Brasília Maputo Ano 2011 N° 02
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Revista da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique - CCIABM
Moçambique desperta para o uso de
ENERGIAS RENOVÁVEIS DIRETOR EXECUTIVO DO BCI
faz uma análise sobre a economia moçambicana
BRASIL E A FUNDAÇÃO FIOCRUZ
trabalham pelo progresso da saúde em Moçambique
INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE
uma análise dos principais projetos no país
Exclusivo: Diretor Geral da Andrade Gutierrez em Moçambique fala sobre os projetos da empresa no país
Brasil e Moçambique: Perspectiva de bons negócios
Trabalhando por um melhor relacionamento
sócioeconômico entre Brasil e Moçambique
O que é a CCIABM Fundada em 2008, a Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique - CCIABM é uma associação sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é fomentar o relacionamento socioeconômico entre Brasil e Moçambique, aproveitando as oportunidades que cada país tem a oferecer. Com unidades ao longo de todo o território brasileiro, a CCIABM possui apoio da Embaixada da República de Moçambique no Brasil, sendo o principal órgão de fomento ao relacionamento Brasil-Moçambique.
Atividades desenvolvidas pela CCIABM - Desenvolvimento do Comércio Bilateral entre Brasil e Moçambique; - Atração e promoção de investimentos recíprocos; - Pesquisas de mercado; - Organização de Missões Empresariais para ambos os países; - Recepção de delegações de empresários e autoridades moçambicanas ao Brasil; - Auxílio na entrada de empresas e desenvolvimento de negócios entre os dois países; - Fornecimento de informações entre os dois países; - Fonte de contatos empresariais e governamentais; - Prospecção de parcerias visando interesses mútuos.
Contatos Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique contato@cciabm.com I twitter: @CCIABM +55-31-3243-3012
Unidades Brasil: Belo Horizonte - MG Brasília - DF São Paulo - SP Goiânia - GO Porto Alegre - RS Fortaleza - CE Moçambique: Maputo
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N°02 - 2011 | PALAVRA DA CCIABM
Central Exportaminas é uma unidade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado de Minas Gerais, Brasil, em parceria com entidades do setor privado.
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Palavra da CCIABM É com enorme satisfação que apresento a 2ª Edição da Revista Brasília Maputo, projeto de grande importância e valia no que tange o relacionamento socioeconômico entre Brasil e Moçambique. Parece quase natural a aproximação entre Brasil e Moçambique, dois países que apresentam características semelhantes, desde a história da colonização portuguesa, que tem a sua marca no idioma comum, até as várias manifestações de natureza social e cultural que lembram os vários séculos de convivência entre os dois lados do Oceano Atlântico. O povo brasileiro e moçambicano é conhecido pela sua alegria, garra e força de vontade de crescer sempre. Tudo isso tem contribuído para que acordos - sejam eles comerciais, políticos, ou sociais - sejam firmados em âmbitos bilateral e multilateral entre o Governo Brasileiro e o Governo Moçambicano. O Brasil é apontado atualmente como a 7ª maior economia mundial, ao passo que Moçambique foi considerado um dos países que mais cresceram na última década, com um percentual de crescimento de 7,9%, obtendo a 8ª colocação no ranking de crescimento, segundo o Relatório publicado em janeiro de 2011 pelo Banco Mundial. É fácil notar que esses países vêm apresentando crescimentos sólidos e constantes, daí o estreitamento das relações entre Brasil e Moçambique ser a melhor opção para que os bons resultados sejam utilizados e compartilhados por suas populações. Nesse sentido, o trabalho realizado pela Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique CCIABM tem sido expressivo, pois contribui significativamente para os esforços de fazer esse relacionamento acontecer de uma forma consistente e confiável. Por meio da participação de seus associados, juntamente com uma equipe tecnicamente preparada e com sólido conhecimento dos mercados moçambicano e brasileiro, a CCIABM tem reforçado cada vez mais os laços comerciais existentes entre os países. A Embaixada de Moçambique no Brasil tem se associado ao trabalho realizado pela CCIABM, muito em particular, através da presente publicação, apoiando na divulgação das oportunidades de negócios e investimentos em ambos os países. Muito do sucesso deste trabalho está atrelado à gestão do Sr. Mário Tavernard, que liderou a CCIABM de maneira brilhante durante o triênio 2008-2010. Agora, com o Sr. Rodrigo Oliveira à frente da Diretoria Executiva, tenho certeza de que a CCIABM irá ajudar a impulsionar o desenvolvimento do Brasil e Moçambique nos próximos três anos. Felicito também a iniciativa da Revista Brasília Maputo, agora com periodicidade semestral, que traz mais informações sobre a realidade dos dois países, abrindo um novo horizonte de boas oportunidades de negócios para o empresariado. Assim como na 1ª edição, essa 2ª publicação da revista traz articulistas de renome, além de matérias e entrevistas de interesse mútuo, com informações relevantes e precisas. Brasileiros e Moçambicanos, juntos por um futuro melhor para os nossos países. Desejo a todos uma excelente leitura!
Exmo. Sr. Murade Isaac Murargy - Embaixador da República de Moçambique no Brasil e Presidente Honorário da CCIABM PALAVRA DA CCIABM | N°02 - 2011
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SUMÁRIO 10 12
Editor Chefe Sr. Carlos Eduardo Miranda Jornalista Convidado Sr. Valério Azevedo
Entrevista Andrade Gutierrez Economia em Moçambique
Redação Rua da Paisagem, 220 – Bairro Vila da Serra – Belo Horizonte Minas Gerais – Brasil Ibraimo Ibraimo, Presidente do Conselho Executivo do BCI, fala do Aeroporto Internacional de Nacala, um dos investimentos em Moçambique
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Expediente – Revista Brasília Maputo www.cciabm.com
Para anunciar contato@cciabm.com +55-31-3243-3012 Circulação Brasil e Moçambique
Case Cinevídeo Cultura Curiosidades Comércio Exterior em Moçambique Legislação em Moçambique Geografia Entrevista Fiocruz
Tiragem 2.000 exemplares Impressão Imprimátur - Gráfica e Editora Rua Cambuquira, 323 - Carlos Prates Belo Horizonte - MG Projeto Gráfico Carlos Eduardo Miranda www.losdoda.com Presidente Honorário Exmo. Sr. Murade Isaac Murargy Vice-Presidente Honorário Exmo. Sr. Deusdete Januário Gonçalves
Célia Almeida, diretora do Escritório da Fiocruz na África, fala sobre o sistema de saúde Moçambicano
34 38 40 45 48 51
Diretoria Sr. Rodrigo Coelho de Oliveira Sr. Paulo Henrique Rage Sr. Mário Tavernard Martins de Carvalho Sr. Fábio Lopes Vale
Energia em Moçambique Programa Inove e Moçambique Investimento em Moçambique
Gerências Regionais Sr. Joaquim Firmino Sr. Everson Júnior Sr. Roberto Marinho Sr. Tiago Alvim Benevides
Entrevista Unica T.I.C. em Moçambique Encontro
*Os artigos e entrevistas presentes nesta revista foram redigidos de acordo com a gramática utilizada pelo país (Brasil e Moçambique) de origem do articulista ou entrevistado.
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Obras na construção de estrada pela Andrade Gutierrez na província de Cabo Delgado
Entrevista com o Diretor Geral da Andrade Gutierrez em Moçambique Sr. Marcelo Elísio de Andrade
Os desafios são muitos e a Andrade Gutierrez pretende participar ativamente deste processo de desenvolvimento
1. Moçambique tem apresentado grandes oportunidades para empresas brasileiras, principalmente no que tange ao setor de infraestrutura. Qual foi o principal motivo que levou o senhor a se mudar para Moçambique, além do fator profissional? E em que medida a sua estadia e o peso de assumir os projetos da Andrade Gutierrez em Moçambique te fizeram crescer pessoal e profissionalmente? O principal motivo de me mudar para Moçambique é por acreditar que o desafio é o principal fator motivador na vida das pessoas, aliado a uma admiração muito grande pela similaridade entre as histórias de Brasil e Moçambique. A implantação de uma Sucursal em um país é também muito desafiadora. Sinto-me privilegiado em participar de projetos que, além de permitirem uma realização profissional plena, dada a sua complexidade e requisitos de capacidade técnica, proporcionam um sentimento de gratificação profundo, uma vez que são projetos estruturantes para o desenvolvimento do país, causando um impacto direto na qualidade de vida da população. 2. Quais são, atualmente, os principais projetos em andamento nos quais a Andrade Gutierrez está envolvida em Moçambique?
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N°02 - 2011 | ENTREVISTA ANDRADE GUITIERREZ
A Andrade Gutierrez está contratada para execução do projeto, reabilitação e construção de uma estrada com extensão de 230 km na província de Cabo Delgado. Está desenvolvendo os estudos em aliança com a Vale para a implantação de um terminal de exportação de carvão em Nacala, na Província de Nampula. Executamos o Projeto Base e o Estudo Preliminar do impacto Ambiental da barragem de Moamba Major, que objetiva suprir a demanda de água na grande Maputo. Estamos também participando em diversas licitações de obras. 3. Como a Andrade Gutierrez está buscando fornecedores e prestadores de serviços para seus projetos em Moçambique? O país consegue suprir toda a demanda que tais empreendimentos exigem? Se não, qual tem sido a solução encontrada? A Andrade Gutierrez possui na sua sucursal em Moçambique um departamento de suprimentos, responsável pela identificação e qualificação dos seus fornecedores locais. Com o crescimento da demanda nacional, têm surgido novas empresas em Moçambique para atender ao mercado. Como ainda hoje nem todas as necessidades são atendidas pelo mercado
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
4. A reforma e ampliação do porto de Nacala, que tem potencialidade para manobras de navios de elevado porte, são de extrema importância para Moçambique na medida em que esse traz maior visibilidade e melhoria na infraestrutura do país dentro do contexto africano. Qual a importância que esse projeto tem para o desenvolvimento da região norte de Moçambique e países fronteiriços que não dispõem de saída para o Oceano Índico? A região de Nacala é uma das mais bem servidas na África Subsariana no que concernem as condições portuárias. A Baía de Nacala com grande área para manobras de navios e elevado calado natural (não necessita de dragagem) permite a acostagem de navios de grande porte. A reforma e ampliação do porto acarretarão uma substancial melhora no fluxo de entradas e saídas de produtos, incentivando o crescimento do comércio internacional, tanto da região norte de Moçambique quanto de países vizinhos sem saída para o Oceano Índico como Malawi, Zâmbia e Zimbabwe. 5. O senhor acredita que Moçambique tem potencial para crescer no setor da construção, para além dos investimentos em obras públicas, como pontes, estradas, portos e aeroportos? Existe muito para ser feito em setores como saneamento, hospitalar, educacional, habitacional, dentre outros. Os desafios são muitos e a Andrade Gutierrez pretende participar ativamente deste processo de desenvolvimento. 6. Como a Andrade Gutierrez está contribuindo para o crescimento econômico e o desenvolvimento humano em Moçambique? E como a atuação da empresa pode contribuir para o fomento do comércio bilateral entre Brasil e Moçambique? Um dos aspectos mais notáveis no setor da construção tem sido sua capacidade de gerar empre-
Entrevista
local, a Andrade Gutierrez, com sua vasta experiência internacional, busca soluções em todos os continentes, privilegiando sempre a melhor relação Custo X Benefício, destacando-se, atualmente, os mercados brasileiro, português e sul-africano.
gos e de estreitar a taxa de desocupação no mercado de trabalho. A ampliação do emprego e da ocupação tem um significado muito grande na melhoria da qualidade de vida do trabalhador, aliado a uma transferência de renda, sobretudo para os segmentos mais necessitados. A geração de emprego e de ocupação é consequência, mas é, também, causa do crescimento econômico, reforçando o ciclo expansivo à medida que expande a massa de salário e outros rendimentos e estimula a realização de novos investimentos voltados para a ampliação da produção. A Andrade Gutierrez tem uma política de trabalhar sempre com o maior número de profissionais locais. Para que isso ocorra, a empresa implanta um programa de treinamento para formação e qualificação de mão de obra. A Andrade Gutierrez tem trabalhado insistentemente na busca de novas oportunidades no mercado moçambicano. Para tanto, a empresa tem atuado junto a órgãos internacionais no intuito de contribuir para a viabilização de financiamentos para execução de novos empreendimentos em Moçambique. Desta forma, contribui com o aumento da exportação de bens e serviços. 7. A Andrade Gutierrez, como empresa que defende os princípios da responsabilidade social e ambiental, possui ou planeja realizar projetos na área de educação e meio ambiente em Moçambique?
Há pelo menos 20 anos, a Andrade Gutierrez tem se empenhado em melhorar aspectos como qualidade, meio ambiente, segurança, saúde no trabalho e responsabilidade social. A empresa atua para minimizar os impactos de suas atividades no meio ambiente, e está constantemente em busca de inovações que permitam estimular as pessoas – funcionários e moradores do entorno de suas obras. Em seus projetos, a Andrade Gutierrez atua conforme as principais normas do setor, que garantem a execução de práticas ambientais segundo os melhores padrões do mercado. Investir na formação e educação dos funcionários é nosso compromisso.
ENTREVISTA ANDRADE GUITIERREZ | N°02 - 2011
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Moçambique,
aposta certa para investir
Foto: Valério Azevedo
Sr. Ibraimo Ibraimo - Presidente da Comissão Executiva do BCI
O setor agrícola é hoje o segmento mais importante da economia moçambicana
Das antigas colónias portuguesas no continente africano, Moçambique é a única situada na costa oriental, por isso beneficiou desde sempre de uma estreita relação com o continente asiático. Trinta e cinco anos após a independência, a Pérola do Índico é hoje um exemplo de sucesso em África, ao nível do percurso de desenvolvimento socioeconómico, a favor dos seus 22 milhões de habitantes maioritariamente jovens. O país apresenta grandes oportunidades de negócio e um ambiente de paz propício para o investimento.
M
oçambique é membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Commonwealth e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e tem uma situação geográfica estratégica para a ligação aos países do Interland, como a África do sul, a Suazilândia, o Zimbabue, a Zâmbia e o Malawi, com enorme potencial ao nível do transporte ferroviário e rodoviário de mercadorias para os portos de Nacala, Beira e Maputo. Os cerca de 3.000 km de litoral, com praias tropicais de beleza natural ímpar, a Ilha de Moçambique, património da humanidade, ou os arquipélagos das Quirimbas ou de Bazaruto,
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N°02 - 2011 | ECONOMIA EM MOÇAMBIQUE
por exemplo, são alguns dos elementos diferenciadores de um destino turístico de nível mundial, em grande parte ainda por explorar, em combinação com reservas naturais e de animais no interior, como os Parque da Gorongosa e do Limpopo, para além da própria Capital, Maputo é uma das mais belas cidades africanas. A riqueza da diversidade étnica, as ricas tradições culturais e gastronómicas e o carácter acolhedor do povo moçambicano, complementam esta vocação turística que será um dos motores da economia nos próximos anos. A agro-pecuária é o sector económico mais importante, pois mais de 45% do território tem solos com elevado
potencial agrícola. Os principais produtos são o algodão, a cana-de-açúcar, a castanha de caju, a madeira, a copra (polpa do coco), a mandioca, o arroz, o sal e o gado bovino, suíno e caprino. No campo mineral, o território moçambicano tem também significativas reservas de gás natural, carvão e mármore, entre outros recursos. É também em Moçambique que fica a segunda maior barragem Hidroeléctrica de África (Cahora Bassa), um dos maiores produtores e exportadores de energia da região. O papel do investimento estrangeiro é determinante no processo de crescimento da economia, que continua a registar índices de crescimento assi-
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Nos próximos anos, as perspectivas de crescimento da economia continuam favoráveis, sendo que as previsões do FMI indicam que o crescimento do PIB irá atingir 7,75% até 2013. Prevê-se ainda uma aceleração no ritmo de expansão dos megaprojectos estruturantes de infra-estruturas (pontes, estradas, portos, aeroportos, linhas férreas, produção e transportes de energia) e industriais, com o início das operações de vários projectos relevantes.
O sector financeiro moçambicano O sector financeiro moçambicano tem vindo a acompanhar o ritmo de crescimento da economia, em número de balcões, na cobertura das zonas rurais, na diversificação dos produtos financeiros e no uso das novas tecnologias da informação. O crescimento está consubstanciado num bom nível de capitalização e num rácio de solvabilidade de 14,8%, acima do recomendado pelo Banco Central (8%). Os resultados dos principais Bancos são positivos e crescentes, reflectindo o ambiente macroeconómico favorável. Neste contexto, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) posiciona-se como o parceiro dos investidores estrangeiros em Moçambique, participando em diversas iniciativas de sucesso nos mais importantes sectores da economia. Com uma quota de mercado superior a 30%, o BCI tem uma estrutura sólida (a Caixa Geral de
Depósitos e Banco BPI são os principais accionistas) e uma Rede Comercial com Agências e Centros de Empresas, em todo o país, servindo todos os segmentos do mercado.
Investimento brasileiro em Moçambique Fruto da solidificação das relações económicas entre Moçambique e Brasil, há cada vez mais empresas brasileiras que apostam no mercado moçambicano com sucesso, nomeadamente: •A Companhia Vale do Rio Doce, que inaugurou em Março de 2009, na Província de Tete, um dos maiores projectos de extracção de carvão do mundo, num investimento estimado em mais de 4 mil milhões de dólares norte-americanos e com capacidade para produzir 11 milhões de toneladas por ano. •A Odebrecht está a executar as obras do novo Aeroporto Internacional de Nacala - cidade portuária, na Província de Nampula - orçado em 112 milhões de dólares, que será a maior pla-
ca giratória de tráfego aéreo na Região Norte, assegurando as ligações de vôos com África, Américas, Europa e Ásia. •A Camargo Corrêa vai construir a barragem de Mphanda Nkuwa, com capacidade para produzir cerca de 1.500 megawatts para Moçambique e países vizinhos. Nesta hidroeléctrica serão aplicados cerca de 2 mil milhões de dólares. Como consequência da boa relação entre os dois países, o Congresso Brasileiro aprovou um montante de 8 milhões de dólares para a construção de uma fábrica de anti-retrovirais em Moçambique, uma contribuição para a luta contra o HIV-SIDA. Só no ano passado foram registadas mais de 20 empresas brasileiras a operar nos mais diversos ramos de actividade, em Moçambique, o que demonstra que os brasileiros confiam na economia e na capacidade dos moçambicanos para juntos gerarem riqueza em prol do desenvolvimento económico e social.
Foto: Valério Azevedo
naláveis. Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística apontam para que, em termos reais, o PIB moçambicano em 2010 teve um crescimento de 6,6% (mais 0,3 p.p. do que em 2009). Em percentagem do PIB, a Agro-pecuária é o sector com maior contribuição (24%), seguido da Indústria (13%), dos Serviços (11%) e Transportes e Comunicações (11%).
O novo Aeroporto de Maputo é peça chave para o desenvolvimento da Economia
ECONOMIA EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
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Nツー02 - 2011 | CASE CINEVテ好EO
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
NDO O PULSAR DA VIDA Conheça as histórias e os bastidores do documentário “Tambores do Mundo”, que estréia este ano Sra. Luana Dias - Produtora do filme “Tambores do Mundo”
S
eis países, diferentes ritmos e muitas histórias de vida unidas pelo ritmo e força de um instrumento: o tambor. Somos convidados a viver esta incrível viagem musical e humana que atravessa os continentes no documentário “Tambores do Mundo”, o mais novo filme da Cine Internacional que tem estréia internacional neste ano, em Festivais no Brasil, em Moçambique e em diversos países. Dos sons primitivos à riqueza e complexidade de hoje, o tambor acompanhou o desenvolvimento de praticamente todas as culturas. Tocar a percussão para cultuar os deuses, por luto, para celebrar um nascimento, homenagear os ancestrais ou marcar a passagem do ano. O canto e a dança das mais diversas comunidades são marcados pelo compasso forte do tambor, que em cada região do mundo tem um significado próprio. “Após o sucesso de Mama África – documentário lançado no ano passado e que já foi exibido em diversos Festivais ao redor do mundo – a Cine Internacional traz mais uma vez ao público um filme fascinante”, afirma Mônica Monteiro, presidente da Cine Internacional. No Nordeste do Brasil, no coração da cidade de São Luis do Maranhão, o sincretismo da religião africana com a católica faz surgir e viver até hoje o Tambor de Mina. O batuque que ecoou pelas senzalas na época da ew Pai Euclides, que desde 1958 tem o seu terreiro de Candomblé, nos ajuda a desvendar os símbolos e segredos deste tambor. Os rituais e tradições também são a marca registrada dos tambores em Moçambique. No pequeno vilarejo de Metarica, na província de Niassa, tem início a história de vida de Chaisson Meja. O jovem moçambicano – que perdeu sua mãe com apenas um mês de vida, vítima da Guerra Civil – é fruto da união entre uma mulher Macua e um homem Jauá – etnias predominantes ao Norte do país. Desde pequeno, ele teve sua vida conectada com o tambor através da influência de seu avô – um experiente fabricante de tambores – e seu tio – músico e chefe comunitário. Acompanhamos Chaisson numa incrível viagem de Nacala CASE CINEVÍDEO | N°02 - 2011
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Cenas da gravação do documentário Tambores do Mundo
Porto – cidade onde vive atualmente – até a sua terra natal, num trajeto recheado de emoções e descobertas. Além de Moçambique, a África também está representada pelos tambores e tradições da Zâmbia. Na região ao redor do Lago Kariba, somos levados pela sonoridade dos tambores Budima – uma das expressões mais autênticas do povo Tonga. Stanard Halenga – que há mais de 20 anos toca tambor – conta de forma emocionante o seu trajecto de vida e a história de sua etnia. A Europa é representada por Portugal, onde a tradição e modernidade também se complementam e dão origem à música do grupo “Drumming”. Os percussionistas estão baseados na cidade do Porto, e são liderados por Miquel Bernat – um dos grandes ícones da música contemporânea. Universalidade e regionalismo, clássico e contemporâneo, conhecimento acadêmico e improviso são os ingredientes para a criação de um estilo musical inovador e único. O mundo árabe está presente em “Tambores do Mundo” através dos ritmos e celebrações do Qatar. Em meio à modernidade e riqueza de Doha – capital do país – encontramos o respeito às tradições através das batidas do tambor de Ateeq Mubarak. Músico consagrado na região, Ateeq
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N°02 - 2011 | CASE CINEVÍDEO
relembra os ensinamentos do seu pai – um mergulhador e pescador de ostras – e encontra na música uma forma de celebrar seu país e sua cultura. No Oriente, vamos até a China onde o tambor tem grande simbologia na sociedade e cultura. Conhecemos a história da família Liu, que possui quatro gerações dedicadas à fabricação de tambores artesanais. Dos templos budistas às festas de rua e tradicionais espectáculos de Ópera, eles encontram em cada tambor uma forma de imortalizar o seu nome e a sua arte. O documentário “Tambores do Mundo” foi produzido e idealizado pela Cine Internacional, a filial da Cinevídeo no continente africano. Especializada em Comunicação Social, a empresa atua há 16 anos no mercado de produção de telecursos, teledramaturgias e documentários no Brasil – com escritório em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro – e na Venezuela. Há 04 anos, a Cine Internacional está em África, baseada em Moçambique. “A nossa empresa está em Moçambique para mostrar ao mundo uma África positiva, com todas as suas diversidades culturais e riquezas. Temos como objetivo produzir cada vez mais no continente”, afirma Mônica.
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Foto: Valério Azevedo
Pinturas em Tapeçaria e esculturas no Pau Preto são artes típicas de Moçambique
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
ARTESANATO MOÇAMBICANO: Setor em ascensão atrai parceiros tecnológicos Sr. Valério Azevedo - Jornalista e Assessor Internacional da Agência Golo Um passeio ao Parque dos Continuadores, nas proximidades da Avenida Mao Tse Tung, em Maputo, pode levar o visitante a um surpreendente encontro com o melhor da criatividade moçambicana. Desde finais de 2010 o Parque foi convertido num centro permanente de exposição e vendas de obras de arte, decoração e utilidades, confeccionadas por mãos hábeis e olhares sensíveis. O local também oferece comidas típicas e um encantador recanto de floristas. Dos batiques coloridos ao ébano makonde, do lírio perfumado à saborosa “matapa de caranguejo”, tudo na FEIMA - Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia de Maputo respira arte, tradição e cultura.
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os últimos anos o mercado de artesanato e manufaturados moçambicano vem experimentando um ambiente de promissora afirmação, no qual se multiplicam as oportunidades ao empreendedorismo e ao auto-emprego. Se de um lado o crescimento da oferta de produtos, estimulado por ações governamentais e apoio financeiro de projetos internacionais, reduziu de modo geral os preços – de outro, o aumento da procura por parte dos compradores, sobretudo estrangeiros, tornou o setor mais aquecido e competitivo, dando início a um processo de “viragem” numa realidade que até então sobrevivia tão somente da tradição. “Os resultados começam a aparecer para quem vive da arte”, comemora Evaristo Madime, Diretor Executivo do Centro de Estudos e Desenvolvimento do Artesanato CEDARTE – instituição responsável pela gestão da FEIMA. “Temos a consciência dos enormes desafios pela frente, nomeadamente, desenvolver uma maior atratividade do espaço, através do aumento da qualidade e da diversidade dos produtos e da inclusão de outras atividades culturais e lúdicas que possam canalizar para aqui o maior numero de pessoas. Mas acreditamos que vamos tornar este espaço num autêntico destino turístico, e não só.” observa Evaristo. Apesar de organizados em cooperativas e associações desde os anos 1980, os artesãos fixados em Maputo não tinham, até Novembro de 2010, um local apropriado para expor suas mercadorias. Praças, esquinas e canteiros centrais de avenidas abrigavam sem as mínimas condições uma tão variada quanto heterogênea gama de vendedores, que mais fazia disputar espaço entre si do que vender. Não havia metodologia de oferta e, geralmente, os compradores é que definiam, após exaustiva negociação, os valores a serem pagos – quase sempre com prejuízo dos artesãos. “Com a inauguração da Feira nossas condições de trabalho melhoraram muito” comenta Paulo Damião, escultor em madeira. “Aqui há banheiros e nossa mercadoria está protegida”, acrescenta lembrando que nas ruas suas delicadas esculturas em sândalo estavam permanentemente em risco. Uma vez que restringiu a presença da maioria dos expositores a um único local da cidade, o estabelecimento da
FEIMA exigiu medidas de divulgação de fôlego. Diversas ações de promoção e marketing vêm sendo mantidas pelos executores do projeto desde a inauguração do espaço, principalmente junto aos hotéis e resorts da cidade, com o objetivo de promover produtos e orientar consumidores. Num folheto especialmente preparado para compradores estrangeiros são explicados quais produtos, e em que quantidades, podem ser transportadas para fora do país sem procedimentos aduaneiros de exportação. Contudo, a mais ousada proposta de promoção e vendas feita à FEIMA até o momento partiu de uma instituição brasileira de apoio ao empreendedorismo e inclusão digital. Trata-se da NINUI, uma plataforma de “e-commerce” totalmente gratuita que, em breve, será disponibilizada aos expositores do Parque dos Continuadores, em convênio com o Centro de Estudos e Desenvolvimento do Artesanato CEDARTE. “A Ninui é uma rede especializada em mercados de nicho, promoção do comércio justo, apoio ao empreendedorismo e geração de auto-emprego”, explica Karina Rehavia, Presidente da Ninui, destacando que “na Ninui, qualquer pessoa monta de graça sua loja virtual, utilizando ferramentas livres de marketing e divulgação, com gateways para pagamento e recebimento seguros”. “Nossa idéia é capacitar os emergentes empreendedores moçambicanos para a utilização de novas tecnologias, gerando oportunidades de negócios em todos os países de língua portuguesa por meio da cultura digital” acrescenta Roberto Andrade, CEO da Ninui. “É o encontro feliz da arte cultural e orgânica com o comércio digital global” conclui Evaristo Madime, Diretor Executivo do CEDARTE. SERVIÇO: Jardim do Parque dos Continuadores – Entrada pela Av. Armando Tivane, próximo à Av. Mao Tse Tung. Bairro Polana, Maputo, Moçambique. Aberto das 09:00 às 19:00 de segundas a domingos. CEDARTE: www.cedarte.org.mz NINUI: www.ninui.com CULTURA | N°02 - 2011
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Você sa
Brasil e Moçambique são dois países que possuem várias características em comum, como o clima, a vegetação e a cultura. Um dos principais pontos de congruência entre as nações é o Português. Tanto Brasil como Moçambique foram colônias portuguesas e herdaram o idioma do país europeu como sua língua pátria. No entanto, existem algumas palavras muito comuns no dia-a-dia do moçambicano e do brasileiro que são bastante diferentes. Segue abaixo alguns exemplos curiosos:
PORTUGUÊS MOÇAMBICANO Camisola Estendal Casa de banho Esquadra Piugas
PORTUGUÊS BRASILEIRO Blusa de frio Varal para pendurar roupas Banheiro Cadeira Meias
Você sabia que em Moçambique muitos homens que já passaram da sua época de criança ainda se divertem com um jogo típico do país? Esse jogo recebe o nome de Ntchuva. É jogado entre duas equipes de um ou mais jogadores e em um tabuleiro muito peculiar, no qual uma equipe tenta eliminar as pedras do adversário.
Em razão da Guerra Civil (encerrada em 1992), Moçambique herdou diversas minas terrestres cravadas em seu solo. De acordo com o Tratado de Proibição de Minas Terrestres, assinado por Moçambique, o país deverá estar livre das minas até 2014. No entanto, quatro províncias do norte do país já estão livres de minas que são: Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Niassa. E para alcançar tal meta, um apoio muito valioso tem sido empregado, a utilização de ratos. Esses animais foram treinados para encontrarem o material explosivo, farejando as minas, sinalizando sua localização e as identificando. Os roedores são equipados com um tipo de coleira que os guia. Com apenas dois ratos é possível percorrer 100 m2 por dia! Por serem muito leves, os ratos não possuem peso suficiente para ativarem as bombas, o que os torna peça fundamental na busca pela vitoriosa batalha contra as minas terrestres (jornal britânico The Telegraph). 20
N°02 - 2011 | CURIOSIDADES
abia?
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Os Makondes são um povo que tem origem na África Oriental e habitam o nordeste de Moçambique e o sudeste da Tanzânia. As principais atividades econômicas praticadas por eles são a agricultura e a escultura, bastante apreciada em todo o mundo. Essas esculturas são normalmente máscaras e esculturas em madeira, que refletem suas riquezas cuturais e estéticas. A escultura Makonde mais conhecida é feita em pau-preto. Essas esculturas apresentam três estilos principais: - Shetani, que significa ‘demônio’, são esculturas de figuras humanóides ou animais muito estilizadas; - Ujamaa, que significa família ou união, essas esculturas ilustram pessoas juntas com seus instrumentos de trabalho, ou até mesmo, por influência portuguesa, imagens de santos; - E por último existem as máscaras Mapico, nome que também dá origem a uma dança típica desse povo. Essas máscaras são feitas normalmente de uma madeira leve e clara e são ornamentadas com penas e panos. Elas podem ser rostos humanos ou animais.
As capulanas são lenços usados pelas mulheres moçambicanas e possuem serventia variada. São utilizadas como roupas ou na cabeça, para limpar, embrulhar crianças e amarrá-las às costas da mãe. Também servem como toalha e cortina. As capulanas não são usadas somente pelas mulheres que vivem no campo, muitas mulheres que moram nas cidades, apesar de se vestirem de modo mais parecido com o usual no mundo ocidental, também as utilizam em cerimônias familiares. Normalmente extremamente coloridas, as capulanas são vistas em muitos casos como símbolo da riqueza feminina. As mulheres normalmente ganham esses panos de seus maridos, filhos, futuros genros em ocasiões especiais e esse bem familiar é passado de geração a geração. CURIOSIDADES | N°02 - 2011
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em Moçambique Sr. Carlos Gama Afonso - Sócio Diretor da GARP Despachante Oficial Lda
O investimento na infra-estrutura para o transporte, como Linhas Férreas e Pontes, é uma opção que Moçambique encontrou para o incremento do seu Comércio Exterior
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oçambique é um país com uma situação geoestratégica peculiar nesta zona da África Austral. A costa marítima tem cerca de 2,800 quilómetros. Tem fronteiras terrestres com quatro países do interior sem acesso direto ao mar. Tem três portos marítimos principais e vários portos secundários com diversos níveis. A distância mais curta para o transporte das mercadorias para a norte da República da África do Sul de grande desenvolvimento mineiro e industrial, parte de Maputo com um percurso no território nacional de cerca de 70 km. Com esta situação geográfica foram desenvolvidos, na época colonial, sistemas rodoferroviários e de infraestruturas portuárias que desenvolveram uma intensa atividade de transporte de mercadorias, em trânsito internacional, de e para os territórios do interior, ligando os portos de Maputo, da
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Beira e de Nacala à RAS, ao Zimbabwe, ao Malawi, à Zâmbia e à parte sul da República Democrática do Congo através do porto da Beira. Esta atividade de trânsito internacional, com a construção das linhas férreas criou corredores de desenvolvimento local com a produção agrícola e agroindústrias que lhe estão associadas, o comércio nacional e para a exportação, as indústrias metalomecânicas e de construção, o desenvolvimento da atividade social com enfoque para a educação e para a saúde. Imediatamente após a independência de Moçambique, em 1975, por razões da geopolítica internacional, todas as atividades produtivas e económicas, incluindo as de trânsito internacional, e da administração do Estado e social foram fortemente afetadas com a destruição de estradas, pontes, linhas férreas e praticamente toda a atividade no campo.
N°02 - 2011 | COMÉRCIO EXTERIOR EM MOÇAMBIQUE
Com o fim da guerra civil, em 1992, iniciou-se a reconstrução do País e a recuperação da atividade económica e social depois de dezessete anos de isolamento. O país ainda não produz o suficiente e tem que importar a maior parte das suas necessidades. Foram aprovadas leis para atrair o investimento estrangeiro e nacional, iniciada a reconstrução das estradas, pontes, linhas férreas, a modernização das infraestruturas portuárias, incrementada a indústria extrativa e o início da adaptação das infra estruturas de transporte, energia e telecomunicações para beneficiar, também, a produção nacional e a sua circulação com vista à sua industrialização, ao consumo interno e à exportação. Moçambique aderiu aos acordos da Organização Mundial do Comércio e paulatinamente está eliminando barreiras tarifárias com vista à liberalização do comércio. Desde 1996 está integrado na Comunidade de
Foto: Valério Azevedo
A retomada do comércio internacional
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Desenvolvimento da África Austral (SADC – Southern African Development Community) e até finais de 2014, todas as mercadorias originárias da SADC circularão na região sem o pagamento de direitos aduaneiros. Aboliu, em 1998, o sistema de licenciamento e registo prévios para a importação e exportação de mercadorias e diminuiu os requisitos para a constituição de empresas. Em 2000 foi um dos países elegíveis aos benefícios da Lei do African Grouth Oportunity Act dos EUA, podendo exportar para esse país vários produtos isentos de taxas de acordo com o Sistema Geral de Preferências (GSP). Em 2004 celebrou acordos bilaterais com o Vietname e o Zimbabwe, em 2005 com a República Popular da China e em 2006 com o Malawi. Em 2010 assinou os Acordos de Parceria Económica com a UE que preveem a circulação livre de mercadorias e de serviços entre Moçambique e a UE (que aguarda formalização diplomática e ratificação).
A nível fiscal foi implementado desde Setembro de 1990 o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), com a taxa única de 17%, em todas as transações, prestações de serviços e na importação, esta última situação, por um imperativo legal contido na lei. Para alargar a base tributária foi criado o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes com o objetivo de acolher no setor formal da economia grande parte da população ativa. Estão em curso programas para implementar o sistema de e-tributação para simplificar a vida dos contribuintes. A nível aduaneiro o processo de modernização iniciou em 1998 com a informatização do sistema aduaneiro e a formação de pessoal aduaneiro, o sistema de segurança internacional com verificação não intrusiva de mercadorias (“scanners”), a implementação da figura de Operador Económico Autorizado (uma iniciativa da Organização Mundial das Alfândegas) e vai iniciar
este ano o processamento do despacho aduaneiro sem papel num processo de janela única onde se concentram todas as informações dos diversos intervenientes no processo de comércio internacional (importadores, exportadores, transitários, agentes transportadores rodoviários, ferroviários, marítimos e aéreos, despachantes, instituições de controlo sanitário - da agricultura, veterinária e pescas -, da saúde pública, polícia, meio ambiente, manifestos de carga, etc). Este processo dinâmico de eliminação de barreiras, de simplificação do sistema legal e de modernização e automatização do sistema de desembaraço aduaneiro tem em vista tornar atrativo o ambiente de negócios, diminuir o tempo de desembaraço aduaneiro das mercadorias, eliminar custos com demoras na circulação de mercadorias e permitir o rápido desenvolvimento da economia.
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N°02 - 2011 | LEGISLAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
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A importância da legislação tributária
para o crescimento da
economia moçambicana Dr. Flávio Bernardes, Sócio do Escritório Bernardes Advogados Associados e Autor do livro ‘Direito Tributário Moçambicano’
T
ranscorrida quase uma década da implementação da Reforma Fiscal de junho de 2002, em substituição à Lei n. 3 de 1987, seus efeitos tem permeado intrinsecamente a atuação estatal, assegurando o cumprimento dos principais objetivos daquela reforma, destacando-se o alargamento da base tributária, a redução da carga fiscal, o aumento do nível de receitas, a simplificação dos procedimentos de arrecadação, a modernização do sistema de impostos e a racionalização do sistema de benefícios fiscais. A nova ordem tributária moçambicana materializou na atuação do Estado, ao contrário do verificado nas reformas anteriores (1978 e 1987), importantes princípios tributários, salvaguardando os interesses dos cidadãos. Segundo Moreira Rego, o atual sistema tributário moçambicano “tem hodiernamente o sentido verdadeiro de fisco, que visa a financiar a carência do Estado de forma a satisfazer os fins a que ele se obriga a prosseguir”. A nova ordem tributária tem buscado a promoção do crescimento, de forma sustentável, primando pela redução da pobreza e ensejando a melhoria da qualidade de vida no país. Neste sentido, procura sempre pautar seu referencial num sistema mais justo e estável, sem deixar de atrair investimentos estrangeiros, expandindo o setor privado nacional e aumentando a oferta de emprego. Interessante ressaltar que
esta diretriz também foi dimensionada às pequenas e médias empresas, seguindo a moderna orientação das legislações tributárias, sobretudo nas situações em que se torna necessária a formalização dos empreendedores e da mão-de-obra. Por conseqüência, a economia de Moçambique apresenta crescimento médio de 8% ao ano, nos últimos 10 anos, sendo um dos países do mundo que mais cresceu economicamente na última década, como revela estudo da conceituada revista britânica The Economist. A citada revista acrescenta que entre 2011 e 2015 sete países africanos deverão estar na lista dos 10 países com maior crescimento econômico. Moçambique aparece nessa projeção em 4º lugar, com uma previsão de crescimento médio anual de 7,7%. A revista aponta que diferentemente de governos passados, “os atuais gestores de Moçambique e Tanzânia pouparam dinheiro, o que amorteceu o efeito da última crise em suas economias”. Nesse sentido, destaca-se que o Relatório Doing Business 2008 classificou Moçambique na 33ª posição no planeta no quesito “proteção a investidores”, e que, segundo o GPI – Global Peace Índex, publicado em maio de 2008, Moçambique (50°) é o quarto país mais pacífico da África, posição que o coloca à frente do Brasil
(90°), Argentina (56°), Grécia (54°), dentre outros e uma posição apenas atrás da Grã-Bretanha (49°). Estes indicadores demonstram que as profundas reformas estatais, refletidas diretamente na condução da Administração Pública Fazendária, inclusive com a criação da Autoridade Tributária Moçambicana, permitem um cenário propício à realização de investimentos estrangeiros e ao desenvolvimento do setor econômico nacional, que indubitavelmente será alavancado pelos investimentos realizados nos últimos anos, sobretudo com o incremento da atividade de mineração no país, com a presença marcante da Vale. Dentre tais ações, norteadas pelas mudanças da reforma de 2002 e pelos Princípios Tributários, destaca-se Lei Fiscal Geral
LEGISLAÇÃO LEGISLAÇÃO EM EM MOÇAMBIQUE MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
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(que resguarda os direitos dos contribuintes); a eliminação do regime especial para os grandes projetos; a nova Lei das Finanças Autárquicas; os novos limites de impostos, que diminuíram a carga tributária. Estas modificações têm modernizado a administração tributária e, por conseguinte, fortalecido a economia nacional, considerando e se valorizando a estabilidade e a modernidade do sistema tributário. Assim, o Sistema Tributário Moçambicano tem, quando não erradicado,
diminuído consideravelmente as desigualdades sociais, na medida em que tem se adequado à capacidade contributiva de cada indivíduo, garantindo a igualdade (isonomia tributária formal e material) em máxima medida. A atual técnica tributária moçambicana consagra, portanto, os Princípios da generalidade, da justiça fiscal e da eficiência, buscando não eliminar a simplicidade do sistema tributário. Estes mecanismos são frutos da adoção inicial do modelo tributário português, como se observa nitidamente da legislação do imposto de renda e
do imposto sobre o valor agregado – IVA, com alterações que possuem a eficiência do sistema brasileiro como modelo, tal qual se observa com a lei dos procedimentos tributários administrativos. No aspecto da legislação há muitas mudanças em curso, visando aprimorar o ordenamento jurídico moçambicano a partir do desenvolvimento de diversos setores da economia; dentre eles podemos citar a legislação regulamentadora do setor de energia e seu reflexo no setor minerário.
Nota-se, portanto, que as reformas implementadas a partir de 2002, planificadas e sequenciadas, em estrita observância dos Princípios Tributários, implementaram medidas eficazes de mobilização e sustentação da receita, de maneira eficiente e justa. Constituem, assim, parâmetro basilar da justiça e da equidade no cenário nacional. Tributação indireta, incidindo sobre os níveis de despesa dos cidadãos. O sistema de impostos sobre a despesa compreende o Imposto sobre o Valor Acrescentado e o Imposto sobre Consumos Específicos.
IVA - IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO Incidência: Transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas no território nacional, bem como importações de bens. Taxas: A taxa aplicável é única, de 17%.
IMPOSTO SOBRE CONSUMOS ESPECÍFICOS Este imposto foi introduzido paralelamente com o Imposto Sobre o Valor Acrescentado. Incidência: O Imposto Sobre Consumos Específicos incide sobre determinados bens, produzidos ou importados. De entre os bens sujeitos a este imposto destacam-se as bebidas alcoólicas, tabaco e veículos automóveis. Taxas: As taxas variam de 20% a 75%.
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Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
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Mapas políticos de Moç TANZÂNIA ZÂMBIA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Cabo Delgado
MALAWI
Nampula
Tete
Zambézia
ZIMBABWE
Manica
Sofala
Inhambane
Gaza
ÁFRICA DO SUL Maputo MAPUTO
SUAZILÂNDIA
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OCEANO ÍNDICO
Niassa
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çambique e do Brasil GUIANA
VENEZUELA
GUIANA FRANCESA
SURINAME
COLÔMBIA
OCEANO ATLÂNTICO
Roraima Amapá
Amazonas
Pará
Maranhão
Ceará
Piauí
Rio Grande do Norte
Paraíba Pernambuco
Acre
Alagoas Rondônia
Tocantins
Sergipe Bahia
Mato grosso
PERU DF
BRASÍLIA
Goiás
BOLÍVIA
Minas Gerais
Mato Grosso do Sul
Espírito Santo São Paulo
PARAGUAI
CHILE
Rio de Janeiro
Paraná
Santa Catarina
ARGENTINA OCEANO PACÍFICO
Rio Grande do Sul
URUGUAI
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CELIA Diretor da Vale na África assina compromisso de apoio para as obras de instalação da Fábrica
Entrevista com a Diretora do Escritório da Fiocruz na África Sra. Célia Almeida
Os nossos projetos pretendem ser “estruturantes” para os sistemas de saúde dos países africanos
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1. O “Fiocruz África” é o primeiro escritório internacional da Fundação Fiocruz e tem sua sede em Maputo. Qual a razão de Moçambique ter recebido esse escritório? Quando se iniciaram e qual a abrangência de suas atividades em termos de cooperação técnica? O “Fiocruz África” é o primeiro escritório internacional da Fiocruz e também o primeiro escritório do governo brasileiro na área de saúde no exterior. É a primeira vez que temos um posto no exterior vinculado à administração direta do Estado brasileiro, mas que não é da área diplomática. O Fiocruz África foi inaugurado em 17 de outubro de 2008, durante a visita do Presidente Lula a Moçambique. Mas alguns de nossos projetos de cooperação foram iniciados antes dessa data. Moçambique foi muito receptivo à instalação do Escritório em Maputo e é um dos países em que temos mais projetos de cooperação. Essa localização foi uma escolha que surgiu das negocia-
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ções entre os dois países – Brasil e Moçambique – sendo que, pelo Acordo assinado, o Escritório tem status de organização diplomática em Moçambique. A presença da Fiocruz no continente africano é fruto da prioridade que a política externa brasileira, estimulada pelos governos do presidente Lula, deu à área social, entre elas a de saúde, e ao estreitamento de laços de cooperação Sul-Sul, no caso específico, entre o Brasil e países africanos, com especial ênfase naqueles que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). 2. Em linhas gerais, qual o quadro atual do sistema de saúde de Moçambique? Quais são os principais obstáculos encontrados para a atuação da instituição? Apesar dos baixos níveis de saúde da população em Moçambique, na última década houve
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3. Quais são as perspectivas futuras da saúde na África? Sabe-se que há uma carência muito grande em vários aspectos, mas esse quadro tende a mudar? Em que medida a ação da Fundação pode contribuir para mudar tal realidade? As carências na África são sempre superlativas, além de que a dependência da ajuda externa, em geral, é muito grande. Mesmo em países africanos ricos, as condições de vida e saúde da população são muito precárias. A Fiocruz tem atuado tanto em nível regional como em cada país. Em maio de 2009 foi aprovado o Plano Estratégico de Cooperação em Saúde−PECS, na Reunião de Ministros de Saúde da CPLP, em Lisboa. Esse plano é um instrumento abrangente e integrador de sinergias no âmbito da saúde dos países que integram a CPLP. Foi elaborado com o apoio técnico da Fiocruz e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa e com a participação intensa de autoridades dos ministérios da saúde dos oito países, apoiada por “pontos focais” locais, cuja tarefa foi identificar interesses e necessidades a partir da mobilização de autoridades nacionais e outros atores. O financiamento vem dos próprios governos e outras fontes nacionais e internacionais. Esse trabalho regional não exclui nenhum dos demais projetos bilaterais ou multilaterais em andamento em cada país, incluindo aqueles que envolvem os países da CPLP entre si. Entretanto, o modelo também busca a articulação e coorde-
Entrevista
melhora em alguns dos indicadores de saúde: a taxa de mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos se reduziu; a pobreza infantil, medida através de uma metodologia baseada em privações, também diminuiu significativamente, assim como a Taxa de Mortalidade Materna, que em grande medida é devida a deficiências dos serviços de saúde. Mas todos esses indicadores ainda são muito altos. Os desafios para melhoria do sistema de saúde são enormes, mas as agências governamentais e seus parceiros vêm trabalhando para superar essa situação. Os principais obstáculos são financeiros e organizacionais, mas também estão na dificuldade para formar e reter quadros capacitados trabalhando no país, assim como para realizar pesquisas e promover o desenvolvimento tecnológico, produzindo o que o país precisa para atender as necessidades da sua população.
nação entre eles, para reduzir a fragmentação e promover melhores resultados. O PECS foi muito bem recebido pelos países, o que levou a CPLP a adotar um modelo semelhante para outras áreas de cooperação social, tais como a educação e o meio-ambiente. 4. A presença da Fiocruz no território africano está para além da ajuda técnica em relação ao atendimento médico. Quais são as demais ações realizadas pela Fundação nos países africanos? Vocês possuem parceria com alguma empresa ou órgão moçambicano?
Os nossos projetos pretendem ser “estruturantes” para os sistemas de saúde dos países africanos, isto é, são formulados para apoiar o fortalecimento dos sistemas de saúde, de tal forma que as instituições − de ensino, pesquisa e serviços −, que devem sustentar o desenvolvimento desses sistemas, se estruturem e fortaleçam no processo de cooperação. Sendo assim, são projetos de longo prazo, cujo impacto não é facilmente visível e mensurável, e que devem lidar com as diferenças, culturais, administrativas, organizacionais, além das variáveis políticas relevantes nas diferentes conjunturas, nos distintos países, como mudanças de governo e de autoridades setoriais, crises (econômicas e políticas) etc. Atualmente nossos projetos de cooperação incluem cursos de pós-graduação em diferentes áreas; capacitações em serviço; formação politécnica e ensino à distância; implantação e reformulação dos Institutos Nacionais de Saúde dos países da CPLP; transferência de tecnologia para a área de produção de medicamentos e implantação do Banco de Leite Humano e do Centro de Lactação; e outros apoios diferenciados. Nossos profissionais e professores vêm a Moçambique, e outros países, para desenvolver os projetos. Mas esses programas prevêem também a vinda de alunos e profissionais à Fiocruz, no Brasil, por períodos variados, para complementação de treinamentos, capacitações, formações acadêmicas, aperfeiçoamento técnico-profissional e avaliação de áreas potenciais de cooperação. Estamos convencidos que é preciso estabelecer uma relação de confiança e de aprendizado mútuo, para poder construir juntos as ações e projetos que vão ser efetivos para melhorar a situação de vida e saúde de nossas populações. Portanto, é uma via de mão dupla. 5. Em novembro de 2010, o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva visitou Moçambique para
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ção dos equipamentos. A esse valor acrescenta-se o aporte da Vale do Rio Doce para as obras de instalação, no valor de USD 4,5 milhões.
Esse projeto comporta várias etapas. As negociações iniciaram-se em 2003, quando os Governos dos dois países começaram a traçar a idéia de implantação de uma unidade produtora de medicamentos antirretrovirais no país. O passo a seguir foi o desenvolvimento de um estudo de viabilidade técnico-econômica, que decorreu entre 2005 e 2007, culminando com a oficialização da aquisição pelo governo moçambicano, do espaço destinado à nova fábrica de medicamentos, por ocasião da visita do Presidente Lula a Moçambique, em Outubro de 2008. A partir daí, iniciaram-se as etapas subsequentes de concretização do projeto: transferência de tecnologia e certificação internacional para a produção de 21 medicamentos. As obras de adequação industrial têm prazo de execução estimado em 12 meses, incluída a instalação dos equipamentos. O setor de embalagem deve entrar em funcionamento ao final do primeiro semestre de 2012; e os de produção ao final do segundo semestre desse mesmo ano. A capacitação e qualificação de profissionais moçambicanos, em diferentes áreas vinculadas ao projeto, já está em curso e continuará durante todo o período. Espera-se que até 2014 esteja concluído o processo de transferência tecnológica de todos os medicamentos. O investimento total estimado como compromisso do governo brasileiro é de USD 21 milhões até 2014, dos quais cerca de USD 07 milhões foram executados até o presente momento, com estudos de viabilidade técnica e econômica, projeto executivo da obra de instalação e aquisi-
6. A Sra. será substituída pelo Dr. José Luiz Telles. Qual foi a motivação que a levou a liderar este projeto? E como você vê a entrada do Dr. Telles nesse processo?
Entrevista
apresentar as futuras instalações da Fábrica de Medicamentos de Moçambique. Qual é o panorama deste projeto?
Ex-Presidente Lula e demais autoridades inauguram o Escritório da Fiocruz África, localizado em Moçambique, em 2008
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N°02 - 2011 | ENTREVISTA FIOCRUZ
Já trabalhei na África há 29 anos, também sediada em Moçambique e, desde que saí, em 1983, não havia retornado à região. Quando voltei pela primeira vez a Moçambique, em março de 2008, acompanhando uma missão da Fiocruz, a do projeto da fábrica, e antes mesmo de ser a Diretora do Escritório, o impacto foi muito grande. Trabalhar em saúde coletiva não é fácil, mas creio que tive sorte de participar de uma geração que teve a possibilidade de mudar as perspectivas da saúde no Brasil e ajudar a aprovar, na nova Constituição de 1988, que a saúde é um “direito do cidadão e um dever do Estado”. Hoje, tenho certeza que, além do esforço interno para melhorar o seu sistema de saúde, o Brasil tem também muito a aprender com outros países, assim como pode ajudar outros povos a buscarem o seu caminho para alcançar melhores níveis de saúde. E é com essa meta que agrego ao meu trabalho a experiência na África, onde aprimoro e enriqueço a minha capacidade profissional. A experiência do Dr. Telles, que também é funcionário da Fiocruz, como Diretor do Departamento de Programas Estratégico do Ministério da Saúde do Brasil ao longo dos últimos 05 anos contribuirá sem dúvida para que as ações do Escritório da Fiocruz na África tenham continuidade e obtenham o êxito esperado.
Alunos de Mestrado formados em Moçambique a partir do apoio da Fiocruz África
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ENTREVISTA FIOCRUZ | N°02 - 2011
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Um olhar sobre Energias Renováveis
em Moçambique Sr. António Saide - Diretor Nacional de Energias Novas e Renováveis do Ministério da Energia
M
oçambique dispõe de um vasto espectro de fontes de energias renováveis, nomeadamente: biomassa, solar, hídrica, eólica, geotérmica, oceânica, entre outras cujo nível de exploração se denota diferenciada umas das outras. Isso ocorre pelo facto de, por um lado, a sua demanda apontar para fins e usos diferenciados e, por outro lado, o âmbito de intervenção de cada uma obedecer especificidades singulares para a sua implementação. No contexto de Moçambique, as energias renováveis são tidas como uma forma de resposta a electrificação rural, produção de combustíveis alternativos e indução da eficiência energética, sendo assim seguradoras de um desenvolvimento menos carbonizado, i.e. promotoras de energias limpas.
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N°02 - 2011 | ENERGIA EM MOÇAMBIQUE
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
A demanda das fontes de energias renováveis se focaliza na busca de soluções de serviços básicos da população, sendo fundamentalmente a confecção de alimentos, iluminação, bombeamento de água, refrigeração, aquecimento, incluindo o uso produtivo de energia. A biomassa tradicional (lenha e carvão), continua a representar a forma de energia mais usada pela população no país, contribuindo com um consumo cerca de 80% de energia doméstica. Facto que traduz a necessidade de celeridade na introdução de formas modernas de energia que irão permitir a substituição desta e garantir uma maior sustentabilidade da nossa rica e vasta floresta nativa. Todavia, acção de mitigação do uso irracional destes recursos tem sido desenvolvido quer na procura como na oferta, através da introdução de fogões melhorados e fornos melhorados de produção de carvão vegetal. Com a visão e abordagem do Governo de Moçambique no desenvolvimento de bioenergias, que claramente orienta as metas à alcançar, se vislumbram várias medidas de intervenção que irão permitir a transição do uso da biomassa tradicional para biomassa moderna, sendo para o efeito o desenvolvimento de biocombustíveis e a co-geração, exemplos inequívocos deste processo no quadro da Política e Estratégia de Biocombustíveis, aprovada pelo Conselho de Ministros a 24 de Março de 2009. A energia solar fotovoltáica tem vindo a ganhar uma grande penetração no que concerne a electrificação rural, onde o Governo dá a primazia as infra-estruturas sociais tais como a centros de saúde e educacionais, por um lado assegurando que os cuidados de saúde sejam melhorados tendo em consideração que a preservação de medicamentos e outros utensílios de saúde são elementos chave no processo de protecção da saúde humana, e por outro lado, garantido o acesso e a oportunidade de mais moçambicanos buscarem o saber com a ampliação de períodos lectivos especificamente os nocturnos nas escolas. A título de exemplo desta expansão seria de referir que de 2005 a 2010, foram electrificadas mais de 75 vilas, e um total de 500 centros de saúde e igual número de escolas. Ao contrário, a energia solar térmica ainda se encontra numa fase incipiente, observando-se no meio urbano o uso de sistema de aquecimento
ENERGIA EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
35
de água em infra-estruturas domésticas, incluindo mais recentemente em infra-estruturas públicas. Importa referir que é visão do Governo segundo a Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis, aprovada pelo Conselho de Ministros a 18 de Agosto de 2009, que a massificação destas tecnologias visa aumentar o uso dos recursos de energias renováveis disponíveis como também fortalecer o conceito de eficiência energética através da redução do uso da electricidade para o aquecimento de água, poupando assim electricidade e as finanças domésticas e públicas. O potencial hídrico do país é cerca de 14.000 MW, compreendendo larga até pequena escala, sendo de referir que até então somente 20% deste potencial foi explorado o que mostra um vasto leque de oportunidades de desenvolvimento de empreendimento de geração de energias limpas. Este potencial esta distribuído em cerca de 100 cursos de água espalhados em quase todo país, sendo de enfatizar que grande parte deste potencial concentra-se no Vale do Zambeze.
vento a 30 metros de altura feita em dois locais nomeadamente: Tofinho, Município de Inhambane, Província de Inhambane e Ponta do Ouro, Distrito de Matutuine, Província de Maputo. O registo nestes dois locais indicaram velocidades médias num período de 2 anos (2007-2009) de 6-7 m/s, facto que iluminou a necessidade de se desenhar o atlas eólico para o país, instrumento a ser desenvolvido em breve. No seu espectro as energias renováveis, dispõe uma janela para pesquisa e desenvolvimento, sendo de considerar duas fontes cuja contribuição poderá ser significante a médio - longo prazo, nomeadamente a energia geotérmica e a energia oceânica. De salientar que
Moçambique possui cerca de 38 fontes termais com ordem de temperatura de 50 a 100 graus centígrados, enquanto o potencial energético oceânico carece de identificação dos locais de maior intensidade ao longo dos cerca de 2.500 km de linha costeira. Sumarizando, o país detém um enorme potencial de energias renováveis por explorar, condição base para atracção de investimento, e possui um ambiente favorável para o desenvolvimento das mesmas tendo em consideração que o Quadro Político e Estratégico está em consolidação permanente e orienta claramente a necessidade de investimentos, transferência de tecnologia e conhecimento.
O recurso eólico mostra-se promissor baseado na análise dos dados históricos e comportamento deste registado pelo Instituto Nacional de Meteorologia, comprovados pela medição do
A energia solar fotovoltáica tem vindo a ganhar uma grande penetração na electrificação rural
36
N°02 - 2011 | ENERGIA EM MOÇAMBIQUE
Sua empresa dispõe de pouco tempo para colocar mercadorias na obra?
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
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A importância do desenvolvimento do fornecedor
em Moçambique Sr. Eduardo Maciel - Programa Inove da Vale
E
m novembro de 2010, a Vale participou da organização de uma missão empresarial para Moçambique com a CCIABM, com o objetivo de fomentar negócios para suportar as nossas operações na província de Tete e também com o objetivo de desenvolver o mercado local. Essas inserções fazem parte do escopo de trabalho do Programa Inove, que há dois anos estimula o fomento de fornecedores da Vale para que eles se tornem mais fortes e preparados para os desafios de crescimento de toda a cadeia produtiva da mineração.
38
N°02 - 2011 | PROGRAMA INOVE E MOÇAMBIQUE
Nosso relacionamento com Moçambique é motivo de orgulho, e não apenas por termos lá uma importante operação e investimentos. Orgulha-nos poder também fazer parte do crescimento do país, vivenciar no dia a dia do nosso trabalho o progresso que estamos alcançando juntamente com toda a população local. Moçambique se assemelha muito com o Brasil: mesma língua, natureza exuberante, desafios para o progresso, grandes oportunidades de negócio e gente acolhedora. Essa, aliás, pode ser talvez o nosso maior ponto de conver-
gência com a comunidade local... Nos sentimos próximos do povo moçambicano pelo jeito caloroso e pela incansável força para o trabalho, que é o combustível para o sucesso de um país e de um povo. Temos diversos investimentos em curso na região, a maior parte deles concentrados na província de Tete e seus arredores. E para possibilitar que os investimentos da Vale se concretizem, precisamos cada vez mais fomentar o desenvolvimento sustentável e fortalecer a força de trabalho local.
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Operações da Vale na mina de carvão em Moatize
Fortalecer a força de trabalho local significa, dentre outras coisas, fortalecer o empresariado local, os fornecedores moçambicanos. Temos esse objetivo claro e estamos empregando esforços para o alcançarmos. Atualmente estamos empreendendo um projeto para levar ao mercado moçambicano a plataforma de educação do Inove, que conta com cerca de 145 cursos focados na gestão empresarial. Sabemos que uma empresa forte precisa de uma gestão forte, e reconhece-
mos que podemos apoiar o mercado local na obtenção desses conhecimentos. Educação é um dos caminhos que levam ao desenvolvimento. Assim como a realização de negócios. Ao observar o nosso relacionamento comercial com as empresas que participaram da missão empresarial, em 2010, apuramos que 30% dos 17 fornecedores participantes aumentaram seu faturamento com a Vale após o retorno de Moçambique. Essas empresas tiveram um faturamento somado com a Vale
de mais de R$ 80 milhões no mesmo período. Isso sem contar com as possibilidades advindas das rodadas de negócio promovidas pela CCIABM na localidade, por ocasião da missão, com outras grandes empresas compradoras. Acreditamos que temos ainda muitas oportunidades para trabalhar em conjunto com o mercado em Moçambique, dentro do nosso objetivo de sermos a maior e melhor mineradora do mundo.
Palestra do Programa Inove durante II Missão Empresarial realizada pela CCIABM (Sr. Carlos Farah, Sr. Eduardo Maciel e Sr. Luiz Cossa). PROGRAMA INOVE E MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
39
Análise da Tendência do Investimento:
2005 – 2010
Sr. Lourenço Sambo, Presidente do CPI – Centro de Promoção de Investimentos de Moçambique
Evolução do Investimento Total Autorizado de 2005 -2010 Durante o quinquénio 2005-2010 foram autorizados 1.173 projectos, com investimento de cerca de USD 19.326.696.603 (dezenove biliões, trezentos e vinte seis milhões, seiscentos e noventa e seis mil, seiscentos e três dólares dos Estados Unidos), e com perspectivas de emprego de cerca de 137.472 trabalhadores moçambicanos.
Evolução Anual de número de Projectos, IDE, IDN, Emprego e Investimento Total Valores
Rubrica 2005 Projectos Autorizados
2006
2007
2008
2009
Total (Acumulado)
2010
143
157
194
195
250
234
1,173
IDE
164,597,684
163,523,197
5,698,931,571
365,671,964
1,776,754,372
578,809,608
8,748,288,396
IDN
35,551,534
113,251,587
55,620,617
47,039,247
270,418,552
648,541,697
1,170,423,234
485,089,707
850,209,000
8,072,268,793
1,080,254,032
5,748,620,716
3,090,254,355
19,326,696,603
15,133
19,372
27,469
20,495
26,758
28,245
137,472
Invest total Emprego
Fonte: CPI
Análise Sectorial Evolução Anual do Investimento Total por Sector, de 2005-2010 Sector Agricultura e Agro-indústrias
Investimento Autorizado (US$) 2005
2006
2007
2008
2009
2010
Total (Acumulado)
171,714,328
150,955,384
581,111,491
484,688,462
4,915,607,347
388,103,517
6,692,180,529
Aquacultura e Pescas
899,045
8,223,460
13,235,742
745,000
30,293,875
6,263,950
59,661,072
Bancos e seguradoras
1,900,000
2,933,500
1,999,010
12,833,333
20,217,906
75,109,600
114,993,349
Construção
5,374,761
5,332,954
18,548,345
43,138,692
77,254,747
38,237,710
187,887,209
Indústria
49,580,617
33,395,270
402,361,259
215,932,268
191,631,092
169,202,082
1,062,102,588
Rec. Min. e Energia
15,638,650
26,350,000
6,582,247,250
3,655,667
1,900,000,000
8,527,891,567
Transportes e Comunicações
31,972,349
166,326,142
71,231,514
91,730,954
78,100,366
48,248,957
487,610,282
177,358,543
407,300,012
272,187,625
191,185,753
264,129,388
134,017,147
1,446,178,468
Turismo e Hotelaria Serviços
Total
30,651,414
49,392,278
129,346,556
39,999,570
167,730,328
331,071,392
748,191,538
485,089,707
850,209,000
8,072,268,792
1,080,254,032
5,748,620,716
3,090,254,355
19,326,696,602
Fonte: CPI
Os três principais sectores com maior volume de investimento são os dos Recursos Minerais e Energia (44,12%), Agricultura e Agro-Indústria (34,63%), e Turismo e Hotelaria (7,48%). Contudo, a percentagem referente ao sector dos Recursos Minerais e Energia não reflecte o investimento implementado, tendo em conta que o projecto Ayr Petro Nacala (Refinaria de Nacala) de US$ 5 biliões aprovado no ano de 2007, não chegou a ser realizado. Assim o volume real de investimentos deste sector foi de (18,25%).
40
N°02 - 2011 | INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Evolução Anual de projectos e Emprego Aprovados por Sector Sector Agric. e Agroindústrias
2005 Proj.
Empr.
2006
2007
2008
2009
Proj.
Empr.
Proj.
Empr.
Proj.
Empr.
Proj.
Empr.
2010 Proj.
Empr.
Acumulado Proj.
Empr.
26
6,168
24
5,438
19
9,942
33
11,886
33
16,111
37
15,118
172
64,663
Aquac. e Pescas
3
158
1
100
4
210
4
91
3
257
3
491
18
1,307
Banca e Seguradoras
1
84
2
62
3
34
2
29
3
185
3
877
14
1,271
Construção
7
686
10
340
14
1,393
19
1,092
24
864
21
1,985
95
6,360
57
3,186
60
2,666
76
5,572
331
24,297
1
47
1
170
12
2,073
Indústria
38
2,674
34
1,776
66
8,423
Rec. Min. e Energia
2
154
3
434
5
1,268
Transp. e Comunic.
7
499
10
1,656
13
589
9
571
18
819
10
768
67
4,902
39
3,967
58
3,120
48
4,952
37
2,836
57
2,264
39
1,189
278
18,328
Turismo e Hotelaria Serviços
Total
20
743
15
6,446
22
658
34
804
51
3,545
44
2,075
186
14,271
143
5,133
157
19,372
194
27,469
195
20,495
250
26,758
234
28,245
1,173
137,472
Fonte: CPI
Em termos de emprego, as posições por ordem decrescente, são ocupadas pelos sectores de Agricultura e Agro-Indústria com 64.663 trabalhadores (47,04%), Indústria com 24.297 trabalhadores (17,67%) e Turismo e Hotelaria com 18.328 trabalhadores (13,33%). Quanto ao número de projectos aprovados, os três principais sectores de actividade com maior número de projectos aprovados são a Indústria (331), Turismo e Hotelaria (278) e Serviços (186).
Análise por Províncias Evolução Anual do Investimento Total por Província Investimento Autorizado (US$)
Província 2005 Cabo Delgado Niassa
2006
2007
2008
2009
2010
Total (Acumulado)
13,954,400
10,618,133
1,073,581
13,254,370
28,842,224
108,798,494
176,541,202
6,561,500
80,000,000
650,000
20,003,350
14,648,062
11,200,000
133,062,912
Nampula
37,398,226
14,037,051
5,061,010,126
87,486,117
2,305,257,398
29,551,782
7,534,740,700
Zambezia
25,574,329
15,534,253
10,196,835
3,137,012
2,352,312,593
63,921,983
2,470,677,005
3,851,465
17,155,938
1,610,682,550
38,143,465
120,546,703
2,081,911,440
3,872,291,561 400,569,572
Tete Manica
8,865,874
6,663,000
14,269,404
300,019,910
47,117,264
23,634,120
Sofala
26,654,959
25,126,146
173,049,242
143,084,371
327,988,453
67,432,951
763,336,122
Inhambane
37,134,350
25,944,451
55,984,620
39,198,739
38,250,132
53,511,791
250,024,083
Gaza
96,040,083
6,745,714
605,549,526
56,672,341
881,352,802
Cid. Maputo* Maputo
Total
21,760,395
94,584,743
355,917,359
314,923,773
670,841,132
229,054,521
648,384,314
539,802,908
379,254,357
135,980,133
240,783,279
2,173,259,512
485,089,707
850,209,000
8,072,268,792
1,080,254,032
5,748,620,716
3,090,254,356
19,326,696,603
Fonte: CPI * Os dados da Cidade de Maputo dos anos anteriores a 2009 eram inclusos na província de Maputo INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
41
Em termos de volume de investimento, as províncias que acolheram o maior volume foram, por ordem decrescente, as de Nampula (38,99%), Tete (20,04%) e Zambézia (12,78%). A província de Nampula mantém a primeira posição devido ao projecto Refinaria de Nacala. Se excluíssemos o projecto Ayr Petro Nacala (Refinaria), a percentagem do volume de investimento baixaria para 13,12%, passando para a segunda posição, depois de Tete. A posição da província de Tete é justificada pelo projecto hidroeléctrico de Mphanda Nkwa, avaliado em US$ 1.900.000.000,00. A posição ocupada pela província da Zambézia deve-se à aprovação, em 2009, do projecto florestal Portucel Moçambique, estimado em US$ 2.311.413.000.
Evolução Anual de projectos e Emprego Aprovados por Província Sector
2005 Proj.
Empr.
2006 Proj.
Empr.
2007 Proj.
Empr.
2008 Proj.
Empr.
2009 Proj.
Empr.
2010 Proj.
Empr.
Acumulado Proj.
Empr.
Cabo Delgado
5
230
6
235
6
77
7
180
9
322
7
1,661
40
2,705
Niassa
4
503
1
2,500
2
43
4
1,089
4
928
1
160
16
5,223
Nampula
17
1,129
10
1,083
14
1,460
12
5,863
18
8,122
18
1,366
89
19,023
Zambezia
6
521
7
543
6
758
5
415
8
3,391
6
2,783
38
8,411
Tete
6
220
8
630
7
343
11
510
8
546
8
1,180
48
3,429
Manica
10
1,110
10
502
16
1,938
5
2,820
11
832
13
742
65
7,944
Sofala
15
1,833
9
484
15
4,052
17
1,504
17
3,205
20
5,563
93
16,641
Inhambane
20
984
39
1,112
30
1,213
19
639
16
543
14
969
138
5,460
9
1,119
8
180
18
7,693
12
852
12,980
Gaza Cidade de Maputo Maputo
Total
22
615
25
2,521
94
80
4,060
71
5,514
151
9,574
51
7,484
59
12,103
80
9,892
103
6,623
57
4,194
51
5,786
401
46,082
143
15,133
157
19,372
194
27,469
195
20,495
250
26,758
234
28,245
1,173
137,472
Fonte: CPI
As três províncias que registraram maior número de projectos aprovados por ordem decrescente foram Maputo (401), Cidade de Maputo (151) e Inhambane (138). Em relação à mão-de-obra destaca-se a Província de Maputo com (33,52%) seguida de Nampula e Sofala, com 13,84% e 12,11 %, respectivamente. A explicação dada anterior em relação à posição ocupada pela província de Maputo no que concerne ao volume de investimento é extensiva ao número de projectos bem como ao emprego, assim a primeira posição seria ocupada pela Cidade de Maputo.
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N°02 - 2011 | INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Evolução Anual de projectos e Emprego Aprovados por Província No período em referência, o investimento directo nacional atingiu o valor de US$ 1.170.423.234, correspondente a 6,06% do investimento total aprovado, contra 45,27% do investimento directo estrangeiro aprovado, ou melhor, contra 19,39% do IDE, excluindo o projecto da Refinaria de Nacala. Nos 6,06% do investimento directo nacional, ditou maior contributo o projecto de Mphanda Nkwa, cujo IDN corresponde a US$ 570.000.000,00.
Origem do Investimento Directo Estrangeiro Os Principais 10 Países de Origem do Investimento Directo Estrangeiro (2005 a 2010) Posiçao
País
Ano 2005
Ano 2006
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Ano 2010
TOTAL
USD
USD
USD
USD
USD
USD
USD
1
EUA
1,558,662
2,612,544
5,012,340,846
487,250
559,956
1,981,433
5,019,540,691
2
Portugal
7,327,224
5,770,207
54,626,524
41,875,677
689,179,876
154,147,532
952,927,040
3
Noruega
4
Africa do Sul
93,747,414
56,966,000
82,518,115
135,254,283
55,564,625
88,090,405
512,140,842
5
Maurícias
3,401,809
45,975,496
151,892,090
14,980,545
67,725,020
9,320,559
293,295,519
6
China
213,656,475
7
Reino Unido
8
Suiça
742,331,963
742,331,963
5,575,000
905,000
61,150,000
76,849,630
30,606,845
38,570,000
27,808,923
21,226,487
91,969,659
14,321,250
25,857,594
29,427,329
210,611,242
793,380
170,707,000
100,000
155,470
13,307,970
185,063,820 95,782,152
9
Itália
387,924
234,800
407,585
29,843,946
7,233,389
57,674,508
10
India
145,000
2,318,500
1,527,072
150,000
64,174,207
10,689,369
79,004,148
11
Tanzania
883,624
40,000,000
354,370
3,438,000
44,675,994
137,686,038
5,667,138,891
314,216,951
406,647,105
8,349,029,886
Total
139,951,956
1,683,388,945
Fonte: CPI
A posição dos EUA em primeiro lugar, deveu-se ao investimento aprovado de US$ 5 biliões do projecto Ayr Petro Nacala (Refinaria de Nacala) aprovado em 2007, mas que não chegou a realizar-se, o que significa que em termos reais a primeira posição cabe a Portugal em termos de proveniência do IDE, sendo o projecto Portucel Moçambique, o maior de Portugal. A Noruega ocupa a sterceira posição devido à autorização do projecto florestal Lurio Green Resources, a ser implementado na província de Nampula. A Suíça também aparece numa posição de destaque por causa do projecto de carvão da Vale, pois apesar do projecto ser de capitais brasileiros a empresa está regitada na Suíça, daí o Brasil não aparecer na lista dos 10 mais.
INVESTIMENTOS EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
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Foto: Valério Azevedo
A tecnologia dos combustíveis flex fuel é um dos benefícios que o Brasil tem a oferecer para Moçambique
Entrevista com o Diretor Executivo da UNICA Sr. Eduardo Leão
Moçambique é hoje uma peça chave para transformar o etanol em uma commodity mundial
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1. Em maio de 2009 foi assinado um memorando de entendimento entre o Brasil e Moçambique na área de produção de bioenergia e biocombustíveis. Essa parceria se deu por meio do Governo brasileiro e do Governo moçambicano. Quais são as principais expectativas a respeito dos projetos referentes a tal parceria? Como o Brasil, por meio de sua experiência já auferida, poderá contribuir? Nós, da UNICA, entendemos que essa parceria é muito bem vinda e oportuna, uma vez que existe uma forte relação histórica e cultural entre o Brasil e Moçambique, além de haver aspectos muito semelhantes no que tange às condições agroclimáticas , o que contribui para um espaço positivo para que uma parceria nesse sentido prospere entre ambos os países. No que diz respeito à produção de etanol, o Brasil tem muito a contribuir, já que possui uma vasta experiência de mais de 35 anos na área. Dessa
N°02 - 2011 | ENTREVISTA UNICA
forma a contribuição brasileira poderá se dar a partir de dois pontos: o primeiro diz respeito ao apoio na criação de um marco regulatório em Moçambique, na medida em que o biocombustível, diferentemente de outras commodities, necessita de políticas públicas que apoiem e incentivem a produção. Há muitas lições a ser extraídas com os erros e acertos da nossa política ao longo deste período. O outro ponto seria a cooperação na transferência de tecnologia e conhecimento na agricultura e no setor industrial desenvolvidos nos últimos anos pelo Brasil. O manejo na produção de cana-de-açúcar, a logística da produção e os carros flex fuel são também bons exemplos de experiências que o Brasil pode transferir para Moçambique.
2. Quais foram as vantagens que Moçambique ofereceu para a assinatura de tal memorando?
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Existem vários aspectos que precisam ser entendidos inicialmente. Em primeiro lugar, há uma clara percepção de que para o etanol se tornar uma commodity global é necessário que vários países consumam e vários países produzam e não haja somente um ou dois grandes produtores e consumidores no mundo. Não é interessante para o mercado mundial que o Brasil se torne uma Arábia Saudita do etanol, pois para um crescimento sustentável desse biocombustível na economia mundial é importante que existam diversos produtores. Isto contribui para a redução global do risco de mercado. Nesse cenário, Moçambique se enquadra como um dos potenciais produtores do mundo, devido às suas vantagens comparativas, como o clima, o solo, localização geográfica (próximo a grandes centros consumidores, como Europa e Ásia), disponibilidade de terra e mão-de-obra e aspectos logísticos, como a boa localização de seus portos. Eu digo isso com toda certa propriedade, pois conheço bem a realidade moçambicana e seu território, já que morei em Maputo por 2 anos quando trabalhei no Banco Mundial. Moçambique é hoje uma peça chave para transformar o etanol em uma commodity mundial.
3. Sabe-se que o Brasil possui grande conhecimento no cultivo da cana-de-açúcar, produção de bioenergia e biocombustíveis, e que esse know-how poderá ser transmitido para Moçambique. Dentro dessa cooperação estabelecida, qual o significado desse país para os empresários brasileiros do setor de cultivo de cana de açúcar? O empresariado brasileiro deve voltar sua atenção para as oportunidades que Moçambique oferece no que diz respeito às vantagens comparativas que mencionais anteriormente. Essas oportunidades podem se traduzir tanto sob a forma de investimentos diretos dos empresários brasileiros em usinas naquele país,quanto em comercialização de equipamentos e tecnologia para os investimentos nessa área.
Entrevista
O cultivo da cana-de-açúcar no país poderá apresentar as mesmas facilidades em relação às questões ambientais como clima e solo no Brasil? Tais aspectos são favoráveis quanto os são no território brasileiro?
4. Qual a importância que o cultivo de cana-de-açúcar, produção de biocombustíveis e bioenergia em Moçambique têm no cenário africano de um modo geral?
Moçambique possui um papel muito importante, uma vez que a produção de biocombustíveis pode ser uma oportunidade muito interessante para a África. O etanol e os biocombustíveis, quando produzidos levando em consideração aspectos de sustentabilidade, desenvolvimento humano e ambiental faz com que essa atividade seja uma fonte de renda para o continente africano. Pode ser um importante indutor de desenvolvimento rural, gerando investimentos na agricultura e indústria – e todos os serviços associados a essas atividades – bem como na infraestrutura. Tudo isso poderá beneficiar inclusive a competitividade de outras culturas agrícolas. Outro fator importante é o ganho no setor elétrico, já que a produção de energia a partir do bagaço da cana é bastante eficiente, além de ser limpa e renovável. No Brasil, por exemplo, de 2 a 3% da energia é produzida dessa forma, podendo chegar até 15%, ressaltando que esta energia é altamente complementar à fonte hídrica, já que é gerada nos períodos secos do ano, exatamente quando os reservatórios das hidrelétricas se encontram nos seus menores níveis de água. O caso moçambicano, se explorado de forma consciente poderá gerar ganhos imensos ao continente africano.
5. Quais são as perspectivas futuras para o país, no que tange à atuação do Governo brasileiro? Enquanto Diretor Executivo da UNICA, o senhor acredita que a exploração e produção de cana-de-açúcar em Moçambique tende a ser em sua maioria exportada a outros países ou poderá ser também absorvida pelo mercado consumidor nacional?
As duas situações são possíveis e complementares. É importante para qualquer programa de biocombustíveis o estabelecimento de uma demanda local, iniciando-se com uma mistura de biocombustíveis nos combustíveis de origem fóssil, como aconteceu no caso do Brasil, que se iniciou com 5% de mistura com a gasolina e hoje esse percentual subiu para 25%. Esse seria o primeiro passo para gerar segurança nos investidores, pois com um mercado doméstico garantido, os investimentos de grande porte são
ENTREVISTA UNICA | N°02 - 2011
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Entrevista
justificáveis. É preciso também trabalhar na criação de um programa regional, inserido no contexto da SADC e dos países próximos, amplificando o volume demandado e aumentando a escala de produção. Sob a ótica do mercado externo, -Moçambique encontra-se em um cenário favorável, pois está próximo de grandes mercados consumidores potenciais , como o asiático e o próprio mercado africano. Além disso, Moçambique por fazer parte de acordos comerciais, recebe tratamento diferenciado nos mercados europeu e estadunidense, reduzindo a tributação em cima da exportação de etanol e biocombustíveis. Existe hoje uma legislação na União Europeia que determina que os seus 27 países s até 2020 deverão misturar 10% do seu combustível fóssil aos renováveis, tornando Moçambique um importante player potencial nesse mercado. O mercado americano também já tem na sua legislação um mandado de consumo de etanol em volumes crescentes, devendo atingir em 2022 um consumo da ordem de 140 bilhões de litros desse combustível por ano.
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N°02 - 2011 | ENTREVISTA UNICA
6. Em julho de 2010, foi publicado na mídia brasileira e moçambicana que uma iniciativa de Cooperação Trilateral Brasil - União Européia - Moçambique na área de produção de bioenergia foi assinada pelos seus respectivos representantes. Qual a sua análise a respeito deste assunto e qual o andamento atual de tal iniciativa? A UNICA vê de forma bastante positiva essa iniciativa, uma vez que por meio de tal acordo podem ser desenvolvidos estudos de viabilidade econômica e sustentabilidade socioambiental, ao mesmo tempo em que servirá para unir esforços para o compartilhamento de conhecimento entre as três partes. Dessa forma, poderá se desenvolver um programa de biocombustível mais forte, com o objetivo de alçar vôos cada vez mais altos, permitindo a redução da dependência moçambicana de importações de combustíveis fósseis e contribuindo significativamente para as mudanças do clima .
O manejo com a produção da cana de açúcar é uma forte expertise do Brasil neste segmento
Câmara Câm maraa de Comércio, Comér Co m cio mér c , Indústria Indúústr Indú t ia ia e Agropecuária Agropecuária ia Bra Brasil Brasil-Moçambique sil-Mo -Moçam çambiq b ue
ENTREVISTA ENTR REV EVIS ISTTA A UNICA UN NIICA C A | N°02 N°°°002 - 2011 N°0 N 2011 20 11
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Direcção de Comunicação da Vodacom
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N°02 - 2011 | T.I.C. EM MOÇAMBIQUE
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
A
Vodacom destaca-se como operadora no mercado moçambicano por oferecer benefícios para o público moçambicano. Visando reforçar sua posição de liderança em inovação e abranger o maior número de clientes, a Vodacom promove ofertas periodicamente. Recentemente foram lançadas duas promoções destinadas a melhorar o acesso aos serviços de comunicações de qualidade a todos os Moçambicanos. Esta iniciativa está alinhada com o novo posicionamento da empresa de colocar o cliente no centro de tudo o que faz. A primeira promoção consiste na redução de tarifas para chamadas de todas as redes móveis. Esta é a primeira vez em Moçambique que é lançada uma mesma tarifa para chamadas feitas quer para a mesma quer para outra operadora. O progresso é tanto que, nos últimos três meses, somente na província de Nampula foram instaladas um total de 26 novas torres, e ainda uma rede de transmissão que liga o Sul ao Norte do País. A segunda consiste no lançamento do serviço Blackberry para os clientes do pré-pago Fale mais, um dos planos oferecidos pela operadora. O serviço Blackberry permite aos Clientes des-
frutar da convergência de voz e dados de uma maneira simples e acessível. Para os Clientes do pré-pago da Vodacom, o serviço Blackberry representa uma nova liberdade na forma de comunicar. Estas, dentre outras iniciativas que vieram a melhorar a qualidade de vida dos Moçambicanos e dar-lhes a possibilidade de comunicar sem limites, refletem o esforço para garantir o objetivo principal da Vodacom, oferecer os melhores produtos com qualidade em prol do melhor para o cliente. Salimo Abdula, Ex-Presidente do Conselho Administrativo, desempenhou um papel fundamental na implementação e crescimento da operadora, quer pela qualidade e crescimento da rede, quer pela excelência do serviço que oferece. Durante o seu mandato, várias decisões estratégicas foram tomadas no sentido de constantemente inovar as ofertas trazidas ao mercado e de aumentar o acesso às comunicações a todos os Moçambicanos. A Vodacom anunciou no dia 21 de Abril de 2011, o fim do mandato do Dr. Abdula como presidente do Conselho de Administração e a nomeação de Engenheiro Rui Fonseca para o cargo. Rui Fonseca, o novo Presidente do Conselho de Administração, é natural
da Beira, licenciou-se em Engenharia pela Universidade Eduardo Mondlane e tem um vasto percurso profissional. Para o Eng. Rui Fonseca, atual Presidente do Conselho Administrativo, “é com um grande sentido de responsabilidade que aceitei o convite dos accionistas para me integrar no trabalho de uma empresa que tem vindo a desenvolver o seu projecto com altos índices de profissionalismo, de qualidade e empenho”. A empresa de telefonia também apóia o progresso de ações sociais, patrocinando eventos que tenham a ver com este, tal como concertos e espetáculos em Moçambique. Visando a amplitude desta política cultural, a Vodacom realiza freqüentemente acordos de patrocínios no cenário musical moçambicano. Segundo o presidente do Conselho Executivo, José dos Santos, “A música, nas suas várias expressões e sentimentos, agrega o sentir de um povo, de uma nação, e no nosso País é uma das identidades culturais mais fortes e queridas de todos os Moçambicanos”. Todo este apoio também está voltado à educação, saúde e esportes, para desenvolvimento das comunidades mais desfavorecidas e melhoria da qualidade de vida da população de Moçambique. T.I.C. EM MOÇAMBIQUE | N°02 - 2011
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criatividade estratégica
Encontro
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3 1-Dr. Flávio Bernardes, Sócio do Escritório Bernardes Advogados Associados, recebe o microfone do Sr. Mário Tavernard, Diretor da CCIABM.
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2-Diretor da Vale na África, Sr. Galib Chaim, ministra palestra durante o Seminário. 3-Recepcionistas junto ao material de divulgação do Seminário Oportunidades de Negócios em Moçambique, organizado pela CCIABM. 4-Embaixador de Moçambique e Presidente Honorário da CCIABM, Exmo. Sr. Murade Murargy, faz a abertura de Seminário realizado pela CCIABM. 5-Mais de 200 executivos participaram do Seminário Oportunidades de Negócios em Moçambique, realizado em Belo Horizonte/MG.
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13 14 06-Rodrigo Oliveira, novo Diretor Executivo da CCIABM, apresenta painel no Seminário. 07-Sr. Galib Chaim, Diretor da Vale na África, Exmo. Sr. Murade Murargy e Sr. Mário Tavernard, representando a CCIABM. 08-Sr. Rodrigo Oliveira (CCIABM), Dr. Flávio Bernardes (Bernades Advogados Associados), Sr. Galib Chaim (Vale) e Sr. Fábio Vale (CCIABM). 09-Paulo Rage (à dir.), Diretor da CCIABM, em companhia de representantes da KMG Brasil e da Eletronet – Materiais Elétricos Industriais, empresas associadas da CCIABM.
15 16
10-Representantes da Eletrobras, ao lado do Exmo. Sr. Murade Murargy e Sr. Paulo Rage (CCIABM). 11-Mesa Diretora acompanha as apresentações do Seminário realizado pela CCIABM. 12-Diretoria da CCIABM em companhia do Presidente Honorário da CCIABM e Embaixador de Moçambique no Brasil, Exmo. Sr. Murade Murargy. 13-Participantes da II Missão Empresarial, em safári turístico ao Krueger Park. 14-Exmo. Sr. Salimo Abdula, Presidente da Confederação das Associações Econômicas de Moçambique – CTA, em palestra durante a II Missão Empresarial Brasil-Moçambique. 15-Comitiva da II Missão Empresarial Brasil-Moçambique em coquetel de boas vindas na Embaixada Brasileira em Moçambique.
17 18
16-Sr. Rodrigo Oliveira, Exmo. Sr. Murade Murargy, Exmo. Sr. Salimo Abdula, Sr. Fábio Vale e Exmo. Sr. Kenneth Marizane. 17-Rodada de negócios realizada com a diretoria de suprimentos da Vale, durante II Missão Empresarial BrasilMoçambique. 18-Seminário realizado na II Missão Empresarial BrasilMoçambique, em Maputo.
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19-Reunião entre Diretoria da CCIABM, Delegação Moçambicana e o Banco do Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais – BDMG. 20-Sr. Fábio Vale, Gerente Nacional da CCIABM, em entrevista para a televisão moçambicana. 21-Stand da CCIABM e CCMOBRA no V Encontro dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, em Fortaleza, CE. 22-Reunião entre as Diretorias da CCIABM e CCMOBRA, no escritório da CCMOBRA em Maputo, Moçambique. 23-Reunião entre a Diretoria da CCIABM e representantes da APEX Brasil, no escritório da APEX em Brasília – DF. 24-Reunião entre Diretoria da CCIABM, Delegação Moçambicana e Diretoria da Fundação Dom Cabral – FDC, em Belo Horizonte, MG. 25-Visita da Diretoria da CCIABM à Embaixada da República de Moçambique no Brasil, em Brasília, DF.
III MISSÃO EMPRESARIAL BRASIL-MOÇAMBIQUE
Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
De 12 a 19 de novembro de 2011 Durante uma semana a equipe da CCIABM acompanhará a delegação brasileira em reuniões com empresários e autoridades moçambicanos, em apresentações e visitas às empresas, órgãos e potenciais parceiros de Moçambique.
-Estadia em Maputo, capital de Moçambique -Participação em Seminários e Rodadas Comerciais -Visitas Técnicas -Encontros com a Diretoria de Suprimentos das principais empresas alocadas em Moçambique -Hotel 05 estrelas -Vôo pela South African Airways
Para mais informações, acesse www.cciabm.com, ou entre em contato: +55-31-3243-3012 ou contato@cciabm.com