Julho 2017 | Ano XXI | Nยบ 90
EXPEDIENTE O AconteLiceu é uma publicação do Colégio Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora com distribuição interna. Diretor: Padre Fernando Campane Vidal Projeto Gráfico: Agência Papagaio Revisão: Profª Margarete Alves Edição: Agência Papagaio Departamento de Marketing: Maria Julia Kassab Curti
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PALAVRA DA DIRETORA
Caros(as) leitores(as), É com imensa alegria que me reporto a vocês, comunidade educativa do Liceu. Escola de Dom Bosco, escola do coração, escola dos nossos filhos, dos nossos amigos, dos nossos companheiros de trabalho, dos nossos alunos, das nossas famílias. Fazendo parte desta fantástica equipe desde 1997, quando assumi aulas de Redação na 3º série do Ensino Médio em parceria com a inestimável Prof.Ana Maria Mello Negrão, sinto-me, hoje, extremamente honrada em assumir a função de Diretora Pedagógica do Liceu, a primeira leiga dentro de uma nova estrutura de gestão organizada pela Inspetoria Salesiana. Os desafios são inúmeros, mas a dedicação está sendo tão grande quanto eles. O trabalho constante e intenso, a presença e o acolhimento farão com que os frutos apareçam rapidamente. O importante é estarmos sempre ligados, em parceria para o bem dos nossos amados educandos e suas famílias. Tenham certeza de que tudo está sendo meticulosamente pensado, que estamos privilegiando a formação dos educadores para que nossos alunos sejam bem preparados para o novo mundo que se apresenta a eles e a nós. Conclamemos sempre a presença fiel de Nossa Senhora Auxiliadora e a inspiração de Dom Bosco para que a confiança mútua seja cada vez maior e o trabalho seja recompensador. “Eu não disse que seria fácil. Apenas disse que valeria a pena” (Dom Bosco).
Diretora Pedagógica 4
MINHA H I S TÓ R I A
Que belo presente Deus me deu no ano de 2002, quando, incentivada por minha irmã, tive contato pela primeira vez com os salesianos, que haviam chegado há pouco tempo no bairro onde eu acabara de me mudar. Com apenas 13 anos, eu era animadora de oratório (nome carinhosamente dado por nosso pároco) e participava do grupo de jovens JUSC (Jovens Unidos a Serviço de Cristo). Ajudava as crianças carentes, que iam até o Externato São João – na região do Vida Nova - participar dos “bons dias” e “boas tardes”, participava dos momentos de recreação, tudo acompanhado de muita música e comida. Nos anos de 2002 e 2004, enquanto ajudava no oratório, boscolândias (nome dado às atividades de animação no período de férias) grupos de jovens, eu e outros adolescentes, recebíamos o nosso principal incentivo, que advinha do exemplo de um homem que foi Dom Bosco presente 5
entre nós. A humildade presente nele é tanta, que sei que ele puxaria minha orelha por essas palavras. Ele sempre diz que é a Deus a quem devemos agradecer. “Eu sei, Padre Plínio Possobom,” mas ele o usou como instrumento. Instrumento para apresentar Dom Bosco, instrumento para dar esperança de luz e não apenas de mimos. Acredito que uma pessoa, quando espalha sementes, não consegue acompanhar a dimensão que pode vir a tomar. Nos anos de 2005 e 2006, com a ajuda da obra social São João Bosco (antigo Externato São João), iniciei no curso profissionalizante Dom Bosco na ESSJ (Escola Salesiana São José), mas motivada por uma paixão salesiana, o trabalho voluntário continuou. Convidada por um grande amigo que muito me ensinou com seu enorme coração e bondade incansável, comecei no GAM (grupo de ação missionária). Íamos até as comunidades carentes de outras cidades durante as férias de julho e janeiro. Nosso
dia era uma delícia, saíamos logo pela manhã para fazer visita nas casas, após o almoço, fazíamos gincana com as crianças e artesanato com os adultos e, durante a noite, celebração com todos. Quanta saudade das semanas missionárias! Em paralelo ao GAM, eu participava e contava com a experiência de ser coordenadora do grupo de AJS (articulação da juventude salesiana) da região da paulista. Um grupo muito rico em formação, que contava com a presença de padres salesianos e dos grupos do Vale do Paraíba. Foram tantos encontros de alegria, aquela alegria gostosa que Domingos Sávio sempre dizia sobre a santidade. Em congressos da juventude, éramos acolhidos para dormir por famílias que não nos conheciam e passávamos 3 dias fora de casa (a primeira foto foi do congresso de São Carlos em 2003), FEST (Festival da juventude salesiana). Certo dia fui convidada para animá-lo (o FEST), mas..., que frio na barriga! Cantar? não é um dos meus dons!
Prof. Amanda Souza
No ano de 2007, tive minha primeira oportunidade de emprego, mais uma vez motivada pela minha irmã, entrei pelas mãos de Nossa Senhora Auxiliadora na Escola Salesiana São José onde trabalhei até o ano de 2010. Foi ali que tive a certeza da minha vocação. Eu queria ser professora, eu queria ser uma professora salesiana. Comecei então a estudar Pedagogia. No ano de 2009 eu me casei, meu marido estava junto comigo, no grupo de jovens em 2002, compartilhamos do mesmo amor por Dom Bosco e da mesma admiração por Nossa Senhora Auxiliadora. Ela que nos concedeu a graça de termos o dia de nascimento de nossa filha, pertinho do dia dela – ela nasceu no dia 23 de maio. Minha filha diz que não sabe explicar o que sente nos dias de coroação de Nossa Senhora Auxiliadora no Liceu. No ano de 2012, novamente a Mestra me acolheu, dessa vez na casa dela – Liceu Nossa Senhora Auxiliadora. Como sou feliz aqui! Como é bom
acordar toda manhã e agradecer a Deus, não apenas por trabalhar aqui, mas sim pelo sentido que trabalhar aqui faz na minha vida. Tenho o privilégio de trabalhar com uma grande amiga, que carrega grandes histórias dessa linda escola. E ver o brilho no seu olhar todos os dias, após 28 anos de Liceu, é motivador.
que carrego por ser FUNCIONÁRIA SALESIANA, carrego comigo a alegria em saber que meus filhos estão em uma casa que educa com o olhar preventivo de Dom Bosco, baseando-se no amor, na razão e na religião. Buscando em meio a tanta turbulência do nosso país, formar sempre bons cristãos e honestos cidadãos.
Sou feliz com as surpresas da vida. Recentemente descobri que uma colega querida que tanto me ensina, hoje como professora, estava lá no ano de 2002, na casa amarela – pequeno lugar nomeado assim antes da construção do Externato São João na região do Vida Nova. Eu “brinco dizendo a verdade” que os salesianos me deram e proporcionaram as melhores coisas da vida. Meus melhores amigos amam Dom Bosco, meus colegas de trabalho e meu marido também, minha filha, meu filho já diz “Bom cosco”. Dia 16 de agosto é dia de festa na minha família. Dom Bosco admirava a gratidão nos jovens, serei grata eternamente. Pois além da grande alegria
Refletindo sobre minha caminhada, que espero estar no começo de uma trilha feliz e longeva, penso na vida de Dom Bosco, na sua caminhada e nos seus desafios. Este homem despertou em mim o desejo de fazer o mesmo na vida do meu próximo. Certo trecho da vida de Dom Bosco, me remete ao legado deixado por suas ações e ensinamentos: “Nas mãos de Dom Fransoni, Dom Bosco foi ordenado e a pregação final dizia: O Padre não vai sozinho para o céu...” . Com esta certeza, trabalho todos os dias, procurando dar seguimento ao seu legado, feliz por ser uma educadora salesiana. 6
PA S TO R A L
voluntariado
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Aconteceu no dia 11 de maio a visita dos alunos do projeto Voluntariado Jovem ao Lar dos velhinhos de Campinas, com o intuito de homenagear as mães neste mês dedicado a elas, levando presentes, músicas e muita alegria. Os alunos participantes do projeto de voluntariado escolheram essa instituição com o propósito de levar carinho e escuta, por meio de atividades recreativas e reflexivas. Por isso, nos últimos 3 meses, foram realizadas pesquisas, formações e oficinas para a capacitação destes jovens. É evidente
o resultado, pode-se perceber nos rostos sorridentes de cada idoso e aluno. Os presentes que os idosos receberam são frutos da colaboração dos alunos dos 9ºs anos, que escreveram cartas para homenagear as mães, também dos colaboradores do setor administrativo que contribuíram com os cartões e os esmaltes, e, por meio da famosa “vaquinha” dos jovens do projeto, pudemos comprar os botões de rosas. O resultado dessa união proporcionou uma bela homenagem para as idosas, que retribuíram com abraços e palavras de agradecimento e incentivo.
O projeto Voluntariado Jovem promoverá festas juninas, bingos, bailes dançantes, entre outras atividades junto ao Lar dos Velhinhos de Campinas. Encontros como este no mês das mães terão novos capítulos, para que a solidariedade e a caridade sejam cada vez mais fortes em nossa educação e reflita em uma sociedade rica de valores e virtudes. Nosso agradecimento ao setor administrativo, ao setor Fundamental 2 e aos pais que apoiam, participam e confiam em nosso trabalho.
ação que faz a diferença
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L I C EU PLU R A L
a importância
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A arte contribui muito para nossa formação, dando a oportunidade de nos conhecermos melhor, de demonstrar sentimentos, possibilitando assim desenvolver nossa autonomia e segurança para falar e expressar nossas ideias. Através da arte se resgatam as cidadanias, a interação social e familiar, a cultura de um povo, ocorrendo mudanças significativas no comportamento das pessoas. Atualmente muitas pessoas buscam a arte, como a música, o teatro, a pintura, a escrita de um poema, um livro, a dança, para sair da rotina, expressar e extravasar suas emoções, garantindo o bem-estar e o equilíbrio físico e mental. A atividade artística, seja qual for, abrange a habilidade em usar o cérebro para alterar, renovar, recombinar o aspecto da vida, da experiência acumulada. É expressar nossas vivências, nossos sonhos, conforme os sentidos e descobrir novas formas, segundo as quais a sociedade pode ser construída. Muito se fala sobre arte digital, em que diversos artistas contemporâneos têm feito do computador seu maior instrumento de trabalho. A utilidade do computador para criar arte é inquestionável, ele passa a fazer parte da paleta do artista, assim como são os seus: pincéis, tintas, papéis, telas e lápis.
Pensando no ambiente escolar, o aluno precisa se sentir livre, à vontade e seguro para poder criar. O papel do educador é apresentar a proposta da atividade a ser realizada e orientá-lo, sendo que a mesma seja feita exclusivamente pelo aluno, do seu jeitinho, pois cada um tem a sua própria personalidade, gostos e dificuldades. É preciso dar oportunidade para ele fazer e perder o medo de errar, porque muitas vezes o “medo” prejudica a aprendizagem. Uma das maiores missões da arte é fazer com que o aluno expresse todo tipo de sentimento que existe em sua mente e coração. É importante compreender que a arte acompanha nosso cotidiano ao longo da história. Foi através dela que pudemos conhecer um pouco da nossa história, da nossa evolução. A arte acompanha cada passo de nossa sociedade, intervindo e registrando acontecimentos, seja ele registrado em forma de desenho, pintura, dança, ou até mesmo a escrita (BRASIL, 1997). Através da participação de nossos alunos do Liceu Plural nas rodas de conversa, tivemos a ideia de trabalhar, no projeto de Artes, os animais e o corpo humano, assim surgiu o Plurart (Plural na arte). Os animais inspiraram e ainda inspiram os artistas famosos, retra-
tam um pouco da graça e beleza do mundo animal, pois possuem muitas cores, formas e tipos diferentes. Bichinhos de estimação, feras selvagens, aves coloridas e até criaturas imaginárias já foram retratadas em pinturas, esculturas e outras obras de arte. O corpo humano é um tema que está sempre presente. Os artistas muitas vezes fazem obras baseadas em si mesmos e em outras pessoas. Alguns pintam retratos para se lembrar de alguém ou desenham personagens para ilustrar uma história. Outros registram sensações, movimentos, costumes ou inventam rostos imaginários. O melhor de tudo é que as pessoas são diferentes e os artistas podem dar vida a elas de várias maneiras. Utilizando várias técnicas, desenho com tesoura, molde vazado com guache, impressão, dobradura, escultura de massa de modelar, giz pastel, carimbo com legumes, recorte e colagem, canetas hidrográficas, giz de cera, esponja com guache, pontilhismo, fotografia, recorte e colagem, estamos trabalhando nosso projeto de forma diversificada, aguçando assim, a motivação e a criatividade das nossas crianças. Criando e encantando, nós do Liceu Plural, retratamos um pouco da graça e beleza que os animais e o corpo humano nos proporcionam.
Tatiane Callegaro é Assistente Pedagógica dos 1ºs anos do Liceu Plural 10
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Daniela de Sousa e Taise Poli sรฃo assistentes pedagรณgicas do Liceu Plural
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Imaginamos uma sala com crianças atentas aos dizeres do professor, no entanto, uma das capacidades humanas: a atenção pode ser facilmente interrompida, por um barulho no corredor, o lápis do amigo que caiu ou até mesmo o vento lá fora. Chamá-las repetidamente para que nos deem atenção tem sido uma alternativa (na maioria das vezes) fracassada, a criança, que há algum tempo te escutava atentamente, já não te ouve mais. Agora, falamos e elas te olham com olhos vazios, vidrados, apenas abstraem. Continuam a pensar no que faziam ou ainda pretendem fazer, falar ou achar, tudo o que você disse torna-se só algo repetitivo, cansativo e insignificante. Seria propositadamente? A resposta mais viável para nossas angústias é acreditar que são crianças agindo de acordo com sua idade, uma fase em que elas estão muito ocupadas, sendo elas mesmas. Não é uma questão de audição é uma questão de conexão. Crianças de 8 a 10 anos estão a experimentar um sentimento (que cresce a cada dia) sobre elas mesmas que inclui um misto de sensações sobre suas próprias vidas e o mundo, buscam domínio, reconhecimento e tomam principalmente como dire-
ção o que compõem sentimentos importantes a elas: amigos, brincadeiras, esportes, programa de televisão e jogo preferido... Uma fase egoísta, porém, necessária, uma surdez “parcial”, elas são capazes de ouvir, focar e seguir instruções, mas (de um modo eficaz) “de acordo com seus interesses”. Na educação infantil também encontramos esse desafio. Mas isso pode ser vencido com estratégias que tornam a comunicação mais “atraente”. No entanto, qual seria a maneira mais apropriada de agir? No Liceu Plural, as educadoras exercem papel fundamental na busca do equilíbrio e atenção no momento da lição de casa, das atividades e brincadeiras dirigidas, a excelência dessa busca requer doses diárias de sensibilidade: • Conhecer a criança não só por nome, mas procurar saber de coisas das quais gosta ou não, buscar um assunto em comum, brincadeiras, dinâmicas e muita conversa em roda. Tornar-se amiga e conhecedora das individualidades/preferências de cada uma, tais fatos não desconstruirão a imagem da educadora, só as motivará a enxergá-la como “alguém com quem se pode contar”, enfatizando a dada importância de “ouvir” e a ne-
cessidade de “ser ouvido” como uma via de mão dupla sempre, uma troca mútua. • Incentivar a criança mediante o seu esforço, auxiliar a criança a reconhecer por si própria o que melhorou e o que ainda poderá melhorar, ensinando a mesma a gerir o seu próprio tempo em sala de aula. Abusar da criatividade, driblando a rotina: a forma divertida de explicar algo, uma leitura diferenciada, recursos tecnológicos, jogos e brincadeiras que desenvolvam conceitos vistos em sala de aula e atividades práticas. Alinhar o discurso entre escola e família, ambas as partes só têm a se beneficiar da positividade dessa parceria, essa é a maior ambição da equipe do Liceu Plural, constantemente reforçada através das reuniões pedagógicas, reunião com os pais e comunicação via agenda. “Quando a escola, o pai e a mãe usam a mesma linguagem e têm valores semelhantes, os dois principais contextos da criança, a família e a escola, demonstram uma segurança e coerência extremamente favorável ao seu desenvolvimento. ” (Tiba, Içami. Quem ama educa,p.186).
Fontes: https://br.guiainfantil.com/materias/educacao/comportamento/5-formas-de-conseguir-que-as-criancas-nos-deem-atencao/ https://canaldoensino.com.br/blog/20-dicas-para-ter-a-atencao-dos-alunos | Fonte: Universia Brasil
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Os alunos do 5º ano do período da tarde do Liceu Plural deram início, no mês de março, ao “Projeto Gentileza”. O projeto tem como objetivo ensinar aos alunos a desenvolver e praticar atitudes gentis com o próximo e refletir como essas ações podem contribuir para o bem do outro e de nós mesmos. Saber ouvir, agradecer, pedir, perdoar, cumprimentar, dizer palavras que façam bem ao outro, entre tantas outras atitudes estão diretamente relacionadas à gentileza e estão sendo colocadas em prática, a cada dia, entre os alunos. Trabalhar a gentileza tem feito com que as crianças percebam que essas atitudes devem ser praticadas em todos os ambientes e que a melhor maneira de ser aprendida e ensinada é através de exemplos, por isso as rela-
ções de respeito e de atenção ao outro são indispensáveis em nosso dia a dia. O projeto foi organizado da seguinte maneira: no primeiro momento, os alunos conheceram a história do Profeta Gentileza, uma personalidade marcante que fez história no Rio de Janeiro e em muitas outras cidades brasileiras por onde passou, sempre pregando a gentileza e o amor ao próximo através de pequenos gestos de carinho e palavras de amorosidade. Também assistiram a um documentário sobre sua história de vida e sobre como os atos de gentileza praticados por ele o tornaram especial. Além disso, trabalhamos com a música “Gentileza” da cantora Marisa Monte, que foi inspirada no trabalho realizado pelo Profeta Gentileza, e também com o vídeo “Vírus da Gentileza”, que demonstra na prática que a “gentileza gera gentileza”.
Abordamos pequenos gestos de gentileza que já eram praticados pelos alunos e outros que poderiam ser incorporados no dia a dia. Fábulas, textos e ilustrações sobre o tema também foram trabalhados. O auge do projeto realizado foi o “amigo gentileza”. O amigo gentileza é muito semelhante ao amigo secreto, porém, ao invés de presentes, os alunos trocaram gestos de gentilezas entre si durante todo o mês de março. A revelação aconteceu no início do mês de abril. Para fazer a revelação, eles ressaltaram qualidades e características positivas de seus colegas. O projeto foi muito bem acolhido pelas crianças e tem gerado resultados positivos na conduta dos alunos. O tema foi tão interessante para eles que serviu de inspiração para a confecção de um livro que será exposto na 27º Feira do Livro.
Assistente Pedagógica do Liceu Plural Gabriela Brunozi Amador 14
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Iniciação Esportiva Iniciação Esportiva no Liceu Plural No ano de 2016, trabalhamos, nas aulas de Corpo e Movimento do Plural, jogos olímpicos e paralimpicos. O que fez despertar nos alunos um grande interesse em aprender e vivenciar algumas modalidades esportivas. Percebendo essa motivação dos alunos e notando a necessidade de aprimoramento das capacidades físicas, começamos então em 2017 um novo projeto, aulas de Iniciação Esportiva para alunos do terceiro ao quinto ano do Liceu Plural, o que tem surtido um efeito maravilhoso.
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Sabemos que ensinar esporte para uma criança vai além do aprender regras e técnicas, pois a iniciação esportiva é uma maneira de desenvolver o indivíduo como um todo, física e cognitivamente. O início da prática esportiva pode ocorrer em qualquer idade, porém, quanto mais jovem, melhor. Segundo estudos, a criança deve praticar esporte até os 12 anos de forma geral, toda e qualquer modalidade possível que lhe agradar, sem buscar algo especifico, pois assim estará se desenvolvendo por completo na parte motora.
Desenvolvimento motor, esse que como conhecido é específico de cada indivíduo, porém influenciado pelo ambiente em que se vive e a tarefa que se pratica ao longo de toda a vida. Paes (1989) cita que no processo evolutivo a educação do movimento busca o aprimoramento dos padrões motores e ritmo geral às atividades lúdicas. As atividades recreativas têm importância fundamental, pois nessas atividades pode-se trabalhar de forma ampla, desenvolvendo capacidades como coordenação, velocidade, flexibilidade e também, nessa fase da vida entre 7 e 10 anos em média, os educan-
dos encontram-se favorecidos devido à plasticidade do sistema nervoso central. Vale ressaltar que as atividades devem ser desenvolvidas sobre diversos ângulos: complexidade, variabilidade, diversidade e continuidade em todo o processo de desenvolvimento. (HAHN APUD OLIVEIRA E PAES,2004) Segundo Weineck (1999), as crianças, nessa faixa etária, anteriormente
citada, demonstram muita determinação para brincadeiras com variações de movimentos. Esse fato mostra que é importante proporcionar às crianças envolvidas no processo um ambiente agradável, para que se desenvolvam sem maiores prejuízos. Paes (2001) acredita que os conteúdos abordados devem ser o domínio do corpo, manipulação de implemen-
tos, recepção da bola, passes, etc. As regras devem ser adaptadas para adequar-se às capacidades das crianças. Neste primeiro semestre, os alunos vivenciaram, no mês de fevereiro o vôlei, no mês de março, a natação; nos meses de abril e maio, o atletismo e, no mês de junho, o basquete.
Fernanda Montenegro é Instrutora do Corpo e Movimento e iniciação esportiva do Liceu Plural
no Liceu Plural
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VOCÊ SABIA
QU E
Professora de Ginástica Artística Giovanna Airoldi
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O nosso Liceu acolhe um projeto de treinamento em Ginástica Artística Feminina? Foi em 2007 que o Liceu fez uma parceria com a Secretaria Municipal de Esportes de Campinas, cuja equipe de Ginástica Artística Feminina que representa o município em eventos passou a realizar seus treinamentos na sala de ginástica do colégio. Essa parceria fortaleceu o trabalho e oportunizou a muitas meninas o acesso à prática e desenvolvimento da ginástica em nível competitivo. Quem pode participar? Para participar desse grupo, as meninas têm que atender a critérios técnicos da modalidade para o nível competitivo como: força, habilidade, confiança, flexibilidade, baixa estatura e peso. São meninas selecionadas, com
idade entre 6 e 8 anos, tanto entre alunas da própria escola, como de outras localidades, desde que apresentem os requisitos para acompanhar os treinamentos. As alunas do Liceu Eloah dos Santos , Gabrielly Bueno , Mariah Belém e Maria Clara Kassab fazem parte deste grupo, treinando todas as tardes. No ano de 2016, foram vice-campeãs estaduais na categoria pré-infantil. O que este grupo representa? Participando de eventos regionais, estaduais e nacionais, representa tanto a cidade de Campinas como o Liceu. Para isso são muitas horas de dedicação, os treinamentos são de 4 horas diárias! E as aulas do Liceu como acontecem?
Para alunas iniciantes, o Liceu oferece turmas no final do período escolar (manhã e tarde) como atividade extracurricular. As turmas estão divididas por faixa etária: do infantil 2 ao 2º ano do EF1 e do 3º ano do EF1 em diante. Essas alunas participam de eventos escolares da modalidade e se apresentam no final do ano com um grande festival aberto aos pais e público. Para as alunas que se destacam na modalidade, o colégio oferece um treinamento mais específico no qual as atletas são preparadas para representar o Liceu em eventos internos e externos, participando de competições e apresentações. Quer fazer parte desse trabalho? As aulas experimentais são agendadas com a Silvana, através do telefone 3744-6832.
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L I C EU EX TR A
UMA RELAÇÃO DE CONFIANÇA
FAMÍLIA INSTRUTOR
CONFIANÇA
ALUNO
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Desde meu primeiro estágio em uma escola até agora, lá se vão 14 anos de inúmeras experiências. Sendo boas, ou ruins, todas elas foram e são extremamente válidas para o desenvolvimento de um trabalho coerente e adequado para cada aluno. Neste período, percebi que os melhores trabalhos, aqueles que deram mais frutos e me satisfizeram profissionalmente, foram aqueles em que havia uma palavrinha mágica: CONFIANÇA. Em qualquer relacionamento, seja ele pessoal ou profissional, a confiança é a base para que cada um desenvolva sua parte da melhor maneira possível. No nosso caso, como instrutores de atividades extracurriculares, essa relação de confiança passa por três pilares igualmente importantes para que todo o processo educacional flua com perfeição. São eles: o INSTRUTOR, o ALUNO e a FAMÍLIA. Assim como em uma pirâmide, onde todas as pontas se ligam diretamente, nesse caso também há a necessidade de que todos estabeleçam entre si essa relação de confiança. Caso um
dos lados da pirâmide esteja quebrado, essa relação não se completa e isso pode refletir diretamente no desenvolvimento do aluno. Família e aluno devem confiar nos instrutores, pois estão sempre preparados para oferecer o melhor nas aulas. O aluno que confia no instrutor o ouve e se dedica a fazer da maneira que lhe é pedido. A família, por sua vez, deve reforçar essa necessidade, afirmando assim a sua confiança no instrutor. Dentro dessa relação de confiança, a família entenderá que o aluno irá evoluir dentro do seu tempo e contribuirá para que essa evolução não seja prejudicada por cobranças ou críticas exageradas. Uma família que não possui essa confiança não consegue passar isso para o aluno. Com o tempo a relação de confiança aluno/instrutor pode ser afetada. Da mesma forma, a família é extremamente importante para que um aluno, que ainda não possui inteira confiança no instrutor, passe a confiar e aceitar suas orientações.
Pode ser que, vez ou outra, aluno e família não entendam ou concordem com uma orientação ou posição do instrutor. Mas se há a confiança, saberão que aquilo certamente será o melhor naquela situação. O instrutor, por sua vez, precisa confiar que seus alunos estão fazendo o melhor que eles podem e que têm o respaldo da família nos momentos fora do ambiente de aula. Uma falha técnica de execução não é motivo para descontentamento, caso o aluno esteja se dedicando inteiramente. A melhora é gradativa e irá acontecer no tempo de cada aluno. A confiança do instrutor é sentida pelo aluno e pela família, gerando um componente emocional extremamente favorável para seu desenvolvimento e dedicação. Por fim, família e aluno também precisam sempre trabalhar dentro dessa relação de confiança. O aluno que confia nos familiares e instrutores se dedica a fazer seu melhor. Ao sentir a reciprocidade dessa relação de confiança, passa a dar algo além, pois é fortalecido por esses laços. Instrutor de futsal André Hernández Chuahy
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natação
atividade completa no Liceu
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Desde de fevereiro de 2013, o trabalho com a natação vem sendo desenvolvido no colégio, atendendo crianças, adolescentes e adultos. Nosso objetivo é a prática da modalidade, aprendizado e aperfeiçoamento dos 4 nados, melhorando suas funções respiratórias, fisiológicas e aumentando a coordenação motora e tônus muscular. A experiência no meio líquido favorece o aumento da autoestima, o equilíbrio, agilidade, força e velocidade. Desenvolve habilidades psicomotoras como a lateralidade, as percepções tátil, auditiva e visual, noções espacial, temporal e de ritmo, sociabilidade e autoconfiança. As aulas são em grupo e os alunos são divididos por níveis, adaptação, iniciação 1, iniciação 2, aperfeiçoa-
mento 1, 2 e 3. Seguimos um planejamento semanal para cada nível, visando a um melhor aproveitamento das aulas. Depoimento de mãe Sou mãe de dois alunos do Liceu e sempre me preocupei com o desenvolvimento integral dos meus filhos. Por este motivo, sempre procuro oportunizar a eles vivências das mais diversificadas possíveis. Além disso, preocupava-me com o sentimento de insegurança dos pequenos. Sendo a natação um dos esportes mais completos, meu esposo e eu decidimos matricular nossos filhos na atividade extracurricular de natação. O resultado foi muito positivo. Nossa filha aprendeu a nadar em menos de um ano. No ano seguinte, matriculamos nosso filho caçula, que agora também
já demonstra muita confiança ao nadar. Percebemos uma melhora significativa na coordenação motora, equilíbrio, força, autoconfiança e autoestima de ambos. Afinal, agora sabem que são capazes de enfrentar e vencer seus medos. Posso assegurar que a Equipe de Natação do Liceu nos ofereceu muito mais do que procurávamos. Encontramos um ambiente acolhedor formado por profissionais qualificados, que através de sua prática demonstram que a Educação se estende muito além da sala de aula. (Depoimento de Viviane Maus) Durante as aulas, a confiança e o respeito estão sempre presentes, oferecendo ao aluno um ambiente alegre de aprendizagem e aperfeiçoamento e, aos pais, segurança e tranquilidade. Silsi H. O. de Miranda é instrutora de Natação
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EDUCAÇÃO INFANTIL
Pão de páscoa
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Páscoa é a ressurreição de Jesus, é vida nova, e neste espírito de alegria, no Infantil 1 aliou os trabalhos do material caleidoscópio, da Rede Salesiana de escolas, com a realização da receita do pão, em que as crianças puderam colaborar, trazendo os ingredientes e, o mais importante, partilhar com as outras turmas o pão que produziram. O uso de receitas culinárias na educação infantil tem os objetivos da cooperação, diferenciar quantidades, explorar textos instrucionais, além de discutir sobre a alimentação saudável. O Infantil 1 ficou muito feliz em produzir o pão da páscoa, o pão da partilha de Jesus. No dia 12 de abril, foi realizada uma celebração com a passagem bíblica da multiplicação dos pães (marcos 6.35-42) e, em seguida, uma oração. As crianças puderam passar o pão umas para as outras e assim saborear e tomar suco de uva, que simboliza o vinho da última ceia de Jesus. Foi um momento de muita alegria e todos participaram com entusiasmo. Professoras do Infantil 1
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EDUCAÇÃO INFANTIL
O material da Rede Salesiana de Escolas Caleidoscópio, na área de Língua Portuguesa, proporciona um trabalho significativo com os contos. Os contos e histórias entretêm as crianças, permitem a curiosidade, enriquecem suas vidas, estimulam a imaginação e ajudam a desenvolver o intelecto. Partindo desses princípios, as turmas do Infantil 1 conheceram o conto da “galinha ruiva”. Durante o estudo do conto, trabalhamos os valores da cooperação, da ajuda e da amizade. Os alunos perceberam a importância de ajudar os amigos, quando os mesmos precisam, pois quando ajudamos todos saem ganhando. As crianças puderam dramatizar e vivenciar esse conto através das brincadeiras, da culinária, do conhecimento dos animais da fazenda e da realização do reconto, valorizando a construção de sua sequência cronológica e a riqueza dos detalhes. Professoras do Infantil 1
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EDUCAÇÃO INFANTIL
COM AS
FORMAS DE
Alfredo Volpi foi um artista plástico ítalo-brasileiro, considerado um dos principais da Segunda Geração da Arte Moderna Brasileira. Suas obras se destacaram pelo conhecido interesse em observar e pintar quadros mostrando as fachadas das casas, com grandes janelas e portas, abstracionismo geométrico e cores de grande impacto visual. Para enriquecer e ilustrar um pouco mais sobre o assunto, as turmas do Infantil 2 participaram de um passeio para observar a fachada do nosso lindo Liceu e perceberam as semelhanças com as obras de Volpi, principalmente suas enormes portas e janelas. Professoras do Infantil 2
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EDUCAÇÃO INFANTIL
PROJETO DE ADAPTAÇÃO DO INFANTIL MIRIM
“DE VOLTA PARA CASA”
Os primeiros dias na escola geram expectativas e dúvidas nos alunos, foi pensando nisso que os alunos do infantil mirim desenvolveram seu primeiro Projeto: “De volta para casa”. O projeto tem por objetivo facilitar a transição do ambiente familiar ao escolar, envolvendo os alunos em um ambiente afetivo e acolhedor. Para esse projeto de adaptação, utilizamos o livro “De volta para casa”, de Nye Ribeiro, ed. Roda e Cia. Em um maravilhoso dia de sol, os alunos do infantil mirim fizeram um divertido passeio pelo parque da escola e conheceram um lindo caracol chamado Zip. Esse caracol estava à procura de sua casa. Os alunos ficaram curiosos e resolveram ajudá-lo. Durante esse passeio, as crianças encontraram vários animais e também ajudaram a descobrir a casa de cada um deles. Para finalizar o projeto, ZIP também visitou a casa de cada aluno, sendo cuidado e recebendo o carinho de todos! Professora Gláucia
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EDUCAÇÃO INFANTIL
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Vida de índio
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na Educação Infantil há algumas práticas que valorizam atividades contempladas no calendário nacional, tais como o Dia do Índio. E no Liceu temos por objetivo criar situações em que as crianças possam valorizar o patrimônio cultural indígena à luz das tradições, usos e costumes das diversas etnias. Além disso, que possam aprender sobre as raízes do povo brasileiro e respeitar as diferenças socioculturais, afinal, de acordo com a antropóloga Majoí Gongara, do Instituto Socioambiental: “Ser índio não é estar nu ou pintado, não é algo que se veste. A cultura indígena faz parte da essência da pessoa. Não se deixa de ser índio por viver na sociedade contemporânea”.
divertida e ao alcance delas, atividades e reflexões acerca do modo de viver e de ser das crianças indígenas, contemplando os brinquedos, as brincadeiras, os produtos e as histórias orais transmitidas pelas gerações, com o objetivo de discutir as raízes dos povos brasileiros.
Identificando algumas brincadeiras e brinquedos existentes em seus grupos de convívio e nos das crianças indígenas, destacamos a peteca, a qual confeccionamos junto às crianças. A peteca é um jogo de origem indígena, e as crianças costumam utilizar palha de milho para sua confecção, mas fizemos utilizando jornais e revistas, pois são materiais mais acessíveis. Após a confecção, os alunos se divertiram muito Visando contribuir para com suas produções e pudeque os alunos ampliem seu ram levá-las para casa, a fim conhecimento sobre a cultu- de compartilhar com seus ra indígena, propusermos de familiares dos aprendizados uma forma lúdica, criativa, acerca desse brinquedo de
origem indígena. Apreciem alguns registros desse momento de diversão e aprendizado que proporcionamos a todos os alunos da Educação Infantil. Além disso, toda a Educação Infantil também se envolveu no lanche indígena, em que houve um grande envolvimento das famílias, que se preocuparam em contribuir com alimentos típicos de origem indígena, tais como: milho, mandioca, castanhas, frutas, guaraná, entre outros... Ah, a turma do Infantil 3 também colocou a mão na massa literalmente, pois eles fizeram uma culinária utilizando um dos alimentos típicos da cultura indígena, que é o famoso “aipim”, mandioca. Após essa deliciosa experiência, todos puderam provar o delicioso bolo de aipim, como é possível apreciar nas fotos. Professoras do Infantil 3
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No primeiro trimestre, os alunos dos 4º e 5º anos desenvolveram atividades que contemplavam a proposta do material didático “Educação financeira e consumo consciente”. A proposta pedagógica e metodológica consiste em preparar os educandos através de análises de vídeos, filmes, registros no caderno sobre a importância da construção e efetivação do tema cidadania. Dentre as propostas sugeridas, destaca-se o trabalho em grupo realizado por ambos os anos. “O grande objetivo do trabalho em grupo é o de promover a troca de co29
nhecimento entre os integrantes, onde os mesmos exercitam suas capacidades de comunicação em busca de um objetivo que seja comum”. Os alunos dos 4ºs anos ficaram responsáveis pela elaboração em grupos do projeto denominado: “Pequenos Empreendedores” que consiste na elaboração e criação de produtos que beneficiem e melhorem a qualidade do cotidiano das pessoas. “Segundo Dolabela (2006), “empreendedorismo não é um tema novo ou modismo: existe desde sempre, desde a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações
do homem com os outros e com a natureza”. Segundo definição de Barreto (1998), “empreendedorismo é a habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou quase nada”, assim Barretos enfatiza a grande importância do trabalho, além da capacidade de maximizar recursos. Dentro dessa dinâmica, os educandos dos 4ºs anos foram divididos em pequenos grupos (média de 5 integrantes), com o objetivo de socializarem as ideias e estabelecerem a conexão necessária para a construção do projeto. As etapas metodológicas con-
para o pensar. sistiram na divisão dos integrantes por equipes; organização, definição e desenvolvimento do produto pretendido e por fim a apresentação final para os colegas de classe. Os produtos desenvolvidos e apresentados pelas equipes como um dos critérios pretendidos pela disciplina deveriam abarcar uma dessas dimensões: tecnologia, saúde, mobilidade urbana, valores ambientais, estética, entre outros. Cada “Pequena Empresa” obteve um tempo determinado para demonstração e marketing do produto elaborado. Os educandos dos 5ºs anos, dentro
das competências e habilidades pretendidas para o século 21, foram orientados a desenvolverem uma apresentação musical ou teatral em grupos que contemplasse as seguintes temáticas: Preconceitos e formas de superações; Imigração passado e presente; Formas de superação do tema violência; Tecnologia: aspectos positivos e negativos, entre outras opções. A metodologia consistia em apresentar a proposta do tema de forma dinâmica, interativa e que pudesse despertar a atenção dos colegas mediante essas temáticas de grande relevância social.
Prof. Marcos Rogerio
Vale ressaltar e agradecer o envolvimento, sugestões de vários pais e familiares que, interpelados pelos educandos, fortaleceram e ampliaram a capacidade criativa de nossos educandos para a construção e efetivação do projeto com seus pares. É de um valor muito expressivo que os alunos, já no período em que se encontram, identifiquem as necessidades coletivas, socializem ideias construtivas, com o objetivo de buscar alternativas que contemplem a superação dos desafios modernos. 30
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Você sabia que no Liceu os alunos têm a oportunidade de estudar e tirar dúvidas, em um horário diferente? Estamos falando da Oficina Pedagógica, que é realizada em sala própria no setor do EF1, no período inverso ao das aulas regulares... As aulas já começaram desde a semana do dia 13 de março. Temos como meta proporcionar aos alunos acompanhamento pedagógico nos estudos, além de diversas atividades complementares. Essas ati-
vidades visam ao aprimoramento de habilidades em Língua Portuguesa e Matemática. Os alunos vivenciam, durante 3 horas, atividades diversificadas e recursos diferenciados em busca de entendimento e compreensão dessas disciplinas. Na Oficina Pedagógica, também realizamos as atividades avaliativas de Recuperação, pois é o momento mais adequado de atenção e concentração. A Oficina Pedagógica foi criada para atender os alunos que têm mais dúvidas, ou que encontram mais di-
ficuldades nos conteúdos e a nossa intenção é oferecer um estudo aprofundado, sempre em parceria com as atividades do período regular. Cada dia da semana atendemos uma turma: • 2º ano: segunda-feira; • 3º ano: terça-feira; • 4º ano: quarta-feira; • 5º ano: quinta-feira; • 1º ano: sexta-feira (início em maio).
Professoras Beth e Poliana – Professoras da Oficina Pedagógica do Ensino fundamental 1
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Equipe Pedagógica do Ensino Fundamental 2
Nas aulas de Arte do mês de março, os alunos dos 8º anos desenvolveram junto à professora Nara Duarte um estudo sobre os movimentos artísticos do Renascimento e do Barroco. Através da contextualização histórica e da análise de obras os alunos conheceram as particularidades de cada estilo, bem como seus principais artistas. Do Renascimento destacamos: Leonardo Da Vinci, Donatelo, Michelangelo e Rafael de Sanzio, os quais trabalham a produção artística inspirada nos valores da Antiguidade Clássica prezando pela harmonia das formas e equilíbrio da composição. Já o Barroco de Aleijadinho, Caravaggio e Tintoretto são exuberantes na dramatização de seus personagens e inquietação espacial da composição devido à sensação de movimento das formas. No entanto, nosso estudo não se
limitou ao âmbito da pintura e da escultura, pois exploramos também a arquitetura. Através de tours virtuais realizados em sala de aula, com o uso dos tablets, foi possível visitar a Catedral Santa Maria Del Fiori, em Florença, na Itália, bem como a Basílica de Sacré Coeur, em Paris, na França. Durante o tour virtual os alunos foram instigados a analisar elementos arquitetônicos típicos do Renascimento e compará-los às imagens das igrejas Barrocas de Ouro Preto, em Minas Gerais. Para averiguar os conhecimentos adquiridos nesse estudo, os alunos participaram de um Quiz interativo com o uso da plataforma Socrative, que pôde ser acessado pelo aluno via celular ou tablets. Em duplas, os estudantes testaram seus conhecimentos discutindo cada questão presente no Quis e, em tempo real, a plataforma
apontava os acertos e erros mostrando para o aluno em que conteúdo ele precisa se aplicar mais. Por fim, formamos grupos para uma produção artística: a Foto-releitura. Elegemos o Barroco como tema e escolhemos o palco do teatro do Liceu para pano de fundo desta produção. Após os grupos realizarem pesquisa de obras, escolheram uma para inspirar a Foto-releitura. Então, analisaram os personagens, escolheram os figurinos e pronto! Os alunos se transformaram em obra de arte, ou seja, os alunos foram convidados a encenarem a obra de Arte o que deu origem ao que chamamos “Foto-Releitura”. Para compreender toda essa transformação, apreciem as imagens que acompanham essa matéria. 34
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PINTURAS EM TELA, UM ESTUDO SOBRE A POP ART No mês de fevereiro, os alunos dos 9ºs anos do Liceu estudaram, nas aulas de Artes, a Pop Art, com a professora Nara Duarte. Contextualizando o movimento artístico na História da Arte, a Pop Art se desenvolveu nas décadas de 1950 e 60 inicialmente na Inglaterra, mas foi nos Estados Unidos que se consolidou graças ao destaque dado às obras dos artistas Roy Lichenstien e Andy Warhol. Os artistas desse movimento buscaram inspiração na cultura
de massa para criar suas obras de arte, as quais criticavam de forma irônica a vida cotidiana de uma sociedade embalada pelo capitalismo, materialismo e consumismo. Sendo assim, rótulos de alimentos, histórias em quadrinhos, panfletos de propagandas e outros objetos midiáticos e cotidianos serviram de base para a criação artística desse período. Os artistas trabalhavam com cores vivas e de fortes contrastes para gerar um forte apelo visual, assim como agem os recursos publicitários.
Através dos estudos sobre a Pop Art e seu contexto histórico, os alunos buscaram na cultura de massa da contemporaneidade temas que os inspirassem para a produção de uma pintura em tela com tinta acrílica. A exposição desses trabalhos foi organizada em alinhamento vertical no corredor do setor do Ensino Fundamental 2, sob a curadoria dos próprios alunos. Apreciem sem moderação as produções que coloriram o setor durante o mês de março Equipe Pedagógica do Ensino Fundamental 2
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Ao longo desse 1º trimestre de 2017, os alunos dos 6ºs anos do Ensino Fundamental II trabalharam, durante as aulas de técnicas de redação, com o estudo e a produção de “Fábulas”. Após conhecerem as características que permeiam a construção desse gênero, escreveram suas próprias fábulas. O gênero “Fábula”, assim como os demais gêneros textuais, possui especificidades estruturais, dentre as quais, o fato de apresentarem uma moral. A partir dessa característica marcante e fundamental, os alunos refletiram sobre situações cotidianas, selecionaram personagens que representassem o ensinamento apresentado pela moral escolhida por eles e criaram as suas próprias fábulas. Estudos da área da Linguagem
comprovam a importância do estudo das fábulas em sala de aula, já que esse gênero aborda uma realidade fictícia, mas que apresenta valores relacionados à realidade e à convivência humana. Por meio de personagens que não são seres humanos, as fábulas apresentam situações críticas relacionadas ao “modo humano” de viver. Desta forma, a fábula apresenta-se como um instrumento educacional que auxilia no desenvolvimento da criança como seres preocupados com os valores sociais e com o outro. Fábulas como “O lobo e o cordeiro” – em que um inocente é oprimido por meio de falsas acusações – ou “A raposa e as uvas” – em que algo de valor é desprezado devido à dificuldade relacionada à sua conquista – apresen-
tam ensinamentos que, quando trabalhados desde os anos iniciais do ensino fundamental, auxiliam na formação de um cidadão, preparado para lidar com as situações sociais e humanas. No Brasil, temos Monteiro Lobato como importante personalidade relacionada a esse gênero. O escritor publicou o livro “Fábulas”, no qual aborda fábulas clássicas narradas por Dona Benta e acompanhadas por perguntas críticas dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Lembrada como um texto que tem a função de divertir e de ensinar, a fábula continua conquistando gerações de leitores e auxiliando na formação de nossos pequenos cidadãos. Apresentamos abaixo duas fábulas produzidas por alunos do nosso colégio. Professoras: Aline e Janaína
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Durante o primeiro trimestre, os alunos do 9º ano elaboraram diversos contos, com técnicas diferenciadas. Entre elas a do Flashback, em que algo motiva uma lembrança, como se saíssemos de nós mesmos e revivêssemos o momento mágico. As alunas Júlia Campoli e Sofia Barros elaboraram lindos contos com essa técnica. As lembranças são encantadoras.
Era próximo do Natal, e sabia que eu e meu irmão teríamos que enfeitar a árvore. Pegamos as caixas em que ficavam os enfeites e levamos para perto dela. Quando abri umas das caixas, eu me deparei com uma pequena bola de neve, que havia ganhado da minha avó no último Natal. Fiquei chacoalhando a bola de neve, observando os floquinhos caírem... Tínhamos acabado de chegar em Bariloche, e apesar do vento cortante estava extremamente feliz. Resolvemos passear um pouco pela cidade, a fim de conhecê-la melhor. Meus pais e meu irmão andavam a passos lentos, e eu ia saltitando, toda feliz na frente deles. O céu estava meio nublado, e ventava muito. Meus pais sugeriram entrarmos em uma lanchonete, para comer algo e nos aquecermos um pouco, quando senti algo gelado cair no meu nariz. Por um segundo achei que era chuva, quando vi que na rua começavam a se formar pequenos montinhos brancos. Era a primeira vez que estava vendo neve.
- Pai! Está nevando! – Gritei enquanto pulava e não me aquentava de felicidade.
Ver aqueles flocos de neve caírem do céu era mágico.
Meu irmão resmungou algo e perguntou se eu iria ajudar ou não a montar a árvore. Eu apenas disse que iria, ainda olhando os floquinhos da bola de neve caírem. Sofia N. de Barros – 9º ano C
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BOLHAS Se existe uma coisa que odeio fazer é arrumar meu quarto. Por motivo do acaso, minha mãe resolveu que hoje seria o dia de arrumar a casa, e isso incluía meu desregrado quarto. Enquanto tentava de alguma maneira organizar meu armário – algo que em outras palavras significava bagunça – encontrei a minha querida, porém abandonada, fábrica de bolhas de sabão. Consistia em dois gravetos unidos por um barbante que formam a letra “D” e uma cumbuca usada para colocar o sabão. Uma textura áspera a dos gravetos... Em meio à multidão, consegui encontrar um local – entre o palco principal e um vale temático – grande o suficiente para criar uma bolha. O plano teria sido cumprido com excelência, se não houvesse me esquecido completamente da quantidade de crianças que estavam no local. Logicamente, eu atraí, como um imã, metade das crianças do evento para o local em que estava (que acabara descobrindo que não era tão grande quanto imaginava). De criança em criança, a fila para experimentar a nova atração aumentava. Entre os empurra-empurra e gritos emitidos pelas crianças, eu só pensava no quanto desejava desaparecer do lugar e curtir minha fábrica em paz. Como o esperado, uma criança acertou o barbante cheio de sabão no olho de outra e causou uma gritaria. - Você já arrumou o seu quarto? – gritou minha mãe da cozinha. - Estou quase! – gritei de volta enquanto guardava minha fábrica no que agora era um armário ordinariamente arrumado. Júlia Campoli Sacco, 9º ano C
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“Sonhar enaltece então a existência, associando o melhor do ser humano à busca do melhor no mundo, enquanto convivência humana e como jardim favorável a essa convivência plena, total e harmoniosa.” Dentro da proposta pretendida pelo setor do Ensino Fundamental 2, para o desenvolvimento de habilidades e competências voltados para o crescimento de ações coletivas e cidadãs, as disciplinas de Ensino Religioso e Educação para o pensar realizaram algumas atividades que pudessem favorecer o debate e a construção de conhecimentos voltados para o bem comum. Entre as propostas realizadas no primeiro trimestre, houve a análise e registro do documentário “Lixo Extraordinário”, o qual retrata o trabalho do artista plástico Vik Muniz que realiza obras de arte com ajuda dos catadores, utilizando materiais encontrados no li-
xão para formar imagens incríveis dos trabalhadores locais, transformando suas vidas. Após a análise, os alunos realizaram uma atividade avaliativa com valor determinado cuja intenção era relacionar o documentário com os desafios modernos. O tema da Campanha da Fraternidade de 2017: Biomas Brasileiros e defesa da vida e lema- Cultivar e guardar a criação, foram fundamentais para a pesquisa, registro e desenvolvimento de trabalhos em equipes. Nos 6ºs e 7ºs anos, os alunos foram divididos em equipes e cada qual ficou responsável pela elaboração do projeto que contemplasse a temática pretendida pela Campanha da Fraternidade. As apresentações resultaram em gravações de vídeos, telejornais, entrevistas com pais e familiares, com a intenção de promover o debate extra espaço escolar e finalização do projeto marcado pela apresentação em sala para seus pares. Além do espaço da sala, os edu-
candos foram convidados a distribuir o material de conscientização do tema nas celebrações eucarísticas promovidas e organizadas pela Pastoral da escola. Os 8ºs e 9ºs anos foram orientados a desenvolver o mapa mental elaborado e construído em sala de aula com critérios estipulados e orientados, sobretudo pela professora de Ensino Religioso que estabeleceu alguns parâmetros: aprofundamento do tema, espaço geográfico, dimensão social, política e econômica, entre outros. A cidadania esteve e está em permanente construção, desse modo, ressalta-se a importância do envolvimento, participação e debate com nossos educandos cujos objetivos são fortalecer o desejo de superações e também encontrar alternativas significativas mediante os desafios da sociedade moderna.
Valquíria e Silvana (professoras de Ens. Religioso) e Marcos Rogerio (professor de Educação para o pensar)
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GRUPO DE ESTUDOS 02/05/2017 O Grupo de Estudos em Atualidades retomou suas atividades no mês de abril com duas discussões importantes. O primeiro encontro foi marcado pela apresentação do grupo e suas propostas aos alunos (de 9ºs anos às 3ª séries do Ensino Médio) e também com reflexões sobre as atuais questões geopolíticas envolvendo a Guerra da Síria. Apontamos os recentes desdobramentos no país com a intervenção norte-americana autorizada por Donald Trump em retaliação ao uso de armas químicas pelo governo contra a população local e debatemos as repercussões dessa fase do conflito com a mudança de postura do presidente norte-americano, que durante sua campanha eleitoral rejeitava uma postura beligerante em sua política externa em detrimento de uma maior preocupação com aspectos internos ao país como emprego e imigração. Além disso, examinamos a complexa e tênue rede de alianças locais, regionais e globais que têm interesses e propostas divergentes quanto ao Oriente Médio e a Síria em particular, que servem para acirrar as tensões não apenas na região, mas no mundo. Quanto ao tema discutido em nosso segundo encontro, ele foi proposto pelos próprios alunos, no caso, duas alunas do 3º ano B, Júlia Beatriz e Ju-
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liana Magalhães. A questão do suicídio em tempos de globalização trazida à tona pelas redes sociais através do jogo “Baleia Azul” e pela intrigante série da Netflix “13 Reasons Why” foi cuidadosamente conduzida pelas alunas, francamente debatida com o grupo e mediada pelos professores. A “cultura da morte” foi analisada sob diversos aspectos: do patológico ao filosófico. O primeiro caso foi tipificado pela depressão, doença que aflige milhões de pessoas no mundo, mas que coleciona tabus em seu reconhecimento e tratamento. Enquanto isso, jogos como o Baleia Azul sobrevivem às custas de uma vulnerabilidade psicológica que se agrava diante dos olhos de uma sociedade cada vez mais míope diante dessa condição. Nesse caso, é mais fácil culpar a existência do jogo, do mesmo modo que se busca tratar a febre e não a doença que a causa. O “bullying” e sua prole virtual, o “cyberbullying”, o perigo que espreita as redes sociais e mídias de comunicação, as agressões físicas e verbais, a “coisificação” do ser humano, a exposição sexual e a questão da corporeidade, as drogas, o álcool, o individualismo, a impessoalidade, a indiferença, a efemeridade das relações sociais, os desencaixes dessas relações que agora se tornam globais e o medo da solidão, não permeiam apenas o microcosmo
adolescente e escolar, foco da série “13 Reasons Why”. Série, aliás, que foi exposta a diversas críticas e reflexões sobre a romantização do suicídio, a questão da vingança e em certos casos, por oferecer um “tutorial do suicídio”. Ao contrário, nos remetem à enfermidade de uma sociedade e mundo pós-modernos, onde as paixões começam a se sobrepor à razão, marca do Iluminismo que balizou a modernidade. Eis nosso segundo caso, o aspecto filosófico, que merece a transcrição de algumas linhas que foram construídas pelo nosso grupo. A sociedade tem adquirido contornos niilistas e existencialistas. Assim, Nietzsche, Kierkegaard, Schoppenhauer, Heidegger e Sartre se tornam leituras obrigatórias se quisermos compreender o atual período. A vida passa a ser vivida em função de consolos que impedem a compreensão de si mesmo, a apreensão da realidade em que vivemos: o consumismo, o valor dado aos bens materiais, a agendas repletas de compromissos, vidas sequestradas pela voracidade do tempo, a busca pelo “poder” e pelo “ter” e por “amizades” e eventos de Facebook. A própria religião e espiritualidade são relegadas ao segundo plano e não são vividas de forma plena. Nem ela tem conseguido impedir o suicídio, condenado por todas as religiões.
EM ATUALIDADES Basta usarmos como exemplo o fundamentalismo religioso, em particular o islâmico. Muitos autores concordam que o que existe não é uma radicalização do islam, mas uma islamização do radicalismo. Muitos suicidas apontados como muçulmanos, sequer leram o Alcorão ou frequentaram as mesquitas. O que isso nos revela? A violência passa a ser um fim e não um meio. O suicídio se torna o fim de uma angústia, a libertação de uma existência fracassada e de uma solidão insuportável. Hannah Baker não conseguiu sair de seu subsolo existencial e foi uma bomba para todos os que conscientemente ou não, deixaram de partilhar de sua solidão que ela mesma não soube lidar. Se o homem está condenado a ser livre, sempre há opções. Não para Hannah. Ortega y Gasset diz que “o autêntico amor não é senão a tentativa de permutar duas solidões”. Estar sozinho e somente em nossa solidão é quando descobrimos nossa verdade. Hannah descobriu a dela? O estar-em-si, o “ensimesmamento”, de que tanto fala Ortega y Gasset, são cada vez mais raros, entretanto. Ao observar muitos dos alunos que entram pelo pórtico da escola, e mesmo ao adentrar a sala de aula, percebe-se que boa parte deles está usando fones de ouvido. Durante as provas,
onde o silêncio deve imperar, aqueles que terminam antes se afligem. Se contorcem nas carteiras, pedem para ouvir música, fazer uma tarefa ou usar aparelhos eletrônicos. O silêncio é penoso, nos faz escutar nossos próprios pensamentos. Mas o medo dele e da solidão impedem nosso autoconhecimento. Quem nunca chegou em casa e no momento da refeição, liga a televisão, o rádio ou fica imerso no aparelho celular? Nossas vidas se estendem ao virtual. Não cessamos de estar entre muitos e ao mesmo tempo sozinhos, sem nos darmos conta. A solidão nos desperta a ânsia pela companhia nesse jogo da vida, onde o “inferno são os outros”, como diria Sartre em Huis Clos. Quanto mais convivemos e interagimos, somos desnudados, fazendo transparecer nossas fraquezas. Muitos, justamente pela superficialidade de seu autoconhecimento, não são capazes de buscar a vida e impor suas virtudes em momentos de dificuldade. Na autobiografia Ecce Homo de Nietzsche, o autor diz que foi justamente quando sua saúde era mais débil e sua alma povoada de angústia e medo, que mais ansiava a vida e se compreendia. Não para Hannah. Se a primeira reação que se tem do suicídio é de alguém que comete um ato de loucura e mesmo de egoísmo, o
que diria a loucura de Erasmo? A felicidade consiste, sobretudo em se querer ser o que se é e que é justamente ela, a loucura, que nos faz suportar a vida. Não para Hannah. Em Hamlet de Shakespeare, Polônio oferece alguns conselhos ao seu filho Laertes: “não dá voz ao que pensar, nem transforma em ação um pensamento tolo [...] aos amigos que tenhas, já postos à prova, prende-os na tua alma com grampos de aço; mas não caleja a mão festejando qualquer galinho implume mal saído do ovo”. Não para Hannah. Que as muitas Hannah possam ao menos ouvir Charles Chaplin em sua célebre obra, O Grande Ditador: “Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!”. A morte não pode ser a única opção. Victor Begeres Bisneto Professor de Geografia 44
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e o aprendizado
Todos nós sabemos que o aprendizado é importante e faz parte do cotidiano, mas sem dúvida é muito agradável quando ele pode ser transformado, recriado e difundido, de maneira lúdica, pelos próprios alunos. Foi o que ocorreu nos sétimos anos, em História, nas aulas da professora Virgínia, e nos oitavos anos, em Técnica de Redação e Língua Portuguesa,
durante as aulas das professoras Isabel e Cláudia. Com base em conteúdos aprendidos, os alunos elaboraram jogos de tabuleiro para estimular a compreensão de diversos aspectos do Feudalismo, dos sétimos anos, e de Morfologia e Sintaxe, dos oitavos anos. Para a elaboração, todos os grupos precisaram desenvolver projetos para as regras do jogo, a embalagem e a
criação do tabuleiro, bem como cartas e demais acessórios que formavam cada jogo. Depois de prontos, os grupos jogaram não apenas os próprios jogos, mas os dos colegas também. O resultado foi muito gratificante, como podemos conferir nas fotos.
Professora Claudia Tojal Schiavinato Professora de Língua Português e Redação 46
ENSINO MÉDIO
A SALA DE AULA
COMO ESPAÇO Para escrever bem é preciso falar bem. Quem nunca ouviu essa afirmação? A professora de Redação do Ensino Médio, Débora Ribeiro, acredita que alunos motivados a dialogar e a se expor em público seja crucial para promover o aprendizado. Uma atividade que ocorre todo trimestre é a prática dos debates. Uma maneira de treinar inúmeras habilidades, além de promover a escuta e o respeito pela opinião alheia. Para a efetiva ampliação de horizontes e fundamentação de determinado ponto de vista, um tema de extrema relevância atual é selecionado pelo grupo. Os alunos iniciam o trabalho de pesquisa, elencam informações, opiniões de especialistas na área, entre outros dados que servem como base para a argumentação. A primeira reunião do grupo é realizada e cada aluno tem a chance de mostrar o que encontrou e se preparar para a ação.
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PARA DEBATE
E DISCUSSÃO
O momento mais significativo chega afinal! Debate! Hora de persuadir, de tentar convencer o grupo contrário por meio de eloquência. É preciso controlar a agitação, saber esperar e por fim, evidenciar o pleno entendimento do tema. A discussão promove a integração, a total atenção, a oportunidade de agir no mundo por meio da palavra falada. A aluna Ana Clara Gonçalves, 1ºA, relata que o debate foi muito interessante e de fundamental importância já que tirou o grupo da zona de conforto, do senso comum. “Foi preciso refletir, criticar e argumentar. De todas as etapas da atividade, o mais difícil foi a conclusão. Selecionar o argumento final, aquele que define e resume a opinião de todos os integrantes. Saímos fortalecidos, aprendemos a lidar com a diversidade de posicionamentos, trabalhamos em conjunto e adicionamos criticidade intelectual a nossa formação como cidadãos.”
Equipe Pedagógica Ensino Médio
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ENSINO MÉDIO
Influência da mídia na escolha pelo
EXERCÍCIO FÍSICO NA ADOLESCÊNCIA
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Hoje em dia, os recursos para pesquisas estão cada vez mais fáceis e rápidos, tudo na palma da mão. Seja no seu Smartphone ou Tablet, toda curiosidade é sanada através de um click. Isso pode ser visto como a grande vantagem que a nova geração leva sobre gerações passadas. Mas, por outro lado, podem-se desencadear grandes problemas por tamanha acessibilidade.
incessante busca pela beleza são as indústrias, que vendem seus produtos por preços abusivos. Diante dessas circunstâncias, será que o adolescente é responsável pela sua identidade corporal ou é influenciado pela mídia? Será que na hora de escolher um exercício físico, seu critério é pelo melhor ou pelo que a mídia vende ser o melhor para seu corpo?
O critério para avaliação do que é bom ou ruim está cada vez menor, pois houve uma invasão de blogueiros, youtuber’s e pessoas motivadas a instruir/influenciar sobre benefícios de se praticar exercícios físicos, sem ter uma formação ou capacitação para tal. A facilidade da exposição na rede social mostrando seu corpo, como se alimenta e qual modalidade esportiva se pratica, atinge diretamente o público alvo mais fácil de se influenciar, o adolescente.
Refletir sobre estas questões faz com que entendamos a necessidade de alguém preparado para nos instruir. Os critérios não podem se limitar apenas no que você vê nos vídeos da internet, mas devem se estender a quem realmente está transmitindo aquela informação, vide a importância de ser um profissional capacitado, seguro e com uma formação.
Segundo Caetano (2006), quem mais lucra com essa
O exercício físico, praticado de forma equivocada, pode acarretar lesões musculares, ósseas e articulares. As mais frequentes são os estira-
mentos e as distensões musculares, assim como lesões por excesso de treinamento. Em contrapartida, estudos têm mostrado que a prática de exercícios físicos contra resistência (ex: musculação) por adolescentes pode melhorar indicadores de saúde auxiliando em seu desenvolvimento, tais como a composição corporal, o sistema cardiovascular, o perfil lipídico, a densidade óssea e o aumento da produção sérica do fator de crescimento IGF-1 (BENEDET, 2013). Portanto, devemos usar a facilidade e a dinâmica que a tecnologia nos proporciona, porém, o critério de avaliação da pesquisa não pode ser deixado de lado. É de extrema relevância saber quem está transmitindo a informação sobre exercícios físicos e saúde, não só buscando o alcance de suas metas, mas também, por sua segurança.
Professor Rodrigo Chiaradia (Educação Física Ensino Médio REFERÊNCIAS 1 – CAETANO, G.J. et al. Educação Física – Ensino Médio 2ª ed. Curitiba: SEED-PR, 2006. 2 – BENEDET, J. Treinamento resistido para crianças e adolescentes. ABCS Health Sci. 2013; São Paulo. 38(1):40-46.
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ENSINO MÉDIO
LICEU NA 9ª OLIMPÍADA NACIONAL EM HISTÓRIA DO BRASIL E esquentam os motores da História! E será dada a largada! A ansiedade para o início da 9ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) já tomou conta de todo o Ensino Médio. Idealizada pelo Departamento de História da Unicamp sob a coordenação da Profa. Dra. Cristina Meneguello e pela Profa. Dra. Alessandra Pedro, a Olimpíada de História vem cativando
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alunos e professores de muitas escolas de todo o Brasil, devido ao seu formato solidário e original. Cada escola pode inscrever quantas equipes quiser, do oitavo ano do Ensino Fundamental 2 à terceira série do Ensino Médio para participar de uma disputa em âmbito nacional de muita emoção e aprendizado.
A estrutura da ONHB é composta por equipes com quatro integrantes cada, três alunos e um professor orientador. No mês de maio, são realizadas cinco fases semanais e eliminatórias em que os participantes são convidados a adentrar o universo da historiografia e da iconografia desvendando enigmas e aprendendo lidar com as narrativas e os segredos das fontes as
quais são a verdadeira matéria-prima do trabalho do historiador. De maneira solidária, os integrantes utilizam uma plataforma on-line oferecida pelos organizadores em que desenvolvem suas pesquisas, analisam documentos, respondendo questões e tarefas que irão compor sua somatória de pontos e definirão o prosseguimento ou a eliminação da disputa. O Ensino Médio do Liceu iniciou um programa de discussão e treinamento olímpico em 2015, coordenado pelo professor de História Daniel Florence Giesbrecht e, desde então, os resultados começaram a aparecer e a empolgação dos alunos se tornou contagiante.
Em 2015, o Liceu contou com apenas duas equipes participantes do Ensino Médio, mas alcançou o seu melhor resultado em toda a sua história olímpica: a quinta e última fase da peleja, só não conseguindo ir à final presencial, a qual é realizada na Unicamp e decide os medalhistas. A excelente participação da equipe finalista comandada pelo ex-aluno Gabriel Bispo (estudante de História na Unicamp), com certeza foi motivadora para a participação de nossa escola em 2016, em que o Ensino Médio entrou com nove equipes participantes. Seis destas equipes de historiadores mirins igualaram o feito de 2015, ou seja, a final on-line. Mas, foi uma destas equi-
pes, formada pelos alunos Guilherme Vital, Lara Fortuna e Juliana Coelho, com o nome de “Sufragista XXI” que conseguiu o maior feito até agora de nossas participações: fomos os primeiros colocados na cidade de Campinas, superando todas as outras equipes das escolas participantes. Para este ano estamos com o otimismo e a certeza de que conseguiremos superar as nossas próprias expectativas e iremos com força total: 11 equipes e muita força de vontade. É o Liceu fazendo História nas Olimpíadas de História...
Professor Daniel Florence Giesbrecht Professor de História do Ensino Médio
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