DISTRIBU
IÇÃO GRATUIT A
ANO 8 / Nº 2
JUNDIAÍ - VÁRZEA PAULISTA - CAMPO LIMPO PAULISTA
MAIO DE 2012
A REVOLUÇÃO DAS BIKES
Interligar cidades e bairros por meio de ciclovias pode ser uma solução aos problemas que envolvem o trânsito de Jundiaí e região. Mas para isso é preciso que as bicicletas sejam reconhecidas como meio de transporte e não apenas como lazer. PG 4 e 5
Fotos : Mauro Utiida
O grupo de ciclistas “Bicicletada Jundiaí” sonha com uma cidade com mais segurança para andar de bike e possuem um interessante plano cicloviário
Está aberta a temporada de montanhismo no Brasil. Saiba onde encontrar boas montanhas na região. PG 7
‘Plano Diretor da Serra do Japi’ deve ser votado em junho pela Câmara. Ambientalistas estão atentos. PG 6 Aventureiros estão preparados para escalar
Lei que “congela” obras na Serra foi aprovada
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Opinião CENTRO DE ORIENTAÇÃO AMBIENTAL TERRA INTEGRADA O Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada COATI é uma ONG (Organização Não Governamental) ambientalista, sem vínculos partidários e sem fins lucrativos. Seus principais objetivos são a defesa do meio ambiente e preservação das espécies, educação ambiental e valorização humana, promoção e incremento de estudos, pesquisas, propostas, programas e mobilização popular pacífica para fins específicos de melhoria das condições ambientais e da qualidade de vida. Fundado em agosto de 1992, o COATI atua em duas importantes áreas da Mata Atlântica do Estado de São Paulo: Serra do Japi, através do COATI-Jundiaí, e Estação Ecológica de Juréia-Itatins, através do COATI-Juréia. Além de também desenvolver trabalhos no Sul de Minas Gerais, com um o núcleo COATI-Minas. É administrado por um Conselho Deliberativo e Fiscal e por três diretorias executivas, compostos por profissionais voluntários das mais diversas áreas. É membro da Rede de ONGs da Mata Atlântica, integra o Colegiado Gestor da APA Jundiaí-Cabreúva. Está cadastrado no CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), CONSEMA (Conselho Estadual de Meio Ambiente), CBH-PCJ (Comitê de Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e no PROAONG (Programa de Apoio às ONGs da Secretaria Estadual de Meio Ambiente). CORPO ADMINISTRATIVO CONSELHO DELIBERATIVO E FISCAL - BIÊNIO 2011/2012: Presidente do Conselho: Ivana Rita Gramolelli Vice-Presidente do Conselho: Ari Osvaldo Galastri Conselheiro Titular e Secretário: Fabio Frederico Storari Conselheiro Suplente: Márcia Brandão Carneiro Leão DIRETORIA EXECUTIVA DO COATI-JUNDIAÍ: Diretor Geral: Antonio Cesar Teixeira de Toledo; Diretor Financeiro: Flávio Gramolelli Júnior; Diretor Administrativo: Ana Lúcia Bergamasco Galastri; Diretor Técnico: Valtiele Alves dos Santos; Diretor de Ecoturismo: Fabio Patelli DIRETORIA EXECUTIVA DO COATI-JURÉIA: Diretor Geral: João Luiz Naldo; Diretor Administrativo e Financeiro: Débora Rodrigues Naldo; Diretor Técnico: Flávio Gramolelli Júnior DIRETORIA EXECUTIVA DO COATI-MINAS: Diretor Geral: Benedito Vaz dos Santos; Diretor Financeiro: Gessem Vaz dos Santos; Diretor Administrativo: Alessandro Mizobuti EXPEDIENTE BOLETIM DO COATI Ano 8 – Nº 2 – Maio de 2012 Tiragem: 5 mil exemplares Jornalista Responsável: Mauro Utida (MTB 54971-SP) Editoração e Arte: Thomas Romano Agência : Loro Comunicação / www.lorocomunicacao.com.br Impressão: Lauda Editora Telefone: (11) 4522-2497 / 8941-0650 Internet: www.coati.org.br
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Com o período de estiagem, típico do outono, a ameaça de incêndios aumenta com a baixa umidade relativa do ar
EDITORIAL
O ciclista e a onça No início do ano, o grupo “Bicicletada Jundiaí” organizou um passeio em luto pela morte de um jovem ciclista Bruno, de 14 anos, que morreu em uma das tantas ruas dominadas por veículos motorizados. Como podemos dizer que Jundiaí oferece qualidade de vida aos seus habitantes se não há segurança para as pessoas se locomoverem com bicicletas. E não é impossível melhorar nossos meios de locomoção, basta apenas um pouco de vontade política para construir eficientes ciclovias. Na matéria especial desta edição do Boletim do COATI, vamos mostrar como um “plano cicloviário”, desenvolvido pelos próprios ciclistas, pode ser utilizado como alternativa para
interligar municípios, bairros e até mesmo transportes públicos por meio de bicicletas. O projeto chegou a ser apresentado à Secretaria de Planejamento de Jundiaí. Algumas rotas já estavam nos planos da prefeitura, como a da avenida 9 de Julho, por exemplo. Mas, como se sabe, a aclamada ciclovia ficou de fora do projeto de revitalização, onde foram gastos mais de R$ 42 milhões. Só não se sabe se futuramente ela continuará suportando o trânsito que tende a aumentar com a construção de um novo shopping center. A região da Ponte São João e da marginal da rodovia Anhanguera também sofrem com as mesmas possibilidades. O acidente fatal envolvendo o jovem ciclista
faz lembrar o caso da onça-parda que recentemente foi atropela na rodovia Bandeirantes e sucumbiu. Esse mesmo felino recebeu o carinhoso apelido de Anhanguera dos veterinários da Associação Mata Ciliar quando passou um período em tratamento após ser atropelado pela primeira vez na rodovia Anhanguera em 2009. Após ser solto e monitorado por um rádio colar, o animal nova-
mente foi vítima do “progresso” humano. Como se não bastássemos ter acabado com mais de 95% de nossa Mata Atlântica, Jundiaí caminha para liberar novos empreendimentos imobiliários na Serra do Japi. Tanto os ciclistas de nossa região como os animais silvestres de nossas matas estão sufocados e precisam ser respeitados para viverem, e não sobreviverem.
Futuro das florestas do Brasil está nas mãos de Dilma No dia 25 de abril a Câmara do Deputados mostrou o que quer: o fim das florestas no Brasil. Por 274 votos a 184, com duas abstenções, foi aprovada a proposta que desfigura o Código Florestal. O texto que segue para sanção da presidente Dilma Rousseff é de autoria do deputado ruralista Pedro
Piau (PMDB-MG). A esperança é pelo veto de Dilma. A principal justificativa dos ruralistas é que precisamos aumentar a produção de alimentos para um mundo que já ultrapassou a marca de 7 bilhões de pessoas. O texto aprovado da anistia total a quem desmatou demais e ainda
abre brechas para que mais desmatamentos ocorram no país. O deputado federal Luiz Fernando Machado (PSDB), que votou contra o projeto, informa ter se “espantado” pela força da bancada ruralista no Congresso Nacional. “Nos dias que antecederam a votação houve uma pressão
muito forte por parte desta bancada. Votei contra a proposta, mesmo contrariando meu partido”, afirma. O deputado acredita que a presidente tome uma decisão antes da Rio+20, evento marcado para junho. “O temor é que a bancada ruralista derrube o veto da presidente”, revela Machado.
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Região
Uma pessoa que vai para o trabalho de carro contribui para o aquecimento global, em dois dias, o mesmo que se tivesse feito essa trajetória de metrô durante um mês inteiro.
Sem alternativas, trânsito pode piorar ainda mais Falta de investimentos em novas alternativas de transporte público é sentido no trânsito em horários de pico
Sem solução a curto prazo, o trânsito nas principais avenidas de Jundiaí se tornou inviável nos horários de pico. O temor é que esse problema poder agravar com o funcionamento dos shoppings centers na avenida 9 de Julho, marginal da rodovia Anhanguera e no bairro da Ponte São João. O problema de mobilidade urbana não é exclusivo de Jundiaí. Em Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista o drama é parecido. Quem mais sofre com a falta de políticas públicas para esse setor é a população
que necessita utilizar o transporte coletivo. Para os usuários dessas cidades vizinhas há apenas uma empresa que realiza o trecho intermunicipal. E reclamações não faltam pelo serviço prestado, na qual é cobrada uma tarifa que chega a R$ 3,00, dependendo da linha. Segundo o Censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a frota de veículos destas três cidades soma 309.825, para uma população de 551.290 habitantes. Uma média de 1,78 habitantes por veículo. Com a criação da Aglo-
Nova opção de transporte é apresentado em Jundiaí Quem passou pelo Centro de Jundiaí em abril pode conhecer o protótipo do VLT. Mas, a apresentação foi criticada por opositores políticos “como oportunista”. A Prefeitura de Jundiaí informou que está “fazendo sua parte” com o Programa de Melhoria Contínua do Transporte e Trânsito, e implantando novas tecnologias ao transporte coletivo como o GPS, e promovendo estudos, em parceria com a CPTM, de viabilidade do VLT e BRT. “Até o final deste semestre a CPTM irá apresentar o estudo de viabilidade do VLT”, informa a assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí.
meração Urbana de Jundiaí, composta por sete cidades, começou a se discutir novos meios de locomoção entre os municípios. O prefeito de Jundiaí e presidente do grupo, Miguel Haddad (PSDB), apresentou o modelo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ligaria Itupeva a Campo Limpo, passando por Jundiaí e Várzea Paulista. Apesar de ser ecologicamente correto, por não ser poluente, o VLT foi criticado pelo deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB), pelo alto investimento. Bigardi afirma que os siste-
OPINIÃO Henrique Parra Parra Filho – membro da ONG Voto Consciente “Jundiaí tem avançado pouco na construção de um sistema integrado e público que ofereça, efetivamente, possibilidades alternativas ao transporte automotivo individual. O Sistema Integrado de Transporte Urbano (SITU) até agora, é apenas uma rede de terminais. Não lograram fazer a integração com carros, bicicletas e outros modais.”
mas de ônibus rápido (BRT e BRS), utilizados
em Curitiba, são mais baratos, rápidos e com
resultados semelhantes aos europeus.
Novo shopping na região da ponte São João pode piorar o trânsito
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Especial
Em Jundiaí há duas boas opções para andar de bicicleta em grupos. A Bicicletada Jundiaí organiza passeios ciclísticos em todos os últimos sábados do mês. Já a loja Mega Bikers realiza passeios ciclísticos noturnos as terças-feiras.
Alternativa esquecida
Movimentos organizados mostram como é possível implantar ciclovias na região de Jundiaí como transporte alternati- CECAP vo e ajudar a amenizar o caos do trânsito nos horários de pico Pode parecer utopia, sonho, mas o fato é que as bicicletas podem sim ser a solução para os problemas de mobilidade urbana que a região de Jundiaí enfrenta. Investimentos em ciclovias representam um custo mínimo comparado com outros projetos. Em Jundiaí, as únicas ciclovias são utilizadas apenas como lazer, em dias e horários determinados. Aos domingos, quando a ciclofaixa da avenida Luiz Latorre funciona das 8 às 13h, a cidade conta com 20km de faixas exclusivas para bicicletas, somando com as ciclovias que li-
gam o Jardim Botânico ao Parque da Cidade (11km) e a do Parque Botânico (5km), no Jardim Tulipas. Para o grupo “Bicicletada Jundiaí” o modelo de ciclovia da cidade é da avenida Antonio Pincinato, no Eloy Chaves, porém ela está isolada sem conexão com outros bairros. Este grupo elaborou há três anos um interessante “Plano Cicloviário”, mas até o momento não recebeu a devida atenção. O plano tem o objetivo de proporcionar aos ciclistas maior segurança e estrutura, tanto educacional como viária, para que
Aonde estão as ciclovias? O Plano Cicloviário da Bicicletada Jundiaí foi apresentado para a prefeitura em 2009. Na época o Executivo apresentou ao grupo propostas para construir ciclovias na avenida 9 de Julho e na avenida Antonio Frederico Ozanan, porém a 9 de Julho foi revitalizada sem espaço para as bikes. “É muita promessa e pouco comprometimento”, reclama o jovem Ballas. A Prefeitura de Jundiaí informa que há projetos de construção de ciclovias no Parque Guapeva, Esperança e Linear, além de extensão a ser construída na ligação Centro-Ponte São João. “A ideia da prefeitura é interligar os parques da cidade por meio de ciclovias”, informa a assessoria de imprensa.
as bicicletas possam ser utilizadas como meio de transporte. ANEL CICLOVIÁRIO Na opinião do empresário Wagner Ienne, 44 anos, dono da Mega Bikers, o ideal seria ter uma ciclovia, por avenidas e rodovias, que contornasse toda área urbana, interligando bairros por um anel viário. “A loja possui um cadastro com 12 mil ciclistas, mas poderíamos ter muito mais se houvesse mais segurança e estrutura no trânsito”, revela Ienne. O plano do Anel Viário também é uma das bandeiras do grupo
FAZENDA Bicicletada. Além de GRANDE ter uma ciclovia que contorne a cidade, o grupo ainda planeja uma ligação com os terminais rodoviários, com bicicletários para a população guardarem as bikes com segurança. “Seria uma PARQUE ELOY ligação intermodal CHAVES como ocorre em países desenvolvidos”, explica o jovem ativista e membro da Bicicletada Gianlucca Hernández, 15 anos. Em Jundiaí, apenas o terminal da Vila Arens possui bicicletário com 10 vagas disponíveis, mas ciclistas reclamam da falta de segurança para estacionar as bicicletas no local.
HORTOL
Prefeitura deixa de utilizar R$ 250 mil para ciclovias No início de 2010 o deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) conseguiu uma emenda parlamentar no valor de R$ 250 mil para serem utilizados na construção de ciclovias do município, porém mais de dois anos depois a prefeitura não enviou
documentação necessária à Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional para liberação do recurso. “Desde o dia 9 de abril de 2010, quando um ofício foi enviado à prefeitura, o escritório regional aguarda os
documentos para que a liberação da verba possa ser feita”, informa a assessoria do deputado. A iniciativa do deputado foi uma reivindicação feita pelo Portal Cidade Democrática (www.cidadedemocratica.org.br), que é uma
ferramenta utilizada pela população para reivindicar e sugerir propostas para uma cidade melhor. A Prefeitura de Jundiaí não respondeu o motivo da emenda do deputado não ter sido utilizada até o momento.
O Concurso Cidadonos, de inovação aberta para temas públicos, teve a participação de mais de 3.600 jundiaienses no ano passado. 5 das 12 propostas mais relevantes foram sobre propostas para melhorar a mobilidade urbana em Jundiaí.
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Parque Linear pode ligar Campo Limpo até Itupeva Margem do rio Jundiai possui grande potencial para interligar quatro municípios por meio de uma extensa ciclovia
P
PARQUE DA CIDADE
LÂNDIA COLÔNIA CENTRO VILA ARENS ANHANGABÁU
VILA NAMBI
VILA RAMI
A margem do rio Jundiaí possui um grande potencial para ligar os municípios de Campo Limpo Paulista a Itupeva, passando por Várzea Paulista e Jundiaí. São mais de 40 km de extensão com um nível privilegiado para essa iniciativa, mas a maioria dos municípios parece não estar interessado nessa alternativa. Em Jundiaí, a prefeitura já começou a planejar o Parque Linear
o limite mínimo exigido por lei. A denúncia não surtiu efeito e as obras foram concluídas e outras iniciaram posteriormente. “A intenção é parar o loteamento na margem do rio Jundiaí para que o Parque Linear possa ser viabilizado um dia”, afirma Cal, que sonha com um parque no formato de uma “espinha de peixe”, com interligações pelos bairros por meio das margens dos
córregos. A Prefeitura de Várzea Paulista não comentou sobre as denúncias das obras irregulares na margem do rio Jundiaí e informou que no momento não há projeto em conjunto com outras cidades para executar o Parque Linear. “É uma proposta que pode ser discutida na Aglomeração Urbana de Jundiaí”, informa a assessoria de imprensa da prefeitura.
Ciclofaixa de Várzea Paulista é cheia de obstáculos Em Várzea Paulista os ciclistas precisam ter muita agilidade para utilizar a “ciclovia” criada pela prefeitura na avenida Duque de Caxias. Na faixa vermelha destinada ao fluxo de bicicletas há diversos tipos de obstáculos como, pontos de ônibus, postes, que inviabilizam o acesso. A prefeitura não quis comentar sobre esse projeto, mas informou que ciclovias estão nas diretrizes do Plano de Desenvolvimento da Cidade, elaborado ano passado com a participação popular.
OPINIÃO Rita Inês Aparecida Sousa – presidente da ONG Trânsito e Cidadania “Ciclovias são ótimas alternativas para a mobilidade urbana, porém temos que preparar, educar e sinalizar antes de criar ciclovias como meio de transporte”. A ciclofaixa da Latorre funciona aos domingos
que segue até a divisa com Itupeva e Várzea Paulista, totalizando 25 km de extensão. Mas em Várzea obras na margem do rio começam a inviabilizar essa proposta futuramente. O presidente da ONG Eco & Vida, João Carlos “Cal”, 42 anos, denunciou ao Ministério Público de Várzea Paulista obras de um motel na margem do rio em 2009, pois a mesma não respeitava
Ciclistas podem se machucar nos obstáculos
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Cidade
A onça Anhanguera, que em 2009 foi atropelada na rodovia Anhanguera e recebeu tratamento pela Associação Mata Ciliar antes de ser devolvida ao seu habitat, foi encontrada morta na rodovia Bandeirantes no mês passado, novamente vítima de atropelamento. Isto prova que a especulação imobiliária está chegando cada vez mais perto da Serra do Japi.
Câmara dá aval para novos empreendimentos
Manobra jurídica abre brechas para que empreendimentos imobiliários na Serra do Japi possam ser liberados A chamada lei do congelamento de novos empreendimentos na Serra do Japi foi aprovada no dia 5 de maio, mas uma manobra jurídica abriu brechas para projetos que já estejam tramitando na prefeitura possam ser aprovados. Com isso os projetos do hotel e condomínios residenciais, denunciados pelo jornal “O Estado de São Paulo” no dia 5 de fevereiro, podem ser liberados. A posição da Câmara foi duramente criticada por ambientalistas da cidade, pois foram exatamente as denúncias do “Estadão” que motivaram a prefeitura a enviar o projeto
que tinha por objetivo congelar por um período de cinco anos a construção de obras, hotéis e condomínios na Serra. Apesar de aprovada a lei, o congelamento passa a valer até a aprovação da legislação substituta da Lei 417, de 2004, em revisão. Segundo o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jaderson Spina, existem três pedidos de diretrizes para novas obras na Serra do Japi: Rio das Pedras, Ermida e Fazenda do Conde. “Não há nada aprovado. Os empreendedores precisaram fazer um novo pré-projeto para ser aprovado por todos os
órgãos ambientais da cidade”, argumenta o secretário. O vereador Durval Orlato (PT), que votou contra o projeto, afirma que a lei possui vícios de ilegalidade. “No início do ano passado apresentei um projeto para suspender por seis meses obras de grande porte causadores de impacto urbano até que o Estudo de Impacto de Vizinhança fosse aprovado, mas o jurídico alegou que ele era inconstitucional. O projeto de congelamento da Serra tem o mesmo sentido, mas foi aprovado”, reclama.
Paisagem atual da Serra do Japi, localizada no Eloy Chaves, pode ceder espaço a novos empreendimentos imobiliários
LEI 417 PODE SER VOTADA EM JUNHO Com o fim do seminário do Território de Gestão da Serra do Japi, falta apenas uma audiência pública para que, enfim, a revisão do “Plano Diretor da Serra do Japi” (Lei 417/2004) seja encaminhado para a Câmara, para votação. De acordo com o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jaderson Spina, a previsão é que o processo seja concluído em junho. Durante as oficinas realizadas no Seminário surgiram 40 propostas e serão analisadas por técnicos para poder entrar na lei em forma de minuta.
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Ação
O Monte Everest é a maior montanha sobre a superfície da Terra, com 8.844 metros. Está localizada na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre China e Nepal.
Está aberta a temporada de montanhismo
Região da Bragantina e Sul de Minas Gerais conta com montanhas ideiais para iniciantes e contato com a natureza Para quem gosta da sensação de liberdade e emoção, precisa experimentar a prática do montanhismo. Com a temporada 2012 aberta desde o início deste mês, milhares de praticantes estão preparados para se aventurar neste esporte, que está relacionado ao turismo ecológico. Na região de Jundiaí a equipe adepta do montanhismo é a UNA EcoAdventure, parceira do COATI, com especialidade em escalada e rapel. O membro da equipe Fernando Nogueira explica que o início da temporada
está relacionado ao período de estiagem. “O grupo está animado com a temporada deste ano. Costumamos ir às montanhas aos finais de semana”, destaca. Para quem mora na região de Jundiaí não precisa ir longe para encontrar uma boa montanha. A equipe da UNA indica a região da Bragantina e sul de Minas Gerais como bons pontos para iniciantes. Nessas regiões há montanhas de níveis consideradas básicas: a Pedra Grande de Atibaia, o Visual das Águas em Piracaia,
a Pedreira da Serra da Cantareira em Mairiporã e o Santuário de Pedra Bela. Neste esporte o fator principal é a segurança. Para isso são utilizados equipamentos, cujo objetivo é assegurar a integridade física do escalador em caso de queda. Os equipamentos consistem basicamente em cordas voltadas para amarração e ancoragem, além de diversos tipos de pinos e de segurança pessoal, como capacetes. Há quem prefira não usar qualquer tipo de corda. É o que se chama de “solo”.
Shopping Paineiras investe em atitude responsável DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS RECICLÁVEIS É UMA DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS PELO SHOPPING JUNDIAIENSE, QUE ACABA DE LANÇAR SEU SELO DE SUSTENTABILIDADE.
E
studo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revelou que cada brasileiro gera, em média, 78 kg de lixo por ano. E esse número não para de crescer. De 2009 para 2010, o aumento registrado foi de 5,3%. Mas há um problema ainda maior do que a geração crescente de resíduos: a sua destinação. Procurando solucionar a dificuldade encontrada na destinação dos materiais recicláveis, o Shopping Paineiras firmou parceria com a Arca Reciclagem, uma ONG jundiaiense a serviço do meio ambiente.
A parceria teve início em setembro de 2011, quando a organização passou a recolher gratuitamente todo o material reciclável gerado pelos lojistas do Shopping Paineiras, indo desde papelão, plástico e vidro até lixo eletrônico, lâmpadas e alumínio. Alexandre Nicola, presidente da Arca Reciclagem, explica que é possível dar destino adequado a todo material que não serve mais para as pessoas. “E com os recursos adquiridos, ainda podemos contribuir para que os catadores de material reciclável tenham uma vida melhor”, completa. Nicola revela que no primeiro mês da parceria foram retiradas 8 toneladas de material, mas esse número já gira em torno de 12 toneladas mensais, principalmente porque o Shopping Paineiras convidou a população do entorno a separar o lixo e descartá-lo no ponto de coleta localizado na lateral do prédio, na rua Eduardo Tomanik, todas as quartas-feiras. “A população recebeu um comunicado esclarecendo que poderá trazer lâmpadas, lixo eletrônico e alumínio para cá. Esse material será recolhido pela Arca juntamente com os resíduos do Paineiras”, afirma Teresa Staeheli, responsável pelo Marketing do shopping. Nicola completa explicando que a ONG retira o material gratuitamente, leva para seu galpão no bairro Medeiros e separa para a reciclagem. O Shopping Paineiras conta ainda com um posto permanente para a coleta de pilhas e baterias usadas. Os clientes podem descartar esses materiais nos coletores localizados ao lado dos caixas de estacionamento. Há também lixeiras para coleta de material reciclável espalhadas pelos corredores. Este é apenas o início de um longo trabalho que o Paineiras projetou para atuar como um disseminador da atitude responsável em relação ao meio ambiente.
www.shoppingpaineiras.com.br
A equipe da UNA também costuma treinar na praia Barra do Una, Juréia Cachoeira dos Luiz é símbolo do COATI-Minas
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Sustentabilidade COATI marca presença na Rio+20
Integrante do COATI volta ao Rio de Janeiro para participar de conferência internacional Com passagem atuante pela Eco92, a ambientalista e doutora em Direito Internacional pela USP, Márcia Brandão Carneiro Leão, 58 anos, volta ao Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho para propor uma atividade de discussão na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Desta vez ela pretende abordar o tema que envolve a
criação de uma Organização Mundial para o Meio Ambiente e estará como representante do COATI - entidade na qual ela faz parte. Márcia está otimista quanto aos resultados que a Rio+20 pode alcançar. Para ela as discussões que
envolvem esse evento são imprescindíveis para a implementação do desenvolvimento sustentável. “Isso poderá fazer com que haja uma mobilização exigindo a inclusão do meio ambiente e das questões relativas à susten-
tabilidade de forma definitiva e prioritária nas agendas dos municípios, estados e nação”, afirma. A ambientalista alerta que tanto as propostas da Rio+20, como da Rio92, dependem de pressoes da sociedade civil. “É importante participar para transformar governos e realidade social. O povo ainda não acredita na força e na importância que tem!”, declara.
Ajude a Associação Mata Ciliar de Jundiaí a continuar o trabalho de reabilitação de animais silvestres (como essas Araras), por meio de doação simbólica ao programa “Adote um Animal”. www.mataciliar.org.br.
Dicas da Mundo Verde
- Para ter uma vida longa e saudável não há mistério: basta dieta equilibrada, exercícios físicos regulares e evitar o estresse. - A alimentação, desde que nutricionalmente adequada, exerce papel fundamental no retardo do processo de envelhecimento, na melhora da performance mental e física, além de auxiliar na manutenção do peso adequado e na resistência do sistema imunológico. - Comer bem é o segredo mais antigo de saúde que existe. A dieta deve ser rica em frutas, hortaliças, legumes e cereais integrais. Quanto maior a variedade, mais nutrientes diferentes você dá para o seu organismo. São cuidados simples que proporcionam não só o rejuvenescimento mas saúde e bem estar.