Sendo o objecto precípuo desta obra a problemática dos limites dogmáticos de a autoria em direito penal, a análise e conclusões aí inscritas remetem-nos, todavia, tanto para o legislador na tipificação que faz do respectivo conteúdo preceptivo como para o julgador na aplicação concreta que desenvolve de o direito legislado.
Neste sentido e tendo adoptado uma valoração metodológica, teleologicamente, orientada, estamos convencidos que cumprimos, assim, as exigências axiológico-normativas próprias de um Estado de direito, e particularmente de um "direito penal do facto". Tal, porém, só será possível se o legislador parlamentar atuar dentro dos parâmetros de racionalidade que lhe são impostos pelo princípio da legalidade criminal, designadamente no que respeita à determinabilidade semântica de os conteúdos comportamentais incriminados.