EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 20 ANOS
ANO 8 / Nº 4
JUNDIAÍ - VÁRZEA PAULISTA - CAMPO LIMPO PAULISTA
DISTRIBU
IÇÃO GRATUIT A
AGO/SET/OUT - 2012
PRESERVE A SERRA DO JAPI
A frase desta chamada principal é o que motivou centenas de jundiaienses a participarem do ato público pelo Eucalypsom, organizado pela ONG Coati em setembro. Mais do que preservar este bosque formado por eucaliptos centenários, o evento teve o objetivo de registrar o compromisso de todos os candidatos a prefeito de Jundiaí pela preservação da Serra do Japi como um todo. PG 4 e 5
PG 2
Fotos: Mauro Utida / Loro Comunicação
Coati participa da Eco SP Centenas de jundiaienses se reuniram no Eucalypsom para pedir a preservação da Serra e relembrar com saudosismo há época dos encontros musicais
Morro do Mursa vira ponto de voo livre e aventureiros da região saltam de paraglider a uma altura de 232 metros. PG 7 Diretor do Coati entre Parimoschi e Bigardi
Foto: Divulgação
Candidatos a prefeito de Jundiaí assumem compromisso com a Serra, mas Luiz Fernando manda vice.PG 4
No nível do mar, o morro chega a 1.018 metros
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Opinião
O núcleo Juréia da ONG Coati firmou parceria com o Instituto Gremar, do Guarujá, com o intuito de colaborar com o resgate de animais marinhos desde a Baixada Santista até o litoral sul, em Ilha Comprida.
EDITORIAL
Coati+20 Fazer parte de uma organização não governamental é trabalhar por um bem comum, no caso do Coati este bem é o meio ambiente. É por causa dele que centenas de pessoas já deram sua contribuição para que esta instituição que iniciou suas atividades em Jundiaí, se expandiu para o litoral sul
Coati expõe trabalho na Eco SP 2012 e mais recentemente para o sul de Minas Gerais, completasse 20 anos de atuação, com muitas vitórias, respeito e reconhecimento. O Boletim do COATI, este informativo que tem em mãos, é apenas um exemplo deste projeto que foi iniciado em 1992 por um grupo de jovens sonhadores. No caso do Boletim, ele
nasceu da necessidade de levar informações como forma de educação ambiental para as pessoas, e tem sido assim sempre quando algum membro desta entidade se propõe a fazer, desde os idealizadores José Arnaldo de Oliveira, Sérgio Del Girno, Flávio Gut e Flávio Gramolelli Júnior, este último indiscuti-
velmente o mais atuante nestas últimas duas décadas. É difícil citar todos os voluntários que contribuíram com o Coati desde sua fundação, mas gostaríamos de agradecer a todos eles, pois cada ato, por mais simples que tenha sido, é a razão pela qual estamos ativos até hoje. A natureza agredece!
A ONG Coati participará do 6º encontro ambiental EcoSP 2012, a ser realizado dias 12 e 13 de novembro, no Parque Anhembi. O evento é organizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e o Coati terá um espaço exclusivo para apresentar projetos e promover ações realizadas em Jundiaí, Minas Gerais e litoral sul. A oportunidade de participar deste evento surgiu pela parceria com o Sindicato dos Engenheiros, R-MV-0083-10-02_ANUNCIO LOJA JUNDIAI 8x10.pdf 1 7/27/12 onde em Jundiaí a ONG divide o mesmo endereço com a delegacia regional. www.ecosp.org.br.
Mais de 400 kg de lixo recolhidos
Crédito: Agência Underfox / ilustrador : Felipe Rosa
Neste ano, a ONG Coati realizou até o momento dois mutirões de limpeza, o primeiro ocorreu em agosto no córrego do Marsola em Campo Limpo Paulista e o segundo em setembro na Serra do Japi. No total, foram contabilizados mais de 300 kg de lixos coletados e a participação de aproximadamente 80 voluntários. A ação em Jundiaí contou com o apoio da Coca-Cola Femsa. Para este ano ainda está previsto a última ação em Munhoz, sul de Minas.
EXPEDIENTE BOLETIM DO COATI Ano 8 – Nº 4 – Agosto/Setembro/Outubro 2012 Tiragem: 10 mil exemplares Jornalista Responsável: Mauro Utida (MTB 54971-SP) Editoração e Arte: Thomas Romano Agência : Loro Comunicação / www.lorocomunicacao.com.br Impressão: Lauda Editora Telefone: (11) 4522-2497 / 98941-0650 - www.coati.org.br
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Região
Em dezembro está previsto o início das operações da Estação Integrada de Tratamento de Esgoto de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Esta é uma obra aguardada há anos por toda a população da bacia do rio Jundiaí, visto que por meio dela os esgotos gerados por estes dois municípios passarão a ser tratados.
Monitorar antigo aterro é desafio dos novos prefeitos
Assim que assumirem as administrações municipais, os prefeitos do Cias passarão a se responsabilizar pela recuperação da área que recebeu lixo por 20 anos
guarda municipal não faz mais a vigilância da área, facilitando o consumo e tráfico de entorpecentes no local, além de denunciar que o transbordo de resíduos hospitalares continua. “Após seis anos de encerramento do depósito de resíduos, nossa situação continua complicada. Estamos preparando um relatório para informar mais uma vez o Ministério Público sobre a atual situação do aterro”, diz Barbosa.
Aterro é marcado por irregularidades
Operação em aterro foi finalizada em 2006
O TAC firmado entre o Ministério Público e o Cias prevê investimentos na área por 20 anos. Segundo o gerente regional da Cetesb, Domenico Tremaroli, atualmente ocorre a fase p ó s - e n ce r ra m e nto, onde o Cias tem a responsabilidade técnica de realizar o monitoramento da área e as possíveis consequências causadas pela decomposição do lixo. “O monitoramento é importante para evitar a
O aterro sanitário de Várzea Paulista iniciou as atividades em 1987 e as operações foram finalizadas em 2006. Em cerca de 20 anos as atividades foram marcadas por denúncias e irregularidades. A primeira delas e uma das mais graves foi o local ter iniciado as operações sem a licença de funcionamento. Esta decisão foi tomada pelos prefeitos que faziam parte do Cias. Na época o prefeito
contaminação da área por gases, além do solo, do lençol freático e da água subterrânea pelo chorume”, explica.
Aterro sanitário funcionou por 20 anos e seis cidades tem obrigação de recuperar área
de Jundiaí era André Benassi (PSDB) e o de Várzea Paulista, era Clemente Manoel de Almeida, ex-PMDB e hoje PSDB. A ala tucana, inclusi-
ve, foi a responsável por administrar o Cias por Jundiaí; depois de Benassi, assumiram o atual prefeito Miguel Haddad e o ex-prefeito Ary Fossen.
Foto: Arquivo Coati
MOBILIZAÇÃO / A administração do Cias é marcada por polêmicas. A regularização da área começou a ser feita 10 anos após o início das operações, quando o lençol freático já estava contaminado. O COATI apoiou as mobilizações populares para o fim das ati-
vidades, encaminhando diversas denúncias ao MP. A principal mobilização ocorreu em abril de 2005, quando moradores do entorno interditaram a entrada do aterro. Eles reivindicavam a suspenção do depósito do lixo até a realização das medidas compensatórias. No mesmo ano, foi registrada a morte de um morador que pode ter sido causada ou agravada pelo gás detectado na casa da vítima.
Foto: Divulgação
Os novos prefeitos de Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Vinhedo, Louveira e Cajamar, terão o desafio em cuidar, a partir de 2013, da herança deixada por cerca de 20 anos de despejo de resíduos no antigo aterro sanitário de Várzea Paulista. Assim que assumirem o novo cargo também terão a responsabilidade de administrar o Cias (Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário) e cumprir com o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado com o Ministério Público. O acordo inclui investimentos na área do Jardim América IV, em Várzea, por mais 14 anos. Apesar de o Ministério Público de Várzea Paulista afirmar que o Cias tem cumprido o acordo do TAC e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) informar que a situação atual do aterro é estável, o presidente da Comissão do Entorno do Aterro, Paulo Élio Barbosa, diz que irregularidades continuam. Barbosa concorda que a situação do aterro está controlada tecnicamente, porém reclama que o Cias tem descumprido acordos firmados no TAC, como complemento de arborização do entorno e área interna. Segundo ele, as obras nas áreas de esporte e lazer estão paradas há quatro anos e a
Seis municípios depositaram resíduos por 20 anos na área
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Especial
Outro compromisso assumido pelos candidatos em relação a Serra do Japi foi com o índice de preservação de 80% de preservação da zona de amortecimento, escolhida pela população como uma das 12 propostas do concurso Cidadonos Eleições, elaborado pela ONG Voto Consciente, e registrado na Ficha Pública. 15/08/12
17:50
Candidatos assinam compromisso com a Serra do Japi d 1
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Candidatos são chamados para cravar compromisso: Bigardi assina documento, Luiz Fernando manda candidato a vice
Foto: Antônio Luis Junqueira Mendes Pereira
Os dois candidatos a prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi (PCdoB) e Luiz Fernando Machado (PSDB), se comprometeram a preservar o bosque Eucalypsom e a Serra do Japi, caso se elejam no próximo dia 28 de outubro, quando ocorre o inédito segundo turno das eleições na cidade. A garantia é uma carta-compromisso assinada pelos candidatos dia 22 de setembro, durante o ato público organizado pela ONG COATI (Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada) com a participação de centenas de jundiaienses. O candidato tucano - que prega a continuação do atual governo - não compareceu ao ato, em seu lugar, ele enviou o candidato a vice-prefeito e ex-secretário de Finanças, José Antônio Parimoschi (PSDB). Também assinaram o documento os ex-candidatos Cláudio Miranda (PMDB) e Vanderlei Victorino (PSOL). Neste segundo turno, ambos declararam apoio a Bigardi, assim como Ibis Cruz (que não compareceu ao evento), do PTN.
A revisão da lei 417/2004, responsável pela Serra do Japi, deve ser concluída apenas em 2013 Condomínio industrial avança para dentro da zona de amortecimento e ameaça a biodiversidade da Serra do Japi
BANDEIRA / A Serra do Japi está no centro das discussões dos dois candidatos nestas eleições. O tema tem gerado debates calorosos entre eles por conta da revisão da lei 417/2004, iniciada no final do ano passado e sem data prevista para ser votada pelos vereadores na Câmara Municipal. Machado tentou defender o atual governo quanto às denúncias de novos loteamentos no território de gestão da Serra do Japi. O jornal O Estado de São Paulo apontou dois pedidos de diretrizes para cons-
trução de empreendimentos na área de preservação - um hotel e um condomínio. Na reportagem, ambos foram confirmados pela Prefeitura. “A Serra do Japi está mais protegida do que há 15 anos e no nosso governo ela continuará sendo prioridade. Preservá-la é pensar no futuro da cidade”, afirma Luiz Fernando. Bigardi reconhece que a lei 417 tem garantido a proteção da Serra nos últimos anos, porém afirma que atualmente ela é insuficiente para segurar a forte pressão imobiliária nesta área, considerada um raro remanescente da Mata Atlântica.
“Há projetos que somam um total de 15 milhões de m2 a serem edificados dentro da área de gestão da Serra do Japi”, alerta Antônio Luis Jun-
queira Mendes Pereira, atual presidente do Conselho Gestor da Serra do Japi.
“Sabemos que há interesses particulares de pessoas ligadas a esta administração que colocam em risco a preservação da área e sua biodiversidade como um todo”, afirmou Bigardi. DIRETRIZES/ O Conselho Gestor da Serra do Japi revela que há pedidos de diretrizes para empreendimentos pela Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho, Fazenda Rio das Pedras e do Conde.
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Ato público no Eucalypsom reúne centenas de pessoas População se mobiliza para protestar contra o impacto causado por novos empreendimentos em área da Serra do Japi Mais do que defender o Eucalypsom, bosque formado por eucaliptos centenários e que já foi ponto de encontro de músicos de Jundiaí nos anos 1980 e 1990, o ato público teve como objetivo principal a preservação da Serra do Japi como um todo. “O Eucalypsom é o maior símbolo da luta pela preservação da Serra do Japi e atualmente a área está sendo descaracterizada
por causa das mudanças permitidas no setor Norte do território de gestão para condomínios, indústrias e residências. O maior exemplo é o projeto de ampliação de um condomínio industrial da família do prefeito Miguel Haddad (PSDB), que avança para o pé da zona de amortecimento da Serra. É preciso frear esse crescimento desordenado”, alerta o diretor da ONG Coati, Flávio Gramolelli
Júnior. O Eucalypsom se localiza numa estrada de terra - continuação da avenida Antônio Pincinato. Existem projetos para a duplicação desta via, questionado por ambientalistas, que, segundo informações, estão parados no Paço Municipal. O ato público reuniu centenas de jundiaienses, além de músicos que marcaram época, e foi finalizado com o belo pôr do sol. O ponto alto do ato público foi o reencontro de músicos que marcaram época
Contraste marca as propostas dos candidatos para a preservação ambiental Nos programas de governo dos candidatos Luiz Fernando Machado (PSDB) e Pedro Bigardi (PCdoB) registrados na Justiça Eleitoral, as propostas para o Meio Ambiente têm peso maior de um lado do que do outro. Machado registrou apenas sete propostas, a maioria dando continuidade a projetos que já são desenvolvidos pela atual administração - como intensificar a fiscalização da Guarda Municipal na Serra do Japi; formar o Consórcio Intermunicipal; criação de um novo programa ecológico de visitas monitoradas na Serra, este último já anunciado e que recebeu críticas dos antigos monitores que foram excluídos.
Já em relação a Bigardi, existem 23 propostas direcionadas ao meio ambiente, com destaque a atualização do Plano de Manejo da Reserva Biológica da Serra do Japi. Também há apontamentos no programa de governo de que Jundiaí não possui programas de meio ambiente adequados às necessidades e realidade do município. “Os projetos existentes são tratados de forma superficial e utilizados como marketing corporativo e imobiliário”, descreveu o engenheiro civil e professor de Planejamento Ambiental, Pedro Bigardi - autor do projeto de lei estadual que prevê a preservação máxima da Serra.
Machado recebe cartão amarelo por atuação na revisão do Código Florestal O candidato do PSDB, Luiz Fernando Machado, recebeu uma advertência da campanha “Não Vote em Quem Votou Contra as Florestas”, realizado pela entidade Floresta Faz a Diferença. Segundo os autores da campanha, o cartão amarelo foi dado aos deputados federais que concorrem às eleições municipais e que “pisaram na bola em pelo menos uma das votações do Código Florestal, optando pela pior opção, e que, depois, apresentou uma postura melhor”. Machado se defende e informa que “votou contra o Código Florestal na volta do Senado para Câmara Federal, que previa anistia aos desmata-
dores”. Mesmo rejeitado por grande parte da sociedade, recentemente esta lei que protege rios e florestas foi totalmente desfigurado por uma das alas mais retrógradas do Congresso Nacional, a bancada ruralista. No último dia 17 de outubro, a presidente Dilma Rousseff (PT), vetou nove pontos da lei, incluindo o ponto polêmico de redução de floresta nas margens dos rios. A bancada ruralista promete reagir.
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Cidade
ASSEMBLEIA GERAL - No dia 15 de dezembro, às 16h, a ONG Coati realizará a Assembleia Geral da nova diretoria. O encontro será realizado na sede da entidade (rua Prudente de Moares, 596, Centro). Os associados interessados em concorrer às vagas no conselho deverão se manifestar pelo e-mai: coati@coati.org.br.
COATI completa 20 anos
Atuação no litoral chega a Ilha Comprida
Dois anos após a criação do COATI, Unidades de Conservação, ordenou a entidade fundava mais um núcleo a desocupação de 120 famílias, inem Vila Barra do Una, Peruíbe, litoral cluindo o núcleo da entida, localizasul de São Paulo, dentro da Estação do dentro da reserva. A ONG aguarEcológica Itatins-Jureia, pelo casal da a solução deste impasse. de ambientalistas João Luiz Naldo e Débora Rodrigues Naldo. O local ILHA COMPRIDA / A diretoria exefoi referência na prática de ecotu- cutiva no núcleo COATI-Jureia pasrismo e educação do meio através sou a atuar em Ilha Comprida, onde do programa ecocanoagem e ou- a entidade tem planos para iniciar tras oficinas de reciclagem com os as atividades de resgate de animais moradores locais, mas o futuro do marinhos em parceria com o Institunúcleo está indefinido por conta de to Gremar, do Guarujá e prefeitura Momentos de atuação da ONG como manifestauma determinação do Ministério de Ilha Comprida. O projeto está em ções populares e plantio de mudas Público, que com base na lei federal fase de estudo, mas em breve haveEm 1992 o movimento ambienta- ção urbana e isso inspirou o dese- que institui o Sistema Nacional de rá boas novidades. lista ganhava força e entrava defi- nho do nosso primeiro logotipo”, nitivamente no centro dos debates lembra o sócio-fundador e atual políticos com a realização da Con- diretor financeiro, Flávio Gramolelli ferência das Nações Unidas sobre Júnior. o Ambiente e Desenvolvimento. Em 20 anos de história, a ONG COInspirado por este evento interna- ATI conseguiu reunir um riquíssimo cional, que também ficou conheci- arquivo de pesquisas desenvolvido do como Cúpula da Terra e Eco-92, por integrantes e voluntários que um grupo de jundiaiense que estu- fizeram parte da instituição. Ela davam cabala, teosofia e ecologia, também cumpre seu estatuto de fundaram a organização não go- colaborar com os poderes públicos, Na reserva ecológica Itatins-Jureia a ONG Covernamental Centro de Orientação dando sugestões, participando de ati atua com projetos de ecocanoagem e limAmbiental Terra Integrada (ONG eventos, comissões e auxiliando nas peza da praia da Vila Barra do Una COATI). fiscalizações, além de sua base que “Nossa primeira ação foi protestar é a defesa do meio ambiente e precontra a forma como a administra- servação das espécies. ção da época conduzia a poda das Atualmente são realizados diversos Em 2011 foi criado o núcleo COATI- rentes. Entendemos que é preciso árvores em Jundiaí. Conseguimos projetos voltados para estudantes, -Minas na cidade de Munhoz. O haver um planejamenta ambiental mostrar a importância da arboriza- universitários e população em geral. núcleo é o caçula da entidade e foi e consciente para aproveitar todo criado a partir da necessidade veri- esse potencial turístico e economiAtualmente o COATI conta com 41 sócios ativos. ficada pelos diretores em organizar co sem causar um impacto ao meio o ecoturismo naquela região. “A re- ambiente”, explica o diretor de EcoDos 21 fundadores, quatro ainda estão ativos gião é rica em cachoeiras e rios cor- turismo, Fábio Patelli.
Entidade é pioneira em ações ambientais na região de Jundiaí e se expandiu para sul de Minas Gerais e litoral sul
Fotos: Arquivo Coati
Núcleo em Minas foca no ecoturismo
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Ação Voo livre no Mursa
Morro do Mursa vira ponto de voo para amantes de paraglider
Pelo terceiro ano consecutivo, a corrida fora do asfalto “Green Race” ocorre na Serra do Japi, em Jundiaí. O evento será realizado no dia 25 de novembro e a novidade desta edição será a parceria do 19º Grupamento de Bombeiros, que comemora quatro anos de fundação. Mais informações: www.greenrace.com.br.
Quer aprender? O curso de paraglider oferecido pela escola Paraglinder Jundiaí é 100% prática e é realizada no Caxambú, onde os alunos têm o primeiro contato com os equipamentos e experiência com os relevos naturais que irá enfrentar durantes os voos. Após a formatura, o aluno passa por um teste de 20 voos práticos e só então faz a prova para tirar seu breve, a famosa documentação dos pilotos. O custo do curso é de R$ 2 mil e inclui todo o material didático e os equipamentos para as aulas.
Fotos: Divulgação
O salto ocorre há 232 metros do chão, porém quando medido com o nível do mar, a altitude aumenta para 1.018 metros; são nessas condições que os praticantes se sentem livres
Mais do que uma bela vista da região de Jundiaí, o morro do Mursa proporciona aos apaixonados por voo livre, interação total com a natureza pelos céus de Várzea e Campo Limpo Paulista. Com seus 1.018 metros de altitude (nível do mar) e bons ventos, o local oferece as condições necessárias para voar de paraglider. Já a coragem fica por conta do grupo de aventureiros “Paragliders Jundiaí”. A equipe atualmente é formada por 63 integrantes, entre profissionais e iniciantes. Apesar de ser um esporte de alto risco, há crianças e aposentados entre os alunos, e até um cadeirante, o maior exemplo
de superação do time. Todos eles já passaram pelo curso prático. “Para que o voo seja tranquilo, chamamos a atenção quanto a segurança dos equipamentos e respeito às condições do vento”, ensina o técnico em odontologia, Cristiano Nabas, 34 anos, um dos pioneiros a alçar voo no Mursa. Nos céus desta montanha, também conhecida como Morro do Elefante, é preciso respeitar os limites, pois há uma rota aérea a partir dos 1.400 metros de altitude sentido São Paulo. Nabas explica que por isso o limite é a linha de 700 metros de altitude (da ponta do morro). Porém, para os mais radicais o local possibilita
subir até os 3 mil metros. Na região de Jundiaí, apenas o Mursa apresenta as condições ideR-MV-0083-10-02_ANUNCIO LOJA JUNDIAI ais para o voo livre, porém quando
os ventos não estão favoráveis por aqui, os integrantes da equipe costumam ir para Andradas, Águas de 12x6,5.pdf 1 e7/27/12 11:49 AM São Pedro São Vicente
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Sustentabilidade
www.coati.org.br BOLETIM DO COATI A Santa Angela é a primeira construtora do Brasil a instalar aerogerador em empreendimento. O equipamento sustentável que produz energia através do vento será responsável por abastecer parte das áreas comuns do futuro condomínio no bairro Medeiros, em Jundiaí.
Projeto monitorou onça Anhanguera pelos ares
A Vida Vista de Cima
Serra do Japi ganha mais uma ONG protetora que pretende monitorar ações irregulares na área através de um ultraleve “trike”, além de trabalhos em educação ambiental
Foto: Antônio Luis Junqueira Mendes Pereira
Em parceria com a Associação Mata Ciliar, o projeto A Vida Vista de Cima monitorou a onça Anhanguera enquanto o animal esteve solto na Serra do Japi com um rádio-colar. Pereira era responsável por localizar o felino na mata por meio de GPS e informar as coordenadas aos veterinários que seguiam o rastro por terra. “Esta experiência me proporcionou conhecimento técnico que pode ser aproveitado para auxiliar a polícia florestal pela Serra do Japi, incluindo áreas em Cajamar, Cabreúva e Pirapora do Bom Jesus”, informa o piloto.
FINANCIAMENTO / Na época do monitoramento da onça, os recursos já eram limitados, mesmo com patrocínios de empresas de grande porte, como CCR AutoBAn e TetraPack. Para que o projeto da ONG AVVC seja viável, os integrantes procuram patrocínio para subsidiar os voos, que chegam a R$ 400 por hora. O ultraleve tem condições de voar por cinco horas consecutivas, o Uma das interferências registradas durante o voo com o ultraleve foi esse desmatamento na área da Serra, em Cajamar que gera um gasto de R$ 2 mil. No dia 5 de outubro, onde se comemorou o dia samento jurídico que uma organização não go- “É um custo alto, mas se comparado com o heinternacional da ave, de São Francisco de Assis vernamental proporciona para embargar obras, licóptero, por exemplo, é muito menor. E, um avião de pequeno porte não tem a capacidade (protetor dos animais), semana mundial do habi- sem depender do poder público. tat, da fauna, e não menos importante, o aniver- “Estes dois anos de voo pela Serra do Japi propor- de voar em baixa velocidade para interceptar as sário de 24 anos da Constituição Federal, foi ofi- cionaram montar um arquivo de imagens muito interferências, como um ultraleve”, explica o pilocializado a criação da ONG A Vida Vista de Cima, rico para mapear a á r e a to proprietário da Fazenda Ribeirão. que nasce com o propósito de auxiliar a proteção e comprovar da Serra do Japi, animais silvestres e ações de novas intereducação ambiental. Com um ultraleve modelo “trike”, que tem uma fe capacidade de sobrevoo em baixa altitude, a entidade pretende registrar interferências em áreas rências, como impenetráveis por terra. Há dois anos, o proprie- a abertura de clatário da Fazenda Ribeirão, Antônio Luis Junquei- rões, que por terra é ra Mendes Pereira, voa pela área e registra todas praticamente impossível as irregularidades, mas sentiu falta de um emba- de visualizar”, explica.