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NEUROCIÊNCIA

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BORBOLETAS DA ALMA

BORBOLETAS DA ALMA

No século XIX, quando o detalhamento do sistema nervoso se desenvolveu, os cientistas tinham que ser verdadeiros artistas para comunicar suas observações, feitas em sua maioria por meio de microscópicos. As imagens anatômicas dos neuronios eram feitas pelos próprios neurociêntistas, o que resultava em um válido “pretexto” para o desenvolvimento de suas habilidades artísticas. A microfotografia ainda não era uma técnica desenvolvida.

Os cientistas, certamente, não desenhavam tudo o que viam, mas anotavam suas investigações, ilustrando somente os elementos que pensavam ser importantes para aquilo que queriam descrever em suas pesquisas. Como estas ilustrações eram ditadas pela interpretação de cada cientistas, não eram reconhecidas como um documento totalmente aceitável para a ciência. No entanto, constitui um material riquíssimo para pesquisa artística.

Conhecida como a era de ouro para a criatividade artística da neurociência, esta fascinante época da história, entre 1859 e 1932, encontra-se representada nas imagens do livro Cajal’s Butterflies of the Soul: science and art de Javier DeFelipe. Nele, podemos ver uma pequena amostra de 399 desenhos, entre os milhares de desenhos produzidos durante este período, feitos por cientistas/artistas, para comunicarem as bases do funcionamento do sistema nervoso.

Fragmentos Da Minha Realidade

A pesquisa de Sônia Paiva se desdobra em quatro eixos. O primeiro, cria os elementos narrativos, multifacetados, hipermidiáticos e errantes. São os suportes para encaminhar o observador-sujeito através do labirinto de ideias que é a existência humana. O segundo, o desenvolvimento dos meios para a materialização das ideias, faz parte dos processos de composição das narrativas errantes. Neste eixo, estão os patchworks, as costuras, os bordados os desenhos. O terceiro, redefine o segundo por meio da tecnologia digital. A artista se apropria de sua produção e, a partir dela, transforma telas de patchwork em estampas digitais que ao serem recombinadas serão plotadas em tecidos e decalques criando novas imagens. O quarto eixo, a arte volante, surge como forma de dar à luz um produto acabado, pronto para ir para casa e ocupar um lugar na prateleira, ganhando uma nova forma de vida. Na obra de Sônia Paiva é possível encontrar imagens de neurônios, labirintos, mandalas, mulheres deitadas ao sol e textos que se contrapõem e se complementam, criando estímulos que levam novas formas de observação do meio. O processo tecnológico traz a artista para perto do universo racional. Ambos, parte de uma tentativa de recriar o momento de uma sinapse, quando as células nervosas emitem e recebem estímulos de e para outras células, gerando uma comunicação entre elas ou a transmissão de ideias e sensações com velocidade de processamento infinitamente mais rápidas que a de um computador de última geração. “Assim, as redes de conexões de internet, o cérebro, a cidade e a criação – pictórica, literária e musical – são os labirintos que percorremos para entender as relações interpessoais, essas estruturas se transformam em laboratórios para que os outros nos percorram”, completa..

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