Introdução ............................................................................................................................................ 3 Dedicatória .................................................................................................................................................. 4 Música I - Cidadão de Papelão .................................................................................................................... 5 Mário o catador de papelão ..................................................................................................................... 6 A soliedariedade e a caridade são práticas do amor real......................................................................... 9 Música II – Era Uma Vez ........................................................................................................................... 12 Não queria crescer.................................................................................................................................. 13 Sobre crescer .......................................................................................................................................... 16 Música III - Marvin ..................................................................................................................................... 20 Vida de Zé ............................................................................................................................................... 21 A reviravolta ........................................................................................................................................... 23 Música IV – Somos Quem Podemos Ser ................................................................................................... 27 Um intervalo na escuridão ..................................................................................................................... 28 Tudo por um sonho ................................................................................................................................ 31 Música V – Tempo Perdido ........................................................................................................................ 34 John em: O planeta Time ........................................................................................................................ 35 Tentando voltar no tempo ..................................................................................................................... 38 Música VI – O Meu Lugar ........................................................................................................................... 41 O lugar que eu escolhi ............................................................................................................................ 42 O estrategista ......................................................................................................................................... 46 Música VII – Eduardo e Mônica ................................................................................................................. 48 Não tente curar minha forma de amar .................................................................................................. 49 Música VIII – Trem Bala ............................................................................................................................. 51 O peso da ganância................................................................................................................................. 52 A mudança .............................................................................................................................................. 54 Música IX – Velha Infância......................................................................................................................... 57 Amor do Passado .................................................................................................................................... 58 Música IX – É Uma Partida de Futebol ...................................................................................................... 61 Rumo ao Estrelato .................................................................................................................................. 62 Referências................................................................................................................................................. 64 Contracapa ................................................................................................................................................. 65
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Coletânea de Contos é uma produção dos alunos dos
cursos de Enfermagem e Administração do 1º ano da Escola Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima. Nesta obra, composta por mais de uma dezenas de contos, os autores procuraram temas relacionados a músicas sugeridas como mote para a produção do gênero textual conto, atividade proposta pela professora Marília Costa. Os autores procuram ficcionar sob diversos temas abordados
como
uma
possibilidade
de
reflexão
e
entretenimento. Na leitura proposta a você, caro leitor, as narrativas possibilitarão a reflexão sobre questões amorosas, sociais e as metáforas da vida. A produção trata de um livro de leitura agradável que prenderá a sua atenção em cada desfecho. Boa leitura a tod@s!
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Aos nossos colegas dos cursos de Enfermagem e Administração do 1º ano da EEEP de Aracati que participaram e se dedicaram à produção de cada conto. A professora de Língua Portuguesa Marília Costa de Souza, que propôs aos alunos a produção da coletânea como um meio de aprendizagem do gênero textual conto e da escrita colaborativa com a ferramenta Google Docs. Ao núcleo gestor da escola por oferecer educação pública de qualidade com professores capacitados e currículo diversificado na formação discente. A todos os leitores que por (des)ventura nos darão a honra da leitura das produções aqui publicadas. Nosso muito obrigad@!
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Enfermagem Gesíldo, Edmilson, Karyne Valente, Kaylane Valente. Música I - Cidadão de Papelão
Mário e o catador de papelão Mário acordou, como se fosse tudo normal, mas consigo despertou uma sensação que algo não ia dá muito certo hoje. Mesmo com essa sensação, cumpriu sua rotina, levantou cedo, tomou seu banho, bebeu seu pingado quente e saiu para trabalhar. A caminho do trabalho, decidiu pegar um atalho passando pelo bairro mais chique da cidade, olhando os aspectos da arquitetura e estrutura do bairro, ficou encantado com toda a beleza daquele lugar e falou para si mesmo: “Eu ainda vou ser como eles, não tem algo ou ninguém que possa me impedir de realizar esse desejo”. Chegando na empresa, onde trabalha como telemarketing de vendas, se depara com um homem catando papelão. O cidadão aproximou-se de Mário e perguntou se havia caixas de papelão na empresa que poderiam ser destinadas a sua coleta. Mário ficou revoltado por ver um mero catador de papelão em frente à empresa e o expulsou de lá imediatamente. Momentos depois, a empresa recebeu a visita de um dos maiores executores de marketing do Brasil, Joaquim Macedo. O importante executivo trouxe a proposta de abranger a empresa para outros estados criando novos estabelecimentos, Mário ficou muito interessado na nova proposta, pensando que com essa ideia, ele poderia ser gerente de uma dessas firmas, e fez de tudo para o dono da empresa aceitar a oferta de Joaquim. Com a ideia aceita, a empresa começou a entrar em maus lençóis, já que ações não estavam em alta porque não conseguiam cobrir todos os novos estabelecimentos criados, o lucro não estava correspondendo aos gastos e todos esses fatores a levaram a falir e Mário, assim como todos os outros empregados, foi demitido. Mário não sabia o que fazer, ficou desesperado, em um instante ele tinha tudo e agora, mais nada, já não tinha trabalho, dinheiro, e por sua condição de agora desempregado, nem os amigos existiam mais. Na verdade, percebeu que nunca teve amizade sincera e desprovida de interesses. Ele ficava a se perguntar: “O que iria fazer ?” Todos esses anos de estudo, todos esses anos de ganância, querendo ser mais, convivendo com pessoas robotizadas, capazes de passar por cima de tudo e de todos por dinheiro e por posses, querendo ser maior que todo
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mundo. “Como iria arrumar outro emprego, se não tinha vocação e nem convicção para nada a não ser vendas e administração?” Ainda se questionava sobre o que adiantava ter um diploma, e não ter um trabalho. “Seria apenas um enfeite?” E assim ele ia passando seus dias com esses pensamentos. Ia sobrevivendo com suas economias conquistadas com anos de esforços naquela empresa, vivia a pensar se aquilo era castigo por sua ambição de morar em um dos bairros mais ricos de sua cidade, ou por ter feito de tudo para seu chefe aceitar a proposta que trouxe a sua empresa a falência, e na verdade era mesmo um castigo mas não por isso e, sim por ter destratado aquele catador de papelão dias antes de sua empresa declarar que faliu. Enquanto isso, lembra do catador de papelão? Ele mesmo! Depois de ser expulso, ele foi procurar papelão no bairro vizinho, ele nem imaginava que no meio de todo aquele papelão a sua vida mudaria completamente, ele percebeu algo diferente, tinha um papel, mas não era qualquer papel, ele encontrou um bilhete único premiado, ele não entendia bem para que isso servia, mas ele sabia que valia dinheiro, então foi a uma casa lotérica e mostrou o papel a atendente que estava trabalhando no momento, ela falou que ele era o ganhador, como o prêmio estava acumulado, ele faturou mais de um milhão de reais. Quando ele conseguiu colocar a mão no dinheiro, ficou sem saber o que fazer. Na hora que se espalhou pela cidade o boato que ele era o mais novo ricaço, um homem rápido veio falar a ele que existe um prédio que está a venda, que era de uma empresa que entrou em falência, ele pensou nisso como uma grande oportunidade de investir o seu dinheiro, e ajudar a população, gerando empregos e ajudando famílias e pessoa necessitadas como ele era, ele investiu seu dinheiro e virou dono de uma grande empresa de cosméticos. Ele nunca foi ganancioso, seu maior sonho era ter uma casinha simples, ele nunca desejou ser mais ou maior do que ninguém, nada nunca foi fácil na sua vida, mas ele nunca desprezou ninguém por isso, nem os mais ricos, muito menos os mais pobres, ele nunca deixou de sorrir e agradecer a Deus pela coleta de papelão, que colocava o seu pingado e o pão nem sempre de cada dia na sua mesa, ele nunca deixou de ser ele mesmo por dinheiro. Nunca! Mário, tempos depois de ser demitido vivia em extrema pobreza e sobrevivia da coleta de materiais reciclados, passando pelo bairro de sua antiga empresa abordou um homem que ia entrando e perguntou “existem matérias reciclados para me dar?”, quando trocaram olhares, ambos tiveram a sensação de já terem se conhecido.
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Então Mário lhe fez novamente a pergunta: “Existem materiais reciclados para me dar?”. O homem ficou quieto por alguns instantes e fez uma pergunta: “Você já trabalhou na antiga empresa desse prédio, certo?”. Mário respondeu que já tinha trabalhado como telemarketing de vendas antes dela falir. O homem rapidamente lembrou-se daquela cena que aconteceu no passado e falou: “Não lembra de mim?, eu sou aquele catador de papelão que você destratou na frente desse mesmo prédio” Mário ficou surpreso em ver a superação de vida daquele antigo catador e pediu a ele desculpas. Percebeu que tudo que ele fez de errado não valeu a pena, então o homem vendo a situação de Mário, ofereceu a ele uma chance de mudar de vida com um novo emprego. Moral da história: Não devemos destratar as pessoas pelo que elas são ou têm, a vida é como uma roda gigante. Quem está por baixo uma hora pode estar por cima. Como aconteceu na história de Mário e o catador de papelão.
Conto produzido por Gesíldo, Edmilson, Karyne Valente, Kaylane Valente, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa Lima
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Administração Valéria Fernandes, Lucas Maia, Jéssica Evangelista, Géssica Simões Música II - Cidadão de Papelão
A solidariedade e a caridade são práticas do amor real Num fim de tarde de novembro, estava eu voltando de mais um dia cansativo de trabalho. Nada de espetacular havia me acontecido, a mesma rotina de sempre. A praça da cidade fazia parte do meu trajeto e todos os dias, rotineiramente, eu me deparava com várias crianças brincando. Parei um pouco para descansar e observar o movimento, das pessoas apressadas e presas a sua rotina. De repente, escutei uma voz suave, bonita, que veio ao meu encontro. Ao virar-me para o lado, deparei-me com um catador de papelão em maus lençóis. Escutei por mais alguns segundos, atenta a cada palavra que ele cantava. E não precisou de muito para refletir que ele estava simplesmente, descrevendo a sua própria vida. - São maus tempos, meu amigo, e os dias tendem a piorar, para mim, que estou a mercê da boa vontade dos outros. E como nem todos têm essa boa vontade, então tenho que me virar como posso, mesmo com todas as dificuldades que enfrento todos os dias. - dizia ele, com um tom de lamento. Parei por alguns instantes, sem saber o que dizer ou fazer, eu não o conhecia, não sabia o que se passava por sua cabeça. Ele parecia querer desabafar, seu olhar me pedia ajuda. A primeira coisa que me veio à cabeça foi perguntar se ele estava com fome, e assim o fiz. - Você está com fome? - Muita!- respondeu acenando a cabeça. Eu não pensei em quase nada no momento, ignorei totalmente o fato de eu não o conhecer, de ele ser só um estranho. Chamei-o para comer e ele rapidamente aceitou. Assim eu poderia saber mais sobre ele e entender o que queria de mim. Isso se o desconhecido não fizesse algo comigo antes, mas ignorei essa possibilidade. Quando chegamos em uma lanchonete próxima a praça, perguntei o que ele queria comer e educadamente me respondeu: - Qualquer coisa que você possa me comprar. Fiz o pedido e observando-o comendo, comecei a refletir sobre o sentido da vida, se temos a chance de ajudar o próximo ou oportunidade de fazer o bem, por que não o fazer?
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Quando ele estava quase terminando, perguntei então algo que sempre quis perguntar a pessoas na mesma situação: - O que aconteceu pra você chegar a essa situação? Ele parou, me olhou por alguns segundos e disse: - Eu tinha família, tinha uma casa, um bom emprego, amigos… aliás, eu achava que tinha. Tinha boas condições financeiras, um carro… mas eles me tiraram tudo! -Quem? “Seus amigos?” - perguntei fazendo um sinal de aspas com os dedos. -Não, não!! Eles entraram na história depois do acontecido. Pensei sobre isso, seria uma dívida com o banco? Seria um golpe que aplicaram a ele? Passaram-se mil e uma hipóteses na minha cabeça, mas não tive ação de perguntar mais nada. Então, ele terminou a sua refeição, abrindo um sorriso reluzente e disse: - Muito obrigado, senhorita! Estou muito grato, pois alguém me ajudou! Eu o olhei, com uma sensação extrema de orgulho de mim mesma e lhe disse: - Me perdoe, senhor, por não ter lhe ajudado na mesma hora que o vi. Ele com um sorriso, disse: -Você fez muito por mim, só de me dar essa comida, você me ajudou a não passar fome essa noite. Olhei-o mais uma vez por alguns instantes e dei-lhe dinheiro para comprar seu café da manhã e o almoço do dia seguinte. Ele me agradeceu mais uma vez e eu disse que não precisava agradecer por nada. Fui para minha casa e no caminho fiquei pensando naquele senhor, não conseguia pensar em mais nada. Nunca imaginei que ofertar um prato de comida a alguém faria essa mudança em mim. Só o fato de ajudá-lo me deixava mais aliviada, com a consciência menos pesada, mas mesmo assim, não conseguia parar de pensar nas condições que os moradores de rua se encontravam. Eu estava disposta a ajudar aquele senhor e a outros moradores com quem eu me deparasse, mas não sabia como. Dias se passaram após o acontecido, mas as lembranças daquela conversa não saíam da minha cabeça. Eu já havia elaborado os planos mais magníficos, porém não tinha condições de bancar tudo aquilo sozinha, precisava de apoio. Passei a observar as pessoas ao meu redor e questionar-me qual delas poderia ter esse desejo de ajudar assim como eu. Na volta do trabalho, fui à praça novamente para poder espairecer um pouco e quando eu menos esperava um senhor sentou-se ao meu lado. Ficamos ali, parados, sem dizer nada, até que ele puxou assunto:
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-É um belo dia não acha, senhorita? É uma pena que nem todos desta cidade tem o privilégio de sentar-se aqui para poder relaxar. Eles têm de se preocupar em trabalhar para ver se no fim do dia terão o que comer. - disse ele, com um ar calmo e pensativo. Fiquei me perguntando o porquê dele ter dito aquilo. Era como se soubesse o que se passava na minha mente. Não esperei muito para responder e disse: - Preocupamo-nos tanto com nós mesmos, que acabamos nos esquecendo do próximo que precisa da nossa ajuda. Logo ele me olhou, um olhar profundo e sincero e disse: -Eu já morei na rua por muitos anos, perdi tudo o que eu tinha por causa de um golpe. Eu tinha tudo para morrer nas ruas, mas uma pessoa iluminada me ajudou a sair das ruas, me deu morada e comida, me ajudou a conquistar um emprego e hoje eu moro por conta própria. Sou muito grato a essa pessoa que me ajudou e tenho certeza que se as outras pessoas tivessem o mesmo espírito de ajudar o próximo o mundo seria um lugar melhor. Subitamente me veio um pensamento que não contive e lhe fiz logo a pergunta: - O que o senhor acha de criarmos uma associação para atender as necessidades básicas dos moradores de rua daqui? Pode não parecer muito mas já iríamos garantir que eles tivessem pelo menos uma refeição todos os dias e agasalhos. O homem me olhou por alguns segundos e falou: - Acho que tenho alguns amigos que podem nos ajudar a começar… A ideia de fazer a diferença me deixou empolgada, comecei a fazer ligações para familiares e amigos próximos e a partir dali pudemos dar início a nossa jornada. Após alguns meses, a associação começou a criar vida e ajudar cada vez mais pessoas. Demos a ela o nome de Seu Chico, pois assim era conhecido o primeiro morador de rua que ajudei. Aprendi então que não preciso de muito para ajudar alguém. Na verdade, nenhum de nós precisa. Precisamos apenas de solidariedade e vontade de ver um mundo melhor, com mais amor e menos desigualdade o mundo irá melhorar.
Conto produzido por Valéria Fernandes, Lucas Maia, Jéssica Evangelista, Géssica Simões, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa Lima
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Enfermagem Alan Marcelo, Vivian Alves, Daniela, Raquel Silvano Música II – Era Uma Vez
Não Queria Crescer Pedro era um menino que vivia numa casinha simples à beira do rio. Ele morava apenas com sua mãe, Francisca, que era agricultora, pois o pai após a separação foi embora. Pedro tinha apenas 10 anos e seu maior sonho era ser um médico e ter seu próprio hospital. O garoto mesmo com pouca idade, já pensava em ser gente grande. Francisca era uma boa mãe e sempre apoiava seu filho em todos os seus objetivos e conquistas, mas ela tinha um grave problema de saúde que nunca pensou em revelar para Pedro. Outro dia no hospital público, ela estava conversando com um médico que a tratava. — Eu sinto muito, mas você tem um câncer agressivo. –O médico falava, deixando Francisca desolada. — E quanto tempo eu tenho? – a mulher falou depois de algum tempo em silêncio. — Podem ser anos ou até meses, ainda não conseguimos descobrir. - respondeu o médico. A mulher passou a ficar deprimida, mas quando chegava em casa, tentava sempre se manter sorrindo para não deixar Pedro preocupado. No final do dia, ela se trancava em seu quarto e chorava para Deus, orava e pedia para que ele realizasse o sonho de seu filho. Alguns anos depois, o garoto havia terminado o Ensino Médio e ganhou uma bolsa de estudos na universidade, seu sonho estava próximo de se realizar. O tempo foi passando e os sintomas da doença de Francisca foram diminuindo, parecia até que ela tinha melhorado totalmente. Isso era bom, pois em alguns dias seu filho amado iria se formar na faculdade de Medicina. — Como você cresceu Pedro, nem acredito que você já está se formando! – a mãe dizia, orgulhosa. — Obrigado, mãe! Mas se isso está acontecendo hoje é tudo graças a você, que sempre acreditou em mim e nunca me deixou desistir dos meus sonhos! – o rapaz falou. — Eu me lembro quando você tinha 7 anos e saía para brincar com os outros meninos da rua… Uma hora era herói, em outra já era vilão.
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Pedro sorri ao lembrar de sua infância junto com sua querida mãe e Francisca já estava com os olhos marejados querendo chorar. — Quando a brincadeira acabava, a senhora ficava gritando para eu entrar e tomar banho... – Pedro relembra. — É, eu ficava tão preocupada quando você chegava em casa com um arranhão! – Francisca disse, rindo e acrescenta: – Agora está você, indo cuidar dos arranhões de muitos pacientes. Os dois se abraçaram carinhosamente. Francisca enxugou as lágrimas e Pedro terminou de se arrumar para a formatura. Foram juntos ao evento e na hora que chamaram o rapaz para receber seu diploma, várias pessoas o aplaudiram, principalmente sua mãe, que estava infinitamente orgulhosa. — Obrigada, meu Deus! – Francisca sussurrou para si mesma No momento seguinte, a mulher desmaiou e uma grande multidão se formou em sua volta. Pedro ficou desesperado e correu para ajudar sua mãe. Uma ambulância chegou minutos depois e a levaram para o hospital o mais rápido possível. — Salvem a minha mãe, por favor! – o pobre rapaz suplicava. Alguns médicos entraram com Francisca em uma sala e tentaram diversas formas para salvar a vida da agricultora, mas nada parecia adiantar, a vida da mãe de Pedro havia chegado ao final. — Obrigado por tudo mãe… - repetia insistentemente o jovem médico. Pedro estava na sala de recuperação com o corpo de sua mãe. O rapaz deu um beijo na testa dela e não conseguiu conter as lágrimas que teimaram em cair pelo seu rosto. Tudo o que ele queria agora era o colo de Francisca, um carinho e talvez o único remédio que Pedro gostava: um beijo e proteção. O rapaz teve que dormir, mesmo sabendo que no outro dia seria o funeral de sua mãe. Pedro estava com esperança de que quando acordasse tudo iria ser novo e Francisca estaria bem, não teria nenhuma preocupação. Mas, ao abrir os olhos pela manhã, percebeu que tudo era realidade e ele teria que encarar a vida sozinho agora. — Tudo o que eu queria era ser adulto logo e me tornar médico… Mas agora eu vejo que vida de gente grande não é fácil! Eu não queria crescer, queria voltar do início e ser criança de novo, queria ficar pertinho da minha mãe mais uma vez! – nesse momento, Pedro conversa com Deus O funeral durou bastante tempo e foi bem difícil para Pedro, que teve que ficar olhando para o caixão de Francisca e chorava o tempo todo ao lembrar de sua mãe. O enterro
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foi ainda mais doloroso, mas quando o rapaz voltou para casa, não recebeu sequer uma ligação de nenhum de seus colegas da faculdade. — São nesses momentos que a gente descobre quem são os amigos de verdade! – Pedro refletia consigo mesmo. De repente, ele ouve batidas na porta, segue para atender e foi nesse momento que o mundo de Pedro se transformou, ele recebeu a visita da pessoa que menos esperava. — Pai? Pedro não estava acreditando que era de fato seu pai mesmo. — Meu filho, eu soube do que aconteceu com Francisca – o homem responde, abraçando Pedro. Aluísio eu o pai de Pedro. Naturalmente, que depois de tanto tempo, ele estava um pouco diferente do que Pedro o lembrava, já havia deixado Francisca há muitos anos e por isso estava com alguns fios de cabelos brancos na cabeça. Os dois conversaram bastante. Pedro declarou ao pai que nunca soubera do estado de saúde de sua mãe porque ela não havia lhe dito nada, o que deixou Aluísio ainda mais surpreso —Eu sei que esse mundo é um lugar que se torna mau da noite para o dia , mas ainda dá pra viver …– o pai dizia –eu sei que Francisca iria querer que você continuasse batalhando e seguindo seu sonho! —Não tenho mais vontade de fazer nada... – Pedro disse, tristonho. —Eu sei que é triste, mas você não pode deixar que essa impiedade te pareça normal... – Aluísio tentava animar seu filho – Nunca perca a magia de acreditar em uma real felicidade meu filho! Foi aí que Pedro compreendeu: a alegria não mora no começo e nem no final da vida, mas sim no caminho! —Eu não queria ter crescido pai! – Pedro começou a chorar e então seu pai o abraçou. A visita do pai fez com que o rapaz deixasse aquela casa e fosse morar com ele . O tempo passou e curou aquele luto, logo então Pedro havia conseguido um emprego em um grande hospital na cidade, pôde dar uma vida melhor para o seu pai, e sempre guardou essa frase em seu pensamento:“É que a gente quer crescer e, quando cresce, quer voltar do início porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido”.
Conto produzido por Alan Marcelo, Vivian Alves, Daniela, Raquel Silvano, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa Lima
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Administração Luana Vieira, Matheus Nasc., Lavinha Santiago, Iaderson de Matos Música II – Era Uma Vez
Sobre Crescer Sexta-feira, 03 de outubro de 1998
Pisquei, assustada com a chuva lá fora, que ficava mais grossa a cada minuto. Senti um frio bom de arrepiar os pelos do meu braço, me fazendo levantar rapidamente do chão em que estava sentada, para ir à janela a fim de observar as espessas gotas de água que despencam do céu. Sinto que aquilo me fez instantaneamente focar em todos meus problemas. Não podemos procurar ordem no mundo exterior, se dentro de nós jaz uma bagunça imensa. Passar as férias com minha vó nunca costumou ser minha primeira opção, apesar de gostar muito dela e do amor que ela me transmite. É só que... a falta de conexão e a calmaria me fazem focar nos meus problemas, o que acaba me deixando triste pela maior parte do tempo. Às vezes, eu só queria ir embora daqui, da casa da minha vó, do lugar que me faz refletir tanto sobre as piores partes de mim. Mesmo esse sendo um dos meus lugares de paz faz-me sentir incapaz de resolver meus problemas daqui e, por isso, tento não lembrar deles no momento. Recebo conselhos da minha avó e tento tirar o máximo que puder deles, mas, eu gostaria de ter mais alguém para conversar. Aqui me sinto só e continuo olhando a chuva se dissipar enquanto as nuvens se esvaem e o clima muda ligeiramente. Olho as últimas gotas que lentamente escorrem na janela. Foi quando ela entrou no quarto de surpresa, tão subitamente que nem percebi. Ao perceber a presença de minha avó, eu geralmente busco mudar totalmente meu semblante. Mas hoje eu não a vi. Também não estava com a melhor cara, nem em meu melhor dia. Só pude escutá-la se aproximar quando tocou meu ombro, me levando a dar um pulo de susto, onde eu tentei disfarçar o quanto estava angustiada. Senti-me um pouco surpresa ao vê-la no quarto. Raramente, ela entrava lá. Virei-me de costas por alguns segundos e sorri para ela tentando disfarçar. Ela sorriu de volta e deu dois tapinhas em meu ombro. Senti que havíamos conversado mesmo sem falarmos e assim
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ela deixou o quarto saindo a passos altos que ecoavam em minha mente e finalizaram com o barulho da porta. Assim, olhei para ela e só então me dei conta ao virar para a janela e perceber que aquelas gotas não eram água, mas sim lágrimas. Minha avó saiu do quarto, porém, meus pensamentos sobre o meu comportamento estranho rodeavam a minha mente como se fossem uma insistente e constante dor de dente. Ao ver aquela cena só me restava angústia. Minha neta não era mais a mesma. Assim como eu que, de alguma forma, havia mudado, mesmo sem ter tanta convivência com a geração atual. Será sempre impossível de explicar com palavras toda a emoção que senti no momento em que, pela primeira vez, enxerguei seu rostinho lindo sonolento nos braços da sua mãe. Nem parecia o rosto abatido, que se obrigava a esconder sob um sorriso lânguido, todo o peso da tristeza que tinha perante os seus problemas pessoais. Saio do quarto me recordando de pegá-la no colo pela primeira vez e jurando ajudá-la a se levantar em todas as quedas, jurando nutri-la com todos os sentimentos amorosos que tinha dentro de mim e jurando protegê-la sempre. Sentia-me imponente! Sei que não devo interferir muito na sua vida e muito menos tentar resolver os seus problemas, mas não é o desejo de todas as avós ou mães? Ver os filhos com todos os seus problemas resolvidos, de modo que eles só andassem sorrindo singelos pela casa? Paro abruptamente no corredor - não que eu tenha andado muito, já que a velhice não ajuda - e dou meia-volta. Não posso tomar para mim as suas aflições, contudo, posso ajudá-la e até apontar soluções e caminhos. E então dou meia volta, decidida a deixá-la melhor. Nada me deixaria mais feliz do que ver novamente o sorriso maravilhoso, que mesmo raro, ela tem. Adentro o quarto sem aviso prévio e torço para que ela não se sinta chateada com a minha “falta de educação”. - Você realmente não parece bem. E por algum motivo eu sinto uma necessidade intensa de falar com você. - Vovó? Eu não esperava que a senhora voltasse para o quarto. - Ela falou e rapidamente enxugou o seu rosto com as costas da mão direita. - Sabe... eu também odiava passar as férias no interior, na casa dos meus avós. Mas, na verdade, meus avós nunca exatamente tentaram me fazer se sentir mais à vontade. Eu não quero que cresça com o mesmo sentimento. Você me deixa te ajudar? Eu disse enquanto segurava sua mão e sentava ao seu lado. Olha às vezes precisamos conversar com as pessoas que estão à nossa volta, por mais que isso seja difícil para você, quero sim lhe ajudar. Sempre quis.
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- Eu entendo. Nunca fui aberta com ninguém principalmente com a senhora. Mesmo nunca reparando no quanto é incrível comigo, e no quanto se importava. Acho que maior parte de todos os problemas vem de mim. - Sabe que, uma vez, minha mãe me disse que eu era muito maior que todos os meus problemas entende? Internalizei profundamente aquelas palavras e quero que você faça o mesmo. E - começo a falar e tento não chorar - não se esqueça de nunca, não importa onde você estiver eu sempre estarei aqui com você! Consigo ver os seus olhos lacrimejarem então continuo antes que ela - e eu também chore, me impedindo de falar tudo o que preciso. - E eu queria te dizer que você tem que viver. Viver, não apenas existir. Viver intensamente como quem não se preocupa demais com o futuro e sim com o presente. Viver cada segundo porque logo você irá crescer meu amor e sei que irá desejar viver tudo novamente, mesmo as quedas mais bruscas! Você é e sempre será amada por quem olhar você por completo, minha neta. Eu te amo muito e sempre te amarei! Eu só desejo que realmente me escute e guarde isso. - Eu respirei profundamente antes de continuar. - Resiliência, meu amor. É algo raro e extremamente necessário. Não pode simplesmente evitar seus momentos ruins, mas eu te prometo que se decidir enfrentá-los, você vai se fortalecer mais a cada dia. - Mas vovó, o quanto isso será difícil? - Muito, a ponto de demorar até sua vida adulta pra aprender. Mas você não vai conseguir experimentar nenhuma experiência melhor do que essa em sua vida, querida. Se permita sentir todas as emoções ao máximo, sejam boas ou ruins. Todas elas, boas e ruins, vão te levar a felicidade real, e a realização total como pessoa. Abraçamo-nos naquele momento, e em meio a algumas lágrimas, eu sabia que tudo que eu disse a levaria a ser uma pessoa dezenas de vezes mais extraordinária. Quarta-feira, 5 de dezembro de 2018, eu cheguei cansada em casa depois de um longo dia de trabalho, mas embora o cansaço seja extremo, eu me sinto tão realizada e feliz. Foi quando eu me lembrei da conversa que me trouxe até onde estou. Minha avó foi com toda certeza a pessoa mais sábia que conheci em toda minha vida. Todo o percurso para chegar até aqui, todas as dores e dificuldades que enfrentei. Todas as felicidades e momentos incríveis em minha vida. Ela com certeza estava certa. E eu desejo tanto poder voltar no tempo e mostrá-la o quanto eu sou uma pessoa melhor agora. O quanto ela me ajudou a encontrar a melhor versão de mim mesma. Eu nunca esquecerei nada disso. Conto produzido por Luana Vieira, Matheus Nascimento, Lavinha Santiago, Iaderson de Matos, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa Lima
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Enfermagem Guilherme Nunes, Talisson de Deus, André Lucas, Camylle Simões Música III – Marvin
Vida de Zé José era um menino humilde, morava no interior e tinha como base familiar os ensinamentos de seu pai e sua mãe. Logo quando criança seus pais resolveram chama-lo carinhosamente de Zé. No interior, com a vida difícil, ele tentava estudar e se esforçar para ser alguém na vida, mas algo de ruim aconteceu com ele: a morte do seu pai. Antes de ele morrer, deu algumas dicas para José, mas a principal orientação foi: continuar e se esforçar cada vez mais para manter a família unida e amparada, agora como homem da casa era fundamental seu amadurecimento. Zé não consegue superar a perda de seu pai. Andava pelos cantos se lamentando, diante das dificuldades, não sentia mais vontade de ir para escola, via sua mãe lhe cobrando para que ele não abandonasse os estudos, mas não tinha motivação nenhuma de estudar e assim consequentemente deixou de frequentar a escola. O campo virou seu local de trabalho e a esperança se depositou em José. Muitas vezes, cantava para alegrar-se enquanto com muito esforço ia capinar. E dia após dia, a rotina se repetia trazendo estabilidade para a família. Um dia então o céu escureceu e uma grande tempestade ataca a plantação, o trabalho de um ano inteiro tinha ido embora em algumas horas. Zé tomou consigo a responsabilidade de ser o homem da casa, com apenas 12 anos de idade, sua mãe um pouco debilitada e dois irmãos mais novos para sustentar. Com mas uma decepção, ele se vê desesperado, mas o pior estava por vir. No interior, sem muitos recursos para a sua sobrevivência, sua mãe acaba morrendo, deixando Zé e seus dois irmãos sozinhos. Zé pensou em se matar, mas o amor pelos irmãos fez com que ele acreditasse e buscasse uma vida melhor. Continuou trabalhando e se esforçando com todo o peso do mundo em suas costas. Quase sempre sem dinheiro para viver, com dor no coração roubava para comer e a vida ia lhe ensinando o quão difícil era sobreviver, mas não desistia porque ele sabia que dias melhores iam vir. Mas esse dia custava a as dificuldades faziam-no desistir até que quando em um de seus furtos rotineiros a polícia passou e quase o pegou aquilo foi desesperador!!
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Imagine como ficariam seus irmãos sem ele. Estava na hora de parar senão iria ver o sol nascer quadrado. Zé então resolveu buscar outra forma de dar de comer a seus irmãos. Então surgiu uma grande e repentina ideia de engraxar sapatos na cidade, então ele começou… todos os dias antes de o Sol nascer, Zé ia caminhando até a cidade, na esperança de conseguir dinheiro cedinho para poder voltar pra casa e cuidar de seus irmãos. Semanas se passaram e então Zé engraxa o sapato de Roberto, um homem muito conhecido por descobrir grandes talentos da música, em meio a conversa Zé disse que cantava muito e Roberto disse que lhe procuraria depois, pegou seu endereço e seguiu seu caminho. A visita tão esperada movimentou o simples vilarejo. Zé via a oportunidade para crescer, do seu sonho se concretizar. A vida finalmente parecia lhe trazer uma luz, o empresário Roberto chega ao vilarejo e começa a conversar com Zé e descobre seu enorme talento de cantar e tocar violão, que era o que ele fazia pra se distrair dos desenganos da vida. O empresário então começa a divulgar o talento de Zé em festas e, finalmente consegue chamar a atenção de uma grande produtora. Zé muda-se para a cidade deixando sua humilde casa para outra família sobreviver do plantio ali, matricula seus irmãos nas melhores escolas para que eles não sofram o que ele teve de sofrer quando tivera sua idade.
Conto produzido por Guilherme Nunes, Talisson de Deus, André Lucas, Camylle Simões, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração Mayana Kesia, Bruno Levy, Laisa Rodrigues, Joice Carvalho Música III – Marvin
A Reviravolta A morena se encarou no espelho mais uma vez, estava bastante cansada devido a acontecimentos presentes na sua vida, dois deles são as idas e vindas do hospital onde sua mãe se encontra após um infarto do miocárdio e o outro é a procura de emprego para sustentar sua família. Ao passar pela recepção do hospital, escutou logo seu nome sendo chamado por uma enfermeira que lhe trouxe uma notícia já esperada. Carla caiu em prantos, pois agora sabia de toda a sua responsabilidade. Imediatamente recorreu ao quarto onde encontrava sua mãe Lena. No entanto, parou no caminho ao sentir a forte presença de sua guerreira e escutou uma voz que jamais imaginou ouvir novamente, dizendo: - Carla, filha agora é com você. Criou forças, entrou no cômodo em que sua mãe estava, beijou sua mão agradecendoa. -Te amo, mamãe! A senhora fez o seu melhor cuidando de mim com todo o seu amor. Após resolver todas as pendências no hospital, ligou para seus parentes contando o acontecido. A tia Lucinda foi a que mais a questionou: - Quem vai sustentar a casa? Suzi tem apenas 3 anos, o que será dela? Vai necessitar de amparo judicial. Carla não conseguia responder nenhuma de suas perguntas. - Como você vai cuidar de uma criança, trabalhar e estudar Carla?!- exclamou a sua tia. - Agora é comigo! - falou com os olhos cheios de lágrimas. Sua tia com um tom irônico e ameaçador falou: - Darei a você três meses e depois disso, venho aqui ver se está tudo em ordem, pelo contrário chamarei as autoridades e levarei Suzi comigo. Fechou a porta e foi embora. Carla chorando correu até o quarto onde estava sua irmã: - Prometo que não vou deixar que nos separem, minha pequena.
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Dias depois do velório de sua mãe, Carla acordou cedo e foi arrumar a Suzi para sair em busca de um emprego. Entrou em todas as lojas do centro da cidade, mas nenhuma delas queria empregar uma jovem sem experiência e carregando uma criança que aos olhos das pessoas era sua filha. Ninguém queria dar oportunidade para uma possível mãe solteira. Logo entrou em um pequeno restaurante e falou com uma pessoa encarregada para contratar funcionários. Ofereceram-lhe um trabalho para limpar as mesas dos clientes e os banheiros. Carla respirou fundo, mas não podia recusar, pois não saberia quando iria encontrar outro emprego. - Aceito!! Amanhã mesmo começo! - assinou os papéis e saiu com sua irmã em seus braços À noite vestiu sua irmã e levou-a para a faculdade. Quando estava passando pelo portão a impediram de entrar com a criança, mesmo ela explicando a sua situação. O segurança se desculpou, mas não poderia quebrar as regras da faculdade. Então voltaram para casa. Carla estava muito abalada com a situação, mas rapidamente decidiu que não iria se lamentar com isso e lembrou das palavras da sua mãe: Carla, filha agora é com você! E assim dormiu com esse pensamento. Triiiiiiim! O despertador toca acordando a morena que assustada se levantou da cama com um certo medo de se atrasar para seu novo emprego. Preparou o café da manhã, em seguida segurou na mão de sua irmã e foram para o restaurante. No decorrer da semana acertou os últimos detalhes do emprego, ficou amiga de Renata, uma senhora que trabalhava junto com ela que se disponibilizou para cuidar de sua irmã enquanto iria para a faculdade. Nesse período, pensava no seu pai que não conhecia, a única coisa que sabia era que a família do seu pai era de diplomatas e não apoiava um relacionamento com uma mulher de família pobre. Por esse motivo fizeram de tudo para separá-los, quando sua mãe engravidou fizeram com que seu pai acreditasse que o mesmo não era o pai, deixando Lena grávida. Mas por ironia do destino, em uma tarde no restaurante, Carla esbarra em um cliente, derrubando nele um copo de suco, imediatamente pediu-lhe inúmeras desculpas. O homem olhou profundamente para ela, como se a reconhecesse, balançou sua cabeça para esquecer alguns pensamentos e logo Carla escutou o gerente chamando o senhor a sua frente. Percebeu assim que Afonso era o dono do restaurante, pediu novamente desculpas e voltou para seu trabalho. Depois desse acontecido Carla ficou de certa forma amiga de Afonso, ele sempre perguntando de sua família e querendo ajudá-la.
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Passados três meses, Lucinda aparece em sua casa acompanhada das autoridades e de um advogado que observou todo o espaço e fazendo algumas perguntas para Carla e sua irmã, em seguida Lucinda começa a falar: - Como vocês podem perceber a Carla nã…- foi interrompida pelo som da campainha. Carla abriu a porta e o senhor Afonso estava lá, ela perguntou se tinha acontecido alguma coisa, ele fez sinal que não, então Carla o convidou a entrar. Lucinda logo se fez de despercebida e continuou a falar: - Como eu ia dizendo, essa garota não tem condições de ficar com a criança. - Mas eu tenho!-disse Afonso com um tom autoritário. - O que o senhor é da senhorita Carla Alves?- perguntou o advogado de Lucinda. - Sou o pai da Carla e tenho condições não só de cuidar e proteger a Carla como também da Suzi. Carla simplesmente não sabia o que falar e já não tinha forças nas pernas para se sustentar. Lucinda que ficou boquiaberta logo deu um suspiro. O advogado não sabia o que responder, agora nada impedia a jovem de ter a guarda da criança. Conhecia Afonso Ferreira, o grande diplomata e gastrônomo. Carla saiu daquele lugar e foi para o quarto, quase se arrastando sem acreditar no que estava acontecendo. Fechou a porta, sentou na beira da cama e começou a chorar. Levantou-se após acalmar-se um pouco e já enxugando as lágrimas que escorriam sobre seu rosto escuta leves batidas na porta, não sabia se abria a porta. As batidas foram ficando mais fortes, quando ela decidiu abrir. Era Afonso, seu suposto pai, não fazia sentido aquela reviravolta tão grande em sua vida, parecia até um milagre. - Talvez você nem queira me olhar, mas saiba que eu estarei aqui para te proteger, filha. - falou Afonso. Naquele momento ela não conseguiu conter suas lágrimas e se jogou em seus braços, finalmente ela iria ficar com Suzi, sua querida Suzi. Na sala, Lucinda estava conversando com o advogado. - Dona Lucinda, infelizmente não vejo provas contra a Carla que façam com que ela não fique com a Suzi. E o Sr. Afonso tem todos os recursos para poder manter as duas. afirma o advogado. Lucinda deixou um bilhete em cima da mesa e foi embora com o advogado. Carla e Afonso conversaram bastante e Carla aceitou que Afonso cuidasse dela e de sua irmãzinha.
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No final do dia, Carla viu o bilhete que dona Lucinda havia deixado em cima da mesa, curiosa pegou o papel e quando abriu tinha escrito: “Carla, agora é com você!” Aproximou o bilhete do seu coração, viu que todo o sacrifício valeu a pena. Respirou fundo, olhou para o céu e sorriu.
Conto produzido por Mayana Késia, Bruno Levy, Laisa Rodrigues, Joice Carvalho, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Enfermagem Kailane Ribeiro, Sara Sampaio, Yasmin Alves Música IV – Somos Quem Podemos Ser
Um intervalo na escuridão Todas as pessoas da minha idade se lembram de detalhes mínimos relacionados a eventos especiais que fizeram parte de suas vidas, como a cor do vestido de formatura, o olhar terno do primeiro amor ou até mesmo o jeito que o cabelo estava devidamente arrumado no primeiro encontro. No entanto, outros elementos tomam conta de minhas lembranças. Todas elas são marcadas por um cheiro, uma melodia, um toque… Mas, sempre havia algo que me incomodava em meio a essas memórias, uma sensação diferente… Não entendia o porquê, apenas parecia que nem tudo ao meu redor era realmente como me faziam acreditar ou, pelo menos, não tão maravilhoso quanto. Imagine que você nunca tenha visto o rosto de pessoas importantes ou até reconhecido amigos na rua, acenando para eles, lembrado dos objetos e das coisas que marcaram aquele momento. Entretanto… não é tão ruim assim, desde que me digam o que está acontecendo. Recordo-me muito bem de quando meus dois melhores amigos insistiam em me incluir em seu passatempo favorito: observar nuvens. Deitávamos juntos na grama do meu quintal e fazíamos daquilo a “nossa” maior diversão. Enquanto isso, eu me colocava a ouvir o que Nana e Marquinhos diziam ao admirar o céu. - Marquinhos! Você está vendo? Olha ali! Um esquilo! - Esquilo? Parece mais um coelho… Eu não sabia ao certo como idealizar o que eles estavam falando, então apenas ficava quieto, prestando atenção em suas palavras e anotando mentalmente todas as descrições que citavam. Mas... Obviamente muitas delas não faziam sentido, não se encaixavam, e aquilo era, de certa forma, inquietante. Não aguentei guardar os inúmeros questionamentos que surgiam, então logo comecei a disparar perguntas uma atrás da outra. - As nuvens… Como elas são? Parecem com algo? - Bem… - disse Nana, possivelmente procurando uma maneira de me explicar. - Elas estão distantes! E… lembram algodão! - Marquinhos logo cortou o silêncio que se instalava. - Algodão?
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- Sim, Kael! - Os dois falaram ao mesmo tempo com a esperança de me fazerem calar, logo voltando a atenção novamente para o que viam no céu. - Ah… - Fiquei pensativo sobre aquilo e por reflexo comecei a esfregar meus dedos uns nos outros, tentando imaginar a textura do algodão. Me parecia muito engraçado pensar que existiam pedaços de algo fofinho daquele jeito acima da minha cabeça, mesmo que muito distante. Esse momento não foi tão esclarecedor a ponto de retirar todas as minhas dúvidas, mas, anos depois, as respostas foram tão rápidas que sequer tive tempo de reação. Neste dia, havia intenso movimento, várias pessoas passavam por aqui e perguntavam por meu avô. Estava tudo muito estranho. Minha mãe, preocupada, discutia com os outros parentes se poderia me levar com ela ou não. Desconfiei, mas nada que pudesse afirmar naquele instante. Quando chegamos ao local, o mesmo movimento que esperava encontrar tinha sumido, o ambiente estava silencioso. Até que começaram a declarar o quanto amavam o meu avô, e… minha mãe, pobrezinha, acabou por soluçar ao meu lado. Perguntei o que estava acontecendo e ela rapidamente disse: - Nada, filho! O vovô teve que fazer uma viagem, então viemos nos despedir dele no aeroporto. Você pode esperar só um momento lá fora? Mal escutei a pergunta é já estava sendo levado para fora. Como não tive opção, apenas sentei em um banquinho que parecia não se encontrar tão distante de onde estávamos, e então, permaneci aguardando. Ouvi de longe o som de passos que ficavam mais altos ao decorrer da aproximação, até que senti alguém sentar ao meu lado de forma desengonçada, enquanto murmurava alguma coisa. Aparentava estar nervoso, pois o tom de voz apesar de baixo se mostrava alterado, ao mesmo tempo em que era… familiar. - Kael! - Marcos? Por que está aqui? - Eu que pergunto... - Me pediram para esperar alguns minutos do lado de fora do aeroporto, parece que meu avô foi viajar. - Ai, ai, Kael, mais uma vez você se contenta com tão pouco, essas histórias… - Hã? Qual o problema? Marcos… Andou bebendo de novo?
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- Só porque alguém não está tendo pena de você, ele está bêbado? - O rapaz riu num ar irônico e logo prosseguiu a fala. - Nossa, deve ser muito frustrante viver assim… Sabe, com as pessoas ao seu redor escondendo tudo de você por ser mais fácil. - O que exatamente você quer dizer? - perguntei, já perdendo a paciência. Não sei ao certo o motivo, mas lágrimas já se formavam em meus olhos… Provavelmente eram fruto da raiva repentina que eu estava sentindo daquele tom sarcástico incomum presente na voz do outro. - É tão difícil entender... Mais uma vez a criancinha ingênua vai precisar que mintam para que ela se sinta "normal" como os outros? Kael, por favor! Você está em uma funerária, não em um aeroporto. Seu avô morreu e eu estou aqui por isso, perguntei porque queria saber a razão de você estar do lado de fora e não na cerimônia - O garoto suspirou pesado, como se estivesse tão irritadiço quanto eu. - Eu sempre odiei a forma que contavam as coisas a você, até mesmo eu. Você já sabe que o sol não é uma bola de futebol gigante e quente, que as nuvens não são feitas de algodão e, agora, que o seu avô não foi viajar… Pelo menos, não para um lugar de onde possa voltar. Você só fica sabendo a verdade tempos depois e eu sei o quanto é ruim a sensação de ser enganado sobre algo a vida inteira. Com certeza suas palavras foram um choque e as mesmas clarearam muitos pontos obscuros em minha mente. Todavia, seria muito dramático se eu dissesse que meu chão desabou ali, e eu estaria mentindo também. Afinal, não é como se eu estivesse sempre conformado com as meras desculpas que davam para muitas de minhas perguntas… Apenas preferia acreditar que existia uma razão para tal, talvez me poupar de algo, quem sabe. Então sustentar a dúvida era bem mais convidativo. Sempre ouvi falar que o mundo tem seu lado bom, assim como também possui o cruel, e muitas pessoas sofrem com isso. Como eu o enxergo da forma que ele se apresenta a mim, algumas coisas são ocultadas a partir do momento em que as descrevem de forma positiva e se tornam muito mais agradáveis… Entretanto… será que exclusivamente e tão somente eu sou egoísta assim, a ponto de preferir a omissão? Ou boa parte das pessoas também pensam e agem dessa forma? Porque pelo o que percebo… nunca o ser humano esteve tão cego ou embriagado em relação ao que acontece fora da própria vida, pois é melhor fechar os olhos para tudo aquilo que não é belo.
Conto produzido por Kailane Ribeiro, Sara Sampaio, Yasmin Alves, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração Kaline da Silva, Layra Kesia, Davi Barbosa, Tiago Daniel Música IV – Somos Quem Podemos Ser
Tudo por um sonho Olá, meu nome é Caio. Tenho 17 anos, moro em uma grande capital e como toda grande cidade, tenho grandes sonhos. Sou uma pessoa que aprecia amizades e curtir a vida. Estou concluindo o Ensino Médio e, justamente, com esse momento importante da minha vida, outras decisões me são exigidas. Tenho que decidir o que quero para minha vida. Estou em uma confusão crucial que se refere ao meu futuro. De início meu sonho é ser professor de História. Mas sei que hoje em dia ser professor é complicado, a sociedade julga e desvaloriza a profissão. Ainda não contei ao meu pai sobre ser professor, nas reuniões em família sempre surge a pergunta. - Filho, já está preparado para o Enem? Já imagino você de jaleco fazendo o bem para várias pessoas. Nesses momentos sou pressionado, sinto um frio na barriga, às vezes não sei o que responder, se eu revelar a profissão que realmente quero meu pai não iria gostar nenhum pouco, e muito menos minha mãe. - Sim, pai, estou preparado, não vejo a hora de entrar na universidade de Medicina. afirma Caio. Nesse momento, se abre um sorriso enorme na face do pai de Caio. Chegou o primeiro dia do Enem, estou nervoso por um lado, por outro me sinto pressionado por meu pai e seu sonho obsessivo de que eu seja médico. Eu tento não pensar muito nisto, enquanto atravesso os portões do local da prova. Apesar de ter uma estrutura precária, o ensino é muito elogiado pelos alunos que estudaram aqui. Eu sempre tive vontade de vir à esta escola, mas meu pai como sempre decidindo meu futuro. Ele me colocou em outra escola e não pude opinar. Enfim, afasto os meus pensamentos, pois percebo que cheguei na sala de aula tão inconscientemente que fico com medo de ficar pensando demais em meus problemas e não conseguir obter um bom desempenho na prova. Estou aflito, mas eu estou seguro, pois me preparei muito para este dia. Realizei a prova e fui direto para casa descansar.
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Um dia depois, o pai de Caio anuncia: - Filho, sua prova do Enem chegou, vá corrigi-la. Caio pega a prova depressa: Seguro a minha prova com receio, mesmo que eu acredite que obtive um bom desempenho. Analisei as respostas da prova e percebo que minha nota fora excelente, mas não me contento com a mesma. Mesmo com todo o nervosismo que antecedem as próximas provas, me sinto mais calmo. Afinal, 50% do Enem já foi realizado. Agora só faltam as exatas. O tão esperado segundo dia do Enem chega. Chego à escola para o segundo dia de prova tranquilo, pois como já tinha dito, realizei 50% da prova com êxito. Passo pelo portão da escola com destino a sala na qual irei fazer a prova. Após cinco horas cansativas de muita leitura e raciocínio, termino definitivamente o Enem. Finalmente acabou, agora só quero ir para casa e descansar, porque amanhã será um novo e belo dia. Alguns dias depois, Caio senta-se no sofá, passa horas ali pensando no seu futuro e, abruptamente, toma uma decisão importante: - Necessito pensar em uma maneira de conversar com o meu pai sobre o meu futuro. Quero dizer-lhe que meu sonho é ser um incrível professor de História e não um excelente médico! Certo dia, Caio marca de sair com seu primo ao shopping para matar a saudade. Chegando lá, Caio conversa com seu primo. E Carlos lhe pergunta: - Primo quando você irá tomar a decisão de contar aos seus pais sobre o seu sonho? Caio não responde nada ao seu primo, mas fica pensativo. Passado um dia depois, Caio chama seus pais até a sala de sua casa para ter uma conversa acerca do seu futuro. -Pai e mãe, eu preciso ter uma conversa com vocês dois! Sempre dou ouvidos e obedeço a vocês, sobre o que os dois planejam para o meu futuro. Porém, nunca me perguntaram o que eu realmente queria. - Como assim filho, você não quer ser médico? -Não, o que eu quero é ser professor de História. Esse sempre foi o meu sonho. - Caio, meu filho, eu não permito você ser professor! Não aceito de modo algum um filho que prefere ser professor do que ser médico sob o teto da minha casa. Aqui você não fica mais com seu sonho absurdo, se for pra ser professor que não seja debaixo do mesmo teto que eu, saia agora!
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Nervoso, Caio saí de sua casa imediatamente. Desgovernado andando pelas ruas, quando de repente um carro vem em sua direção, Caio não consegue escapar, e acaba sendo atropelado. Ele vê apenas a luz se aproximando e se expandindo em torno dele, até que esta luz se apaga e ele pisca frenético na tentativa de reconhecer o que tinha acontecido. Quando se deu conta do que acontecera, Caio entendeu toda a situação por meio da enfermeira que o tratava. Ela explicou-lhe que ele sofrera um acidente e que ligou imediatamente para os pais dele. Contudo, Caio ficou em coma por alguns dias ainda para se recuperar e quando já estava lúcido de si, ele teve uma conversa franca com os seus pais. - Filho - a mãe começou com muito nervosismo. - olha, depois do que aconteceu nós pensamos muito na sua decisão e acreditamos que tão pior quanto a morte é viver uma vida que os outros querem que nós vivam! - Isso mesmo filho! - o pai ponderou - queremos o melhor para você e, se o melhor for a decisão de ser professor, não tem problemas! Nós te amamos muito e sempre estaremos com você para ajudá-lo. Alguns meses depois, Caio consegue uma bolsa de estudos para a Universidade que tanto desejava, e assim prossegue a vida de Caio, sempre motivando seus alunos a buscar pelo o que eles realmente se identificam e relatando sua história de vida ao final ele sempre acrescentar: - Uma lição eu aprendi: que nunca devemos desistir de nossos sonhos, pois com determinação e força de vontade conseguimos alcançar nossos objetivos, sempre perseverando e acreditando em si , mesmo que as pessoas não coloquem fé em você.
Conto produzido por Kaline da Silva, Layra Kesia, Davi Barbosa, Tiago Daniel, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Enfermagem Jade Lianna, Ana Carla,Isabelle Rejane, João Victor. Música V – Tempo Perdido
John em: o Planeta Time John era um jovem comum, igual aos outros. Ele tinha 19 anos, cor parda, 1,70 de altura e gostava muito de imaginar mundo irreais. Era sonhador e alegre. Gostava muito de praticar esportes, principalmente voleibol e futebol. Fazia muita atividade física e tinha uma vida consideravelmente normal. Mas tudo mudou rapidamente. Certo dia quando estava jogando futebol, John teve um desmaio repentino e surpreendente, coisa que nunca havia lhe acontecido antes. Seus pais ficaram muito preocupados e o levaram ao hospital. Chegando lá, após ser atendido pelo médico, ele e sua família receberam uma notícia muito triste: o jovem estava com leucemia e, devido a isso, foi rapidamente internado. Mas a notícia que mais chocou a família foi que ele tinha apenas seis meses de vida. Começaram imediatamente os tratamentos para tentar aumentar as chances de uma possível cura, ou pelo menos dar um pouco mais de tempo ao jovem John, mas nada dava certo. A partir da situação em que John se encontrava, seus dias eram baseados em uma mesma rotina: repouso, medicamentos e aparelhos durante dias e noites. Ele sabia sobre o seu tempo de vida, mas aproveitava da maneira que dava. Sempre alegre e contagiando a todos que estavam ao seu redor, pois John era um jovem muito querido. Ajudou outros pacientes que estavam em seu mesmo quadro médico, alegrando e fazendo com que os outros desfrutem da vida e de suas virtudes, mesmo sendo em dias ou momentos difíceis. Alguns dias se passaram e John continuava em repouso em sua maca, quando de repente surgiu um homem estranho saindo de uma espécie de portal. John olhava para ele, mas não o reconhecia. O homem aproximou-se dele e se apresentou, dizendo que se chamava Chronos e que era o deus do tempo e rei do planeta time. John ficou assustado, mas ao mesmo tempo estava encantado com tudo aquilo que estava acontecendo. Com o passar dos dias convivendo com John, o deus do tempo deixou escapar que ele, de certa forma, poderia reverter seu quadro ou até mesmo modificá-lo totalmente. Mas para isso John teria que confiar e acreditar em tudo que ele lhe diria dali pra frente.
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John estava cada vez mais confuso porque nunca foi de acreditar em deuses, nem em portais, muito menos em milagres de cura de vida. Por mais que adorasse pensar nesse tipo de coisa, ele nunca havia tido uma experiência, nem sequer um relato, por isso era um pouco difícil de acreditar naquele momento. Chronos então lhe fez um convite rápido e repentino: “— Você gostaria de ir ao planeta time para poder aproveitar mais o tempo que lhe resta, ou até muito mais?” John ficou totalmente sem entender, mas, como sempre foi conhecido por sua coragem, aceitou o convite, apesar de estar um pouco confuso e inseguro em relação a isso. Então partiram os dois para o planeta time, através de um portal, o mesmo que havia sido aberto para que o deus do tempo fosse ao encontro de John. Chegando lá, John percebeu como era maravilhoso aquele lindo e espetacular planeta, cheio de grandes fendas do tempo, soldados e um palácio magnífico. John teve que se acostumar com o novo modo de vida no planeta Time. Sem delongas, o rei mandou lhe preparar um banquete farto. Durante o jantar, Chronos pediu a palavra a todos que estavam presentes, para dar um anúncio de grande importância que já estava todo arquitetado em sua mente desde o dia em que conhecera John: “— John será o próximo rei deste planeta!”. Todos ficaram boquiabertos com a notícia, principalmente Leon, o braço direito do rei Chronos que sempre teve inveja da postura e soberania do mesmo, e queria seu lugar no trono, mas ele ficou em silêncio e jurou a si mesmo que faria de tudo para que John não tomasse posse daquela coroa, muito menos daquele planeta. John também ficou surpreso com a notícia, pois ele não se achava merecedor de tal oportunidade, mas Chronos lhe assegurou que ele seria preparado e estaria pronto para o grande dia. Após alguns dias, John começa seu treinamento físico e também psicológico. Ele não entendia o porquê do treinamento psicológico, foi então que Chronos lhe disse: “—John, você precisa refletir muito sobre o tempo, porque ele é muito importante, pois cada minuto que se passa no planeta time, está se passando vários outros acontecimentos no seu planeta, e sempre é necessário aproveitar cada instante da vida, pois ela é passageira, mas você não deve pensar só no tempo que perdeu, mas sim no tempo que está por vir, novos acontecimentos e novas ações.” Quando John começou o treinamento psicológico, ele sempre se lembrava das sábias palavras de Chronos, a partir daí ele começou a passar por batalhas em sua cabeça, que ele
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nunca conseguiu ultrapassar, principalmente quando era uma lembrança de seu tempo na terra e também de seu tempo de vida. Leon vendo o avanço de John, ficou muito enciumado e furioso, então começou a aliar-se a novos companheiros que também eram contra o reinado de John, foi aí que Leon colocou seu plano em prática de tornar-se rei antes de John pensar em usufruir da coroa. Com o passar de mais alguns dias e de muito treinamento, John estava quase pronto para tornar-se rei. Mais Leon sempre atrapalhava seus planos. Quando Chronos estava em seus aposentos, Leon então mandou uma bebida que estava com uma porção que deixaria Chronos fora de seu caminho enquanto botava seu plano em prática. Após John voltar do campo de treinamento, ele avista um tumulto no palácio, então decide ir apressadamente para lá. Chegando lá, Leon estava no trono de Chronos. Leon então disse: “—Eu serei o novo rei do planeta time e você não poderá impedir isso.” John fica assustado e pergunta onde se encontra o rei Chronos. Mas Leon diz que ele está preso e que não poderá ajudá-lo. Então Leon aproveita o momento e desafia John para uma batalha. O vencedor ganha a coroa. Os dois começaram uma batalha dura e árdua. John é atingido pelo ato covarde de Leon que chamou seus homens para segurá-lo, e então Leon atinge ele com sua espada. John fica prostrado no chão, quase desistindo pela falta de força, mas foi a partir daquele momento que ele lembra o que Chronos havia lhe dito para refletir, ele relembrou dos momentos na Terra, todos aqueles adolescentes no hospital e tudo o que ele já tinha vivido, como o tempo que ele perdeu e o tempo que ele ainda tinha para viver e que nada iria mudar tudo aquilo que ele viveu até ali. A partir daí ele descobre um dom que lhe havia sido dado por Chronos: ele poderia parar o tempo e fazer o que quisesse. Então ele usa esse dom para derrotar Leon. Depois de uma batalha sangrenta e de muitas dificuldades o jovem John consegue vencer Leon, ficar com o trono e libertar Chronos. Após ele libertar Chronos, acontece um belo jantar em homenagem a John, mas também para celebrar tudo. Chega o grande dia: John é coroado rei do planeta time e dono do poder de todas as fendas. E, assim, ele aprendeu que o tempo é uma virtude da vida que passa, mas pode ser infinito enquanto dura. Em seu discurso de reinado no planeta time John declarou: “—...temos todo o tempo do mundo…”. Conto produzido por Jade Lianna, Ana Carla, Isabelle Rejane, João Victor, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração Vitória de Freitas, Carolina Rodrigues, Maria Bárbara, Melissa Matos Música V – Tempo Perdido
Tentando voltar no tempo Francisco era um velho homem, que já havia trabalhado em jardinagem em uma das mas belas mansões do Rio de Janeiro, na década de 80. Aparentemente um homem simples, mas que tinha um sonho nada comum: voltar no tempo e consertar seu passado. Sua triste história, começa quando em um fatídico dia de trabalho na mansão, ele escuta uma voz doce e suave de uma linda mulher. Era Ofélia, a esposa do milionário Dionísio Delfim, seu patrão e um dos seus melhores amigos. Ao olhar para ela, pergunta: - A senhora deseja alguma coisa? Ofélia responde: - Não deseja descansar um pouco, já que o dia está muito quente? Você deveria tomar um copo de suco comigo para refrescar, não aceita? Francisco sem perceber as verdadeiras intenções da senhora, resolveu aceitar o convite. Então foram para a cozinha e tiveram uma boa conversa, até que percebe o longo tempo que ficou conversando e a hora de ir embora chegara. Mas antes de ir ele teve uma surpresa, Ofélia lhe surpreende tentando beijá-lo, mas ele por sua vez, em consideração a seu patrão a evita. Para piorar a situação escuta a voz de um homem. Dionísio que vem chegando, ao se deparar com sua mulher sozinha na cozinha. Ufa!! - respira Francisco aliviado por conseguir escapar do beijo de Ofélia. Após refletir sobre o acontecido, Francisco pensou no que aconteceu e decidi sair do trabalho. Francisco não sustentaria uma situação desastrosa e imprópria em seus trabalho desonrando a sua reputação. Mas nesse mesmo instante, diante de seus pensamentos, recebe uma ligação de seu chefe, que queria seus serviços logo pela manhã. Mesmo ainda consternado pelo ocorrido mais cedo, confirma a presença. Ao chegar no trabalho, faz de tudo para não ver Ofélia, mas a mulher insiste em manter contato com ele para saber de sua recusa do dia anterior. - Por que você não me beijou?
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Ele a responde: -Você é a mulher do meu patrão. Muito irritada ao ver que Francisco a rejeitou fala: -Você vai me pagar muito caro. Ao escutar isso, Francisco se retira cabisbaixo e preocupado com o que a mulher de seu patrão poderia fazer. Passaram-se dias, meses e nada de Ofélia cumprir tal vingança. Francisco por não ter onde trabalhar, continuou como jardineiro da mansão. Até que um inesperado dia chegou para trabalhar, percebe algo estranho, sua patroa o chama novamente com pedido de desculpa, Quando finalmente ele se aproxima acreditando nas palavras da mulher. Ela começa a rasgar sua roupa e gritar, o pobre homem sem reação, saí correndo. Logo mais a noite, o jardineiro começa a escutar vozes de pessoas e procura identificalas. Ao chegar do lado de fora vê seu patrão e sua esposa com alguns policiais. Ele pergunta o que está havendo, seu patrão com a maior falta de respeito lhe questiona: Como você pode ter feito isso com minha esposa? Francisco o questiona: Eu lhe causei alguma coisa, dona Ofélia? Ela não responde, apenas manda prendê-lo. Francisco sem entender o que estava acontecendo e sem poder chamar um advogado, pois não tinha dinheiro para pagá-lo vai preso injustamente por um ato que não fez. Francisco fica preso e certo dia recebe uma visita inesperada. É Ofélia, a mesma que lhe mandou o cubículo do inferno. O pobre homem a recebe em paz e ela diz com semblante cínico e astuto: - Tenho uma oferta para você! Ela queria tirá-lo daquele lugar, em troca de um favor seu. Desesperado por liberdade, Francisco aceita a oferta. No decorrer do tempo, Francisco finalmente consegue sair da prisão e tenta recomeçar uma nova vida começando por conseguir um emprego, mas ele não imaginava que seria tão difícil assim, voltar a sua mesma rotina, fazendo as coisas que ele gostava. Francisco passa muitos dias em casa pensando em que poderia fazer para conseguir o que tinha perdido nesses anos preso, pois não era fácil sair de uma prisão e arrumar um emprego, já que sua forma de tinha corrido por toda a região. Em uma manhã ao passear pelo parque da cidade, Francisco encontra uma velha amiga que tinha se mudado para a cidade. Começaram a conversar e Francisco ofereceu para ajudar sua amiga com a mudança.
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Assim, Francisco começa a trabalhar na casa de sua amiga, só que entre essa amizade nasce um amor. Para Francisco isso era novo, pois como passou muitos anos preso não teve tempo de conhecer o verdadeiro amor. Ele com medo de se entregar para o seu grande amor, já que estava velho para se apaixonar, decide se afastar de sua companheira, ela já muito experiente, lhe fala: - Somos tão jovens, tão jovens que ainda podemos desfrutar do amor, esse sentimento que nos faz ver a vida de outra forma. Francisco como não podia voltar no tempo, para tentar fazer o que não tinha feito no tempo que estava preso, decide aproveitar o resto da sua vida com sua companheira. Tenta seguir em frente, criando novos capítulos para sua história com sua amada, ele recita um trecho de umas de suas músicas favoritas de Legião urbana: “Então me abraça forte/ Me diz mais uma vez que já estamos / Distantes de tudo / Temos nosso próprio tempo/ Temos nosso próprio tempo/ Temos nosso próprio tempo ”. Francisco passa a aproveitar sua vida ao máximo com a sua amada, e antes de morrer deixa uma reflexão “ devemos aproveitar a vida , pois o tempo é ouro. Cada dia precisamos tentar ser melhor que ontem ”.
Conto produzido por Vitória de Freitas, Carolina Rodrigues, Maria Bárbara, Melissa Matos, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Enfermagem Ana Sabrina, Emilly Lima, Kaylanne Freitas, Ana Lívia, Anny Evelyn. Música VI – Meu Lugar
O lugar que eu escolhi No interior do Nordeste, em uma pequena cidade chamada Aracati, mora a doce e encantadora Jacira. A menina passa seus dias muito contente ajudando seu pai na feira, localizada no mercado municipal. Aos 10 anos de idade perdeu sua mãe acometida por doença de pele, que com o passar do tempo se agravou. Jacira sofreu com a morte de sua amada mãe por dias a fio sem cessar, deixando de lado sua alegria contagiante, perdendo o brilho em seus olhos e permitindo ser tomada pela tristeza. Após dois anos do falecimento de sua mãe, ela percebeu que poderia sim ser feliz novamente e voltou a realizar as suas atividades na feira com o seu pai. Francisco, que lutou por todos esses anos para recuperar-se e dar forças a sua filha, fica contente ao perceber que ela está disposta a seguir em frente. Assim depois de dias, Jacira volta a feira e recomeça sua vida com alegria e entusiasmo, revendo os amigos e retomando sua rotina. Todos ficam contentes, já que a presença da menina tanto alegrava os vendedores e clientes na feira. Desde muito cedo, a jovem Jacira compartilhava de um sonho com seu pai, sonho esse que se torna combustível para Francisco continuar a trabalhar e realizá-lo:abrir uma companhia de dança contemporânea. A garota é apaixonada por arte e deseja levá-la para todos os moradores de sua cidade e mostrar ao mundo a beleza sem igual que existe no seu lugar. Chegou o mês que a feira completaria 20 anos, e como de costume os feirantes juntavam-se para comemorar a data que marca a existência do lugar de onde eles tiram seu sustento. Todos já estavam naquele clima de festa e alegria, e claro que Jacira não ficaria de fora da comemoração. Ela ficava responsável pela animação da festa, em especial com danças, de todos os ritmos. O que ninguém sabia, é que ela tinha preparado um espetáculo com os filhos dos feirantes para apresentar na comemoração, cujo tema era nada mais nada menos que as belezas da cidade onde vivem. Juntos sem empenharam para levar algo lindo
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para o povo muito bem tematizado e característico. As pessoas estavam felizes, e andavam sempre animadas pelas ruas da cidade espalhando toda essa energia positiva. Finalmente o dia tão esperado chegou e cada um sabia em que estava encaixado, trabalhando para sair tudo perfeito e de forma harmoniosa para que não somente os feirantes, mas também os moradores de Aracati pudessem desfrutar desse evento lindo e importante. E aconteceu! A festa foi incrível, o espetáculo deslumbrante e tudo presente naquele lugar impecável. Um evento que com certeza ficará para sempre na memória daqueles que participam, fazem parte e vivem tudo que é essa feira, que não mais é somente ambiente de trabalho, mas sim de amizade e família. Após o término das comemorações, a garota foi parabenizada por todos os participantes, e fica ainda mais empolgada em levar seu sonho à frente. Os dias foram se passando e Jacira continuava em sua jornada com o pai na feira. O que ela não sabia, era que ele estava escondendo uma doença grave e não queria preocupa-la. Com o passar do tempo, a doença foi se agravando e Jacira percebera que havia algo de errado com seu pai , pois o mesmo aparentava estar abatido e já não conseguia realizar as mesmas tarefas de costume. Francisco, numa tentativa frustrante de tentar adiar o inevitável, não se deu conta que já era evidente o seu estado debilitado e que sua filha, o conhecendo muito bem, também havia notado. Mas a situação se agrava quando o homem passa mal na feira bem na frente de Jacira e é preciso ser hospitalizado, causando comoção e preocupação a todos os familiares e amigos. As circunstâncias agora obrigam Francisco e os médicos a revelarem seu verdadeiro estado de saúde a Jacira, uma menina sofrida e ao mesmo tempo sonhadora que acabara de se reerguer após uma perda. Um novo capítulo se inicia na vida da menina, ao se deparar na situação de enfrentar tudo e lutar pela vida de seu pai, com o sentimento que seus sonhos estão a cada dia mais longe de se realizarem. Então, eles finalmente contam para ela o que está acontecendo, qual doença é essa que Francisco guarda há tempos, e é revelado um câncer raro em seu estômago. Jacira fica sem chão, arrasada e imensamente triste com a notícia, nunca imaginou que algo do tipo fosse acontecer logo com o herói da vida dela. Logo a garota pensa em desistir de tudo para poder cuidar de seu pai, que a cada dia que se passava ia ficando mais doente e precisava ter a filha por perto, mas seu Francisco via que a mesma não estava feliz por pensar em desistir dos seus objetivos. Então vendo que já não estava se sentindo bem, resolveu chamá-la para conversar.
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Ele a conta que o fato de estar doente não significa a desistência daquilo que ela sempre sonhou, pelo contrário, é algo que sempre quis ver a filha realizando o que tanto desejava, por isso, por ele, ela não pode desistir e sim seguir em frente lutando por tudo que seu coração quer conquistar. Jacira então enxugou suas lágrimas e falou para o seu pai que iria lutar e não deixar morrer tudo aquilo que eles conquistaram juntos, e que mesmo assim continuaria ao seu lado pois era o dever dela como filha cuidar do pai assim como ele cuidou dela, e muito bem por sinal. No dia seguinte Jacira levanta bem cedo como de costume e com muita alegria para seguir atrás dos seus objetivos, e recebe uma boa notícia, que em uma cidade vizinha iria acontecer um concurso de dança, ela logo então falou para o seu pai da grande oportunidade. Ele ficou feliz, pois viu que sua filha estava correndo atrás dos objetivos e lhe deu total apoio. Jacira então sem pensar duas vezes se inscreve com uma dança que ela mesma teria preparado para quando o grande dia chegasse. Na cidade vizinha, existiam vários jovens que tinham muito talento para dança e que também iriam participar. Chegou o dia da seleção dos dançarinos, onde cada um mostraria um pouco da sua experiência com a dança. Jacira estava nervosa, não conseguia ter segurança em seu potencial e experiência. Pensou em seu pai, em tudo que já viveu, todas as dificuldades e percebeu que não era o momento de fraquejar, mas seguir e alcançar. E foi o que fez, chegou a sua vez de subir ao palco, ela respira fundo e se dá de corpo e alma para sua apresentação, expressa sentimento por cada nota da música. Os jurados se impressionam com tanta desenvoltura de uma garota tão jovem. Ao término de sua apresentação, os jurados lhe aplaudem de pé, elogiam com lindas palavras de admiração e motivação assim lhe dando coragem para prosseguir. Após acontecer todas as outras apresentações, chamam os participantes ao palco, para revelar o grande vencedor. Infelizmente, Jacira não ganha o primeiro lugar, otimista como é, não se entristece e fica feliz por quem venceu. Ao sair do local do evento, um rapaz aborda Jacira e a convida para conversar. Ele conta que ficou impressionado com sua apresentação e quer muito fazer uma parceria com ela em sua academia de dança, que inclusive é uma das mais requisitadas do Aracati e a deixa pensar na proposta, e marca um segundo encontro para acertarem tudo. Na volta pra casa com felicidade no peito e o sorriso no rosto, vai logo ver o pai que ao receber a notícia chora de orgulho, pois reconhece o talento da filha. Os dias se passam e chega a data marcada do encontro com o rapaz. Ele se chama Rafael, e o que Jacira não sabe é que existe um interesse a mais da parte dele, além da dança. Os dois se encontram em um restaurante para acertar acordos, e tudo flui em uma perfeita
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harmonia. Ela percebe o interesse do moço e logo corresponde, fazendo com que tudo saia de uma maneira ainda melhor do que esperavam. Eles entram em concordância, e o sonho de Jacira começa a tomar forma: participará de uma academia de dança. E o melhor: ganhou o cargo de coordenadora do local, já que a antiga fez sucesso e precisou viajar. Eles se despedem com um abraço, mas não era qualquer um, era um abraço de gratidão. E Jacira vai feliz contar tudo para seu pai, que mais uma vez vibra de alegria por sua filha. Seu Francisco está em uma ótima recuperação, o que deixa a menina ainda mais cheia de vida. Voltando a feira, ela conta para todos tudo que aconteceu, e declara abertas as inscrições para o novo ano na academia de dança, onde oportunidades únicas surgirão e sonhos serão realizados. Todos em uma voz só desejam boa sorte e que sucesso pra menina, que desde sempre foi tão generosa, humilde, honesta e disposta a ajudar. É impressionante a forma que a vida lhe retribui, com toda reciprocidade possível. A menina viveu feliz com seu pai sem abandonar a feira, e casou-se com o dono da academia, juntos formaram uma dupla impecável da arte representada através do corpo. E assim, Jacira sai pela cidade mostrando tudo que a academia oferece, visando levar arte e cultura em forma de dança para o povo que tanto ama e admira. Agora, todos da cidade dos bons ventos conhecem a história e talento da menina, que tanto fez por seus sonhos passando por diversas dificuldades e mostrando que nada disso seria uma barreira para impedir de realizá-los.
Conto produzido por Ana Sabrina, Emilly Lima, Kaylanne Freitas, Ana Lívia, Anny Evelyn, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração João Victor, Kauan Kennan, Izenilson José, Regiano Gomes Música VI – Meu Lugar
O estrategista Houve outrora um velho homem que em seu leito de morte ansiou que seu último desejo ser enterrado em sua terra natal, mas antes de ser levado pelos braços da morte ele começou a lembrar de o quão majestosa era sua vida. Então, contou aos que estavam ao seu derredor, a história de como foi parar tão longe de sua terra natal. Ele se lembrou das vezes que estava reunido com seu pai e sua mãe e dos bons momentos que viveram, até o dia que um soldado da elite bateu em sua porta, querendo falar com seu pai a respeito da guerra que estava acontecendo, e em questão de segundos todo aquele ar de alegria se tornar um ar mais sério, seu pai sabia que poucos retornavam da guerra, e com um olhar de medo olha para a sua esposa, ajoelhado e aos prantos. O homem abraça fortemente seu filho, que sem entender nada o pergunta: - O que vai acontecer com você? O silêncio foi sua resposta. O homem esperou o seu filho dormir para que o mesmo não sentisse a dor da despedida. Mas não demorou muito tempo para que uma terrível notícia chegasse acompanhada junto ao brasão de seu pai, simbolizando a morte do mesmo. O filho, agora órfão, olhou fixamente para o escudo como se estivesse encarando os olhos de seu pai. O velho então termina essa lembrança com uma fala: -Isso me faz me lembrar de outras memórias. Lembrou-se de quando era jovem, no dia que o mesmo homem que deu a triste notícia da morte de seu pai agora o queria fazer uma proposta, que seria ingressar na ordem de guerra e posteriormente ser um grande soldado. Após um árduo treinamento com outros cadetes ele finalmente virou soldado e partiu para a guerra despedindo se de sua mãe, sem saber que a sua primeira batalha que o esperava seria a mais sangrenta, encerrando assim essa lembrança. Logo após recordou da sua juventude antes da guerra e de quão habilidoso era seu pai como soldado, utilizando essa lembrança como inspiração. A próxima lembrança que veio a sua mente foi de uma estratégia que ele fez que ele fez que consistia em fazer que a linha de frente bater nos inimigos com escudo e a segunda linha os perfurassem com lanças, tudo isso em um pequeno espaço de um desfiladeiro. Essa
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estratégia foi tão bem-sucedida que o próprio rei chamou para ir falar com o próprio quando retornasse para falar sobre uma promoção para ele. Ao retornar com os bravos soldados que tinham sobrevivido à batalha deparou-se com o deplorável estado que estava à cidade ruas, casas e até mesmo o palácio completamente destruídos, no outro instante correu até sua casa à procura de sua mãe, mas chegando lá não encontrar sequer seu corpo, então em meio aos destroços ele ajoelha-se e começa a lembrar de vários momentos que passou ao lado dela e todos eram bem felizes. Então ele juntou-se aos homens que sobraram e foram decidir o que fariam, eles decidiram que cada um poderia seguir o seu caminho para as cidades próximas que eram aliadas, e ali traçar seu próprio destino. Ele decide ir para uma cidade próxima chamada Shurima, chegando ele percebe que todos o reconheceram por suas façanhas na guerra, então o rei Azir mandou o chamar para se juntar ao exército e em troca ele receberia moradia, riquezas e fama, tal fama que o ajudou a reencontrar sua mãe que não estava morta, só teria ficado louca por causa da solidão. E assim ele termina de recordar sua vida, começando a ficar mais leve e sonolento, ele então fecha seus olhos e morre logo em seguida seus dois filhos Ekko e Kayn gritam: - Lembrada seja a história de Bear, o estrategista.
Conto produzido por João Victor, Kauan Kennan, Izenilson José, Regiano Gomes, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Enfermagem Ranyelle Fernandes, Antônia Rafaela, Kaylane Alisson, Luisa Stefanny Música VII – Eduardo e Mônica
Não tente curar minha forma de amar E se todos aceitassem as pessoas como elas são? Erick acordou cedo como de costume, mas neste dia foi diferente, ele estava se recuperando da festa de despedida de sua melhor amiga no dia anterior. Enquanto no outro lado da cidade, Raul um homem formado em medicina, com seus 30 anos de idade, estava seguindo sua rotina diária a caminho de seu trabalho. Após uma tarde bem cansativa, Raul estava disposto a dar uma volta na praia de sua cidade para tentar se distrair. Erick como sempre desocupado fazia da praia naquele momento seu grande refúgio, se encontraram sem querer e conversaram muito para tentar se conhecer, discutiram gostos e costumes... e tinham um desejo em comum, que todos pudessem aceitar suas diferenças e escolhas. Ao chegar o fim do tarde, os dois decidem finalizar a conversa, trocam telefone e Raul promete um reencontro, Erick com seu sorriso de lado se despede do boyzinho que tentava impressionar. Em casa, Raul muito exausto cai no sono sem ao menos retornar para Erick. Enquanto Erick fica a noite toda a espera de seu retorno, como o mesmo não ligou, ele adormece tristonho. Logo cedo Raul liga para Erick se desculpando pela noite anterior e convida-o para um jantar em especial, ele como muito compreensivo aceita as desculpas e combina o horário. No horário marcado Raul vai ao encontro de Erick para levá-lo até o ambiente escolhido, após a chegada Erick fica impressionado com tanto carinho e delicadeza de seu companheiro, minutos depois Raul surpreende Erick com um belo pedido de namoro ao som de Dois Corações da banda brasileira Melim. Com tudo indo bem, decidem apresentar-se aos pais. A família de Erick aceitou a ideia, porém a família de Raul como bem sucedida e muito religiosa acreditava que os opostos não pudesse se atrair, causando assim uma certa rejeição ao casal. Ao se assumirem para a sociedade Raul sofre complicações no seu trabalho e é afastado do seu cargo. Viram alvo de preconceito e humilhação, a cada dia que se passava ficava mais difícil de manter a relação. Os dois viviam em uma luta diária para serem aceitos como um casal comum enfrentando a barra mais pesada que tiveram.
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Um ano se passou, e esses 360 dias foram suficientes para Raul e Erick se reorganizarem vencendo todos os preconceitos, Raul foi recontratado e Erick passou no vestibular, juntos formaram um dilema que dizia: “existe um lado bom nessa história, tudo que ainda temos a compartilhar”. A partir daí, a opinião dos outros não fazia diferença em suas rotinas. Eles nem ligaram para as críticas da sociedade só pensaram em ser felizes juntos, e assim construíram uma bela família a começar pela construção da casa e depois veio a adoção de duas crianças e assim para a alegria se concretizar resolveram sair de férias, mas como nem tudo é perfeito terão que adiar a viagem pois a filha mais nova deles tá de recuperação.
Conto produzido por Ranyelle Fernandes, Antônia Rafaela, Kaylane Alisson, Luisa Stefanny, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Enfermagem Carlos Ravi, Guilherme Ramon, Alessandra Barbosa,Giovanna Colares Música VIII – Trem Bala
O Peso da Ganância Há muito tempo, em um vilarejo, um homem tinha um bom papo. Mas não é como se diz hoje em dia, “que quem tem um bom papo é porque é bom de conversa”. O que ele tinha mesmo era uma papada enorme embaixo do queixo. No fundo achava aquilo muito desagradável, mas em vez de viver arrasado, procurava esquecer seu problema, e sendo muito sonhador, acreditava em um futuro melhor. Durante o dia, colocava a mão na massa no trabalho e de noite, cantava e tocava viola sempre alegre, refletindo sobre seu dia e como o fazia valer a pena. Em um domingo como outro qualquer foi a uma festa em uma cidade vizinha. Como tinha que trabalhar na manhã seguinte, voltou para casa de madrugada. E lá vinha ele sozinho na estrada, no meio da escuridão. Qualquer outro teria ficado com medo, mas ele não, estava fortalecido por todos os caminhos que seguia. - Eu não devo nada a Deus, nem a ninguém, - pensava ele enquanto andava tranquilo Nada de mal vai me acontecer. Só que de repente, um pouco mais adiante, ele viu um clarão esquisito, junto de uma árvore a beira da estrada. Chegou mais perto e parecia que tinha gente dançando e cantando em volta da árvore. Era uma roda de anões todos de barbas brancas, chapéus de pontas, calças com suspensórios e botas muito estranhas. A luz dos archotes não iluminava muito bem, dava impressão de coisa do outro mundo, algo paranormal mesmo. O homem beliscou o braço para ver se estava sonhando, mas os anões continuavam lá, dançando na maior animação. Ele não sabia o que era aquilo e, muito curioso, foi se aproximando da roda, até que os anões o viram. Agora não havia mais jeito. Outro teria fugido, mas ele não. Tirou a viola da sacola e pôs-se a tocar, acompanhando a música. Logo estava dentro da roda, junto com todo mundo. Os anões iam cantando: segunda e terça, quarta e quinta… segunda e terça, quarta e quinta… Eles não paravam de repetir o tempo todo a mesma frase e o rapaz acompanhando na viola até que ele achou tudo muito sem graça e completou: Sexta e sábado, domingo também… E não é que os anões adoraram a sua invenção? Até quase de manhãzinha ficaram pulando e cantando a nova música, ao som da
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viola do homem do papo grande. Quando o dia começou a clarear, antes de sumirem na floresta, os anões agradeceram ao homem e um deles disse: – Por ter alegrado nossa festa, você merece uma recompensa. Pode pedir o que quiser. – Bom, – ele respondeu -, meu desejo é me livrar dessa papada horrível. Na mesma hora, um dos anões deu um pulo e vapt vupt. Arrancou seu papo e jogou no mato. Pronto. O homem ficou com o pescoço Lisinho, parecia outra pessoa. Voltou para casa todo feliz e quando alguém perguntava como tinha acontecido aquele milagre, ele ria, mas não contava. Acontece que ele tinha um amigo que também era papudo. E achou que para ele, tinha obrigação de contar, quem sabe ele poderia ter a mesma sorte, afinal o que custava ajudar um amigo que sofria do mesmo problema, e na teoria, conseguir um amigo que pudesse contar em todas as situações, e vice e versa. Quando soube da história, o outro, que era muito ganancioso, que queria tudo e todos ao seu redor, deu risada dele: – Mas como você é burro! O anão falou para você pedir o que quisesse, e em vez de querer riquezas sem fim, você só pensou em ficar sem o papo? – É que isso era muito importante para mim, – respondeu o ex-papudo. – Eu, hein? – falou o atual papudo. – Com dinheiro a gente consegue tudo de importante na vida. Deixe comigo, que eu vou pedir a coisa certa para mim. Naquela mesma noite, o papudo foi até a árvore e lá estavam os anões na roda. Ele fez tudo o que o amigo havia feito, sem tirar, nem pôr até que o sol começou a surgir no horizonte. Quando um anãozinho perguntou o que ele queria como pagamento, o homem respondeu: – Eu quero o que meu amigo recusou. E já ia continuar explicando que seu pedido era um montão de dinheiro, que o outro havia recusado, mas não deu tempo. Assim que ouviu a primeira frase, o anãozinho abaixou no chão pegou o papo do amigo que ainda estava lá e vapt vupt grudou-o embaixo do papo do homem ganancioso. – Pois tome o papo que seu amigo não quis! - disse o anãozinho antes de sumir com os outros na floresta. Daquele dia em diante, o homem carregou aquele peso enorme no pescoço e ficou conhecido em toda região como o homem que trocou a sorte por um papo dobrado, afinal, não se pode ter tudo, a vida passa rápido demais para se pensar somente nisso. Conto produzido por Carlos Ravi, Guilherme Ramon, Alessandra Barbosa, Giovanna Colares, alunos do 1º ano de Enfermagem da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração Karine Gomes, Maria Eduarda, Rian da Silva, Brunno Luiz Música VIII – Trem Bala
A mudança Certo dia, Laura pediu ajuda à sua melhor amiga Débora para entender sua vida tão monótona. Ela nunca entendia o porquê das coisas darem errado, o porquê das pessoas se afastarem e o porquê da sua infelicidade. Ambas eram o oposto uma da outra. Débora era confiante e otimista, já Laura era totalmente pessimista, nunca via o lado bom das coisas. Pela milésima vez, elas conversavam sobre o mesmo assunto: - Já não aguento mais, ontem tive uma briga com o Ítalo, acho que terminamos de vez. - Por que acha isso, Laura? - Ele já não atende minhas ligações, e quando fui à sua casa hoje, a mãe dele disse que não estava, mas eu sei que ele estava lá. - A melhor solução é você esquecê-lo de vez, esse apego só está lhe fazendo sofrer, e você tem que entender que a vida é assim, cheia de fases que são passageiras. - Eu não sei se consigo fazer isso, ele foi o meu primeiro amor, não o consigo tirar da minha mente. - Não existe somente ele no mundo, Laura, você poderá conhecer pessoas novas. Enquanto se prende a uma pessoa que não quer estar com você, a vida está passando como um trem-bala e você não está aproveitando da forma saudável e feliz. - Você está certa, Débora! Vou tentar o máximo possível esquecê-lo, esse romance não está me fazendo bem. Obrigada por sempre está comigo nos momentos em que mais preciso. Débora estava para dar continuidade a sua lição de moral, porém, é interrompida na chegada de outros colegas de sala, todos na faixa dos 14 e 15 anos, estudantes da 9º série, animados com um passeio organizado pela escola, à qual a turma deles foi selecionada para participar. - Oi, meninas! Já decidiram se vão participar da viagem? Faz um tempão desde que a escola escolheu a nossa turma para ir. É melhor vocês não perderem essa chance! - disse um dos meninos.
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- Eu vou! Tenho guardado as minhas economias para essas ocasiões e como não quero ficar de fora desse momento especial, já decidi usá-las para poder participar. - explicou Débora. Essas viagens são ofertadas pela escola, entretanto, os alunos ainda pagam pela viagem, porque a instituição não tem recursos financeiros o suficiente para oferecer gratuitamente essa oportunidade aos alunos. - Não acredito! Eu esqueci a nossa viagem! Estava tão sensibilizada pela minha relação com o Ítalo, que eu nem lembrei. - Laura comenta nervosa. - Infelizmente não vou poder ir, não tenho como pagar. Desculpem-me mesmo, mas vou ter que deixar para a próxima. Tive tantos problemas ultimamente, que acabei sem condições. Tocada pela situação de Laura, Débora que ouviu o assunto das meninas da rodinha, ficou extremamente triste e se sentiu impotente perante a situação de sua amiga. Ela pressionava a fonte com os dedos e seguia com seu semblante de preocupação. - O que será que eu posso fazer pela Laura? Será que meus pais tem como bancar a viagem dela? - Pergunta-se Débora. Que segue no caminho de sua escola para casa. - Mãe? – Oi, filha! - Mãe, sabe aquela viagem anual que a escola oferece aos alunos? Esse ano minha classe foi selecionada para participar. Todos os meus colegas já pagaram o valor da passagem do ônibus, mas a Laura, minha melhor amiga, está passando por problemas pessoais e não pode pagar. Eu queria perguntar se a gente teria como arcar com a passagem dela!? Ela é minha melhor amiga. - Filha, você passou o ano passado inteiro poupando e economizando para essa viagem, você sabe que a gente não tem muitas condições financeiras e que não podemos sair por aí ajudado quem quisermos. Desculpe, mas seu pai e eu não podemos pagar a passagem da Laura. Talvez ainda tenha uma solução. - assentiu a mãe de Débora. As duas entraram na garagem, e em seguida a mãe de Débora dirigiu até a casa da família de Laura. Assim que as duas chegaram, perceberam que o clima da casa de Laura não era o dos melhores. O motivo? Haviam brigado. Cristina - mãe de Débora- bate na porta, e então, Angélica - mãe de Laura - atende: - Bom dia, posso entrar? - disse Cristina. - Sim, entre. Caminham até a sala, e sentam-se no sofá: - Eu gostaria de falar sobre a Laura, percebi ultimamente que ela se encontra com muitos problemas, e gostaria de ajudá-la. Minha filha está preocupada com a sua. - contou Cristina, aflita com a situação.
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- Eu sei, a Laura está demais, anda muito estressada, e nunca está satisfeita com nada, eu não sei mais o que fazer, tento me aproximar, mas ela se afasta. Talvez, o motivo seja seu pai que não esteja dando atenção merecida a ela, Laura não sabe, mas ele está doente, o diagnosticaram com câncer. - falou Angélica, começando a lacrimejar de tristeza. Ambas se abraçaram nesse momento. Surge, então, Débora e Laura, que estavam escutando a conversa escondidas. Se olharam meio espantadas, mas quando o espanto passou, se abraçaram, todas juntas. E a partir desse dia, Laura passou a agradecer por tudo o que lhe acontecesse: se aproximou do seu pai, que felizmente, recuperou-se do câncer, finalmente conseguiu esquecer o Ítalo e, mesmo que não tenha ido ao passeio, aproveitou o tempo com Débora, que também não foi para ficar com sua amiga. Ela entendeu de uma vez por todas que não podemos ter tudo, mas que podemos nos alegrar e nos contentar com o que realmente nos faz bem. Por que, afinal, a vida é curta demais para nos preocuparmos com coisas pequenas e sem importância.
Conto produzido por Karine Gomes, Maria Eduarda, Rian da Silva, Brunno Luiz, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração Stefani Alves, Adrielle Sebastiana, Maria Kezia, Luiz Fabiano Música IX – Velha Infância
Amor do passado Certo dia, Lara estava caminhando pela praia, em um dia bastante ensolarado pensando muito na sua vida. Sentou-se na areia e desenhou sua mãe, seu pai e o seu cachorrinho de estimação e ela. Na areia da praia ficou a representação de sua família. Com apenas 17 anos, Lara tinha bastantes problemas em sua vida. Mas sempre buscava esquecê-los ao caminhar pela praia que ficava a poucos metros de sua humilde casa. Após o momento de reflexão que sempre fazia, volta para casa, toma um banho, senta no sofá e liga a televisão. Nesse momento, o telefone toca, era o seu pai, João: - Oi, filha! - já fazia 15 dias que estava com sua mãe internada no hospital. - Oi, pai! Como está a mamãe? - ele rapidamente a respondeu: - Tenho uma notícia para você filha. - Fala logo, pai! Pode falar estou ansiosa para saber. - Filha, sua mãe ficará mais tempo no hospital. - Ela teve uma piora? - Filha, não é que ela piorou... - Então, o que foi??? Falaa papaai, o que aconteceu com ela? - Lara, a situação é complicada. Sua mãe está provavelmente com uma doença raríssima. Nesse momento, a lágrima escorreu e ela ficou sem reação, escutou o pai atentamente e recebeu as orientações para os próximos dias, já que ele teria de ficar acompanhando sua mãe no hospital. Passaram dias e dias e sua mãe não melhorava. Todas as noites ela chorava em seu quarto pedindo a Deus que não levasse sua mãe. Lara diante da condição de saúde de sua mãe, não esmoreceu ou desistiu de seus estudos. Terminou o Ensino Médio e começou a fazer faculdade de Direito, pois assim ocupava sua mente com os estudos amenizando um pouco o sofrimento que passara a sua mãe. Mesmo diante de sua rotina de estudante, Lara sempre que possível ligava para o seu pai para saber do quadro de saúde de sua mãe, assim como seu pai perguntava como estavam as coisas em casa.
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A vida de Lara seguia o fluxo entre o diagnóstico da mãe e os afazeres de casa e da faculdade, quando a jovem universitária reencontra um colega de infância chamado Arthur que passariam a estudar o semestre juntos. Logo na primeira semana, os dois colegas foram relembrando os tempos vividos e começaram a sair juntos, assim Lara amenizava o sofrimento de sempre receber notícias tristes da saúde de sua mãe. No dia seguinte, o telefone toca era o pai de Lara. - Bom dia, pai! Como está a mamãe? - Bom dia, filha! Sua mãe está na sala de observação. - Mas, por que ela está nessa sala? Ela piorou? Me fala o que aconteceu pai. - Não, filha! Acalme-se! Ela não piorou, apenas teve que ficar em um lugar reservado. Como está indo nos estudos? - Tá super legal, pai! Preciso te contar algo que aconteceu comigo, eu reencontrei o Arthur, lembra? Ele continua super legal! Assim que possível quero que você e mamãe o reveja-o. - Estou muito feliz por você, filha! Mas agora preciso desligar. Beijos, minha querida - Beijos, pai! Mais uma semana se passou e a rotina continuava. Lara ligando para saber como sua mãe estava e obtendo a mesma resposta, indo para a faculdade à noite, se ocupando nos estudos e o pensamento sempre ligado a sua mãe. Após alguns dias, Deus resolveu realizar o que tanto queria, a cura da sua mãe! Depois de vários dias de lutas, a mãe de Lara recebeu alta do hospital e foi para casa. Lara fez uma pequena surpresa para a chegada da sua mãe, Arthur ajudou-a com os docinhos. A estudante estava muito feliz e bastante ansiosa para a chegada da sua mãe. A mãe de Lara chega em uma ambulância, ela corre para recebê-la de braços abertos. - Filha! Que linda a surpresa, meu amor!! - Tudo feito para você mamãe. - Não precisava, filha! Eu sabia o quanto você estava a minha espera. - Foi para te receber com mais alegria mamãe. Lembra do Arthur, aquele meu amigo de infância. Desde quando comecei a faculdade que ele esteve ao meu lado me ajudando em tudo que eu precisava. - Oi, meu querido! Lembro sim dele. - Oi, dona Célia! Que prazer em te ver novamente, como você está? Está se sentindo melhor, já está preparada para comer os docinhos?
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- O prazer é todo meu! Estou bem melhor agora e super ansiosa para provar essas delícias. Lara sempre fazia de tudo para ver sua família feliz, o tempo foi passando e a família ia ficando bem, tentando esquecer tudo que tinha acontecido. Lara, uma guerreira, lutando por seus pais, bastante feliz com a cura da sua mãe, e ainda continuava na faculdade e saindo com o Arthur. Desde quando a sua mãe voltou para casa, Lara estava muito feliz, ao lado de Arthur que acabou fazendo parte da sua família. Todas as tardes ele ia a sua casa. Eram muito felizes, dançavam e cantavam no karaokê. Brincavam como se fossem duas crianças, nunca se cansavam. Lara gostava muito de ficar com Arthur, o que fez a sua vida melhorar, relembrava a infância deles, os tempos que eles passavam juntos. Quando Arthur precisava se ausentar Lara sentia muita saudade, conversava com sua mãe falando que pensava em Arthur desde o amanhecer, dormia e acordava com o pensamento em Arthur. Lara era completamente feliz ao lado de Arthur, compartilhavam todos os momentos juntos, em família, e agora sim Lara realmente fala: -Meu melhor amigo é o meu amor!
Conto produzido por Stefani Alves, Adrielle Sebastiana, Maria Kezia, Luiz Fabiano, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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Administração Davi Costa, Isaac dos Santos, Lúcio de Almeida, Geovanne Valente Música X – Skank
Rumo ao estrelato Rio de janeiro, 1990. No hospital da periferia, nascia um garoto de família de classe média, humilde, mas apesar das dificuldades e com muito apoio da comunidade, a família conseguiu criar seu filho. A criança cresceu e aos seus sete anos de idade foi junto com seu pai assistir a uma partida de futebol, em um campo próximo a sua residência. O menino ao assistir aquela partida de futebol, naquele campo simples, despertou um grande sonho: ser um grande jogador de futebol. Naquele dia, quando chegaram em casa, o filho disse ao seu pai. - Pai, a partir de hoje eu quero ser jogador de futebol!! Então, o pai lhe respondeu. - Filho, se esse é seu grande sonho, então iremos juntos realizá-lo. Aos onze anos de idade, na escola, o garoto conhece Alex, que assim como ele também era apaixonado por futebol. Um mês depois, Alex fica sabendo de um campeonato que ocorrerá na escola, ele então convida João para participar deste campeonato. João respondeu: -Sim, eu aceito! Quando João chega em casa, ele comenta para seus pais sobre o campeonato que irá acontecer na escola. Ele pergunta aos seus pais se ele poderá jogar, e se eles poderão assistir a sua participação. Então, depois de pensar um pouco, e conversar com a mãe, o pai lhe respondeu: -Filho, nós iremos assistir você jogando No dia da competição, logo após o treinamento, os jogadores direcionam-se as suas devidas posições para o início da partida. Aos vinte minutos de jogo houve uma colisão entre João e um jogador do time adversário, onde os dois sofrem uma lesão na perna, só que, João acaba torcendo seu tornozelo e isso faz com que ele seja retirado no meio da partida e ficar fora do campeonato Após vários dias se recuperando do machucado, João volta a treinar, mais determinado do que antes. Ele estava confiante de si, E que conquistaria seu sonho. Quando ele chega em
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casa depois de um longo dia de treino, ele perguntou ao seu pai: - Será que realmente conseguirei atingir meu objetivo? Seu pai, muito sábio responde: - Meu filho, tudo é possível para aquele que crê. Acredite em si mesmo fundamental para conseguir atingir seus objetivos. João estava novamente focado em seu objetivo, Ele estava treinando e se preparando muito. Alex estava sempre ao seu lado para ajudá-lo. Os dois amigos cresceram juntos, inseparáveis, até o dia que João decidiu sair da casa de seus pais e morar sozinho. Mas nunca abandonou seu sonho, muito menos os treinos. Muitos anos se passaram, e João estava treinando, quando chegou a notícia que haveria uma peneira na cidade do clube Corinthians, ele então falou para si: - Não posso perder essa oportunidade, tenho que agarrar com unhas e dentes e conquistar meu sonho. Chegando lá, começou a fazer os testes, João ficou no time mais fraco, e nada estava dando certo para ele, então ele olhou para o céu e pediu: - Deus, me ajuda a ter forças para conseguir passar. Então, ele foi tendo confiança e conseguindo se destacar no meio dos outros jogadores. O profissional responsável pela peneira, ficou de olho nele e então falou para o seu ajudante: - Chama aquele garoto, ele parece ter futuro no futebol. Então João foi chamado. Depois de uma longa conversa, ele foi aprovado, o que o deixou muito feliz. Chegando em sua casa, ele ligou para seu pai, no qual ficou muito feliz pelo filho. Então, seu pai muito ansioso, pergunta quando ele iria para São Paulo treinar, então João falou: - Pai, estarei indo no final do mês. Um dia antes de seu sonho tornar realidade, João convida Alex para comemorar em uma lanchonete a sua viagem que é o rumo de seu grande sonho. Naquele dia, João disse a Alex que não estava acreditando que seu sonho iria se realizar. Alex lhe disse: - O que antes era um sonho, hoje é realidade. Valeu a pena tudo o que você passou para ser quem você é hoje. Moral da história: Nunca desista dos seus sonhos um dia você consegue atingir seus objetivos. Conto produzido por Davi Costa, Isaac dos Santos, Lúcio de Almeida, Geovanne Valente, alunos do 1º ano de Administração da EEEP Profa. Elsa Mª. Porto Costa
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