérea do Complexo Industrial Carioba (anos 90). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


38

figura 30: fotografia do antigo Hotel de Carioba (anos 90)

figura 31: fotografia da antiga Cooperativa de Carioba (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


39

figura 32: fotografia da Capela de Carioba (ano indefinido).

figura 33: fotografia da antiga ResidĂŞncia Herman MĂźller (ano indefinido). Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


CAP. 4

LEVANTAMENTOS


4.1 Ambiente natural 4.1.1 Áreas Verdes 4.1.2 Hierarquia viária 4.1.3 Clima 4.1.4 Topografia 4.3 Levantamento fotográfico 4.4 Primícias de Projeto

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


ambiente natural

As áreas verdes urbanas são o conjunto de áreas dentro do município que apresentam cobertura vegetal, como parques, praças e canteiros, e que auxiliam na manutenção do equilíbrio ambiental e na qualidade de vida na cidade.

áreas verdes Fazendo uma análise das áreas verdes do município é visível a grande quantidade e boa distribuição dessas áreas pela tecido urbano, com ênfase no grande número de praças executadas e de áreas residuais, que aparecem em quantidade mais significativa nas margens da cidade do que nos centros urbanos. É possível observar também a existência de espaços destinados a conservação, proteção permanente, áreas verdes remanescentes e parques, que apesar de serem em grande quantidade, não são espaços pensados para o uso coletivo dos cidadãos. Os únicos dois exemplos de áreas verdes qualificadas e projetadas para o uso de lazer e recreação são o Zoológico e o Jardim Botânico de Americana, áreas anexas entre si A partir da análise entende-se a necessidade e 42 demanda por espaços verdes essencialmente qualifi-

cados e destinados ao uso comum, espaços que permitam ao usuário o desfrute da paisagem natural e de uma melhor qualidade de vida.

mapa de áreas verdes figura 34 Áreas verdes Áreas verdes residuais Praças executadas Praças a executar Praças com outros usos Canteiros Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

0

2000 500


hierarquia viária O mapa da hierarquia viária apresenta as vias estruturantes, arteriais e coletoras do município de Americana, no mapa está indicado tanto as vias executadas como as previstas no plano diretor. As demais vias que não estão indicadas no mapa são consideradas vias locais. De acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Americana, as vias estruturantes, indicadas pela cor azul no mapa, são os principais acessos à cidade de Americana, sendo elas a Rod. Anhanguera, sentido Norte-Sul, e a Rod. Luiz de Queiroz, sentido Leste-Oeste. A tecido urbano do município de Americana é estruturado e composto pela organização reticular formada pelas vias locais e coletoras, que em sua junção originam as vias arteriais. As vias arteriais formam uma malha com nível de irregularidade médio, concentrando o fluxo de passagem e gerando uma hierarquia em relação às demais vias. Margeando a face leste e inferior do terreno possui uma via arterial que o conecta ao centro da cidade, é nessa via que está presente tanto o acesso principal, como os acessos secundários.

43 mapa de hierarquia viária figura 35 Rodovias Arteriais Arteriais a executar Coletoras Coletoras a executar Quadras Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

0

2000 500


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zoneamento urbano

A classificação do objeto de estudo pelo Pla- Unidade de Área verde; no Diretor de Desenvolvimento Físico Urbanístico do Unidade de Preserv. Histórica; Município de Americana é dividida em 4 macrozonas, Unidade de Área de Interesse Urbanístico; sendo elas: Zona Mista; PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

mapa de zoneamento urbano figura 36

Macrozona de uso predom. urbano

ZAE1 ZAE2 ZAE3 ZR1 ZR2 ZMC ZM ZM1 UPH UAIU UEIS UEIS-REG UAV PEUC

Zona atividade econômica 1 Zona atividade econômica 2 Zona atividade econômica 3 Zona Residencial Zona Residencial 1 Zona mista central Zona mista Zona mista 1 Unidade de Preservação Histórica Unidade de área de interesse Urbanístico Unidade de áreas de interesse Social Unidade de áreas de interesse Soc.- Regularização Unidade de área verde Parcelamento edificação e utilização compulsórios

MPA

Macrozona de uso predominantemente ambiental

Z - I - ZPR Z - II - ZPH Z - III - ZPE Z - IV - ZPM

Zona de Preservação e Recuperação Zona de Preservação e Moradia Horizontal Zona de Preservação e Atividades Econômicas Zona de Preservação e Moradia

ENT VERSION

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44

MPU

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


O único modal público de transporte oferecido ao uso coletivo em Americana é o ônibus. A cidade conta com 37 linhas que se distribuem por todas as zonas da cidade. Dentre as 37 linhas da cidade, apenas uma atende toda a face leste do terreno, sendo ela: Linha 111 – Terminal Urbano x Antônio Zanaga.

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mobilidade urbana

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0 50

mapa de transporte público figura 37

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45

0

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Linha 101 - Antônio Zanaga x Terminal Metropolitano Linha 103 - Jardim Brasil/Zanaga x Jardim dos Lírios/Mathiensen Linha 111- Terminal Urbano x Antônio Zanaga Linha 114 - Mathiensen x Antônio Zanaga Linha 118 - Parque Novo Mundo x Antônio Zanaga Linha 119- Parque da Liberdade x Praia dos Namorados Linha 122 - Antônio Zanaga x Jardim Alvorada Linha 205 - Jardim Brasília x Antônio Zanaga Linha 208 - Jardim da Paz x Antônio Zanaga

200

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

2000 500


clima Foram analisados dados médios de temperatura, precipitação pluviométrica, direção e velocidade dos ventos predominante e umidade relativa do ar, colhidos na CIIAGRO (Centro Integrado de Informações Agrometereológicas) e pelo site Weather Spark, nos anos de 1980 a 2016. Americana é uma cidade de clima quente e temperado, com pluviosidade significativa ao longo de todo ano, inclusive nos meses mais secos, apresenta temperaturas médias agradáveis nas estações primavera, outono e inverno que são convidativas à visitação na cidade. No verão observa-se nas linhas de temperatura absolutas a ocorrência de dias quentes, nos meses de janeiro a março e novembro e dezembro com temelevadas chegando a 30ºC, indicando um 46 peraturas certo desconforto para o passei e atividades ao ar livre. As temperaturas mais agradáveis estão presente nos meses de inverno, por ser uma cidade de clima temperado, as temperaturas mínimas não chegam a 10ºC, fator benéfico à visitação ao parque.

40°C 35°C 40°C 30°C 35°C 25°C 30°C 20°C 25°C

quente

amena

quente

quente 14 de fev 1 de abri 30°C 14 de fev 1 29°C de abri 30°C 29°C

amena

quente

21°C

15°C 20°C

21°C

10°C 15°C

19°C 19°C

5°C 10°C 5°C 0°C 0°C

figura 38: gráfico de temperaturas máximas e mínimas médias em (°C)

14 de out 29°C 14 de out 29°C

21 de jul 25°C 21 de jul 25°C

Temp. médias máximas Temp. médias mínimas Temp. máx. no mês Temp. mín. no mês

18°C

15°C

13°C

15°C

18°C

13°C

jan

fev

mar

abri

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jan

fev

mar

abri

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

figura 39: gráfico de precipitação pluviométrica (mm)

350 mm 300 350 mm

8 de jan 216 mm 8 de jan 200 250 mm 216 mm 250 mm 300

Precipitação média Precip. máx. no mês

150 mm 200

25 de mai 58 mm 25 de mai 58 mm

100 150 mm

jan

fev

mar

abri

mai

jun

5 de ago 26 mm 5 de ago 26 mm jul ago

jan

fev

mar

abri

mai

jun

jul

050 100 mm 0 mm 050 mm 0 mm 100% 90% 100% 80% 90%

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

úmido

ago

set

out

nov

dez

set

out

nov

dez


30°C 6 km/h 25°C 4 km/h 20°C 2 km/h 15°C 0 km/h 10°C

direção predominante do vento

5°C

22 0°C km/h

30°C

29°C

21°C

19°C

29°C

21 de jul 25°C

15°C

jan

fev

mar

abri

mai

N

N

L

L

L

jan

fev

mar

abri

mai

ventos fortes 18°C jun

N jun

jul ago 13°C

set

out

nov

L

L

L

L

L

jul

ago

set

out

nov

dez

N dez

20 km/h

O vento tem velocidade média na faixa de 11,7 km/h nos meses de julho a dezembro, aumentando um pouco a velocidade no mês de setembro, chegando a 13,9 km/h com predominância de ventos leste na maior parte do ano. O regime pluviométrico de Americana apresenta um ciclo básico uni modal com verão chuvoso e inverno pouco chuvoso. O período de chuvas inicia entre setembro e outubro, atinge o máximo em dezembro, janeiro e fevereiro e praticamente termina em março. O período de junho, julho e agosto é o mais seco, participando com apenas dez por cento do total da chuva anual. Em relação a umidade relativa do ar, Americana apresenta seu período mais abafado nos meses de outubro a maio, no qual o nível de conforto é ab afado, opressivo ou extremamente úmido pelo menos em 21% do tempo.

18 km/h 350 mm 16 km/h 300 mm 14 km/h 250 mm 12 km/h 200 mm 10 km/h 150 mm 8 km/h 100 mm 6 km/h 050 mm 4 km/h 0 mm 2 km/h 0 km/h

100%

18 de set 13,9 km/h

8 de jan 216 mm 26 de fev 9,5 km/h 25 de mai 58 mm fev

mar

abri

mai

jun

jul

ago

jan

fev

mar

abri

mai

jun

jul

ago

ventos fortes set

out

nov

dez

set

out

nov

dez

úmido

80%

83% 13 de fev

70%

Vel. médias dos ventos Vel. máx. dos ventos no mês

5 de ago 26 mm

jan

90%

12 de dez 11,7 km/h

figura 40: gráfico de velocidade média dos ventos (km/h)

figura 41: gráfico de umidade relativa do ar (%)

seco

60% 50%

Umidade relativa média UR. máx. no mês

abafado

40%

1 de mai 21%

30% 20% 10%

30 de jun 1%

opressivo

0% jan

fev

agradável

mar

abri

mai

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

47


topografia Americana apresenta um relevo de depressão periférica, formada por colinas e cursos hídricos que delimitam a área do município, que faz divisa com 5 municípios, sendo eles Limeira, Santa Bárbara D’Oeste, Nova Odessa e Paulínia.

quantidade de áreas transitáveis, com declividades que variam de 2% a 8% (acesso universal) e 8% a 15% (caminháveis). C

Analisando as declividades da área de estudo 48 é possível tirar algumas conclusões, o terreno apresenta muitas áreas com declividade entre 0 e 2% indicadas pela cor azul no mapa, ou seja, áreas alagáveis, sendo necessário uma boa drenagem para evitar o acúmulo d’água. Na faixa superior, às margens do Rio Piracicaba, a variação de declividade está na faixa de 15 a 30%, dificultando, mas não inviabilizando o tráfego de pessoas. O terreno também apresenta boa

A’

B

As curvas topográficas do terreno tem variação de 53 metros entre o ponto mais alto e mais baixo, sendo eles respectivamente 508 metros e 561 metros abaixo do nível do mar. A formação natural da topografia, influenciada pela presença dos cursos hídricos é marcada pelos caimentos em direção aos cursos d’água, sendo um mais íngreme na parte central e um mais suave nas margens do terreno.

corte AA’

corte BB’ A corte CC’

C’

50 0 50m

corte de relevo figura 36

508 m

B’ 50 0

200m

561 m Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

mapa topográfico escala: gráfica figura 42


49 figura 44: imagem aĂŠrea do terreno (ano desconhecido)

50 0

200m

0 a 3% 3 a 8% 8 a 15% 15 a 30% > 30%

mapa de declividades escala: grĂĄfica figura 43 Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


primícias de projeto meio ambiente Como primícias de projeto levou-se em conta questões como o ambiente natural, o caráter patrimonial e histórico de Americana e também a questão da arte e cultura para auxiliar como norteadores do projeto. O bioma no município de Americana é predominantemente formado por Mata Atlântica, sendo remanescente da cobertura original apenas 1%, totalizando aproximadamente 570.614,94 m² (Dados da Secretaria Municipal de Planejamento, 2017). O terreno escolhido para o projeto possui em sua conformação parte da cobertura anteriormente citada, classificado pelo PDDFU - Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Urbanístico do Município de Americana como APP – Área de Preservação Permanente e AVR 50 – Área Verde Remanescente.

história bilização”. Um projeto dessa magnitude funciona como um ponto de interesse urbanístico para a cidade de American, incentivando atividades de lazer, conservação e preservação do ambiente natural, servindo como um propulsor de desenvolvimento no que diz respeito funções ecológicas e de qualidade da vida urbana.

Pelo PDDFU a área de estudo é classificada como UPH – Unidade de Preservação Histórica, pelo fato do bairro ser um marco do desenvolvimento da cidade de Americana. O arquiteto Roberto Gambarato desenvolveu o PPHAC - Plano de Preservação Histórico-Ambiental de Carioba acerca da arquitetura e urbanismo no final da década de 90, e refletiu sobre a importância de Carioba no contexto de Americana: Em resumo Carioba é basicamente um lugar. E é um lugar de importância para o município de Americana nos seus aspectos Histórico, Cultural, Ambiental, Urbanístico, Arquitetônico e Econômico. Portanto, Carioba é importante pelo que já foi, pelo que é e principalmente pelo que poderá ser a partir do que realmente representa: um espaço potencial que clama por uma ocupação adequada que o valoriza, que desvele suas qualidades, que farão brutal diferença para a qualidade de vida em Americana... (GAMBARATO, década de 90, p.2)

De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA N ]369/2006, considera-se área verde de domínio público: “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, proporcionando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermea-

Como objetivos e justificativas para a implantação do PPHAC, Gambarato cita: 1- Propor um projeto consistente para a ocuParque Cultural Pano Branco - 2019/2


patrimônio pação físico-urbanística do Setor Histórico de Carioba, atualmente desqualificado e degradado, bem como equacionar as estratégias para sua viabilização; 2- Valorizar o potencial Atrator de Carioba fomentando seu desenvolvimento ambiental, cultural, turístico, econômico, físico e urbanístico; 3- Promover a elevação da qualidade ambiental do setor e do município; 4- Reverter em qualidade o que já se perdeu em quantidade durante todo o processo de deterioração e decadência de Carioba. (GAMBARATO, década de 90, p.4)

O PPHAC não foi incorporado ao Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Urbanístico do Município de Americana e o mesmo aborda o Patrimônio Histórico e Cultural de forma superficial, apesar do sítio histórico possuir interesse de patrimônio em âmbito estadual pelo CONDEPHAAT, tombado no ano de 2013 pela resolução 21 de 09/05/2013. As justificativas e propostas do arquiteto Roberto Gambarato serviram como referências para a proposta do Parque Cultural.

A classificação do objeto de estudo pelo PDDFU - Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Urbanístico do Município de Americana é dividida em 4 macrozonas, sendo elas: - UAV - Unidade de Área verde; - UPH – Unidade de Preservação Histórica; - UAIU - Unidade de Área de Interesse Urbanístico; - ZM – Zona Mista; O arquiteto Roberto Gambarato desenvolveu o PPHAC - Plano de Preservação Histórico-Ambiental de Carioba acerca da arquitetura e urbanismo no final da década de 90, e refletiu sobre a importância de Carioba no contexto de Americana: Em resumo Carioba é basicamente um lugar. E é um lugar de importância para o município de Americana nos seus aspectos Histórico, Cultural, Ambiental, Urbanístico, Arquitetônico e Econômico. Portanto, Carioba é importante pelo que já foi, pelo que é e principalmente pelo que poderá ser a partir do que realmente representa: um espaço potencial que clama por uma ocupação adequada que o Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

valoriza, que desvele suas qualidades, que farão brutal diferença para a qualidade de vida em Americana... (GAMBARATO, década de 90, p.2)

Como objetivos e justificativas para a implantação do PPHAC, Gambarato cita: 1- Propor um projeto consistente para a ocupação físico-urbanística do Setor Histórico de Carioba, atualmente desqualificado e degradado, bem como equacionar as estratégias para sua viabilização; 2- Valorizar o potencial atrator de Carioba fomentando seu desenvolvimento ambiental, cultural, turístico, econômico, físico e urbanístico; 3- Promover a elevação da qualidade ambiental do setor e do município; 4- Reverter em qualidade o que já se perdeu em quantidade durante todo o processo de deterioração e decadência de Carioba. (GAMBARATO, década de 90, p.4)

O PPHAC não foi incorporado ao Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Urbanístico do Município

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de Americana e o mesmo aborda o Patrimônio Histórico e Cultural de forma superficial, apesar do sítio histórico possuir interesse de patrimônio em âmbito estadual pelo CONDEPHAAT, tombado no ano de 2013 pela resolução 21 de 09/05/2013. No que diz respeito ao patrimônio histórico, levantou-se alguns trechos de cartas patrimoniais que fossem relevantes ao objeto de estudo:

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O artigo 216 da Constituição Federal define que o “Patrimônio cultural brasileiro é constituído pelos bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referências à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...) IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais. V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”

A Carta de Veneza de 1964 destaca a noção

de monumento histórico compreendendo todo o sítio do acontecimento histórico e não somente a criação isolada. Associando além dos bens monumentais e consagrados, as obras modestas que tenham adquirido significação cultural, representando uma cultura local, através do tempo. A Carta de Nizhny Tagil de 2003 discute o patrimônio industrial e o desenvolvimento que resulta das atividades vinculadas a ele, como habitação, instituições e transporte. Afirma que os edifícios e as estruturas construídas para as atividades industriais, os processos e os utensílios utilizados, as localidades e as paisagens nas quais se localizam, assim como todas as outras manifestações, tangíveis e intangíveis, são de uma importância fundamental.

A abordagem desta proposta paisagística de implantação de um Parque Cultural Urbano considera essencial a multidisciplinaridade do patrimônio e a integração com a paisagem cultural sendo fundamental para o convívio singular entre a natureza, os espaços construídos e ocupados, os modos de produção e as Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

atividades culturais e sociais, capazes de estabelecer uma identidade local que não é conferida por esses fatores isoladamente. Em Intervenções em Centro Urbanos, Heliana Comin Vargas e Ana Luísa Howard Castilho discutem sobre os processos de intervenção em áreas urbanas, destacando a importância de compreender as dinâmicas do sítio histórico previamente a intervenção, a fim de entender a complexidade do contexto: É necessário compreender os fluxos de toda a ordem (mercadorias, pessoas, veículos e informações), conhecer suas origens, destinos, percursos, intensidade características. Ou seja, ententer esta nova dinâmica do urbano e suas inter-relações que pedem uma nova abordagem e um novo pensamento sobre seus processos para, então, podermos melhor nos aparelhar para enfrentar o planejamento, a gestão e a intervenção do espaço urbano neste novo contexto, onde a única certeza que fica é a velocidade da mudança. (VARGAS, CASTILHO, 2006, p.12)


arte A ação da arte como elemento transformador da paisagem entra nas primícias como elo conector entre todas as outras, como foi citado no capítulo 2. A linguagem e caracterização do projeto paisagístico estará intrinsicamente ligada ao teor artístico, dando aos espaços propostos um coesão e contexto visual, amadurecendo e concretizando o ato projetual.

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figura 45: imagem de satélite do terreno (2019) Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


levantamento fotgrรกfico figura 46: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 47: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 48: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 49: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 50: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 51: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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figura 52: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 53: fotografia da รกrea de estudo (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 54: fotografia da chaminé da fábrica (2019)

figura 55: fotografia entrada da fábrica Carioba (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 56: fotografia entrada Casa de Cultura Hermman Müller (2019)


figura 57: fotografia casa de energia da Represa (2019)

figura 58: detalhe das ruĂ­nas da antiga escola de Carioba (2019)

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Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


CAP. 5

PROJETOS REFERENCIAIS


5.1 Centros Culturais 5.1.1 SESC PompÊia 5.2 Jardim Botânicos 5.2.1 Instituto Inhotim 5.3 Parques Urbanos 5.3.1 Parc de la Villette

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


projetos referEnciais centro cultural - sesc pompeia em vias de fluxo intenso.

o

SESC Pompeia é um projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi edificado na década de 80 na cidade de São Paulo. Possuindo 23.571m² o projeto preserva a estrutura original da antiga fábrica de tambores construída nos anos 30, concretizando a rua da fábrica, elemento que se transforma num palco de manifestações e ocupações espontâneas dos moradores do bairro. No interior do projeto há um centro de cultura e lazer, com teatros, quadras esportivas, piscina, lanchonete, restaurante, espaços de exposições, choperia, oficinas de arte, área de vídeo, leitura entre outros serviços. Lina conseguiu adequar o prédio às novas necessidades sem perder a memória da cidade industrial e o caráter fabril. Localizado na Vila Pompéia, na Zona Oeste da cidade de São Paulo um local bastante movimentado, 66 com trânsito caótico característico da capital paulista, o projeto está próximo à diversos comércios flutuantes do bairro, como shoppings, restaurantes, lojas de material de construção, condomínios fechados e a sociedade esportivas do Palmeiras. Pode se destacar a pouca impermeabilidade do solo e pouca arborização urbana no entorno, mas é possível notar algumas estratégias de fluxos de pedestres, por estar localizado

Implantado entre ruas de grande fluxo de carros as vias que rodeiam o projeto são a Av. Pompeia, Rua Barão do Bananal e Rua Cléia. O acesso principal está na rua Cléia, via arterial, as entradas de serviços se encontra na rua Barão do Bananal e na Avenida Pompeia, existe uma entrada e saída de serviços. A parte norte, com o acesso principal e nordeste são as áreas com maior incidência solar, principalmente no período da tarde. A parte Leste fica voltada em sua grande maioria para as edificações construídas na volta. Na área sul, local onde foi implantado os blocos de concreto que se dispõe os ventos dominantes, vindos do Sudeste. O projeto é organizado em dois eixos principais, um longitudinal contido no acesso principal e outro transversal ao final do primeiro eixo. O eixo do acesso principal, a rua interna da fábrica, dá acesso aos blocos expositivos, áreas sociais como restaurante e café e áreas de serviço, além de terminar no eixo transversal, que vai de encontro aos acessos à Oeste e Leste. Com essas situações Lina traz o ambiente urbano para dentro do edifício. A rua interna do SESC prolonga o espaço da cidade para o terreno. figura 59: fotografia dos blocos prismáticos do SESC Pompeia Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 60: fotografia do deck de madeira e complexo de fábricas

O programa funcional compreende setores de cultura, lazer, esportivo, pedagógico, administrativo e de serviços, possuindo as seguintes instalações:

principal no eixo transversal possui o maior espaço de permanência com um grande deck de madeira na área externa.

1- Conjunto esportivo (piscina, ginásio e quadras); 2- Lanchonete, vestiários, sala de ginástica, lutas e danças; 3- Castelo d’água; 4- Grande Deck com espelho d’água e cachoeira; 5- Almoxarifado e Oficinas de Manutenção; 6- Ateliers (Cerâmica, pintura, marcenaria, tapeçaria, gravura) 7- Laboratório Fotográfico, estúdio musical, salas de danças; 8- Teatro e vestíbulo coberto 9- Restaurante e choperia – Cozinha industrial 10- Biblioteca e videoteca 11- Pavilhões expositivos 12- Administração

As circulações acontecem em dois momentos no projeto, a circulação horizontal se dá pelo eixo longitudinal, permitindo aos usuários o acesso às atividades contidas ao longo da rua entre fábricas. O segundo momento se dá através das circulações verticais, feitas pelas passarelas de concreto que interligam os blocos prismáticos contidos no projeto. Em seu interior a arquitetura prioriza a interação entre as pessoas, os ambientes são divididos por pequenas barreiras e ou mobiliários, composto por mesas e cadeiras desenhadas justamente com esse objetivo.

Inicialmente a organização espacial é composta por planos horizontais, a rua do acesso principal oferece aos usuários uma situação de mirante para o final da mesma, direcionando os visitantes aos setores do projeto sem a necessidade de escadas ou desníveis. As circulações verticais, como escadas, rampas e passarelas ficam voltadas para os conjuntos prismáticos de concreto que integram o projeto. Ao final do eixo Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

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parque urbano - parc la villette O Parc de la Villette é um projeto do arquiteto suíço Bernard Tschumi que fez parte de um concurso internacional, entre os anos 1982 e 1983, para revitalização dos terrenos abandonados do Mercado de Carnes e Matadouro de Paris. Construído em 1987 na cidade de Paris o projeto com 135 hectares foi imaginado como lugar de cultura e descoberta, imaginado como um espaço para a atividade e interação, que evocasse uma sensação de liberdade numa organização sobreposta que daria pontos de referência aos visitantes.

as pessoas estão livres parar apropriar-se do espaço à sua maneira.

Diferindo das outras propostas do concurso, o projeto de Tshumi não seguia uma mentalidade tradicional, levando a paisagem e a natureza como forças dominantes do projeto, ao contrário, o projeto foi imaginado como lugar onde o natural e o artificial se 68 mesclariam em um estado de constante reconfiguração e descoberta.

O programa funcional compreende setores de cultura, lazer e educacional, possuindo as seguintes instalações: 1- Playground 2- Museu de Ciência e Tecnologia 3- Salas de concertos musicais 4- Museu da Música 5- Orquestra Filarmônica 6- Espaços de exposição 7- Ginásio para apresentações 8- Casa de Shows 9- Cinema

Situado na periferia de Paris e afastado da cidade, o projeto está ligado conectado à cidade pela grande perimetral que margeia o terreno. O Parc La Villete reproduz a sensação de desorientação, a sinalização propositalmente insuficiente somado aos caminhos sinuosos, levam os visitantes do nada à lugar nenhum numa tentativa de criar um “não-lugar”, onde

Baseado em um esquema de pontos, linhas e superfícies, esses elementos traduzem-se respectivamente em folies, estruturas vermelhas (pontos), caminhos sinuosos sem sentido (linhas) e espaços verdes (superfícies). A organização espacial do terreno é feita através de uma malha de 35 edifícios pontuais, o que dá uma qualidade dimensional e organizadora para o parque, servindo como pontos referenciais.

A organização espacial do parque é feita por Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 61: fotografia de uma das folies contidas no projeto


planos horizontais com caminhos, que ao contrário dos pontos, não seguem qualquer estrutura organizacional, mas se interseccionam e levam a vários pontos de interesse dentro do parque e da área urbana circundante. Com um passeio chamado Gardem Walk, ou passeio cinematográfico, o usuário descobre, de acordo com o enquadramento sucessivo, uma sucessão de doze jardins temáticos delimitados por passarelas. Podendo explorar diferentes configurações de jardins: playgrounds, áreas arborizadas, elementos sonoros, ambientes aquáticos e espaços íntimos para reflexão. Os espaços de permanência dedicados à áreas verdes ocupam 85 hectares da área total do projeto. Esses espaços abertos são normalmente utilizados para grandes eventos e, no verão, torna-se um grande cinema ao ar livre. O projeto foi concebido como um espaço definido pelo usuário, estando aberto a interpretação, só quando o visitante se depara com um ponto ou um jardim, que a escala é reduzida e o mesmo é capaz de se reorientar dentro do contexto mais amplo do parque. A única pré-existência aproveitada no projeto foi o antigo matadouro, incorporada ao projeto como La Grande Halle um espaço para exposições e shows.

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figura 62: fotografia de uma das folies contidas no projeto Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


jardim botânico - instituto inhotim O instituto Inhotim, idealizado pelo empresário Bernardo de Mello Paz nos anos 80, transformando-se com o tempo em um lugar singular, o instituto conta com um dos acervos de arte contemporânea mais relevantes do mundo, além de uma coleção botânica que reúne espécies raras de todos os continentes. Sendo uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, “Inhotim se consolida, a cada dia, como um agente propulsor do desenvolvimento humano sustentável”.

de arte como esculturas, mobiliários e equipamentos. A organização da vegetação é cuidadosa objetivando atingir um resultado estético agradável, evidenciando intenções compositivas em todos os lugares da paisagem.

O projeto está localizado a 3km do centro de Brumadinho, Minas Gerais e a mais ou menos 80 km da capital, Belo Horizonte. Possui cerca de 140 hectares destinados à visitação ao público e conta com um acervo botânico com cerca de 4200 espécies. Por todos os percursos do parque encontram70 -se caminhos conectando edifícios, esculturas, jardins e matas que vão compondo um caminho muito bem estruturado, configurando quatro roteiros e inúmeros espaços de diferentes funções: desvelando as galerias, as obras de arte, os lugares de espécies notáveis e os serviços de apoio essenciais. Neste roteiro há miscigenação da paisagem natural com paisagens antrópicas enriquecidas por obras

figura 63: fotografia Galeria Miguel Rio Branco Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


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figura 64: fotografia Galeria Adriana VarejĂŁo Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

figura 65: fotografia de um dos percursos do instituto


CAP. 6

O PROJETO


6.1 Conceito 6.2 Programa de Necessidades 6.3 Zoneamento 6.4 Componentes do Projeto 6.4.1 preexistências 6.4.2 acessos e alterações do terreno 6.4.3 circulações 6.5 Apresentação da Proposta 6.6 Colagens 6.7 Considerações Finais

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


CONCEITO O movimento é um elemento característico da paisagem do Carioba, a linha superior das massas arbóreas, o movimento natural da topografia e as linhas d’água dinamizam os fluxos da paisagem local, quase que mimetizando ao movimentar de um tecido esvoaçante. A proposta de voltar-se para o espaço, incorporando-o à arte como meio transformador do mesmo é o conceito principal do projeto, pretende-se avivar na memória dos moradores a lembrança de um lugar que antes fora um marco para a cidade, incorporando as intervenções aos vazios inerentes da paisagem, permitindo ao visitando uma imersão no local em sua total essência. Aproximar a relação entre a natureza e os usuários, buscando uma conexão já perdida com os rios que circundam o sítio de intervenção.

74

PATRIMÔNIO

HISTÓRIA

ARTE PERTENCIMENTO

o espaço transformando a arte A ARTE transformando O ESPAÇO PRESERVAÇÃO

CULTURA

Criar um vínculo entre arte e urbano, com ambiências que instiguem o interesse e curiosidade pelo lugar, descortinando a paisagem na sua imensidão através de elementos culturais, atuam como potencial transformador da paisagem. Busca-se propor um projeto paisagístico que não rompa com as dinâmicas locais, mas também não se mimetize à paisagem.

CONEXÃO NATUREZA

MEMÓRIA Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades e o zoneamento do parque foram pensados e estruturados conjuntamente, dessa maneira os espaços abertos foram zoneados em função das atividades propostas para as pré-existências. Para a definição do programa de necessidades para os espaços fechados utilizou-se como base a setorização dos espaços abertos, somado à viabilidade, histórico e visuais oferecidas. Cada espaço edificado ou à edificar apresenta conexão com a área em que este se encontra, a setorização dos espaços abertos serviu como um norteador para encaixar as atividades propostas a fim de se criar uma linguagem clara de entendimento do espaço físico do parque. O zoneamento dos espaços abertos foi dividido em 6 ambiências definidas como “vilas”, essas vilas exercem a função de setorizar o parque e cada uma dela apresenta características projetuais que refletem nos usos das edificações existentes. A vila das letras está localizada no acesso principal do parque na porção nordeste do terreno, esse espaço propõe enxergar a literatura como expressão artística, auxiliando no processo educacional. Através de instalações artística, a proposta para este espaço é criar ambiências com temática literária, para que os usuários tenham interação com a literatura e gramáti-

ca através da arte. Os espaços fechados serão a Biblioteca Infantil (Antiga Casa dos Contos) e Biblioteca Geral (Antiga Escola Carioba), ambas edificações já são existentes e passaram por processo de restauro para se adequar aos novos usos. Logo em seguida está a vila dos sons localizada na parte central do parque, entre o Ribeirão Quilombo e a o Rio Piracicaba, convergindo com a vila das cores e a vila cultural. A escolha dessa parcela do terreno levou em consideração a preexistência de sons do vento nas árvores, dos pássaros, do movimento da água e o som da passagem do trem. Para compor as ambiências foi proposto caminhos com diferentes materiais para geração de ruídos específicos além de instalações artísticas que geram sons a partir da interação dos elementos naturais e dos usuários, além de propor um palco para apresentações ao ar livre e instalações de arte. Logo abaixo a vila das cores converge com a vila dos sons e seguindo pelo acesso principal do parque, localizada na parte central e oeste do parque essas duas áreas se complementam. Por ser a parte com o maior número de preexistências, essa área foi pensada para abrigar a maioria das atividades do programa de necessidades. Para os espaços consParque Cultural Pano Branco - 2019/2

truídos foi proposto um espaço de contemplação da natureza (Antiga casa de força da represa, Estufa/ Herbário (Antigo búnquer), Casa Cultural Herman Muller, Conjunto de casas Herman Muller: Acervo de exposições e documentos e Administração do CCHM, Restaurante (Casa tipologia Alemã), Lojinha de Suvenires (Casa tipologia Alemã 2), Central de Informações (Casinha Guarita), Administração (Antigo Escritório do Complexo Industrial) e Centro de Exposições Fotográficas (Primeira Residência da família Muller). Abaixo da vila dos sons está a vila dos movimentos, pensada para expressar o movimento através da arte e do tempo, localizada na parte central do parque, entre o Ribeirão Quilombo e a linha férrea este espaço está estruturado de forma dinâmica, levando em conta também o movimento corporal. Além de passarelas que passam entre e as árvores e rios, 75 foi proposto também com duas áreas infantis com brinquedos lúdicos para auxiliar na formação da criança através da criatividade e um cinema ao ar livre. Margeando toda a extensão leste do parque, a vila das esculturas não conta com uma construção específica, a proposta é instigar a curiosidade tanto de quem está dentro, como fora do parque. A intenção é posicionar as obras de forma que as mesmas, em


determinados pontos, sejam vistas por entre as árvores, criando no usuário um sentimento de curiosidade para explorar o parque e percorrer os caminhos por entre árvores, quase que uma brincadeira de busca ao tesouro. Para o conjunto de galpões dos anos 70 será proposto a vila das artes digitais e tecnológicas com espaços para exposições artísticas em meio digital e a vila musical, com galpões destinado para shows e eventos relacionados à música. Para o complexo industrial do século XIX foi proposto a vila das oficinas, com pintura, costura, bordado, serigrafia e outros, a vila corporal com aulas de teatro, dança, expressão corporal e yoga, a vila cênica com um anfiteatro, atelier de fotografia e cinema além de áreas de apoio como cafeteria, bilheteria e lojas de suvenires.

76

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


ZONEAMENTO figura 66: mapa de zoneamento (2019)

instalações artísticas

shows

VILA DOS SONS artes digitais

música

trilhas oficinas

VILA CULTURAL

1 2

teatro dança

VILA DAS LETRAS

cinema fotografia yoga

eduação fotografia restaurantes exposições

4 3 5

10 9

8

6

livraria

biblioteca

VILA DAS CORES

loja de souvenirs

7

cultura

música informações estufa

projeções digitais passarelas

instalações artísticas

77

VILA DOS MOVIMENTOS cinema ao ar livre

mirantes

trilhas

playground

esculturas

VILA DAS ESCULTURAS instalações artísticas

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


COMPONENTES DO PROJETO pré -existências figura 67: fotografia escola de Carioba

1.biblioteca

figura 69: fotografia guarita

3.informações

figura 71: fotografia entrada casa de cultura

5.acervo

figura 68: fotografia da casa do conto

figura 70: fotografia casa de cultura HM.

figura 72: fotografia bunker

2.biblioteca infantil

4.casa de cultura

6.estufa

78

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


figura 73: fotografia casa de energia da represa

figura 75: fotografia da antiga residencia da família Müller

figura 77: mapa com indicação das pré-existencias

1 2

7.observatório

figura 74: fotografia antiga sede administrativa

9.exposições fotográficas

figura 76: fotografia aérea do complexo industrial

4 3 5

10 9

8

6

7

79

8.administração

10.centro cultural Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

50 0

200m


acessos e alterações no terreno O tecido viário que circunda o terreno do projeto é bem estruturado no que tange o acesso ao parque, estando este bem assistido de possibilidades de acesso. Como já citado no capítulo anterior sobre a mobilidade urbana, o terreno é margeado por duas vias coletoras, um trecho mais curto, Avenida Europa, na parte inferior e em toda a margem leste, Avenida Carioba. Pelo fato da Avenida Carioba estar conectada à um dos acessos entre Americana e Limeira, cidade vizinha, e por ser a via que mais toca o terreno, essa foi escolhida para abrigar tanto o acesso principal ao parque, como os secundários.

circulações uma maior legibilidade, visando melhore visuais e também um fluxo de acesso mais fluido, criou-se um desvio com raio de curvatura igual a 200 metros. Esta alteração visou um percurso mais direto aos principais pontos do parque, o complexo industrial e as pré-existências, criando um caminho mais limpo. Pela continuidade do uso fabril nos galpões do complexo industrial, na face leste do parque, viu-se necessário a abertura de uma via para servir de apoio para as cargas e descargas das produções das respectivas fábricas, desta forma o projeto não sessa as atividades das fábricas remanescentes e impede o fluxo de caminhões nos percursos internos do parque.

Hoje a Avenida Carioba é uma via coletora de mão dupla com gabarito de 9 metros e sem passeio com essa situação, viu-se necessário o alar80 público, gamento da avenida, criando uma via de mão dupla com canteiro central, projeto previsto pela Prefeitura de Americana, com a alteração proposta, o fluxo de passagem é melhor distribuído facilitando assim o acesso ao parque.

Os eixos de circulação peatonal do projeto se dará por caminhos construídos levando em conta visuais desejadas, posicionamento das preexistências e a topografia do terreno. Dessa forma cria-se hierarquicamente um eixo principal, ligando o acesso principal a rua interna do complexo industrial, passando pelo conjunto de edificações do século XIX, que será todo pavimentado com largura de 8 metros. Interligando os setores do parque, passando pelos ambientes paisagisticamente tratados haverá a construção de passeios pavimentados e pontes e passarelas em madeira, ambos com largura igual a 6 metros. Uma terceira situação, será proposto pequenas trilhas, aproveitando a declividade natural do terreno, com largura de 2 metros as trilhas serão dispostas nos pontos com maior desnível. Para o descanso dos visitantes, será criado alargamentos com mobiliário urbano em determinados pontos dos caminhos de circulação. Nos cruzamentos dos passeios, será instalado mapas informativos do parque, com indicação de localização do visitante e as demais atividades oferecidas pelo parque.

Outra alteração proposta foi para a rua Caminho da Servidão, rua estruturadora dos fluxos internos do projeto e que faz conexão com a Av. Carioba. Para Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


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200m

figura 79: planta da situação proposta

50 0

200m

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figura 78: planta da situação existente

Acesso principal

Alargamento viário

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Caminhos pavimentados Trilhas Largos Piso em Madeira

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSIO PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


apresentação da proposta

1. Biblioteca 2. Biblioteca infantil 3. Casa de Cutura Hermman Müller 4. Informações 5. Acervo 6. Restaurante 7. Observatório

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8. Administração 9. Exposições Fotográficas 10. Centro Cultural 11. Cinema ao ar livre 12. Playground Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


1 2 3 4 5 6

10 9

8 7

11

83

12 figura 80: planta humanizada da situação proposta Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


colagens

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figura 81: colagem ilustrativa (2019)

figura 82: colagem ilustrativa (2019) Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


considerações finais O desenvolvimento do projeto urbano paisagístico do Parque Cultural Pano Branco, com a determinação do zoneamento e localização das atividades que serão desenvolvidas no projeto é apenas o ponto inicial para os vários processos que virão pela frente. Para o próximo semestre, a ideia é desenvolver de forma mais aprofundada os setores do parque, contextualizando com as ambiências desejadas para o projeto. Os percursos e conexões oferecidos no parque serão desenhados em nível de anteprojeto, com as estruturas necessárias para visitação. Um projeto urbano paisagístico desta magnitude já um desafio por si só, por se tratar de uma área muito grande, porem possível de ser desenvolvido dentro do conceito formulado. A proposta, apesar de contar com algumas preexistências, apresenta muitos áreas 85 vazias e desta forma a ideia é criar ambiências de modo a criar um vínculo de pertencimento ao lugar.

figura 83: colagem ilustrativa (2019) Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


lista de figuras Figura 1: Fotografia da rua interna do Complexo Industrial Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Americana conta sua história em fatos e prosa | Disponível em: <https://www.facebook. com/pg/americanacontasuahistoria/photos/?tab=album&album_ id=177678629102824&ref=page_internal> Acesso em novembro de 2019. (pág. 06). Figura 2: Fotografia de detalhe da produção do tecido (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 08). Figura 3: Fotografia de detalhe da produção do tecido (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 09). Figura 4: Fotografia de detalhe da produção do tecido (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 09). Figura 5: Interior da fábrica de Tecidos Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 09). Figura 6: Fotografia da travessia da Represa Carioba (2019) | Fonte: Mariana R. Osmaré (pág. 15).

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Figura 7: Fotografia Passeio Público do Rio de Janeiro (1862) | Fonte: Augusto Stahl (pág. 18). Figura8: Fotografia Campo de Santana (1880) | Fonte: Marc Ferrez (pág. 19). Figura9: Fotografia Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1890) | Fonte: Marc Ferrez (pág. 19). Figura 10: Fotografia Largo da Sé (ano desconhecido) | Fonte: desconhecida (pág. 20).

Figura 11: Fotografia Largo do Arouche (ano desconhecido) | Fonte: desconhecida (pág. 21).

Figura 22: Fotografia da primeira residência da família Müller (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 31).

Figura12: Imagem de satélite do Município de Americana, com indicação do centro da cidade e do terreno escolhido para o projeto (2019). | Fonte: Google Earth (pág. 26). Figura 13: Jardim Botânico de Americana (2012) | Fonte: Elaine Justino (pág. 27).

Figura 23: Fotografia da primeira residência da família Müller (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 31).

Figura 14: Fotografia Basílica Santuário do Santo Antônio de Pádula (2017) | Fonte: Roberto C. Forte (pág. 27).

Figura 24: Fotografia da Villa Americana (ano desconhecido) | Fonte: Livros As Nossas Riquezas (pág. 32). Figura 25: Fotografia aérea de Carioba (1930) | Fonte: Roberto Gambarato (pág. 33).

Figura 15: Fotografia Centro de Americana (2017) | Fonte: Roberto C. Forte (pág. 27).

Figura 26: Ilustração dos padrões de vilas inglesas (1846) | Fonte: Livro Americana Em um Século a Evolução Urbana de uma Cidade Industrial - Daniela Lima (pág. 34)

Figura 16: Imagem de satélite do terreno, com Limeira na margem superior (2019) | Fonte: Google Earth (pág. 28).

Figura 27: Fotografia da Vila Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Roberto Gambarato (pág. 35).

Figura 17: Fotografia da ponte para o Município de Limeira no Rio Piracicaba (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 29).

Figura 28: Fotografia aérea do complexo industrial Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Roberto Gambarato (pág. 35).

Figura 18: Fotografia rua interna do complexo industrial (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 29).

Figura 29: Fotografia aérea do complexo industrial Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Roberto Gambarato (pág. 37).

Figura 19: Fotografia estrada de ferro, uma das barreiras do projeto (ano desconhecido) | Fonte: Google Earth (pág. 29).

Figura 30: Fotografia do antigo Hotel de Carioba (anos 90) | Fonte: desconhecida (pág. 38).

Figura 20: Mapa de localização das ocupações humanas (2019) | Fonte do autor (pág. 30).

Figura 31: Fotografia da antiga Cooperativa de Carioba (ano desconhecido) | Fonte: desconhecida (pág. 38).

Figura 21: Fotografia da antiga Sede Administrativa da fábrica Carioba (2019) | Fonte: Mariana Osmaré (pág. 31).

Figura 32: Fotografia da capela de Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Yamashita (pág. 39).

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2


Figura 34: Mapa de áreas verdes (2019) | Fonte do autor (pág. 42).

Figura 41: Gráfico de umidade relativa do ar (2019) | Fonte do autor com base nos dados do site weather spark. Disponível em: <https://pt.weatherspark.com/y/30200/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Americana-Brasil-durante-o-ano> Acesso em novembro de 2019. (pág. 47).

Figura 35: Mapa de hierarquia viária (2019) | Fonte do autor (pág. 43).

Figura 42: Mapa topográfico do terreno (2019) | Fonte do autor (pág. 48).

Figura 36: Mapa de zoneamento urbano (2019) | Fonte do autor com base nos arquivos da Prefeitura de Americana (pág. 44).

Figura 43: Mapa de declividades do terreno (2019) | Fonte do autor (pág. 49).

Figura 37: Mapa de transporte público (2019) | Fonte do autor (pág. 45).

Figura 44: Fotografia aérea do terreno (ano desconhecido) | Fonte desconhecida (página 49).

Figura 38: Gráfico de temperaturas médias máximas e mínimas em ºC (2019) | Fonte do autor com base nos dados do site weather spark. Disponível em: <https://pt.weatherspark.com/y/30200/ Clima-caracter%C3%ADstico-em-Americana-Brasil-durante-o-ano> Acesso em novembro de 2019. (pág. 46).

Figura 45: Imagem de satélite do terreno (2019) | Fonte: Google Earth (pág. 53).

Figura 39: Gráfico de precipitação pluviométrica (2019) | Fonte do autor com base nos dados do site weather spark. Disponível em: <https://pt.weatherspark.com/y/30200/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Americana-Brasil-durante-o-ano> Acesso em novembro de 2019. (pág. 46).

Figura 47: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Mariana Osmaré (pág. 55).

Figura 40: Gráfico de velocidade média dos ventos (2019) | Fonte do autor com base nos dados do site weather spark. Disponível em: <https://pt.weatherspark.com/y/30200/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Americana-Brasil-durante-o-ano> Acesso em novembro de 2019. (pág. 47).

Figura 49: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Caroline Lourenço (pág. 57).

Figura 33: Fotografia da antiga residência da família Müller (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 39).

Figura 46: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Mariana Osmaré (pág. 54).

Figura 48: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Caroline Lourenço (pág. 56).

Figura 50: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Mariana Osmaré (pág. 58). Figura 51: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Mariana Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

Osmaré (pág. 59). Figura 52: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Caroline Lourenço (pág. 60). Figura 53: Fotografia da área de estudo (2019) Fonte: Mariana Osmaré (pág. 61). Figura 54: Fotografia da chaminé da fábrica (2019) Fonte: Caroline Lourenço (pág. 62). Figura 55: Fotografia da entrada da fábrica (2019) Fonte: Mariana Osmaré (pág. 62). Figura 56: Fotografia da entrada da Casa de Cultura Hermman Müller (2019) Fonte: Caroline Lourenço (pág. 62). Figura 57: Fotografia da casa de energia da represa (2019) Fonte: Mariana Osmaré (pág. 63). Figura 58: Detalhe das ruínas da antiga escola de Carioba (2019) Fonte: Carolina Lourenço (pág. 63). Figura 59: Fotografia dos blocos prismáticos do SESC Pompéia | Fonte: Igor Fracalossi. “Clássicos da Arquitetura: SESC Pompéia / Lina Bo Bardi” 05 Nov 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 2 Dez 2019. <https://www.archdaily.com.br/153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi> ISSN 0719-8906 (pág. 66). Figura 60: Fotografia do deck de madeira e complexo da fábricas | Fonte: Igor Fracalossi. “Clássicos da Arquitetura: SESC Pompéia / Lina Bo Bardi” 05 Nov 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 2 Dez 2019. <https://www.archdaily.com.br/153205/classicos-da-

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-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi> ISSN 0719-8906 (pág. 67).

Figura 68: Fotografia da casa do conte (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 78)

Figura 61: Fotografia de uma das folies contidas no projeto | Fonte: Souza, Eduardo. “Clássicos da Arquitetura: Parc de la Villette / Bernard Tschumi” [AD Classics: Parc de la Villette / Bernard Tschumi Architects] 21 Dez 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado 2 Dez 2019. <https://www.archdaily.com.br/160419/ classicos-da-arquitetura-parc-de-la-villette-slash-bernard-tschumi> ISSN 0719-8906 (pág. 68).

Figura 69: Fotografia guarita (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 78)

Figura 62: Fotografia de uma das folies contidas no projeto | Fonte: Souza, Eduardo. “Clássicos da Arquitetura: Parc de la Villette / Bernard Tschumi” [AD Classics: Parc de la Villette / Bernard Tschumi Architects] 21 Dez 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado 2 Dez 2019. <https://www.archdaily.com. br/160419/classicos-da-arquitetura-parc-de-la-villette-slash-bernard-tschumi> ISSN 0719-8906 (pág. 68).

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Figura 63: Fotografia Galeria Miguel Rio Branco | Fonte: https:// www.inhotim.org.br/ Acessado 2 Dez 2019 (pág. 70). Figura 64: Fotografia Galeria Adriana Varejão | Fonte: https:// www.inhotim.org.br/ Acessado 2 Dez 2019 (pág. 71). Figura 65: Fotografia de um dos percursos do instituto | Fonte: https://www.inhotim.org.br/ Acessado 2 Dez 2019 (pág. 71). Figura 66: Mapa de zoneamento (2019) | Fonte do Autor (pág. 77). Figura 67: Fotografia da antiga escola de Carioba (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 78)

Figura 70: Fotografia casa de cultura Hermman Müller (ano desconhecido) | Fonte: Juarez Godoy (pág. 78) Figura 71: Fotografia da entrada da casa de cultura Hermman Müller (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 78) Figura 72: Fotografia do bunker (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 78) Figura 73: Fotografia da casa de energia (2019) | Fonte: Mariana Osmaré (pág. 79) Figura 74: Fotografia da antiga sede administrativa (2019) | Fonte: Caroline Lourenço (pág. 79) Figura 75: Fotografia da antiga residência da família Müller (2019) | Fonte: Mariana Osmaré (pág. 79) Figura 76: Fotografia aérea do complexo industrial Carioba (ano 90) | Fonte: Roberto Gambarato (pág. 79) Figura 77: mapa com indicação das pré-existências (2019) | Fonte do autor (pág. 79) Figura 78: planta da situação existente (2019) | Fonte do autor (pág. 81) Figura 79: planta da situação proposta (2019) | Fonte do autor Parque Cultural Pano Branco - 2019/2

(pág. 81) Figura 80: planta humanizada da situação proposta (2019) | Fonte do autor (pág. 83) Figura 81: colagem ilustrativa (2019) | Fonte do autor (pág. 84) Figura 82: colagem ilustrativa (2019) | Fonte do autor (pág. 84) Figura 83: colagem ilustrativa (2019) | Fonte do autor (pág. 85)


referências bibliográficas -MORELLI, Daniela. Americana em um século: a evolução urbana de uma cidade industrial de porte médio.1.ed. São Paulo: Annablume, 2002. - ASPECA: História de Carioba, Disponível em: <http://www.aspeca.com.br/historia.php>. Acesso em: 05 de Nov. 2019. - MACEDO, S. S. Quadro do Paisagismo no Brasil / Silvio Macedo. – São Paulo, 1999. 144p.: (Coleção Quapá, V.1) - SILVA, Janaína Barbosa. O Caminho dos Parques Urbanos Brasileiros: da origem ao século XXI. 2013. Estudos, Goiania, junho/ agosto 2013. n. 3. v.40, p. 287-298. - SILVA, LUCIENE DE J. M. DA. Parques Urbanos: A Natureza na Cidade -uma análise da percepção dos atores urbanos. UnB-CDS, Mestre, Gestão e Política Ambiental, 2003. Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável.

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-GAMBARATO, Roberto Rampazzo, Plano de preservação histórico ambiental de Carioba, acerca da arquitetura e urbanismo. Americana, década de 90. -VARGAS, Heliana Comin; CASTILHO, Ana Luiza Howard (Orgs.). Intervenções em centro urbanos. Objetivos, estratégias e resultados. 2ª edição. Barueri, Manole, 2009.

Parque Cultural Pano Branco - 2019/2



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