Caderno Especial Jornal Linha Popular - Março de 2012
A minha CamboriĂş dos SONHOS Especial
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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular
Camboriú, 30 de março de 2012
A cidade que sonhamos Miguel de Cervantes foi um famoso escritor espanhol, que teve como obra prima de sua carreira o livro Dom Quixote de La Mancha. A obra literária, escrita em 1600, tem como personagem principal um homem comum, mas que se destaca pela capacidade que tinha de sonhar. Dom Quixote, ao longo da história, passa para os leitores uma lição interessante quando afirma que um sonho que se sonha só é apenas um sonho. Mas um sonho que se sonha em conjunto é o primeiro passo para a realidade. A frase pode parecer piegas, mas traz consigo um fato muito real, nos fazendo lembrar que sozinhos não conseguimos ir muito longe. Pensando nisso, a equipe do Linha Popular foi às ruas para saber como as pessoas que vivem a cidade sonham a Camboriú ideal. Neste caderno, você, leitor, irá
encontrar a opinião de 20 pessoas, cada uma na sua área de atuação, sobre como a cidade deve caminhar para chegar a se tornar excelência em cada um dos aspectos abordados. Todos sabemos que as cidades têm deficiências e que para ultrapassá-las é preciso ação, mas, antes disso, é preciso sonhar com a realidade buscada. Nesta semana, em homenagem ao aniversário de 128 anos de Camboriú, nosso presente é criar a oportunidade de sonharmos juntos com um município ideal e, mais do que isso, é incentivar as pessoas para que participem desta caminhada rumo à perfeição. Se você acha que isso é impossível, leia a opinião de nossos entrevistados, veja como os sonhos são possíveis e sinta-se convidado a sonhar também.
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“A natureza exuberante é a matéria-prima para o ESPORTE” Para Eduardo Amorim, surfista e responsável pelo Figra, em muitas áreas, o futuro já chegou a Camboriú. No esporte, ele salienta a atuação do Camboriú FC, que com 9 anos de existência já chegou à elite do futebol catarinense. Vôlei, futsal e outros esportes olímpicos, que têm espaço nas escolas e se tornaram populares, também são bem representados na cidade. Na Camboriú dos sonhos de Eduardo, outra área esportiva vai ganhar espaço: a dos esportes radicais. Para ele, Camboriú tem toda a matéria-prima necessária para a prática esportiva. Rios, cachoeiras e morros poderiam unir os esportes radicais com a consciência ambiental e fomentar o potencial turístico da cidade. Para embasar sua opinião, Eduardo lembra a Camboriú do passado, em que esportes como o automobilismo eram fortes e uniam a comunidade. “Isso aqui já foi palco de grandes realizações. Eu fui
morar fora, mas sou cidadão camboriuense de nascimento e vi toda essa movimentação do esporte aqui”, diz. Para ele, ter como base a cidade do passado, em que todos se uniam em função do esporte, é pensar a Camboriú que está por vir. “A velha Camboriú é a Camboriú do futuro”, diz. Nos sonhos de Eduardo, a união é o futuro do esporte. Ele é responsável pelo Figra, local em que foram fundadas as associações de surf e skate de Camboriú. Com a iniciativa, já vê outros esportistas se interessarem pela formação de grupos. “O pessoal do bicicross e do bodyboard também está se movimentando para criar associações”, revela. Ele já foi presidente da Liga de Esportes Radicais de Balneário Camboriú e quer trazer esta iniciativa para a cidade. “O que a gente está fazendo é tentar unir o pessoal, garimpando os vários esportes e os destaques para organizar e montar uma futura liga de esportes
radicais, que seria responsável por fomentar esses esportes não olímpicos que têm dificuldade de mobilizar o setor público”, explica. Eduardo afirma que a cidade tem potencial para isso. “Podemos apostar nos esportes náuticos, que são ecologicamente corretos. Temos um potencial incrível para os esportes radicais. Poderíamos usar o rio, as cachoeiras com esportes como rafting, escalada, que poderiam ser praticados em pequena e média escala. Cavalgadas, ciclismo, escaladas são opções que já existem, mas a administração pública ainda não viu o perfil que Camboriú tem para esses esportes”, opina. Ele salienta: “O governo que investe em esporte economiza em saúde. Os esportes de ação geralmente são praticados em atrativos naturais, então quem pratica vai preservar o meio ambiente. As pessoas querem o melhor morro para escalar, o melhor rio para navegar”.
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“Na Camboriú ideal, você pode circular com SEGURANÇA” Mineiro de nascimento e camboriuense de coração, Tiago Teixeira Ghilardi é policial militar. Ele tem uma visão bastante crítica da área da segurança pública e afirma que a solução inicia com aumento do efetivo policial. A Camboriú dos sonhos de Ghilardi tem mais policiais nas ruas e tranquilidade. “A primeira coisa é mais efetivo. Não resolve o problema, mas é um princípio. O número de policiais é muito pequeno em relação ao número de habitantes. Camboriú não está nem perto do ideal”, opina o policial. Oficial de Comunicação Social do 12° Batalhão da Polícia Militar, do qual Camboriú faz parte, Ghilardi afirma que outro problema grave da cidade é a perturbação do sossego alheio. “Um grande número de ocorrências nossas é a perturbação, que mostra a falta de respeito da população. É
som alto em carro, nos bares, isso gera transtornos”, explica. Como policial, ele aposta em um conjunto de fatores para a melhoria da qualidade de vida na cidade. Ações sociais e união da população, para ele, são fundamentais. “Nós sabemos onde e porque acontecem os crimes, e são áreas carentes de políticas sociais, onde falta atuação do Estado”, opina. Como “camboriuense”, Ghilardi diz que o grande número de homicídios o entristece, mas os dados motivam. “Dá vontade de reverter esse quadro e trabalhamos muito para isso”, garante. “Eu vou para Camboriú atender ocorrência porque faço questão. Faço ronda, vou em bar, confiro alvará. É um conjunto de responsabilidades e a sociedade também tem sua parcela”, diz. Apesar de enfrentar a
realidade, ele ainda tem otimismo, mas sabe que as mudanças levam tempo. “Não vai acontecer de hoje para amanhã. A PM está construindo a companhia com potencial para se transformar em batalhão. É um sonho, e dentro deste sonho o meu é atuar em Camboriú”, diz. Escolheu a cidade para crescer, morar e formar sua família, e garante que não pretende sair de Camboriú. “Eu prefiro morar aqui, e sei que ainda falta muito para se tornar a cidade ideal, mas acredito em Camboriú”, afirma. “A Camboriú ideal para mim passaria de um choque de reformulação no trânsito. É uma cidade em que você possa circular com tranquilidade e segurança e também tenha isso no interior de sua casa. Na área da segurança precisa efetivo, efetivo, efetivo”, opina.
ACOLHEDORA, BONITA E SINGULAR.
Ela já faz parte da gente e cada vez mais nós queremos fazer parte da história dela.
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Camboriú, 30 de março de 2012
“O ideal para o TRANSPORTE PÚBLICO seria ter mais linhas” Leonilda Vieira de Liz espera o ônibus no ponto acompanhada da neta, Stefanny. A menina de 12 anos mora em Itajaí e vem até Camboriú duas vezes por semana para treinar hapkidô. Nestes dias, a rotina da avó muda. Leonilda sai do Rio Pequeno, onde mora, e vai para o centro da cidade. A neta chega de Praiana e, à tarde, volta para Itajaí. A avó a acompanha no ponto e depois volta para sua casa. Stefanny segue para Itajaí, Leonilda para o Rio Pequeno. Pegar ônibus, para elas, é algo comum. No entanto, o transporte coletivo está longe do ideal. Para Leonilda, o principal problema do transporte em Camboriú é a pequena quantidade de horários. “No Rio Pequeno são poucos. Eu
entendo que não tem muita gente que mora lá e usa o ônibus, mas seria bom se tivesse mais opção de horário”, opina. De segunda a sexta-feira, passam pelo bairro, em direção ao centro, 12 ônibus. O primeiro é às 6h20 e o último às 21h20. Os ônibus passam, em média, de hora e hora. Mesmo assim, com atrasos e necessidade de pegar outros coletivos para ir a outros locais da cidade, o transporte é dificultado. Outro problema apontado por Leonilda é a dificuldade de ligação entre os bairros através do transporte coletivo. “Se for para ir do Rio Pequeno para o Monte Alegre, por exemplo, é muito difícil”, diz. “A interligação entre os bairros é
difícil”, completa. No entanto, o que mais a incomoda é o preço. Este ano, a passagem da Praiana foi reajustada para R$ 3. “Pesa no bolso”, diz Leonilda. Na cidade de seus sonhos, o transporte coletivo ofereceria mais horários e preço justo. “A qualidade dos ônibus e o atendimento são muito bons. O preço é o que complica, é muito caro”, afirma. Sem outra opção de meio de transporte, ela opta, muitas vezes, por seguir a pé pela cidade. “Já me acostumei”, diz a lageana, que mora em Camboriú há 12 anos. Para ela, o transporte coletivo é um detalhe que pode tornar melhor a qualidade de vida na cidade que escolheu para viver.
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“É preciso manter a MÃO DE OBRA aqui” No ano passado, 30 pessoas se matricularam nas aulas da Casa da Costureira do Monte Alegre. 27 concluíram o curso. 13 delas terminaram as aulas já trabalhando na área, com carteira assinada. Muitos ousaram ainda mais: abriram o próprio negócio. Para Dorquinhas Malmann, responsável pela Casa, esta é a principal importância dos cursos profissionalizantes: capacitar mão de obra para que fique e gere renda para Camboriú. Costureira há 40 anos, ela é professora há quatro. Pela experiência que tem, conta que os jovens perderam o interesse por algumas áreas, como a de trabalhos manuais. Os cursos profissionalizantes começaram, então, a ser procurados por pessoas de uma faixa etária mais elevada. “Aqui, a maioria dos alunos são mulheres entre 30 e 40 anos de idade”, conta. Para ela, isso revela um novo perfil empreendedor, e é esta característica que os cursos profissionalizantes buscam fomentar.
Dorquinhas conta que observa a iniciativa que os alunos têm de abrirem suas empresas. “Elas estão comprando máquinas e montando pequenas facções em casa”, diz. Assim, a mão de obra formada pela Casa fica em Camboriú e movimenta a economia do município. O curso dá tão certo que há uma lista de espera com 80 nomes. Para Dorquinhas, isso mostra a necessidade que a população tem de se capacitar para o mercado. Com base nisso, a professora e costureira tem um sonho bastante específico para a área: uma cooperativa. “O ideal seria um prédio maior, com espaço para as aulas e também para uma cooperativa. Assim os alunos poderiam estudar e trabalhar aqui”, sugere. No sonho de Dorquinhas, os alunos da Casa da Costureira poderiam fazer os uniformes das secretarias municipais e das escolas da cidade. “Eu imagino dentro do Monte Alegre uma cooperativa,
porque a maioria das pessoas daqui sai para trabalhar em Balneário. A união é o sonho. Já idealizei, fiz projeto”, conta a costureira. Ela sabe que dá certo pelos pequenos resultados que já viu os alunos alcançarem. “Eu passo para eles que nem que aprendam só uma peça, devem fazer bem feita. É gratificante quando conseguem”, diz. Na Casa, tem uma relação familiar com os alunos. “Quando a gente começa, eu reúno todos e falo sobre não trazer problemas de casa para cá. Nós passamos três horas por dia juntos, precisamos de um clima bom”, afirma. Além de espaço de ensino, a Casa é também lugar de prática. Alunos do curso de moda da Univali, que moram no distrito, também estão matriculados nas aulas. “Na faculdade eles têm a teoria, aqui eles praticam”, diz Dorquinhas. Nesse ambiente variado, ela encontra o prazer de fazer o que gosta e formar profissionais.
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“A INCLUSÃO é uma questão de oportunidade” Quando era criança, Rubia Costa da Silva tinha medo de um vizinho. Ele era portador de necessidades especiais. No caminho para escola, ela atravessava a rua para não passar em frente à casa dele. Não sabia, mas adotava um comportamento preconceituoso. A Rubia do passado é bem diferente da Rubia atual. Há mais de dez anos, ela dá fim ao preconceito de forma prática: trabalha na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae de Camboriú. Sabe que o preconceito que ela mesma tinha quando criança continua a existir na sociedade. Na Camboriú dos seus sonhos, as diferenças são respeitadas e a inclusão é possível. Nos mais de dez anos em que atua na área, Rubia percebeu que ocorreram melhorias. A Apae de Camboriú trabalha com a inclusão em três áreas: social, educacional e no mercado de trabalho. “Eu vejo hoje que a inclusão social funciona, está sendo bem feita. A cidade
aceita a pessoa com deficiência, mas ainda tem que melhorar”, opina Rubia, que atua como orientadora pedagógica na Escola Especial Alegria de Viver. Alguns entraves, porém, dificultam a vida do portador de necessidades especiais. Um problema grave, para ela, é a acessibilidade. “Tem que dar estrutura física para o deficiente, e isso mostra que ainda tem alguém na sociedade que discrimina essa pessoa”, afirma. Para ultrapassar as barreiras, a Apae aposta na inclusão escolar, que é o encaminhamento de alunos com deficiência à escola regular. “A escola é um fator importantíssimo para a inclusão, molda as crianças e modifica o pensamento das famílias”, opina. “O problema maior ainda é a inclusão no mercado de trabalho, principalmente a do deficiente intelectual”, diz Rubia. Em Camboriú, a dificuldade ocorre porque as empresas ainda não abriram as portas
para o deficiente. “Também há poucas empresas grandes na cidade”, lamenta a orientadora. Na Camboriú dos seus sonhos, as diferenças são respeitadas. Crianças com deficiência estudam juntas com as ditas “normais”. “Há na nossa sociedade ainda aquele padrão de normalidade”, reflete. O ideal, para ela, seria a convivência apesar das diferenças. No mercado de trabalho, nos sonhos de Rubia, as empresas procurariam os deficientes e os contratariam não pensando apenas na cota, determinada por lei. “A evolução deles no trabalho é impressionante”, afirma. Na sociedade, há acessibilidade, estrutura nas ruas, prédios públicos e comércio para facilitar a locomoção dos portadores de deficiência. “Nos meus sonhos, tem estrutura”, diz. Muito já melhorou. Nos sonhos de Rubia, o preconceito que havia na criança que ela foi deixa de existir em toda a sociedade.
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“Eu sonho que as pessoas de Camboriú não precisem do COMÉRCIO de Balneário” Foi apostando em Camboriú que Fernanda Dalago Valnier Duarte de Souza abriu sua loja, há sete anos. Natural de Camboriú, ela observava a dificuldade que os moradores – e ela mesma – tinham em comprar roupas de qualidade aqui. “O comércio em Camboriú era muito precário”, relata. Assim surgiu a Moça Bakana. O cenário, para Fernanda, é bem diferente daquele em que começou, e a Camboriú dos sonhos é a Camboriú de agora. A comerciante afirma que o crescimento do comércio está diretamente ligado ao desenvolvimento da cidade. “Camboriú cresceu muito nestes anos. Pessoas de fora se insta-
laram aqui, começaram a construir e a investir na cidade”, diz. Foi neste ambiente que a loja se fixou e teve destaque. Hoje, Fernanda conta que mais de 50% de seus clientes são de fora de Camboriú. “Mostra que a cidade está chamando moradores e que aumentou o poder aquisitivo da população”, diz. Empreendedora, Fernanda está de olho em outras fatias do mercado. Sabe que muita coisa melhorou, mas ainda falta. Por isso, está abrindo uma loja de confecções masculinas. Aponta, também, outras áreas que precisam se desenvolver, como a gastronomia. “Temos boas lojas, muita
gente empenhada. Precisávamos de mais restaurantes”, opina. A parceria entre comerciantes, campanhas da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, promoções em diferentes datas também são uma aposta. Na opinião de Fernanda, algo precisa ser feito para manter o cliente em Camboriú. “O comércio tem que chamar atenção”, diz. Nos sonhos de Fernanda, Camboriú é independente. Os moradores não precisam mais recorrer à vizinha Balneário porque tudo que precisa, encontram aqui. “Sou bastante otimista sobre isso. Acredito em Camboriú e quero crescer muito aqui”, completa.
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“Participação popular e Secretaria de Projetos são fundamentais na POLÍTICA” Estudante de administração pública, Leonardo Teixeira acredita que diversos fatores influenciam uma atuação política correta e que resulte no desenvolvimento da cidade. Para ele, alguns fatores são fundamentais para a Camboriú dos seus sonhos. Participação popular, Secretaria de Projetos e voto distrital poderiam mudar a realidade da cidade. Ele explica que, na faculdade, estuda-se a administração pública comparada, que consiste em identificar bons exemplos em todo o mundo e analisar formas de adequá-los à realidade local. “A gente percebe de que forma buscam recursos, traz para o modelo atual e adapta”, explica. Como bons exemplos, ele cita a administração participativa. “A comunidade precisa estar engajada, ter uma atuação forte. É importante para que a administração pública flua de forma correta”,
opina. Segundo Leonardo, um conjunto de fatores funcionando adequadamente resulta em qualidade de vida. “É preciso política, sociedade atuante e empresariado consciente”, diz. Outro exemplo a ser seguido, de acordo com ele, é a criação de uma Secretaria de Projetos. “É uma secretaria voltada ao técnico. Faria uma varredura no município detectando todas as necessidades, porque o Governo Federal tem a verba, o que faltam são projetos”, explica. A intenção seria captar recursos federais para a aplicação em melhorias. De acordo com Leonardo, os custos seriam baixos para a criação da secretaria. “Precisaria de dois administradores públicos, dois a três técnicos e um estagiário. Se precisar de suporte jurídico ou de engenheiros, usaria os de outras secretarias, integraria”, explica. Reduzir os gastos muni-
cipais também é fundamental. “Enxugar a máquina pública é necessário. Gastar 50% em folha de pagamento se tornou uma meta das Prefeituras. Se você tem um limite para gastar, gasta o limite. Não é assim que tem que acontecer. Tem que gastar o mínimo e arrecadar o máximo”, diz. Outro fator necessário para o desenvolvimento pleno da administração pública é a participação da sociedade. Leonardo apóia o plano diretor participativo e a criação de um observatório social, que uniria pessoas sem vínculo partidário para fiscalizar o governo. “Forma um grupo tão forte que faz com que a administração ande em linha reta”, afirma. Voto distrital e participação dos eleitores em partidos políticos também formariam a cidade ideal para Leonardo. “Querendo ou não, é a política que norteia a administração e está envolvida em tudo”, finaliza.
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“O ideal é um local para INDÚSTRIAS de grande porte” A empresa de Nelson Shultz está desde julho do ano passado instalada em Camboriú. Com a criação do distrito industrial e apoio da Prefeitura, a Massas Schultz conseguiu construir sua sede própria e agora investe em melhorias. Em Camboriú, ele conseguiu realizar seu sonho do presente. No seu sonho, a Camboriú do futuro tem espaço para que outros empresários possam se instalar aqui. “A vocação de Camboriú é o setor de serviços, comércio, agricultura e indústria, porque tem espaço na cidade para isso”, opina o empresário. Para ele, a cidade abriu portas que não existiam enquanto estava instalado em Balneário Camboriú. “Lá nossa sede era em um prédio alugado. Pleiteamos um
terreno aqui com a Prefeitura e conseguimos vir para cá. Temos toda a facilidade em relação aos fornecedores, o acesso aqui é muito bom, é fácil. Estamos em uma região estratégica em Santa Catarina”, diz. Apesar da oportunidade, Nelson tem um olhar crítico e afirma que “nós estamos limitados, essa é a verdade”. Ele explica que, no momento, a sede é suficiente, mas há necessidade de expandir e não existe espaço para isso. Para ele, a cidade do futuro precisa de melhor infraestrutura. “O distrito industrial é pequeno. Ele comporta pequenas e médias empresas, mas não as grandes. Teria que haver outro local para que esse tipo de empresa, maior, pudesse se instalar”, sugere o empresário.
Para Nelson, é isso que falta para que Camboriú tenha um grande pólo industrial. “Temos o porto perto, a BR ao lado, localização ideal, mão de obra para isso”, afirma. Em sua empresa, a maior parte dos postos de trabalho é ocupada por moradores de Camboriú. “Não exigimos qualificação porque nós treinamos a mão de obra aqui dentro”, explica. O exemplo de Nelson pode ser seguido e representar o crescimento do setor industrial e do emprego em Camboriú. “Nós estamos satisfeitos com o local em que estamos instalados. A construção de uma sede própria é uma realização e vamos trabalhar em prol da cidade porque é a maneira de agradecermos por aquilo que ela nos deu”.
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“O PLANEJAMENTO URBANO tem que ser sustentável” Uma cidade de alto padrão. É assim a Camboriú dos sonhos do engenheiro Moisés Bernardes. Para ele, a cidade do futuro deixou de ser “dormitório de Balneário Camboriú”. O município ideal parou de investir em loteamentos populares e aposta em empreendimentos para famílias de alto poder aquisitivo. Cresce sustentavelmente e torna a natureza um atrativo que as pessoas queiram pagar para ter. “Camboriú tem um grande problema na urbanização”, afirma o engenheiro, que faz parte do Conselho da Cidade e atua na área há dez anos. “Os loteadores querem aproveitar todo o espaço, o que gera um problema urbanístico. A gente observa isso no Santa Regina, onde não há uma árvore entre os lotes”, explica. Para ele, as cidades da região cresceram rapidamente e sem planejamento. Moisés afirma que há como reverter esse cenário, mas o processo é caro
e leva tempo. Como áreas em que a ocupação ocorreu sem estrutura, ele cita, além do Santa Regina, o distrito do Monte Alegre. Aponta como falhas a construção de moradias em áreas irregulares, como morros, a falta de saneamento básico e infraestrutura para a instalação das residências. “Uma palavra que está bem na moda hoje é o desenvolvimento sustentável, e esta é a saída”, afirma o engenheiro. Para ele, Camboriú precisa de novos acessos, que facilitem o trânsito e motivem melhorias nas vias. Além disso, Moisés fala da importância de uma nova área para a instalação de empresas. “Precisa disponibilizar área para a indústria, não podemos depender do turismo, da agricultura, tem que ter outra matriz econômica”, analisa. Para ele, a localização do distrito industrial é ruim, por estar no centro da cidade. “Quem tem indústria precisa que caminhões entrem e saiam e de espa-
ço para crescer, ali não tem”, diz. Moisés afirma que o potencial natural de Camboriú tem que ser levado em conta em todos os setores do desenvolvimento urbano. “O que a gente tem de melhor aqui é a natureza. Com base nisso, podemos criar alguma coisa diferente que atraia investimentos de alto padrão. Seriam loteamentos com planejamento diferente, com áreas verdes, e não com tanta densidade como tem hoje, preservando o que tem de natural”, sugere. Na Camboriú dos sonhos do engenheiro, os condomínios terão as áreas verdes como atrativo. “Serão grandes lotes para construção de prédios de alto padrão, com estrutura e preservando o meio ambiente, onde as pessoas tenham fácil acesso à rodovia, seja uma região bonita”, diz. Para Moisés, “Camboriú ficou uma cidade boa, tem atrativos para trazer pessoas de alto poder aquisitivo, que vão consumir aqui, e desenvolver a cidade sustentavelmente”.
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“O que falta na SAÚDE é melhorar o atendimento” Na Camboriú dos sonhos da técnica em enfermagem Elizabete Bertoldi, a saúde será humanizada. Ela afirma que isso já está começando a acontecer, mas precisa avançar muito para que o atendimento se torne ideal. Nos sonhos de Bete, o serviço é prestado com amor. “A saúde já passou por processos bem piores”, opina. Ela sugere: “É necessária uma orientação melhor para os pacientes”. No dia a dia da profissão, a técnica em enfermagem percebe que a carência das pessoas que procuram atendimento é grande, e que muitos problemas poderiam ser resolvidos de forma simples. “Muitos nos procuram não pela doença, mas pela carência. Tem problemas que muitas vezes a conversa, um abraço, resolvem. Não é só o
atendimento médico que buscam, é o todo. Estamos tentando fazer isso”, diz. Ela cita como exemplo o caso de uma família que atendeu no hospital e que buscava atendimento para o filho de dois meses de idade. “O paizinho chegou com o filho, reclamava do atendimento. Eu cheguei e fui perguntar o que estava acontecendo, conversei com a família, expliquei o procedimento, o que o médico estava fazendo, quais tinham sido as falhas da família. Ele já acalmou. A mãezinha ficou feliz, teve o atendimento que queria”, conta a enfermeira, que aposta no carinho e no diálogo. Para Bete, isso é um dom. “É uma coisa que está dentro do coração da gente”, afirma. Natural de Camboriú,
ela atua na área da saúde há 16 anos. “Até meus 30 e poucos anos trabalhava no comércio, depois comecei como atendente. Fui conhecendo, aprendendo e amando aquilo. Abriu o curso de auxiliar e eu fiz. Aí veio o técnico e graças a Deus eu me encontrei na profissão”, conta. Ela percebe que os serviços de saúde em Camboriú melhoraram muito. Bete destaca a contratação de médicos especializados e os atendimentos prestados pelos postos de saúde e pelo hospital, onde trabalha hoje. “O serviço está modernizado”, diz. Para a técnica, o que falta é um pouco de sua visão. “É preciso respeito, carinho, afeto. É disso que as pessoas precisam. O que falta para a cidade ser ideal é dar mais atenção para os nossos pacientes”.
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“O futuro da EDUCAÇÃO está no diálogo” Escolas, creches, material escolar de qualidade. Para a professora Eliana Andrea Backes, isso já é realidade em Camboriú. Atuante na classe, ela é bastante crítica ao avaliar o setor, e afirma que falta pouco para que a educação da cidade atinja o patamar ideal. “Eu acho que bastante coisa melhorou”, afirma. A principal mudança identificada por Eliana está na postura do professor. “Hoje a gente sabe das coisas. Há dez anos, o professor tinha medo de exigir seus direitos. Agora, a gente conhece as leis. A gente sabe que existe um plano de carreira, da onde vêm seus recursos”, explica. Com este conhecimento, o profissional passou a batalhar mais para que seus direitos sejam atendidos. Isso, para ela, acabou moti-
vando a mudança de postura dos governos e abriu os olhos do poder público para a educação. “Muitos investimentos foram feitos, a gente percebe isso nas creches, na qualidade das escolas. A gente sabe que há a preocupação com o professor e com o aluno. Hoje o material escolar que vem para os alunos é de primeira qualidade, os recursos estão sendo investidos”, comemora. Na Camboriú dos sonhos de Eliana, “para ser a cidade ideal, a única coisa que está faltando realmente é valorizar o profissional no todo”. Ela afirma que os governantes têm que se adequar às leis. “Nós não queremos fazer greve, o professor não quer parar, deixar o aluno em casa, ter desgaste com o governo. A gente quer o diálo-
go, mas quer que os direitos sejam respeitados. Os governos têm que ter uma conversa mais aberta com os professores”, sugere. Efetiva do estado e do município, mora há seis anos em Camboriú e afirma que o futuro da cidade passa pela educação. Gostaria que muitos tivessem a visão que ela tem. “Eu digo que trabalho na melhor escola de Camboriú, que meu filho estuda na melhor. Independente de qual for, eu tenho que dizer que é a melhor, que meus alunos são os melhores. Se eu não valorizar, ninguém vai”, diz. Com carinho e preocupação com os estudantes, avalia a importância de sua profissão. “Eu sou tão importante para o futuro dos meus alunos quanto sou para meus filhos. A gente forma a opinião deles para o futuro”.
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“Registrar os causos mantém viva a HISTÓRIA de Camboriú” “Escrevam”, pede a historiadora Mariléia Vanin. Para ela, a principal forma de manter a história viva é registrando. Professora do Instituto Federal, antigo Colégio Agrícola, ela vê nos “causos” que atravessam gerações a grande oportunidade de manter viva a história de Camboriú. Na cidade de seus sonhos, existem registros e as origens são preservadas através do tombamento de lugares históricos. Paranaense, Mariléia trabalha no colégio há mais de 20 anos e se encantou pela história da cidade. Lamenta a escassez de livros a respeito das origens de Santa Catarina. “A gente sabe que tudo começou com os açorianos e todo o andamento da história da região, mas não existem registros da movimentação, da transformação”, explica. “Eu penso que falta o resgate histórico primeiro do povo”, opina a professora. Questionada sobre o que os moradores podem fazer para preservar a história, ela é direta: escrever. “Camboriú é uma cidade cheia
de causos que me deixam fascinada. Muitos não percebem, mas neles está a história de seu povo. Os causos explicam como as pessoas vivam, quais eram seus valores, dão uma visão de como era a Camboriú do passado”, afirma. Como forma de resgatar pelo menos parte disso, Mariléia, em parceria com outros pesquisadores, está organizando um livro sobre a história do Colégio Agrícola e de antigos habitantes de Camboriú. “A ideia é contar a história oral, ouvir as pessoas”, diz. Na cidade dos seus sonhos, essa iniciativa será tomada também por outras pessoas e valorizada pela comunidade. Além disso, os prédios e lugares históricos serão preservados. “As casas antigas, a igreja, a casa paroquial, têm um valor inestimável para a futura geração”, afirma. Ela lamenta o desprezo com que a história é tratada e ficou evidenciado na destruição do sambaqui do Santa Regina. “Eu fiquei muito chateada ao saber desse fato.
O sambaqui mostra que há mais de 3 mil anos já tinha gente aqui, e agora simplesmente vão lotear”, diz. Para ela, isso mostra que as pessoas não têm noção da importância da história, e salienta: “Um povo que não preserva é um povo sem memória”. Mariléia sugere que o município tome a iniciativa de preservar. “A comunidade tem que cobrar dos vereadores isso. Que exista alguma lei que faça com que se preserve o centro histórico para que não ocorra o que ocorreu com a antiga Prefeitura. São pequenos detalhes que fazem a diferença”, afirma. Nos sonhos de Mariléia, a história de Camboriú será ainda um atrativo turístico. As pessoas virão para a cidade para conhecer as origens da região. Além disso, as raízes serão ensinadas nas escolas, e as crianças terão interesse em aprender. “É preciso ter um museu para ir, um arquivo histórico”, sugere. A professora lembra que “todos nós somos agentes da história, ela é dinâmica, muda todo dia, e nós conseguimos respeitá-la mudando a mentalidade das pessoas”.
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“O AGRICULTOR precisa ser valorizado” A profissão de Odil Rampeloti segue na contramão de outras áreas da cidade. Ele não vislumbra um futuro bom. Pelo contrário, aposta no fim da agricultura. Não vê mais os jovens no campo, não tem ajuda do governo, não é valorizado pela sociedade. Mesmo assim, garante que é agricultor “desde antes de nascer”, e vai morrer fazendo isso. Nos seus sonhos, passado presente e futuro seriam diferentes. “Falta apoio do governo, da Prefeitura, de tudo. Do jeito que está, a gente vai parar”, lamenta o agricultor. Odil é um dos maiores produtores de arroz de Camboriú. Em sua propriedade, colhe cerca de 30 mil sacas por safra. Exemplifica em números o quanto a profissão é desvalorizada. “Está muito difícil manter, é só fazer a conta. Cinco anos atrás, a saca era R$ 35, o óleo R$ 0,70 o litro. Agora o arroz está R$ 24 e o óleo passa de R$ 2. O governo diz que dá apoio, mas para o agri-
cultor não tem apoio nenhum”, afirma. Ele lamenta a situação do setor em que trabalha “desde a barriga da mãe”. “A agricultura segue um caminho contrário do resto. Você não vê mais um rapaz novo na agricultura, todos saem”, explica. Se tivesse idade para recomeçar, ele afirma, faria o mesmo. “Eu vou ter que viver até morrer na agricultura, não tenho idade para fazer outra coisa”, diz. Na Camboriú de seus sonhos, a agricultor seria respeitado. “A gente está abaixo de tudo, é tratado como se não tivesse valor nenhum”, afirma Odil. Apesar do pessimismo, não quer o fim da profissão. “Teria que ter investimento para o jovem ficar no campo, se não tiver, a agricultura vai acabar”, lamenta. Ele conta que tem um neto de 16 anos que o ajuda na agricultura. “A gente quer que ele estude e saia. Do jeito que está, quem está varrendo rua está ganhando mais”, diz.
Para ele, a profissão exige muito e dá pouco retorno. “O agricultor não tem hora para começar a pegar, não tem hora para largar. Na época da colheita, o mais cedo que a gente chega em casa é dez da noite”, conta. Sonhar, aos 67 anos e com uma realidade tão amarga, é tarefa difícil para Odil. Ele fala do que seria ideal sem ter esperança de melhorias. “Passa pela aposentadoria, pela valorização, por apoio financeiro e pelo respeito. Ninguém respeita o agricultor”, afirma. Odil atendeu a reportagem do Linha Popular numa tarde de quarta-feira. Disse ter vergonha de ser encontrado em casa e não no campo. Estava doente. Para ele, a aposentadoria fere sua dignidade. Justo é continuar trabalhando. “O agricultor que trabalhou a vida inteira na roça, o que ganha não dá para o remédio. E tem gente que ainda acha que o agricultor não merece”, finaliza.
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“As pessoas têm que se integrar ao MEIO AMBIENTE” Na Camboriú dos sonhos de Aline Pereira Gomes, de 22 anos, o verde não é apenas o pano de fundo, é o protagonista. Nele, as pessoas estariam integradas à natureza, as crianças estudariam educação ambiental, as famílias separariam o lixo e ele seria depositado em local adequado. Estudante de engenharia ambiental, ela acredita que os problemas poderiam ser resolvidos com um passo simples: a conscientização. “Camboriú tem vários pontos fracos em relação ao meio ambiente”, afirma a estudante. Para ela, as melhorias só ocorrem se poder público e sociedade tiverem a mesma preocupação. “Agora está passando o caminhão da coleta seletiva, mas ainda falta a educação ambiental da população, porque a partir do momento que o município passa a oferecer esse serviço, é dever do cidadão fazer sua parte, separar o lixo orgânico do inorgânico, e isso ainda não é um hábito”, lamenta.
Isso passa, para ela, por uma mudança de postura da sociedade. “A educação ambiental nas escolas também é importante. Já estão ocorrendo projetos, mas isso deveria ser mais forte. É preciso orientar as pessoas e formar as novas gerações”, opina. Problemas estruturais também são apontados pela estudante, como a falta de saneamento básico e as ocupações irregulares. “As pessoas têm tanque séptico e algumas nem tem, é só sumidouro. E é importante, já que não tem a coleta de esgoto, que as pessoas que têm tanque usem corretamente”, afirma. Ela explica que tanques inadequados poluem o solo e todo o ambiente ao redor. “Tem gente que tem tanque séptico e o vizinho tem água de poço, o que acaba afetando a saúde da população”, diz. A falta de preocupação com a preservação chama a atenção da estudante. “A população invadiu as Áreas de Preservação Permanente, e isso
resulta em enchentes, causa o assoreamento do rio”, explica. Para ela, esta situação reflete a falta de conscientização e de fiscalização do município, “que deveria destinar áreas à ocupação e áreas a serem reservadas”. “O ideal seria a preservação das margens do rio, a reciclagem do lixo, um aterro adequado e não de fachada”, almeja a estudante. Aline explica que, em 2012, os municípios têm que fazer o plano de gestão integrada de resíduos sólidos. “Seria muito importante, porque incentiva a criação de cooperativa de catadores e pretende extinguir os lixões”, diz. A estudante lembra que “o meio ambiente está ligado diretamente à saúde das pessoas, à qualidade de vida” e sugere também a criação de um parque nos moldes do Raimundo Malta, de Balneário Camboriú. “Além de integrar as pessoas ao meio ambiente ainda seria área de visitação e garantiria a preservação de um local perto da área urbana”, justifica.
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“Eu sonho com um lugar para a ARTE feita em Camboriú” Sandra Nunes tinha um plano para sua aposentadoria: dedicar-se à arte. Como professora, se aposentou há quatro anos, mas o sonho não se realizou. Frustrada com a falta de espaço e incentivo, a artista plástica camboriuense adiou sua realização pessoal. Na Camboriú que ela sonha, porém, viver de arte será possível. Ela é um exemplo de sonho que se sonha junto. Ao falar do que almeja para a área na cidade, não consegue pensar na sua produção. Cita artistas de Camboriú que sequer sabem da importância daquilo que fazem. “Sem espaço eles ficam como eu, escondidos”, lamenta. A artista conta que já houve iniciativa de fomentar a arte na cidade com a criação de uma associação. “Fizemos uma exposição muito bonita em Brusque”, conta. No entanto, a idéia morreu. E desde então, para ela, o setor parou no
tempo. Foi neste ambiente em que a produção artística não tinha estímulo que o sonho de Sandra repousou. Mas não morreu, ela garante. Nos seus sonhos, há um local específico para as artes produzidas em Camboriú. “Eu acredito que esse cenário pode ser revertido, existe potencial para isso. Nós temos artistas maravilhosos em Camboriú, que precisam de apoio financeiro e de lugar adequado. O talento a gente tem, mas não é o que basta para a divulgação da arte”, opina. A artista plástica – parada por tempo indeterminado, mas não para sempre – sugere a criação de uma nova associação, forte, que cobre do poder público incentivo para a área. “Na Camboriú dos meus sonhos, os artistas estarão unidos e terá um espaço para eles. Nem que seja para uma única exposição, mas precisamos mostrar”, diz. Sandra comple-
ta: “Sonho também que o povo de Camboriú saia um pouco da frente do Big Brother e prestigie a arte feita aqui”. A preocupação da população com a produção artística passa ainda, para a professora aposentada, pela educação. “A arte tem que ser trabalhada e desenvolvida nas escolas, pode despertar aquilo que existe em crianças que não descobriram esse dom, elas podem se encontrar”, afirma. Sandra sabe das dificuldades, da falta de interesse e de apoio, mas ainda tem esperança. Sonha em fazer o artista que entalha em madeira um grande nome da arte em Camboriú. Em tornar o produtor rural que faz esculturas um exemplo a ser seguido. Em fazer com que crianças descubram o artista que há dentro delas. Em ter uma sociedade que sensibilize através da arte. “Eu acredito que meu sonho pode se tornar realidade, estou só esperando”.
Nossa homenagem à Todos que ajudam a construir a história do nosso Município. Juntos vamos continuar construindo uma cidade cada vez Melhor!
Parabéns CAMBORIÚ 128 Anos! Márcio Aquiles da Silva Presidente
A Câmara de Vereadores mais próxima da População!
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“Camboriú tem um potencial enorme para a CONSTRUÇÃO CIVIL” Em 2008, um bate estaca chamou a atenção de quem passava pela rua Porto Alegre. Moradores se perguntaram o que seria feito ali. Quando receberam a resposta de que estava sendo construído um prédio de 11 andares, muitos não acreditaram. Teria até elevador. Dali, saiu o primeiro prédio residencial de grande porte de Camboriú, o Maria Fernanda. Empreendimento da construtora WJA, foi uma aposta que deu certo. Nos sonhos de Waldemor José de Andrade, proprietário da empresa, ali começou o futuro. Natural de Brusque, ele rodou o Brasil todo e há seis anos retornou à região. Foi por ter incentivo da Prefeitura que decidiu investir em Camboriú. “Achamos o terreno, fizemos o projeto, criamos a empresa. Foi muito rápido. A empresa estava nascendo e a obra subindo”, conta. Ao lado do filho, Waldemor José de Andrade Junior,
que é sócio na empresa, viu o crescimento da cidade e a valorização da construção civil nos últimos anos. “Meus irmãos, que constroem em Balneário, disseram que eu era louco de investir aqui, que era uma cidade dormitório. Faltava visão de alguém de saber que as pessoas precisam de um lugar bom nem que seja para dormir”, afirma Waldemor. A iniciativa deu certo. Agora, a WJA constrói seu segundo prédio, que já está na quinta laje. “A gente acreditou”, diz o construtor. Afirma que, como ele, muitos empresários estão se interessando por Camboriú. Para a atrair o investidor, porém, a cidade precisa de contrapartida. “Estamos aguardando a aprovação do novo plano diretor. Ele é que vai dizer o que podemos fazer, não somos nós que vamos decidir o que a gente quer. A boa idéia nós estamos dando, participando das reuniões”, diz Waldemor. Para ele, em alguns aspectos Camboriú
ficou para trás. “Um grande problema é que aqui, diferente de Balneário e de outras cidades, os andares de garagem não entram no índice de construção”, explica. “O que a gente quer agora é que liberem as garagens como é em outras cidades. Até porque é uma questão de espaço público. Quem tem garagem não deixa o carro na rua e essas vagas ficam para o comércio”, completa. Questões estruturais, como preocupação ambiental e trânsito também precisam ser revistas para garantir o desenvolvimento da cidade, na opinião do construtor. “Camboriú tem um potencial enorme, os empresários querem vir, mas a contrapartida do município é pouca. Todo mundo fala que Camboriú é a bola da vez, tem tudo para dar certo, mas precisa de infraestrutura”, avalia Junior. “O ideal era um município autosustentável, independente de Balneário”, finaliza.
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“O TURISMO depende de estrutura e segurança” Em setembro do ano passado, o governador Raimundo Colombo esteve em Camboriú. Na fazenda Top da Mata, que fica na região do Braço, falou sobre a pavimentação asfáltica da estrada que liga Camboriú a Brusque e passa em frente ao empreendimento. Ele ressaltou o potencial turístico da região e a necessidade de abertura de novas estradas para atender à demanda de veículos. Foi o primeiro passo para a realização do sonho de Allan Roberto Momm, de 17 anos. Ao pensar no seu futuro, o jovem que é filho do proprietário da Top da Mata vê o sucesso de Camboriú no setor turístico. A família Momm começou a investir no turismo na cidade há dois anos, quando viu o potencial da fazenda. “Percebemos que chamava atenção de quem passava e resolvemos investir. Queremos continuar investindo, mas agora precisamos ter retorno”,
afirma Allan. O retorno esperado depende agora de investimento do setor público. “O turismo vem crescendo, mas ainda falta apoio dos governos. São enviados projetos, mas a gente sabe que não depende só do município. Mesmo assim, o pessoal está investindo porque sabe do potencial”, opina. Para ele, a falta de segurança é um grande empecilho. “No hotel fazenda já fomos roubados três vezes em um mês, não tem polícia aqui para cima”, conta. “Falta segurança, mas acredito que ao longo do tempo vamos conseguir”, completa. Os atrativos, na opinião de Allan, ainda são maiores que as dificuldades. O Top da Mata, aberto há um ano, atende clientes que em sua maioria vêm da região. “O pessoal procura porque gosta desse contato com a natureza, e Camboriú proporciona isso. Muitos voltam”, explica. Ele
afirma que a família não espera um retorno significativo a curto prazo, “porque um bom nome se faz no boca a boca”. Vê na divulgação, porém, outra dificuldade que precisa ser sanada. “Precisamos que a Prefeitura invista mais em propaganda. Até acontece, mas na região. Precisamos que isso seja levado para os estados vizinhos. Divulgação é o que falta”, diz Allan. Nos sonhos dele, um asfalto passa em frente ao hotel fazenda, e há um posto policial na localidade. “Na Camboriú dos meus sonhos tem mais segurança, para trazer tranquilidade para a gente e para os turistas. A criminalidade difama demais a nossa imagem”, conta o jovem, que atrela seu destino ao destino da cidade. “Penso em atuar nesta área, eu acho que tem futuro. O pessoal está cada vez mais procurando fugir da cidade, da agitação. Isso vai dar certo”.
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“Eu vislumbro uma política de DESENVOLVIMENTO SOCIAL ampla” Para a assistente social Mari Stela de Oliveira Gervásio, é necessário romper com uma teoria do passado: a de que assistência social se faz com clientelismo. A política da distribuição de cesta básica não pode mais existir. Nos sonhos dela, desenvolvimento só ocorre com políticas públicas focadas no atendimento básico. “Estou no município há seis anos, e neste período melhorou bastante em relação à assistência”, afirma. As melhorias a que Mari se refere passam basicamente pela efetivação do Centro de Referência em Assistência Social – Cras, que atende ao distrito do Monte Alegre. “É uma proposta do Governo Federal. Se for ampliada a assistência social básica, que são os Cras, teremos uma população assistida”, diz. Para ela, esse atendimento ainda está aquém da necessidade. “O ideal seria que cada Cras atendesse 5 mil famílias. Teríamos que ter dois
só no Monte Alegre e mais um no centro”, sugere. Com otimismo, ela faz um retrospecto ao pensar no futuro. “O que a gente percebe é que a assistência social no município estava muito vinculada à distribuição de cesta básica. Era clientelismo. Isso melhorou um pouco”, opina Mari. Segundo ela, a evolução está ocorrendo. “Dentro dessa área houve um avanço, mas em passos lentos, e isso está ocorrendo em todos os municípios porque é um assunto novo. As cidades estão se adequando até com gastos. Estamos nos adaptando à nova realidade e à nova política”, diz. Na área da assistência social há 24 anos, Mari conta que sonha que o setor atinja o patamar ideal. “Como profissional, muitas vezes eu me sinto frustrada por não fazer tudo que é necessário. Nós somos em poucos profissionais para muitos problemas. Nosso município é atípico, a população é
muito rotativa e as coisas ficam truncadas para serem resolvidas, como a questão da habitação”, explica. Hoje, apenas cinco assistentes sociais atendem o município. “O que eu vislumbro é que se amplie a proteção social básica dentro dos Cras, que tenha mais centros”, afirma. Ela ainda sugere que o Centro de Referência Especializado em Assistência Social seja instalado em um local adequado, “e que amplie o número de profissionais, porque é difícil a contratação, não se acha. Não é o município que se recusa a contratar, não tem”, lamenta. “O meu desejo, meu sonho, é que as políticas públicas sejam ampliadas. O Cras tem que ser uma porta de entrada para o atendimento à população. Eu acredito que aos pouquinhos a gente vai chegar lá, já estivemos muito longe do ideal. Se depender de boa vontade, vai acontecer”, finaliza.
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“Precisa de espaço, não só para dança, mas para todo tipo de CULTURA” Fernanda Burkert Camargo bota medo nos alunos. Rigorosa, exige concentração nos ensaios. Cobra empenho e determinação. É ela que está por traz do grupo de dança New Style que, de forma independente, busca espaço em Camboriú. Exigente, batalhadora e empenhada, nem parece que tem apenas 16 anos. A menina de cabelos vermelhos e voz calma sonha com o reconhecimento da cultura em Camboriú. O grupo nasceu no colégio José Arantes, e quando tinha apenas 11 anos, Fernanda já era coreógrafa. No primeiro ano, as sete bailarinas participaram do Festival de Cultura e ficaram em segundo lugar. No ano em seguinte, em primeiro. Saíram da escola para participar do Departamento de
Cultura da Prefeitura. Sem incentivo, as meninas saíram e começaram a atuar de forma independente. Agora, batalham não só por elas, mas pelo fomento da cultura em Camboriú. A ideia de atuar como um projeto social do qual os alunos possam participar gratuitamente tem dado resultado. “A gente começou com sete, estamos em 20”, explica Fernanda. O New Style ensaia três vezes por semana no ginásio Irineu Bornhausen. O foco do grupo é o jazz. Fernanda está apostando na união da dança com a música pop. Ela já estudou na escola de dança Kaiorra e fez aulas também no Recriarte. Agora, pretende iniciar os estudos em Itajaí. “É bom porque de cada lugar a gente aprende técnicas dife-
rentes”, conta. Lamenta a falta de espaço para a cultura local. “Aqui o incentivo é muito pequeno. Ninguém se interessa, e o problema não é só da dança. Eu conheci recentemente os meninos da capoeira, que eu nem sabia que faziam isso aqui e também treinam no ginásio. Ficam escondidos”, completa. Nos sonhos de Fernanda, a Camboriú apoia a cultura. Uma ideia do grupo é criar uma ONG. “É uma forma de unir as pessoas em torno disso e buscar incentivo”, explica. A realização do sonho para a cidade como um todo passa por sua realização pessoal. “Antigamente eu gostava mais de dançar, hoje eu prefiro coreografar. Eu não me vejo sendo uma grande bailarina, e sim uma grande coreógrafa”, afirma.
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CIDADE Quem vê que, ano a ano, esta
fica cada vez mais independente!
5 de abril Parabéns Camboriú
Nossa Cidade
comemora, pela primeira vez, um aniversário com sua Subseção própria da OAB.
Jucélia Vinholi Monteiro Presidente da 43º Subseção Camboriú
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Camboriú, 30 de março de 2012
“No TRÂNSITO ideal, motoristas, ciclistas e pedestres têm seu lugar” Taxista há seis anos, Fernando de Souza Linhares vive no dia a dia o estresse do trânsito em Camboriú. Sua maior preocupação são os acessos à cidade, onde, nos horários de pico, o fluxo de veículos para. Na Camboriú de seus sonhos, congestionamentos não existem. Além disso, as ruas têm estrutura, sinalização, e pedestres e ciclistas também têm espaço adequado. “O ideal seria mais vias para poder sair e chegar a Camboriú com facilidade. Hoje está muito trancado. Em horários de movimento, para tudo”, lamenta. Fernando afirma que atende apenas pessoas de Camboriú, e só transita pelas cidades vizinhas se for para levar passageiros. Respeita o lugar de outros profissionais e acre-
dita que essa postura deve ser adotada por todos. Filho de taxista, afirma que a profissão é importante. “Tem muita gente que não tem carro e na hora de socorro pode contar com a gente. Por exemplo, a gente anda com muita mulher grávida, que vai ganhar bebê”, conta Fernando. “Na hora de acidente ou até lazer, a nossa prestação de serviço é muito importante”, completa. Um fator que preocupa Fernando é a qualidade das vias. “São poucas asfaltadas e as que existem precisam ser melhoradas, não só em relação à pista, os buracos, mas a sinalização também. Precisamos de mais ciclovias, tem ruas que não tem calçadas, muita estrada de chão sem estrutura
nenhuma”, diz. No trânsito tem estresse, mas também coisas boas. Já fez, na estrada, grandes amizades. “A relação com o passageiro é tranquila. Trato os passageiros da forma mais educada possível. Com os que não querem conversar, fico neutro. Muitas vezes fica uma relação de amizade, tem gente que acabei até levando em casa”, conta. Essa relação mais humana faz parte de seus sonhos. Na Camboriú que idealiza, motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres se respeitam. “No meu sonho tem uma ciclovia decente, ruas em que automóveis, ciclistas e pedestres possam andar juntos”, afirma. “Quando saio de casa tento cuidar dos outros, não de mim”, completa.
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Alguns contam sua idade...
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´ historia
Camboriuú, ´ 128 anos
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