Leve (Ed. 1 - 2015) - Photography Magazine

Leve

Edição Janeiro-Junho 2015

Leve

Direitos autorais reservados. Reprodução proibida, de qualquer parte, sem autorização prévia.

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Este é o primeiro número da Leve, uma revista semestral.

Diferentemente de um livro, intenciono publicar uma revista eletrônica de leve formato com fotografias de minha autoria. O formato escolhido foi pensado para leitura em tablet.

Para este volume reuni 45 fotos realizadas em São Paulo (Brasil), Amsterdã (Holanda) e Florença (Itália), entre 2013 e 2014.

A capa e a contracapa são imagens feitas no local onde funcionou o Hospital Umberto Primo, empreendimento realizado por Francesco Matarazzo em 1904.

Inicialmente, o Umberto Primo foi concebido para prestar assistência de saúde aos imigrantes italianos em São Paulo, mais tarde foi ampliado e atendeu a toda população. Está desativado desde 1993 e agora aguarda o início de obras de uma nova estrutura com edifícios comerciais.

A capa, fachada principal do hospital com destaque à estátua do Conde Francesco Matarazzo, retrata o estado atual de abandono do prédio. A contracapa é a bela escada interna. Essas duas imagens sinalizam o cuidado construtivo e arquitetônico de uma época que trazia o estilo europeu para São Paulo, início da sua transformação e vocação para metrópole.

As fotos são minhas e a imaginação é sua: uma ótima combinação.

Boa leitura e aproveite, Claudio Lobo.

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S達o Paulo, 2014

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Caminhando na rua da Consolação, centro da Cidade, observei uma senhora que passeava com um menino que devia ter lá seus 7 anos de idade.

O menino puxava, por um barbante, seu caminhãozinho de plástico que pulava em função das irregularidades da calçada.

Há muitos anos não via uma criança brincando e se divertindo de modo tão simples.

Noto crianças, da faixa de idade daquele menino, que utilizam equipamentos eletrônicos sofisticados para entretenimento sem se darem conta do poder da simplicidade das coisas.

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Um grupo de turistas descobrindo a Cidade num tour guiado.

O campo visual para observação não está restrito ao plano horizontal, os turistas descobrem o que deve ser notado naquilo que também está na verticalidade da paisagem.

Ao fundo a espetacular Biblioteca Mario de Andrade.

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Próximo ao Edifício Copan, num final de tarde deparei-me com uma festa organizada num pequeno estacionamento para carros que lá funciona.

A recepcionista verificava a lista e o acesso ao convidados, com o apoio de seguranças, era liberado ou não.

Pela decoração da recepção instalada na calçada, a poltrona Pink Toalete, pode-se imaginar o arrojo da decoração interna e o estilo musical da festa.

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Vista parcial de São Paulo do terraço do prédio do MAC (Museu de Arte Contemporânea), na região do Ibirapuera, numa calma manhã de domingo.

As linhas sinuosas e transpassantes dos viadutos e das vias como se no limite teríamos uma trama de concreto e asfalto decorada por carros, prédios e árvores.

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O colorido das janelas de um prédio residencial, próximo à estação Anhangabaú do Metrô, é o destaque.

Cada janela um estilo de vida, retratada pelo colorido das cortinas, das plantas que quebram um pouco da aridez do cimento e a forma circular das antenas parabólicas que contrastam com as linhas retas da construção predial.

No mesmo edifício cada janela reflete uma vida com diferenças e semelhanças da vizinhança.

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Instalação de Henrique Oliveira, a "Transarquitetônica", que aconteceu no MAC (Museu de Arte Contemporânea).

O instantâneo de pessoas caminhando no interior da instalação que oferecia a sensação de labirinto. Seria assim o passeio dentro de um crânio?

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No Viaduto do Chá, tradicional ponto do centro paulistano, dois sorrisos que andam de ônibus e alegram quem os vê.

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Próximo ao Museu da Imigração, inaugurado em 2014, a estação e o trem Maria Fumaça, que trazia os imigrantes do Porto de Santos para a Hospedaria na Capital, estão abertos à visitação.

Esta criança na janela do trem, por instantes, trouxe para minha imaginação uma cena do início do século XX com a chegada de imigrantes na Cidade.

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Duas calรงas, duas janelas vizinhas. Duas vidas?

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Uma Cidade e seus 15 milh천es de habitantes. Solid찾o na janela?

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Avenida Paulista, que por seus simbolismos e localização, tornou-se uma marca da Cidade.

Num passeio pela avenida é possível identificar os endinheirados que na virada para o século XX construíam suas mansões, os parques, o maior museu (MASP) - em número de visitantes -, e os prédios residenciais e comerciais. O resultado é a mistura de épocas e seus ideais.

Em um desses prédios, o contraste arquitetônico refletido das fachadas é o registro da imagem.

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Na Avenida São Luiz, que já foi um nobre endereço da Capital, o reflexo da habitação na jovem ocupação comercial.

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Detalhe da parede externa da Casa das Rosas, construída pelo escritório de Ramos de Azevedo. A Casa data de 1935 e está localizada no início da Avenida Paulista.

A conservação e a memória de 80 anos: épocas, estilos de vida, hábitos, gerações e transformações.

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Detalhe de fim de feira no maior mercado atacadista da América Latina, o CEAGESP. Vale pensar e repensar os hábitos de consumo e suas consequências como o desperdício e o lixo. Questões como solidariedade, dignidade e distribuição da riqueza produzida são pontos que ainda incomodam.

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Geometria, cor e textura.

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EquilĂ­brio sobre rodas.

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Um pedinte sentado com sua bengala no Viaduto do Chá, centro da Cidade. Vi situações mais intensas de pedintes com suas canecas esmolando nas portas das igrejas em Florença e também no metrô de Roma.

Qual a fronteira entre solidariedade, auxílio e amparo aos mais necessitados e a falsidade ideológica e oportunismo?

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Uma fila, pessoas aguardando o acesso ao Cinema.

Hรกbitos e costumes.

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A moรงa da bilheteria.

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O que duas pessoas sentadas no Viaduto do Chรก fazem protegidas pelo guarda-chuva?

Nรฃo estava chovendo tampouco havia ameaรงa de chuva.

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As curvas do Edifício Copan coberto por uma tela, parte do processo de conservação e restauro da fachada do prédio.

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As ĂĄrvores e o grafite da Cidade. Um colorido da regiĂŁo da Vila Madalena.

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A geometria arquitetônica a serviço das pessoas, um bom aproveitamento da luz e do espaço externo.

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O grafite e o uso do espaço público na Cidade. Uma experimentação na Vila Madalena.

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Este retrato foi um bom exemplo de mero acaso.

No interior de uma casa, estava testando uma nova máquina fotográfica e identificando seus recursos. Acabei, sem a intenção, chegando ao interessante resultado: emoldurar e compor com o quadro existente a moça que olha para sua máquina.

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Vendedor ambulante, o colorido e a forma de disposição dos bichinhos de pelúcia na banca.

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Amsterd達, 2014

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Numa manhã saindo do hotel, próximo ao Vondelpark, num lance reparei duas moças conversando.

Os traçados retilíneos da construção e da calçada contrastam com as curvas das rodas das bicicletas complementado por outras formas geométricas.

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O leitor de jornal e a tranquilidade das pessoas no interior do CafĂŠ.

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Andei a pé, de carro e de bonde pela cidade.

Quando a pé, a atenção foi redobrada com as bicicletas e motocicletas. Reparei que os ciclistas não utilizavam equipamentos de segurança como capacetes.

No final tudo dava certo sem atropelamentos, trombadas e quedas, felizmente não presenciei nenhum acidente.

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Próximo à Centraal Station, uma moça de roupa azul parou para utilizar o celular.

A diagramação do canteiro de obras ao fundo compôs um instantâneo entre situações comuns: o homem de roupa azul do cartaz lê jornal e ela o celular.

Passado o instantâneo da imagem, um permanecerá congelado no canteiro e a outra personagem continuará sua vida.

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No movimento intenso de pedestres e no tráfego caótico da Praça Dam, o menino tem a proteção da mãe.

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Florenรงa, 2014

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Entre as obras de Michelangelo Buonarroti, na Galleria dell'Accademia, as esculturas inacabadas chamaram a minha atenção.

A força, o sentimento de dor e perda que a mulher retratada tem pelo homem morto em seus braços é impressionante. A fisionomia feminina, mesmo inacabada, é digna de nota.

Giacometti queria que suas esculturas tivessem a marca de suas mãos no processo de modelagem. Aqui, Michelangelo deixou eternizada a marca do cinzel quando da libertação dos seus personagens do bloco de mármore.

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As trĂŞs diferentes mulheres sentadas no degrau de uma loja.

TrĂŞs estilos de vida.

Um bom contraste para uma revista de moda.

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Festa de rua em São Paulo A próxima sequência de 10 imagens foi tomada em fevereiro de 2013 por ocasião de um bloco de Carnaval que saiu em frente a Estação da Luz em plena tarde de sábado.

Um verdadeiro Carnaval de rua: pessoas brincavam, famílias inteiras se juntavam ao bloco, bonecos gigantes caprichosamente confeccionados, músicos alegres e muita brincadeira de rua.

A região da Estação da Luz compreende o Museu da Língua Portuguesa, o Parque da Luz, a Pinacoteca e um pouco mais adiante a Sala São Paulo. Esse entorno, já há algum tempo, passa por um esforço do poder público para a revitalização e uma reversão do processo de degradação.

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MĂşsicos animando o bloco de Carnaval.

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As pessoas aproveitam para brincar o Carnaval de rua.

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Menina brinca e se diverte com os bonecos gigantes.

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MĂşsicos, bonecos gigantes e as pessoas alegram a rua.

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Boneco gigantes tendo ao fundo a torre do relógio da estação.

A construção é uma herança da engenharia inglesa na virada do século XIX para o XX.

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MĂşsicos animando o bloco da Carnaval.

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Enquanto a moรงa de braรงos levantados se esbalda de tanto brincar, a de vermelho orienta o movimento dos bonecos gigantes.

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MĂşsicos animando o bloco de Carnaval.

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A senhora, de traços orientais, se diverte com os bonecos gigantes e a música do bloco.

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Bonecos gigantes tambÊm se divertem nas suas evoluçþes.

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Contato, comentários, sugestões e críticas: claudiolobo@zipmail.com.br

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Revista Leve Edição Janeiro Junho de 2015

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