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Trabalho Criativo de Investigação
José Pereira Salgado Equipa Moodle
CCA´s do Tutor de Formação no CNE, na Formação B-Learning
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José Pereira Salgado Equipa Moodle
CCA´s do Tutor de Formação no CNE, na Formação B-Learning
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Dedicatórias e agradecimentos
À minha família, à qual roubei tempo para fazer este trabalho. Ao meu tutor de formação que foi uma peça valiosa no meu processo formativo. Ao meu Director de Curso que me motivou e me acompanhou neste trabalho criativo de investigação.
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Índice Índice
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Introdução
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Desenvolvimento
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I - Formação B-learning e E-leaning
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1- Comunicação Síncrona e Assincrona
7
2- Vantagens e desvantagens da Comunicação Síncrona
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3- Vantagens e desvantagens da Comunicação Assíncrona
9
4- Vantagens e desvantagens do E-learning
11
5- Vantagens e desvantagens do B-learning
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II – O Tutor de Formação na Formação B-learning 1 – Requisitos Regulamentares do Tutor Formação no CNE 2 – Requisitos Pessoais do Tutor Formação no CNE
13 14 14
3 - Enquadramento do Tutor Formação na Politica de Recursos Adultos do CNE 15 III – CCA´s necessárias de um Tutor de formação para o bom desempenho das suas funções/tarefas
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1- As CCA´s de um Tutor
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2- A Avaliação em B-learning
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Conclusão
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Bibliografia
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Introdução
No âmbito do Curso de Directores de Formação 2009, foi-nos sugerido o tema “ Que Caminhos para a Formação de Adultos no CNE, no futuro”, de acordo com o Bivaque nº 3 e que fosse um trabalho individual e original de pesquisa, síntese e criatividade.
Sei que não obedeci ao tema inicial, mas como estou a realizar o trabalho numa fase do RSF em que já foi feita a apresentação da proposta pela Secretaria Nacional Pedagógica, e pela equipa de projecto do RSF, decidi e após sugestão da Direcção do Curso, dar sequencia ao tema que inicialmente pensei ser o melhor e que é dar um maior destaque ao tutor de formação em b-bearning. Estando motivado pela vontade de querer contribuir para a Renovação do Sistema de Formação de adultos no CNE, vou tentar com este trabalho identificar as potencialidades do e-learning e do b-learning no sistema de formação do CNE bem como aprofundar quais as CCA´s de um tutor, num contexto integral de formação á distancia e presencial.
Este trabalho parte da minha experiencia como formador no CNE ao longo destes últimos anos, onde orientei e preparei acções de formação como director e também como formador nos diferentes cursos promovidos e organizados pela Região de Braga, para além das experiencia que fui tendo como tutor de formação. Fui constatando a cada vez maior dificuldade que os formandos sentem em participar, presencialmente na formação. Muitos dos conteúdos abordados em certas Unidades de Formação poderiam ser facilmente apreendidas em casa, com alguma leitura e reflexão. Os nossos dirigentes apostam cada vez menos na sua formação, porque a exigência profissional e familiar lhes deixa pouco espaço para despender nas sessões presenciais actuais, que são muito extensas.
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Tendo consciência da importância que esta temática que vou abordar tem e terá na formação do CNE e até extra-CNE, vou aborda-la segundo as seguintes perspectivas: •
A formação em b-learning no sistema de formação no CNE e suas potencialidades;
•
As CCA´s necessárias do tutor de formação como peça fundamental neste tipo de formação.
Não é minha intenção com esta reflexão desviar-me da essência do tema que me foi proposto mas conforme já disse atrás e tendo em atenção o espaço temporal em que o estou realizar, acho que com este trabalho atingirei os seguintes objectivos: •
Identificar as potencialidades do b-learning, e aprofundar as CCA´s de um tutor de formação, neste contexto formativo.
Neste trabalho de reflexão criativo utilizei o método de pesquisa, diálogo entre pares com experiencia nesta área e leitura de vários documentos sobre a temática. Penso assim que os resultados obtidos, fruto deste trabalho me permitiram concluir que o CNE terá ganhos substanciais e vantagens significativas com a existência do tutor de formação ao longa da formação dos seus adultos, quer ela seja presencial, e/ou e-learning, desde que os mesmos reúnam um conjunto de cca´s que lhe permitam desenvolver as funções e tarefas para que foram solicitados com um mínimo de qualidade.
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Desenvolvimento Face ao exposto na introdução, proponho-me fazer uma reflexão criativa e critica mas sempre no sentido construtivo á volta dos seguintes vectores principais: •
e-learning
•
b-learning
•
vantagens do e-learning
•
desvantagens do e-learning
•
vantagens do b-learning
•
desvantagens do b-learning
•
a figura do tutor de formação
•
as cca´s do tutor
I - O e-learning e o b-learning O termo e-learning corresponde a um modelo de ensino não presencial, e esta associada ao uso da internet. Este modelo de ensino/aprendizagem aproveita as capacidades da internet para a comunicação e distribuição de conteúdos que o formando acede e recolhe, desenvolvendo assim a sua formação. Este sistema faz aumentar a possibilidade de difusão do conhecimento e da informação para os nossos dirigentes e torna-se uma forma de democratizar o saber para todos os envolvidos no processo educativo do CNE com acesso às novas tecnologias, permitindo que o conhecimento e conteúdos estejam disponíveis a qualquer hora e em qualquer lugar. Como os conteúdos são essencialmente colocados numa plataforma informática e/ou enviados via internet e em que o tutor, está à distância, utilizando a internet como meio de comunicação (síncrona ou assíncrona).
1 – Comunicação síncrona e assíncrona Neste contexto, duas formas de comunicação entre os agentes de formação se colocam: 7
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•
A Comunicação síncrona
•
A Comunicação assíncrona -Comunicação síncrona, é exigido que os interlocutores (formador/tutor e formando)
estejam conectados ao serviço no mesmo momento para que haja a troca de mensagens e se estabeleça a relação ensino/aprendizagem. Está comunicação é interactiva e está relacionada ao uso de mecanismos de comunicação síncronos à semelhança do telefone, entre outras tecnologias que permitam a interacção de forma "on line". Muito usada nos cursos a distância devido à interacção tutor/formando. Exemplos de recursos síncronos: Telefone, Chat, Vídeo-conferência, Web conferência, etc.
-Comunicação assíncrona é toda aquela caracterizada pela comunicação que, semelhante ao e-mail, possui momentos para envio e recepção de mensagens diferidas no tempo. A interacção entre formadores/tutores e formandos não é em tempo real (on line). O tutor/formador e o tutorando/formando não estão em sala ao mesmo tempo. Exemplos de recursos assíncronos e-mail, fórum, telefone-mensagens. Neste tipo de comunicação o tutorando/formando participa quando quiser e termina quando quiser. O que representa um curso com pouco custo variável, ou seja, custo baixo para grande número de tutorandos/formandos. Cada tutorando/formando pode fazer os seus trabalhos conforme o seu tempo, e a sua velocidade. Pode pensar, estudar e pesquisar antes de escrever a sua actividade. Cada um tem o seu tempo de aprendizagem
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2 - Vantagens e desvantagens da Comunicação Síncrona Vantagens: Interacções com o tutor, discussão - Os formando podem interagir com
•
tutores através dos mecanismos de comunicação síncrona. O tutor responde a dúvidas via chat on line; tiram dúvidas a qualquer hora via telefone. Melhor acompanhamento - Cursos síncronos tem melhor assistência devido a
•
interacção que existe entre formando e tutores. Bom feedback - Sistemas síncronos favorecem um retorno mais rápido e
•
alcance de consenso no grupo. Motivação - Esses mecanismos síncronos enfatizam também uma maior
•
sinergia de grupo, motivando o aluno a continuar o curso. Desvantagens: •
Alto custos de Infra-estrutura - Essas tecnologias que caracterizam a sincronicidade da comunicação exigem equipamentos mais sofisticados, ao contrário dos mecanismos assíncronos, e são menos flexíveis.
3 -Vantagens e desvantagens da Comunicação Assíncrona Vantagens: •
Flexibilidade de horário - O formando pode dedicar-se ao curso no momento em que lhe for mais apropriado, incluindo a duração e a frequência das suas sessões de estudo. Além de ter acesso ao material, especialmente na internet, a qualquer hora, dia e lugar.
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Flexibilidade de lugar - O formando pode dedicar-se ao curso no lugar onde lhe for conveniente, sem haver necessidade de local predefinido.
•
Flexibilidade de ritmo - O formado pode evoluir nos estudos dos conteúdos didácticos segundo a sua velocidade de aprendizado pessoal. Assim, ele pode estudar uma determinada matéria em menos ou mais tempo que nas UF´s de um curso presencial.
•
Tempo para reflexão - Tanto o tutor quanto o formado tem oportunidade e tempo para se esclarecerem quanto às ideias do conteúdo, consultar outras fontes a fim de enriquecer o conhecimento.
•
Aprendizagem local - Como a tecnologia possibilita o acesso às informações de qualquer lugar e a qualquer hora, o formado pode mais facilmente integrar os conteúdos do curso ao seu ambiente, seja em casa ou no trabalho, no sábado ou na segunda.
•
Custo razoável - Mecanismos de comunicação assíncrona exigem menos sofisticação por parte de tecnologias. Geralmente baseiam-se em textos, slides, pequena largura de banda e computadores, facilitando ainda mais o oferecimento de cursos, acesso e redução de custos.
Desvantagens: • Isolamento - As comunicações de natureza assíncrona deixam a desejar quanto à interacção do aluno com instrutores/tutores e com outros formandos, fazendo sentir-se uma possível sensação de isolamento.
O b-learning é um derivado/complemento do e-learning e refere-se a um sistema de formação onde a maior parte dos conteúdos é transmitido á distância, mas inclui necessariamente a situações presenciais, onde o formando e o formador/tutor interagem, colmatando a grande crítica que se coloca ao e-learning da ausência de momentos presenciais, favorecendo assim a relação humana e atitudinal e a troca de experiencias e vivencias que
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muito enriquece todo o processo formativo individual e de grupo. Pode ser estruturado com actividades síncronas e assíncronas como no e-learning.
Enunciarei as principais vantagens e desvantagens destes 2 processos de aprendizagem e de formação, segundo dados retirados da Wikipédia, com ligeiras adaptações de alguns termos.
4 - Vantagens e desvantagens do e-learning Vantagens: •
O formando é o centro no processo
•
Convergente com as necessidades dos formandos.
•
Rápida actualização dos conteúdos.
•
Personalização dos conteúdos transmitidos.
•
Facilidade de acesso e flexibilidade de horários.
•
O ritmo de aprendizagem pode ser definido pelo próprio utilizador/formando.
•
Disponibilidade permanente dos conteúdos da formação.
•
Custos menores quando comparados à formação convencional/presencial.
•
Redução do tempo necessário para o formando.
•
Possibilidade de formação de um grande número de pessoas ao mesmo tempo.
•
Diversificação da oferta de cursos e momentos de formação formal e informal.
•
Facilidade de cobertura de públicos geograficamente dispersos.
•
Registo e possibilidade de acompanhamento detalhado da participação dos formandos. 11
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•
Redução de custos logísticos e administrativos (deslocações, alimentação, …).
•
Desenvolvimento de capacidades de auto-formação e auto-aprendizagem
Desvantagens: •
Problemas técnicos.
•
Dificuldades de adaptação a ferramenta e ao ambiente digital em muitos dos nossos formandos
•
Necessidade de maior esforço para motivação dos formandos.
•
Exigência de maior disciplina e auto-organização por parte do formando.
•
A criação e a preparação do curso on-line são, geralmente, mais demoradas do que a da formação presencial.
•
Não gera a possibilidade da existência de cumplicidades e vínculos relacionais, que somente o processo de interacção presencial permite.
•
O custo de implementação da estrutura para o desenvolvimento programa de Elearning é alto.
•
Dificuldades técnicas relativas à Internet e à velocidade de transmissão de imagens e vídeos.
•
Limitações no desenvolvimento da socialização do formando (através do sistema de patrulhas que nos é específico).
•
Limitações em alcançar objectivos na área afectiva e de atitudes, pelo empobrecimento da troca directa de experiência entre formador e formando
5 - Vantagens e desvantagens do b-learning
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Vantagens: •
Melhor integração pessoal entre os participantes, com consequente troca de experiências.
•
Possibilidade de desenvolver dinâmicas colectivas e de socialização.
•
Eventual redução de custos com a formação de grupos, a permitir que todas patrulhas/equipas iniciem o curso e termine no mesmo prazo.
•
Melhor capacidade de avaliação dos formandos, em situações ao vivo, especialmente quando o objecto da formação envolve performance de relacionamento e postura do formando frente ao público.
•
Possibilidade de realizar trabalhos de campo e visitas técnicas a locais e ambientes formativos de interesse.
•
Humanização da relação entre a organização e os formandos.
•
Melhores resultados de aprendizagem dentro de prazos estabelecidos, com meios mais diversificados e colaboração entre os formandos mais intensa (entre todos os agentes formativos envolvidos no processo formativo)
Desvantagens: •
A necessidade de organizar equipas presenciais, para redução de custos, com datas definidas, pode limitar o acesso de formandos individuais que queiram estudar programas de forma independente e com prazos mais flexíveis, como no caso do Elearning.
• Limita o acesso de formandos individuais que pretendam estudar programas de forma independente e com horários flexíveis •
Desvalorização do tutor/formador online e elevada valorização do tutor/formador presencial. Frequentemente o formador à distância tem a função de tutor, ou seja, 13
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não é o principal responsável pelos conteúdos, mas apenas pela relação do formando com o sistema pedagógico. Já o tutor/formador presencial tem mais protagonismo, entretanto não sendo ele quem atende os formandos à distância, os mesmos ficam desamparados dos dois lados: aquele que domina o conteúdo não faz atendimento, e quem faz o atendimento não domina totalmente o conteúdo.
II - O Tutor de Formação na Formação B-learning Houve um aumento significativo de cursos de formação tanto em e-learning como em b-learning em quase todas as áreas e temáticas de formação oferecidos tanto pelo Ministério de Educação, como por Universidades particulares e públicas, e centros de formação especializados em parceria ou não. Para garantir o aumento da qualidade dos cursos que actualmente o CNE promove e motiva os seus participantes nos mesmos, o movimento deveria disponibilizar aos seus dirigentes, outras formas de efectuar a sua formação com vista à satisfação das suas necessidades formativas. Não é simplesmente transpor o que é feito na sala de formação, para as aulas virtuais, porque isso seria redutor e não permitiria atingir os objectivos de formação e colocaria em risco algumas das nossas potencialidades e especificidades. Para resolver este problema é necessário em primeiro lugar desenvolver competências nas dimensões técnicas, humana e político-económica do CNE, e de conhecimentos relacionados com a área trabalhada pelos formandos no seu percurso formativo. É neste contexto que o tutor de formação designado para acompanhar, orientar, apoiar e avaliar os formandos ao longo do seu processo de formação tem de intervir, actuando na mesma estrutura do formando ou tão próximo dela quanto possível. A figura do tutor torna-se num elemento muito importante no quadro do ensino à distância e presencial, porque traz consigo a componente de apoio em contexto real formativo, muito específica para a formação escutista. A relação formando - tutor/formador no processo formativo é inquestionavelmente importante, porque permite transmitir conhecimentos, estabelecer relações e a própria avaliação tem o seu espaço próprio e específico. 14
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Como em qualquer processo de ensino/aprendizagem, para que ele tenha alguma credibilidade, exige que no final se identifique quem atingiu os objectivos/competências (aos diversos níveis) necessárias para o desempenho das funções e tarefas e quem não os consegui, redefinindo-se as estratégias em funções das falhas detectadas e das necessidades de cada um inicialmente identificadas e não satisfeitas. 1 – Requisitos Regulamentares do Tutor Formação no CNE O Tutor de Formação é o dirigente do CNE com os seguintes requisitos regulamentares (de acordo com o ponto 6 da Política de Formação). a)
Actua na mesma estrutura do formando ou tão próximo dela quanto possível; idealmente deve ser o adulto a quem o formando vai reportar;
b) Tem conhecimento e vivência do Movimento Escutista na área a tutelar; c)
Tem formação idêntica à que vai assessorar.
Eu pessoalmente acho que deveria ter outro requisito e que deveria ser: Ter preferencialmente maior experiência de vida e maturidade; 2 – Requisitos Pessoais do Tutor Formação no CNE Pretendemos que os nossos formandos se tornem educadores na relação educativa/formativa que estabelecem com as nossas crianças, com os nossos jovens e jovens adultos e com os seus pares, por isso o tutor de formação deve ser também reconhecido como detentor de conhecimentos e competências e capazes de tomarem atitudes consentâneas como um educador e também como formador de homens. O adulto/tutor envolvida na formação no nosso movimento deverá ser um dirigente com investidura e promessa há pelo menos 3 anos e tem que ser conhecedor do Movimento Escutista na globalidade e do CNE em particular, possuir conhecimentos, competências e vivências relacionadas com as áreas a tutorar e deverá ainda ser capaz de dar dimensão prática
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à formação a realizar, sem esquecer a parte atitudinal que é extremamente importante em todo este processo formativo. Deverá ter especial gosto por esta função e ter tempo disponível suficiente para o seu bom desempenho.
3 – Enquadramento do Tutor de Formação na Politica de Recursos Adultos do CNE (de acordo com o ponto 6) “Designação - O Tutor pessoal de Formação é designado pelo órgão que desenvolve a acção de formação”. Sou de opinião que o tutor deveria ser designado pelo órgão que efectua o processo de recrutamento e no qual o formando vai actuar. Não existindo no órgão onde o formando vai actuar alguém qualificado para ser Tutor de Formação, esse nível deverá solicitar ao nível acima que designe um tutor devidamente qualificado. A escolha do Tutor de Formação deve preceder o início da formação e deve ser feita com o acordo do formando e da Direcção do Curso. O Tutor de Formação relaciona-se com o nível e órgão que o nomeia, com o Director do Curso e com o Tutorando e pontualmente com outros elementos da equipa de formação. Para que possa realizar o trabalho de tutória com eficiência não deve assumir esta tarefa/função com mais de três tutorandos ao mesmo tempo. O Tutor de Formação reporta ao Director do Curso. . III – CCA´s necessárias do Tutor de formação para o bom desempenho das suas funções/tarefas Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos (saberes, capacidades, informações, etc….) para solucionar com eficácia uma série de situações. A definição de competências profissionais para o exercício de uma determinada função é algo bem complexa. Com o termo competência pretende-se dizer mais do que a formação intelectual ou a experiencia do profissional e sua adequação ao tipo de trabalho 16
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realizado em cursos on-line. A própria natureza do trabalho está aí representada identificando acções diferenciadas para a actuação específica na mesma área em espaços, situações e contextos diversos. Temos outras competências que estão ligadas a contextos culturais, organizacionais, funcionais e condições sociais. No caso especifico do escutismo, o adulto deve ter competências organizacionais (gerais) e especificas para a função/cargo que vai exercer sem esquecer em especial as relacionadas com o jovem e com o Método Escutista. As CCA´s necessárias a cada um dos intervenientes num processo formativo são diferentes. Todos sabemos que as CCA´s e em especial as competências partem de factores intrínsecos de cada um, mas também dependem de outros factores extrínsecos. A aquisição e/ou o desenvolvimento dessas CCA´s envolve todos os intervenientes no processo formativo, desde o saber e o fazer, a teoria e a prática e os princípios e o processo da tecnologia educacional (formativa). Os papéis assumidos no grupo em que participam no curso com a componente B-Learning, são diferentes e exigem CCA´s apropriadas. Desde o Director Curso e sua Equipa de Formação, Tutores e os Formadores, todos devem possuir ainda um conjunto de CCA´s ajustadas ao seu papel. . Bombassaro (1993: 21-23) define saber como poder manusear, poder compreender, poder dispor [...] o saber está vinculado ao mundo prático[...]. Portanto, a investigação do saber como conceito epistémico remete ao prático, enquanto que conhecer geralmente refere-se a algo com o qual temos uma experiência directa e até pessoal, e, que a diferença específica entre estas categorias reside no fato de que "conhecer" parece indicar uma convivência do falante com aquilo do qual se fala, enquanto que o saber é experiência indirecta, pois é possível dizer que se sabe algo acerca de algo ou alguém sem que isto implique uma experiência directa com aquilo do qual se fala.
Área do Saber – Conhecer (Saber) - É o domínio das conteúdos cognitivos que se quer transmitir, quer seja através da experiencia directa e até pessoal, quer da aquisição dos conteúdos específicos para a função.
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Área do Saber – Fazer - É o conjunto de habilidades, capacidades e destrezas práticas, que permitem que uma pessoa seja capaz de aplicar os conhecimentos de uma forma operacional e prática integrando boa utilização de instrumentos, equipamentos e métodos bem como o domínio dos instrumentos e métodos cuja utilização é necessária para um bom desempenho e a operacionalização dos saberes técnicos, tecnológicos e científicos.
Área do Saber – Conviver/Comunicar - Conjunto atitudes e relacões ligadas com a comunicação e a interacção entre todos os intervenientes no processo formativo.
Área do Saber – Ser - Conjunto de competências sociais e relacionais (atitudes e comportamentos) necessárias ao exercício de qualquer função O Tutor de Formação é um dos sujeitos que participa activamente na prática pedagógica e formativa. As suas actividades/tarefas são desenvolvidas à distância e/ou presencial e devem contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projecto formativo. O tutor a distancia é aquele que está distante geograficamente do formando e exerce o seu trabalho somente via ambiente virtual de aprendizagem. O tutor presencial acompanha os formandos presencialmente no seu processo formativo quer nas sessões presenciais quer em horários pré-estabelecidos. O seu trabalho acontece tanto presencialmente como via ambiente virtual de aprendizagem, se ele existir ou estiver implementado na dinâmica do curso. Os dois tipos de tutória (presencial e à distância) e pressupõem por parte do tutor que haja o domínio dos conteúdos a serem trabalhados no curso/UF em que ele esteja envolvido. Deve ter uma prática articulada com o diálogo e com as orientações, para que se gerem reflexões sobre o saber, a totalidade do conhecimento e para a capacidade do formando para que ele possa criar e gerar conhecimento. Como se inserir na sociedade globalizada, na sociedade do conhecimento sem confundir o conhecimento com informação. Como ter a sensibilidade paras sermos mais inteligentes na utilização da tecnologia sem perder de vista a nossa essencialidade humana. Como sermos sujeitos que constroem, que reconhecem a beleza do natural, do sol, da ternura de uma noite de luar e navegar no espaço virtual, usar as tecnologias sem nos aprisionar aos 18
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meios. Será então o nosso maior desafio não permitir que a tecnologia retire do formando, em sua aprendizagem o contacto com a estética do natural, com a beleza infinitas das estrelas, com o efeito mágico do luar, com o encontro com o outro na relação EU e TU. Como diz Illich “ À medida que eu domino a ferramenta, eu preencho o mundo com sentido; à medida que a ferramenta me domina, ela me molda em sua estrutura, e me impõe uma ideia de mim mesmo”. A reflexão sobre essa questão é fundamental para a nossa liberdade de criar e pensar sobre o mundo. Trabalhar a complexidade do saber fazer educativo na visão do aprender a aprender, na óptica reflexiva da construção do saber é um dos grandes desafios do Tutor. Deve proporcionar momentos em que o formando aprenda a ler e a reler o mundo, a apropriar-se do conhecimento, a redimensionar valores a rever atitudes. 1 – As CCA´s de um Tutor de Formação Para que os tutores desenvolvam um bom trabalho é preciso que eles tenham algumas características específicas ou que as desenvolvam e elas são: dinamismo, critica, capacidade de interagir e propor interacções entre os formandos, conhecimento e habilidade com as novas tecnologias de informação e comunicação, tais como: •
Capacidade de construir um ambiente on-line de confiança
•
Capacidade de apreciar as estruturas básicas de conferencias on-line e o potencial de aprendizagem da Web e da Internet
•
Capacidade em escrever mensagens on-line de forma concisa, personalizada e motivem.
•
Capacidade para criar “presença” e “visibilidade” no ambiente virtual
•
Capacidade em incentivar as contribuições dos formandos e conhecimentos dos recursos on-line úteis para esse fim.
•
Capacidade de estabelecer uma identidade como tutor on-line, o e-tutor.
•
Saber quando controlar os grupos, quando deixar ir,
•
Saber os passos de uma discussão on-line
•
Capacidade para usar o software para analisar a contribuição dos formandos, histórico de mensagens, resumos, acessos, etc.
•
Capacidade para interagir e conseguir a interacção entre os formandos. 19
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Capacidade de, gradualmente, inserir os participantes nas actividades sem gastar uma enorme quantidade de tempo extra.
•
Possuir condições para avaliar os formandos pelas participações, contribuições e resultados de aprendizagem.
•
Mostra sensibilidade para relacionamentos e comunicação on-line,
•
Capacidade para comunicar-se, diagnosticar e resolver problemas, usar o humor e resolver conflitos de forma construtiva.
•
Capacidade de animar reuniões,
•
Capacidade em dar feedback criativo e valorizar as ideias dos formandos,
•
Saber como criar e sustentar uma comunidade de aprendizagem on-line útil e relevante.
e deve ter competências a nível pessoal: • Ter atenção aos detalhes do curso • Estar atento aos movimentos dos formandos, • Ser paciente, não se irritar com facilidade, • Ser critico, criativo, entusiasta, dinâmico, • Gostar do que faz como tutor • Ser persistente. Não desistir facilmente diante das dificuldades • Ser pró-activo. Tentar antecipar-se aos problemas e dificuldades, • Ser assertivo. As soluções que encontra são adequadas (ou pertinente) aos problemas, • Ser empático. Consegue colocar-se no lugar dos formandos, • Ter bom domínio da língua escrita, • Ter capacidade para conduzir debates • Compartilhar com os formandos os seus conhecimentos e experiencias em relação aos temas do curso • Cumprir os prazos das tarefas pertinentes ao seu trabalho na tutório do curso, • Ter consciência da importância do seu papel como agente de mudança. competências ligados ao processo de formação: • 20
Conhecer a realidade do público alvo
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•
Elaborar o planeamento de tutoria para o acompanhamento dos formandos
•
Conhecer e identificar-se com a metodologia de formação à distância,
competências ligadas aos conteúdos do curso: •
Possuir domínio dos conteúdos do curso em que vai exercer tutória,
•
Demonstrar capacidade lógica de analise e síntese dos conteúdos do curso,
•
Ser capaz de interpretar os textos escritos do curso,
•
Conhecer formas diferenciadas de estudo dos conteúdos do curso em que exerce tutória.
•
Conhecer alternativas (bibliográficas, cursos, etc.,), que possam auxiliar os formandos no aprofundamentos dos conteúdos do curso,
competências relativas aos conhecimentos formativos em B-Learning: •
Planear actividades diferenciadas ligadas aos conteúdos do curso,
•
Esclarecer os formandos a respeito das competências a serem desenvolvidas no curso,
•
Conduzis os debates nos fóruns, que possam existir, colocando questões que façam sentido para os formandos,
•
Usar os recursos disponíveis no ambiente virtual para dinamizar as actividades do curso,
•
Apresentar alternativas para os formandos visando aprofundar os conteúdos do curso.
competências relativas aos conhecimentos técnicos em B-Learning: •
Conhecer as formas de acesso a internet,
•
Ser hábil no uso do teclado (velocidade de correcção da escrita),
•
Conhecer facilidades na internet (sites de busca, sites de pesquisa, acesso a textos etc.) que podem auxiliar os formandos na compreensão dos conteúdos,
•
Saber usar o editor de texto,
•
Saber usar acessórios e periféricos básicos do computador, bem como os mecanismos de comunicação pela internet ( MSM, Skype e outros ),
•
Conseguir oferecer suportes técnicos aos formandos quando solicitam,
21
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Saber a quem encaminhar os problemas técnicos apresentados pelos formandos, quando não consegue resolver,
•
Conhecer as ferramentas e possibilidades do ambiente formativo virtual do curso.
competências ligadas à comunicação e interacção on-line. •
Saber escrever correctamente em Português,
•
Procurar utilizar linguagem escrita correcta, sem o uso de gírias,
•
Ser capaz de estabelecer comunicação oral e escrita significativa,
•
Ser cortês e respeitável. Conseguir manter uma postura simpática e de respeito na comunicação escrita.
•
Escrever mensagens de forma concisa e personalizada,
•
Usar linguagem profissional e adequada ao nível do curso,
•
Ser capaz de responder dúvidas de forma pertinente, clara e objectiva,
•
Ter facilidade para se relacionar, comunicar e conversar pela internet,
•
Como tutor, saber explorar ideias, desenvolver argumentos, promover boas discussões, encerrar discussões improdutivas,
•
Saber controlar os grupos, quando deixar a comunicação mais livre e quando for mais directo,
•
Saber como trazer os que não estão a participar de volta ao ambiente do curso
•
Incentivar os formandos a apresentarem as suas contribuições
•
Evitar tomar atitudes autoritárias ou excessivamente permissíveis,
•
Desenvolver formas de comunicação com os formandos para evitar que eles se sintam sós,
•
Interagir com os formandos por e-mail e demais ferramentas on-line disponíveis,
•
Conseguir criar e manter com os formandos uma comunicação on-line útil e relevante
•
Saber trabalhar em equipa,
•
Conseguir resolver os conflitos que ocorrem num curso, durante a tarefa.
•
Saber quando deve intervir num conflito e quando é melhor voltar a trás,
•
Não ter problemas nas relações com os demais membros da equipa de tutores,
•
Respeitar as ideias apresentadas por outros tutores e pela equipa animação do curso,
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Resumindo o tutor tem de ter competências nas áreas: •
Cognitivas - Conhecer e dominar os conteúdos tratados
•
Técnicas - Conhecer e dominar as ferramentas utilizadas no curso
•
Pedagógicas o Acompanhar o trabalho pedagógico, o Orientar o seu tutorado ao longo dom processo formativo, o Apoiar o seu tutorado e motivando-o o Avaliar o seu tutorado
•
Comunicativas – Estabelecer o dialogo permanente entre tutorado e Equipa Animação
•
Social - avaliar os efeitos sóciais da comunicação (impessoal, interpessoal e hiperpessoal)
Deve ter também conhecimentos e atitudes, tais como: Conhecimentos: •
Conhecer bem e individualmente os seu formandos, reconhecendo as capacidades de cada um;
•
Conhecer e participar nos seus interesses;
•
Saber ler a realidade do meio para adaptar com eficácia o método escutista;
•
Conhecer e identificar-se com o curso que esta a tutorar;
•
Ter conhecimentos e a qualificação adequada à função que desempenha;
•
Possuir capacidade para identificar e minimizar o risco associada a cada actividade
•
Dominio do Programa do Curso que vai tutorar;
•
Dominio dos objectivos finais do Curso
•
Conhecer individualmente o estado psicológico do formando;
•
Técnicas de Diagnostico; 23
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Trabalho Criativo de Investigação
•
Técnicas de Planeamento;
•
Técnicas de Avaliação;
•
Técnicas de Animação;
•
Técnicas de Gestão de Conflitos;
•
Técnicas Gestão de Projectos;
•
Técnicas de Motivação
•
Domínio na elaboração de um Portefólio;
•
Domínio de um Plano Individual de Formação
Atitudes: •
Orientar sem se impor, pela sua postura e exemplo, minimizando os conflitos que possam surgir;
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Garantir a realização acompanhada e enriquecimentos dos trabalhos;
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Ser exemplo pessoal, portadores dos valores do Evangelho;
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Assumir-se como Cristão convicto;
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Mostrar respeito pela Natureza e gosto pela vida ao ar livre;
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Compromete-se com a actualização continua dos seus conhecimentos e investir na sua formação, manifestando uma atitude intelectual aberta;
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Ter intencionalidade educativa;
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Dar testemunho e exemplo de Valores escutistas;
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Estar sempre alegre e bem disposto;
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Ter uma atitude pró-activa em qualquer situação; ter sentido prático da vida;
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Ter bom senso em qualquer decisão.
2 – A Avaliação em e-learning e b-learning Tanto o e-learning como o b-learning, carecem de avaliação e o facto de se concretizar um modelo de formação assente nas TIC, não invalida que se faça a avaliação diagnóstica, formativa e sumativa (ou seja antes, durante e depois). Entende por momentos de avaliação: - Avaliação diagnóstica, é feita antes de a formação começar e tem como objectivo verificar se a formação/actividade foi bem planeada, verificar as aptidões, capacidade, motivação do formandos e poderá traduzir-se na elaboração de questionários e trabalhos prévios, etc, utilizando técnicas de inquérito, observação e de relato; - Avaliação formativa, é a que é feita durante o processo formativo e tem como objectivo avaliar o andamento dos formandos. Aplicar as alterações necessárias para remediar os erros se for caso disso, poderá traduzir-se na concepção de trabalhos intercalares ou não, em que o formando responde e envia pelos meios informáticos ou não, as evidências solicitadas pelo formador e devolvidos pelo formando para análise e avaliação. Poderá utilizar-se técnicas de inquérito, observação e de relato; - Avaliação sumativa, é a que é feita no fim e durante o processo e tem como objectivo, verificar resultados, verificar se os objectivos não alcançados pelo formando e possibilita a definição de novas actividades para alcançar os objectivos não atingidos, e poderá ser realizada ao longo das sessões presenciais e de e-learning e através de trabalhos desenvolvidos ao longo do percurso formativo, onde o formando deverá ser confrontado com questões concretas (trabalhos específicos, estudos de casos, casos problemas) onde poderá ser avaliado de uma forma objectiva, face aos objectivos preconizados no início da formação e do conhecimento de todos os intervenientes. Poder-se-á utilizar vários instrumentos das técnicas já acima mencionadas.
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Penso que a avaliação realizada somente por meio de testes online apresenta-se como uma limitação, uma vez que cabe ao formando a tarefa de responder a um conjunto de questões pré-definidas e ao computador realizar a correcção. Desta forma o tutor e equipa de animação recebem uma nota/conceito como resultado final, enfatizando o produto do conhecimento. Por outro lado, uma avaliação baseada na produção individual dos formandos, também pode ser realizada de forma a super valorizar o produto final, ou seja, o texto elaborado, a pesquisa realizada dentro de certos padrões ou a resolução de questionários. Alem da avaliação no âmbito individual, esta deve processar-se cada vez mais no âmbito do colectivo. Dessa forma entende-se que uma avaliação baseada nas interacções entre os formandos, tutores e equipa de animação de um curso vai ao encontro desta nova perspectiva avaliativa, em que se busca avaliar o produto num processo. Entenda-se o processo como o percurso de construção individual, que se constitui a partir das interacções. Por outro lado, o produto caracteriza-se pelo resultado das interacções, evidenciado pelo conteúdo das mensagens e contribuições dados por determinado formando. Neste sentido, o produto (conteúdo) e processo (interações) são entendidos como duas faces da mesma realidade cognitiva.
Conclusão A partir do uso das novas tecnologias de informação e comunicação houve a necessidade de lidar de outra forma com a informação, aprender não pode ser mais encarado como sinónimo de memorizar, guardar conteúdos, transmitir e obter conhecimento. Para que precisamos decorar se temos recursos potentes e de acesso facilitado que nos permitem ter informações a qualquer momento e de qualquer lugar via Internet. Diante disto, é necessário que todos os envolvidos nos processos formativos, principalmente Directores de Formação e Directores de Formação Adjuntos, reflictam sobre a necessidade de assumir uma nova postura e entender que o processo de ensino aprendizagem precisa evoluir juntamente com os recursos que temos a nossa disposição.
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Desta forma, novas competências e habilidades são necessárias tanto para a formação presencial como para a B-Learning. Esta última, que em tempos de Internet pressupõe todos os envolvidos na formação de adultos desempenhe as suas funções de forma a criar uma rede interactiva, na qual a construção de conhecimentos seja o eixo central. Este pequeno trabalho de criatividade e investigação teve como objectivo fazer um levantamento das competências mínimas necessárias ao papel do Tutor de Formação envolvidos nesta nova relação de formação. Tentei delinear alguns domínios de competências e cca´s para sustentar e qualificar um Curso em B´Learning A qualificação dos processos que envolvem ensino-aprendizagem depende também das experiências e pesquisas realizadas e a realizar nos nossos cursos que são essencialmente presenciais, mas que cada vez mais começam a ter uma componente a distância. Veja-se a implementação do Moodle nos cursos do CNE e a sua utilidade enquanto plataforma de ensino a distância. Com a RSF em andamento, é altura de pensarmos seriamente no assunto do ensino a distancia e pô-lo em prática nos cursos oferecido pelo CNE. Acredito que a possibilidade de os formandos poderem gerir o seu tempo para as leituras dos textos de apoio e para os trabalhos pedidos de acordo com as suas possibilidades e preferência é uma mais-valia da minha proposta, além claro e não menos importante é de referir a redução de custos em termos de deslocações e alugueres dos espaços para a realização dos cursos. Isto para não falarmos na desmultiplicação de cargos e funções, que nós formadores nos vemos obrigados a desempenhar no movimento, passando fim de semanas em salas de formação. Um curso nos moldes em B-Learning só terá êxito depois duma profunda alteração das Normas para a Formação de Dirigentes e pela adaptação de todos os Cursos, principalmente do CTF. Depois só terá êxito se os Tutores de Formação estiverem habilitados com conhecimentos, competências e atitudes para permitir que acompanhem, orientem, apoiem e avaliem o tutorando ao longo do seu percurso formativo. Devem ter habilidades e competências apropriadas no uso das novas tecnologias para dar suporte ao processo de ensino-aprendizagem, que proporcionam uma nova interacção em termos de tempo e espaço com relação ao estudo/conhecimento, mas também não menos importante o dominar os conhecimentos e possuir atitudes consentâneas com as funções e as tarefas a desempenhar. 27
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Bibiografia BOMBASSARO, Luiz Carlos. As fronteiras da epistemologia – como se produz o conhecimento. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1992
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica.
BASSANI, Patrícia B. Scherer. Modelagem das interacções em ambiente virtual de aprendizagem. Porto Alegre: PPGIE/UFRGS, 2006.
ILLICH, Ivan. A Convivencialidade. Lisboa: Europa-América.1976 MAGGIO, Mariana, O Tutor na Educação a Distância, VÁRIOS, “Manual Pedagógico Curso de Animadores de Formação”, Secretaria Nacional de Adultos, Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português Mary Lúcia Pedroso Konrath, Pedagoga, Especialista em Informática na Educação, Mestre em Educação e Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação LINHAS CRITICAS – Perfil de tutor de Cursos pela Internet – O caso do Seabre DANIEL MILL E FERNANDO FIDALGO, Sobre Tutoria virtual na educação a distância. RAFAEL LUÍS POLETTO, Acompanhamento Tutorial em ambiente virtual: uma experiencia com categorização de interacções.
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GUIMARAES, Maria Isabel. Avaliação como oportunidade de aprendizagem.
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