entre o urbano e o natural - espaço público na orla da pituba

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ENTRE O URBANO E O NATURAL ESPAÇO PÚBLICO NA ORLA DA PITUBA

Lucas Paes Ferreira



Universidade Federal da Bahia Faculdade de Arquitetura Trabalho Final de Graduação

ENTRE O URBANO E O NATURAL ESPAÇO PÚBLICO NA ORLA DA PITUBA

Autor: Lucas Paes Ferreira Matrícula: 200610071 Orientador: Nivaldo Andrade Coorientador: Edson Fernandes

Salvador, Setembro 2013



AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer aos arquitetos professores Nivaldo Andrade e Edson Fernandes, respectivamente orientador e coorientador desse trabalho, pela assistência durante o desenvolvimento do projeto. Aos membros da banca, Sergio Ekerman, Pedro Nery e Joaquim Gonçalves, pelo aceite do convite. À minha família pelo apoio durante esse período de graduação. À Emy pelo carinho e dedicação. E aos amigos pelas cervejas e conversas.



APRESENTAÇÃO O presente trabalho consiste na elaboração de uma proposta arquitetônica para a área do antigo Clube Português, atual Praça Wilson Lins, e para a Praça Nossa Senhora da Luz. Essas duas praças, situadas no bairro da Pituba, integram a borda marítima da cidade, direcionando o foco do trabalho para as questões do espaço público na Orla Atlântica de Salvador.



ÍNDICE INTRODUÇÃO

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CONTEXTUALIZAÇÃO Espaço Público Orla Pituba

11 11 14 16

Terreno

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ANÁLISE

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PROJETO Processo Entre o urbano e o natural Desenvolvimento

33 35 38 40

REFERÊNCIAS DE PROJETO

60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

62



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INTRODUÇÃO A escolha do tema se deu a partir de algumas inquietações que tiveram início ou foram intensificadas durante o período de graduação e se referem, principalmente, às questões do desenvolvimento urbano em Salvador. Essas inquietações surgem com a percepção de que as decisões tomadas pelo poder público no que tange à produção do espaço urbano muitas vezes são embasadas em interesses privados e de poucos, promovendo a valorização do particular e a negligência do público. Assim, é válido afirmar que: A cidade tem sido encarada como arena para o consumo. A conveniência política e comercial deslocou a ênfase do desenvolvimento urbano de atender às necessidades mais amplas da comunidade para atender às necessidades circunscritas de indivíduos. (ROGERS; GUMUCHDJIAN, 2001, p. 9).

Figura 01 - Foto inserção de torre residencial a ser construída no terreno da mansão Wildberger no Largo da Vitória, com edifícios do Corredor da Vitória ao fundo. Visualização do impacto paisagístico resultante do aumento de gabarito na região de borda marítima de Salvador. (Fonte: www. mansaowildberger.net)

No caso de Salvador, a influência do setor privado sobre essas decisões é evidenciada nas modificações de artigos da LOUOS (Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo do Município de Salvador), Lei nº 8.167/2012, ocorridas em 2011 e na formulação do atual PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), institucionalizado pela Lei nº 7.400/2008, que “desmontou a lógica do PDDU-85 (do Plandurb) e nem sequer atendeu aos princípios dispostos no Estatuto da Cidade” (SAMPAIO, 2012, p. 122). Essas mudanças legislativas no ordenamento e uso do solo tiveram forte impacto sobre a cidade, mostrando a necessidade de revisar tais leis. Esse período na faculdade coincidiu com algumas ações polêmicas empreendidas pelo setor público como as demolição do estádio da Fonte Nova (em 2010) e da sede do Clube Português (em 2008), ambas questionadas pelo meio acadêmica arquitetônica local; a retirada, inciada em 2009, das barracas de praia da faixa de areia e que, até agora, não


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foram contempladas em nenhum plano de urbanização da orla; e a obra de macro drenagem da bacia do Chame-Chame que tamponou o canal do antigo Rio dos Seixos, criando um canteiro central na Av. Centenário. Esses acontecimentos retratam o descaso com o qual a gestão pública trata (simultaneamente ao favorecimento privado) os elementos de nossa cultura, principalmente os de valor paisagístico e arquitetônico, e a maneira descontextualizada com que os espaços públicos são produzidos em Salvador. A falta de um projeto de cidade mais amplo resulta nessa composição de intervenções urbanas que não dialogam entre si nem com a cidade e carecem de uma visão mais cuidadosa de onde estão inseridas. A área do antigo Clube Português foi escolhida como alvo deste trabalho por ali convergir uma série de fatores que evidenciam falhas na forma como nosso espaço urbano é produzido. O trabalho busca primeiramente entender essas falhas a fim de criar um embasamento crítico e, posteriormente, projetar soluções relevantes ao contexto da área de estudo.

Figura 2 - Área do antigo Clube Português (Fonte: Google Earth)


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CONTEXTUALIZAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO A atenção dada à questão do espaço público nas cidades da atualidade é crescente, uma vez que os espaços privados e virtuais ganham destaque na vida contemporânea. Sob uma perspectiva global, é notória a preferência de grande parcela da população em frequentar equipamentos privados que supram a demanda de consumo da sociedade atual e, ao mesmo tempo, oferecem subsídios para o lazer e o ócio. Ao mesmo tempo, com o advento da internet e, subsequentemente, com a difusão das redes sociais, o espaço público enquanto lugar de convivência e interação social é preterido pelas redes de informações proporcionadas pela tecnologia digital. Dessa forma, quantidade significativa das interações e trocas que ocorriam ao ar livre, nas praças e ruas, agora se concentram nos shopping centers e se disseminam na internet. Essa atenção resulta em discussões que expressam opiniões divergentes. Elas vão da aceitação acrítica à negação completa das condições impostas para a produção do espaço urbano, originando diversas propostas acerca do espaço público e de suas condicionantes e demonstrando a inexistência de um modelo único de pensar a cidade e de intervir nela. Contudo, deve-se buscar um equilíbrio dentro desse espectro e trabalhar com as dualidades entre público-privado e físico-virtual a fim de incentivar o uso do espaço público por uma população imersa no comodismo proporcionado pelos grandes centros comerciais e pela internet.


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Em Salvador, essa questão é ainda mais necessária. O descuido com o espaço público resulta no discurso de que é necessário privatizar certas áreas, a fim de prover a manutenção adequada do espaço. O caso das barracas de praia se enquadra nesse contexto, pois, ao tempo em que os sanitários públicos se encontram em péssimas condições, eram elas que forneciam apoio aos banhistas e aos transeuntes. No entanto, essa relação entre público e privado deve ser encarada com cuidado uma vez que se percebe a prevalência do interesse privado sobre o coletivo. Se usado o caso do Aeroclube como exemplo, nota-se que a predileção do espaço privado sobre o público levou a um desvio da intenção original do projeto do parque na região da Boca do Rio, resultando no abandono do espaço público e no insucesso do centro comercial. Nesse aspecto, é necessário olhar a cidade transformada em arena de consumo e buscar soluções de reversibilidade deste quadro.


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Figura 3 - Área do Aeroclube. A construção do parque público é preterida pela construção do centro comercial. (Fonte: Google Earth)

Figura 4 - Pista de patinação no Shopping Bela VIsta (Foto: Mariana Carneiro)

Figura 5 - Espaço recreativo no Salvador Shopping simula ambiente natural no espaço privado e climatizado. (Foto: João Pedro Moura de Carvalho)


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ORLA A orla marítima urbana se configura como espaço de intersecção entre natureza e cidade e, idealmente, deve preservar seu caráter público por se tratar de uma área altamente privilegiada no contexto urbano. Por essas características, ela deve ser entendida como um parque urbano, de uso comum a todos. Seu valor paisagístico é ressaltado por seu caráter limítrofe, delimitando o perfil urbano. Por se encontrar a margem da cidade, estimula sua ocupação para fins de lazer e contemplação, tornando-se, também, atrativa para o comércio. O litoral de Salvador é caracterizado por “uma sucessão de enseadas e praias, separadas por elevações rochosas ou saliências no traçado da costa” (SILVA, 2002, p. 19), criando uma atmosfera peculiar para a cidade. Esses promontórios se destacam na paisagem da cidade e definem recortes ao longo da orla, uma vez que a apreensão desta está estritamente ligada à visualização do mar e é mais clara nos trechos onde a via de borda está contínua à praia. Por seu destaque paisagístico, a ocupação desses morros e saliências com edifícios de forte

Figura 6 - Ocupação dos promontórios: à frente o empreendimento Costa España, seguido do conjunto hotéileiro de ondina e o Rio Vermelho ao fundo. (Foto realizada pelo autor, ago./2013)


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impacto visual é indesejada, uma vez que marcam negativamente o perfil urbano.

Figura 7 - Escada improvisada para vencer desnível entre calçada e praia na orla de Amaralina. (Foto realizada pelo autor, fev./2013)

No caso da Orla Atlântica de Salvador, onde o objeto de estudo está inserido, e mais especificamente no intervalo entre o Farol da Barra e o Jardim dos Namorados, existe uma diferença de nível alta entre a rua e a praia, resultando na criação de contenções encimadas por balaustradas e bancos contínuos no limite entre as calçadas e a faixa de areia e criando uma separação nítida entre o que é urbano e o que é natural. Dessa forma, não existe, nos trechos onde a via de borda corre paralela ao mar, um espaço intermediário entre cidade e natureza. Por sua vez, muitos dos promontórios, tais como o Morro do Escravo Miguel em Ondina, ou o Morro do Conselho no Rio Vermelho, foram ocupados e não configuram um espaço de transição entre urbano e o natural. Ressaltam, assim, ao longo de toda a Orla Atlântica de Salvador, alguns espaços públicos implantados nessas saliências com potencial de cumprir tal papel transitório, como o Jardim de Alah ou a área do antigo Clube Português.

LEGENDA 3

ORLA ATLÂNTICA DE SALVADOR 1

FAROL DA BARRA

2

ÁREA DE ESTUDO

3

PRAIA DE ALELUIA

BAÍA DE TODOS OS SANTOS

OCEANO ATLÂNTICO

1

2


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PITUBA O Bairro da Pituba foi originado dos consecutivos processos de loteamento das propriedades rurais da região, passando por um processo de estruturação urbana em meados do século XX. O traçado reticular das quadras do primeiro destes loteamentos, o Loteamento Cidade Luz (que abarca a região da Av. Manoel Dias da Silva), é oriundo da proposta de Theodoro Sampaio aprovada em 1932 pela Prefeitura Municipal de Salvador (ANDRADE, 2005) e visava à obtenção de uma maior renda da terra por parte dos seus proprietários. Para incentivar sua ocupação, foram construídos diversos equipamentos urbanos tais como a Igreja Nossa Senhora da Luz em 1954, o colégio militar em 1961 e a sede do Clube Português em 1964. Contudo, seu adensamento demográfico se deu a partir do final da década de 1960, quando o bairro já estava definitivamente inserido no contexto urbano de Salvador. Em paralelo, a ocupação da Pituba se deu num momento de intensa modernização e urbanização da cidade, onde o tecido urbano se estendia e novos núcleos de expansão eram formados. Aparecem nesse período, os promotores imobiliários que no caso específico da Pituba, após comprarem os lotes, utilizavam-los para especulação futura ou se beneficiavam, inclusive nas suas intermediações (associado a outros incorporadores e, preferencialmente, ao Estado), através da produção de infra-estrutura, da construção de loteamentos e da verticalização, a fim de incorporar, na venda ao proprietário/usuário, o maior lucro possível. (ANDRADE, 2005, p. 52)

São ainda provenientes deste processo empreendimentos recentes como o loteamento Aquárius e o Pituba Ville. É demonstrado, dessa forma, que o bairro é alvo de investimento dos agentes da produção imobiliária desde sua formação até

Figura 8 - Tecido urbano da Pituba derivado de uma série de loteamentos, sendo percepitívéis as diferenças no traçado viário dentro do bairro (Elaboração do autor)..


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os dias atuais, fazendo-se necessário observar atentamente as pressões exercidas pelo setor privado sobre os parâmetros urbanísticos nesta área. Resultam desse processo histórico a configuração atual do bairro e a propensão deste em ser dinâmico frente às mudanças solicitadas pelo mercado imobiliário. O bairro se caracteriza, assim, pela predominância do uso residencial, contendo uma maior concentração de comércio e serviços em suas vias principais. Tais vias servem de ligação entre diversos bairros, aumentando o fluxo de veículos e pedestres na região e trazendo transeuntes não residentes, fomentando ainda mais a atividade terciária nelas.

Figura 9 - Mapeamento de usos no bairro. predominância residencial equilíbrio de usos predominância de comércio ou serviços (Elaboração do autor).


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TERRENO O terreno onde hoje existe a Praça Wilson Lins abrigou a sede do Clube Português entre 1964 e 2001. Após o encerramento das atividades do clube, o terreno foi ocupado por integrantes do Movimento dos Sem Teto de Salvador, chegando a assentar 85 famílias. Durante esse período, criou-se grande especulação sobre qual finalidade teria o terreno, sendo noticiado o interesse do grupo hoteleiro Vila Galé em construir um hotel no lugar. Contudo, em 2007, as famílias foram relocadas pela CONDER e a praça foi criada no local em 2008. No mesmo ano, o Plano Diretor foi reformulado, permitindo edificações de até 54 metros de altura no local. Nesse contexto, é importante ressaltar o valor paisagístico do terreno, uma vez que este se configura como uma porção de terra entre a Av. Otávio Mangabeira e a praia, se enquadrando como uma das saliências características da Orla Atlântica de Salvador.

RESUMO CRONOLÓGICO

1964

Crise econômica e crescimento do carnaval de rua iniciaram a decadência dos clubes na Bahia.

inauguração da sede de praia do Clube Português.

80/90

2001

Atividades do Clube encerradas.

Área passa a ser ocupada pelo Movimento dos Sem Teto de Salvador

2004

2007/2008

Retirada dos ocupantes, demolição do Clube e construçao da praça atual.


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Localizado entre o Largo das Baianas em Amaralina e o Jardim dos Namorados, o terreno está inserido numa sequência de espaços públicos que margeiam a Avenida Otávio Mangabeira e reiteram o sentido de parque urbano da orla. Sua localização é estratégica no que tange aos fluxos urbanos devido à proximidade com a Av. ACM (via arterial que se estende pela região do Itaigara e Iguatemi, terminando na Rótula do Abacaxi), e a Av. Paulo VI (via coletora que adentra a região da Pituba, e faz ligação com o Caminho das Árvores e o Iguatemi). O terreno se articula, ainda, com a Av. Manoel Dias da Silva (via arterial paralela à orla) através da Praça Nossa Senhora da Luz. Apesar de estar inserido num contexto favorável ao seu uso, o espaço público proveniente da desapropriação do terreno do Clube Português ainda não está incorporado à dinâmica urbana, tornando-o pouco utilizado no cotidiano. Seu uso é mais efetivo em raras ocasiões, como quando ocorrem shows como aqueles produzidos pela Conexão Vivo.

1

3

4

2

LEGENDA 1

Largo de Amaralina

2

Pça. Wilson Lins

3

Jd. dos Namorados

4

Jd. de Alah


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Figura 10 - Planta de Gabarito anexa à LOUOS revela que é permitido o gabarito de 54 metros no local da Praça Wilson Lins. (Fonte: Lei Municipal n. 8.167/2012, Anexo Planta 2)

Figura 11 - Mapeamento das vias via arterial via coletora via local

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Av. Otávio Mangabeira

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Av. Manoel Dias da Silva

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Av. ACM

4

Av. Paulo VI

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Área do antigo Clube Português


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4 3

2

1 5


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ANÁLISE As obras de demolição do Clube Português por parte da Prefeitura começaram em 2007 e se estenderam até 2008 sem definição de que uso seria dado ao terreno. Esse impasse levou a predileção por uma obra de baixo custo e, por ser ano de eleição, de rápida execução, resultando na elaboração de um espaço público sem identidade. Foi, então, construída a Praça Wilson Lins no local, sendo composta por: um estacionamento onde havia o campo de futebol do clube; uma área cimentada com bancos e outra com desenho de uma pista automobilística, aproveitando das quadras esportivas do Clube; um percurso de forma ameboide que liga esses elementos; uma escultura de uma caravela; e equipamentos de ginástica e de recreação distribuídos avulsamente nas áreas gramadas. Dessa forma, a praça resulta em um descampado desarticulado de seu contexto urbano e sem caráter definido.

Figuras 12 e 13 Comparativo entre o Clube Português (2005) e a Praça Wilson Lins (2008) revela o aproveitamento das áreas cimentadas que configuravam as quadras esportivas do clube e a implantação do estacionamento na área do antigo campo de futebol. (Fonte: Google Earth)


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Os acessos ao terreno são pontuais e precários, uma vez que se limitam ao estacionamento, implantado na extremidade oeste, a duas escadas em seu centro longitudinal e a uma rampa de asfalto na extremidade nordeste. Esta última, existente desde a época do clube, possui inclinação inadequada para cadeirantes e liga a via à parte gramada do terreno, servindo para entrada de veículos destinados à montagem e desmontagem de estruturas efêmeras. O acesso à praia é dificultado pela existência de talude e pelo acúmulo de escombros. A existência da rampa a nordeste e a implantação do estacionamento a oeste, inibem o acesso ao terreno pelos transeuntes que utilizam a calçada da orla. Além disso, interrompem a ciclovia, fazendo os ciclistas circularem pela calçada sem adentrarem no terreno. A instalação de bancos entre a calçada e o terreno coloca este em situação marginal em relação ao fluxo de pedestres.

Figura 14 - Acesso oeste: Montagem de sequência de fotos mostrando que o estacionamento inibe o acesso de pedestres e ciclistas ao terreno. É flagrado o cruzamento entre carros e transeuntes. (Fotos e eleaboração do autor)

Figura 15 - Acesso nordeste: Estado atual da rampa asfaltada. Interrupção da ciclovia prejudica ligação com o Jardim dos Namorados. (Foto realizada pelo autor, jul./2013)


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Essa marginalização é acentuada pela diferença de nível de 3 metros entre a calçada e a praça. Esse desnível aproxima o terreno à cota da praia e, agregado ao avanço em direção ao mar, favorece o uso contemplativo do espaço à medida que se afasta da rua. Configura-se, então, no limite do terreno com a praia, um espaço agradável, longe do barulho da rua e propício à contemplação da paisagem, sendo utilizado principalmente por funcionários do comércio local e estudantes. Contudo, esse uso não é potencializado devido à falta de manutenção periódica que atribui ao espaço um aspecto de abandono. Encontram-se, ainda, também no limite do terreno com a praia, duas barracas implantadas posteriormente à inauguração da praça. No entanto, elas estão quase sempre fechadas, pois não lhes proveram estrutura adequada para seu funcionamento, não existindo nem acesso pavimentado a elas, deixando-as ilhadas no gramado. Em contrapartida, Kombis se acumulam no estacionamento, exercendo a função de barraca de praia.

Figura 16 - Panorama geral mostrando barracas de praia mal estruturadas e sem acesso pavimentado. O muro alto e a condição do gramado conformam um espaço inóspito. (Foto: Joaquim de Oliveira)


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A alguns metros a oeste do Clube, se localizava a Associação dos Pescadores da Pituba, implantada abaixo do nível da calçada, tendo relação direta com a praia. Com a construção da praça, a associação foi transferida para uma barraca próxima ao estacionamento, em cota mais elevada, fazendo-se necessário construir uma rampa de acesso à areia. Por falta de instalações adequadas, o tratamento dos peixes é feito em uma mesa colocada na rampa. A transformação da área do Clube Português em espaço público foi uma solução imediatista e provisória por parte da prefeitura, resultando na execução de um espaço sem qualidade. No processo de formulação da Praça Wilson Lins, não foi considerada a sua posição enquanto parte da Orla Atlântica nem sua contextualização no entorno imediato. Dessa forma, o terreno adota uma postura marginal em relação à cidade, ao tempo em que não se qualifica enquanto espaço natural.


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Figuras 17 e 18 - Limite entre o terreno e a praia é marcado por entulho da pista automobilística infantil. (Fotos realizadas pelo autor, mai./2012)

Figura 19 - Panorama geral mostrando a separação do terreno com a calçada, bem como a apropriação na beira do estacionamento com a praia. (Foto: Joaquim de Oliveira)


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Figura 20 - A extremidade do terreno mais afastada da rua atrai as pessoas que buscam um lugar tranquilo. (Foto realizada pelo autor, jul./2013)

Figura 21 - A Associação de Pescadores da Pituba é ligada à praia pela rampa íngrime onde é realizada a limpeza dos peixes em em mesa improvisada. (Foto realizada pelo autor, jul./2013)


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PROJETO O projeto surge como resposta ao estado atual do terreno do Clube Português a partir da análise da praça ali instalada e do contexto urbano e histórico em que ela está inserida. Objetiva a consolidação do terreno como espaço integrante da Orla Atlântica de Salvador, entendida como parque urbano litorâneo, assim como a inserção dele na dinâmica urbana local, partindo do entendimento do terreno como um espaço situado entre o urbano e o natural. Para tanto, descarta o traçado da Praça Wilson Lins em busca de uma nova abordagem para o espaço. Esta propõe um desenho arquitetônico que relacione o terreno com a orla e o tecido urbano circundante, bem como uma seleção programática associada tanto ao cotidiano urbano quanto ao lazer a beira-mar, cuja implantação explore a relação entre a cidade e a praia. Após estudo mais apurado do entorno, a reformulação da Praça Nossa Senhora da Luz foi incluída no escopo do projeto devido à proximidade dos dois espaços públicos que incita a integração dos mesmos. Foi necessário, para essa integração ocorrer, alterar a parte da Av. Otávio Mangabeira correspondente ao trecho que passa pela Pça. N. Sra. da Luz. Isso levou à ampliação da área entre a avenida e a praia, estendendo o terreno do clube para o alinhamento com a praça. Essa ligação com a praça se mostrou vantajosa, uma vez que aproxima o terreno à Av. Manoel Dias da Silva.


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Figura 22 - Área de intervenção.

PRAÇA N. SRA. DA LUZ

TERRENO DO ANTIGO CLUBE PORTUGUÊS

Figura 23 - Esquema comparativo da relação entre o terreno e a Praça N. Sra. da Luz. A alteração na Otávio Mangabeira permite aproximação do terreno com a Manoel Dias pela Praça

SITUAÇÃO ATUAL

SITUAÇÃO PROPOSTA


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PROCESSO O processo de aproximação ao terreno e a problemática resultaram em diferentes abordagens. Foram experimentadas diversas maneiras de apropriação territorial, objetivando sempre a reintegração do terreno na cidade. A princípio, se pensou em trazer o tecido urbano para dentro do terreno, constituindo novas quadras. Por se manterem na cota da calçada que dá acesso ao terreno, as ‘ruas’, ao penetrarem no mesmo, teriam uma dupla função ao servirem tanto de passarela para pedestres e ciclistas, como de marquise para os usuários do parque. As ‘quadras’ seriam bolsões gramados, limitando a construção de equipamentos sob a marquise/passarela. Essa ideia foi abandonada por gerar uma segregação de atividades que seria desinteressante a proposta e por delimitar expressivamente a fronteira do terreno com a praia.

Figura 24 - Maquete de Estudo 1. Vista de topo das quadras invertidas. Foi cogitado, nesse período a ligação com o Jd. dos Namorados sobre o mar, formando piscinas ao longo do percurso.


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Dessa forma, optou-se por apenas pontuar o ritmo da malha urbana dentro do terreno. Essa relação foi experimentada em algumas escalas. Examinou-se, então, a instalação de pequenas unidades no alinhamento das vias transversais ao terreno; de barras nesse mesmo alinhamento; e de grandes placas relacionadas à largura das quadras do entorno. Desses estudos, optou-se pela solução das barras, por resultar numa implantação mais coerente com tema desenvolvido. Essa opção remetia à ideia original de adentrar o tecido urbano no terreno, só que de uma maneira mais branda, e se aproximava da ideia que se desenvolvia em paralelo de trabalhar o caráter intermediário entre urbano e natural do terreno.

Figura 25 - Maquete de Estudo 2. As pequenas unidades não estabelecem a ideia de conjunto esperada.

Figura 26 - Maquete de Estudo 1. Protótipo das quadras invertidas. A ideia era criar uma grande marquise/ passarela que remetesse ao tecido urbano da região.


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Figura 27 - Maquete de Estudo 3. As barras marcam o ritmo da malha urbana com uma proporção de cheios e vazios mais adequada à prosposta de intervenção.

Figura 28 - Maquete de Estudo 4. A massa construída exagerada das placas comprime o terreno.

Figura 29 - Maquete de Estudo 4. Os acessos ao terreno entre as placas seriam demasiadamente estreitos.


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ENTRE O URBANO E O NATURAL A já observada caracterização do terreno enquanto saliência da orla o configura como uma porção de terra entre a via de borda e a praia, ou seja, entre o urbano e o natural. Assim, o terreno, ao tempo em que margeia a cidade e praia, tem o potencial de convergir elementos de ambos. Esse potencial é reforçado pelo fato do terreno estar situado em cota intermediária entre a pista e a faixa de areia. Torna-se, então, importante trabalhar essa relação de níveis. Em paralelo, o posicionamento marginal do terreno em relação à cidade provoca uma barreira sensorial que inibe seu uso. Nota-se, com isso, que o terreno se encontra desarticulado de seu entorno, solto do contexto urbano, levando à necessidade de ancorar o terreno no tecido urbano. Com isso em mente, é proposta a implantação de “píeres” que adentram o terreno, estendendo a malha urbana sobre ele. Em contraponto, os espaços entre os píeres se tornam largos acessos ao terreno. Dessa forma, cria-se uma ambiência onde os volumes saem da terra, da cidade, em busca do mar, tornando sútil a presença do construído à medida que se aproxima da praia. Esta, por sua vez, também deve adentrar no terreno, integrando-o à paisagem natural. Assim, imaginouse que a faixa de areia deveria subir até a cota do terreno, conformando um espaço continuo à praia.


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Figura 30 - Esquema em planta mostrando a ancoragem no tecido urbano e a quebra da fronteira rígida com a praia. O terreno integra o urbano e o natural

Figura 31 - Esquema em corte mostrando a cisão da barreira entre rua e terreno em dois momentos: o “píer” ao nível da rua e o acesso ao terreno com uma inclinação suave.

Figura 32 - Croqui. O volume do píer se destaca gradualmente a medida em que se adentra no terreno.


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DESENVOLVIMENTO A compreensão do terreno como parte da Orla Atlântica de Salvador é fundamental para o desenvolvimento do projeto. Dessa forma, intenta trazer o fluxo de pedestres e ciclistas, atualmente marginal, para dentro do terreno. Para tanto, se faz necessário deslocar o estacionamento da extremidade oeste, implantando-o ao longo da via, sob a calçada.

Figura 33 - Esquema da situação atual do estacionamento e do fluxo de pedestres e ciclistas. estacionamento atual fluxo atual de pedestres e ciclistas.

Figura 34 - Esquema da proposta para o estacionamento e o fluxo de pedestres e ciclistas. estacionamento proposto fluxo proposto de pedestres e ciclistas.


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O acesso da calçada ao terreno se dará por escadas e rampas o acesso do estacionamento ao terreno ocorrerá pelos píeres. Embaixo deles, serão implantados equipamentos de uso cotidiano pelos moradores e frequentadores do bairro, servindo a toda a cidade. Esses equipamentos devem se relacionar ao dia-a-dia urbano deixando os equipamentos voltados ao refúgio da cidade na extremidade do terreno com a praia, acompanhando a nova via pedonal.

Figura 35 - Esquema da distribuição do programa. Os equipamentos são implantados em 2 eixos: tranversal, em alinhamento com as ruas do entorno, e longitudinal, acompanhando o percurso proposto para programa fluxo proposto de pedestres e ciclistas.


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O programa foi definido a partir da observação do entorno e região a fim de relacionar os usos predominantes do bairro com as potencialidades do terreno. Parte do entendimento de que o espaço público deve abarcar uma gama diversificada de equipamentos, se configurando como um espaço multifuncional. Busca-se com isso, o fortalecimento do espaço urbano através do aumento da variedade de usuários assim como do período de uso. Dessa forma, foi determinada a implantação, sob os píeres, de um restaurante, um espaço de oficinas recreativas voltada para o público infantil e um centro digital. Este último se desenvolve lateralmente ao estacionamento, em ambiente protegido da salinidade, ocorrendo sob o píer a sessão de consulta de periódicos, bem como o acesso principal à parte climatizada do centro. Ao longo da praia, foram instalados equipamentos de recreação infantil e de ginástica, chuveiros, bicicletário, barracas de praia, lanchonete e stand de aluguel de bicicletas e de apoio aos ciclistas. Figura 36 - Simulação virtual da prosposta. Vista do centro digital a partir da escadaria.


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A escolha do centro digital e da oficina infantil se deu não somente por resultar, em conjunto com os demais equipamentos, numa seleção programática polivalente. Seria interessante à proposta, uma vez que busca inserir o terreno na dinâmica urbana, que fração do programa não fosse simplesmente passiva a receber os usuários, mas sim que interferisse de forma ativa no funcionamento do espaço público. Entende-se que um equipamento que promova atividades regulares seja capaz de dinamizar o espaço no qual se insere. Assume com isso a necessidade do centro digital servir não apenas como espaço para o ócio educativo, mas também como espaço de atividades extracurriculares em associação às escolas da região, além de promover festivais e sessões ao ar livre periodicamente e trabalhos de inclusão digital. Caberia ao espaço das oficinas realizar gincanas educativas e estimular o uso do espaço aberto para atividades recreativas.

Figura 37 - Simulação da entrada do centro digital. Espaço de periódicos sob o píer.


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4

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LEGENDA 1 - controle 2 - espaรงo para oficinas 3 - parede de escalada 4 - sanitรกrio

PLANTA Pร ER 1 | 1:250 5 - caixa estacionamento 6 - adm. oficinas 7 - depรณsito oficinas 8 - estacionamento

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2

2

1

A

LEGENDA 1 - controle 2 - periódicos 3 - salão interno 4 - sanitário

PLANTA PÍER 2 | 1:250 5 - caixa estacionamento 6 - adm. estacionamento 7 - estacionamento

0 1

3

8m


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"

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CONTROLE SALA DE PROJE ÁO ADM CENTRO DIGITAL SALA DE SERVIDORES

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O restaurante é implantado de forma a possibilitar uma vista mais ampla da paisagem. Sua implantação no píer busca relacioná-lo diretamente com o espaço público ao fazer o acesso pela ponta do píer, voltado para o parque. Essa postura é uma resposta à implantação dos restaurantes em espaços como o Jardim dos Namorados ou o Parque Costa Azul, onde esses equipamentos ficam a parte do espaço público em que estão inseridos. A implantação de um bar próximo à praia (solto do píer, mas seguindo seu alinhamento) reforça a relação do restaurante com o espaço aberto. O abastecimento da cozinha ocorre por monta carga assim como a retirada de lixo. Dessa forma, foi criada uma baia na Av. Otávio Mangabeira para carga e descarga.

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CORTE CC | 1:250


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6 9

9

10

5

2

1

C

LEGENDA 1 - salão externo 2 - salão interno 3 - sanitário 4 - cocção 5 - lavagem 6 - pre preparo

PLANTA PÍER 3 | 1:250 7 - estoquista 8 - controle 9 - monta carga 10 - D.M.L. 11- vestiário 12- estar func.

13 - depósito 14 - cam. fria 15 - adm. 16 - caixa est. 17 - estacionamento

0 1

3

8m


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Os quiosques foram pensados como módulos que remetessem a linguagem dos píeres. Foi escolhida a técnica do concreto armado para a construção deles. Para tanto deve ser utilizado tratamento impermeabilizante no concreto (Radcon #7) e armadura em aço galvanizado, evitando a infiltração da salinidade pelo material poroso e a corrosão dos vergalhões. Foram pensados de forma a possibilitar a ventilação cruzada a fim de garantir o conforto térmico dentro deles.

Figura 38 - Imagem do quiosque proposto.

Figura 39 - Simulação da proposta. A praia adentrando o terreno. Quiosques e píeres ao fundo.


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É proposto um novo edifício para a associação de pescadores que possibilite a relação direta com a praia e a calçada. A área com balcão para venda dos peixes se encontra voltada para o fluxo de pedestre, em cota elevada em relação ao restante do programa da associação. Dessa forma, a área de lavagem dos peixes, sanitário e estar dos pescadores ficam mais próximos à faixa de areia do que ao passeio. A integração dessas cotas é feita por duas escadas com funções distintas. A primeira, interna à área do balcão, é de acesso restrito aos pescadores, sendo menor que a segunda, de 6m de largura, que liga diretamente a calçada à praia e é de uso público.

Figuras 40 e 41 Simulação da proposta para a nova sede da associação. Vista da calçada e da praia, respectivamente.

1

2

3

4 5

PLANTA PESCADORES | 1:250

LEGENDA 1 - lavagem 2 - sanitário 3 - balcão

4 - apoio 5 - varanda

0 1

3

8m


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A reformulação da Praça N. Sra. da Luz parte da análise de seu desenho atual. Seu cerramento com gradil inibe o uso da praça a partir do momento que a separa da calçada. Provoca, com isso, um fluxo de pedestres periférico que é ressaltado pela elevação circular no centro da praça que barra a visão de um lado ao outro. Assim, o primeiro ato de intervenção é a retirada do morro e do gradil.

Figura 42 - Vista do ponto de ônibus atrás do gradil. (Foto realizada pelo autor, jul./2013)

Figura 43 - Foto mostrando a proximidade do parque infantil com via arterial. (Foto realizada pelo autor, jul./2013)


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O segundo é reforçar a relação da praça com igreja da qual seu nome provem. A localização da igreja na esquina da quadra, sendo sua lateral exposta à Manoel Dias, dificulta a relação com a praça. Assim, mostrou-se necessário que a intervenção precisaria de um desenho forte que marque o eixo da igreja no espaço público. Esse eixo foi evidenciado com uma diferenciação da pavimentação e na implantação de canteiros, árvores e quiosques (estes de forma simples e estrutura leve) que orientassem à perspectiva da igreja.

Figura 44 - Simulação da proposta para a praça. Banca de revista na lateral do eixo da Igreja.

Na reformulação da praça, foram distribuídos quiosques com lanchonetes, sanitário, banca de revista, módulo policial e acesso à estação elevatória situada no subsolo. Foi considerado um espaço com mesas, sombreado com pérgulas, no intuito de incentivar a apropriação pelos adeptos de jogos como dominó e damas. Foi ainda modificado o local do parque infantil, que atualmente se encontra na esquina da Otávio Mangabeira com a Rua Pernambuco, para a proximidade da igreja, em local mais recluso do fluxo de automóveis.


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REFERÊNCIAS DE PROJETO As decisões projetuais foram embasadas no conhecimento técnico e teórico adquirido durante a graduação e no acúmulo de referências arquitetônicas ao longo desse período. Todavia, é possível destacar alguns projetos arquitetônicos e equipamentos urbanos ao qual esta proposta faz alusão. A decisão de trabalhar a marcação do ritmo urbano no terreno foi influenciada pela distribuição cartesiana dos equipamentos de apoio (folies), do Parc de la Villette, em Paris. No projeto do arquiteto Bernard Tschumi, com a adoção de uma linguagem arquitetônica comum para esses equipamentos e o ritmo fortemente marcado com que foram distribuídos, foi possível garantir a unidade do parque. Além disso, a distribuição do programa nessas folies, permitiu uma melhor apropriação do do espaço público. A solução de alocar o estacionamento ao longo da via, sob a calçada ampliada, veio do projeto de Reconversão da Faixa Marginal de Matosinhos Sul, do arquiteto Eduardo Souto de Moura. O projeto contemplava, ainda, a instalação de equipamentos de mesma linguagem arquitetônica ao longo do calçadão. O modelo de centro digital incluído no programa da proposta foi inspirado no Forum des Images, em Paris. A videoteca parisiense possui acervo de mais de 7.150 filmes digitalizados que são distribuídos via rede aos terminais de visualização. Seu uso é controlado através de cadastro prévio dos usuários, existindo horários pagos e gratuitos para a consulta do acervo.


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Figura 45 - Esquema conceitual do Parc de la villette. A explosão e ordenação em grelha do programa distribui equipamentos pelo parque. (Fonte: www.archdaily. com)

Figura 46 - Foto do Forum des Images. Terminais de consulta ao acervo digital. (Fonte: www.new-parisile-de-france.co.uk)

Figuras 47 e 48 - Acesso ao estacionamento e vista geral, respectivamente, da orla de Matosinhos. (Fonte: www. publicspace.org)


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Adriano Bittencourt. O espaço em movimento: a dinâmica da Pituba no século XX. Salvador: EDUFBA, 2005. CAVALCANTE, Marília (org.); OLMOS, Susana (org.). Olhares sobre a paisagem. Salvador: EDUFBA, 2008. ROGERS, Richards; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. barcelona: Gustavo Gili, 2001. SAMPAIO, Antonio Heliodório Lima. 10 necessárias falas: cidade, arquitetura e urbanismo. Salvador: EDUFBA, 2010. SILVA, Liliane de Araújo - dissertaçao de mestrado ppg-au De Paisagem a cenário: A construção atual da orla marítima de Salvador: Universidade federal da Bahia, Faculdade de Arquitetura, 2002. Continua impasse entre Conder e ocupantes do clube Português. Jornal A Tarrde, 13, ago. 2007. Disponível em: <http://atarde.uol.com.br/noticias/778941> Acessado em 06.10.12 Barracas são excluídas de reforma da orla. Jornal A Tarrde, 03, mar. 2013. Disponível em: <http://atarde.uol.com.br/ bahia/salvador/materias/1488020-barracas-sao-excluidas-dereforma-da-orla> Acessado em 12.08.13 Urbanismo - Sobram projetos, faltam soluções. CREA-BA, 01, abr. 2006. Disponível em: <http://www.creaba.org.br/ Artigo/110/Urbanismo--Sobram-projetos-faltam-solucoes. aspx> Acessado em 12.08.13


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