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APEMERG INTERNATIONAL CONGRESS ON EMERGENCY - ICE23

Daniela Cunha1, Sílvia Ribeiro2

Depois da cidade de Faro em 2022, Lisboa foi o local eleito para receber o International Congress on Emergency - ICE23

Esta edição do congresso anual da Associação Portuguesa de Médicos e Enfermeiros de Emergência

(APEMERG) decorreu ao longo do dia 14 de abril, no Auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Reuniu cerca de 320 congressistas (médicos, enfermeiros, estudantes de medicina e de enfermagem) e contou ainda com o total de 9 palestrantes, especialistas nacionais e internacionais em diferentes áreas ligadas, direta ou indiretamente, à emergência médica. Ao longo do dia, o ICE marcou uma vez mais pela aposta na diversidade das temáticas.

Pelas 9h15, a Sessão de Abertura do Congresso contou com a presença do Enfermeiro Sérgio Branco, Presidente do Conselho Diretivo Regional da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, em representação da Ordem dos Enfermeiros e do Enfermeiro Tiago Amaral, enquanto Vice-Presidente da APEMERG, em representação da Associação. Apesar do convite, por motivos de agenda, não pode estar presente o representante da Ordem dos Médicos. No seu discurso, o Enfermeiro Sérgio Branco não só agradeceu o convite para estar presente como enalteceu o papel da Associação, e dos seus profissionais, e lembrou as condições, ou falta delas, em que muitas vezes quer enfermeiros quer médicos desempenham as suas funções. Não se tratando apenas da falta de reconhecimento profissional, a falta de condições para trabalhar, segundo o mesmo, faz com que muitos decidam abandonar o país. Terminou o discurso com uma palavra de alento para os alunos presentes no auditório e agradeceu aos profissionais “... por cada vida salva!”

O Enfermeiro Tiago Amaral, na qualidade de Vice-Presidente da APEMERG deu as boas-vindas a todos os presentes, fez uma breve resenha histórica de como surgiu a APEMERG em 2017 e qual o seu propósito enquanto Associação, salientando que o objetivo da organização de cada evento científico é “... que fomente a investigação clínica para melhor defender a segurança dos cidadãos”.

A primeira mesa, denominada de Inovações em Emergência Médica, teve início pelas 9h30 e foi moderada pelo Enfermeiro Nelson Coimbra. Com diferentes abordagens sobre o tema, as apresentações dos três palestrantes convergiram no sentido de contribuir para a otimização da prestação dos cuidados e minimização do risco. Assim, o primeiro a tomar a palavra foi Vasco Manquinho, Professor Associado do Instituto Superior

Técnico, Universidade de Lisboa e investigador do INESC-ID, que apresentou o projeto - “DATA2HELP: Ciência de dados para otimização de serviços de emergência médica” –este projeto foi desenvolvido através duma parceria entre INESC-ID, o centro de estudos de gestão do Instituto Superior Técnico e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Com base na análise do histórico de dados das emergências médicas, fornecido pelo INEM, construíram um protótipo de ferramentas que permitirá ao INEM prever picos de emergência médica (num determinado período e local) e assim reorganizar os seus meios. Procuraram desenvolver modelos centrados na otimização operacional, melhorando a eficiência, sem adicionar novos recursos, mas através da relocalização cirúrgica de meios e a otimização estratégica através da revisão da rede, preparando-a para os cenários de “pior-caso” considerando as incertezas dos modelos de previsão, assim como, a abertura e fecho de bases fixas e expansão da frota dos meios do INEM, resultando numa melhor e mais rápida resposta às emergências médicas em Portugal.

O Dr. André Gomes, Assistente Hospitalar Graduado de Medicina Interna, especialista em Medicina Intensiva, embora não podendo estar fisicamente presente no auditório, foi o segundo a palestrar através de videoconferência, abordando a “Inteligência artificial à cabeceira do doente”. Após ter proporcionado vários exemplos, identificou o não acesso em tempo útil quer aos dados analíticos das colheitas efetuadas pelos utentes no próprio dia quer pelo próprio cruzamento com os dados resultantes da vigilância de enfermagem, como algumas principais para a não deteção atempada de estados clínicos graves ou potencialmente graves. Efetuou a descrição de uma plataforma tecnológica desenvolvida pelo Centro Hospitalar Universitário do São João, ao qual está ligado como Consultor, que procura prevenir e/ou antecipar a degradação clínica do doente em regime de enfermaria.

Assim, através de um programa criado internamente, o VITAL, conseguiram fazer a agregação de todos os dados registados pela equipa de enfermagem

(nomeadamente os sinais vitais), dos resultados laboratoriais do utente, e programar o sistema para emitir um alerta sempre que um valor padronizado esteja fora do padrão considerado normal. Com os alertas emitidos através do programa e os ajustes à situação clínica prévia de cada utente, tornou-se mais fácil detetar potenciais situações graves. Desta forma, o VITAL tem a capacidade de vigiar, monitorizar e alertar o risco de deterioração clínica dos doentes internados.

Apesar deste projeto ter ficado em stand-by na altura da COVID-19, será retomado e dará continuidade ao que chamaram de “dicionário médico” que agrega um conjunto de conceitos chave associados a patologias e fármacos, facilitando o motor de buscas para os profissionais personalizarem e ajustarem os dados a cada utente. notificar e aprender com o erro em saúde. Assim, a identificação dos perigos, o reportar das ocorrências, a gestão do risco através da sua análise, a medição de desempenho (com a criação de indicadores), são basilares do SMS para a garantia da qualidade/ segurança de forma a minimizar o risco. Na saúde, Marcos Cagido admite corretamente, numa perspetiva de melhoria contínua da qualidade.

No futuro pretendem criar protocolos, recolher sinais vitais de forma automatizada através de WiFi (em tempo real).

Para encerrar a primeira mesa, Marcos Cagido instrutor e auditor na área da aviação, instrutor sénior do curso Crew Resource Management (CRM) e coordenador do curso Crisis Resource Management in health da AHED-Advanced Health EducationNova Medical School.

Atualmente a trabalhar na empresa EuroAtlantic Airways, partilhou a sua experiência sobre “Crew Resource Management: Que contribuições para a emergência?”, enfatizando o papel que o Safety Management System (SMS) desempenha no mundo da aviação. Fazendo uma analogia entre a aviação e a área da saúde, através de exemplos práticos do seu dia-a-dia, procurou sensibilizar os presentes para a importância em reportar os eventos adversos ou quase eventos, não apenas para a resolução imediata dos mesmos, mas também para obtenção de dados estatísticos, por forma a identificar potenciais problemas que se não fossem reportados não seriam conhecidos.

Tendo sido dada por encerrada a primeira mesa pelas 11h30, foi aberto o espaço para coffee break, no qual os presentes puderam repor energias, conhecer os diferentes e-pósteres a concurso (16 no total), assim como,

Tendo em conta que a maioria dos acidentes estão ligados a erros não técnicos, como são os erros de gestão de stress ou os erros na previsão do que poderá vir a acontecer, devemos realizar sistematicamente treino em ambiente simulado bem como que, tal como na aviação, o motivo da não notificação já não se deve ao receio da “punição”, pelo erro em si e de forma individual, mas ao facto dos meios de notificação não estarem ainda devidamente divulgados e existir a necessidade de incentivar a notificação assistir à sua discussão e avaliação pela comissão científica do evento e visitar os diversos stands dos patrocinadores presentes, conhecendo as mais recentes propostas na área da medicina e da medicina de emergência.

Estiveram presentes as empresas Accord Healthcare, Clinifar, Intersurgical, Mc medical, Stryker, Speculum, Wenger Betriebe.

A segunda mesa, cujo tema versou sobre as Novas Propostas na Gestão nos Serviços de Urgência, teve início pelas 11h45 efoi moderada pelo Enfermeiro Luís Gonçalves

O primeiro orador, o Dr. Joseph Godfrey, Médico no Manchester Royal Infirmary, consultor na área de trauma e emergência, descreveu a organização do NHS (National Health Service), que corresponde ao nosso SNS (Sistema Nacional de Saúde), como tendo cada vez mais desafios para ultrapassar. Desafios esses que se agravaram com, e após, a pandemia por COVID-19, nomeadamente com uma parte da população que apresenta dificuldade em aceder aos cuidados de saúde. Descreveu o NHS como sendo uma cadeia interligada por vários elos, nos quais, sempre que um deles falha ou fica bloqueado, implica o reinício do processo ou o não avanço do mesmo, deixando a “engrenagem” de funcionar. Deu o exemplo do percurso de um utente admitido no serviço de urgência (SU), que de seguida segue para o internamento, posteriormente para os cuidados continuados, reabilitação ou apoio domiciliário, e por fim tem alta. Este seria o sistema perfeito, contudo, existem cada vez menos recursos, quer monetários quer humanos, para dar resposta às necessidades; a população está envelhecida e com menor retaguarda familiar, o que bloqueia a capacidade de dar alta aquando dos internamentos por exemplo; e cada vez mais a população recorre aos serviços de saúde, sobretudo ao SU. Referiu também as dificuldades sentidas em adaptar o sistema de triagem de Manchester tendo em conta a afluência de utentes ao SU no local onde trabalha, e mostrou a estatística de um dia específico do seu serviço, há cerca de uma semana, enaltecendo a necessidade de ser cauteloso nas tomadas de decisão de forma a ponderar os riscos e benefícios.

O Dr. Francisco Lucas Matos, Diretor do Departamento de Urgência Geral Polivalente e Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central EPE, tomou a palavra de seguida e partilhou a realidade daquele SU. Explanou acerca da estratégia usada e quais as suas principais preocupações, não apenas enquanto gestor, mas também enquanto profissional e utilizador do SNS.

Neste ponto, resumiu a sobrelotação dos SU como sendo um problema transversal, dando o exemplo do seu serviço que recebe, quase diariamente, utentes referenciados de outros SU que encerraram num ou outro período por incapacidade de resposta, o que se traduz numa sobrecarga da capacidade de resposta do seu SU.

Para além de todos os problemas que também são comuns aos descritos pelo seu colega inglês, o Dr. Francisco deu ênfase ao problema cultural que existe: as pessoas recorrem de forma desnecessária aos SU, recusando ser encaminhadas para uma consulta no Centro de Saúde quando cumprem critérios e lhes é proposto. Outra dificuldade que sente é a diminuição do número de camas hospitalares disponíveis, o que faz com que os utentes permaneçam no SU mais tempo que o desejável, aumentando o risco na prestação dos cuidados. Uma das soluções implementadas no Hospital de São José foi a chamada

“Clínica de Atendimento”, com horário das 10h às 22h, na qual são observados utentes triados com prioridade verde e azul, desviando assim uma percentagem significativa dos utentes que recorrem à urgência. Ainda assim, segundo o Dr. Francisco Matos, a solução para grande parte dos problemas passa por incentivar os profissionais, não apenas fornecendolhes melhores condições de trabalho, mas também melhores condições remuneratórias, porque a curto prazo todos os restantes problemas não serão de resolução imediata.

O terceiro palestrante da mesa foi o Dr. Nelson Pereira, Diretor da Unidade Autónoma de Gestão da Urgência e socorro e dos meios disponíveis para dar resposta aos utentes com suspeita de enfarte agudo do miocárdio (EAM). Divulgou dados relacionados com os atrasos no atendimento aos utentes, atrasos esses relacionados não apenas pelo sistema (alguma falha ou insuficiente resposta), mas também pelo próprio

Medicina Intensiva (UAG-UMI) do Centro Hospitalar Universitário São João EPE, que relatou ter estado recentemente na cimeira SNS SUmmit, onde diretores clínicos, enfermeiros diretores, diretores de serviço de urgência e enfermeiros gestores de serviços de urgências das instituições do SNS se reuniram para debater as boas práticas nas urgências e na articulação com os outros serviços.

Colocando a questão “Que medidas podem ser tomadas para aumentar a atração dos profissionais de saúde pelo SNS?” e dando os seguintes exemplos apresentados pelo chat GPT: 1) melhorar as condições de trabalho, 2) investir na formação e desenvolvimento profissional, 3) oferecer plano de carreira, 4) incentivar a pesquisa e a inovação. Concluiu que todos sabem quais as soluções, sendo a verdadeira dificuldade a sua implementação.

Desta reunião surgiram 16 recomendações, tendo sido criado um grupo de trabalho para implementar um projeto piloto numa região específica do nosso país, que visa testar essas mesmas recomendações.

O Dr. Nelson Pereira salientou a importância de aumentar a literacia em saúde e consequentemente melhorar a comunicação com as pessoas, de modo a aproximá-las do sistema, para que saibam melhor utilizá-lo. Aumentar a resposta dos cuidados de saúde primários será outra das medidas importantes a implementar.

No seu entender, pese embora esteja cautelosamente esperançoso, se conseguisse que cerca de 30% dos utentes que não necessitam de cuidados urgentes não recorram ao SU, seria o ideal. Para tal, urge criar alternativas. Tendo em conta a afluência diária de utentes ao SU do Hospital de São João são várias as dificuldades com que se deparam, contudo, não existem doentes internados no SU enquanto existir uma cama livre seja em que serviço for do hospital, pois é essa a política da instituição.

Tal como os anteriores palestrantes, reconhece que a falta de uma carreira para quem trabalha no SU e a falta de reconhecimento da penosidade do trabalho, pesam em larga escala quando os profissionais têm de tomar decisões.

Após a pausa para almoço, e já pelas 14h45, o tema Via Verde Coronária, foi colocado em destaque na terceira mesa, moderada pela Dra. Soraia Oliveira. As palestrantes convidadas, abordaram cada uma delas uma área diferente do Socorro: os cuidados pré-hospitalares e os prestados em meio hospitalar.

A Dra. Margarida Gil, Médica a exercer funções no INEM, começou a sua apresentação pela definição de Via Verde, enumerando os seus objetivos, e fez um resumo cronológico do que tem sido o papel no INEM no desenvolvimento do utente que, não reconheceu os sintomas ou não recorreu aos meios mais adequados que garantisse uma resposta mais eficiente. Segundo uma notícia que nos apresentou e que foi divulgada na imprensa em 2022, a maioria dos utentes não solicitava apoio ao INEM e chegava ao hospital por meios próprios. Analisando esses dados, existindo estudos que reportam os atrasos no tratamento, e os resultados que representam para os utentes, desvirtuando inclusive as chamadas “Redes de Referenciação Hospitalar”, a Dra. Margarida partilhou as diferentes atividades que o INEM tem vindo a desenvolver no sentido de promover maior literacia e melhor informação junto da população.

A Enfermeira Cláudia Lampreia que exerce funções no SU Polivalente do CHULC,EPE (Hospital São José), fazendo referência às Redes de Referenciação Hospitalar abordadas na apresentação anterior começou por, num só diapositivo, mostrar as dificuldades sentidas ao longo dos anos para conseguir dar resposta em tempo útil aos utentes, que recorreram ao Hospital São José, e que se enquadravam dentro da tipologia da Via Verde Coronária numa área geográfica supostamente tão pequena, dado o destino de eleição dos utentes com via verde coronária devesse ser o Hospital de Santa Marta.

Apesar de todos os condicionamentos a que estão sujeitos, muitos deles externos à equipa (estado das vias públicas, trânsito, ambulância disponível...), desde 2018 até 2022, conseguiram diminuir para menos de metade o tempo de transferência dos utentes, graças a uma política de investimento na formação dos profissionais, na tentativa da identificação precoce do diagnóstico e redução do tempo desde a entrada do utente naquele hospital até à sua saída para a destino mais adequado para o mesmo. Salientou que para além da formação, no que diz respeito especificamente à equipa de enfermagem e à Triagem de Manchester, o feedback que dão aos profissionais sobre os resultados das mesmas (relativamente às suas referenciações) é uma mais-valia enquanto aprendizagem, embora considere que o tempo de resposta pode e deve ser melhorado em prol dos utentes.

A Enfermeira Cláudia apresentou o projeto de formação multidisciplinar que foi submetido ao orçamento participativo Inovar + do hospital e que ganhou na sua categoria. Projeto este que está neste momento a ser implementado no SU do Hospital de São José sendo que até ao momento já foram realizados 11 cursos (Curso de Abordagem ao doente com EAM com supra ST e o curso de Electrocardiografia - já na segunda fase de implementação). De realçar que junta vários profissionais que trabalham no serviço de urgência: enfermeiros, médicos e técnicos de cardiopneumologia.

Após a terceira mesa, o coffee break do período da tarde serviu também para que os elementos da organização do Congresso nomeados como júri para avaliação dos e-pósteres tomassem a sua decisão final quanto à classificação dos mesmos.

Para encerrar os temas abordados, o tema da quarta mesa não poderia ser mais diferente do que habitual –Extreme Medicine. Moderada pelo Enfermeiro José Gomes, a Dra. Monica Piris, no decorrer da sua palestra sobre - “Expedição de Alta Altitude”começou por desmistificar conceitos associados a altitude, medicina de montanha, quem são as pessoas que se podem encontrar atualmente nas montanhas de alta altitude (desportistas vs praticantes de desporto vs turistas de altitude) e como são organizadas habitualmente as expedições neste tipo de montanhas.

Estando ligada há anos à mesma empresa de organização de expedições, abordou todos os aspetos necessários à preparação de uma expedição. Não se trata apenas de logística, no que respeita a gestão de recursos e material de apoio clínico, mas também de conhecer as pessoas que vai acompanhar, ter uma equipa envolvida e conhecer o terreno. Enquanto médica, tem noção que o seu papel passa por coordenar e comunicar com todos os restantes, pelo que prepara os elementos da equipa de forma que a sua intervenção seja via rádio dando instruções a quem está no terreno, e posteriormente dando apoio quando a vítima está junto dela.

Curiosamente, ao contrário do que a maioria das pessoas habitualmente associa a expedições, grande parte do trabalho que tem não é fruto de acidentes, mas sim causado pelas doenças associadas à altitude. De forma sumária abordou as três mais comuns e para quase todas elas o tratamento passa por fornecer oxigénio e a evacuação. No que diz respeito à evacuação que habitualmente se associa a que seja efetuada por helicóptero, a Dra. Monica efetuou duas ressalvas importantes: a forma como é efetuado o resgate vai sempre depender do local porque nem todas as montanhas permitem acesso por helicóptero, e que ela, enquanto médica da expedição, não acompanha a vítima durante a evacuação uma vez que tem de permanecer onde pode ser necessária para o maior número de pessoas. Sem grandes meios de monitorização ou tratamento diferenciado disponíveis naqueles locais, segundo a mesma, em caso de acidente ou doenças mais graves “...é feito o que se pode, com o se pode...” tendo noção que tem de aceitar que não pode salvar todas as vítimas. No final deixou como reflexão que apesar de trabalhar também como médica num Hospital do Reino Unido, o que a realiza mais profissionalmente e aquilo a que mais dedica o seu tempo é a exercer medicina em expedições de alta altitude e que, pretendeu com a sua partilha de experiências, demonstrar que “...a medicina tem lugar em todo o lado!”.

Ao longo do Congresso e em cada mesa, os presentes foram questionando os palestrantes, partilhando as suas dúvidas e as suas próprias experiências. Com a presença de palestrantes estrangeiros, a possibilidade destes poderem assistir às restantes apresentações e questões em tradução simultânea, facilitou a dinâmica implementada, a discussão e partilha de opiniões mais fluida, sem haver necessidade de interrupções para traduções.

A organização fez questão de salientar a qualidade dos e-pósteres a concurso e do quanto isso tornou difícil a escolha. Foram assim anunciados os vencedores dos 3º, 2º e 1 º prémios dos e-pósteres.

A sessão de Encerramento ficou a cargo da Dra. Soraia Oliveira da APEMERG, que agradeceu o interesse de todos os que estiveram presentes e anunciou que o próximo evento organizado pela APEMERG será o Talks (uma segunda edição deste tipo de formato após a realização do primeiro nos Açores em 2022) em Viana do Castelo a 20 de outubro 2023

Relativamente à próxima edição do ICE será em Abril de 2024 e regressará (depois da edição de 2019) à cidade do Porto

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