BOLETIM DO COATI 06 EDIÇÃO

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IÇÃO GRATUIT A

ANO 9 / Nº 6

JUNDIAÍ - VÁRZEA PAULISTA - CAMPO LIMPO PAULISTA

JUN/ JUL/AGO DE 2013

A VEZ DAS COOPERATIVAS O gerenciamento da coleta seletiva em Jundiaí é insuficiente para atender a demanda de aproximadamente 10 mil toneladas de resíduos coletadas todo o mês. Menos de 6% dos resíduos recebem a destinação correta e o sistema continua sendo gerenciado por empresas terceirizadas. Com o plano municipal de manejo de resíduos sólidos, em discusssão no município, a expectativa é que essa lógica seja revertida e as cooperativas beneficiadas no processo. P4

Foto: Arquivo PMJ

Sem condições de atender toda a demanda dos resíduos coletados no município, materiais recicláveis acabam sendo aterrados junto com o lixo doméstico

Face norte ameaçada por loteamentos de alto padrão

Transbordo de lixo hospitalar continua colocando em risco a saúde dos moradores do entorno do aterro PG 3

Fotos: Mauro Utida/Loro Comunicação

Foto: Arquivo PMJ

Projetos de novos loteamentos na face norte da Serra do Japi ameaçam sua biodiversidade PG 6

Área do CIAS é usado por empresa que faz coleta de lixo


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Opinião

A Fazenda Ribeirão firmou um termo de compromisso de recuperação ambiental com a Prefeitura de Jundiaí para doação de uma área para plantio de 6 mil mudas de árvores para compensação ambiental para ampliação do aeroporto da cidade. Mais informações: fazendaribeirao@gmail.com.

EDITORIAL

Não baixe a guarda, a luta não acabou

Enquanto trabalhávamos para fechar esta edição, o Brasil passava por um momento histórico com manifestações populares por todo o país. Uma revolta que começou pelo aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público paulista, tomou proporção gigantesca, com protestos contra a corrupção, descaso com serviços públicos básicos, como saúde e educação, além de diversas outras bandeiras. Os protestos que coincidiram com o mês do meio ambiente também apoiaram os direitos indígenas, desrespeitados pelo governo federal e deputados ligados a bancada ruralista, também vimos o povo gritar contra o desmatamento na Amazônia, a construção da usina de Belo Monte, só para citar

alguns dos exemplos de maior repercussão e impacto nacional. O interior paulista também não ficou calado e em Jundiaí e região também ocorreram manifestações, muito menores é claro, porém assim como nas capitais, também tinham problemas a apontar. Em Jundiaí, Cajamar, Pirapora do Bom Jesus e Cabreúva, convivemos com ameaças contra a Serra do Japi. Nesta edição voltamos a mostrar os empreendimentos imobiliários que ameaçam o vetor norte deste rico remanescente da Mata Atlântica. Nossa matéria principal sobre um plano de resíduos sólidos eficiente também é uma forte bandeira que devemos levantar. Em pleno século XXI o Brasil ainda não possui uma coleta seletiva efi-

ciente, um desperdício em termos econômicos e acima de tudo uma agressão ao meio ambiente. Não vamos mais deixar um sistema político corrupto aproveitar de nossos ricos recursos naturais. O Brasil tem tudo para ser um líder mundial na construção de um mundo sustentável, não vamos deixar que esta oportunidade se perca por interesses de uma minoria. Junte-se a nós e lute também pela Natureza, pelo meio ambiente e por uma melhor qualidade de vida.

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Ano 9 – Nº 6 – Junho, Julho e Agosto de 2013 Tiragem: 5 mil exemplares Jornalista Responsável: Mauro Utida (MTB 54971-SP) Editoração e Arte: Loro Comunicação Impressão: Lauda Editora Telefone: (11) 3963-3305 / 9 8941-0650 Internet: www.coati.org.br

NOTAS CORREDOR ECOLÓGICO MORRO GRANDE-JAPI É VIÁVEL A ONG COATI tem participado do projeto para criação do corredor ecológico Morro Grande-Japi, em parceria com o Coletivo de Entidades da Região Oeste de São Paulo (Grande Oeste Verde). O objetivo é avaliar a possibilidade de conexão entre a Serra do Japi e a Reserva Estadual de Morro Grande, em Cotia, regiões apontadas pelo programa Biota-FAPESP de 2007 como prioritárias para o incremento da biodiversidade do Estado. O estudo identificou que ainda é possível a conexão proposta e apontou pontos críticos que podem interromper para sempre a conectividade ambiental. A área esta inserida na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. Saiba mais: http://oesteverdesp.blogspot.com.br/ CONFERÊNCIA REGIONAL DE MEIO AMBIENTE A Conferência Regional do Meio Ambiente começa no dia 2 de agosto, na Câmara de Louveira, com a palestra Resíduos Sólidos, das 19h às 21h. A Conferência terá sequência em Itupeva, no dia 3, das 9h às 17h, no salão social da Igreja de Santo Antonio. O evento tem por objetivo debater a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com base em eixos temáticos. Também haverá eleição dos delegados que representarão os municípios na etapa estadual. Mais informações sobre a 1ª Conferência Regional podem ser obtidas pelo telefone 4591-8548. RESOLUÇÃO 457 DO CONAMA AMEAÇA A FAUNA SILVESTRE A fauna silvestre brasileira recebeu o maior golpe da história ambiental brasileira com a aprovação da Resolução 457 do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), aprovada oficialmente no dia 26 de junho último, com aval da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A partir desta data fica autorizado cada cidadão brasileiro ter legalmente a posse e a propriedade de até 10 animais de origem ilegal, ou seja, o governo legalizou o tráfico de animais silvestres em território brasileiro. No site Avaaz foi criado uma campanha para revogação da lei. CONSELHO GESTOR DA SERRA DO JAPI O Conselho Gestor da Serra do Japi elegeu os novos 16 membros para o biênio 2013/2015 no dia 26 de junho. A ONG COATI estará representada pela gestora ambiental Patrícia Regina Polli. A eleição da presidência ainda não teve a data divulgada. Entre as atribuições do Conselho, formado pela sociedade civil e proprietários de áreas da Serra do Japi, está acompanhar as ações da administração municipal relativas à consolidação da Reserva Biológica (REBIO). Atualmente o Conselho sofre com interesses particulares de especuladores imobiliários, mas estamos de olho. •Lin Tai – R. Prof. João Duarte Paes, 69, Cidade Luiza | (11) 4581-1550 •Sindicato dos Engenheiros – R. Prudente de Moraes, 596 | 4522-2437 •People – R. Vigário JJ Rodrigues, 988 | (11) 4526-8777 •Compel – R. Vigário JJ Rodrigues, 162, Vl. Arens | (11) 4587-1234 •CELMI – Av. União dos Ferroviários, 2100 | (11) 4523-0467 Entre em contato antes de levar seu material eletrônico Sobre o COATI O Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada (COATI) é uma organização não-governamental (ONG) ambientalista sem fins lucrativos e sem vínculos partidários e foi fundada em 1992. Seus principais objetivos são a defesa do meio ambiente e preservação das espécies, educação ambiental e valorização humana, promoção e incremento de estudos, pesquisas, propostas, programas e mobilização popular pacífica para fins específicos de melhoria das condições ambientais e da qualidade de vida. FILIE-SE AO COATI!!!


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Região

Junho/Julho de 2013 3 No dia 12 de julho uma jaguatirica foi atropelada na Rodovia Edgard Máximo Zamboto, em Campo Limpo Paulista. Apesar de todo o atendimento que recebeu dos veterinários da Associação Mata Ciliar, o felino não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso nos fez relembrar da onça Anhanguera, atropelada na rodovia de mesmo nome e morta na Bandeirantes.

Transbordo hospitalar ainda ameaça moradores

Atividades no aterro em Várzea Paulista se encerrou em 2004, mas transbordo de lixo hospitalar continua ativo

CIAS estuda implantar novo aterro sanitário na região Após o fim das atividades no aterro sanitário em Várzea Paulista, as seis cidades que formam o CIAS tiveram que conseguir um novo local para destinar o lixo coletado nas respectivas cidades. Cajamar, Campo Limpo e Várzea enviam seus resíduos para o aterro em Caieiras, Jundiaí para Santana do Parnaíba, e Louveira e Valinhos para Paulínia. O diretor do CIAS afirma que é preciso estudar uma nova área na região para o despejo dos resíduos das cidades. Frigeri informa que os novos prefeitos que fazem parte do Conselho Consultivo, que tem como presidente Juvenal Rossi (PV), veem com bons olhos este projeto. Em Campo Limpo Paulista já houve a tentativa de instalar um aterro em uma área da Serra dos Parque foi construído em área estabilizada Cristais, porém foi impedido pelos moradores.

De acordo com as informações da Promotoria, o Ministério Público de Várzea Paulista não tem conhecimento de qualquer atividade no aterro sanitário, pelo contrário, os relatórios que são encaminhados dão conta do encerramento das atividades do aterro e do atendimento do TAC firmado. Em um relatório da CETESB, de 15 de dezembro de 2007, há uma informação acerca da existência de uma unidade de transbordo de resíduos hospitalares que não é operada pelo CIAS e que conta com as devidas licenças ambientais.

Fotos: Mauro Utida/Loro Comunicação

temporário em Várzea Paulista”, declara Leite. De acordo com o presidente da Comissão dos Moradores, o aterro também sofre com a falta de manutenção e insegurança. Ele também critica o espaço que é utilizado pela empresa Gomes Lourenço para armazenar seus caminhões, porém o CIAS alega que a empresa que faz a coleta de lixo em Várzea possui autorização para o mesmo. Frigeri informa que Lixo hospitalar é recolhido pela empresa IM4 Transportes dentro de um galpão no CIAS atualmente o parque é gerenciado pelo CIAS e todos os custos de ma“O que queremos é o encerramento de nutenção e monitoramento são por conta dos verdade do aterro sanitário e não este municípios inclusos, conforme Termo de Ajuste imbróglio que já dura 9 anos”. de Conduta (TAC). Paulo Elio Barbosa – presidente da Para o gerente regional da Cetesb, Domênico Tremaroli, o transbordo hospitalar não represenComissão de Moradores do Entorno do ta riscos a comunidade do entorno. “A empresa Aterro Sanitário. tem licença para realizar esse serviço”, diz. Fotos: Mauro Utida

Nove anos após as atividades do aterro sanitário em Várzea Paulista terem sido encerradas, o local que recebeu por 21 anos o lixo de seis cidades da região, ainda continua sendo utilizado para transbordo de lixo hospitalar por Jundiaí e Várzea. Em 2012, o local recebeu 73 toneladas do material, que é armazenado temporariamente até atingir a quantidade suficiente para ser transportado em definitivo para outras cidades. A denúncia é da Comissão de Moradores do Entorno do Aterro Sanitário e confirmada pelo diretor executivo do CIAS, Hélio Carletti Frigeri. “O aterro continua ativo, pois ainda precisamos resolver esta demanda do lixo hospitalar”, diz. Para o presidente da Comissão, Paulo Elio Barbosa, as atividades devem ser encerradas por definitivo. “Estão acumulando seringas contaminadas, medicamentos e até animais mortos”, denúncia. Segundo o secretário de Serviços Públicos de Jundiaí, Aguinaldo Leite, seringas e outros materiais contaminados são encaminhados para autoclave em Paulínia e medicamentos e animais mortos, por exemplo, incinerados em Mauá. O secretário também informa que a empresa que vencer a nova licitação para coleta de lixo hospitalar em Jundiaí terá de adaptar um galpão exclusivo para transbordo deste tipo de resíduo. “Temos a licença para realizar o transbordo


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Especial

A Associação Mata Ciliar recebeu um filhote de onça pintada de três meses para reabilitação e mapeamento genético. Com a chegada de Juma, como é chamada, a entidade passa a contar com ao menos um exemplar de cada espécie circulante no Brasil - são oito no total. Outros dois filhotes de felinos são esperados nos próximos dias.

RECICLAGEM EM JUNDIAÍ

Menos de 6% do resíduo coletado na cidade é reciclado

Jundiaí discute Plano Municipal de Manejo de Resíduos Sólidos, mas ainda mantém gestão da coleta seletiva com empresas privadas reverter essa lógica e cumprir com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que dá prioridade para as cooperativas na coleta e destinação final dos resíduos, além de condições dignas de trabalho e remuneração para os trabalhadores nas ruas. Segundo dados da ONG Arca Reciclagem, em Jundiaí há aproximadamente 600 catadores, a maioria deles trabalhando em situação precária. “De um lado os resíduos são desperdiçados em aterros e de outro há uma demanda social dos catadores”, explica Adenilson de Freitas, presidente da Arca. Freitas também informa que o município pode receber recursos do governo federal para investimento no setor caso cumpra com o Plano Nacional. Para o secretário Aguinaldo Leite o problema

só pode ser resolvido com o Plano de Manejo dos Resíduos Sólidos, que está em discussão no município. Segundo ele, a secretaria vai propor um sistema biomecânico que permitirá aterrar somente 5% de rejeitos do total coletado. Em junho, no encerramento da Semana do Meio Ambiente, o secretário e sua equipe deram uma explanação sobre o Plano Municipal de Resíduos Sólidos e Saneamento. O Plano de Manejo terá de passar por consulta pública antes de ser enviado para aprovação na Câmara Legislativa. GERESOL O Armazém da Natureza foi criado em 1999 com o objetivo de gerenciar os resíduos sólidos de Jundiaí e separá-los por grupos específicos. Pela lei as cooperati-

Tempo de degradação dos materiais: Papel: Até 3 meses Bituca de cigarro: 2 anos Chiclete: 5 anos Plástico: mais de 500 anos Lata de alumínio: até 500 anos Pilhas e baterias: até 500 anos Pano: até 1 ano Pneus: Indeterminado

Vidro: até 1 milhão de anos Madeira: até 13 anos Fralda descartável: 600 anos Sacos plásticos: 30 a 40 anos Metal: mais de 100 anos

Foto: Arquivo PMJ

Após 14 anos de implantação da coleta seletiva em Jundiaí, através do Armazém da Natureza, o município ainda não conseguiu atingir seu objetivo. Atualmente menos de 6% do total de resíduos coletados são reciclados e o sistema de gerenciamento (GERESOL) ainda continua nas mãos de empresas privadas, sem beneficiar cooperativas e catadores de rua. O secretário municipal de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite, informa que Jundiaí gera mais de 10 mil toneladas por mês de resíduos sólidos, porém menos de 6% são reciclados. “Nosso atual modelo não tem condições de aproveitar todo o material. Grande parte do que é coletado acaba sendo aterrado”, diz. Aguinaldo afirma que a Secretaria de Serviços Públicos pretende

Empresa tercerizada é responsável pela reciclagem em Jundiaí e resultado é criticado

vas seriam responsáveis por gerenciar o O COATI, além de preocupar com os sistema. Atualmente, problemas socioambientais gerados a mesma empresa responsável pelo geren- pelo lixo, propõe ao poder público uma atenção especial ao território da Serra ciamento dos resíduos sólidos, também faz a do Japi, visto que a gestão inadequada coleta do lixo domésdo lixo causa problemas graves ao tico e destinação final. ecosistema e interfere nas A coleta é realizada diferentes cadeias alimentares existentes, duas vezes por semaalém de poluir rios e córregos, alguns na por caminhões do Armazém da Natureza. deles responsáveis pelo abastecimento Das ruas, o lixo segue público da cidade. para o GERESOL, onde passa por triagem.

Plano Nacional de Resíduos Sólidos Instituída por lei em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) transfere para o Poder Público local a responsabilidade de elaborar o plano, que define as diretrizes da gestão do lixo, e terão como principais metas, até 2014, a redução máxima dos resíduos sólidos, sobretudo com a reciclagem. A lei condiciona o repasse de recursos da União a diversos pré-requisitos, entre eles, a existência do plano municipal.


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Junho/Julho de 2013 5 LICITAÇÃO

Cooperativas devem assumir gestão

Prefeitura lança edital

Por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SEMADS), a Prefeitura de Jundiaí, afirma que pretende incentivar a criação de cooperativas no município. A SEMADS terá a função de incluir os catadores neste processo. A secretária da pasta, Marilena Negro, afirma que há projetos para qualificar a mão de obra dos catadores. Ela reforça a importância dos catadores na construção do Plano Municipal de Resíduos Sólidos. “Vamos reunir esforços para que a

Até agosto, a Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, pretende lançar os editais para contratação de empresas responsáveis por quatro lotes de serviços: varrição, coleta seletiva, resíduos de saúde, eletrônico, além do gerenciamento de todo o sistema. O processo será analisado pela Secretaria de Administração e Finanças. Ao todo serão 32 serviços contemplados. A empresa que faz os serviços de varrição, coleta seletiva e destinação final teve o contrato prorrogado até setembro, podendo ser renovado a cada três meses. Foto: Mauro Utida

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Catadores trabalham em situação precárias em toda região

prefeitura ouça esses agentes”, declara. Para o presidente da ONG Arca Reciclagem, Adenilson de Freitas, o orçamento destinado para a pasta não é suficiente para atender a demanda social dos

trabalhadores. AGENTES Em Jundiaí a única cooperativa de catadores de reciclável são os Agentes da Natureza, ligada a ONG Arca Reciclagem.

TESTE

Região central recebe contêineres em projeto piloto que deve ser ampliado Desde abril, está em avaliação um projeto experimental de contêineres para coleta mecanizada de lixo orgânico e reciclável na região central de Jundiaí. Ao todo são 50 contêineres com capacidade para 1 mil litros cada. Eles foram colocados em pontos estratégicos e são separados por cores: verde para reciclável e marrom para orgânico. O sistema pretende constribuir para a melhoraria nas condições de trabalho dos garis e a proteção das bocas de lobo dos rios e córregos evitando enchentes e riscos a saúde pública, além disso o lixo gerado pode ser colocado de imeadiato na rua.


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www.coati.org.br BOLETIM DO COATI A onça parda capturada em Tambaú-SP, a Tamba, retornou à natureza em maio após passar três meses de reabilitação na Associação Mata Ciliar. A jovem fêmea de onça foi solta na Reserva do Jataí com um colar com sinal de rádio para monitoria. Só nos últimos dois anos, mais de 10 onças pardas foram resgatadas e trazidas até a Mata Ciliar, muitos filhotes que se perdem de suas mães devido ao avanço agropecuário e urbano desordenado frente aos poucos remanescentes naturais do interior de São Paulo.

Cidade SERRA DO JAPI

Fantasma imobiliário ainda ameaça face norte Pedidos de diretrizes para construção de condomínios somam um total de 13 milhões de m² de área ocupada e que resultou na “Lei do Congelamento”, que ainda está em vigor e deverá ser analisada com a revisão do Plano Diretor da Serra do Japi (Lei 417/2004). Para o ex-presidente do Conselho Gestor da Serra do Japi esta lei é a principal responsável por ter segurado os empreendimentos até o momento. Para ele, os projetos não conseguiram a liberação por causa da 417, mas alerta. “Se este loteamento passar, o hotel passa também.” OUTROS PROJETOS Também há registro do loteamento Rodrigues & Marcondes, em uma área de 1 milhão m², classificada como macrozona urbana, porém o zoneamento foi alterado antes de vigorar a lei 417. Há também pedido de diretriz para a Fazenda Rio das Pedras, em cerca de 2,5 milhões de m². No território da Fazenda do Conde há pedidos para desmembramento de cinco glebas em área de território da Serra do Japi, já tendo passado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Sane-

PLANO DIRETOR

Revisão da 417 deve iniciar ainda este ano A Prefeitura de Jundiaí, por meio da secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, pretende iniciar a revisão da lei 417/2004, mais conhecida como Plano Diretor da Serra do Japi, no segundo semestre do ano. O poder executivo garante que o processo será participativo. O diretor de Meio Ambiente, Flá-

vio Gramolelli Junior, afirma que a revisão desta lei é importante para garantir a proteção da Serra do Japi e inibir novos projetos imobiliários na região. “A revisão da lei 417 é extremamente importante para melhorar o sistema de gestão e preservação da Serra do Japi”, declara.

Foto: Divulgação

Projetos imobiliários de condomínios de alto padrão aprovados por administrações anteriores ainda assombram a biodiversidade na face norte da Serra do Japi. Pedidos de diretrizes registrados na Prefeitura de Jundiaí, se liberados, podem causar a ocupação em aproximadamente 13 milhões de m², localizados na zona de amortecimento da Reserva Biológica (REBIO). Segundo cálculos do ex-presidente do Conselho Gestor da Serra do Japi, Antônio Luis Junqueira Mendes Pereira, a aprovação destes projetos podem causar um impacto significativo a biodiversidade da Serra como um todo. O projeto de maior impacto é um possível condomínio de alto padrão situado em uma área de 7,5 milhões de m² na Fazenda Ermida. Os proprietários da área também estão envolvidos com o projeto para uma possível construção do hotel em uma área de cerca de 300 mil m² no loteamento Chácara Serra da Ermida. Ambos os projetos foram alvos de denúncia pelo jornal o Estado de S. Paulo no ano passado

amento Ambiental) e pelo Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), devendo obrigatoriamente ser enviado para o Conselho Gestor. O loteamento Reserva da Ermida, que está em uma área urbana, separada da zona de amortecimento pela estrada Antonio Pincinato, foi liberado e será dividida em 631 lotes.

OPINIÃO

“Não basta lutarmos contra a especulação imobiliária, é necessário determinar a função socioambiental da zona de amortecimento da Serra do Japi, privilegiando o seu potencial hídrico, a sua capacidade de abrigar um parque público ou mesmo instituições educacionais de pesquisa e tecnologia, isso faria jus a sua verdadeira vocação: servir com qualidade de vida a toda coletividade”. Fábio Campos Alves – diretor administrativo COATI-Jundiaí

EM ESTUDO

Visitação monitorada a Serra do Japi deve iniciar pela cachoeira Morangaba A Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente iniciou em maio o projeto para revitalizar a cachoeira Morangaba, com o objetivo de retornar a visitação. O projeto será analisado pelo Comdema, Conselho Gestor da Serra do Japi, além de consultas públicas. Ainda não está definido o sistema de visitas monitoradas na Serra do Japi. O edital para contratação da empresa que ficará responsável por este serviço está em análise na secretaria de Negócios Jurídicos e deve ser finali-

zado em agosto. A previsão é que até 2014 as visitas monitoradas estejam funcionando normalmente. Por enquanto, a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, abriu as visitas por um período experimental até dia 31 de julho. O projeto noemado de “Nossa Serra” é destinado estritamente à educação ambiental, os interessados devem fazer a inscrição pelo site da Prefeitura. Mais informações pelo telefone: (11) 4589-8415.


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Sustentável

Junho/Julho de 2013 7 A Serra do Japi está sendo monitorada por câmera de segurança pela Guarda Municipal. O aparelho foi instalado no Mirante com o objetivo de monitorar pequenos focos de fumaça, balões e chamas. No primeiro trimestre desde ano houve um crescimento de 30% no número de ocorrências de foco de incêndio no entorno da Serra do Japi.

COATI-JUREIA

Projeto inicia com conscientização no litoral sul Lançamento do projeto ocorreu no dia 10 de maio em Cananéia e veículo adaptado já está pronto para resgatar animais

Fotos: Arquivo / COATI-Jureia

O projeto Resgate da Vida Marinha, coordenado pelo núcleo COATI-Jureia, Estima-se que o projeto terá demanda para resgate e transporte de 50 anifoi lançado no dia 10 de maio em Cananéia, litoral sul. As atividades inicia- mais marinhos e silvestres por ano. ram com a entrega de materiais informativos e educacionais referentes às condutas a serem adotadas pela população. “A ideia é que o material seja distribuído na alta temporada e em pontos turísticos”, explica a educadora ambiental Débora Rodrigues. O projeto surgiu da necessidade de atendimento emergencial aos animais encontrados vivos nas praias que abrangem Iguape, Ilha Comprida, Cananéia e Ilha do Cardoso, como pinguins, pequenos cetáceos, lobos-marinhos, tartarugas entre outros. O centro de reabilitação mais próximo está no Guarujá, onde se localiza o Instituto Gremar. Por meio de um convênio com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, a ONG adiquiriu um veículo que foi adaptado para minimizar o stress do animal e a alta taxa de mortalidade no transporte. O projeto conta com o apoio das prefeituras de Ilha Comprida e Cananéia, além do Instituto Gremar, que recebe os animais feridos em Guarujá. Estudantes puderam conhecer o veículo de resgate de animais marinhos da ONG

Governo Institui Mosaico Jureia-Itatins um Refúgio de Vida Silvestre, além de anexar a APA Marinha Litoral Sul. Com a decisão o núcleo COATI-Jureia poderá continuar desenvolvendo atividades de educação ambiental normalmente, pois a sede está localizada dentro da Vila Barra do Una, onde foi instituído a RDS. Porém, os pedidos de atividades também deverão ser apreciados pelo recém-criado Conselho da RDS, além de autorização da Fundação Florestal. As atividades na Vila Barra do Una são realizadas desde 1994 focadas na educação ambiental.

Fotos: Divulgação

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou no dia 8 de abril, a lei nº 14.982 que institui o Mosaico Jureia-Itatins. A Estação Ecológica contava com 79.240 hectares e com o mosaico a área de proteção máxima será ampliada para 84.425 hectares. Com a mudança foram instituídas áreas de atividades socioambientais e ecoturismo, com dois parques (Itinguçu e Prelado), duas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), onde é permitido haver moradia de população tradicional já residente (Barra do Una e Despraiado),

A ONG COATI desenvolve atividades na Vila Barra do Una desde 1994


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Junte-se a nossa causa. Filie-se ao COATI A ONG COATI (Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada) atua desde 1992 com projetos voltados à educação ambiental e cultura, além de denúncias contra agressões ao meio ambiente. Temos participação ativa em diversas instituições, como conselhos municipais e fóruns de políticas públicas. Com sede em Jundiaí-SP, a ONG conta com núcleos no litoral sul

(COATI-Jureia), em Munhoz (COATI-Minas), além do COATI-ABC, em Santo André. Para se filiar basta preencher esta ficha, recortá-la e enviar ao endereço Rua Prudente de Moraes, 596, Centro, Jundiaí. CEP 13.201-004.

Nome:_________________End:_______________________________________ Cidade:________________Estado:_____CEP:__________Tel:(__)_____________ E-mail_______________________Profissão:_____________________________ Nasc:___/___/____ R.G.__________CPF:________________________________ CONTRIBUIÇÃO ANUAL (assinale sua opção) ( ) Sócio Efetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 60,00/ano ( ) Sócio Efetivo/Estudante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 30,00/ano ( ) Sócio Voluntário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(contatar o COATI) ( ) Sócio Pessoa Jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . (contatar o COATI) ________________________________________________ (local, data e assinatura)

APOIE NOSSA CAUSA ASSOCIE SUA EMPRESA A DEFESA DO MEIO AMBIENTE CONTATO : (11) 98941-0650


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