Som no ar

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CARTA DO EDITOR A INDÚSTRIA CULTURAL É UM ARTEFATO A indústria cultural é um artefato construído pelo mercado onde o artista e sua obra são subordinados a certas determinações da esfera econômica para, então, ver definido identidade e alcance do seu fazer artístico. Isso pode ser trágico! É por isso que o compositor, por exemplo, deve conhecer não apenas sobre como construir uma boa música, mas, também, sobre como o mercado se comporta. Distinguir música de mercado é muito importante na hora de falar sobre identidade artística – assunto já manjado – mas não pode ficar só nisso; deve-se saber alguma coisa sobre “nicho”, “público alvo”, “circuito cultural”, “comunicação”, “prateleiras”. Logo o artista informado vai perceber algo curioso: assim como o compositor determina se toca uma sétima maior naquele acorde ou não, o mercado tem o poder de alterar o artefato “indústria cultural” fazendo-lhe receber ou perder elementos que julga fundamentais para sua continuação. Com todo respeito aos donos de gravadora, contratantes, presidentes de emissora de TV, rádios, revistas, jornais, blogs e qualquer outro tipo de veículo de comunicação, vocês precisam chamar os artistas para um cafezinho.

Certamente, vocês vão se surpreender com a capacidade do papo transpor as fronteiras estéticas e chegar no campo antes dominado por executivos. Esse diálogo tornará nossa indústria cultural ainda mais rica em todos os sentidos.

Marcos Almeida Redator Chefe


FICHA TÉCNICA ANO 1 // OUTUBRO_13 Direção Amanda Bonfim

Editor Chefe Lucas Amador

Redatores

Fernanda Maleski Isabela Ribeiro Lua Kovacs Thalita Cavalin

FOTO DE CAPA

Design:

Arnaldo Beloto

Grampá

Revisão de Texto Google Gerente Alexandre Spiacci

CIRCULAÇÃO NACIONAL


ÍNDICE 6 - News 10 - Shows 13 - Entrevista 18- Trilha sonora 21- Videoclipe 23- Indicações de banda 25- Lançamentos


NEWS

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SHAPE E TÊNIS POR TORO Y MO I

Fotos por Paula Sales

Matéria por Mauriny Sena

Além de fazer música boa, Toro y Moi também é fã de skate. E le p ratica o esporte d esde os 1 0 anos e tinha deixado u m pouco d e lado o s kate para focar e m sua música. Mas agora ele volta ao skate customizando um par de tênis próprios para o esporte e um shape também. Os tênis são uma parceria de Toro y Moi com a marca Vans e devem estar à venda até o final de novembro. O shape customizado, que você confere logo abaixo, é uma parceria do músico com a loja de skate Alien Workshop. O desenho do skatista foi feito pelo próprio Toro y Moi, que vai l ançar o s hape d ia 1 5 de outubro em l ojas de skate dos Estados Unidos. q


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BANDA CURITIBANA ESPERANZA, EX-SABO NETES, ESTREIA COM ‘S EGUNDO ÁLBUM’ "Ele tem essa pegada de texturas, de criar nuances. Kassin gravou Caetano e Los Hermanos", afirma Guedes. A banda alugou um sítio, sem internet nem telefone, e ficou compondo e tocando. Ao ouvir esse material, o produtor sugeriu que gravassem "ao vivo" no estúdio, com o grupo todo tocando junto. "E foi assim: um, dois, três, quatro e vai! Tem músicas que a gente fez em um take só. A faixa que mais vezes a gente gravou foi em quatro takes. E quase sempre o que valeu f oi o primeiro", r ecorda R oman, empolgado.

"O primeiro disco foi uma reunião de músicas c ompostas durante c inco anos, tem coisa ali que fizemos ainda adolescentes. O segundo foi concebido com calma", diz Roman.

A banda acredita que a p rincipal ligação e ntre o s dois á lbuns s ão a s letras espertas, todas em português. O baixista João Davi se entusiasma. "Eu n ão gravei o primeiro d isco. Quem t ocou f oi o Rodrigo Lemos, q Bonita da Cidade. E da Banda Mais eu d igo que o m aior f ã desses t rês caras sou eu. A força deles está nas letras, cara!". q

Matéria por Fábio Braga

Houve chiadeira, mas, segundo a banda, a coisa sossegou quando eles ouviram as novas músicas. O que teria mudado tanto? O Sabonetes era r ock mais u rgente, coisa d e banda n ova querendo m ostrar sua cara. O Esperanza tem músicas mais complexas, a lgumas c om v isível inspiração nos Beatles.

Fotos por Gabriel Franco

"Esperanza", o d isco, também é o primeiro trabalho de Esperanza, a banda. Pois é, o Sabonetes mudou de nome e foi de uma maneira insólita. "Nesses três anos, nossa música virou outra c oisa", explica o baterista Alexandre Guedes. A m udança de nome foi decidida numa tarde, segundo o v ocalista e g uitarrista Artur Roman, que explica a origem do nome: "Esperanza veio muito natural. Nossa v ida é isso, é a esperança d e que as coisas aconteçam". Os f ãs s ouberam d a mudança antes que o disco novo saísse.

Ele conta que a mistura de músicas do Sabonetes e d o Esperanza nos shows causa estranheza nos próprios músicos. "A gente gosta do repertório do primeiro disco, mas é diferente. Quando tocamos ao vivo, até parece cover."


NEWS

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PRODUTOR DO S STROKES PRODUZIRÁ A BANDA CURITIBANA AUDAC

Foto por Gabriel Franco

Matéria por Gabriel Franco

Gordon Raphael, v ocê sabe, não descobriu nada. Ele só estava na hora certa no l ugar c erto. T anto l á em Nova Y ork em 2000/2001 como em Florianópolis e m 2013. “ Quando o americano Gordon Raphael me interpelou n o Facebook p erguntando s e eu tinha ouvido o d isco novo da Audac, banda de Curitiba, achei que tinha algo estranho nessa abordagem. Raphael é o produtor do primeiro EP da banda nova-iorquina Strokes, lá no começo do ano 2000, e logo na sequência assinou também a produção do extrafamoso primeiro á lbum do grupo, “Is This It”. Ele carrega consigo a responsabilidade c onjunta de à época ter mudado de alguma forma a cena roqueira e a música indie que é ouvida até hoje.A pergunta sobre a Audac não tinha que ser de mim para ele? A real é q ue R aphael e steve a lguns dias no Brasil em julho, para participar de um workshop no estúdio Ouié Tohosound, e m Florianópolis, a convite de uma rapaziada que recebe bandas novas brasileiras e argentinas para gravações e i ntercâmbios s onoros.

“Você não bota fé, masessa história de “novoscuritibanos”

não é bafo. Eis acima o Audac sendoproduzido por G ordon Raphael, à direita, o cara que produziu os primeiros Strokes.

trabalhar. A ele foram mostradas cinco. Ele escolheu a Audac. Grupo d o novo rock d e Curitiba, a Audac é f ormada por duas garotas, Alyssa Aquino (vocal e sintetizadores) O produtor, que estava na Argentina, e Debora Salomão ( baixo e vocal), desviou sua rota a convite do estúdio mais o guitarrista Alessandro Oliveira, brasileiro para, entre outras coisas, ex-Copacabana Club, e Pablo Busetti, baterista. escolher uma banda brasileira para

À custa de um bom EP lançado no ano passado, “ Bunker”, e n o calor de u ma c erta ebulição d a música nova curitibana, a Audac conseguiu um c rédito i ndie na b logosfera e ainda f azer a qlguns s hows fora do Paraná com sua música que é o mais perto que uma banda de rock pode chegar de uma viagem trip hop.


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“Compostopor 8 faixas,

Quando Gordon Raphael botou seus ouvidos na Audac pela primeira vez, achou u ma t alentosa banda de u m som mais a tmosférico, voltado à eletrônica. Escolheu o s curitibanos. Mas calhou d e vê-los t ocarem e m um bar de Florianópolis, poucos dias antes de gravarem no Tohosound, e achou que a o vivo a b anda tinha uma importante guitarra e u ma levada mais r ock. Encantou-se c om a Audac. E m udou os p lanos que tinha para ela, no estúdio. O resultado d esse e ncontro d a Audac de C uritiba com o primeiro produtor que botou a s mãos nos primeiros trabalhos dos S trokes ( o segundo álbum, “Room on Fire”,

também t em s ua a ssinatura) acaba de s er l ançado n a internet, para venda n o iTunes e a udição n o Soundcloud e n o site d a banda. O disco é bem bom.

Composto por 8 f aixas, o álbum desfila r eferências que vão d e trip hop a té o r ock alternativo norte-americano. O u so dos s ynths e do vocal p or vezes e téreo s e recusa a cair n a mesmice do d ream pop, principalmente apoiado p ela agressividade da guitarra com todos seus efeitos e a bateria espancada. O baixo confere peso e profundidade, quando não assume a liderança em linhas mais introspectivas.

O álbum de estreia do grupo brasileiro, homônimo, tem sete músicas, uma dela uma faixa de 37 segundos de i ntrodução. Não está previsto o lançamento dele em CD. Já a versão em vinil chega em até dois meses. Segundo o h omem que m oldou as primeiras músicas dos Strokes, músi- Resumir o som do AUDAC em uma cas como “Brian May Coin” e “Dark palavra, n ão poderia ser outra que Side,” do A udac, são canções que não: INTENSO. q poderiam muito b em t ocar nas rádios dos EUA e Europa.”

Capa e foto dos integrantes no novo disco da banda Audac

o álbum desfila referências que vão de trip hop até o rock alternativo dos U EA.


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SHOWS E EVENTOS Plebe Rude

Test Drive comemora 4 anos 3

Plebe Rude é uma banda brasileira de rock, formada em Brasília. Seus temas apontam para as incertezas políticas do país desde os estertores da ditadura até a atualidade e para o comportamento do ser humano em meio às dificuldades da vida. Local: Sociedade Abranches Endereço: R: Mateus Leme, 5932 Data: 24/10/2013

Nas Trilhas de Atlanta Espetáculos inovadores unem música e cinema brasileiros, na Caixa Cultural de Curitiba Nas trilhas da Atlântida” apresentará uma série de shows musicais em homenagem à Companhia Atlântida Cinematográfica Brasileira, que teve seu apogeu na década de 1950. As cantoras Maria Alcina e Vânia Bastos, dirigidas pelo cantor, pianista e arranjador Marco Bernardo, acompanhados por conjunto instrumental, apresentarão os grandes sucessos musicais dos filmes da Atlântida, interagindo com os filmes projetados ao fundo do palco. Caixa Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro Dias 30 de outubro a 2 de novembro

Em comemoração aos 4 anos de carreira, a banda de Cambé – PR, Test Drive, faz show no dia 13 de outubro, domingo, no Hangar Music Hall, a partir das 18h. Durante a noite a banda gravará um videoclipe, com imagens do show e bastidores, que será lançado ainda este ano. Data: 13/10/13 Horário: 18h Local: Hangar Music Hall Alameda Dr. Muricy, 1091, Centro

Circuito Banco do Brasil 2013 em Curitiba A primeira edição do Circuito Banco do Brasil, evento que vai reunir música, arte, cultura e esporte nos quatro cantos do país, desembarca em Curitiba. 12 de outubro de 2013 (Sábado) Local: Bioparque (Av. Senador Salgado Filho, 7636) Horários: abertura dos portões – 14h www.circuitobancodobrasil.com.br


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Elvis Presley in Concert

Rafael Castro lançando seu disco “Lembra?”

Com nove registros, entre EPs e discos digitais, em seu HD autoral, Rafael Castro, compositor de Lençóis Paulista, cidade do interior de São Paulo, lança seu primeiro álbum, “Lembra?”. Com heranças sonoras autorais bem costuradas, as 14 faixas inéditas representam o amadurecimento da obra do compositor de 26 anos. Data: 17 de outubro 2013 – sábado – 20h30 Local: Teatro Paiol Endereço: Praça Guido Viaro s/n Um dos grandes sucessos de público na temporada de shows de 2012 está de volta aos palcos nacionais: “Elvis Presley in Concert” é uma fenomenal produção que reúne ao vivo no palco vários companheiros da banda de Elvis com uma projeção de última geração do “Rei do Rock“. A energia e os principais hits de Elvis, cantados pelo público como se o próprio ocupasse o palco. Quando: 30 de outubro de 2013 (Quarta-feira) Local: Expo Unimed Curitiba (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300) Horários: abertura do foyer – 19hs / Início do show: 20h30

Humberto Gessinger em show exclusivo Humberto Gessinger é vocalista, baixista, pianista, guitarrista e líder da banda Engenheiros do Hawaii, que mais recentemente, ao lado do guitarrista Duca Leindecker, trabalhou no projeto Pouca Vogal. Local: Teatro Positivo – Grande Auditório Endereço: Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 Data: 22/06/2013 21:15hrs

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SHOWS E EVENTOS

NENHUM DE NÓS

A sociedade abranches continua presenteando Curitiba com ótimos shows. Dessa vez teremos a presença da banda “Nenhum de nós”. Nenhum de Nós é uma banda de rock brasileira, fundada em 1986 no estado do Rio Grande do Sul. Em 1988, a música de trabalho do primeiro disco, Camila, Camila torna-se um hit nacional, chegando ao 3 lugar na parada brasileira. Local: Sociedade Abranches Endereço: R: Mateus Leme, 5932 Data: 03/10/2013

O TEATRO MAGICO

O grupo musical, O Teatro Mágico, que está na ativa desde 2003 (iniciaram em Osasco/SP) e que reúne elementos do circo, do teatro, da música, da literatura, da politica e do cancioneiro popular, é muito conhecido aqui em Curitiba e com certeza esse show ficará lotado! O Teatro Mágico, foi criado por Fernando Anitelli, ator, músico e compositor das canções do show. A equipe que o acompanha, foi formada em dezembro de 2003 por amigos e artistas que acreditaram no projeto. Trabalha sem apoio de gravadoras ou campanhas midiáticas, alegando-se independentes. OFICINA G3 Local: Curitiba Master Hall Endereço: R: Itájuba, 143 Oficina G3 é uma banda de rock cristão formada em São Data: 20/10/2013 Paulo, Brasil. Foi fundada por Juninho Afram, Wagner García e Walter Lopes, no fim dos anos 1980. Em atividade desde 1987, passou por vários estilos musicais. Local: CURITIBA MASTER HALL Para mais informaçoes sobre shows e eventos em Endereço: R: Itajuba, 143 Curitiba acesse nosso site www.somnoar.com || Data: 20/10/2013


SIMONAMI texto: Juliana Santos foto: Arnaldo Beloto


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ENTREVISTA A música da Simonami chegou até mim por indicação de um amigo. Já passava da meia-noite, mas mesmo assim resolvi ouvir alguma coisa da banda ainda antes de dormir. Encontrei rapidinho o site e vi que ali mesmo o “Então Morramos”, recém-lançado disco da banda, estava disponível para audição. Acabei ouvindo o disco todo. E fiquei encantada com a sensibilidade, o sentimento que aquelas músicas conseguiam me passar. Conversei um pouco com a Lio, uma das vocalistas da banda, sobre o nome, inspirações, caminhos futuros… Ela falou até de Gabriel García Márquez!

2 – E o nome, como surgiu? Já vi por aí várias grafias, como “Sí, Mon Ami”, “{Si}MonAmi”, “Simonami”… Qual delas é a certa? No meio dessa muvuca de gente tinha um alemão que viu a gente tocando na rua, o Simon. Ele botou uma pilha muito grande na gente pra oficializar isso tudo. E como a maior afinidade acontecia entre nós, resolvemos começar a pensar nisso mais a sério. No primeiro trabalho, em 2011, tínhamos a intenção de compor sempre em português, espanhol e francês. Acabou ficando a brincadeira Simon, ami (Simon, amigo), e/ ou Sí, mon ami (sim, meu amigo). Mas o certo é falar “Símonamí”, com ênfase no primeiro e no último i.

1 – A pergunta mais clichê de todas: o que é a Simonami? Somos amigos. Antes de qualquer coisa somos amigos. Calhou que entre nós acabamos desenvolvendo nossas afinidades e promovendo nossos encontros de amizade com bastante música, arte mesmo. Digo arte porque o forte da fer é a ilustração, além da música. Nós promovíamos encontros dos falidos da nossa trupe. Tinha muita gente que ia junto. A gente se juntava na república onde eu morava, levava violões, fazia paródias, uma festa! Aí o movimento foi acabando quando todo mundo arrumou emprego, ahahahaha.

“A

gente gosta muito da cadência, do som que outra língua que não o português pode produzir. “

“Somos amigos. Antes de qualquer coisa somos amigos. Calhou que entre nós acabamos desenvolvendo nossas afinidades e promovendo nossos encontros de amizade com bastante música, arte mesmo. “

3 – O nome tem esse trocadilho com espanhol e francês, e algumas das músicas de vocês são nessas línguas. O que os leva a compor em outras línguas? A gente gosta muito da cadência, do som que outra língua que não o português pode produzir. Tem coisas que dá mais vontade de dizer em espanhol. Outras que dá vontade de dizer em francês. Fica mais bonito. Pura estética. Tamanho de palavras, número de fonemas, a cara do que a gente quer passar, e o tamanho da nossa fluência na língua determina muita coisa.


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4 – Uma coisa muito legal que percebi é que o vocal não é fixo, e muitas vezes mais de uma pessoa canta na mesma música. Como funciona isso, essa divisão entre as músicas? Todos tocam e cantam? Eu (Lio) só sei cantar, hahahaha. Nenhum dos meninos me deixa pegar no violão. Ah, as músicas nascem muito igual broto de feijão no algodão, sabe? A gente bota lá com água e vai crescendo. As curvas que vai fazer, sabe Deus. Tem essa de altura, tom, quem aguenta cantar o quê, quem faz questão de cantar o quê… tudo é votado, conversado, combinado.

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Basicamente a banda tem 4 vocais: Shan, Jean, eu e a Lay. A Fer toca teclados, escaletas, órgãos, o que tiver teclas. Shan e Jean ficam com guitarras e violões. Ganhamos recentemente a força de um cara amigããão nosso, o Luiz Fernando Diogo, que tá tocando percussão com a gente pra cima e pra baixo. Ele já é agregado. Nos shows muito disso do vocal não importa tanto porque a emoção, a intensidade é tanta que no fim todo mundo canta. Fora do mic, olhando pro chão, pra cima, pra baixo, pra não estragar o arranjo, mas todo mundo fecha o olho e solta o gogó.

“Sin Premura é resultado de uma leitura apaixonada da Lay de “O Amor nos Tempos do Cólera”, incentivada muitíssimo pelo meu amor infinito pelo G. G. Márquez.”

foto: Arnaldo Beloto

“A gente se juntava na república onde eu morava, levava violões, fazia paródias, uma festa! Aí o movimento foi acabando quando todo mundo arrumou emprego, ahahahaha.”


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ENTREVISTA 5 – O disco tem um quê de literatura. As músicas parecem muitas vezes contos cantados de uma forma sutil e muito bonita. De onde pode ter resultado isso? Eu (Lio), a Lay e o Shan somos profundamente viciados em literatura. De Gabriel García Márquez até Camus. “Sin Premura” é resultado de uma leitura apaixonada da Lay de “O Amor nos Tempos do Cólera”, incentivada muitíssimo pelo meu amor infinito pelo G. G. Márquez.

6 – Vinicius Nisi (A Banda Mais Bonita da Cidade) foi o produtor musical do disco recém-lançado. Como foi trabalhar com ele? Agradabilíssimo. O grande problema da produção de arte que a gente tem enfrentado até agora em quase todas as instâncias é o ego do artista engolindo ele inteiro, controlando suas atitudes, seus posicionamentos, suas escolhas. O Nisi não sofre dessa doença. É simples, cuidadoso, empenhado pra caramba, objetivo, franco, sincero demais. Não tem melindre, não tem que fazer jogo, dar voltas com ele. Todo mundo tem uma sede maluca e insaciável por narrativa, por fabulação. A gente tem isso igual a todo mundo. Uma pena muita gente não identificar essa vontade logo de cara e tentar preencher esse desejo de narrativa com televisão e internet. Talvez um dos estandartes implícitos nessa maneira de compor seja isso. Botar uma galera pra ler literatura.

“Nos shows muito disso do vocal não importa tanto porque a emoção, a intensidade é tanta que no fim todo mundo canta. “


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Ele divide o que sabe com uma naturalidade muito grande. Se deu ao trabalho de escutar o que a gente tava escutando, entender o que a gente tava pensando, dividir com a gente um pouco do que a gente sentiu escrevendo. Eu quero muito acreditar que o trabalho no “Então Morramos” foi só um pretexto pra gente costurar as nossas trajetórias.

O Shan tá ouvindo bastante Los Hermanos ultimamente. Nunca foi um grande fã mas de repente apareceu com um monte de vinis dos caras. Também tá ouvindo Owen Pallett. Não posso deixar de falar do Les Discrets senão ele ficaria chateado. A Fer é mais Bat for Lashes, Tegan and Sara… Ela ama bastante de longa data Underoth, P.O.D., Blindside e o que mais vier nesse estilo.

7 – Quais são as suas influências, isto é, o que vocês têm ouvido? Vish. São 5 cabeças com um par de ouvidos cada, hahaha! O que temos ouvido na verdade é por pesquisa ou afinidade. A influência mesmo vem de outros tempos. O que escutamos agora, além de alimentar nossas almas, também ajuda a endossar nosso caminho. Eu tenho escutado bastante Silva, Tiê, Jóvenes y Sexys, Coco Rosie, Phill Veras… Mas em mim mora há tempos a Ella Fitzgerald, maior influência no que eu tenho buscado fazer no grupo. Midlake é a banda da minha vida e Fleet Foxes é a banda que eu queria ser.

“Ah, as músicas nascem muito igual broto de feijão no algodão, sabe? A gente bota lá com água e vai crescendo. As curvas que vai fazer, sabe Deus. “ Jean está ouvindo sempre Rodrigo Amarante, Volcano Choir (e o que mais o Justin Vernon, do Bon Iver, inventar), Sigur Rós, Bombay Bicicle Club, Daft Punk… Ama Siba, mas o amor do coração dele é e sempre será o Cartola e o pessoal dos Originais do Samba. Ele teve uma febre de Listener esses dias.

“Nós produzimos e empresariamos nós mesmos então o ritmo é outro, sabe? Andamos um passinho de cada vez, devagar que é pra não cair. “ 8 – Quais são os próximos planos pra divulgação do disco? Nós produzimos e empresariamos nós mesmos então o ritmo é outro, sabe? Andamos um passinho de cada vez, devagar que é pra não cair. O desejo que a gente tá acalentando ultimamente é de promover pequenas turnês em cidades aqui no Paraná e pros lados do RJ e MG. Tomara que dê tudo certo! Mas o plano em execução agora é botar o planeta pra baixar “Então Morramos” de graça e multiplicar essas canções nos PCs, notes e playlists do planeta! ||

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TRILHA SONORA

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AS 10 TRILHAS SONOR AS M AIS FAMOSA S DO SÉCULO XX 1

Fotos retiradas de How Stuff Works

Matéria por Gabriela Franco

Nos primórdios do cinema, os filmes não tinham trilha sonora – quer d izer, não tinham u ma s onoridade que correspondesse exatamente às i magens exibidas. Os filmes n ão f alavam n em cantavam. O silêncio e ra quebrado, e m alguns casos, p or m úsicos q ue executavam melodias ao vivo, no local de exibição. Com a chegada do s om a o cinema, a s trilhas s onoras começaram a ocupar um lugar de destaque nas produções. 1 - Amor, S ublime Amor (West Side S tory, 1 961) .Entre os dez Oscars que “Amor, Sublime Amor” ganhou, um foi por melhor trilha sonora e outro por melhor som. O filme foi uma bem-sucedida a daptação d e um musical da B roadway. A p rodução s e destacou p ela fabulosa trilha sonora composta por Leonard Bernstein e Stephen Sondheim, que incluía canções c omo “I Feel P retty”, “When You’re a J et”, “ Tonight”, “Maria” e “Stay Cool, Boy”, entre o utras. C anções que v iraram clássicos d a música popular norte-americana.

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2 - South Pacific (1958) . A trilha sonora do filme liderou por 31 semanas as paradas, em 1958, e permaneceu 90 semanas no Top 10. Apesar de ser fraco artisticamente, o filme foi um s ucesso d e bilheteria e s ua t rilha sonora popularizou c anções como “Bloody M ary”, “ There Is Nothing Like a Dame” e “Happy Talk”, entre outras.

3 - Os E mbalos d e Sábado à N oite ( Saturday N ight Fever, 1977) .Graças às aventuras de Tony Manero (John Travolta) com seu terno branco pelas pistas de dança de Nova York, a era “disco” se popularizou no mundo e fez história. A canção “Stayin’ Alive”, dos Bee Gees, virou imediatamente um hit e fez com que a trilha sonora de “Os Embalos de Sábado à Noite”, composta por sucessos dos Bee Gees e outros astros da era disco, como Kool & the Gang, ocupasse o topo das paradas de sucesso por 24 semanas em 1978. A trilha ganhou o prêmio Grammy como álbum do ano.


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4 - Purple Rain ( 1984) . Composta por Prince, as músicas fazem parte d e um dos m elhores d iscos da h istória, segundo as listas das revistas Time e Rolling Stone. Todas as composições são de Prince e foram gravadas com sua banda na época, a The Revolution. O álbum traz vários sucessos que j á são clássicos d o pop-rock c omo a canção-tema “ Purple Rain”, “Let’s G o Crazy” e “When Doves Cry”, entre outras. 5 - O Guarda-Costas (The Bodyguard, 1992) . O filme fez relativo sucesso. Mas graças à grudenta canção romântica “I W ill A lways Love You”, interpretada por W hitney Houston, nós s empre lembraremos de “ O Guarda-Costas”. Há também outras açucaradas canções, do sempre meloso Kenny G, e algumas boas interpretações, como as de Joe Cocker, que contribuíram para a trilha sonora do filme liderar por 20 semanas as paradas de sucesso.

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6 - Feitiço Havaiano (Blue Hawaii, 1961) .“Feitiço Havaiano” f oi u m dos m aiores s ucessos da carreira cinematográfica de E lvis P resley. E como não poderia deixar de ser a trilha sonora do filme, interpretada pelo Rei do Rock, apesar de não ser um repertório de rocks e blues, cativou o público. E m 1961, o á lbum ficou 20 semanas no t opo d a parada e durante 39 entre o s dez primeiros. Um dos destaques do disco é a canção com que Elvis passaria a encerrar seus shows na década de 70: "Can't Help Falling in Love".

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TRILHA SONORA

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7 - Dirty D ancing – Ritmo Quente (Dirty D ancing, 1987) .A h istória d a paixão da garota em férias pelo instrutor de dança teve como carro-chefe a canção “ (I've Had) The T ime of M y Life”, i nterpretada por B ill M edley e Jennifer Warnes. A trilha sonora de “Dirty Dancing” ficou 18 semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso, em 1987, e durante 4 8 semanas, quase um ano, no Top 10.

9 -Titanic (1997) .Leonardo di Caprio e Kate Winslet p rotagonizaram u m dos filmes m ais impressionantes d e todos o s tempos. Um dos componentes i mportantes d esse s ucesso todo f oi a t rilha sonora do filme. A canção-tema “ My H eart W ill Go On”, na voz de Celine Dion, manteve o disco com as músicas de “Titanic” n o topo d as paradas por 16 semanas, em 1998.

8 - Love Me o r Leave M e (1955) .No papel p rincipal está Doris D ay que interpreta várias d as canções q ue foram sucesso n a voz de E tting nos anos 1930. A t rilha sonora do filme ficou durante 17 semanas no primeiro lugar nas paradas d e sucesso e m 1955.

10 - Mary Poppins (1964). Dos cinco Oscars que o musical venceu, um foi por m elhor canção o riginal e o utro por melhor trilha sonora. As músicas de “Mary Poppins” ficaram 14 semanas no topo das paradas de sucesso em 1965. q

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VIDEOCLIPE

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A BANDA MAIS BONITA DA CIDADE NOS BASTIDORES DO CLIPE ORAÇÃO A revelação musical e videoclíptica da semana foi A Banda Mais Bonita da Cidade. O que parece um grande adjetivo é na verdade o nome do grupo curitibano que bombou na internet. Nesta quarta-feira (18), o grupo publicou o vídeo de seis minutos gravado em plano-sequência para a música ‘Oração’(acima). Em pouco tempo, o vídeo chamou atenção do público na internet e teve, até a publicação deste texto, 41,5 mil visualizações no You Tube.

violão, teclado e piano infantil no grupo. Ele nos conta que o vídeo foi gravado numa casa de cem anos, da avó de uma amiga que participa do vídeo. “A gente viajou quase 300 quilômetros para ir até a casa da avó da Ana, onde era a locação, na cidade de Rio Negro-PR, quase na divisa com Santa Catarina. Na véspera da viagem, pensamos em algumas ideias do que fazer, mas sem conhecer a locação. Chegamos ao local, pensamos num dia o que iríamos fazer e no dia seguinte a gente gravou. Foram cinco takes de gravação, mas preferimos o terceiro”, explica. Depois de uma tentativa de gravar o vídeo no Natal - na ocasião teve uma das maiores chuvas do ano em Curitiba - eles conseguiram unir banda, amigos e conhecidos para produzir a gravação. “Num dia a gente passou a tarde tocando a música para as pessoas conhecerem e preparando o vídeo para gravar no dia seguinte”, completa. Matéria por Davi Rocha

Vinicius conta que a captação de som foi toda feita em seis ilhas de áudio e 20 canais em vários computadores espalhados pela casa. “A gente levou todas as aparelhagens técnicas com a ideia mais ou menos

Fotos por Lua Volpi

Na tarde de quinta-feira (19), tentamos falar com o grupo. A produtora nos contou eufórica: “são tantos pedidos de entrevistas e emails que não sabemos quem atender primeiro”. Apenas na tarde desta sexta-feira (20) conseguimos falar com o Vinicius Nisi,


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culo de teatro, com mais ou menos a mesma configuração do jeito que um teatro te oferece”. Depois de tanto sucesso na internet, eles têm datas de shows marcadas para São Paulo, um deles no Studio SP dia 7 de junho. Sobre eles, Vinicius diz que “ainda não deu tempo de pensar nesses shows, ainda não chegaram as fotos dos lugares onde a gente vai tocar”.

pensada”, explica. Toda a mixagem foi feita depois, em estúdio e com cuidado, e por isso levou três meses para colocar o vídeo no ar. No mesmo fim de semana eles ainda gravaram mais dois vídeos, para uma série de três clipes. Os outros são ‘boa pessoa’ e ‘canção para não voltar’. Mas o grupo sabia que ‘Oração’ era o melhor de todos e por isso ficou para ser postado no final. “Foi uma coisa honesta, da galera”, embora eles não esperassem que o vídeo fosse bombar tanto. Sobre tudo o que aconteceu, eles acham lindo: “deu uma coisa boa ver gente que não tem nada a ver com a gente curtindo nosso som, é muito louco”. Mas a banda tem mais além do clipe. Os curitibanos têm mais de dois anos e meio de estrada e com shows pensados especialmente para cada apresentação. “A gente fez poucos shows, porque pensa no lugar do show para fazer de um jeito que seja um espetá-

Muita gente tem comparado a música deles com Beirut, mas Vinicius não tem medo de assumir a semelhança: “tem gente que tem achado pejorativo, não tem como negar e dizer que isso é ruim”. Ele ainda avisa, “não sei se ficou muito boa ou prepotente, tenho sempre medo do que as pessoas podem achar do que eu falar em uma entrevista”. Devia ser falta de hábito em dar uma entrevista. Com isso, eles devem ter se acostumado, vide a quantidade enorme de entrevistas deles num mesmo dia. ||


DICAS DE BANDA

MV BILL INDICA

Indicações de bandas por Mv Bill por Juliana Santos


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DICAS DE BANDAS

MV Bill é um dos rappers mais bem sucedidos do Brasil. Com cinco discos de estúdio e milhões de cópias vendidas em todo país, o carioca deixou o complexo de favelas Cidade de Deus para se tornar uma das grandes referências do gênero, tanto por suas músicas como pelos seus trabalhos sociais. Todos os cantores da nova geração do hip hop veem MV Bill como uma influência. E ninguém melhor do que o criador de músicas como “Soldado do Morro” e “Só Deus Pode me Julgar” para analisar o atual cenário do rap no Brasil, que aos poucos vem deixando de ser um movimento unicamente do underground para ocupar espaços mais privilegiados, seja nas rádios FMs ou até mesmo na trilha sonora das novelas globais. “O Brasil é um país que tem dimensões de um continente. Então, se você for ver, as questões musicais vão se variando, de acordo com cada região do país. É difícil você determinar qual vai ser o ritmo brasileiro que vai identificar o rap nacional. Nos Estados Unidos, por muito tempo, foi uma conexão com o funk, com o soul, com a black music. No Brasil também, mas agora ele está começando a buscar a sua cara”.

RAPadura

“O RAPadura é um cara que é do Ceará, que faz um rap diferenciado por conta das influências dele. Essas influências acabam trazendo uma nova sonoridade, e eu acho que o hip hop precisa muito disso, precisa de uma diversidade. Eu sei que o rap é um gênero único, bem uniforme. Mas são boas essas variações, essas gratas variações”.

“Essas influências acabam trazendo uma nova sonoridade, e eu acho que o hip hop precisa muito disso, precisa de uma diversidade.” Maíra Freitas

“A Maíra Freitas é uma mina, filha do Martinho da Vila, de um terreno sambista, mas que bebeu muito da fonte do jazz. Ela estudou música, é pianista, então ela tem o poder de pegar clássicos do samba, por exemplo, e transformar em versões jazzísticas. Foi assim que eu a conheci, foi assim que eu descobri o trabalho dela”.

“A Maíra Freitas é uma mina, filha do Martinho da Vila.” “O Brasil é um país que tem dimensões de um continente. Então, se você for ver, Amiri as questões musicais vão se variando, “O Amiri é um maluco de São Paulo que faz um trabalho de rap quase teatral. Ele faz vozes e vai imitando de acordo com cada região do país.” E foi para identificar por onde anda o rap brasileiro que pedimos para MV Bill nos dizer quais são as suas três principais apostas:

outras pessoas dentro da música. Nas músicas dele, ele conversa com ele mesmo, à medida que ele faz a voz de um outro personagem. O Amiri é um moleque bem criativo que eu acho que bastante pessoas vão querer conhecer o trabalho dele”. ||


LANÇAMENTOS

facebook.com/Somnoar

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ADREDE, MAYO E SILLVERADO LAMÇAM CD’s EM “TARDES DO ROCK” A Secretaria de Cultura promove no próximo domingo

os grupos do município, independente de ter CD gravado

(28), a partir das 17h, edição especial do projeto Tardes do

ou não, incluindo trabalhos autorais ou só de covers, por

Rock. Durante as apresentações gratuitas, três bandas do

exemplo. Todos são bem-vindos e convido o público a

município lançarão seus CDs: Adrede, Mayo e Sillverado.

prestigiar mais este espetáculo”.

Os shows acontecem em palco montado próximo à Con-

Sobre as bandas

cha Acústica no Parque Ecológico. O evento contará tam-

Adrede

bém com a participação do grupo Fast Falling, que está em fase de pré-produção de seu primeiro EP com músicas

Fundada em 2005, a Adrede investe em um estilo hete-

próprias. Informações podem ser obtidas no telefone (19)

rogêneo, que agrega inspiração advinda de vários nomes

3825-2056.

do cenário musical internacional. Traz em sua formação Anderson Xavier (voz), Michel (voz/guitarra), China (gui-

“O Tardes do Rock surgiu de uma demanda das bandas de

tarra), Guto (baixo), Marcelo (bateria), Dj R3 (pickup´s) e

rock da cidade, que não tinham espaço para se apresentar

Caio Ribeiro (produtor e empresário). No Tardes do Rock

ou, se tinham, era sempre em condições precárias e ama-

especial

doras”, conta Andrelino Jesus da Silva, responsável pelos projetos musicais da Secretaria Municipal de Cultura. “O fomento e a manutenção das diversas formas de manifestações artísticas são a base da atuação da secretaria e fica-

que tem alcance estadual, com bandas de outras cidades que nos procuram para participar. Nesta edição, teremos a satisfação de ver três bandas que venceram o desafio de lançar o primeiro CD, mas o projeto é aberto a todos

Matéria por Adriana Panzini

vido à sua estrutura e organização, hoje é uma iniciativa

Fotos por Lua Volpi

mos felizes em ver a proporção que o Tardes tomou. De-


facebook.com /Somnoar

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lançará o CD “Desesperanto”, que traz como principais destaques as faixas “Disneylândia” e “Eis a Questão”, com

Para os que estão começando, a dica de Marcelo é ten-

a participação especial dos guitarristas Thiago Castanho e

tar buscar caminhos diferentes para se destacar e não se

Marcão, ambos integrantes do Charlie Brown Jr (atual A

prender ao que está na moda. “Escrevam bastante também,

banca). Para os que ainda trilham o caminho em direção

pratiquem muito e deixem tudo redondo para chegar no

ao primeiro CD, o vocalista Anderson Xavier dá a dica de

estúdio com tudo pronto. E tem que fazer isso com amor

não perder o foco e ter determinação. “Diga sempre sim

também, porque gostam de música e gostam de tocar. Ah,

para seu sonho e não para as coisas que o atrapalham”.

e guardem dinheiro também para pagar as horas de estúdio, ter banda infelizmente demanda gastar mais do que

Mayo

ganhar, pelo menos no começo”.

Formada em maio de 2012 por Marcelo Pacheco (baixo/ backing vocals), Erik Hendges (vocal/guitarra) e Felipe

Sillverado

Pellison (bateria e vocais de apoio), a Mayo traz influên-

A terceira banda a lançar CD na edição especial do Tardes

cias principalmente das bandas Incubus, Foo Fighters e

do Rock será a Sillverado, fundada em 2011 com raízes

Blink-182. O primeiro CD, “Panacea”, inclui as três mú-

no rock e no blues e composta hoje por Marcelo Ferreira

sicas do EP lançado pela banda ano passado “Blue, “12”

Dias (voz/gaita), William Dias (baixo), Steve França (bate-

e “Wish Me Well”, e mais seis canções inéditas, com

ria) e Dennis Marcos (guitarra). O disco “Velhos Tempos”

destaque para “Keep The Change”, “Sandland” e “Oxy-

apresenta como canções principais “Olhe para o céu”,

gen”. Todo o processo de produção do disco está sendo

“Sem rumo” e “Horizonte”. “O Tardes do Rock é uma óti-

documentado no canal do grupo no Youtube. “O Tardes

ma oportunidade, é uma iniciativa da prefeitura que ajuda

do Rock é um evento muito acessível”, comenta Marcelo.

a alavancar nosso trabalho artístico sem custo nenhum”,

“Por ter apresentação gratuita no parque e ser no domin-

ressalta o vocalista Marcelo que, a exemplo dos colegas,

go, acaba atraindo um público mais amplo, que talvez de

recomenda muito empenho às bandas iniciantes em busca

outra forma nunca ficasse sabendo do nosso trabalho. Para

do sucesso. “Tem que ter determinação e amor pelo es-

nós, é muito importante participar e mostrar que nós existi-

tilo e música escolhidos, pois bandas sempre dão dor de

mos, ainda mais que tocamos músicas autorais, o que difi-

cabeça, mas não pode desistir nem parar de ensaiar, nem

culta na hora de conseguir outros espaços”, aponta. “Acho

que seja com duas pessoas, é assim que se chega a algum

que somos privilegiados por morar em uma cidade que tem

resultado!”, afirma. ||

iniciativas como essa, ainda mais para o rock, que anda meio escondido no Brasil”, completa.




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