Revista - O Flu - Jardim do Éden

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Lucas Benevides

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Brennda Moura Até bem pouco tempo, a arte de colorir estava associada à infância, mas esse conceito mudou nos últimos meses. Surgiram no mercado livros de colorir para adultos, que rapidamente se tornaram febre no país. Você, certamente, já deve ter se deparado com algum desses desenhos feitos por um de seus amigos, familiares, colegas de trabalho ou na timeline do seu Facebook ou Instagram. Aproveitando a onda, as editoras não perdem tempo e lançam novas versões para tentar conquistar outros públicos, dos mais variados gostos e estilos. Alguns exemplos são os títulos “Colorindo o Mundo Fashion - Relaxe Com Estilo”, “Pequeno Príncipe Para Colorir”, “Cidades Espirituais”, “Entre Amigas”, “Mãe, Te Amo”, “Sonhos Nórdicos: Colorir Para Acalmar”, “Anatomia - Um Livro Para Colorir”, “Gatos: O Livro de Colorir” e “Amor Em Todas As Cores”. Já o “Pinte o Pintinho” conta com uma coleção de desenhos que reproduzem atividades estressantes, satirizando essa. E o “Suruba para Colorir” ironiza o best-seller “50 Tons de Cinza”. Para os fãs da série “Game of Thrones” está previsto para outubro o lançamento do título “As crônicas de gelo e fogo”. As editoras, as livrarias e os fabricantes de lápis de cor comemoram o sucesso das vendas “Os resultados foram realmente animadores. No período de janeiro a maio deste ano houve um aumento de 70% no volume de vendas de lápis de cor em relação ao mesmo período de 2014”, diz Teresa Giner, gerente de papelaria office da Bic. Diretor editorial/publisher da editora Thomas Nelson Brasil, Omar de Souza diz que o mercado editorial brasileiro foi surpreendido pelo súbito interesse das pessoas por esse tipo de livro. A empresa lançou recentemente o “Jardim do Éden”, que traz ilustrações de cenários bíblicos e já teve

A assistente jurídica Isabela Tavares diz que a atividade realmente ajudou a aliviar o estresse

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MODA DOS LIVROS DE COLORIR PARA ADULTOS VEIO MESMO PARA FICAR. NOVAS VERSÕES, COMO AS QUE TRAZEM DESENHOS DE MODA E BÍBLICOS, JÁ SÃO SUCESSO DE VENDA sua primeira tiragem esgotada. “Quanto ao valor editorial, não creio que seja uma discussão justa. Um livro é sempre um livro, seja para distrair por alguns minutos com um exercício lúdico, ou para provocar uma revolução cultural, política ou de costumes. Afinal, muitas crianças começam a gostar da convivência com o livro a partir dos primeiros volumes de colorir que ganham. Além disso, se esse fenômeno está servindo como motivação para levar pessoas às livrarias, já pode ser considerado um benefício”, defende Omar. Editor da Butterfly Editora, Flávio Machado acrescenta: “Acreditamos que esses livros colaboraram para levar às livrarias muitas pessoas que não frequentavam esse ambiente e, quando estão ali, acabam conhecendo o universo literário”. A editora lançou “O Mundo Encantado das Cores”, que além dos desenhos, traz várias frases para reflexão. A primeira tiragem também foi um sucesso e esgotou. A ilustradora britânica Johanna Basford, criadora dos best-sellers mundiais “Jardim Secreto” e “Floresta Encantada” classifica as obras como “detox digital para adultos”. Estudos realizados por cientistas e psicólogos comprovaram que as cores influenciam no desenvolvimento psicossocial da pessoa. Um

dos mais conhecidos é o do psicólogo Carl G. Jung, que usou a pintura de mandalas como terapia para seus pacientes. “É uma atividade que remete à infância, liberta a criatividade e resgata a criança que um dia aquele adulto já foi. Pode auxiliar na redução da ansiedade e no controle da impulsividade, já que diminui o estresse e permite que a pessoa mantenha o foco na atividade, não tenha pensamentos negativos frequentes e consiga resolver problemas de forma mais equilibrada, após uma pausa e maior reflexão”, diz a psicóloga Carolinne Farias Amorim. A assistente jurídica Isabela Tavares, 22 anos, ganhou de presente do pai os livros “Floresta Encantada” e “Jardim Secreto”. Ela conta que seus amigos curtem ver suas pinturas prontas; já quando se trata dos familiares, as opiniões são divididas. “Uns acham o máximo e outros acham perda de tempo. Eu adorei a experiência de pintar depois de adulta, achei que é uma forma de se desligar do estresse do dia a dia e estava certa. Para mim, a pintura se tornou exatamente isso: uma forma de eu me desligar dos problemas. Quando você começa a pintar aquelas figuras bem elaboradas, você só consegue pensar em quais cores usar e quais efeitos criar. Isso para mim é muito relaxante”, declara. n 12 de julho O

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