Especial Dia do Trabalhador

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Lewis Hine 1931

Especial

Dia do Trabalhador

Nesta fotografia da década de 1930, trabalhadores descansam a mais de 300 metros de altura no Empire State Building, prédio que por mais de 40 anos foi o mais alto do mundo. Com a Consolidação das Leis Trabalhistas esse tipo de imagem virou coisa do passado. Foram décadas de avanços e conquistas até esse momento chave, quando a flexibilização da CLT entra em pauta.

1º de maio, dia do trabalhador A Câmara de Dirigentes Lojistas parabeniza todos os trabalhadores pelo seu dia.

Camboriú


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Camboriú, 29 de abril de 2016

Dia do Trabalhador

Aqui Camboriú é notícia!

Leis trabalhistas em discussão Entidades sindicais e empresariais divergem sobre reformas em possível “Governo Temer”

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om a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em discussão no Senado Federal, centrais sindicais e entidades empresariais travam batalha por influência em possível governo de Michel Temer. Em pauta a flexibilização ou não das leis trabalhistas. Na terça-feira (26), o vice-presidente recebeu representantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores. Já na quarta-feira (27), Temer esteve reunido com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. Os líderes sindicais criticaram pontos do documento Ponte para o Futu-

ro, programa de governo formulado pelo PMDB no ano passado para a recuperação da economia e que deixou em alerta o mundo sindicalista. Entre os pontos está a possibilidade da negociação entre empregados e patrões se sobrepor à legislação trabalhista, a fixação de idade mínima para aposentadoria e a desvinculação de benefícios sociais atrelados ao salário mínimo. As centrais sindicais pedem a manutenção e a ampliação de direitos trabalhistas, além da retomada do crescimento e do emprego. No dia seguinte, a CNI apresentou 38 propostas para que “a indústria volte a ter participação importante no PIB brasileiro”. Na área trabalhista, o presidente da CNI defendeu a aprovação do projeto de lei que regulamenta as terceirizações e a “valoriza-

ção” dos acordos sindicais entre trabalhadores e empresários. “Só esses dois pontos resolveriam grandes questões existentes hoje nas relações de trabalho e que acumulam a Justiça Trabalhista de um grande número de processos”. Segundo o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Fernandes Neto, Temer disse que talvez haja a necessidade de montar uma mesa de diálogo com empresários e trabalhadores sobre determinados pontos, sem revelar quais.

DIVULGAÇÃO

É com orgulho que parabenizamos cada trabalhador da cidade de Camboriú que, com garra e determinação, constroem a História desse Município.

SINDICATO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE CAMBORIÚ Rua Victor Juvêncio Mafra, 30, Centro - 47 3050-4441


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Três décadas de trabalho “Nunca peguei um atestado”. Paulo Vignoli é o funcionário com maior tempo de serviço na Prefeitura

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camboriuense Paulo Vignoli (69), mais conhecido como o “Paulinho do Ginásio” é servidor do município há 34 anos. Começou na função de zelador e com o tempo se tornou o encarregado pelo Ginásio Irineu Bornhausen, no Centro. Quando começou a trabalhar na prefeitura em 1981 não era preciso passar em um concurso público, assim quando o primeiro concurso foi realizado já estava a cinco anos atuando. Três décadas depois percebe quanta coisa se modificou: o ginásio que tinha uma só uma quadra, que era preciso capinar em volta hoje foi ampliado e conta com quatro quadras, uma para vôlei, outra para o basquete e duas para futsal. Morando próximo ao ginásio, diz que sua primeira casa ainda de madeira estava em um local onde mal havia uma rua. Hoje o terreno murado, tem construída mais uma residência entre as tantas que se ergueram em volta. “Quando comecei tinha que dar conta do ginásio limpo e cuidar dos horários do jogo das 19h à meia noite. Eu comecei para experimentar e fui ficando, com a minha mulher sempre me incentivando muito”, recorda Paulo que é casado há 47 anos e tem três filhos – um deles o pároco da igreja matriz Divino Espírito Santo, Padre Márcio. Entre as tantas mudanças que assistiu, viu mudar a administração esportiva da cidade. Quando iniciou, o ginásio era administrado por uma

Comissão de Esportes, não havia a Fundação Municipal (FME) e também viu o governo da cidade mudar de mãos diversas vezes. “Passei por cinco ou seis prefeitos, quando entrei ainda era o Amadio Dalago”, lembra. Das coisas boas de estar a tanto tempo no mesmo local de trabalho, Paulinho contabiliza os amigos e diz que por aqui “conhece todo mundo” e todo mundo o conhece. Já dos pontos negativos, diz que por vezes se sente “meio preso”. Embora não cumpra horário e esteja aposentado, como continua exercendo a função de responsável pela abertura e fechamento do ginásio, ele precisa estar sempre pronto. “Na hora que ligam eu tenho que estar lá. Mas, quando me aposentei para ser bem certo eles me disseram assim: ‘ah Paulinho, já tá acostumado, então continua’ e eu fiquei”, conta. Sobre o serviço ainda pondera que a quantidade de eventos não esportivos cresceu muito nos dois últimos anos, o que impacta na programação de campeonatos – uma vez que o ginásio precisar atender as diversas demandas. “Até a igreja católica está usando muito meu ginásio. Esse padre!”, brinca. Dos bons exemplos, Paulinho ainda deixa a assiduidade e o compromisso com o trabalho. Afirma com orgulho nítido que em 34 anos nunca precisou entregar um único atestado médico. “Sou um cara, graças a Deus, que sempre tive boa saúde. Nunca levei um atestado de saúde na prefeitura. Sempre atendi eles direitinho”, se orgulha.

ADRIANO ASSIS/LP


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Dia do Trabalhador

Camboriú, 29 de abril de 2016

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Empreendedorismo pode ser saída para desemprego Em março, pela primeira vez, número de demissões foi maior que de contratações na cidade

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ntre outubro de 2015 e março de 2016, o índice de desemprego passou a ser levemente superior ao de contratações. Uma das alternativas para a crise, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cícero Zucco, é o empreendedorismo. Aproveitando a semana do microempreendedor individual, evento realizado pelo Sebrae, a secretaria tem focado na capacitação de pessoas para tornar atividades de renda extra como fonte principal de renda. Uma servidora está em treinamento para junto com o suporte prestado pelo Sebrae auxiliar no treinamento e formalização desses profissionais. “O pessoal fica desempregado, mas tem uma ideia na cabeça ou um negócio que toca como renda extra e de repente pode ser a renda principal da família”, salienta Zucco. Para o secretário, a crise no mercado de trabalho é um reflexo do cenário nacional e por meio da consultoria mensal do Sebrae é possível que esse percentual de trabalho extra se potencialize

alarde, mas é a crise mesmo que atingiu o setor empregatício”, explica a técnica do Sine de Camboriú, Suelen Peixoto Laurenço. Já considerando a soma dos meses de janeiro a março, o resultado ainda é ponderável: 1.616 contratações contra 1.577 demissões. Dentre os setores que mais empregam estão o comércio, em primeiro lugar, seguido pelos setores de serviço (áreas operacionais, como mão de obra).

Curiosidade

como a renda da família. “Acho que é um excelente caminho, quem tiver criatividade vai se dar bem. Camboriú é uma cidade que vinha crescendo acima da média, agora vamos dizer que decresce abaixo da média. Vivemos um efeito cascata severo, todo mundo está segurando inves-

timento para ver o que vai acontecer com o país” Impactado pela crise, o mercado de trabalho em Camboriú sofreu uma desaceleração comparado aos anos anteriores. Em outubro de 2015, o município ainda era um dos poucos que mantinham o ritmo de contratação no Estado, ten-

Agora é lei:

do como saldo um maior número de admissões do que desligamentos. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) em março de 2016, 498 pessoas foram admitidas em Camboriú, enquanto 534 pessoas foram desligadas de seus

empregos. No retroativo de março de 2016 a março de 2015, o total é de 6012 pessoas foram admitidas contra 6077 demissões. “A crise nos atingiu, infelizmente. O histórico de admissão sempre foi superior ao de demissão. Mas, esse é o quadro nacional atual. A demissão não é caso de

microempreendedor poderá exercer atividade em casa

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ais de 200 mil microempreendedores individuais de Santa Catarina e cerca de sete milhões de autônomos no Brasil ganham mais um empurrão no sonho de ter sucesso no novo negócio. A partir de agora, eles poderão utilizar a residência como sede de seu estabelecimento comercial, quando a atividade não exigir local específico para funcionamento. É o que está previsto no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 167/2015 Complementar, de autoria do deputado

federal Mauro Mariani (PMDB), já sancionado e publicado no dia 19 de abril, no Diário Oficial da União. A proposta altera o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar 123/2006). A justificativa é de que alguns empreendedores individuais poderiam exercer a atividade em casa, sem a necessidade de uma sede própria. Mas estão impedidos de fazê-lo pela legislação de vários estados e municípios, que proíbem a coincidência entre o endereço da empresa e o endereço residencial.

O Dia do Trabalho comemorado anualmente em 1º de Maio surgiu em homenagem a trabalhadores que morreram durante um manifesto ocorrido nesta data em Chicago (EUA) no ano de 1886, onde trabalhadores foram às ruas para lutar por condições melhores de trabalho. No Brasil, a data também é comemorada desde 1926 e no feriado de 1940 o então presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo, já em 1941 foi criada a Justiça do Trabalho.


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