Editorial
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omprovadamente, nós não descobrimos a América, sequer colocamos o ovo em pé, como o histórico navegador genovês. Porém, com a nossa real e efetiva participação no mercado motopeças, criamos uma nova opção para o incremento dos negócios no segmento. Não estamos fazendo uma afirmação de pura vaidade ou leviana. Esta é uma constatação após ouvirmos as opiniões de importantes empresas e empresários que nos prestigiaram, acreditando em nossas iniciativas. Anunciando nas edições que circulamos e estando presentes ao evento que organizamos pelo segundo ano consecutivo: o “Encontro Motomagazine” na cidade de Araraquara, interior do estado de São Paulo. Cidade pujante, com economia forte, oriunda de suas propriedades rurais dedicadas ao cultivo da cana de açúcar, aos laranjais e outras tantas culturas, além de seu comércio vigoroso, de suas instituições de ensino superior, e eqüidistante a todas as regiões do Interior Paulista, considerado o segundo mercado consumidor do País. Por estas e outras razões nós a escolhemos para sediar as edições passadas e futuras do evento. Na primeira oportunidade, 14 empresas fabricantes e 80 empresários lojistas realizaram negócios durante o final de semana em que estiveram hospedados no Gran Hotel Morada do Sol, em companhia de suas esposas ou colaboradores. Neste ano, na repetição do evento, já com o caráter anual que desejamos imprimir, foram 30 empresas produtoras dos mais diversos itens de motopeças, incluindo 2 marcas de óleos lubrificantes e outras 3 de pneus, tendo seus estandes visitados por aproximadamente 150
Expediente empresários varejistas selecionados e convidados para se hospedarem no Gran Hotel Morada do Sol e Shelton Inn. Também desta feita, acompanhados de suas esposas preferencialmente ou de colaboradores. Segundo afirmações de empresários de ambas as atividades (fabricantes e comerciantes) que lá estiveram, esta foi a maneira mais agradável de negociações das quais já participaram. Até por que, foram proporcionados momentos de lazer, com alegres reuniões em jantares com a execução de músicas ao vivo e city tours. Um tempero familiar, aconchegante, prazeroso. Nós tivemos a coragem de ousar na mistura, na organização e na proposta. Nossos parceiros, em acreditar que daria certo. Para nós, o que, principalmente, fica explicitamente provado é que nenhuma crise resiste ao trabalho, ao empenho e dedicação no que fazemos. Não ficamos lamentando. Não superestimamos os comentários dos abalizados economistas e jornalistas que apregoaram o “Armagedon” da economia nacional atrelado ao tsunami (para o nosso “metalúrgico-presidente”, apenas uma marolinha) que prometia devastar o Mundo. Colocamos nossos uniformes de operários da comunicação e marketing, debruçamos sobre os dados e procuramos alternativas para a superação das dificuldades iminentes. Valeu a pena para nós e nossos parceiros. Resta agora o agradecimento àqueles que conosco desafiaram o inimigo poderoso que nos ameaçava e juntos logramos vencer esta batalha. Esperamos nos próximos tempos consolidar nossas alianças. Todos nós.
A revista motomagazine aceita matérias técnicas como colaboração para divulgação de projetos, trabalhos, novos produtos, etc. Os artigos deverão vir acompanhados de fotos ilustrativas com as respectivas legendas e curriculum do autor. A revista não se reponsabiliza por opiniões e artigos assinados que podem ou não expressar a mesma opinião do editor. As opiniões emitidas em artigos assinados são de responsabilidade do autor. A motomagazine não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados, nem por aquisições em função destes. Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sob pena de procedimentos legais. A revista motomagazine é uma publicação bimestral da Luanda Editores Associados LTDA., e tem sua marca registrada no INPI sob o número 820.994.286.
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motomagazine
Edição 42 Setembro/ Outubro 2009
Sumário EDITORIAL CORREIO EMPRESA Dirigente de indústria explica como fazem a diferença no mercado
>> 08 >> 12 >> 14
LOJA Ex funcionário compra loja e projeta seu futuro com confiança
>> 18
RÁPIDAS ESPORTES Fique por dentro do mundo dos esportes e competições de motociclismo
>> 20
INDÚSTRIA Ao completar 20 anos, empresa muda para sede própria
>> 28
CAPA O sucesso do II Encontro Motomagazine em Araraquara
>> 34
NOTAS Breves notícias do mercado
>> 72
SERVIÇO Alinhamento, raiação e polimento de rodas são especialidades de empresa em Osasco na Grande São Paulo
>> 78
LANÇAMENTOS Produtos chegam ao mercado para conquistar os consumidores
>> 84
MEIO AMBIENTE Veja o diagnóstico da emissão de poluentes das motocicletas
>> 90
Correio
Correio Leitor solicita Guia Motomagazine
5:54 9 12:1
Estou fazendo uma pesquisa de mercado sobre produtos para moto, pois desejo montar uma empresa para distribuir ou fabricar estes produtos. Gostaria de saber se, como para bicicletas, vocês também publicam um guia de produtos e fabricantes para motos. Caso a resposta seja afirmativa, poderiam me passar o endereço do site onde consigo a lista?
redacao.luanda@uol.com.br
Marcio M.N. Oliveira São Paulo-SP Por e-mail Resp .:Caro Marcio, nós publicamos o Guia Motomagazine, com o mesmo perfil editorial do Guia Cyclomagazine. Ambos estão disponíveis também na Internet. Site: www.guiamotomagazine.com.br e www.guiacyclomagazine.com.br Caso queira as edições impressas, por favor, solicite pelo e-mail luanda@luanda.com.br
13/3/200
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Empresa em casa nova Empreendedor necessita de informações
Comunicamos o nosso novo endereço: Rua Maria Rosa de Jesus, 200 Vila Santo Antonio Ferraz de Vasconcelos-SP CEP: 08534-030 Telefone (11) 4674 5435, além dos números antigos que serão mantidos. José Roberto Medeiros Demtec Borracha Ltda. Por e-mail Resp.: Queiram anotar e boa sorte aos integrantes da Demtec em suas novas instalações.
Consumidor foi enganado
Fui enganado por uma loja de motos bem famosa de São Paulo, e gostaria de saber se vocês têm interesse em publicar minha história. Assim outras pessoas não sejam também enganadas . Obrigado , desde já. Igor D. Sobreira São Paulo-SP Por e-mail Resp.: Caro Igor, desde que você tenha como comprovar suas afirmações, publicaremos. Fica a condição de também abrirmos espaço para a loja colocar sua versão. Ok?
A pendência foi resolvida
Felizmente, consegui realizar um acordo com o lojista e solucionei o problema. Igor Sobreira Por e-mail 12 motomagazine
Gostaria muito que, se possível, a empresa de vocês me ajudassem na pesquisa que estou me empenhando em fazer. Estou prestes a montar minha loja de motopeças e, como começarei de baixo, não tenho muitas dicas sobre uma grande empresa de sucesso, como a sua. Gostaria muito que me ajudassem com dicas das peças, da marca HONDA, de manutenção que mais vende, tipo as peças que não devem faltar no estoque, etc. Assim que me passarem estas dicas, gostaria de fazer um orçamento dessas peças, pois estarei interessado em comprá-las. Espero uma resposta em breve para fazermos um bom negócio. Flávio Guerreiro Bauru-SP Por e-mail Resp.: Somos apenas uma editora de revistas, entre elas, a revista Motomagazine. Desta maneira, não possuímos nenhum estoque de peças ou acessórios para venda. Nossa experiência não está ligada a atividade de compra ou venda de produtos. Porém, acreditamos que uma possível solução para as suas dúvidas possam ser sanadas com consulta a uma boa empresa de representações de vendas. Assim, indicamos a busca em nosso site www.guiamotomagazine.com.br, onde poderá obter informações sobre fabricantes e seus produtos, distribuidores e representantes de vendas.
Desejamos que obtenha sucesso em sua futura empresa.
Sobre o II Encontro Motomagazine
Gostaria de firmar que o evento da MOTOMAGAZINE, em Araraquara, foi de grande importância para nós da APS OCTANA Lubrificantes. As amizades e contatos que fizemos no evento com expositores e clientes presentes foram muito válidos. Nos fez entender e aprender um pouco mais sobre este mercado de motos. Na verdade, para nós da APS OCTANA, o evento não deixou nada a desejar, ao inverso gostaria de parabenizá-los pela atenção e preocupação com o pessoal presente, visando sempre o bem estar de todos. Meus parabéns a vocês realizadores desta importante revista que circula em nosso País. Carlos Cunha OCTANA Lubrificantes São Paulo-SP Por e-mail Gostaria de parabenizar a organização do evento. Foi muito bom. Simone Lacerda Grupo Lagoa Lagoa da Prata-MG Por email Resp.: Ficamos felizes por haver conseguido agradar os participantes do evento, no entanto, a organização e os conseqüentes bons resultados são nossa obrigação. ■
Empresa
Fabricante acelera na liderança
Indústria de motopeças mostra como a dobradinha qualidade X tradição fizeram a diferença no mercado nacional Texto: Paulo Martinho Fotos: Divulgação
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Diante da crise, a saída encontrada foi o fortalecimento de parcerias e o lançamento de promoções”, explica Efigênia
estrategicamente posicionada entre São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Para a empresária, a entrada de novas montadoras de motos estimulou bastante o mercado de motopeças. “É um momento especial, com várias marcas competindo por um lugar de destaque. Preço competitivo é importante, mas nossa qualidade jamais será comprometida e por isso temos muitas parcerias fechadas”, conta a diretora
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m rochedo contra as ondas do mar. Assim foi o comportamento da fabricante de motopeças Paramotos diante da crise mundial que afetou a economia de boa parte do mundo. “A saída encontrada foi o fortalecimento de parcerias e o lançamento de promoções”, explica Efigênia Zotti Rodrigues, diretora da empresa localizada na cidade mineira de Alfenas,
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Empresa
da fabricante, que percebe o mercado de motopeças mais exigente e consciente por estar em vias de se tornar um segmento organizado. Com 23 anos de experiência na indústria de motopeças, a Paramotos cresceu graças a muito trabalho e pela inspiração do Sr. Bolevard Zotti, pai de Efigênia, que já possuía uma empresa no setor. Hoje em dia são mais de 350 funcionários e 43 injetoras, além de representantes comerciais em todos os estados brasileiros e em alguns países da América do Sul e Central. Essa equipe é responsável pela produção e comercialização dos mais de 5.800 itens disponíveis – abas de tanque, caixas para organização de estoque e oficina, carcaça de farol, carcaça de painel, carenagens frontais, engrenagem do velocímetro, kits completos, lentes e lanternas, paralamas, 16 motomagazine
Renato, Efigenia, Ricardo e Arnaldo
porta correntes, rabetas traseiras, suportes de placa, tampa lateral, linha freestyle e um grande número de acessórios –, tendo como clientes alguns dos maiores distribuidores e atacadistas de motopeças do mercado nacional. A produção não pára. Com cerca de 48 toneladas de matéria-prima injetadas por mês, a Paramotos é detentora de maquinário de última geração tecnológica, proces-
sando polímeros da mais alta qualidade, assim como ferramentaria própria com capacidade de confecção de moldes com excelente qualidade. Vale ressaltar que a indústria dispõe da maior e mais completa infraestrutura de pintura do mercado de reposição de motopeças. O resultado disso é um alto padrão de qualidade com fôlego para manter o maior número de itens e estoque para pronta entrega do segmento. Outro diferencial importante é a atenção constante para as tendências atuais. “Trabalhamos com diversos lançamentos mensais, acompanhando de perto o mercado nacional e internacional”, finaliza Efigênia. ■ www.paramotos.com.br
Indústria
Empresa muda para nova sede própria e unifica sua ação operacional A Demtec está completando 20 anos. A empresa era mantida em três unidades separadas, no Bairro de Artur Alvim. Uma de fundição, outra de mistura de borracha e outra a loja, que ocupava o terceiro galpão. Com a aquisição de nova instalação de 1500 m² de área construída, a Demtec unificou seu parque fabril, na Cidade de Ferraz de Vasconcelos na Grande São Paulo Reportagem e fotos: Hylario Guerrero Texto: Renato Vasques
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Demtec tem cerca de 20 funcionários, além dos representantes que realizam todo o trabalho de vendas e acompanhamento de cada cliente. Saber se receberam a mercadoria nos conformes e saber o que estão precisando. Escolheram a cidade de Ferraz de Vasconcelos para instalar a nova planta da empresa, devido a proximidade de São Paulo. Até pensaram em outras regiões, porém, a logística tornava-se complicada. Estão próximos de ferrovia, com boa malha viária, o que facilita o trâmite dos funcionários. José Roberto de Medeiros, diretor da empresa, conta que começaram o negócio fabricando borracha para panela de pressão. “Devido a necessidade do mercado desenvolvemos um produto adequado. Depois focamos o setor de motopeças, então descartamos o segmento de borrachas para panela. Hoje,
José Roberto de Medeiros diretor
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“ No início era borracha para panela de pressão, hoje são centenas de itens para reposição ”
Indústria
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A borracha ainda é um produto específico e singular”
Emília Angélica e Jacson Henrique
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“O nosso maior diferencial está na qualidade de nossas peças, se comparadas às originais. Posso afirmar que não dão defeito - dizer que não temos reclamações é pretensão – sempre tem uma ou outra peça que apresenta algum problema, mas geralmente o problema está na montagem. Nosso preço é bem razoável, e nossa entrega é quase imediata. Depois do pedido feito, em dois dias entregamos a mercadoria”, credita José Roberto. As vendas da empresa são feitas em parte por representantes que estão espalhados por regiões e cobrem o País inteiro, e cerca de 50% deste atendimento é realizado pela equipe interna. Exportam para o Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile, através de ‘trades’ que compram os produtos Demtec e os distribuem. Segundo a assistente e marketing da empresa, Emília Angélica, “nossas exportações são resultados de contatos feitos no Salão das Duas Rodas e Anfamoto. Nestas duas feiras fomos procurados por empresas dispostas em trabalhar conosco. Entretanto, não temos perspectivas de novos países para exportar, pois existe a concorrência com os produtos chineses, que têm tecnologia e preços altamente competitivos. Quando o dólar está em baixa, fica mais difícil exportar, e quando o valor da moeda está em alta, aí sim, se torna mais fácil a transação - é tudo uma questão mercadológica. Como o Paraguai, Argentina e Chile possuem motos brasileiras, buscamos repor peças para estas máquinas. Quando a China não exporta ou não tem peças de reposição para estas motos, surgem oportunidades de penetrarmos nestes mercados. É importante lembrar também que os impostos são uma grande trava nas exportações, o que não ocorre com a China, onde há grande incentivo para as exportações”, reitera. “Em relação ao coletor de ignição - que liga o carburador ao motor da moto, por onde passa a mistura de combustível e ar para dar a explosão – deve ser de borracha, porque a moto tem vibrações. Não é estática como o motor do carro”, explica José Roberto, e acrescenta dizendo que se a peça for de metal o carburador pode estourar. É uma peça que funciona como um duto de passagem de combustível e
também como um amortecedor, já que a borracha é flexível e trabalha vibrando. “Nossa matéria-prima é nacional, feita por uma empresa brasileira de petroquímica. Trata-se de uma borracha específica para gasolina, que se mantém sem alteração durante o seu tempo de vida útil. Se colocarmos outro tipo de borracha, como a de pneu, por exemplo, para o mesmo uso, depois de dias ela apresentará alteração. Começará a inchar, já que a gasolina a ataca quimicamente. Podemos considerar esta borracha como um elemento singular. É especial, vem em fardos, e nós agregamos alguns produtos químicos formando uma massa. Depois a processamos em uma máquina que compacta o produto. Desta forma, moldamos a borracha de acordo com a finalidade de sua aplicação. Caso necessite de uma borracha mais mole, mais macia, colocamos produtos específicos para deixá-la mais macia. Caso necessite da borracha mais dura, se agregam outras formulações. O mesmo ocorre se quiser a borracha mais brilhante ou com alguma pigmentação”, detalha o diretor da empresa. A borracha é um tipo de material termocurável, ou seja, depois de curado não pode ser reutilizado. Por isso a empresa busca aproveitar o máximo que pode do produto, porém o que sobra, infelizmente tem que ser descartado. “É sem dúvidas um dos piores produtos para se trabalhar, uma vez vulcanizada, o processo de reaproveitamento é muito caro. O destino é jogar fora, em lixo especial, o que também é complicado, ao
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trabalhamos somente com peças de reposição para motos, e com duas montadoras, as marcas Sundown e Dafra. Os produtos que fabricamos não são exclusivos para estas empresas. São peças que fazemos para o mercado, e essas marcas atendem suas revendedoras, automaticamente”. O Coletor de Admissão pode ser considerado o carro chefe da Demtec, seguida das buchas e coxins, que são peças de amortecimento. Fabricam também mangueira de combustível e cinta do aro. E na área de plástico produzem pedaleiras e buchas.
Indústria
contrário do pneu que pode ser moído e reaproveitado em asfalto”, explica. José Roberto é formado em química há mais de 20 anos pela Universidade de Guarulhos. “Manejo a fórmula para aplicar na borracha conforme a especificação do cliente. Se ele precisar de uma borracha que agüente a 300°C em trabalho constante, formulamos a borracha para agüentar essa temperatura”, diz. O preço da borracha subiu bastante nos últimos tempos em função do preço do petróleo, de onde o produto varia e é tratado. “Se houver um acréscimo no preço do petróleo, automaticamente a borracha acompanha. Dependemos também da demanda mundial, já que a borracha é uma ‘commoditie’. Se o mercado não estiver comprando e estiver sobrando em estoque, então o preço abaixa, mas se o mercado estiver comprando, o preço aumenta”, afirma. Nos últimos tempos, o preço do aço também ficou bastante elevado, e a Demtec usa o aço em diversas peças e moldes, pois fabricam as buchas que vão em cubos de aço. O alumínio é outra matéria-prima muito utilizada pela empresa. “Compramos barras de alumínio, que são tratadas no forno e se torna líquido. Depois o operador joga este alumínio líquido em formas que 32 motomagazine
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Não paramos um só dia, nenhum funcionário foi demitido, ao contrário, contratamos mais pessoas” Emilia Angélica
são os moldes das peças. Logo após é feito um trabalho no qual retiramos o canal de transferência de material, injetamos a borracha sobre o molde. Este é apenas um dos processos utilizados”, discorre José Roberto. Todas as etapas de confecção das peças são realizadas dentro da empresa, onde dominam todo o processo. Desde a recepção da matéria-prima até a finalização, ou seja, o produto embalado. “Só não fazemos o alumínio porque ele é feito em processo de alto-forno. Mas a preparação do alumínio para fazer a peça é de nosso total domínio”, diz José Roberto, que nos lembra que para cada peça existe um desenho diferente. Em coletores a empresa possui mais de 60 itens diferentes, e cada um deles tem uma
composição de alumínio diferenciada. “No começo não foi bem assim. Começamos comprando peças de alumínio, borracha pronta, pois não tínhamos equipamentos, fazíamos somente a parte de injeção da borracha no alumínio. Depois, vimos que gastávamos muito e ficávamos nas mãos dos fornecedores. Então começamos a montar nossos próprios fornos e a fundir o alumínio”. Emília Angélica acredita que no setor de motopeças não houve crise, “apenas propaganda exagerada. Jogaram esta idéia no mercado em geral e o que houve foi uma retração nas compras e nas vendas dos mais diversos segmentos econômicos. Parar... não paramos um só dia, nenhum funcionário foi demitido, ao contrário, contratamos mais pessoas, aumentamos nosso quadro efetivo, inserimos mais um setor que é o de plástico que não havia antes, investimos mais no ferramental. Tudo isso aconteceu nessa fase em que se falava de crise. Aproveitamos que parte da matéria-prima teve uma baixa de preço e compramos mais. Conclusão, temos estoque para um ano sem precisar adquirir novo material, o que nos permite segurar nossos preços por mais tempo”, afirma Angélica. ■ www.demtec.com.br
Capa
Encontro Motomag
hospitalidade, negócios e in Três dias foram poucos para tanta movimentação e visitação no Hotel Morada do Sol, que pelo segundo ano recebeu os participantes do Encontro Motomagazine, promovido pela Luanda Editores e Cleusa Eventos. Fabricantes, distribuidores, lojistas e representantes prospectaram e concluíram bons negócios; mas o que valeu mesmo foi a interatividade do setor e a satisfação de todos os presentes Texto e fotos: Hylario Guerrero e Renato Vasques
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gazine
nteração
Palestrante discorre sobre as mudanças no conceito de
O professor, palestrante e consultor empresarial Paulo H.R. Cardozo discorreu sobre a situação global durante a crise e a privilegiada situação do Brasil nesse cenário, enfatizando que nossa situação foi tranqüila. Por aqui, as empresas que passaram por algumas dificuldades foram agregadas a outras, mantendo a economia o mais estável possível. Cardozo também destacou as mudanças estruturais nos negócios e revelou o segredo para que as
instituições possam ser bem sucedidas. Segundo o professor, a realidade está mudando e é essencial acompanhá-la. Hoje há milhões de opções para os consumidores, e aqueles que não oferecem serviços diferenciados ficarão para trás. O cliente, atualmente, mais do que o produto, procura suprir suas necessidades. “Acredito que o evento superou todas as expectativas dos fabricantes que expuseram neste II Encontro Motomagazine aqui em Araraquara. Muitos dos clientes convidados não esperavam que fosse tão bem organizado e que houvesse toda esta
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Nesta
mercado e dá dicas para a conquista do sucesso
edição do Encontro Motomagazine, na cidade de Araraquara, o Hotel Morada do Sol ficou pequeno, tendo de dividir os participantes com o Hotel Shelton Inn. É que compareceram em grande número fabricantes, distribuidores, lojistas e representantes de todo interior de São Paulo, que, além dos contatos de negócios no hotel, desfrutaram de programação de lazer e jantares no restaurante típico Jeca Tatu.
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Capa
Jantares de completa integração e descontração Este Encontro da Motomagazine não foi marcado somente por uma feira de negócios e visitas de lojistas e representantes com seus familiares. Ficou em evidência os jantares no restaurante Jeca Tatu, que
reuniu todos os participantes do evento, com muita animação. Toda esta festa foi regada ao som de uma boa música, na voz da dupla ‘Espelho D’Água’ que abrilhantou as noites.
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Meio ambiente
A partir de janeiro de 2009, as motocicletas nacionais e importadas novas se igualaram aos carros em emissão de monóxido de carbono (CO) na atmosfera. Isso é um avanço se pensarmos que há poucos anos uma moto poluía 12 vezes mais do que um automóvel Texto: Paulo Martinho Fotos: Shirley Bueno
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inda longe do ideal, porém melhor do que antes. Segundo relatório da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), divulgado em 2008, sobre a Qualidade do Ar no Estado de São Paulo, os limites de emissão de poluentes por veículos de quatro rodas fixados pelo PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), do Ministério do Meio Ambiente, trouxeram ganhos ambientais para a região metropolitana. Isso porque, apesar do aumento da frota de caminhões, ônibus e automóveis, as concentrações dos poluentes primários foram reduzidas em relação às emissões da década de 90. Na prática, houve uma redução de 97% na emissão de poluen90 motomagazine
Meio ambiente motos são submetidas ao modo europeu de ensaio. Dessa forma, não seria possível uma comparação direta de resultados, que podem variar conforme o projeto de cada modelo. Na análise da entidade, os dois programas de controle de emissões estão com seus limites muito baixos e próximos entre si, sendo que os veículos oferecidos hoje no mercado possuem boa performance em relação às emissões de escapamento, tanto automóveis quanto motocicletas, independente das faixas de cilindrada. Dentro desse contexto, o fator decisivo para a emissão de poluentes não seria propriamente o projeto de cada modelo de veículo, mas a sua utilização. “Os veículos que poluem mais são aqueles com maior
volume de unidades em uso nas ruas e que permanecem mais tempo com o motor ligado. Enquanto nos congestionamentos diários da região metropolitana de São Paulo, por exemplo, veículos leves e pesados permanecem horas emitindo poluentes na atmosfera, as motocicletas seguem caminho e chegam mais rapidamente ao seu destino, contribuindo menos para o acúmulo de gases poluentes no ar. Alie-se a isso, ainda, a proporção atual entre a frota circulante de automóveis e a de motocicletas. Após a análise desses aspectos, somos levados a concluir que as motocicletas não teriam o papel de principal poluidor”, explica Sérgio Martins de Oliveira, gerente de relacionamento da Abraciclo.
O aumento do volume de veículos de duas rodas comercializados leva à renovação da frota, por conseqüência à substituição dos veículos sem qualquer controle ambiental por modelos homologados. De acordo com o analista ambiental Márcio Beraldo Veloso, coordenador substituto do PROCONVE / PROMOT, espera-se para médio prazo um incremento na melhoria da qualidade do ar. “Assim como ocorreu com os automóveis após as fases mais rigorosas do PROCONVE a partir de 1997, os resultados dos dados de qualidade do ar na cidade de São Paulo apresentaram melhora significativa na classificação diária, praticamente reduzindo a zero os dias com ar ‘péssimo’ e ‘ruim’. As motos devem colaborar para que a qualidade do ar não se deteriore, mesmo com o aumento da frota”, vislumbra. Na opinião do especialista do Ministério do Meio Ambiente, a tendência é termos veículos com emissões cada vez mais baixas, inicialmente motivados por determinação legal, depois pelo avanço da tecnologia, pela conscientização do consumidor e, finalmente, pela competição entre os fabricantes. Ele projeta que chegará o momento em que o consumidor levará em conta para comprar seu veículo
aquele que apresentar uma boa relação com o meio ambiente. “Acredito que com o avanço da tecnologia, com as baterias cada vez menores e mais leves e com a melhora na capacidade de carga, as motos elétricas ocuparão um espaço da frota. Com finalidade mais de recreação do que de uso profissional, já existem diversos modelos e seus similares movidos a eletricidade no mercado, mas a autonomia ainda é baixa”, conclui Márcio Beraldo Veloso. As motos e scooters elétricas não produzem nenhum poluente e utilizam fontes simples de alimentação, como tomadas de 110 e 220 volts. Por outro lado, o desempenho ainda não é dos melhores, já que a velocidade não passa de 60 km/h e a autonomia é de aproximadamente 100 km/h. Outro problema é o que fazer com a bateria sem condições de uso, já que é composta por metais pesados muito perigosos à saúde humana e ao meio ambiente. Segundo a Abraciclo, a indústria de motocicletas vem se preparando para o desenvolvimento de modelos com fontes alternativas de energia, mas reconhece que esse universo ainda é muito pequeno e que não há previsão por parte da indústria nacional para a produção de modelos com essa tecnologia. ■
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Sérgio Martins de Oliveira, gerente de relacionamento da Abraciclo
Márcio Beraldo Veloso, analista ambiental e coordenador do PROCONVE PROMOT
Limites para a emissão de CO (monóxido de carbono). A partir de 2009, as emissões desse gás pelas motocicletas novas se igualaram ao nível dos automóveis novos.