NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
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AGENDA
ÍNDICE
Porto dedica mês ao empreendedorismo A Cidade das Profissões, no âmbito do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo, dedicou o mês de Abril à temática do empreendedorismo. As actividades realizadas foram sobretudo para aqueles que pretendem obter mais informação sobre a criação do seu próprio negócio. O primeiro workshop foi sobre o tema “Da ideia ao projecto: Como desenvolver um plano de negócios”, promovido pela entidade SBI Consulting, seguido da conferência informativa “Passos para a criação do próprio emprego”, dinamizado pela equipa do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo. “Passos para a Criação do Próprio Emprego” (dia 13), “Avaliação de Desempenho” (dia 14), “(In)Formação e Atelier GAE” (dia 21 e 27) e “Workshop GAE” (dia 23) foram os temas abordados. Paralelamente a estas actividades, a Cidade das Profissões dinamizou, ainda, sessões de promoção de competências de empregabilidade. Como refere o comunicado de imprensa, nestas sessões procurou-se explorar as etapas da procura de emprego, a
Agenda.............................................1 Estudo...............................................2 Editorial............................................2 Entrevista (Carlos Brito)..............3 Empreendedorismo social........4 Notícias............................................5 Opinião............................................6 Opinião............................................7 Caso em destaque........................8
construção de um currículo e de uma carta de apresentação atractivos e, qual a postura a adoptar no decorrer das provas de selecção, especificamente, nas entrevistas de emprego. Foram ainda, dadas a conhecer entidades de apoio à criação da própria empresa e quais as suas medidas de incentivo, como por exemplo, Agência Inova, Net, Associação Nacional de Direito ao Crédito, Associação Nacional de Jovens Empresários e INOV Capital.
NOTÍCIAS
COTEC apresenta 2010 Idea to Product Portugal Competition P. 4
Não olhe para o retrovisor, porque o que está à frente dificilmente será igual ao que ficou lá atrás. PEDIDOS PARA: E-mail: encomendas@vidaeconomica.pt • http://livraria.vidaeconomica.pt • http://www.speculationsandtrends.com
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 ESTUDO
EDITORIAL
A Anatomia de um Empreendedor Um trabalho publicado em Julho 2009 pela Kauffman Foundation of Entrepreneurship, com o tema “A Anatomia de um Empreendedor”, dos autores Vevik Wadhwa, Raj Aggarwal, Krisztina Holly e Alex Salkever. Este trabalho começa por destacar que os empreendedores estão entre as pessoas mais adoradas na nossa cultura, como exemplos temos, Steve Jobs, Bill Gates, Sergey Brin e Larry Page que frequentemente são capas de revistas. Este empreendedores e inovadores são destacados como o combustível para o crescimento da economia e fornecem às nações vantagens competitivas. Numa tentativa de traçar um perfil dos empreendedores, foi feita uma pesquisa a 549 fundadores de empresas, e analisar o seu passado e enquadramento socioeconómico, nível académico e familiar e as suas motivações, chegando às seguintes conclusões: - Estes empreendedores têm uma boa estrutura académica, e são de meia-idade, com a média de idades de 40 anos. - Na maioria dos casos, foram alunos acima da média. - Estes empreendedores são, tendencialmente, da classe média e, normalmente, com um grau académico superior aos seus pais. - Em mais de metade dos casos são os primeiros da família a lançar um negócio. - A maioria é casada e tem filhos e desde muito cedo demonstram uma capacidade para iniciar empresas. - Como motivação para se tornarem empreendedores, os inquiridos apontam, o desejo de criar riqueza e o capitalizar a sua própria ideia como principais motivações, assim como, ter a sua própria empresa e ter uma cultura de iniciar negócios. - A maioria dos empresários inquiridos tem uma experiência significativa antes de iniciar o seu negócio, tendo trabalhado como empregados noutras empresas em média 6 anos, sendo que quase metade destes lançou a sua própria empresa tendo mais de 10 anos de experiência como trabalhador por conta de outrem. Em Maio de 2007, o INE apresentou um estudo realizado entre o último trimestre de 2005 e o primeiro de 2006, em que indica que a melhoria da situação financeira e realização pessoal constituem as principais motivações para a criação de novas empresas, sendo este o perfil dos empresários fundadores das novas empresas. A principal motivação dos empresários para a constituição da empresa é a melhoria da sua situação financeira, tendo 47,5% dos empresários atribuído grande importância à “perspectiva de ganhar mais dinheiro”. A realização pessoal (“Desejo de novos desafios”) e a independência (“Desejo de ser o meu próprio patrão”) constituem os restantes factores mais importantes, com 44,6% e 32,7% das respostas, respectivamente. A perspectiva de ganhar mais dinheiro é apontada como primeira opção pelos empresá-
rios detentores do ensino básico. Para os outros níveis de habilitações superiores essa opção aparece em segundo lugar, precedida do desejo de novos desafios. Os detentores de ensino médio ou superior colocam na lista das quatro prioridades para a constituição de empresas, o facto de terem uma ideia para um novo serviço ou produto. Neste último grupo, estará mais representado o empreendedorismo associado à exploração de oportunidades e introdução de inovação, por contrapartida à satisfação de necessidades, por falta de alternativas viáveis, observado nos grupos com menores habilitações. A maioria das novas empresas elege o mercado local/regional (60,6%) como objectivo, e apenas 9,9% e 1,8% das empresas procuram alcançar o mercado comunitário ou extra-comunitário, respectivamente. Apesar de algumas empresas dirigirem a sua produção para vários mercados em simultâneo, o mercado local/regional e o mercado nacional, têm a exclusividade de 50,2% e 30,8% das empresas, respectivamente. No momento do arranque da empresa, as principais dificuldades identificadas pelos empresários foram a burocracia (34,8%), a selecção de pessoal adequado (33,6%) e a obtenção dos pagamentos de facturas em dívida (32,3%). DIFERENÇAS - Habilitações Académicas. Em Portugal apenas cerca de 15% dos inquiridos tem habilitações académicas correspondendo ao ensino superior. Nos EUA esse valor ascende a cerca de 80% dos empresários.
SEMELHANÇAS
- Motivações para criar a sua própria empresa.
PAULO FERREIRA
EMPREENDER CONTRA VENTOS ADVERSOS “A adversidade aguça o engenho”. A expressão, utilizada pelo eng. Belmiro de Azevedo na edição especial The Economist/Vida Económica “O Mundo em 2010”, retrata bem a encruzilhada em que o nosso país se encontra. Ao longo dos anos, a capacidade de iniciativa e o espírito empreendedor foi-se perdendo. Paulatinamente, a economia tornouse cada vez mais pública e menos privada, chegando ao ponto actual em que as despesas do Estado já representam mais de metade do PIB e com vontade de continuar a crescer. Com 3,4 milhões de pensionistas, 700 mil funcionários públicos, 500 mil desempregados e 400 mil beneficiários do rendimento social de inserção, há muitos cidadãos público-dependentes e cada vez menos cidadãos dispostos a enfrentar as adversidades do mercado e a ter que suportar em simultâneo todos os encargos da outra metade que vive abrigada, produz pouco, não compete, não arrisca e também não sonha. É neste contexto de muita adversidade e falta de engenho que foi criada na “Vida Económica”, a secção Empreender. Com periodicidade mensal na versão em papel, a nova secção passa a ter também uma versão digital. O conceito é simples e inovador: apresentar casos concretos de PME portuguesas analisados por professores das várias Escolas de Negócios. Na base do novo conceito que agora criámos está o trabalho desenvolvido pela Mónica Monteiro. É justo referir a reflexão profunda sobre os conteúdos, o elevado número de contactos e opiniões recolhidas, a articulação entre a informação impressa e o suporte digital através do site da VE e o novo blogue veempreender.blogspot.com, bem como o cuidado posto no planeamento, já que a secção se abre a um vasto conjunto de empresas e de analistas. Esta secção é dirigida ao país que produz, que compete, que não desiste e que não deixa de acreditar no mérito do trabalho sério. Nós também acreditamos que esse país será inevitavelmente maior, apesar de todas as contrariedades existentes, materializadas na tributação exagerada sobre as actividades produtivas, nas normas legais desequilibradas e paralisantes e na rigidez do mercado laboral. JOÃO LUÍS DE SOUSA
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 ENTREVISTA
Escola de Gestão do Porto lança 2ª edição do PAEX
“O networking é uma das formas mais avançadas para se inovar e crescer” A 2ª edição do Programa PAEX – Parceiros para a Excelência arrancou durante o mês de Abril. Como explica o professor da Escola de Gestão do Porto, Carlos Brito, este é um programa que conjuga três vertentes: consultoria, formação e networking: “Isto significa que, pelo seu carácter inovador, encerra em si mesmo um cariz empreendedor”. Em entrevista à Vida Económica, Carlos Brito salienta que “trabalhar em rede apostando no networking é uma das formas mais avançadas para se inovar e crescer”. Empreender – Em 2008, a EGP-UPBS faz uma parceira com uma escola de negócios brasileira para a realização do Programa PAEX. Que factores estiveram na origem da escolha desta escola? Carlos Brito – Um dos objectivos estratégicos da EGP-UPBS passa pelo estabelecimento de parcerias internacionais. A escola de negócios brasileira a que se refere é a Fundação Dom Cabral (FDC), com sede em Belo Horizonte. Devo começar por realçar que, segundo o mais recente ranking do Financial Times, a FDC é a 13ª melhor business school do mundo. O que é que ganhamos com essa parceria? Em primeiro lugar, estamos associados a uma escola de grande prestígio internacional. Depois, a FDC tem uma enorme experiência na formação de executivos que nos pode ser útil. E, finalmente, tem uma grande projecção na América Latina o que para nós é interessante. Em suma, há entre a EGPUPBS e a FDC sinergias óbvias que dão particular interesse à parceria. E – Podemos por isso falar de um programa empreendedor? CB – Sem dúvida. O PAEX não é um simples curso de formação. É um programa que conjuga três vertentes: consultoria, formação e networking. Isto significa que, pelo seu carácter inovador, encerra em si mesmo um cariz empreendedor. Em Portugal não há nada que se assemelhe ao PAEX. É, de facto, um programa único.
traduz num apoio no âmbito das finanças, marketing, operações, recursos humanos, etc. Tudo isto depende das necessidades específicas de cada empresa. A vertente formação inclui um curso geral de gestão de cerca de 100 horas dirigida a três a cinco participantes por empresa. Além disso, há um ciclo de seminários de gestão avançada. Finalmente, na vertente networking inclui-se toda a rede de contactos potenciada pelo PAEX não só a nível interno que externo. “Um dos objectivos estratégicos da EGP-UPBS passa pelo estabelecimento de parcerias internacionais”, refere o professor da instituição, Carlos Brito.
E – Quais os inputs que o PAEX trouxe para as boas práticas de gestão desenvolvidas actualmente pelas empresas? CB – Dirigido a empresas de média dimensão que queiram crescer de forma sustentável, o programa procura responder a três grandes objectivos. Em primeiro lugar, dotar as empresas participantes das competências estratégicas e funcionais (ao nível das finanças, do marketing, dos processos, das pessoas, das operações e da logística) que lhes assegurem um posicionamento competitivo. Depois, desenvolver sistemas de controlo de gestão que permitam um adequado acompanhamento da performance e dos resultados. E, em terceiro lugar, proporcionar um ambiente favorável ao networking e intercâmbio de ideias e experiências. E – Este é um programa diferente e de dimensão internacional. Pode-nos explicar um pouco as vertentes do programa e como elas se relacionam entre si? CB – O PAEX tem três vertentes: consultoria, formação e networking. Na vertente consultoria damos um apoio às empresas participantes quer no âmbito da consultoria estratégica – o que passa pela definição do plano de negócios e implementação do balanced scorecard – quer mais a nível operacional – o que se
E – O PAEX é um programa que se destina a empresas de média dimensão. Qual é a proposta de valor que tem para oferecer aos potenciais aderentes? CB – A proposta de valor assenta fundamentalmente no desenvolvimento de competências. Aquilo que pretendemos é ajudar as empresas participantes a desenvolver competências de modo a torná-las mais dotadas para enfrentarem os desafios do mundo actual. E – A EGP-UPBS tem alguma oferta para empresas de dimensão mais reduzida? CB – O PAEX dirige-se prioritariamente a empresas com uma facturação anual entre os 10 e os 50 milhões de euros. Para empresas de menor dimensão temos um portefólio de programas que incluem acções de formação que vão desde um dia até cursos anuais. E – Vivemos actualmente numa crise que afecta globalmente todas as empresas. Que benefícios podem esperar os clientes do Programa PAEX? CB – Gostaria de destacar os seguintes: melhoria nos resultados económico-financeiros; redefinição da estratégia de gestão da empresa com base num modelo integrado; definição de indicadores de performance e desenvolvimento do balanced scorecard; acompanhamento periódico de metas; redesenho dos processos críticos com maior impacto nos resultados;
redefinição da estratégia de marketing; e, por último, ampliação dos horizontes a partir do contacto com as melhores práticas de gestão. E – Numa cultura empresarial onde ainda predomina o lema ”o segredo é a alma do negócio”, como foi encarado um dos vectores fundamentais do PAEX que é o networking e benchmarking? CB – É nas empresas com práticas de gestão mais atrasadas que se verifica essa cultura. Nas que estão mais avançadas – ou que estão abertas à introdução de práticas de gestão mais sofisticadas – reconhece-se que uma parte significativa da inovação pode resultar dos contactos estabelecidos com outras organizações: clientes, fornecedores, universidades e até mesmo concorrentes. Por isso, e em suma, trabalhar em rede apostando no networking é uma das formas mais avançadas para se inovar e crescer. E – Qual tem sido a adesão/interacção das empresas na Rede Internacional? CB – Aquilo que designamos por Rede PAEX engloba cerca de 320 empresas espalhadas por vários países: Portugal, Brasil, Argentina, Chile e, em breve, os EUA. No total, essas empresas empregam cerca de 65 mil colaboradores e facturam anualmente qualquer coisa como 3,5 mil milhões de euros. E – Está em fase de lançamento a segunda Edição do PAEX. Qual tem sido o feedback das empresas que participaram na primeira Edição? CB – Excelente. As empresas que já participam no PAEX reconhecem que o programa lhes traz mais-valias óbvias em termos de práticas de gestão avançadas. E – Qual a data prevista para arranque da segunda edição? CB – Prevê-se que a 2ª edição arranque no mês de Abril. MÓNICA MONTEIRO
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Empreendedorismo Social – Uma oportunidade num desafio! Facilmente se associam os conceitos de “empreendedor” e de “empreendedorismo” às ideias de negócio, criação de valor, inovação, oportunidade e sucesso. O empreendedorismo social, além das características apresentadas, distingue-se pelo seu objectivo principal de actuação que se baseia na maximização do capital social. Princípios básicos como a luta contra a pobreza e a exclusão social, a inserção socioprofissional, a criação de emprego e o desenvolvimento local e sustentável são os motores desta filosofia. O recurso a diversos factores como ferramentas tecnológicas, o envolvimento de parceiros (desde a esfera política à esfera empresarial local, nacional e internacional), a participação da população, a criatividade, o pensamento “Pensar Global, Agir Local”e a gestão participativa, sempre na perspectiva da optimização de recursos e de processos de produção mais eficientes, são agentes de extrema relevância que contribuem para o sucesso das iniciativas e projectos. Surge assim o exemplo e a certeza de que esta será a forma de intervenção social que as empresas deverão adoptar como forma de ampliar os seus horizontes para novos negócios, muito além da postura mais tradicional, em que as oportunidades do mercado de trabalho, as oportunidades de processos de produção e produtos, as oportunidades de participação, as oportunidades de gestão e os novos compromissos e responsabilidades com as questões ambientais, sociais e de bem-estar ditam as regras do jogo. O grande desafio prende-se com a criação de novos paradigmas capazes de garantir a sobrevivência de todos, da Humanidade, da Natureza e dos negócios. Existem oportunidades de negócio que beneficiam empresários, governantes, consumidores e sociedade em geral. É este factor diferenciador,
este acreditar, esta garra e sentimento de oportunidade que distingue as Organizações de e com FUTURO. Organizações visionárias, com capacidade de antever oportunidades, com modelos de negócio onde todos ganham –“win-win” – com capacidades para sobreviver no mercado. O Grupo Nueva* é uma holding que actua na América Latina nos sectores de produtos florestais sustentáveis, sistemas de abastecimento de água e materiais leves de construção. Uma crise económica mundial e a situação da empresa, ameaçada pela falência, foram o ponto de partida para a mudança. O primeiro passo foi a promoção de um concurso de ideias entre funcionários, do qual surgiu a ideia de apostar num programa de vendas móveis – “AMANCO de Vendas Móveis”. Começaram por abastecer dois camiões com produtos da empresa e fazer o transporte dos materiais às pequenas lojas de material hidráulico e de construção (PME locais) das áreas mais pobres de Buenos Aires. Assim, foi possível oferecer aos clientes mais de 50 produtos diferentes e a possibilidade de comprar, facturar e entregar os produtos numa única transacção.
Com este projecto foi possível: - Levar quantidades limitadas de produtos a clientes mais pequenos (sem necessidade de ter stock de material); - Aumentar a proximidade entre produtos e clientes; - Receber os pagamentos na hora e em dinheiro (sem existência de intermediários e a um preço justo); - Duplicar o número de clientes fixos de acessórios hidráulicos; - Aumentar a frota de camiões afectos à iniciativa para dar resposta aos pedidos que, entretanto, aumentaram consideravelmente; - Evitar a falência da empresa com a iniciativa; - Desenvolver relações com pequenos fornecedores locais e com uma ONG sem fins lucrativos – a Habitat para a Humanidade – que constrói casas com a ajuda de futuros moradores e depois as vende sem qualquer lucro e mediante empréstimos sem juros (A AMANCO fornece materiais à Habitat a um custo competitivo, passou a servir uma nova linha de clientes, aumentou as vendas e criou novos mercados); - Vender produtos à ONG e contribuir para ajudar os pobres.
As vendas móveis passaram a representar cerca de 15% das vendas totais da AMANCO Argentina e 40% da sua receita. É essencial assumir esta abordagem na gestão, que consiste em: - centrar as energias para as actividades de negócio que contribuam para o desenvolvimento da Humanidade (criar valor para o accionista e agir com responsabilidade); - aumentar e melhorar a oferta de bens e serviços, para um número cada vez maior de pessoas, a preços compatíveis com as suas possibilidades económicas; - partilhar as preocupações públicas, como as questões da pobreza, do ambiente, das alterações demográficas e da globalização e contribuir para a sua resolução; - aumentar os lucros para as empresas, os benefícios significativos para a sociedade e o reconhecimento público do bem que as empresas podem criar. *In “Negócios com inclusão social – Guia prático para empresas”, WBCSD (World Business Council for Sustainable Development).Tum iriuscilit la feugait et
SUSANA ABREU
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 NOTÍCIAS
COTEC APRESENTA 2010 IDEA TO PRODUCT PORTUGAL COMPETITION
A COTEC Portugal apresentou o 2010 Idea to Product Portugal Competition, no Porto Palácio Hotel and Spa. O Idea to Product (I2P®) Competition é um concurso de planos de comercialização de tecnologia criado originalmente em 2001 pela Universidade do Texas em Austin. O objectivo desta competição é gerar uma ideia de produto a partir de uma tecnologia, fazendo a ponte entre a ciência e o mercado. O 2010 I2P® Portugal Competition é a primeira competição I2P® em Portugal e vai ter lugar nos dias 9 e 10 de Abril. Durante os dois dias de competição, as 10 equipas candidatas, uma por cada universidade convidada, partiram de uma tecnologia com características únicas e inovadoras e construir um plano de comercialização de um produto ou serviço baseado nessa tecnologia, destacando o seu potencial de mercado. O prémio para os membros da equipa vencedora foi de 10.000J, já o segundo e terceiro classificados receberam, respectivamente, 5.000J e 2.500J. A equipa vencedora foi ainda convidada a concorrer ao I2P Europe Challenge, nos dias 16 e 17 de Julho em Aachen, na Holanda. A cerimónia de entrega dos prémios decorreu pelas 15h30 do dia 10 de Abril e contou com a presença do presidente da COTEC Portugal, Carlos Moreira da Silva, e do seu director-geral, Daniel Bessa.
disponível em www.ecossistemaempreendedor. pt e que visa facilitar a interacção entre os novos empreendedores e a DNA, assim como com as entidades financiadoras, capitais de risco, Business Angels, Interim Managers, entre outros. Através do registo no portal, os empreendedores podem remeter toda a informação necessária para a DNA analisar os seus projectos, desde os dados pessoais e profissionais dos empreendedores, aos dados do seu projecto, como a memória descritiva e os elementos financeiros. Para além disso, os vários parceiros da DNA, em especial os Business Angels e Interim Managers, podem registar-se e ficar aptos a receber projectos para análise. As entidades financeiras e capitais de risco podem ainda igualmente registar-se para serem interlocutores do Ecossistema Empreendedor.
A agência DNA Cascais lançou o Portal do Ecossistema Empreendedor, uma ferramenta online
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ANGOLA, CHINA, ÍNDIA E REINO UNIDO SÃO DESTINOS DAS PRÓXIMAS MISSÕES EMPRESARIAIS
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IBERIA ADVANCED HEALTHCARE LANÇA CONCEITOS INOVADORES NA SAÚDE
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DNA CASCAIS LANÇA PORTAL DO EMPREENDEDOR
Para este responsável, a grande valia deste conceito assenta na sua capacidade de, “com custos reduzidos de instalação dos equipamentos”, acrescentar “mais-valias a infra-estruturas municipais ou projectos turístico-hoteleiros”, ao mesmo tempo que contribui “para a melhoria da saúde pública”.
A Iberia Advanced Healthcare, empresa de inovação e empreendedorismo no sector da saúde, será responsável pela gestão do hotel de saúde e Medical Spa do resort Cegonha Negra Golf & Spa Resort, a nascer na Guarda. Trata-se de um projecto que inclui uma valência de acompanhamento médico, num conceito inovador em Portugal. O Medical Resort inclui uma vertente clínica e estética em ambulatório. De acordo com António Lúcio Baptista, médico cirurgião cardiovascular e presidente da Iberia Advanced Healthcare, empresa que desenvolveu o conceito Medical Resort, o conceito permite gerar “uma mais-valia competitiva ao projecto turístico”, criando uma “oferta ainda não disponível em Portugal” neste segmento.
A Anje promove, este ano, missões empresariais a Angola, China, Índia e Reino Unido. “A aposta em promissores sectores de actividade e na personalização dos contactos bilaterais assume-se como elemento distintivo das viagens de negócios agendadas para os próximos meses”, afirma a associação. A primeira missão é multi-sectorial e tem como destino a China. A viagem foi de 13 a 22 de Abril e paragens em Hong Kong, Macau e Guangzhou. O programa da viagem incluiu uma visita à Feira de Cantão, a maior e mais tradicional feira multi-sectorial do Extremo Oriente, entre outros encontros de negócios e encontros institucionais, nomeadamente com associações representativas do empresariado e autoridades locais. Segundo a Anje, o objectivo é facilitar o estabelecimento de contactos empresariais e comerciais. Os jovens empresários podem visitar Angola de 23 a 30 de Maio. “Uma viagem voltada para o sector da Moda e do Design, bem como das TICE (Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica)”, revela a mesma fonte. Em Outubro, terão lugar as missões ao Reino Unido (Indústrias Criativas) e à Índia (TICE, Biotecnologia e Energias Renováveis), devendo também realizar-se durante este ano uma viagem de negócios a Espanha (Turismo). Link
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 OPINIÃO
A BOA GESTÃO Se quisermos definir um indicador o mais directo possível da qualidade de um gestor, teremos que nos centrar naquele que é o propósito último da sua actividade no seio de uma empresa ou de qualquer outra entidade: a capacidade de criar valor. Como resulta desta ideia, essa capacidade pode não se traduzir (unicamente) na obtenção de bons resultados económicos e financeiros, sendo antes relevada pela forma como tal empresa ou organização interage com as suas diferentes contrapartes, internas ou externas. Uma vez consciente de tal facto, o gestor deverá começar por estipular o caminho que pretende seguir na referida criação de valor: será através da qualidade dos seus produtos ou serviços? Será através da relação de proximidade com os seus clientes? Será através das con-
dições de trabalho proporcionatrolo sobre os factores críticos para das aos seus colaboradores? Será o sucesso. através de um exercício dinâmico È então altura de assumir metas, dede uma efectiva responsabilidade vidamente quantificadas e calendasocial empresarial? rizadas, e de traçar caminhos, idenPor esta via, será possível definir a mistificando os recursos necessários à são, os valores e a orientaprossecução dos objectição estratégica da referida vos estabelecidos e, com empresa ou organização, igual clareza, a fonte e o os quais, acabarão por timing que conduzirão à reunir uma súmula de disua aquisição. ferentes prioridades que A exaustividade e o ridevem nortear sempre gor da informação aí RICARDO RIO todas as suas opções e expressa e, de forma não rioric@gmail.com acções futuras. menos importante, a Numa óptica estrita da gestão do ambição e o desafio constantes de negócio ou da actividade, é tamtal Plano, traduzem-se em requisitos bém fundamental dotar-se de um fundamentais deste guia da naveconhecimento profundo da realidagação, o qual requer igualmente a de envolvente e das próprias caractransparência e disseminação da terísticas/recursos da organização, informação no seio da organização sob as mais diversas perspectivas, e o compromisso de todas as áreas assim adquirindo um superior con/ colaboradores.
Neste particular, possuir uma visão integrada, ser capaz de protagonizar uma liderança forte e motivadora e polvilhar com uma quantidade significativa de bom senso todas as decisões e iniciativas são igualmente requisitos para a melhoria da qualidade da gestão. Seguir-se-á o desenvolvimento e implementação de capazes mecanismos de controlo e monitorização, aptos a permitir a detecção de problemas, o potenciar de oportunidades e o ajustamento flexível do conjunto da organização à luz de novos condicionalismos internos ou externos. Em suma, há que antecipar, conhecer, prever, planear, fazer, medir, controlar e corrigir e outros tantos verbos que se querem assumir como sinónimos de bem gerir ou de empreender.
Caldo de Empreendedores Muito se tem falado nos últimos tempos da necessidade de fomentar o empreendedorismo. Que há apoios, que é necessário, que é o futuro, agora até que é sexy… (muito mais do que carro da empresa, AC, ordenado garantido ao fim do mês…). A verdade é que muitos empreendedores que decidem arriscar e que têm a pouca sorte de ver a sua primeira experiencia falhar, estão condenados a ser estigmatizados pela sociedade, para além de arriscarem ficar sem os bens que tinham amealhado até então. De facto, qualquer projecto que necessite de financiamento bancário, obriga a um aval pessoal em que todos os bens do empreendedor “estão em cima da mesa” para, caso o negócio falhe, o
banco se possa ressarcir. Ou seja, anos de trabalho poderão ser apanhados pelo “tsunami” do falhanço do projecto, levando atrás os anos de dedicação ao projecto mais as poupanças anteriores e deixando ainda pela frente uma “travessia do deserto” sem qualquer suporte… Sim, porque eles não têm dinheiro a subsídio de desemprego (apesar de terem direito a descontar para a Segurança Social…). Estas pessoas arriscam assim perder 3,5 ou 10 anos da sua vida (pelo menos financeira), ao mesmo tempo que ficam com um estigma social, que lhes vai tornar muito difícil recomeçar. Claro que existem projectos que falham, pois não são válidos, ou os seus promotores não tem o que é neces-
sário para ser empreendedor. Esses devem ser vítimas da selecção natural. Mas são os outros, os Akio Morita desta vida (sim, o da Sony, que levou o seu primeiro negócio à falência) que necessitam de uma forma de poderem ser “repescados” para a sua vocação de empreender, arriscar, criar emprego. E que tal um seguro (tipo “professional indemnity”) para empreendedores que têm uma falência em mãos …e não, não estamos a falar de falência fraudulenta ou negligente, o que competiria às seguradoras avaliar. Esse seguro serviria para solver os (ou pelo menos alguns) compromissos que o projecto não conseguisse e permitir que o desgaste que uma situação destas sempre provoca não fosse tão devastador. Dos muitos mi-
lhões que têm sido “atirados ao problema” do desemprego, talvez algum fosse bem empregue ao fomentar um instrumento deste tipo. E se as seguradoras que enfrentam um mercado maduro e sem grande potencial de desenvolvimento agarrassem esta oportunidade e/ou se os organismos estatais competentes criassem as condições ao aparecimento desta solução…!? Talvez com isto, dos poucos que arriscam, alguns mais pudessem tentar de novo e em vez de termos um caldeirão que queima quem falha, pudéssemos ter mais um instrumento para um verdadeiro Caldo de Empreendedores.. ANTÓNIO MALHEIRO REYMÃO Gestor e Sócio-fundador da Magma-Management Equity, Acxiom Portugal e PacSis
BD INSOLVÊNCIA
base de dados on-line
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 OPINIÃO
Competitividade Sistémica A emergência do conhecimento lificados, geograficamente discomo principal factor produtivo tantes, a um custo menor, a orgacoloca o pensamento económico nização conta com a diversidade à beira de uma mudança de paradas contribuições para alavancar digma. A “nova economia baseada seu processo interno de inovação no saber”, segundo William Halal e em rede com outras empresas, (na colectânea The Infinite Reobtendo vantagens em relação source), é marcada pelo predomía seus concorrentes. O modelo LUIS AUGUSTO nio da liderança do conhecimento económico baseado em conheciLOBÃO MENDES e da visão sobre os outros factores mento requer elevada formação Professor da Fundação de produção, levando à criação científica e tecnológica. Dom Cabral de organizações que aprendem e Também neste cenário a colabogerem o saber. Estamos diante de um cenário ração é o novo princípio competitivo e uma rede rara complexidade, com fenómenos econóvolução silenciosa que é capaz de alterar a esmicos, sociais e novas plataformas tecnológicas trutura de empresas, economia e da sociedade. que provocam uma completa reestruturação Construir redes de reciprocidade e solidariedado ambiente de negócios. de, que criam riqueza monetária, fortalecendo O novo contexto pressiona as empresas a o sector. transformarem o modelo de negócios em O desenvolvimento dinâmico é fundamenprocessos mais ágeis, flexíveis, integrados, tado no empreendedorismo e não na deautomatizados e interdependentes entre os pendência das políticas governamentais. O parceiros. Ao interagir com profissionais quasucesso e o esforço são individuais. O desen-
volvimento sistémico não está mais baseado no funcionamento dos mercados e do empreendedorismo individual, mas também nos esforços colectivos, para formar um ambiente encorajador e rentável. A coopetição que explora uma forma nova de olhar para o negócio e alavancar saudáveis relacionamentos, procurando cenários vencedores de uma estratégia, que se esforça para ampliar a participação de cada uma das organizações, sem tomar a participação do parceiro. Negócios colaborativos, em que organizações estão compartilhando informações e processos para aumentar a velocidade e eficiência em modelos de negócio, construídas para obter o máximo benefício das redes. Um estudo de longevidade empresarial constatou que as organizações longevas tinham características em comum e apresentam comportamento similar ao dos seres vivos. Organismos com forte noção de comunidade e identidade colectiva.
PARA SI OU PARA A SUA EMPRESA
Título: Eu não vendi. Não o façam vocês - Empresa familiar e sucessão Autores: Francisco Negreira del Rio, Jesús Negreira del Rio e Amancio Plaza Vázques Págs: 179 (15,5x 23 cm) Preço: 17 A
Título: Marketing na Internet e nos meios digitais interactivos Autores: Álvaro Gómez Vieites e Manuel Veloso Espiñeira Págs: 242 (15.5 x 23 cm) Preço: 17 A
Título: Controlo: uma função directiva Autores: Carlos López Navaza Págs: 180 (15 x 23 cm)
Preço: 17 A
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Título: Estratégias Empresariais Autores: Carlos López Navaza, Ángel Martin Soteras, António Nogueira da Costa Págs: 382 (15.5 x 23 cm) Preço: 18 A
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010 CASO EM DESTAQUE
PacLine aposta na proximidade com o cliente
EMPRESA TÊXTIL QUER ENTRAR EM NOVOS SEGMENTOS DE MERCADO ESTE ANO Quando questionado sobre o futuro da sua empresa, Paulo Cristóvão sorri e afirma, com os pés bem assentes na terra, que nunca pensou muito no futuro, mas que sempre se empenhou em planear bem um presente sólido. Embora fossem vizinhos, Paulo Cristóvão e Márcia Saavedra não se conheciam, até que um primo dele os apresentou. Tinha ele 16 anos e ela 15. Nessa altura, não sabiam que aí começara um projecto que os ia unir a nível pessoal e também profissional. Quando se conheceram, estavam a terminar o 9º ano de escolaridade e colocava-se uma decisão importante na vida de qualquer jovem: que carreira profissional escolher? Paulo tinha a paixão por actividades ligadas ao marketing e ao design, Márcia conhecia como ninguém o processo produtivo da área têxtil. Assim, e incentivados pelos pais de Márcia (Joaquim e Maria de Fátima Saavedra), estes dois jovens iniciaram aos 18 anos uma pequena empresa têxtil, que deu origem ao que é hoje a PacLine. Inicio de actividade A produção de roupa de menino foi a opção, por exclusão de partes, uma vez que os pais de Márcia trabalhavam o segmento de menina e a irmã mais velha, Paula Saavedra, produzia para o segmento de senhora. No início, por uma questão de necessidade, e porque a estrutura se resumia aos dois, decidiram que iriam participar directamente nas actividades das quais resultasse maior valor acrescentado para o produto final. Após a escolha conjunta das matérias-primas a utilizar na confecção, quase sempre a parte criativa surgia do Paulo, com a Márcia a liderar o corte, enquanto também preparava a
produção. Esta, por sua vez, era assegurada por uma rede de costureiras independentes que tinham a capacidade de garantir o nível de qualidade pretendido para os artigos. Márcia ainda se lembra entusiasmada das primeiras peças produzidas: “Foram 100 blusões de Verão, tipo marinheiro”. Na primeira época do início de actividade, foram produzidas 900 peças que tiveram como destino final o mercado grossista. O canal de venda utilizado era, fundamentalmente, feiras de revenda que se realizam semanalmente em Espinho, Esmoriz, Gondomar, Guimarães entre outras. Apesar da sua juventude, esta dupla de empresários rapidamente se deu conta da importância de uma política de proximidade com o cliente. “Fazer, tratar e sentir a marca do nosso cliente como se fosse a nossa marca”, esta tem sido a estratégia seguida ao longo deste anos. “Tenho que ser os olhos do cliente. Necessito de compreender o conceito, a necessidade e o cliente alvo que o meu cliente pretende atingir, para poder transmitir isso nos artigos que produzo”, é assim que Paulo Cristóvão encara a relação comercial com os seus clientes. A verdade é que a estratégia seguida tem sido frutuosa, com resultados bastante positivos e que se traduzem numa confiança e relação comercial já com vários anos. “Assumimos a atitude dos nossos clientes com elevada responsabilidade e satisfação, pois não queremos produzir os modelos apenas desta época, mas também das que ain da virão” afirma Paulo. Em alguns casos, os clientes apenas lhe dizem quantos modelos querem produzir por estação, dando-lhe plena confiança e liberdade na concepção e nas tendências actuais do mercado. A crescente confiança dos clientes e o dina-
mismo destes empresários traduziu-se no crescimento da actividade da PacLine, que, em 2003, obrigou à mudança de instalações e ao investimento em activos fixos que permitiram optimizar as actividades de corte e design. Agora num espaço próprio, com mais quatro elementos na equipa, e com um processo produtivo ágil e flexível, estes empresários contrariam a tendência de encerramento de empresas têxteis e, consequentemente, o aumento do número de desempregados neste sector de actividade. Num sector que actualmente sofre uma grande ameaça com a concorrência dos produtos chineses, Paulo Cristóvão é peremptório quando afirma que “sem concorrência não era feliz, simplesmente hoje não existíamos”. Reconhece que a concorrência o obriga a estar constantemente preocupado, atento e empenhado, progredindo desta forma sempre em direcção ao que encara como “concorrência leal”. Esta concorrência que inevitavelmente se baseia no mais, no melhor, no diferente e em nunca descurar as questões de qualidade, eficiência e compromisso com o nosso, tal como trata todos os clientes, sejam eles pequenos ou grandes, como “Principal Cliente”. Lançamento da marca Uma nova ideia começa a formar-se na cabeça de Paulo, quebrar as regras, conceitos e criar a sua própria marca de roupa de criança sem barreiras nem fronteiras, sempre tentando dignificar o que de melhor se faz em Portugal no segmento Denim. Em 2006, nasce a Label Jeans, marca de roupa de criança, que se destaca pelo seu estilo irreverente, atrevido e com atitude. Dirigida ao segmento médio/alto, a
marca tem como ponto forte a vertente de pure Jeans - calças, corsários, calções, camisas, tshirts e blusões. As faixas etárias abrangidas são a linha de bebé, dos 0 aos 5 anos e a linha júnior, dos 6 aos 16 anos. O objectivo da marca é vestir a criança de uma forma diferente e com um estilo próprio e irreverente. A colocação dos produtos de marca própria no mercado é feita através de representantes, pois, como Paulo explica, “o objectivo foi facilitar o processo de venda, dada a estrutura reduzida que temos e que pretendemos continuar a manter. Um cérebro pequeno, controlado mas extremamente eficaz em todas as suas necessidades” Os produtos Label Jeans estão disponíveis em lojas multimarcas no mercado nacional. Internacionalmente, o mercado holandês é o mercado preferencial para a marca, também em regime de representação. Convictos de que a comunicação, e, dentro desta, a publicidade, é determinante para a evolução da marca, estes empresários pretendem desenvolver, época a época, uma série de iniciativas criativas, inovadoras e out standing, porque. juntamente com os produtos, pretende-se “vender” uma imagem, uma mensagem e um estilo. Segundo os próprios, o ano de 2009 foi o melhor de sempre, tendo sido produzidas vários milhares de peças, tanto em “private label”, como em marca própria. Este ano, novos desafios esperam esta dupla de jovens empresários, que deseja solidificar, e entrar em novos segmentos de mercado, bem como em novos canais de distribuição, seguindo sempre o velho mas muito actual lema: “parar é morrer”. MÓNICA MONTEIRO
FICHA TÉCNICA:
http://ve-empreender.blogspot.com
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Coordenador: Mónica Monteiro Coordenador-adjunto: Patricia Flores Colaboraram neste número: Paulo Ferreira; Luis lobão; Mónica Monteiro; Susana Abreu; Ricardo Rio; Patricia Flores Paginação: José Barbosa Contacto: empreendedor@vidaeconomica.pt