Dia Internacional da Mulher

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EMPREENDEDORAS É cada vez mais fácil encontrar mulheres criando e comandando negócios. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, o LP mostra algumas destas camboriuenses que tiveram coragem e dedicação para empreender. Conheça um pouco da história das empresárias e quais são os conselhos para quem quer seguir este caminho

Caderno Especial Jornal Linha Popular - Março de 2013


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Jornal Linha Popular - Camboriú, março de 2013

Elas são mais EMPREENDEDORAS É cada vez mais fácil encontrar mulheres no comando dos negócios. Segundo o serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, elas são a maioria entre os micro e pequenos empresários: as mulheres iniciaram 53% das empresas existentes hoje. A coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Univali, Idalina Maria Boni, explica que as mulheres têm destaque por algumas características. Entre elas, estão a dedicação, a atenção pelo coletivo e a sutilidade. “Os homens são, na maioria, racionais, mais frios. Já as mulheres com seu lado emocional conduzem o

negócio de forma acolhedora”, detalha. De acordo com estudo do Sebrae, o modo de condução das mulheres garante uma taxa de sobrevivência maior aos negócios. Já um levantamento do Instituto Brasileiro de Qualidade de Produtividade - IBQP traça um perfil desses empreendimentos femininos. Normalmente são negócios menores e de prestação de serviço, no comércio varejista, alimentação e na indústria de transformação. Nestas e em outras áreas elas têm criado e conquistado espaço e você poderá ver exemplos de Camboriú ao longo deste caderno. A maternidade, que pode

ser vista por muitos como um empecilho para o empreendedorismo, pode, inclusive, dar uma força para a abertura de novos negócios. Segundo Idalina, muitas mulheres buscam fontes de renda que as permitam ficar mais próximas dos filhos. “Há também o fator da realização pessoal, quando a mulher deixa de ser empregada e assume o controle financeiro”, completa. Independente do segmento, todas as mulheres têm um desejo em comum. “Ser capaz. Se eu crio, eu posso empreender. Estar no mercado de forma independente, além de buscar qualidade de vida. Onde quer que esteja”, conclui Idalina.

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Uma aula de empreendedorismo Fotos: Gustavo Zonta/LP

Três professoras ensinam como superaram dificuldades e conduzem as próprias instituições de ensino Professoras são quase como uma segunda mãe para turmas inteiras de crianças. Mas elas também são muitas vezes mães em suas casas e têm a vida pessoal para cuidar. E três professoras de Camboriú investiram em um desafio maior: montar instituições de ensino. Elas saíram da rotina de preparar aulas para administrar grandes equipes, além de lidar no dia-a-dia com pais e alunos em uma escala bem maior. Rita Maria de Cássia Machado Servelin, mais conhecida como Tia Rita, está à frente do Centro Educacional Recriarte há 17 anos. Ela já está envolvida com educação há 28, quando começou atuar na rede pública municipal. Rita atuou ainda na rede estadual, até o dia que viu a oportunidade de conduzir uma escola a sua maneira. O Centro Educacional Camboriú – Cecam também está há 17 anos no mercado, coordenado por Maria Aparecida Ribeiro Pereira. Ela foi professora da rede

Mudança. Rita, Maria Aparecida e Raquel foram professoras da rede pública antes de cuidar das próprias instituições particulares

pública estadual durante 18 anos, até querer investir no próprio negócio. Maria Aparecida afirma que tem um ideal de educação, que pode explorar e aplicar na própria escola. Raquel Lazzarotto Linhares fundou o Espaço Criança em 2007 junto com seu marido, Beto. “Gosto de dizer que hoje estou diretora, mas sou professora”, afirma. Ela trabalha desde os

14 anos e também atuou na rede municipal. A ideia de abrir a própria escola foi algo que nutriu por muito tempo, até que se tornou realidade. As três lembram as dificuldades no início de seus empreendimentos. Rita conta que Camboriú era considerada uma cidade pequena. Maria Aparecida destaca a mesma coisa, lembrando das dificuldades financeiras. “As

pessoas falavam que em Camboriú não iria vingar nada. Até houve momentos de desânimo, mas superados”, afirma. Já Raquel fala da parte financeira. “Quando a gente começa um negócio não tem uma rentabilidade momentânea”, alerta. Para Rita, sempre há dificuldades para abrir os negócios, especialmente para as mulheres. “Mas a gente precisa de persistên-

cia e garra. É isso que é importante dentro de uma profissão”, ensina. Hoje ela vê que as meninas estão mais determinadas, principalmente pela educação diferente. “Antes o pessoal falava que menina não podia fazer. Agora ensinamos que elas podem”, aponta. Outro fator importante foi a parceria do marido, Augusto, principalmente na parte administrativa. Maria Aparecida afirma que nunca esteve sozinha, o que liga ao bom desenvolvimento que teve sua instituição. Também não viu preconceito no início, justamente por não ter medo. “Não nasci de susto, mas nasci no dia que o medo estava de folga”, tem na ponta da língua. O caminho das pedras de Raquel foi através das especializações. Ela tem algumas pós-graduações, focadas na gestão educacional. “Não é só porque gosta que se deve abrir um negócio. Tem que entender também dele”, diz. Segundo Raquel, na área educacional é até bom quando uma mulher está à frente, porque isso gera mais confiança aos pais. “É preciso ainda que as mulheres tenham confiança”, finaliza.


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As amigas que viraram sócias Fotos: Gustavo Zonta/LP

Elas somaram esforços e abriram o próprio escritório de contabilidade Três jovens mulheres recepcionam quem entra na Intelectus Contabilidade. Elas são Clarissa Flávia Pereira, Marciele Noronha Venske e Rubicléia Paula dos Santos, a Rubi. “Quando um cliente novo chega aqui e nos vê, às vezes, parece intrigado. Não falam, mas acho que eles pensam em perguntar: onde está o chefe?”, diz Rubi. Na verdade, elas são as donas do próprio negócio há dois anos e meio. A ideia de virarem empresárias surgiu ainda no antigo trabalho, onde eram empregadas. “Chega um tempo que não há mais possibilidade de crescer dentro de uma empresa. Aí a única solução é abrir o próprio negócio”, explica Marciele. Ela e as duas amigas, hoje sócias, se conheceram dentro de um

Início. Marciele, Rubi e Clarissa afirmam que no começo os clientes tinham um pouco de receio por serem jovens mulheres

escritório de contabilidade. Lá elas começaram a trocar ideias sobre a carreira, até o dia que decidiram abrir a empresa. O antigo local de trabalho delas era de administração mista, de um homem e uma mulher. Elas comparam que o jeito que mulheres têm para conduzir o trabalho é mais organizado, detalhista. Além isso, elas prezam pelas coisas bem explicadas. Características que consideram importantes em um escritório de contabilidade. “Inclusive temos na nossa ex-chefe um exemplo que queremos seguir”, afirma Rubi. “A decisão foi muito pensada. Sobre onde era o melhor lugar para abrir, como lidar com os clientes”, explica Marciele. Elas afirmam que escolheram Camboriú porque Clarissa já era daqui. O crescimento da cidade foi outro fator levado em conta. “A demanda vem crescendo e viemos com uma proposta

diferente para isso”, aponta. Com a empresa já consolidada, elas trabalham principalmente com indicação. Mas percebem que ainda há um pouco de preconceito com todas as mulheres empreendedoras. Elas dizem também que, no começo, os clientes tinham um pouco de receio. “A gente fez um bom trabalho e acaba sendo reconhecida por isso”, orgulha-se Marciele. Quando o assunto é o balanço da vida pessoal com a profissional, Clarissa às vezes fica na dúvida. “Hoje mesmo eu tinha dito que não queria mais brincar disso”, confessa. Mas com o apoio das duas amigas e sócias, ela lembra o que conquistou. “Tem gente que acha que nós não conseguimos. Às vezes até as próprias mulheres são desacreditadas. Mas vai atrás, você também consegue. É difícil? É. Mas a realização vale a pena”, incentiva Marciele.

A beleza está nos detalhes Jovens mostram que empreender pode começar bem cedo, apesar das dificuldades Sabrina Maçaneiro Hoffmann fez seu primeiro curso de estética aos 18 anos. A proprietária do local onde estudou a convidou para trabalhar lá. Ela ficou durante seis meses, mas saiu por ter passado no vestibular em uma área bem diferente: Arquitetura e Urbanismo. Na faculdade enfrentou dificuldades e teve que parar. Depois Sabrina voltou a estudar, fez três semestres de Cosmetologia e Estética. “Mas eu precisava trabalhar e, mais uma vez, tive que deixar o curso”, lamenta. Com Caroline Heinzen Nunes, mais conhecida só por Carol, a história foi um pouco diferente. Ela trabalha há 16 anos em salões de beleza, principalmente com unhas e depilação. Até quando decidiu fazer um curso técnico do Sebrae de corte e cabelo. A intenção era buscar aprimoramento profissional, para exercer outras atividades onde trabalhava. Mas

infelizmente não teve oportunidade para mostrar o que havia aprendido. “Eu tinha 19 anos na época. Abri o meu salão pela necessidade, pois não queria perder aquilo que investi”, afirma Carol. Ela ainda tentou cursar Psicologia, mas descobriu sua vocação na beleza. Então fez vários cursos no segmento. Hoje está à frente do Mademoiselle Estética e Salão e tem seis funcionárias. O centro de estética de Sabrina só se tornou realidade depois de um tempo. No começo, ela atendia as clientes em casa e teve a ajuda da família para comprar os equipamentos necessários. “Primeiro eram parentes e amigos. Enfrentei algumas dificuldades por atender em casa. Muitas pessoas tinham preconceito por isso”, explica. Algumas das clientes que ainda atende conheceram seu trabalho nesta época. As primeiras clientes de Carol marcavam horários, mas quando chegavam e viam uma jovem ficavam assustadas. “Não por ser mulher, porque a atividade é li-

Fotos: Gustavo Zonta/LP

Dificuldades. As primeiras clientes de Carol e Sabrina eram receosas pela pouca idade delas

gada ao mundo feminino, pelo estigma de inexperiente. Mas eu me preparei”, diz. Ela conta que as frequentadoras por indicação vinham com mais confiança. “Tive bastante apoio da família e coragem. Com 19 anos eu não tinha medo. Acho que essa fase foi importante para isso”, completa. Sabrina garante que iniciar o próprio negócio exige muito tra-

balho. “Muitas pessoas acham que é mais fácil, mas se eu não trabalhar, eu não ganho. Tudo depende só de mim”, adverte. Apesar das dificuldades, não se arrepende e aconselha que as pessoas corram o risco. “Quem tem vontade de iniciar o próprio negócio deve começar, tentar. Eu me sinto muito feliz por saber que há pessoas que confiam em mim”, aconselha.

“As mulheres têm muito potencial. Se tem o desejo ou a oportunidade não devem deixar passar”, acredita Carol. Para isso, ela recomenda para quem seguir o próprio empreendimento cuidado com o administrativo. “Sofri com isso. Também é importante inovar sempre, além de fazer aquilo que se sente bem”, completa.


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Cada uma com uma loja e sucesso para todas

Fotos: Gustavo Zonta/LP

Três irmãs decidiram abrir seus próprios empreendimentos de vestuário e cresceram juntas nos negócios A vida empreendedora das irmãs Neide Esser Michels e Meri Esser Michels começou em 2001. Na época, Neide trabalhava como vendedora de uma loja de móveis e eletrodomésticos, enquanto Meri era gerente em uma outra loja. Elas cansaram da rotina de ir até Balneário Camboriú para trabalhar e decidiram fazer algo em Camboriú. “Queríamos deixar de ser empregadas. Não tínhamos tempo para a família ou para namorar”, explica Meri. E assim, na parceria das duas irmãs, surgiu a loja Essencial. No começo, Neide ainda tinha seu emprego de vendedora, enquanto a irmã Meri tocou o negócio. A tática foi usada para terem dinheiro, pois não havia lucro suficiente para as duas. Um ano depois, Neide saiu do trabalho e começou a se dedicar exclusivamente à loja.

Dica. Irmãs orientam que antes de abrir um negócio seja feita uma boa pesquisa de mercado

Até que em 2003, Meri saiu da sociedade e abriu a própria loja, a Evidência. No mesmo ano, a outra irmã, Arlete Michels Peres, abriu uma loja com incentivo das duas irmãs, chamada Estilo Criança. Apesar de cada uma ter uma loja, inclusive uma ao lado da outra na rua José Francisco

Bernades, elas não se consideram concorrentes. “A concentração até aumenta o fluxo. Às vezes, quando a gente não tem algo na própria loja, acaba indicando a da irmã ao lado”, diz Arlete. E elas acreditam que prosperaram nos negócios por apostar no mercado de segmento. “Antes era tudo junto, sapato, rou-

pa e outros coisas. Acho que fomos as primeiras a abrir lojas de ‘modinha’”, conta Neide. Mas o começo não foi fácil, pois o dinheiro faltava. “Não tínhamos muito. O estoque era mínimo. Até conseguir retorno demorou uns cinco anos”, afirma Meri. Quando iam para São Paulo, onde

buscavam produtos, precisavam de dinheiro. Cheque não era aceito, por as empresas serem novas, e cartão de crédito não era comum. No caso de Arlete foi o marido que ajudou a bancar o início dos negócios. “Era a gente metendo a cara mesmo, com dedicação”, orgulha-se Meri. Elas são filhas de agricultores, naturais de Braço do Norte. Seus pais tinham medo das filhas abrirem as próprias lojas. “Eles tinham a insegurança da gente investir e perder tudo”, diz Neide. Aliás, elas são as primeiras empreendedoras dentro de sua grande família. “Pensando bem, a maioria do comércio e dos negócios aqui em Camboriú é tocado por mulheres”, diz Meri. Ela ainda lembra que há mulheres à frente da Prefeitura e da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB local. Apesar de na maioria dos casos haver homens ao lado, as irmãs acreditam que “as mulheres dominam a cidade”. Hoje com suas lojas consolidadas, elas recomendam uma boa pesquisa de mercado para quem quiser abrir um negócio. “É preciso analisar o que a região precisa, além do que gosta de fazer. Procurar um ponto legal e ter segurança no que está fazendo também é importante”, detalha Meri. Informe Publicitário

O que comer para manter o corpo bonito e saudável? Ter mais atenção com seu corpo e bem estar faz parte do universo feminino. Porém, para se manter sempre em forma com saúde e qualidade de vida, o acompanhamento de profissionais é indispensável. Por isso, pedimos à Mestra em Nutrição, professora Débora Guimarães, algumas dicas de como se cuidar, mantendo a saúde em dia. Segundo a nutricionista Débora Guimarães, um dos maiores problemas da vida moderna é o controle do peso corporal. Raramente identificamos o principal culpado: nossas próprias escolhas de alimento. Ela diz que, de um modo geral, dicas não servem para todos. “Cada caso especifico precisa de individualidade, mas tentaremos indicar boas dicas sobre a alimentação”, afirma ela. Seguem as dicas: - Jamais passe mais de 3 horas sem comer. O que acontece: o

metabolismo baixa, apetite aumenta, ficamos mais lentos e aumenta a retenção de líquido e produção de gordura. - Coloque mais proteínas na sua dieta, principalmente no café da manhã. O que acontece: A digestão das proteínas e incorporação dos seus aminoácidos ajuda a estimular o metabolismo e incentivar a lipólise (quebra do tecido gorduroso para geração de energia) e a termogênese (uso da energia armazenada para geração de calor).

- Evite o consumo de carboidratos refinados. Prefira grãos integrais! O que acontece: Tudo que for rico em glicose ou em amido irá aumentar a liberação de insulina (hormônio que transforma açúcar em gordura) e quanto mais insulina, maior a resistência que seu organismo vai criando a ela, ao mesmo tempo em que aumentam depósitos de gordura, apetite, cansaço, inflamação, retenção de líquidos. - Consumir Fibras todos os dias (pelo menos 30g/dia). O que

Atendimento Clínico Nutricional Balneário Camboriú, Rua: 3.130, nº175, Ed. Winer Center, Esquina com a 3ª avenida - sala 302 - CLINICA FÊNIX - 47 3398-3969 com Bruna Camboriú, Rua Pernambuco, nº152, Areias - ACADEMIA WAVE - 47 3365-0624 com Simone

acontece: Além de serem fundamentais para um bom funcionamento intestinal, ajudam na redução de apetite e a diminuir a absorção de calorias em cada refeição.

RECEITA: Água aromatizada Colocar numa garrafa de vidro: água, ramo de hortelã, ramo de alecrim, gengibre ralado, cravo e canela, casca do abacaxi. Deixar na geladeira de um dia pro outro e toma o dia todo

- Beba água. A Lembre-se: Sua alimentação é o desidratação deixa o principal fator que norteia seu metabolismo lento, por funcionamento intestinal e este é isso tome água nos um dos principais determinantes da intervalos das refeições. O saúde de todos os seus órgãos. ideal seria 35 ml por quilo de peso, sendo 50% no mínimo na forma de água pura, filtrada ou mineral. É preciso ser avaliado individualidades, no entanto ótimas opções seriam além da água, água de coco e águas aromatizadas.

Profa. Ma. Débora Guimarães Nutricionista CRN10 - 722 Mestra em Nutrição pela UFSC


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Como construir um empreendimento? Bases de dois negócios no ramo imobiliário foram construídas em parcerias e objetivos claros Tânia Mara Bernardes e Roseli Schroeder têm em comum empreendimentos no ramo da habitação. Só que a primeira está no caminho da construção civil, enquanto a outra hoje foca no imobiliário. Seus trabalhos estão ligados e prosperaram em parcerias. Tânia está à frente da THT, sigla com as inicias de seu nome, do marido Humberto e do sócio Tiago. Já Roseli Schroeder tornou o próprio nome sua marca. A ideia de construir apareceu para Tânia ainda criança, quando via casas geminadas em Camboriú. “Um dia vou fazer uma dessas”, pensava. De família humilde, sempre trabalhou para conseguir o que queria. Até o dia que encontrou a oportunidade de um emprego fora do país. Em Portugal, Tânia guardou o dinheiro que ganhava, com o objetivo de construir sua casa própria aqui. Acabou investindo

em um terreno e construiu quatro moradias. Roseli trabalhou na Caixa Econômica Federal, onde era responsável por financiamentos habitacionais. Depois de se aposentar, não abandonou o ramo. Em 1997 assessorou outros projetos de construção e, em 2001, investiu na construção de sobrados em parceria com outros construtores. Foi em 2007 que focou nos financiamentos e iniciou uma série de parcerias com pequenos construtores, inclusive com Tânia. Tânia construiu suas quatro primeiras unidades em um terreno negociado com Roseli. Vendeu dois para construir sua casa e com o resto das vendas investiu em mais. Tânia também voltou para a Europa, onde conheceu Humberto. Com os novos ganhos comprou dois terrenos, onde construiu oito moradias. “A partir dali, para expandir, tivemos que começar a construir como empresa”. Foi assim que surgiu a THT. Roseli afirma que nunca sentiu preconceito por ser mu-

Fotos: Gustavo Zonta/LP

Negócios. Tânia e Roseli tem suas próprias empresas e parceria entre elas

lher, talvez por já ter começado em parcerias. “O sucesso nasce também das parcerias, inclusive com os funcionários”, revela. Ela também conta que muitos ho-

mens a procuraram para negociar no início – eles eram a maioria no mercado de construção. Mas a prosperidade teve um preço: Roseli diz ter sacrificado alguns

momentos em família. “Mas hoje meus filhos entendem, inclusive trabalham junto. Tudo o que tem dedicação dá certo”, diz. Já Tânia enfrentou preconceitos. Jovem, bonita e de família humilde, afirma que o primeiro preconceito foram os boatos maldosos por ter ido trabalhar fora do país. Depois, nos bancos buscando financiamentos, enfrentou assédio. Ela conta que estas situações diminuíram depois que engravidou. Então, surgiu um novo desafio: cuidar dos negócios durante uma gravidez de risco. “Eu ia nas obras. Meu marido ainda estava se adaptando por causa do idioma e de ser outro país. Superamos tudo isso juntos”, revela. Roseli aconselha outras mulheres a acreditar no que se propõem. “Espelhar-se inclusive nos vizinhos. Porque podemos aprimorar o que já existe”, ensina. Para Tânia, também é importante ter um objetivo claro traçado. “Sempre acreditando nesse objetivo. E, em 99% das vezes, depende só da própria pessoa alcançar. Tudo depende da vontade”, completa.


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