M達es de m e g a i v a r i e prim
Caderno Especial Dia das M達es Jornal Linha Popular - 10 de maio de 2013
Especial Dia das Mães - Jornal Linha Popular - 10 de maio de 2013
As alegrias e as angústias da maternidade Mãe é tudo igual. Angústias, realizações e noites sem dormir são comuns nas mulheres que escolhem padecer no paraíso. O que é diferente mesmo são os filhos, que nascem em condições ou momentos únicos de cada mãe. Principalmente quando é o primeiro, para colocar a prova todo o planejamento de
algumas, ou fazer outras terem um planejamento na marra. A equipe do Linha Popular aprendeu isso e mais um pouco com seis mulheres. Ouvimos suas histórias entre as inúmeras de mães de primeira viagem de Camboriú. Algumas delas com rotas bem definidas, mas outras com turbulências capazes de derrubar
a maior das cegonhas. Todas vivendo as alegrias e as angústias da maternidade. Nas próximas páginas, você conhecerá Camila e Miguel, Tatiane e Pedro, Cíntia e Laís, Zaira e Pedro, Francieli e Eduarda e Thaís e Pedro Filipi. Em comum, uma certeza apaixonada: ser mãe é a melhor coisa do mundo.
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Duas gestações da mesma filha
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Gravidez de Cíntia foi de risco, pois ela tem pressão alta
Gustavo Zonta/LP
Cíntia Cristina Benevenuti de Souza precisou de mais atenção do que o normal durante a gravidez da primeira filha. Ela tem 32 anos e pressão alta, o que a deixou em uma situação de risco. Para contornar a questão, planejou todos os detalhes com o marido Luciano, com quem é casada há três anos. Laís Benevenuti de Souza acabou nascendo prematura, um mês antes do previsto, mas hoje está com três meses e saudável em casa. “Mesmo depois de nascer, a Laís teve que ficar mais 12 dias na incubadora. Ela precisou disso para ganhar peso”, explica Cíntia. Ela e o marido então tiveram que deixar a filha aos cuidados do hospital, como se fosse uma segunda gestação até o bebê ficar forte. “Quando a gente voltava das visitas no hospital sem ela parecia que faltava algo”, lembra. Laís então foi liberada da incubadora e pôde ir completar sua família em casa. Inclusive com direito a adesivo dela com o pai, mãe
e cachorro no carro, além de um aviso bem visível também no veículo: “Laís a bordo”. “É uma sensação maravilhosa ser mãe. E também uma mudança muito grande na vida”, detalha Cíntia. Nos primeiros dias, a mãe de primeira viagem confessa que era atrapalhada. “Nunca cuidei de nenhuma criança. Eu pensava que não ia dar conta. Quando fui dar o primeiro banho nela estava com medo. Mas aí a enfermeira me disse: ‘ela não quebra, pode segurar tranquila’”, conta. Mas ela diz também ter sorte da mãe morar perto. “Minha mãe vem todo dia ver sua primeira neta. E ela ajuda bastante”, agradece. Cíntia aconselha planejamento financeiro para ter um filho. Segundo ela, é uma grande mudança inclusive para o casal, que fica mais cúmplice. “A rotina também muda bastante. De três em três horas a Laís quer comer. As fraldas são caras e precisam ser trocadas no mesmo tempo da alimentação. E tem as noites de sono também, que nunca mais serão as mesmas”, considera. O próximo desafio de Cíntia será deixar Laís aos cuidados da avó, pois precisa voltar a trabalhar em breve. Mesmo assim sente-se feliz. “Eu nunca estive sozinha, porque tenho minha família e marido. Mas agora eu me sinto completa com a Laís. É uma ligação muito forte, um amor diferente dos outros, que preenche”.
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Gustavo Zonta/LP
A professora que aprende com o filho
Há mais de 10 anos Tatiane Rocha Vieira cuida de crianças. Professora da educação infantil, ela tem 28 anos e já acompanhou o crescimento de muitos filhos dos outros, sempre com o desejo de ter os seus próprios. Até o Dia dos Namorados de 2011, quando ela ficou sabendo e compartilhou um presente com o marido, Wilson Vieira Filho: estava grávida de Pedro Rocha Vieira, que hoje tem um ano e três meses. E a boa notícia veio como resultado de muito planejamento e preparação do casal. Enquanto o primeiro filho não nasceu, Tatiane aproveitou para aprender ainda mais sobre o que ela iria viver a partir de então. “Não dá para comparar com o cuidado com o filho dos outros. É bem diferente”, confessa. Ela leu revistas, livros e buscou conselhos principalmente na internet. Tudo para amenizar ao máximo a insegurança. “Fiz um curso muito bom na maternidade e meu marido sempre trabalhou, ajudou e esteve junto para isso. Aí ganhei bastante confiança. Eu mesma dei o primeiro banho no Pe-
Mesmo com todo o conhecimento pedagógico, Tatiane descobre todo dia algo novo para cuidar do filho Pedro
dro”, conta com orgulho. A realização de ter um filho foi a força de Tatiane durante a gravidez. Neste período, ela ainda trabalhou. Pedro então veio ao mundo por cesariana, como planejado. Mas depois da licença maternidade, a mãe teve que voltar a ser professora. “Ainda bem que depois consegui uma vaga para ele na mesma creche que trabalho. Agora ele está em outra, mas ainda perto do meu trabalho”, conta. A mãe consegue explicar de forma técnica tudo o que faz com o filho. Sabe qual é o comportamento comum de cada idade e o que ajuda no desenvolvimento. Mesmo assim, ainda é surpreendida. “Principalmente com doenças. A gente tem uma boa pediatra que acompanha, mas a criança não sabe falar ainda o que tem. Aí ficamos muito preocupados até descobrir”, detalha. Tatiane diz que o aprendizado é constante. Além disso, revela alguns sacrifícios. “Quem quer ser mãe tem que se dedicar. Dormir a noite toda vai ser raro. Tem que se preparar, se adaptar e se esforçar”, ensina. Mas um dos itens da sua rotina diária, que não está nos livros ou manuais, parece que justifica todo o esforço. Todo dia, quando chega em casa depois do trabalho, ela dá uma jujuba para o filho. E o sorriso satisfeito da criança cativa a mãe, doce como a relação de carinho entre eles.
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A benção que superou o medo Zaira Joven trocou as noites de festas nas baladas da região pela vigília noturna ao primeiro filho, Pedro Joven Deluca. Não porque planejou. Aos 17 anos, quando descobriu estar grávida, nem passava por sua cabeça a possibilidade de todos os compromissos que assumiu desde então. Considerava também estar no seu auge de beleza. “Estava namorando o pai do Pedro há pouco tempo, mas de uma hora para outra veio o pacote todo”, conta. A gravidez só foi percebida aos três meses, quando alguns sinais no corpo de Zaira apontaram a vinda de Pedro. “Eu vi que engordei muito do nada. Resolvi passar na farmácia e comprar um teste”. Ela não acreditou no primeiro resultado e fez mais outros dois. Todos unânimes na confirmação. “Fui então contar para minha mãe. Não sabia como falar. Aí eu disse: ‘ó, mãe, acho que esses troços estão errados’. Mas ela sabia que não tinha como três estarem errados”, lembra. Zaira diz que sua “ficha só caiu” como mãe quando o filho nasceu. “Enquanto estava grávida, eu andava no shopping e olhava as vitrines de roupas para mim. Mas aí me falavam que eu tinha que olhar para o outro lado, para as coisas de bebês”, diz. Ela também acredita ter amadurecido muito com a mudança. Principalmente enquanto esteve com o pai do filho, que ainda é presen-
“Uma benção de Deus”. Repetindo estas palavras Francieli Aparecida dos Santos da Silva acariciava sua barriga durante a gestação da sua primeira filha. Ela tem 26 anos e, durante os sete anos de casamento com Carlos Eduardo da Silva, planejou os mínimos detalhes para esta gravidez. Inclusive decorou com a família, principalmente com ajuda da mãe, um quarto em tons claros de rosa dedicado à menina, revelada no ultrassom dos três primeiros meses. Apesar da ansiedade de Francieli, tudo ocorreu bem durante oito meses. Até o dia do nascimento. Francieli lembra todos os dias finais da gravidez, como se revivesse cada momento. “Dia 28 de agosto fiz um ultrassom. Ai o médico viu que a neném estava sentada. Eu queria parto normal, mas tivemos que marcar uma cesariana para dia 15 de setembro”, detalha. Ela então começou a ficar preocupada. Sua tensão aumentou ainda mais em 2 de setembro, quando sentiu a bolsa
Francieli estava com tudo planejado desde a gravidez, mas um imprevisto encheu a mãe de preocupações
te e não deixa faltar nada, apesar do relacionamento do casal não ter dado certo. Depois que o filho nasceu, a vontade de ser mãe foi tanta que pareceu refletir na grande quantidade de leite materno que produziu. “Consegui amamentar meu filho e mais um”, conta. O segundo era João Pedro, o filho adotado pela amiga da mãe de Zaira, com só dois meses de diferença de seu próprio. “Hoje tenho dois filhos, um meu e outro do coração”, considera. A jovem mãe está com 20 anos. Ela tem orgulho de morar sozinha com o filho e conciliar a vida doméstica com seu emprego de diretora de vendas da marca Mary Kay. Mas também acredita que só conseguiu superar tudo com a ajuda da família. Além disso, confessa que só aprendeu a cuidar realmente de Pedro depois que saiu de casa, há poucos meses. “Hoje aprendi a me virar e virei uma ‘Dona Maria’. Sou uma mãezona”, completa.
romper. Dois dias depois ela estava na mesa de cirurgia. “Só ouvi o médico dizer para a equipe: ‘olha isso aqui’”, lembra. A criança estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Era mais ou menos onze da manhã e a mãe não pôde ver o bebê. Sua agonia virou medo, pois ninguém falava o que tinha acontecido. “Só perto da meia-noite pude ver ela. Ela estava deitada de lado na incubadora, quietinha. Aí eu fui passar a mão nela, só encostando com cuidado mesmo, e disse: ‘você é minha benção de Deus’. Ela então virou, me olhou e começou a chorar”, conta. A neném ganhou o nome de Eduarda da Silva, hoje tem oito meses e toda atenção da mãe Francieli. “Mas eu chamo ela de minha vitória, depois desses momentos de medo”, explica. E tudo voltou a ser como planejado. “Eu treinei bastante com meus sobrinhos e minha mãe me ajuda bastante a cuidar da Eduarda”, afirma. Ela também mora atrás do trabalho, por isso consegue ver a filha durante o expediente. Além disso, Francieli diz que o marido é um paizão e ajuda muito na hora de cuidar da primeira filha. “Aprendi que mãe faz tudo pelos filhos e não se cansa. Você só quer estar junto. A vida da gente é ela agora”, conta.
Gustavo Zonta/LP
A mãe que cresceu com o filho
Zaira era uma adolescente que vivia em festas e só se preocupava com roupas, mas virou uma mãezona
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As provações de ter um filho
Camila Carolina Mafra Martins tem 29 anos e só uma palavra para definir seu primeiro filho: milagre. Isso porque o médico que acompanhou o início de sua gravidez havia tirado suas esperanças. “Eu tenho um problema no útero, que não me permitiria engravidar. Mesmo assim engravidei. Com nove semanas então o médico falou que a gestação não iria adiante”, lembra. Ao contrário do diagnóstico, hoje Miguel Mafra Martins está com três anos e corre saudável pela casa. “Troquei de médico. O novo lutou junto com a gente”, afirma Camila. Mesmo assim, o outro profissional não conseguiu explicar como ela conseguiu engravidar e o Miguel nascer. “Meu filho veio para provar que Deus existe”, acredita. Mas o peso da descrença na gravidez teve um preço para Camila. Ela teve depressão pós-parto. Para superar o problema, começou a compartilhar ideias e
Um médico disse para Camila que ela não poderia engravidar. Ele estava errado.
interagir com outras mães pela internet. Montou um blog, o “Amélias Modernas Virtuosas”, para desmistificar conceitos e ajudar outras mulheres. “Temos que tirar as falsas ideias, que precisamos ser perfeitas em tudo, inclusive em ser mãe. A vida não é um conto de fadas”, detalha. No futuro, ela pensa em publicar as ideias em um livro para outras que precisarem de apoio. A mãe do Miguel não sabia trocar uma fralda, nem tinha experiência em cuidar de crianças. Diz ter aprendido com a prática. Além disso, tem o apoio constante do marido, Petrus, que é um paizão, e dos pais dela, que ganharam o primeiro neto. “Falam que quando nasce um bebê nasce uma mãe. Na verdade a gente quebra a cara muitas vezes até aprender. Não adianta dizerem que será tudo perfeito. Prefiro ser realista”, comenta. Camila enfrentou as provações e diz que, apesar de tudo, ser mãe é uma das melhores coisas do mundo. Confessa ter chorado muito também quando voltou a trabalhar. Mas tem consciência que não pode criar o filho em uma redoma. “A gente cria uma ferida emocional, mesmo com todo o apoio. Mas eu levanto a cabeça, porque não se pode parar”, ensina.
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O filho que embarcou na rotina da mãe Gustavo Zonta/LP
A primeira gravidez de Thaís veio antes que o esperado, em uma época que ela ainda tem planos para concluir Thaís Regina Martins desembarcou de sua Lua de Mel já com escala para a maternidade. Ela tem 23 anos e descobriu estar grávida pouco tempo depois de oficializar a união com Pedro, com quem namorou por mais de 10 anos. Para Thaís foi uma grande surpresa descobrir a gravidez naquele momento. Ela queria ter filhos, mas a intenção era ter depois de concluir alguns planos do casal. Ela somou as responsabilidades de mãe com a faculdade de Direito, na fase de escrever a monografia, e ainda um estágio na área. As atividades ocupam muito o dia dela e, somadas com a gestação complicada que teve, houve muitas preocupações até o nascimento. Hoje o pequeno Pedro Filipi Bernardes Jacinto Filho, que carrega o nome do pai, é ninado tranquilamente pela mãe. E Thaís considera sorte por ele ter nascido calmo. Ela é a mais nova de sua família e confessa não ter experiência nenhuma. “Meu marido ajuda bastante. E minha mãe e minha sogra estão aju-
dando muito também. São elas que estão cuidando enquanto vou estudar e trabalhar”, detalha. Thaís diz aprender muito a cada dia a como ser mãe. “Conselho a gente até ouve, de tudo que é lado. Mas aprende só fazendo mesmo”, acredita. Ela agora também encontrou sentido em um ensinamento que sua mãe sempre disse. “A gente só aprende a ser filho depois que vira mãe”, lembra. Ela teve que retomar a sua rotina profissional antes do fim da chamada quarentena. “Mas dói muito cada vez que saio de casa e fico o dia inteiro longe do Pedrinho. Mas parar não dá. E isso é melhor para todo mundo”, considera. Thaís acha que tudo está passando rápido, principalmente os primeiros três meses. Por isso aconselha outras mães de primeira viagem: “Aproveitem cada segundo enquanto puderem. Se não cuidar, a gente perde muitas coisas. E quando ver, já foi”. Thaís e o marido acham bom ter filhos cedo, justamente para poder acompanhar o crescimento deles com disposição. Mas o próximo pode demorar um pouco para vir. “Bem mais para frente. Precisamos dormir um pouco também”, considera. E apesar de todo o cansaço da rotina puxada, a mãe tem sua recompensa. “Aquele sorriso dele depois de mamar é tudo que preciso”, completa.