Universidade de Ribeirão Preto Curso de Arquitetura e Urbanismo
LUANA CAROLINA NASCIMENTO
PARQUE LINEAR: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA URBANA
Ribeirão Preto 2018
Luana Carolina Nascimento
PARQUE LINEAR: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA URBANA
Este trabalho tem por objetivo a aprovação na disciplina Introdução ao Trabalho Final de Curso representados pelos professores: Edson Salerno, Erica Cunha, Helena Fonseca, Jadiel Tiago, Ruth Paolino e Valéria Garcia, que visa explicitar, projetar e dissertar sobre a temática e projeto a ser desenvolvido.
Ribeirão Preto 2018
ÍNDICE DE IMAGENS Figura 1 - Traçado do Núcleo Colonial Antônio Prado sobreposto à malha urbana de Ribeirão Preto com a localização da área de estudo deste trabalho. .......................................................................... 7 Figura 2 - Localização do projeto com demarcação da área. ............................................................. 8 Figura 3 - Cronograma de previsão de desenvolvimento do trabalho. ................................................ 9 Figura 4 - Mapa descritivo Parque Nossa Senhora da Piedade. ...................................................... 15 Figura 5 - Foto mostrando situação anterior com apontamentos. ..................................................... 16 Figura 6 - Visão parcial do parque. ................................................................................................... 16 Figura 7 – Esporte, jogos e lazer. ..................................................................................................... 16 Figura 8 - Edifício de apoio. .............................................................................................................. 17 Figura 9 - Visão Parcial do parque com apontamentos. ................................................................... 17 Figura 10 - Pista de Skate. ................................................................................................................ 17 Figura 11 – Leitura da forma. ............................................................................................................ 18 Figura 12 - Atrativo do parque........................................................................................................... 18 Figura 13 - Análise da forma e espaço do Parque Nossa Senhora da Piedade. .............................. 18 Figura 14 - Visão geral Parque Madureira. ....................................................................................... 19 Figura 15 - Mapa geral do Parque Madureira publicado no diário oficial do Rio de Janeiro. ............ 19 Figura 16 - Área do Parque Madureira antes do início das obras. .................................................... 20 Figura 17 - Área do Parque Madureira após as obras concluídas. ................................................... 20 Figura 18 - Esquematização de relevâncias no entorno do Parque Madureira. ................................ 20 Figura 19 - Setorização do projeto do Parque Madureira. ................................................................ 21 Figura 20 - Setor 1, Praça do Samba................................................................................................ 21 Figura 21 - Foto e planta do posto de apoio médico. ........................................................................ 21 Figura 22 - Planta dos banheiros. ..................................................................................................... 21 Figura 23 - Planta tipo dos quiosques comerciais. ............................................................................ 22 Figura 24 - Setor 2, Parque contemplativo. ....................................................................................... 22 Figura 25 - Fotos dos espaços implantado no setor 3. ..................................................................... 22 Figura 26 - Planta tipo quiosque de bicicletas. .................................................................................. 23 Figura 27 - Planta tipo quiosque de bicicletas. .................................................................................. 23 Figura 28 - Setor 3, Esportes. ........................................................................................................... 23 Figura 29 - Fotos de espaços implantados setor 3. .......................................................................... 24 Figura 30 - Setor 4, área cultural com controle de acesso. ............................................................... 24 Figura 31 - Localização Parque Fluvial Renato Poblete. .................................................................. 25
Figura 32 - Planta de implantação do parque com vegetação. ......................................................... 25 Figura 33 - Corte com vegetação. ..................................................................................................... 26 Figura 34 - Corte com topografia e vegetação. ................................................................................. 26 Figura 35 - Corte longitudinal. ........................................................................................................... 27 Figura 36 - Foto aérea da vista do parque. ....................................................................................... 27 Figura 37 - Traçado e vegetação. ..................................................................................................... 28 Figura 38 – Harmonia do espaço com o mobiliário. .......................................................................... 28 Figura 39 - Destaque do mobiliário unico e multifuncional. ............................................................... 29 Figura 40 - Destaque para a paisagem contemplativa. ..................................................................... 29 Figura 41 - Mapa análise da forma função do Parque Red Ribbon. ................................................. 30 Figura 42 - Análise do espaço, Parque Red Ribbon. ........................................................................ 30 Figura 43 - Planta de localização. ..................................................................................................... 31 Figura 44 - Paisagem encontrada no local. ...................................................................................... 32 Figura 45 - Localização da área de intervenção. .............................................................................. 33 Figura 46 - Mapa de figura fundo. ..................................................................................................... 33 Figura 47 - Mapa de gabarito. ........................................................................................................... 34 Figura 48 - Mapa de tipologia de quadras e traçado. ........................................................................ 34 Figura 49 - Foto de tipologia de fachadas e edificações da área em estudo. ................................... 35 Figura 50 - Mapa de uso do solo....................................................................................................... 35 Figura 51 - Mapa de equipamentos urbanos existentes. .................................................................. 36 Figura 52 - Dimensão física da Rua Vicente Leandro. ...................................................................... 36 Figura 53 - Dimensão Rua Palmiro Bim. ........................................................................................... 36 Figura 54 - Dimesionamento da Avenida Ernesto Guevara Lá Serna. .............................................. 36 Figura 55 - Dimensionamento da Avenida Presidente João Goulart................................................. 37 Figura 56 - Mapa de Hierarquia Física das vias. ............................................................................... 37 Figura 57 - Mapa hierarquia funcional. .............................................................................................. 37 Figura 58 - Mapa cicloviário da área apresentado pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. ...... 38 Figura 59 - Mapa de pontos de transporte público. ........................................................................... 38 Figura 60 - Foto de orelhão existente na área. ................................................................................. 39 Figura 61 - Foto da placa de sinalização. ......................................................................................... 39 Figura 62 - Foto da placa com nome das ruas. ................................................................................. 39 Figura 63 - Mapa com nível de relevo da área. ................................................................................. 40 Figura 64 - Mapa de declividade da área. ......................................................................................... 40 Figura 65 - Recursos Hídricos presentes na área e seu entorno. ..................................................... 41
Figura 66 - Mapa com vegetação existente na área de estudo......................................................... 41 Figura 67 - Macrozoneamento de Ribeirão Preto aplicada na área. ................................................. 45 Figura 68 - Mapa síntese da análise do local de possível aplicação do projeto. ............................... 49 Figura 69 - Análise do traçado apresentado na área de estudo. ...................................................... 51 Figura 70 - Parque Padre Renato Poblette, Chile, com traçado geométrico. .................................... 51 Figura 71 - Croqui do Plano de Massas. ........................................................................................... 53 Figura 72 - Plano de Massas Proposta do Parque Linear Norte. ...................................................... 54 Figura 73 - Croqui esquemático do projeto. ...................................................................................... 55 Figura 74 - Croqui esquemático do projeto 02. ................................................................................. 55
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6 2 PROBLEMA ............................................................................................................................... 6 3 OBJETIVO ................................................................................................................................. 7 3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................. 7 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................... 7 4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 7 5 METODOLOGIA ........................................................................................................................ 9 6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................10 6.1 QUALIDADE DE VIDA URBANA.......................................................................................10 6.2 PARQUE LINEAR COMO CONTRIBUIÇÃO PARA MELHORA DE QUALIDADE DE VIDA URBANA .................................................................................................................................11 6.3 PORQUE AS PERIFERIAS ...............................................................................................12 6.4 RIBEIRÃO PRETO E A ZONA NORTE .............................................................................13 7 LEITURAS PROJETUAIS DE REFERÊNCIA ...........................................................................15 7.1 PARQUE NOSSA SENHORA DA PIEDADE ....................................................................15 7.2 PARQUE MADUREIRA .....................................................................................................19 7.3 PARQUE FLUVIAL PADRE RENATO POBLETE .............................................................25 7.4 PARQUE RED RIBBON ....................................................................................................28 8 LEVANTAMENTO DE DADOS .................................................................................................32 8.1 PAISAGEM ........................................................................................................................32 8.1.2 DEFINIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO ......................................32 8.2 FORMA .............................................................................................................................33 8.2.1 OCUPAÇÃO DO SOLO – Figura Fundo ................................................................33 8.2.2 OCUPAÇÃO DO SOLO - Gabarito .........................................................................34 8.2.3 DENSIDADE ..........................................................................................................34 8.2.4 TRAÇADO, QUADRA E LOTE ...............................................................................34 8.2.5 EDIFÍCIOS E FACHADAS ......................................................................................35 8.3 USOS ................................................................................................................................35
8.3.1 EQUIPAMENTOS URBANOS ................................................................................35 8.4 FLUXOS ............................................................................................................................36 8.4.1 SISTEMAS VIÁRIOS ..............................................................................................36 8.4.2 TRANSPORTE, MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE .............................................37 8.4.3 MOBILIÁRIO ..........................................................................................................38 8.5 RECURSOS NATURAIS ...................................................................................................39 8.5.1 RELEVO .................................................................................................................39 8.5.2 DECLIVIDADE .......................................................................................................40 8.5.3 BACÍAS HIDROGRÁFICAS ...................................................................................40 8.5.4 VEGETAÇÃO .........................................................................................................41 8.6 INFRAESTRUTURA ..........................................................................................................41 8.6.1 ESGOTOS..............................................................................................................42 8.6.2 ÁGUA POTÁVEL ....................................................................................................42 8.6.3 ELETRIFICAÇÕES.................................................................................................42 8.6.4 RESIDOS SÓLIDOS ..............................................................................................42 8.6.5 ÁGUAS PLUVIAIS ..................................................................................................42 8.6.6 TELECOMUNICAÇÕES .........................................................................................42 8.7 PERSEPÇÃO DOS MORADORES ...................................................................................42 8.8 LEGISLAÇÕES .................................................................................................................44 8.8.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................44 8.8.2 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ..........................................................45 9 SÍNTESE DE ANÁLISE LOCAL. ...............................................................................................48 10 DIRETRIZES GERAIS ............................................................................................................50 10.1 DIRETRIZES DA PROPOSTA ........................................................................................50
11 CONCEITO .............................................................................................................................51 12 PARTIDO ................................................................................................................................51 13 PROGRAMA DE NECESSIDADES ........................................................................................52 14 FLUXOGRAMA .......................................................................................................................52 15 PLANO DE MASSAS ..............................................................................................................53 16 ESTUDO PRELIMINAR ..........................................................................................................55 16.1 CROQUIS ESQUEMÁTICOS ..........................................................................................55 16.2 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ..........................................................................................55 REFERENCIAS ...........................................................................................................................58
6
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa deste trabalho será voltada para fundamentar como é possível requalificar
Um dos debates da atualidade é sobre a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de
áreas ambientalmente frágeis e com falta de lazer e cultura, possivelmente impactando na
vida, tais temas além de muito abrangentes, faz parte do processo de evolução da humanidade.
melhora da qualidade de vida dos moradores vizinho,mostrar como a requalificação de um
Pensar na qualidade de vida é poder viver mais, ser mais saudável e feliz, para tanto o meio em
desenho urbano, com criação de um parque linear em uma área de fundo de vale, como a do
que vivemos tem direta influência sobre isso, estar em um local poluído, com proliferação de
Córrego Campos na Zona Norte de Ribeirão Preto, pode contribuir para a melhora da qualidade
pragas por causa de acumulo de entulhos, ou vegetação descuidada criando escuridão e
de vida urbana de seu arredor.
insegurança, inibe a população de hábitos saudáveis ou ainda prejudica na saúde de moradores locais. A falta de equipamentos que estimulem a pratica de esportes ou o lazer, torna a população cada vez mais sedentária, cria-se um ciclo danoso que se resume em trabalhar, comer e dormir, sem episódios que estimulem a felicidade o relaxamento e a diversão. Sendo assim, o presente trabalho vem trazer uma discussão e possibilidade de projeto acerca da qualidade de vida em espaços urbanos, mostrando como é possível melhorar o desenho urbano, requalificando áreas ambientalmente frágeis, como fundo de vales e implantando parques lineares a fim de contribuir para melhora da qualidade de vida. Um grande exemplo deste tipo de projeto que será mostrado no decorrer das análises projetuais é o Parque Nossa Senhora da Piedade que possui características de degradação muito similares com o local a ser requalificado no projeto de estudo.
2 PROBLEMA Como proporcionar uma intervenção urbanística no entorno do Córrego Campos, que fica entre os bairros Jardim Heitor Rigon, Parque dos Pinus e Jardim Maria de Lurdes Localizado na
Dentre outras análises é possível também se levar em consideração que não se trata
Zona Norte de Ribeirão Preto, para que melhore a mobilidade, o sistema de lazer e a
apenas de implantação, mas de um programa de atividades a serem desenvolvidas de
preservação da APP, de modo que controle a degradação e adensamento proporcionado por
contribuições da vizinhança, dando mais pertencimento ao espaço e consequentemente
ocupações irregulares existentes?
gerando cuidado, manutenção e menos degradação. A área de projeto escolhida para este tabalho apresenta muito das características presentes nas periferias que se desenvolvem próximos a córregos e terrenos ambientalmente frágeis, que consequentemente são de baixo valor imobiliário devido as restrições de uso do espaço por parte das legislações municipais e os cuidados maiores que se deve ter com essas áreas. Sendo as periferias de grandes cidades as mais desprovidas destes tipos de projetos que promovem a qualidade de vida. Por exemplo em Ribeirão Preto na Zona Sul (parte da cidade onde se desenvolveu a classe média e alta) possuímos cerca de 3 parques que atende a população implantados e bem cuidados, que recebem público de toda a cidade, já na Zona Norte, um aglomerado bem mais denso e populoso (composto pela classe baixa e trabalhadora), possui apenas 1 parque implantado e alguns outros que não saem do papel por falta de investimento público.
7
3 OBJETIVO 3.1 OBJETIVO GERAL
4 JUSTIFICATIVA
O objetivo deste trabalho é contribuir com a discussão sobre áreas periféricas de Ribeirão Preto, Zona Norte, a respeito da falta de opções de lazer, esporte e problemas com áreas ambientalmente frágeis em estado de degradação, através da proposta de uma intervenção urbanística com a implantação de um Parque Linear, produzindo sistemas de lazer, esportes, e a ligação entre duas avenidas, possivelmente trazendo melhora na qualidade de vida urbana ao espaço, como possibilidade de planejamento e gestão de áreas degradadas e melhora da mobilidade e opções de lazer do bairro Parque dos Pinus, Jardim Heitor Rigon e Jardim Maria
O bairro em estudo é uma continuidade da expansão territorial do antigo Núcleo Colonial Antonio Prado (Figura 1) que possui problemas notórios de falta de sistemas de lazer e cultura para as crianças, o que acaba as deixando ociosas e causa possivelmente problemas com criminalidade e acidentes, isso poderá ser melhor verificado pelos levantamentos de dados realizados in loco na área. Figura 1 - Traçado do Núcleo Colonial Antônio Prado sobreposto à malha urbana de Ribeirão Preto com a localização da área de estudo deste trabalho.
de Lurdes na Zona Norte de Ribeirão Preto. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Realizar o levantamento histórico do bairro Parque dos Pinus, Jardim Heitor Rigon
e Jardim Maria de Lurdes, mostrando o contexto histórico de sua criação na cidade de Ribeirão Preto, e os problemas relacionados à degradação da APP e ocupação irregular local;
Proporcionar um estudo sobre a contribuição de intervenções urbanísticas com
implantação de parques lineares que possivelmente promoveram a qualidade de vida urbana.
Levantamento de todos os parques existente e estado de conservação dentro do
município de Ribeirão Preto.
Pesquisar sobre a aplicação de parques lineares e como isso pode contribuir para
a diminuição da degradação de APP;
Estudo sobre legislação entre os limites da preservação e conservação de APP;
Constituição de sistemas de lazer, cultura e mobilidade não motorizada;
Estudar possibilidades de ligação entre avenidas inacabadas, para transpor o
córrego de forma sustentável e eficiente;
Procurar estratégias aplicáveis de sustentabilidade;
Melhorar a mobilidade do bairro que enfrenta problemas com escoamento de
veículos;
Entender sobre a aplicação de instrumentos legais necessários de planejamento e
implantação de Parques Lineares;
Propor uma intervenção urbanísticas com um parque linear que venha a contribuir
para todas as irregularidades levantadas de modo sustentável;
Contribuir com um projeto para o município melhorando a qualidade de vida da
população local;
Fonte: SILVA modificado por autora do trabalho (2018).
O local trabalhado também apresenta dificuldade de acesso, há apenas 4 vias disponíveis que interligam o bairro com o restante da cidade, gerando trânsito em horários de pico.
8
Figura 2 - Localização do projeto com demarcação da área.
Fonte: Google Maps Modificado pela autora (2018).
Há ainda uma área entorno do Córrego Campos que está em processo de degradação com acumulo de lixo em área de APP, que acaba se tornando um problema sanitário e que incomoda os moradores de entorno imediato.
melhora na qualidade de vida das pessoas. O locar escolhido (figura 2) foi apenas um recorte que apresenta todos os problemas urbanísticos que temos enfrentado atualmente e a proposta sugerida vem como uma
Com relação a ocupação irregular presente no local, nomeada como comunidade Maria
sugestão de aplicação para possíveis soluções destes problemas, após os estudos sobre o
de Lurdes, podendo ser uma das causas do aumento da insegurança e da criminalidade local,
assunto, com a implantação de um projeto de parque linear e intervenções do traçado. Além
possui dois tipos de problemas, pois além da área de APP, ocupam terrenos embaixo do Linhão
de poder ser trabalhado opções de lazer e cultura numa área em que os moradores
de energia que passa ao lado da comunidade, onde a prefeitura frequentemente tem que fazer
questionam quase que por unanimidade sobre a falta deste recursos.
a retirada das ocupações irregulares instaladas. Com base no que a atualidade vem solicitando da arquitetura e do urbanismo é preciso trabalhar a aplicação de uma intervenção urbana de qualidade visando a sustentabilidade tão necessária para a vida dentro dos núcleos urbanos. Em estudos de autores como Carlos Leite (2012) a teoria de cidades sustentáveis e eficientes precisam ser implantadas para que haja uma melhora na qualidade de vida das pessoas. O locar escolhido (figura 2) foi apenas um recorte que apresenta todos os problemas urbanísticos que temos enfrentado atualmente e a proposta sugerida vem como uma sugestão
9
5 METODOLOGIA
Na terceira fase, munido de todo o material especificado serão apresentadas propostas
Este trabalho possui três fases a primeira se iniciou com pesquisas relativas ao histórico
para aplicação em projeto, que posteriormente será detalhado com plantas, cortes, elevações,
em âmbito nacional, depois se aprofundando no município e na sub-região norte do município,
croquis, maquetes físicas e eletrônicas, perspectivas 3D, munidos de memorial descritivo e
sobre o tema e os problemas encontrados, levando a compreender como esta pesquisa e
justificativo, além de resultar na produção de uma apresentação e monografia.
proposta pode contribuir de forma positiva com sua possível aplicação.
Figura 3 - Cronograma de previsão de desenvolvimento do trabalho.
Iniciaremos este trabalho com à busca por subsídios em livros, periódicos, leituras ATIVIDADE
projetuais, citações, materiais eletrônicos, legislações municipais, estaduais e federais sobre a formação e o desenvolvimento urbano da cidade de Ribeirão Preto. E posteriormente servirá de base sobre a caracterização do local e fundamentação da implantação do projeto servindo de diretrizes a aplicação dos índices urbanísticos valendo-se dos textos do Estatuto das Cidades, da Constituição do Estado de São Paulo, do Plano Diretor de Ribeirão Preto, da Lei Orgânica do Município de Ribeirão Preto, do Código de Obras da cidade de Ribeirão Preto, Lei do Plano Viário do Município de Ribeirão Preto e Resoluções do CONAMA, durante todo o decorrer do trabalho. Na pesquisa histórica será notado a relevância sobre o Núcleo Colonial Antonio Prado, que seria o gerador, posteriormente, da região Norte de Ribeirão Preto mais precisamente dos bairros Heitor Rigon, Parque dos Pinus e Jardim Maria de Lurdes, servindo de justificativa teórica e prática para responder algumas questões sobre a falta de lazer, a degradação e a falta de mobilidade do local, que apresenta um grande potencial com vazios urbanos, que são mal utilizados, resultando em espaços utilizados para ocupação irregular de moradores sem-terra. Haverá também a necessidade de pesquisa sobre casos práticos em que a aplicação de parques lineares resultou na melhora da qualidade de vida da população, em busca da fundamentação e referência para aplicação de propostas para a possível implantação de um parque linear, como aconteceu em Curitiba capital do Paraná, com seus parques lineares. Na segunda fase o trabalho prevê realizar um levantamento em um raio de 3000m justificados pela escala de influências de parques urbanos, no qual serão levantadas todas as áreas verdes, vazias, de lazer, com equipamentos urbanos e de escoamento do transito local para mostrar a mobilidade, através da apresentação de mapas, textos, tabelas e entrevistas. Serão pesquisados também a paisagem do entorno, dados culturais, econômicos e ambientais. A pesquisa prevê levantar não somente no raio de influência, mas outras opções disponíveis na cidade para a população destes itens citados acima e qual a maneira que a população poderá usufruir destes itens levantados, mostrando como uma opção fora do raio de influência pode interferir diretamente na mobilidade urbana do local apresentado.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES MARÇO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Plano de trabalho Leitura projetuais de referências Levantamento de Campo Fundamentação teórica ATIVIDADE
ABRIL 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Leitura projetuais de referências Levantamento de Campo Diagnostico da área Fundamentação teórica ATIVIDADE
MAIO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Fundamentação teórica Elaboração textual Elaboração Projetual Elaboração de programa ATIVIDADE
JUNHO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Entrega Final p/ correção Entrega do 1º Capitulo Final
Fonte: Autora (2018).
10
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No conceito preconizado pela Organização Mundial da Saúde a qualidade de vida reflete
Como justificativa de que a implantação de lazer, esportes e melhora na mobilidade
a percepção dos indivíduos de que suas necessidades estão sendo satisfeitas ou, ainda, que
urbana traz a melhora da qualidade de vida urbana à vizinhança, é preciso aprofundar a
lhes estão sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a auto realização, com
pesquisa sobre qualidade de vida urbana
independência de seu estado de saúde físico ou das condições sociais e econômicas Pereira
Compreender sobre o termo qualidade de vida, é muito abrangente, então será focado a
(2012) apud OMS (1998). Para tanto o que temos direito como cidadãos, é um saneamento
questão relativa ao desenho urbano mostrando sua interferência materiais e culturais na
básico adequado, que não leve insalubridade aos moradores de certa área, e serviços básicos
qualidade de vida dos indivíduos em seu entorno. Como descrito por Vilarta (2004), o tema
de qualidade, como transporte, lazer, educação e saúde.
qualidade de vida é um importante conceito aplicado para as mais diversas situações, nos aspectos das condições materiais e culturais do seu ambiente engloba a saúde, a educação, a
A definição citada por Pereira(2012), nos leva a fomentar que há interferência do indivíduo na sua concepção a ser analisada, pois a cultura, o ideal de vida, a estrutura social a qual
moradia e o trabalho, entre outras, tendo sido valorizada a importância da prática de atividade
pertence vai mudar sua percepção de necessidades sendo satisfeitas, consequentemente o
física, do esporte e do lazer para a promoção da saúde e das condições adequadas ao
meio urbano em que está inserido também afeta. Como abordaremos periferias da cidade é
desenvolvimento integral das habilidades e capacidades de todos.
preciso se ater em componentes de análise sob a ótica dessa área, correndo risco de
Num segundo momento de que forma o um parque linear pode contribuir com projetos que estimulem esse desenvolvimento integral das habilidade e capacidade a todos introduzindo a promoção da qualidade de vida urbana, conforme a modificação do desenho urbano existente, requalificando o espaço e contribuindo para melhora na vida dos moradores de entorno.
negligenciar muitos fatores de outras áreas, mas é preciso focar num ponto a se definir para conseguir conceituar de forma mais objetiva, saindo um pouco da subjetividade do tema. O senso comum se apropriou do termo qualidade de vida para resumir melhorias ou um padrão de bem-estar na vida das pessoas, sejam elas de ordem econômica, social ou
Analisaremos em seguida a situação de modo superficial e atual como a concepção do
emocional. Na construção da identidade do termo qualidade de vida identificam-na em relação
espaço urbano brasileiro foi se tornando desqualificado em periferias que predominantemente
à saúde, à moradia, ao lazer, aos hábitos de atividade física e alimentação, mas o fato é que
se instalam em áreas ambientalmente frágeis, mostrando porque é interessante a requalificação
essa forma de saber afirma que todos esses fatores levam a uma percepção positiva de bem-
destas áreas, implantando-se parques lineares para melhora da qualidade de vida urbana.
estar Leite (2012). Neste trabalho no entanto se destacará conceitos como a promoção do lazer, de esportes, estimulo de atividades físicas, promoção de cultura e diversão entre outros que a
6.1 QUALIDADE DE VIDA URBANA
implantação de um parque linear pode proporcionar.
A crescente preocupação com o tema qualidade de vida vem de um movimento dentro
A população pobre, que não consegue acessar determinados bens e serviços
dos estudos de ciências humanas e biológicas em sentido da diminuição da mortalidade ou
considerados essenciais tem uma relação debilitada da qualidade de vida de amplos
aumento da expectativa de vida como descrito por Pereira (2012). Portando vem da procura por
seguimentos da sociedade segundo Brasil (2015). Portanto a concepção de qualidade de vida
melhoras para o corpo e alma, que aumente o tempo de vida, condições que contribuam para
passa a ser materializada através de ganhos que traz satisfação de necessidades, tanto básicas
manter uma vida saudável, prevenindo doenças antes que precise do sistema de saúde.
como não básicas da população.
O tema abordado é bem complexo na definição abrangente de uma conceituação
Segundo Brasil (2014) apud Vitte (2009) também é chamada a atenção para a
definida, tratando-se de parâmetros objetivos e subjetivos, mas de modo geral utilizaremos mais
importância do ambiente, entrando no tema de nosso trabalho, na importância do desenho
as abordagens que enfatizam a interferência do meio urbano na percepção do usuário, por
urbano, da dimensão espacial, território, paisagem, na constituição da qualidade de vida urbana.
exemplo esgoto a céu aberto, que pode proporcionar difusão de doenças, acumulo de entulhos
Para tanto, conforme abordado por Milano (1984), a vegetação é responsável pela criação de
em terrenos que deveriam ser de proteção ambiental, causando proliferação de pragas entre
ambientes esteticamente agradáveis, valorizando uma área e atuando como elemento que
outros.
ameniza o estresse, a existência de espaços verdes também contribui para a diminuição de ruídos urbanos.
11
Pensando pelo lado negativo, a falta de manutenção de espaços destinados ao lazer tornando-se grandes vazios de ajuntamento de entulhos e queimadas, pode levar a uma
qualidade de vida e principalmente o equilíbrio das relações da cidade com o seu meio ambiente. Segue um trecho em que Vilarta (2004, p12 ) descreve bem a cidade de Curitiba: A maioria dos parques de Curitiba, chamados de parques lineares, são implantados ao longo dos rios e em fundos de vale. Funcionam como uma espécie de barreira para impedir a ocupação indevida dessas áreas. Os lagos dos parques servem para conter as enchentes e funcionam como reguladores da vazão das águas em épocas de chuva. Mas, fundamentalmente, esses espaços têm se apresentado como uma alternativa de lazer e ponto de encontro entre os habitantes da cidade, oferecendo um atrativo para a prática da atividade física e, desta forma, contribuem para a construção de comunidades mais saudáveis. A prática de atividades físicas também é oportunizada em outros equipamentos sociais da cidade, visto possuir 7 Centros de Esporte e Lazer cobertos, que ficam nas Ruas da Cidadania, e outros 23 Centros distribuídos nos diferentes bairros da cidade, com quadras poli esportivas de uso comunitário e gratuito, com modalidades esportivas para todas as faixas etárias. Utilizam esses espaços cerca de 85.000 pessoas por mês. As 163 escolas municipais possuem quadras poli esportivas que podem ser utilizadas pela comunidade nos finais de semana.
desqualificação do espaço que gera desagrado, e não traz melhora nenhuma a qualidade de vida, ou pior leva desqualificação do espaço. Tudo isso mostra como a implantação de um parque bem cuidado pode interferir positivamente no entorno se for bem cuidado. Vilarta (2004) afirma também na concepção de qualidade de vida que as práticas de lazer populares como os jogos que pulsam nos morros, ou as brincadeiras de rua urbana, ou as festas rurais populares, são formas de lazer que representam as práticas coletivas de convivência e símbolos de uma comunidade e para que a gestão pública de lazer possa atender as necessidades da população, permitindo o desenvolvimento de cidadania é preciso não só pensar na política pública, mas nas questões referentes à implementação também, com a participação das pessoas diretamente ligadas ao espaço.
Todos os municípios do Brasil deveriam seguir como exemplo casos bons como este em
Portanto, não é apenas criar formas e pesquisas de modelos para aplicação geral na
relação ao planejamento de áreas verde e de lazer, até porque, como cita Mota (2011), o
gestão é, também, aplicar soluções mais específicas para cada local de forma a atender a
Estatuto da Cidade estabeleceu normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso
comunidade e alcançar o objetivo principal de oferecer a todos os cidadãos melhor qualidade
da propriedade em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos bem como
de vida através do lazer.
equilíbrio ambiental.
O sistema de indicadores de qualidade de vida urbana segundo Versiani (2016) têm se
Neste caso precisamos compreender melhorestrrt
maneiras de aplicação dessas
desenvolvido para auxiliar o setor público, a fim de mostrar problemas e sugerir diagnósticos,
políticas públicas recentes que façam com que o estatuto seja cumprido ou fiscalizado pelos
influenciando na tomada de decisão de áreas prioritárias de investimento, atendimento de
órgãos públicos para todos os cidadãos e não apenas para onde a especulação imobiliária
demandas, entre outros. Neste sentido este trabalho serve de sujestão para enfatizar a
apropria-se disso para elevar os lucros.
contribuição de projetos que melhore o lazer, promoção de esportes e atividades físicas, cultura,
Segundo Szeremeta (2013) os parques que apresentam condições ambientais
áreas verdes contemplativas e tudo que possa melhorar no desenho urbano degradado visto
adequadas podem contribuir na redução do sedentarismo e auxiliar na promoção da saúde e
em periferias.
bem-estar, além de possibilitar o aumento de atividades física de pessoas que antes não praticavam por falta de oportunidade. Mas é preciso tomar cuidado com a simples implantação,
6.2 PARQUE LINEAR COMO CONTRIBUIÇÃO PARA MELHORA DE QUALIDADE DE VIDA URBANA
a falta de manutenção e o descaso com o espaço pode ocasiona insatisfação dos usuários e vir a descaracterizar estas funções associadas a qualidade de vida e saúde pública com
Analisaremos um caso exemplificando o quadro de aumento de qualidade de vida urbana
implantação de parques lineares. O fato é que precisamos tomar cuidado com o programa e
com melhoramento do desenho urbano na Capital do Estado do Paraná, localizado a sul do
integração da população com a requalificação do desenho urbano, a fim de realmente trazer
Brasil, Curitiba. Segundo Vilarta (2004) a cidade tem um eficiente sistema de transporte coletivo,
uma melhora de impacto aos moradores de entorno.
onde a malha viária possui ruas com ciclovias utilizadas tanto para deslocamento quanto para
Nos estudos apresentados por Szeremeta (2013) ainda é possível notar que em seus
lazer, tem preservação de áreas verdes, distribuídos em 30 parques e bosques, 800 praças,
levantamentos bibliográficos sobre os benefícios à saúde mental, através da prática de
jardins e núcleos ambientais, com oferecimento de academias ao ar livre, centros esportivos,
atividades físicas ao ar livre e recreação, o simples fato de contemplar uma paisagem bonita,
quadras poliesportivas, pistas de caminhada, entre outros. Essas opções de lazer contribuem
naturais, áreas verdes podem reduzir a prevalência de sedentarismo e amenizar o estresse.
12
Segundo Mota (2011) o planejamento urbano deve resultar nas conservações dos recursos naturais, ou seja, o uso de forma consciente dentro dos limites capazes de manter uso, qualidade e equilíbrio no mesmo espaço em níveis aceitáveis. Então para que tudo seja parte de uma aplicação sustentável é preciso um bom planejamento local, do qual seja avaliado o
após a implementação do projeto, teve até as fachadas de residências de entorno sendo voltadas para o lado parque, devido a todas as melhoras que isso proporcionou. Segundo descrito por Mota (2011) em suas conclusões, as principais alterações provocadas pelas atividades humanas são:
entorno de forma coerente. Planejar o urbano é entender as especificidades do espaço e
Desmatamento;
compreender como melhorá-lo de forma eficiente que não gere desconforto ou que gere menor
Movimento de terras;
Impermeabilidade do solo;
Aterramento de rios, riachos, lagoas, etc;
Modificações nos ecossistemas;
Alteração de caráter global: efeito estufa e destruição da camada
desconforto possível para população já residente. Os impactos causados pela urbanização são comprovados por dados levantados pelos estudos de Landsberg (1981), por exemplo a temperatura média da zona urbana, comparada a zonas rurais, nas quais há mais a incidência de vegetação, possui 1ºC maior, isso pode ser bem
de ozônio;
considerável em locais onde as temperaturas muito quentes ou muito frias. Esses dados estão
Poluição ambiental.
ainda mais notórios após 2010, desde quando o mundo tem sofrido cada vez mais com aumento
Dentre as poluições ambientais temos várias formas de poluição como do solo, ar, água,
de calor proporcionado pelo aumento das zonas urbanizadas e o nível de produção de poluição
sonoro, visual e outras modalidades, todas essas modalidades a implantação de um parque
que tem sido aprofundado, acelerado pelo uso do automóvel.
linear pode colaborar com enriquecimento da massa vegetal, preservando as APPs, com a
A presença de vegetação em quantidades como é encontrado nos parques podem
possibilidade de uma transição entre a conservação e a preservação com pistas de caminhadas,
contribuir para a redução das massas de calor criado em aglomerados urbanos, com espaços
espaços contemplativos. Com a utilização do espaço não haverá mais o acumulo de entulhos e
livres que permitem a circulação e ao mesmo tempo um filtro natural do ar podem beneficiar o
resíduos sólidos, possibilitando a conservação dos recursos hídricos impedindo que os
entorno imediato de habitações, isso foi citado por Szeremeta (2013) que contempla que o
esgotamentos sanitários clandestinos sejam lançados neste espaço, como aconteceu no
urbanismo contemporâneo tem necessidade de espaços verdes para que exista a possibilidade
exemplo do Parque Linear Nossa Senhora da Piedade em Belo Horizonte. Além disso,
de fugir do ruído e da poluição, de forma a regressar à natureza.
proporcionando uma permeabilidade no solo, de modo a aumentar a taxa de infiltração e causar
Com o aumento de impermeabilização do solo em centros urbanos, o processo de erosão
menos escoamento de águas diminuindo as enchentes. Será possível também a criação de uma
dos solos as margens dos cursos d’água são constantes, a enchente causa cada vez mais
barreira vegetal sonora, deixando o entorno mais calmo e tranquilo, além dessa vegetação servir
vítimas e isso poderia ser evitado pelo controle e preservação das APPS, que diminui as erosões
como filtro de ar do entorno e melhorar a qualidade do ar.
devido à massa de vegetação que estabiliza o solo às margens dos córregos e criam uma
Por fim, além de tudo o que acompanha um parque linear em termos de qualidade física
distância que permite menos impactos das enchentes no entorno, além de contribuir com maior
de entorno, ainda melhora a questão de lazer, proporcionando a prática de atividades físicas,
área permeável no solo para infiltração das chuvas
projetos culturais, permeabilidade do traçado permitindo o deslocamento não motorizado entre
. De modo geral a implantação de parques em áreas ambientalmente frágeis, diminui os
regiões da sua implantação contribuindo melhora na qualidade de vida em termos, físicos,
perigos que ocorrem na ocupação irregular dessas áreas, além de trazer consciência ambiental
sociais e ambientais.
e afeto pelo espaço que estará lhe proporcionando atividades e paisagens que melhoram a
6.3 PORQUE AS PERIFERIAS
qualidade de vida urbana. Por exemplo no caso do Parque Madureira do Rio de Janeiro, uma área quem antes se tratava de um linhão, com apenas uma redistribuição liberou um espaço, que possibilitou a implantação de um parque, reduzindo a criminalidade, ocupações irregulares de risco e etc,
Segundo Alves(1992), nas cidades brasileiras de modo geral atualmente os investimentos públicos e privados se voltaram para obras que beneficiariam as grandes empresas, empresários e os espaços frequentados por eles, negligenciando milhões de pessoas das benfeitorias e luxo, que se amontoaram em moradias precárias, geralmente em bairros
13
afastados e carentes de serviços básicos (a chamada “periferia”), ou até em áreas insalubres e
Com relação aos problemas que apenas abordamos de modo superficial já é possível
terrenos de alto risco considerados ambientalmente frágeis. Esse adensamento de moradias
notar que esses males prejudicam a qualidade de vida urbana dos habitantes arredores, existem
precárias não tem planejamento, são áreas geralmente com impermeabilidade alta do solo, sem
vários outros tais como violência, transito, barulho, falta de áreas verdes, enchentes, epidemias
áreas verdes e sem equipamentos que proporcione atividades de lazer, esporte, cultura e
e poluição, os quais as classes baixas que ocupam é quem saem prejudicadas. Para Alves
diversão para moradores, além de causarem degradação aos recursos naturais que cortam
(1992) convivendo com as mais variadas formas de violência, é a população dessas periferias
estes bairros.
os mais violentados. Com grandes problemas, como aglomerações, longas distancias, filas, falta
Apesar de grandes extensões das cidades permanecerem sem ocupação muitas vezes desejando a valorização das terras em busca do lucro de proprietários particulares, não são
de privacidade, ambientes degradados e, consequentemente, distúrbios físicos, psíquicos, solidão, tédio e depressão.
essas terras que são ocupadas irregularmente, as propriedades privadas são fiscalizadas e não
Partindo da percepção que as periferias criadas pelo processo de urbanização
permitem esse tipo de ocupação, enquanto que áreas ambientalmente frágeis, do qual a
encontrados até então são áreas que possuem problemas no seu desenho urbano e na
fiscalização deveria vir da parte do poder público, muitas vezes são negligenciadas e
qualificação do espaço, são elas que precisão de medidas que contribuam para a melhora e
consequentemente “é mais fácil de ser ocupada e desapropriada”, tendo em vista a falta de
possivelmente torne sustentável o contínuo crescimento das cidades, sendo peças
fiscalização, a demora e o descaso.
fundamentais para a requalificação com execução de projetos como o de parques lineares, a
A falta de um planejamento não só demanda problemas sociais como também provoca alterações ambientais, um exemplo dessa realidade é a poluição do lixo, milhões de pessoas consomem e produzem os mais diversos detritos que diariamente são depositados em terrenos
fim de tratar áreas ambientalmente frágeis e evitar futuros problemas, além de contribuir para a melhora da qualidade de vida urbana de boa parte da população de seus arredores. 6.4 RIBEIRÃO PRETO E A ZONA NORTE
que se tornam lixões a céu aberto sem receber nenhum tratamento, esse lixo transmite doenças, polui o lençol freático Freitas (2009). Outra poluição presente nas cidades é a atmosférica, proveniente da emissão de gases de automóveis e indústrias, esses gases provocam problemas de saúde, principalmente respiratórios e a poluição das águas, pois os dejetos das residências e indústrias são lançados sem tratamento nos córregos e rios, no período chuvoso ocorrem as cheias que dispersam a poluição por toda a área. Por outro lado, o desenho urbano de áreas reservadas as classes média e alta das cidades brasileiras, possuem uma boa quantidade de espaços verdes, paisagens muitas vezes trabalhadas, adensamentos mais baixos, geralmente áreas de proteção são utilizados para criação de parques ou praças e há muito investimento de parcerias público-privadas para o cuidados de espaços que proporcione esportes, lazer, atividades culturais e de diversão, muitas vezes proporcionados pela especulação imobiliária para agregar valor à terrenos, que é uma possibilidade para quem tem poder aquisitivo, mas na maior parte das vezes beneficia diretamente os arredores e fazem com que a população das periferias tenham que se deslocar quilômetros atrás de um pouco de lazer, indo contra uma boa mobilidade e atendimento a todos os cidadãos.
O local escolhido para aplicação do projeto se encontra na zona Norte de Ribeirão Preto, desdobramento do antigo Núcleo Colonial Antonio Prado, como apresentado por Silva (2008) um núcleo formado por uma classe trabalhadora, que nasceu após um zoneamento que se iniciou com desigualdade no preço de terras, visando expulsar focos de doenças e também pobres do convívio da burguesia. Aqueles que podia pagar pela infraestrutura e exigências construtivas ficavam na área central, os que não tinham condições restavam encontrar seu lote nas regiões periféricas, mais barato e afastados do contato com a população do centro. A concepção do desenho urbano da cidade de Ribeirão Preto como bem explicado por Silva (2008) nasceu na época em que se pregava o urbanismo sanitarista e embelezador, respaldado nele foi incluído setorizações de equipamentos, de forma que na região central deveria ficar apenas as residências, já hospitais, cemitérios, indústrias e tudo que pudesse causar doenças deveria ser afastado devido a inúmeras epidemias que assolavam a cidade. Fundamentado neste urbanismo sanitarista e embelezador foi negligenciado os problemas da cidade e simplesmente propagados para área do Núcleo Colonial Antonio Prado. Conhecendo o quadro histórico de formação da Zona Norte descrito pelo trabalho de Silva (2008) é possível entender que essa região é carente de necessidades básicas dos cidadãos no quesito de lazer, diversão, esportes e paisagens verdes agradáveis, ou até mesmo sem
14
compreender essa bagagem histórica, partindo da percepção de levantamentos in loco dos bairros já é possível ter essa mesma percepção da falta de preocupação com essa parte da população sobre a melhora da qualidade do espaço e de projetos que contribuam para qualidade de vida urbana nessa região. Os bairros que englobam a área de estudos são o Conjunto Habitacional Geraldo Correia de Carvalho, que faz parte do núcleo colonial Antonio Prado e foi criado a partir de 1982, seguidos pelo desdobramento no bairro Jardim Heitor Rigon em 1995, Parque dos Pinus de 1998 e Jardim Maria de Lourdes em 2003. É consideravelmente recente a concepção destes bairros, mas ainda sim mostram um desenho urbano desqualificado, com uma série de problemas resultantes da urbanização sem controle e sem planejamento, muitas vezes resultado de aglomerados de residências que visam atender ao déficit habitacional em terrenos de baixo custo. Um dos principais motivos para escolha do espaço foi a forte vocação da paisagem, o espaço ainda é livre não tendo necessidade de desapropriações, mas que encontra-se num forte grau de degradação, tanto com relação ao córrego campos, tomado por esgoto e problemas comuns da urbanização irregular, quanto em relação a queimada e acumulo de entulhos em terrenos vazios. Através de levantamentos in loco do local e questionários aplicados a população as pessoas sentem grande falta de entretenimentos e lazer próximos, tendo que percorrer cansativas distancias com transito para desfrutar de um pouco de diversão.
15
7 LEITURAS PROJETUAIS DE REFERÊNCIA
Figura 4 - Mapa descritivo Parque Nossa Senhora da Piedade.
Analisaremos agora projetos relevantes na mesma temática do trabalho a ser desenvolvido a fim de aprimorar e criar relevância no projeto a ser desenvolvido, fazendo uma comparação das funcionalidades e modo de aplicação dos projetos. Para tanto, foram escolhidos 4 projetos, sendo dois nacionais e dois internacionais de parques lineares que acompanham cursos d’água e que ajudaram a melhorar a qualidade de vida de entorno, sendo eles: Parque Nossa Senhora da Piedade, localizado em Belo Horizonte do ano 2008, Parque Madureira localizado no Rio de Janeiro do ano de 2012, Parque Fluvial Padre Renato Poblete localizado no Chile do ano de 2015 e Parque Red Ribbon localizado em Qinhuangdao, China do ano de 2007. 7.1 PARQUE NOSSA SENHORA DA PIEDADE O parque foi inaugurado em junho de 2008, através do Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (DRENURBS), em virtude do interesse da população local em resgatar a saúde do córrego Nossa Senhora da Piedade, localizado no bairro Guarani, região norte de Belo Horizonte. Antes da existência deste parque havia um córrego de nome “São José da Onça”, Fonte: Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado (2018).
formado porque vários olhos d’água em toda sua extensão. Há 55 anos atrás, segundo apresentado por Santos (2010) o córrego formava uma corredeira de água limpa e cristalina, que possibilitava ver o fundo com areia e pedras, mas com o passar dos anos o aumento da urbanização não planejada, em meados da década de 70, esgoto e lixo eram lançados no córrego, prejudicado a qualidade de suas águas, trazendo assoreamentos e a presença de transmissores de doenças. Na época das chuvas a situação se agravava ainda mais com a presença de enchentes para o interior das casas ribeirinhas. Então em 2003 com o programa DRENURBS, utilizado como instrumento de planejamento com propósito do tratamento integrado de vários problemas entra em ação com obras de requalificação da região do córrego “Nossa Senhora da Piedade”, criando o Parque Ecológico Nossa Senhora da Piedade.
Ficha técnica: Projeto: DRENURBS/ Nascentes, Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte. Localização: Rua Rubéns de Souza Pímentel, 750, Aarão Reis, Belo Horizonte – MG. Ano: As obras tiveram início em janeiro de 2007 e foram finalizadas em abril de 2008. Área do Terreno: 58.000 m² Antes da concepção do parque a área era muito degradada conforme figura 5, as águas do córrego estavam poluídas por esgoto doméstico as margens apresentavam grande ocupação domiciliar, sendo estas ocupações fonte de degradação desse curso d’água.
16
Figura 5 - Foto mostrando situação anterior com apontamentos.
Figura 6 - Visão parcial do parque.
Fonte: Autora (2018) Figura 7 – Esporte, jogos e lazer. Fonte: Autora (2018).
As primeiras iniciativas tomadas segundo apresentado por Santos (2010), foram: o tratamento do fundo de vale e contenção das margens de margens com implantação de gabião e drenagem, recuperação das nascentes através da limpeza e plantio de flora nativa, implantação de interceptores de esgoto e complementação da rede coletora encaminhado para áreas de tratamento, espelho d’água com função de controle de cheias, tratamento de focos erosivos com uso de gabião, recomposição de taludes para garantir estabilidade do terreno com acréscimo de plantio de vegetação, que resultou em melhoras ambientais ao espaço.
Fonte: Autora (2018).
17
Figura 8 - Edifício de apoio.
Figura 9 - Visão Parcial do parque com apontamentos.
Fonte: Autora (2018). Figura 10 - Pista de Skate.
Fonte: Autora (2018).
A seguir foram implantadas interversões a fim de responder ao lazer da população como: Pista de Skate, prédio de administração que também serve de apoio com sanitários, bebedouros e salas multiuso, pista de cooper e caminhada, quadras poliesportivas, parquinho, função contemplativa da queda d’água. A instalação do parque também beneficiou outras espécies simpáticas que habitam cena belo-horizontina. Uma extensa representatividade de espécies atraídas se justifica pelo grande número de árvores frutíferas plantadas no espaço. São cerca de 100 pés de mangas, mais de 20 jabuticabeiras, goiabeiras e moitas de banana e 15 pitangueiras, além de pés de jambo vermelho, abiu, gabiroba, jatobá e graviola.
Fonte: Autora (2018).
18
Figura 11 – Leitura da forma.
Contudo ainda sobre a perspectiva de Santos (2010), houve uma melhora ambiental do espaço, atraiu novas espécies de fauna. Mesmo resolvendo o problema pontual da degradação o entorno ainda permanece com ocupações irregulares e indústrias o que limita esta melhora ambiental apenas aos limites do parque, cabe à população e os órgãos ambientais tomarem consciência das diretrizes que recuperem ou minimizem os impactos ambientais sofridos. Todo esse processo trouxe a região uma melhora na qualidade de vida dos moradores da região norte de Belo Horizonte. O problema a ser resolvido ainda é com a falta de segurança e manutenção de toda estrutura, um equipamento público dependente da prefeitura muitas vezes é precário o acompanhamento, sendo este um dos maiores desafios de todo projeto de intervenção nesta escala. Figura 13 - Análise da forma e espaço do Parque Nossa Senhora da Piedade.
Fonte: Autora (2018). Figura 12 - Atrativo do parque.
Fonte: Autora (2018).
Uma breve análise com relação a forma e espaço podemos perceber que a circulação do parque acontece de forma orgânica acompanhando o curso do córrego, as quadras e equipamentos de esportes públicos estão localizadas de um lado da ponte que corta o parque no meio, de outro lado temos o centro administrativo e o lago contemplativo e pouco mais ao final do parque temos apenas uma reserva vegetal pois trata-se de uma área alagável. O parque acontece de forma linear, seguindo o curso d’água com intuito de preservação e de criar vinculo da população com o espaço para melhor preserva-lo. Resumindo o espaço abordado a forma de predominância adotado neste projeto é baseado na topografia e no curso d’água de modo a Fonte: Autora (2018).
19
atender um programa de necessidades criado para melhora do local e preservação do curso
Figura 14 - Visão geral Parque Madureira.
d’água. 7.2 PARQUE MADUREIRA O bairro da Madureira segundo Brito (2016) nos seus primórdios foi constituído pela integração comercial, ferroviária e de instituições culturais, sendo ocupado, em sua maior parte por negros recém libertos da escravatura e outros imigrantes estimulados pela geração de empregos que a abolição proporcionou. O principal elemento que foi trazido em ênfase deste período foi o poder cultural da musicalidade, mais especificamente do samba, sendo considerado berço do samba no Rio de Janeiro. Este histórico trazido pelo bairro mostra que desde de seu início as situações eram precárias e de baixo investimento, e seu principal foco era a escola de samba. Há mais de 20 anos, estudos apontam a demanda de áreas verdes públicas para a Zona Norte da Cidade do Rio do Janeiro. Numa região com 97% de ocupação antrópica e menos de 1m² de área verde por habitante, o projeto do parque alterou este cenário urbano de maneira que transforma a vida dos seus habitantes. Fonte: Bianca Resende (2016).
No bairro de Cidade Nova, Rio de Janeiro, o Parque Madureira é um dos melhores exemplos da transformação do espaço pela arquitetura. Com projeto do arquiteto Ruy Rezende, o parque não só modificou a paisagem onde está inserido, como influenciou na localização das fachadas de recentes construções em um terreno baldio próximo – para ter a casa voltada para a privilegiada área, moradores do entorno chegaram a inverter a posição de implantação da residência, segundo Brito (2016).
Ficha técnica: Projeto: Ruy Resende Arquitetos. Localização: Rua Parque Madureira, S/N – Madureira, Rio de Janeiro – RJ. Ano: Iniciado em duas fases: 1ª fase concluída em 2012/ 2ª fase concluída em 2016 Área do Terreno: 1ª fase 10,9 hA / 2ª fase 25,5 hA.
Figura 15 - Mapa geral do Parque Madureira publicado no diário oficial do Rio de Janeiro.
Fonte: Diário oficial RJ (2012).
O projeto do Parque Madureira visou criar um equipamento público sustentável, baseado em um programa de educação socioambiental. Antes a região era composta apenas pelas torres de linhas de transmissão de energia, e em 2011 com a provação pela Secretaria Municipal de Urbanismo, houve um projeto que alinhou
as torres, o que gerou uma área ociosa, propensa ao uso e implantação do parque conforme Figura 16 e 17, que mostra o antes e depois da área em estudo.
20
Figura 16 - Área do Parque Madureira antes do início das obras.
Podemos observar no levantamento apresentado por Borelli (2013), o entorno do projeto é predominantemente de uso residencial e com gabarito de até 3 pavimentos, com importantes vias de acesso e próximo a escolas de samba conforme Figura 18, tendo também o Shopping Madureira e o Mercadão que já é conhecido como polos comerciais e econômicos, agora, após a implantação do parque, passou a funcionar também como centralidade de lazer para os bairros próximos. Figura 18 - Esquematização de relevâncias no entorno do Parque Madureira.
Fonte: Borelli – modificado pela autora (2018). Figura 17 - Área do Parque Madureira após as obras concluídas.
Fonte: Borelli (2013).
A criação do parque tem como objetivo proporcionar áreas verdes, de lazer, de contemplação, incentivar a prática de esportes e cuidados com a saúde. Além de promover cultura, arte e educação ambiental para a comunidade do entorno. O projeto possui uma área total de 108.870,32 m2 em 1.350m de extensão e apresenta um programa de necessidades que contém, em sua maioria, espaços ao ar livre. Além do Fonte Borelli – modificado pela autora (2018).
conceito de sustentabilidade, o urbanismo do Parque Madureira foi elaborado de forma a ocupar a área como um todo, levando em conta a pluralidade de atividades. Assim, o espaço público se torna acessível e atraente à população de diferentes faixas etárias e interesses diversos. O
21
Parque, para efeito de desenvolvimento de Projeto, foi segmentado em 04 setores como mostra
Possui duas entradas e foi elaborado com total independência do restante do parque por
a Figura 19.
portões, possui dois pontos de atendimento ao usuário, um posto médico de apoio (Figura 21),
Figura 19 - Setorização do projeto do Parque Madureira.
quatro pontos de sanitários (Figura 22), e cinco quiosques comerciais (Figura 23). Figura 21 - Foto e planta do posto de apoio médico.
Fonte: Borelli (2013).
O Setor 01, chamado de Praça do Samba e ilustrado na Figura 20, tem cerca de 22.460,69 m2 e é destinado a eventos musicais e culturais, sendo uma homenagem às duas Escolas de Samba tradicionais do bairro (Portela e Império Serrano). Por estar localizado próximo à área comercial do bairro - Calçadão de Madureira e Madureira Shopping - apresenta minimização do incômodo gerado por sua atividade aos moradores das casas circunvizinhas.
Fonte: Borelli - modificado pela autora (2018).
Figura 20 - Setor 1, Praça do Samba. Figura 22 - Planta dos banheiros.
Fonte: Borelli (2013).
Fonte: Borelli (2013).
22
Figura 23 - Planta tipo dos quiosques comerciais.
Figura 25 - Fotos dos espaços implantado no setor 3.
Fonte: Borelli (2013).
O Setor 02, conhecido como parque contemplativo, é um espaço para relaxamento e contemplação e está localizada entre a via interna – limítrofe à Linha de Transmissão – e a Rua Projetada, via executada que separa as casas já existentes no bairro do Parque Madureira, como mostra a Figura 24.
Fonte: Borelli, modificado pela autora (2018).
Figura 24 - Setor 2, Parque contemplativo.
A área contemplativa conta com dois acessos com portões de 10 metros, sendo um acesso pela Rua Manoel Marques e outro pela Rua Pirapora. A Rua Manoel Marques, levando em conta que dá acesso aos Setores 01 e 02, foi conceituada como uma grande praça para acumulação de público, assim, foi possível idealizar um espaço passível de ocorrerem encontros, aglomerações e escape. O Quiosque da bicicleta, como mostra a Figura 26, está situado próximo ao acesso da Rua Manoel Marques e propõe a venda de equipamentos relacionados às bicicletas, bem como sua manutenção. Além disso, adjacente a ele, encontra-se um local reservado para o estacionamento das bicicletas dos usuários.
Fonte: Borelli (2013).
23
Figura 26 - Planta tipo quiosque de bicicletas.
Os Setores 02 e 03 representam uma área de 60.543,35m2 e são contínuos, ou seja, não há segregação física por meio de ruas, como acontece no caso dos Setores 01 e 02 que são separados pela Rua Manoel Marques. Figura 28 - Setor 3, Esportes.
Fonte: Borelli (2013).
A nave do Conhecimento é um espaço de criatividade e inovação para trazer a cultura digital à comunidade através de equipamentos com alta tecnologia e cursos, tais como: alfabetização digital, arte e tecnologia, edição de vídeo e filmes, cultura e arte eletrônica, robótica educacional, dentre outros. Além de todas as atividades internas, a Nave do Conhecimento, como mostra a Figura 27, é, também, um cinema aberto, no qual a parte envidraçada do Ovóide se torna uma tela de cinema aberta para o Parque. Figura 27 - Planta tipo quiosque de bicicletas. Fonte: Borelli (2013).
A entrada no Setor 03 se dá através do portão na Rua Bernardino de Andrade e um portão de 6m para acesso ao estacionamento interno. Bem como todos os acessos, este é provido de um Ponto de Atendimento ao Usuário, além de contar com o apoio do bicicletário da Rio Bike. Neste setor a vocação é para esportes.
Fonte: Borelli, modificado pela autora (2018).
24
Figura 29 - Fotos de espaços implantados setor 3.
Figura 30 - Setor 4, área cultural com controle de acesso.
Fonte: Borelli, modificado pela autora (2018).
A área esportiva é composta pelo campo de futebol society com uma área de 1.210m2 em grama sintética, há, também, duas quadras polivalentes e uma quadra de vôlei de areia, além da 2ª maior pista de skate nacional. A Arena Carioca é um espaço para shows e teatro que comporta cerca de 330 pessoas sentadas na área interna e mais de 1.500 pessoas em pé na área externa, já que se trata de um Fonte: Borelli (2013).
palco reversível. Localizada no Setor 04, está se encontra segregada fisicamente do Parque, uma vez que é cercada e tem controle cobrado de acesso, como mostra a Figura 30.
No Setor 04 estão, também, a sede da Inspetoria da Guarda Municipal e a Estação de Tratamento de Esgoto do Parque Madureira. Separados por um muro de gradil, a Inspetoria ocupa cerca de 1.579,21m2 com previsão para 200 homens que darão suporte ao Parque Madureira. No projeto foi implantado dos mais variados processos sustentáveis, desde irrigação concessores de umidade, captação e armazenamento de aguas da chuva, telhados verdes, jardim vertical, painéis solares e iluminação com lâmpadas de LED, obtendo o primeiro certificado de obra pública no Brasil de Alta Qualidade Ambiental do empreendimento de construção. Com base na análise deste projeto e em comparativa com o já analisado Parque da Liberdade de Belo Horizonte – MG, podemos perceber que um bom projeto de parque linear urbano não se trata apenas de um desenho, ou uma requalificação da área, mas sim de uma união a um programa de atividades e um envolvimento da população na concepção suprindo as
25
necessidades locais e criando espaços com uso contínuo diminuindo a degradação e forçando
Ficha técnica:
o poder público a realizar a manutenção.
Projeto: Boza Arquitectos.
Além disso é possível fazer uma análise do local em questão a parcerias público privadas
Localização: Av Costanera Sur 3201, Quinta Normal, Região Metropolitana, Chile.
em quiosques comerciais que fornecem alimentação, quiosque do BIKE RIO, local de aluguel
Ano: 2015.
de bicicletas, dentre outras atividades que geram recursos que são revertidos a manutenção.
Área do Terreno: 20 hectares.
Em conclusão desta análise obtivemos um pelo exemplo de como transformar uma área
É possível explicar o parque em três abordagens essenciais: mais a partir do
degrada trazendo qualidade de vida, produzindo uma nova centralidade de lazer e valorizando
contemporâneo, a partir da superação dos preconceitos, e a criação de um novo imaginário
a paisagem de entorno.
paisagístico.
7.3 PARQUE FLUVIAL PADRE RENATO POBLETE A ideia do Parque Fluvial nasceu em 2001 com o objetivo principal de recuperar as
Figura 32 - Planta de implantação do parque com vegetação.
margens do Rio Mapocho e reabilitar uma zona industrial degradada que se integra através do canal de água por meio da implementação de eclusas controláveis ao longo de 34 km do rio. A intenção original é gerar diversos polos de desenvolvimento ao longo do percurso fazendo referência a um rio navegável. Localizado na zona oeste de Santiago, conforme Figura 31, o Parque Fluvial Padre Renato Poblete é uma intervenção urbana sustentável de espaço público. Figura 31 - Localização Parque Fluvial Renato Poblete.
Fonte: ArchDaily (2016).
Fonte: Mapa Google, modificado pela autora (2018).
26
Figura 33 - Corte com vegetação.
Fonte: ArchDaily (2016). Figura 34 - Corte com topografia e vegetação.
Fonte: ArchDaily (2016).
27
Figura 35 - Corte longitudinal.
Fonte: ArchDaily (2016).
O projeto e execução do parque não foi a partir da escassez mas sim da eficiência,
Figura 36 - Foto aérea da vista do parque.
reabilitando uma zona industrial degradada. Se há algo que o parque propõe à cidade é a possibilidade de voltar a recuperar as vistas sobre o rio em suas margens. O parque se comporta como as curvas do rio; desvia sua água, rega sua vegetação.
Fonte: ArchiDaily, 2016.
28
O parque será administrado pelo Parque Metropolitano de Santiago (Parquemet),
Concluindo a referência do traçado é muito forte neste projeto dando ampla visão a forma
entidade que está a cargo da conservação, manutenção e segurança de outros 17 parques da
que pode ser implantada de modo contemporâneo, sem deixar de dar ênfase ao rio, aliás, dando
cidade que conformam uma rede de parques urbanos.
destaque a ele, de forma a contribuir para sua conservação e melhora.
Em sua extensão o parque conta com um anfiteatro, dois campos de grama sintética,
7.4 PARQUE RED RIBBON
esportes aquáticos, estacionamentos e playground para crianças. Segundo a equipe de Arquitetos Turenscape, o Red Ribbon (fita vermelha) que atravessa
Figura 37 - Traçado e vegetação.
o parque Qinhuangdao pode ser visto no contexto do terreno natural e da vegetação, de cerca de 500 metros (547 jardas), integrando as funções de iluminação, assentos, interpretação ambiental e orientação. Conservando o mais natural possível o corredor fluvial, esse projeto demonstra como uma solução de design minimalista pode alcançar uma melhoria dramática para a paisagem. Figura 38 – Harmonia do espaço com o mobiliário.
Fonte: ArchiDaily (2016).
Uma solução para uma área degradada, dando uso a um espaço que nos faz contemplar e consequentemente pensar na preservação do rio que corta a cidade. Voltar o olhar para este ponto é muito mais que uma questão ambiental é dar consciência de que possuímos bons espaços desde que seja bem tratados e incluídos pela população e não levados simplesmente como problemas de degradação e ignorar um espaço. Um ponto novo a ser visto neste projeto é que ao criar uma lagoa com o desvio e contenção da água do rio cria a utilização de esporte aquático que se torna um atrativo a mais para o local. Saindo dos padrões de apenas esportes de quadras e lazer. Fonte: ArchiDaily, modificado pela Autora (2018).
29
Figura 39 - Destaque do mobiliário unico e multifuncional.
Figura 40 - Destaque para a paisagem contemplativa.
Fonte: Archidaily, modificado pela Autora (2018).
Cinco pavilhões na forma de nuvens são distribuídos ao longo do parque. Estes fornecem proteção contra a luz solar dura, as oportunidades para encontros sociais, pontos focais visuais e colocação de placas de interpretação ambiental.
Fonte: ArchiDaily, modificado pela Autora (2018).
O parque está localizado no Rio Tanghe na margem urbana oriental de Qinhuangdao. O local apresenta oportunidades e desafios para o projeto, descrito abaixo: ●Boas circunstâncias ecológicas ●Mal cuidado e deserto ●Problemas em potencial de segurança e acessibilidade ●Exigências funcionais ●Pressão do desenvolvimento O maior desafio do projeto foi o de preservar os habitats naturais ao longo do rio, ao mesmo tempo em que tinha a meta da criação de novas oportunidades de lazer e educação ambiental. O Red Ribbon foi concebido como um elemento vivo dentro de um ambiente de vegetação verde e água azul, curvando-se com o terreno.
30
Figura 41 - Mapa análise da forma função do Parque Red Ribbon.
Este parque em sintonia com as necessidades dos moradores da região, mantem seus processos ecológicos e serviços naturais intactos. O projeto é uma das referências no conceito de infraestrutura verde: a solução que muitas vezes é adotada pelas gestões das cidades é de ocupar as margens do rio, canalizá-lo, e em seguida sofrer as consequências da impermeabilização com enchentes. Um parque linear ao longo do rio não somente cria um espaço público de qualidade com alto potencial paisagístico, mas também funciona como uma solução de infraestrutura de drenagem. Figura 42 - Análise do espaço, Parque Red Ribbon.
Fonte: ArchiDaily, modificado pela Autoria (2018).
Fonte: ArchiDaily, modificado pela Autora (2018).
31
Figura 43 - Planta de localização.
Fonte: ArquiDaily, modificado pela autora (2018).
32
8 LEVANTAMENTO DE DADOS
8.1 PAISAGEM
Em realização ao levantamento de dados in loco foram utilizados mapas disponibilizados
Nosso estudo teve início com análise da paisagem apresentada logo que chegamos ao
pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, pesquisa no local identificando todo o processo
local, onde é possível observar que os terrenos que são de Área de Proteção Permanente(APP),
apresentado com fotos e informações, foram também realizados pesquisar diretamente nos
encontram-se degradados, com acumulo de entulho, com ocupações por barracos de feirantes,
órgãos que cuidam da infraestrutura para informações sobre transporte, água, esgoto e energia.
com esgoto escoando pelas ruas e queimadas, também é possível observar a predominância de residências simples no entorno, mostrando os bairros de entorno com características de classes de baixa renda.
Figura 44 - Paisagem encontrada no local.
Fonte: Autora (2018).
Os Prédios residenciais de até 4 pavimentos se destacam na paisagem, por serem os únicos que estão acima das copas das árvores. Para quem vem dos bairros a impressão é de
A população do bairro valendo-se de recursos próprios tentam cuidar, criando espaços no entorno imediato, ora de lazer, ora de plantio e ora de esportes, como campo de futebol.
isolamento pois vemos apenas uma travessia para a entrada do bairro, apesar de termos mais
O local de estudo envolve entorno de 7 bairros da Zona Norte, sendo o córrego campos,
dois acessos não visíveis na paisagem. Já para quem entra pelo anel viário no bairro os prédios
elemento de nosso estudo, o centro divisor desses bairros, que são: Parque dos Pinus, Jardim
não deixa aparecer muito bem a vegetação de entorno do córrego campos, podendo ser
Heitor Rigon, Valentina Figueiredo, Chácaras Pedro Correia de Carvalho, Geraldo Correia de
observado apenas no final da Avenida Ernesto Guevara Lá Serna.
Carvalho, Jardim Herculano Fernandes e Jardim Maria de Lurdes. Assim podemos verificar com
8.1.2 DEFINIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO Após um breve estudo a Zona Norte de Ribeirão Preto, município localizado no interior do estado de São Paulo região sudeste do Brasil, mostrou-se uma região com adensamento auto com pouca área verde de qualidade existente. Na maior parte das vezes a população é quem acaba cuidando dos lotes que deveriam ser praças ou equipamentos de esporte, mostrados pela prefeitura como existente, mas na realidade não foram implantados.
a Figura 45 o seguimento da localização.
33
Figura 45 - Localização da área de intervenção.
8.2 FORMA Segundo Lamas (2004) a identificação dos elementos morfológicos pressupõe conhecer quais as partes da forma e o modo como se estruturam nas diferentes escalas identificadas no espaço urbano, desta forma avaliaremos os elementos que compõe a morfologia urbana tais como: solo artificial, traçado, tipologia de quadra e lote, gabarito, ocupação etc.; da área de estudos que estamos analisando neste trabalho. Todo este processo tem o como objetivo conhecer sobre a forma e modo do espaço de entorno de onde há pretensão de ser implantado o parque linear. 8.2.1 OCUPAÇÃO DO SOLO – Figura Fundo Observado o a ocupação do solo pela Figura 46 podemos verificar que é bem denso a ocupação encontrada em toda a área de estudo, pois a maior parte da população realizou modificações na planta original, adicionando cobertura para garagem nos 5m de recuo frontal e edículas ao fundo dos lotes, deixando bem pouco espaço nas laterais e fundo para entrada de ventilação nas residências. Figura 46 - Mapa de figura fundo.
Fonte: Autora (2018).
Fonte: Autora (2018).
34
8.2.2 OCUPAÇÃO DO SOLO - Gabarito
é muito mais elevada do que em relação a cidade, que segundo dados apresentados pelo IBGE
Na região em estudo temos um gabarito bem misto, com áreas de prédios e residências térreas, mas tudo respeitando o gabarito estipulado pela prefeitura de 10m de piso a piso.
2010, é de 928,92hab / 1km². O que mais interferiu nesse cálculo foi a presença de dois conjuntos de apartamentos da construtora Vitta e os edifícios de apartamentos implantados pela Cohab em 2014, que
Figura 47 - Mapa de gabarito.
aumentou relevantemente a população do local. 8.2.4 TRAÇADO, QUADRA E LOTE Pelo mapa (Figura 48) de tipologia de quadras é possível verificar a predominâncias de quadras retangulares de dimensões 240m x 40m, com traçado regular e em grelha. Este traçado se modifica à medida que chega mais próximo do Córrego Campos, tendo intervalos com traçado radial e outro mais irregular. Mas em todos as quadras observasse a extensão grande com acima de 200m por quarteirão, sem contar o conjunto de chácaras que é praticamente uma super quadra. Os lotes de toda a área de levantamento apresentam a mesma dimensão, sendo de 200m² aproximadamente, em um terreno de 10m por 20m. As exceções irão ocorrer apenas em lotes destinados a área institucional e verde. Figura 48 - Mapa de tipologia de quadras e traçado.
Fonte: Autora (2018).
Os prédios residenciais de interesse social que é possível observar nesta análise foram implantados a pouco menos de 7 anos e resultou no aumento da densidade populacional presente no bairro Parque dos Pinus,Jardim Heitor Rigon e Jardim Maria de Lurdes. Sem que com isso aumentasse a infraestrutura de atendimento de equipamentos para esta população, deixando a região mal servida por saúde, lazer e cultura. 8.2.3 DENSIDADE Com a chegada dos prédios de apartamentos da Cohab só veio a reforçar a densidade dessa região, que já era alta, devido a tipologia de lotes sempre nas dimensões de 200m². Sendo que o cálculo aproximado realizado que apresentou um valor de 7500hab / 1 km², a densidade Fonte: Autora (2018).
35
Figura 50 - Mapa de uso do solo.
8.2.5 EDIFÍCIOS E FACHADAS Este levantamento nos mostrou que o bairro é predominantemente social, tendo em vista que a maior parte as edificações e fachadas possuem um padrão, alguns um pouco modificado, mas ainda sim no padrão das habitações sociais oferecidas pela Cohab de Ribeirão Preto, sendo revelado por esta análise que as pessoas que moram dentro dos bairros de estudo são pessoas que possuem baixa renda, pois foram contempladas pelo programa de habitação social da Cohab para residirem naquela região. Na Figura 49 é possível ver os apontamentos realizado por esta análise no local. Figura 49 - Foto de tipologia de fachadas e edificações da área em estudo.
Fonte: Autora (2018).
8.3 USOS O uso do solo na região em estudo é predominantemente residencial apresentando
Fonte: Autora (2018).
8.3.1 EQUIPAMENTOS URBANOS
apenas casos de uso misto próximo ou em ruas coletoras e avenidas. As vias que mais possui
O que é possível observar no mapa de equipamentos Figura 51, que a região do bairro
uso comercial e serviços são: Rua Javari, Rua Vicente Leandro, Rua Carlos Cesar Tonelo,
Geraldo Correia de Carvalho é bem servido de equipamento educacional. Os equipamentos
Avenida Ernesto Guevara Lá Serna, Avenida João Goulart e Avenida João Batista Duarte, sendo
presentes conseguem suprir a necessidade dos bairros de entorno com seu raio de influência.
estas as principais vias de acesso também ao local de estudo.
Enquanto nos bairros Parque dos Pinus, Jardim Maria de Lurdes e Jardim Heitor Rigon
A grande mancha de área verde apresentada no mapa não significa que o espaço seja
temos apenas uma creche com educação infantil, os alunos de ensino fundamental e médio têm
utilizável ou de qualidade, as margens dos córregos que cortam a área essas áreas verdes são
que se deslocar até o Geraldo Correia de Carvalho para estudar, pois é a única instituição mais
apenas grandes maciços de vegetação de grande e médio porte, com depósito de lixos e
próxima, mas como o seu raio de abrangência para esta modalidade é de 1500m ainda está
degradação no seu entorno.
dentro do especificado e cobre toda a área de estudo. O equipamento de saúde não foi levantado nenhum nesta área, evidenciando a necessidade de implantação devido a densidade populacional alta da área sem atendimento.
36
Quando a equipamentos de lazer não possui nenhum para esta área, sendo que há
8.4.1 SISTEMAS VIÁRIOS
apenas dois campos de futebol clandestinos implantados pela população local e muito bem utilizados por sinal.
A hierarquia física do sistema viário da área apresentou uma grande predominância de ruas locais com dimensões de 9m e calçadas de 2,5m dos dois lados tendo um total de 14m
Figura 51 - Mapa de equipamentos urbanos existentes.
como exemplificado na Figura 52. Figura 52 - Dimensão física da Rua Vicente Leandro.
Fonte: Autora (2018).
A via coletora existente com dimensão equivalente é apenas a Rua Palmiro Bim Figura 53. Figura 53 - Dimensão Rua Palmiro Bim.
Fonte: Autora (2018).
Quanto as avenidas possuímos duas diferentes e Ernesto Guevara Lá Serna que possui Fonte: Autora (2018).
8.4 FLUXOS Consideremos como fluxos urbanos as diversas movimentações que ocorrem num meio
a linha de alta tensão no seu centro, explicando sua dimensão, enquanto as outras avenidas são no mesmo padrão e dimensão da Avenida Presidente João Goulart. Figura 54 - Dimesionamento da Avenida Ernesto Guevara Lá Serna.
urbano necessários para o desenvolvimento de suas atividades de trocas, transformações, consumo e descarte. Os fluxos mais visíveis são as relacionadas a transportes e menos visíveis. A maior parte desses fluxos ocorrem no espaço público chamados de ruas, avenidas, etc.
Fonte: Autora (2018).
37
Figura 55 - Dimensionamento da Avenida Presidente João Goulart.
no mapa, necessitando de uma requalificação das vias para suportar o fluxos existentes atualmente evitando o transito. Figura 57 - Mapa hierarquia funcional.
Fonte: Autora (2018). Figura 56 - Mapa de Hierarquia Física das vias.
Fonte: Autora (2018).
8.4.2 TRANSPORTE, MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE Na análise sobre acessibilidade encontramos muitos obstáculos para cadeirantes no calçamento, com desníveis, falta de pavimento e mobiliário interferindo. Quanto ao quesito mobilidade o bairro é bem precário, com relação a pedestres e ciclistas, pois tem que vencer grandes distâncias para atravessar o córrego campos ou as longas quadras. O mapa com ciclovia apresentado pela prefeitura não existe nada concretizado, é Fonte: Autora (2018).
Finalizando esta etapa da análise de dimensionamento das vias é perceptível a
apenas uma proposta que não foi implantada para a área apesar de ter fluxo de usuários para
necessidade de dar continuidade nas avenidas que cruzam o córrego campos, pois todos se
que usufruiriam muito desde projeto não foi executado em nenhuma área mostrado na Figura
apresentam em estagio á ser implantado.
58.
No mapa de hierarquia funcional esta descrito corretamento o fluxo que é visto em pesquisa in loco, apesar metade das vias descritas não tem dimensão para atender ao descrito
38
Figura 58 - Mapa cicloviário da área apresentado pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
Figura 59 - Mapa de pontos de transporte público.
Fonte: Autora (2018). Fonte: Autora (2018).
Com questão ao transporte público toda a área é servida por 15 linhas, que variam entre 15min de espera entre um e outro, sendo considerado bem servido pelo tempo, mas a qualidade
8.4.3 MOBILIÁRIO
do transporte é afetada pela quantidade de pessoas que utilizam este recurso. Por se tratar de
O mobiliário levantado está em estado muito precário, os orelhões são uma exceção, pois
um bairro de classe baixa 1/3 da população é dependente do transporte público por não conter
encontram-se em funcionamento. Enquanto que as placas de sinalização vertical de transito
veículo próprio.
falta em boa parte das ruas, na sinalização horizontal que é pintada na rua, boa parte das ruas estão apagadas, podendo até mesmo provocar acidentes no transito da área.
39
Figura 60 - Foto de orelhão existente na área.
Figura 62 - Foto da placa com nome das ruas.
Fonte: Autora (2018). Figura 61 - Foto da placa de sinalização.
Fonte: Autora (2018).
8.5 RECURSOS NATURAIS Os recursos naturais são parte do solo natural no qual é possível avaliar em análise casos como pontos de enchentes, áreas de preservação, áreas de assoreamento e de erosão do solo, podendo apresentar medidas preventivas para futuros problemas para área. 8.5.1 RELEVO No relevo apresentado no mapa da Figura 63, podemos observar que os escoamentos das águas da chuva podem acompanhar o relevo, e por isso seguirão sentido norte e encaminham-se para desaguar no Ribeirão Preto, mas no norte da área de estudo podemos avaliar que pode ser um possível ponte de enchente onde os tons clareiam, isso se explica pela união de dois córregos na região. Uma possível solução para esta área seria pensar em alternativas de contenção evitando o problema fututo. Fonte: Autora (2018).
Com relação as placas de nomes das ruas, boa parte delas estão sem e quando encontramos algumas estão na situação apresentada na Figura 62.
40
Figura 63 - Mapa com nível de relevo da área.
Figura 64 - Mapa de declividade da área.
Fonte: Autora (2018).
8.5.3 BACÍAS HIDROGRÁFICAS Fonte: Autora (2018).
8.5.2 DECLIVIDADE A declividade apresentada pela área é favorável, não sendo prejudicial ao tráfego de pedestres e ciclistas, apenas no entorno imediato ao córrego campos há uma declividade mais acentuada, o que deve ser tomados precauções para não haver erosões nem o assoreamento do córrego gerando problemas ambientais nestes pontos.
Pelo mapa apresentado podemos verificar que na área cortam dois córregos e também temos o Ribeirão Preto ao lado direito, que se encontra fora da área de estudo.
41
Figura 65 - Recursos Hídricos presentes na área e seu entorno.
Figura 66 - Mapa com vegetação existente na área de estudo.
Fonte: Autora (2018).
8.5.4 VEGETAÇÃO Área entorno do córrego Campos mostrou-se bom arborizada, apesar de verificar que boa parte da vegetação é replantio recente, pois são espécies de grande porque com alturas Fonte: Autora (2018).
medianas que foi encontrado no local. Quanto as áreas de praças são muito pouco existentes no local o que diminui a incidência de vegetação, que encontram presentes apenas entorno dos córregos e nas avenidas sem linha de alta tensão.
8.6 INFRAESTRUTURA Segundo Lima (2017) em geral a infraestrutura urbana é todo um sistema técnico de equipamentos necessários ao desenvolvimento das funções urbanas, tendo acesso assim a cidade, ou seja, tudo que um cidadão tem por direito como benefício, se distribuindo igualmente por todo o município. Ter acesso à cidade é acessar de fato a moradia, pavimentação, rede viária e mobilidade e distribuição de água potável. Está incluso também na infraestrutura urbana esgotamento
sanitário,
equipamentos públicos.
drenagem, distribuição
de
energia
elétrica e
outros
42
8.6.1 ESGOTOS
8.7 PERSEPÇÃO DOS MORADORES
A coleta é realizada pelas redes de manutenção do DAERP, a redes de esgotos são
Será aplicado um questionário para os moradores da região que avaliar a percepção de
levadas a duas bases de tratamento que Ribeirão possui, a ETE Caiçara que é feito o tratamento
todo os espaços de entorno levantando as necessidades dos usuários da área. O questionário
por lagoas e a ETE Palmeira que é feito todo um processo em tanques aerados.
apresentará as seguintes questões:
8.6.2 ÁGUA POTÁVEL
1. Há quanto tempo reside no bairro? 2. Quais os principais problemas você vê no bairro?
Ribeirão Preto é uma cidade privilegiada, pois 99,9% da população é servida de água encanada. Toda a água consumida é distribuída pelo DAERP (departamento de água e esgoto de Ribeirão Preto), que possui uma rede de mais de 103 poços artesianos de captação em funcionamento. 8.6.3 ELETRIFICAÇÕES Em Ribeirão Preto a distribuição e manutenção de toda a rede elétrica é realizada pela empresa CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), na qual realiza manutenção periódica em toda a rede. No centro da área estudada temos uma central da CPFL de onde é distribuído para toda região, além de ter o linhão de energia cortando o bairro pelo centro da Avenida Ernesto Guevara Lá Serna.
3. O que faz como lazer nos fins de semana? 4. Gostaria de espaços de lazer na área? Se tivesse você frequentaria? 5. Que atividade gostaria que tivesse? 6. Se houvesse um espaço de lazer precisa ser cercado? 7. Acha que deveria haver um lugar para se reunir com família e vizinhos dentro de um parque? 8. Vê algum problema se fosse implantado uma praça aqui nessa área? 9. O que você considera ter qualidade de vida? A aplicação do questionário foi realizada com 15 moradores locais e será analisada e depois demonstrado em forma de gráficos para entender toda a percepção dos morados e encontrar a melhor maneira de introduzir as necessidades no estudo preliminar do projeto a ser
8.6.4 RESIDOS SÓLIDOS
desenvolvido durante o trabalho.
A coleta de resíduos sólidos é realizada pela empresa leão ambiental ao qual encaminha
Dos entrevistados abordados é possível fazer uma separação em duas categorias os que
os resíduos ao aterro sanitário de Guatapará. Esta coleta é realizada de segunda a sábado com
são antigo moradores da região predominantemente presentes nas casas, e os recentes
dias e horários programados por região, variando o horário das 5h da manhã até 00h da noite.
moradores trazidos pela implantação de 3 conjuntos habitacionais da Cohab e 1 conjunto de
8.6.5 ÁGUAS PLUVIAIS
apartamentos particular da MRV ( construtora em alta na região de Ribeirão Preto), obtendo-se o seguinte gráfico:
A coleta é realizada pelas redes de manutenção do DAERP, a redes de águas pluviais despeja suas águas nos córregos que cortam a cidade. Nosso sistema de drenagem pluviais acontece por essas redes, que são captados de bocas de lobo e segue até a bacia hidrográfica
Quanto tempo reside no bairro?
mais próxima. 8.6.6 TELECOMUNICAÇÕES 13%
Toda a região em análise tem redes de telecomunicações já implantadas e disponíveis por diversas operadoras, como: GVT, NET, CLARO, OI, VIVO, entre outras. Das quais fica sobre responsabilidade das próprias operadoras a instalação e distribuição da telefonia, internet e tv a cabo.
7%
0 à 5 anos 5 à 15 anos
7%
15 à 30 anos
73%
acima de 30 anos
43
Quando questionados sobre os principais problemas vistos no bairro uma das principais
Pista para bicicletas;
respostas foram a falta de opções de lazer, um senhor de 73 anos disse que para praticar sua
Campo de malha;
caminhada diária precisa pegar sua moto e ir até o parque Tom Jobin à 2,5Km de distância, ele
Campo de bocha;
não consegue ir a pé até lá e depois aproveitar o parque. Outros moradores disseram que não
Campo de Futebol;
há muito infraestrutura no local, e lazer consideram zero. Muitos reclamaram das constantes
Quadra poliesportiva;
queimadas entorno do córrego o que causa muito incomodo no ar da região. Alguns deram
Academia ao ar livre;
enfoque na pavimentação ruim das vias, reclamaram do grande fluxo de veículos nos locais
Projetos sociais com aulas de artesanato;
indicados como congestionamentos no mapa de síntese apresentado na Figura 68, um deles foi
Entre outros.
atropelado na porta da própria casa durante o dia na Rua Carlos Cesar Tonelo. Resumidamente os problemas levantados pelos entrevistados foram:
O mais interessante nesta abordagem foi que em conversa com o Síndico do Condomínio Rio Negro informaram que por uma solicitação feita para a prefeitura foi criado para a população
Transito;
do condomínio aulas de artesanato, zumba, escolinha de futebol entre outros, onde foi
Falta de mobilidade pela travessia do córrego;
disponibilizado a estrutura do condomínio para atender e as aulas sem custo algum
Queimada as margens do córrego;
desenvolvido por projetos sociais em bairros. Isto mostra que há um incentivo ao
Asfalto ruim e com buracos;
desenvolvimento de atividades caso haja uma estrutura e seja solicitado pela população, o
Falta de praças e áreas verdes;
exemplo citado agora tem uma pequena parte da população atendida, ou melhor só o
Falta de infraestrutura de lazer e cultura;
condomínio privilegiado, se estendesse a todo o entorno muito mais moradores da região
Falta de equipamentos de esportes de qualidade;
poderiam disfrutar destes projetos, mas para isso é preciso uma estrutura mínima de quadras e
Posto de saúde longe.
espaços para desenvolver as aulas, que poderiam ser criados com a implantação do parque
A maior parte dos moradores abordado dizem praticar caminhada no parque mais próximo, indo muitas vezes até lá com veículo próprio, outros preferem ir aos Shoppings da cidade, alguns até mesmo saem da cidade para ir pescar e disfrutar de ranchos como lazer. Todos os 15 entrevistados ao serem indagados se gostariam de um espaço de lazer e se frequentaria se houvesse, teve uma resposta positiva, dentre todo apenas um levantou a questão de que só se sentiria seguro de frequentar se houvesse segurança no local. Uma
linear na região. Uma questão polemica trazida nos questionamentos foi se o parque deveria ser fechado ou não, no gráfico abaixo podemos observar quase um empate.
O parque deveria ser cercado?
questão importante foi levantada aqui, muitos dos moradores ao receberem a notícia de uma implantação de um parque logo se questionam sobre a manutenção, sobre o cuidado e o respaldo da segurança pública para o local. Muitas ou quase todas as praças da região são 40%
malcuidadas, sem manutenção na vegetação, na iluminação e no mobiliário viram verdadeiros pontos de breu onde se instala pessoas mal-intencionadas durante a noite. No questionamento as atividades a serem implantadas no parque foram colocados a seguintes opções:
Exercícios ao ar livre;
Pista de caminhada;
60%
Sim
Não
44
Metade do questionados avaliaram que deveria ser aberto isso aumentaria o uso do
8.8 LEGISLAÇÕES
espaço em vários horários e proporcionam maior mobilidade, um dos moradores fez uma observação bem relevante, onde disse: “Vejo um exemplo no parque Tom Jobim, observei que
Foi realizado um estudo de todas legislações aplicáveis a área de estudo para que possa ser aplicado no desenvolvimento do trabalho.
várias pessoas faziam buracos no alambrado do parque cercado para não terem que contornar envolta do parque todo para chegar do outro lado no seu destino, portanto acredito que se não
8.8.1 ÁREA DE ESTUDO Foi avaliado toda legislação do município relevantes para aplicação na área de estudos.
houvesse cercado não haveria vandalismo no cercado e com uma boa iluminação poderia ser usado e não criariam grandes vazios anoite.” diz seu Antonio morador de 73 anos. Fazendo uma
Verificamos os seguintes itens:
consideração sobre isso, gostaria de citar um exemplo que encontrei da conhecida Praça da
LEIS
Bicicleta na zona sul de Ribeirão Preto, ao frequentar o local vejo que por ser monitorado
Lei nº 1.616 de 02 de fevereiro de 2004 - Institui o código do meio ambiente, dispõe sobre
constantemente por viaturas é um lugar calmo e muito utilizado para caminhadas, passeio com
o sistema municipal de administração da qualidade, proteção, controle e desenvolvimento do
animais de estimação, esporte e lazer, sempre muito cheio anoite e muito bem iluminado é um
meio ambiente, e uso adequado dos recursos naturais - SIMA, os instrumentos da política
local que sinto muito gosto de usar, mas é preciso cruzar quase toda a cidade para usufruir do
ambiental e estabelece normas gerais para a administração da qualidade ambiental do
local o que inibe muito o uso e é fora do raio de influência da região abordada. Mas é sempre
município de ribeirão preto. Lei nº 2157 de 31 de janeiro de 2007 – especificamente do capitulo V, subseção III,
bom citar exemplos que realmente tem os interesses compatíveis. Todos os moradores quando questionado pelos usos do espaço com família e vizinhos
Artigos 91, 92 e 93 – dispõe do parcelamento do solo em áreas especiais de interesse social,
veem o espaço como positivo, chegando a ser citado a implantação de quiosques que pudessem
no qual a região se aplica conforme mapa Figura 62. Fala sobre: Artigo 91 - O Poder Público
ser usados para churrascos ao ar livre ou um piquenique agregando funções que reúnam
admitirá loteamento ou outra forma de parcelamento do solo de interesse social destinado a
familiares e amigos para desfrutar do espaço.
assegurar moradia à população de baixa renda, nas Áreas Especiais de Interesse Social - AIS,
Nenhum morador dos abordados apresentaram problemas com a implantação do parque,
quando caracterizado o interesse público e vinculado a planos e programas habitacionais de
mesmo os mais velhos e conservadores veem a implantação como um benefício ao local já que
iniciativa da Prefeitura Municipal ou entidade autorizada por lei, ficando sua aprovação
há escassez de lugares para o lazer.
subordinada à apreciação prévia da Comissão de Controle Urbanístico, que poderá:
Por fim ao serem sobre uma percepção dos moradores sobre o que consideram qualidade
I - vincular a aprovação do projeto de loteamento à construção das moradias, sendo que neste
de vida obtivemos respostas como “um lugar onde tem transporte público de qualidade, saúde,
caso, será permitida a quota mínima de 60 (sessenta) metros quadrados de terreno por unidade
escolas e lugares para lazer e distração.”, “Um lugar tranquilo que possibilite passeios, um bom
residencial
trabalho, tem conforto e aconchego.”, “É preciso se alimentar bem, praticar exercícios físicos,
II - autorizar a implantação de vias públicas com largura inferior às exigidas nesta lei, desde que
fazer esportes, porque isso faz bem.”, “ resolução de problemas com transito...” e etc. De forma
obedecidas
geral o mesmo que foi levantado por teóricos é uma percepção dos moradores do local sobre a
III
melhora da qualidade de vida, e em todos os pontos a implantação de um parque linear pode
Parágrafo Único - Entende-se por parcelamento de interesse social aquele destinado à
causar uma possível melhora.
população com renda familiar de zero a cinco salários mínimos e para assentamento de
-
unifamiliar;
Admitir
as
diretrizes
lotes
com
viárias área
fixadas
inferior
à
pelo área
Poder
mínima
Executivo
Municipal;
estabelecida
nesta
Lei.
população proveniente de área de risco do Município, ou de assentamentos informais onde não seja
possível
fazer
a
urbanização
no
próprio
local.
Artigo 92 - Na hipótese prevista no artigo anterior será obrigatória a implantação de rede de abastecimento de água, de esgotos, de energia elétrica, de drenagem superficial, pavimentação das
vias
principais
e
arborização.
45
§ 1º - As vias de caráter essencialmente local, com declividade relativamente baixa poderão ser
Figura 67 - Macrozoneamento de Ribeirão Preto aplicada na área.
dispensadas da pavimentação desde que seja implantado tratamento primário da pista de rolamento e sistema de drenagem que previnam o desenvolvimento dos processos erosivos e garantam a trafegabilidade e segurança, mesmo nos períodos de chuva, e que seja executado também pelo empreendedor, o calçamento dos passeios de forma a possibilitar boas condições de
circulação
dos
pedestres;
§ 2º - Nos parcelamentos de interesse social, caberá aos concessionários ou permissionários de
energia
elétrica
a
implantação
da
rede
de
distribuição
de
energia
elétrica;
§3º - As obras exigidas no caput deste artigo, deverão estar obrigatoriamente concluídas no prazo de 36 (trinta e seis) meses, contados a partir da data de aprovação do projeto pela Prefeitura, dispensada a apresentação de garantia para sua conclusão, se o empreendimento for implantado sob a responsabilidade do Poder Público ou entidade de sua administração indireta,
ou
em
parceria
com
estes,
sob
a
forma
de
Consórcio
Imobiliário.
Artigo 93 - Os empreendimentos residenciais de iniciativa particular situado nas Áreas Especiais de Interesse Social - AIS destinados à população de baixa renda ficam isentos do pagamento do imposto predial e territorial urbano durante 36 meses contados da data da aprovação do projeto de parcelamento do solo.
Fonte: Autora (2018).
8.8.2 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Foi verificado todas as legislações relacionadas para respaldo da implantação do projeto. LEIS Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Institui o novo Código Florestal Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 - Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989 - Estabelece medidas para proteção das florestas estabelecidas nas nascentes dos rios e dá outras providências Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006 - Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF; altera as Leis nos
46
10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 - Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. DECRETOS Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 - Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 - Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002 - Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR.
RESOLUÇÃO CONAMA nº 294, de 12 de dezembro de 2001 - Dispõe sobre o Plano de Manejo do Palmiteiro Euterpe edulis no Estado de Santa Catarina. RESOLUÇÃO CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002 - Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. RESOLUÇÃO CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 - Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de preservação permanente. RESOLUÇÃO CONAMA nº 305, de 12 de junho de 2002 - Dispõe sobre Licenciamento Ambiental, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente de atividades e empreendimentos com Organismos Geneticamente Modificados e seus derivados. RESOLUÇÃO CONAMA nº 310, de 5 de julho de 2002 - Dispõe sobre o manejo florestal sustentável da bracatinga (Mimosa scabrella) no Estado de Santa Catarina
Decreto nº 5.975, de 30 de novembro de 2006 - Regulamenta os arts. 12, parte final, 15,
RESOLUÇÃO CONAMA nº 334, de 3 de abril de 2003 - Dispõe sobre os procedimentos
16, 19, 20 e 21 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, o art. 4o, inciso III, da Lei no 6.938,
de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens
de 31 de agosto de 1981, o art. 2o da Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, altera e acrescenta
vazias de agrotóxicos.
dispositivos aos Decretos nos 3.179, de 21 de setembro de 1999, e 3.420, de 20 de abril de 2000, e dá outras providências. RESOLUÇÃO CONAMA RESOLUÇÃO CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986 - Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental RESOLUÇÃO CONAMA nº 4, de 31 de março de 1993 - Dispõe sobre a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para as atividades, obras, planos e projetos a serem instalados nas áreas de restinga. RESOLUÇÃO CONAMA nº 29, de 7 de dezembro de 1994 - Define vegetação primária e
RESOLUÇÃO CONAMA nº 335, de 3 de abril de 2003 - Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. RESOLUÇÃO CONAMA nº 341, de 25 de setembro de 2003 - Dispõe sobre critérios para a caracterização de atividades ou empreendimentos turísticos sustentáveis como de interesse social para fins de ocupação de dunas originalmente desprovidas de vegetação, na Zona Costeira. RESOLUÇÃO CONAMA nº 349, de 16 de agosto de 2004 - Dispõe sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos ferroviários de pequeno potencial de impacto ambiental e a regularização dos empreendimentos em operação.
secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica,
RESOLUÇÃO CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006 - Dispõe sobre os casos
considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação
excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam
secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo.
a intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente-APP
RESOLUÇÃO CONAMA nº 9, de 24 de outubro de 1996 - Define “corredor de vegetação
RESOLUÇÃO CONAMA nº 378, de 19 de outubro de 2006 - Define os empreendimentos
entre remanescentes como área de trânsito para a fauna. Grupo de Trabalho Interinstitucional
potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no
– Restauração e Preservação de Áreas de Preservação Permanente-APP
inciso III, § 1º , art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CONAMA nº 237, de 19 dezembro de 1997 - Dispõe sobre a regulamentação de aspectos do Licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente.
INSTRUÇÃO NORMATIVA MMA Instrução Normativa MMA nº 3, de 4 de março de 2002 - Definir procedimentos de conversão de uso do solo através de autorização de desmatamento nos imóveis e propriedades rurais na Amazônia Legal, conforme especificações detalhadas a seguir e Anexos
47
Instrução Normativa MMA nº 8, de 24 de agosto de 2004 - Dispõe sobre o disposto nos arts. 12, 13 e 14 da Lei nº4.771, de 15 de setembro de 1965, no Decreto nº1.282 de 19 de outubro de 1994, e na Portaria 37-N, de 3 de abril de 1992. OUTROS Portaria INCRA nº 954, de 13 de novembro de 2002 - Estabelecer que o indicador da precisão posicional a ser atingido na determinação de cada par de coordenadas, relativas a cada vértice definidor do limite do imóvel, não deverá ultrapassar o valor de 0,50m, conforme o estabelecido nas Normas Técnicas para Levantamentos Topográficos. Portaria INCRA nº 1101, de 17 de novembro de 2003 - Homologar a Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais; Resolução CONFEA nº 282, de 24 de agosto de 1983 - Dispõe sobre o uso obrigatório do título profissional e número da Carteira do CREA nos documentos de caráter técnico e técnico-científico. Resolução CONFEA nº 377, de 28 de setembro de1993 - Dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica-ART dos serviços de Aviação Agrícola e dá outras providências.
48
9 SÍNTESE DE ANÁLISE LOCAL.
do ar à eles, isto nos induz a levar em consideração que implantação de uma lagoa ou
Segundo todo os dados colhido in loco podemos verificar alguns pontos para nosso
represamento venha a melhorar a humidade do ar local o que também aumenta a tão desejada
programa de necessidade do projeto a ser desenvolvido conforme Figura 68, tais como a ligação
qualidade de vida do espaço. Uma consequência dessa implantação seria a valorização
entre duas vias que resolverá o grande fluxo de veículos, resolvendo os pontos de
imobiliária como resultado da melhora do espaço de entorno.
congestionamentos, a implantação de um Parque linear melhorando a pressão da invasão da
Outro ponto interessante pensar na implantação de espaço para Foods Trunks ou trailers
área de proteção permanente, uso de terrenos ociosos com potencial de uso para implantação
de suvenires visando o uso do espaço durante a noite evitando criar lugares ermos e sem vida
de equipamento de esportes, lazer, saúde e cultural que complemente a função do parque para
que possa dar possibilidade ao uso da criminalidade e degradação.
melhorar a qualidade de vida de toda a população de entorno e em resposta a falta desses equipamentos analisados no levantamento de dados. Foram analisados também itens como insolação e ventilação para agregar conforto e qualidade ao novo espaço a ser planejado, mostrando que os ventos predominantes iram passa pelo parque para chegar ao bairro Parque dos Pinus e Jardim Heitor Riggon , trazendo qualidade
Contudo a escolha do local teve como base um ótimo exemplo de problemas que com as devidas requalificações possivelmente podem aumentar ou melhorar a qualidade de vida de todo seu entorno, através da implantação de um parque linear como nos exemplos apresentados em nossas referências em estudo.
49
Figura 68 - Mapa síntese da análise do local de possível aplicação do projeto.
Fonte: Autora (2018).
50
10 DIRETRIZES GERAIS Incentivar o uso comercial e de serviços ao longo da Avenida Ernesto Guevara Lã Serna, a fim de criar uma centralidade ao bairro que irá ter uma nova conexão com Via Norte; Valorizar/Criar parque público a fim de trazer atividades de cultura, lazer e esportes para região; Reforçar vocação de esportes que existe na área onde é existente um campo de futebol muito bem frequentado, mas sem muito cuidado atualmente; Renovação de App que foi retirada com operação de condutores de esgoto; Criar e ordenar tráfego de vias; Diminuir poluição presente no local, tanto de entulhos clandestinos como no ar e de água do córrego; Dinamizar usos das atividades no parque a fim de criar um vasto proveito para da população; Viabilizar a conexão dos dois lados do Córrego Campos, onde possui apenas dois pontos de travessia que atualmente possui conflito entre pedestres, veículos e congestionamentos.
Dar preferência para pedestres criando transposições dentro do parque que permita ligação mais rápida entre os dois lados do Córrego Campos; Melhorar e criar abrigo para pontos de ônibus, tendo em vista que o transporte público na área é bem utilizada e adequado as necessidades; Melhorar acessibilidade de calçadas e traçado, com regularização de irregularidades, reforçar iluminação para diminuir a insegurança e criação de um posto policial dentro do parque; Implantar ciclovia que circunde o parque e possa seguir pela avenida até o circuito existente da Via Norte a fim de viabilizar o meio de transporte até o centro da cidade. LAZER Criar espaços para atividades culturais, com possibilidade de oficinas de artesanato, arte e pintura; Revitalizar espaços para esportes existentes e criar novos, além de remanejar habitação irregular que tomou conta da área da quadra poliesportiva existente; Criar espaços que possibilite o acontecimento de feiras, exposições, eventos de food trucks e quiosques fixos de apoio e comercio; Criar espaço de eventos, com palco multiuso que permita uso para teatro, shows e apresentações; Promover no parque programa de atividades que valorizem aspectos culturais, garantindo
10.1 DIRETRIZES DA PROPOSTA USO E OCUPAÇÃO Estabelecer uso misto com prioridade para comércios e serviços, além de proporcionar incentivos para atrair na Avenida Ernesto Guevara Lã Serna, a fim de criar uma centralidade ao longo do novo eixo desafogando o fluxo existente na rua Javari; Regularizar o traçado e habitações das ocupações irregulares contidas no lote ao lado do Córrego Campos, propondo reforma e adequação nas habitações e o remanejamento de pessoas que o local não comportar; Criar quiosques de comércio e apoio dentro do parque a fim de promover o uso misto do espaço e trazer atividades compensatórias do cuidado e manutenção do espaço. MOBILIDADE
segurança, acessibilidade e manutenção do espaço; Criar quiosques de estadia e lazer com a família, que permita momentos como piquenique e churrasco ao ar livre; Criar fonte interativa com calçamento permeável que permite a interação das pessoas com a água que esguicha sem criar espelhos d’água que possa trazer problemas com mal-uso; Criar malha de cordas que se transforme em rede para deitar ao sol ou à sombra das arvores para descansar; Criar espaços de playgroud para diversão das crianças; Criar espaços para jogos de mesa, bocha ou malha; Criar equipamentos de academia e alongamento para pratica de caminhadas e cooper; PAISAGEM Criar elementos que proporcione de forma física e visual uma valorização da vegetação
Realizar a ligação da Avenida Ernesto Guevara Lã Serva com Avenida José Ferreira de
e do córrego Campos;
Mello Nogueira, mas apresentar solução que priorize o parque e o pedestre, criando um túnel
Reconstruir o ecossistema do local, principalmente na área de App degradada;
que não de interferência na continuidade do parque na parte em que a avenida cruza;
Criar uma paisagem verde a fim de desenvolver uma identidade própria para o local; Criar conexão entre bairros e viabilizar a integração dos moradores.
51
Priorizar a paisagem do parque criando um túnel na ligação da Avenida Ernesto Guevara
Figura 69 - Análise do traçado apresentado na área de estudo.
Lã Serna e diminuir o fluxo de veículos intenso pela Rua Carlos Cesar Tonelo; 11 CONCEITO A ideia principal desta proposta era trazer através do desenho urbano e da requalificação do espaço do fundo de vale degradado uma contribuição para melhora da qualidade de vida da vizinhança, para tanto foi elencado algumas atividades que pode trazer essa melhora se aplicados neste projeto que prioriza o lazer, além de considerar que a alteração da paisagem verde já pode contribuir. Após os estudos da área a principal reclamação foi por falta de lazer, então elencamos as seguintes atividades:
Caminhar
Fotografar
Ler livros
Frequentar lugares para comer e beber
Praticar esportes
Fazer piqueniques e churrasco
Pescar
Esportes na natureza
Reunir amigos
Contemplar paisagem bonita
Descansar
Fonte: Autora (2018) Figura 70 - Parque Padre Renato Poblette, Chile, com traçado geométrico.
Com isso podemos propor conceito de núcleos que exprimam estes itens de lazer e façam parte da contribuição da melhora da qualidade de vida urbana da vizinhança, indo além destes núcleos de lazer, núcleos de melhoramento do desenho urbano, da paisagem e da mobilidade. 12 PARTIDO O partido do projeto surgiu através das análises do desenho do traçado apresentado no bairro Figura 69, e de exemplos contemporâneos dos parques estudados com traçado geométrico Figura 70.
Fonte:ArchiDaily (2016). Então foi pensado para o projeto a proposta de um traçado dentro do parque que segue uma geometria de triangulações separando os núcleos de atividades a serem propostas e
52
desenhando os caminhos dentro do parque, bem como dando forma ao espaço e seguindo o
14 FLUXOGRAMA
conceito. Partindo dessas premissas todos os mobiliários e edifícios que comporão o parque terão uma aparência mais geométrica que se fundamenta na triangulação. Jogos e
13 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Ligação
Com base no conceito apresentado houve a seguinte proposta para o programa de
academia ao ar
entre barros
livre
necessidades que o para parque deverá conter: Restruturação e delimitação da Área de Proteção Permanente criando uma barreira não visual entre as áreas do parque e da APP; Área destinada ao lazer com quiosques para piquenique, churrasco e confraternização entre amigos e familiares;
Preservação da
Área de descanso com rede de cordas longo e único para uso e descanso do
APP e córrego
público; Chafariz com interação e solo permeável para infiltração da água; Academias ao ar livre; Área para jogos de mesa coberto e sem cobertura; Área para jogos como bocha e malha (sugestão de moradores); Pontos de alongamento;
Feiras e
Atividades
Eventos, shows
Comércio
de lazer
e apresentações
Pontos de Playgroud para crianças; Espaço para Quiosques comerciais, feiras ao ar livre e suporte para food trunks; Área para eventos, shows, teatro, apresentações populares e atividades de comunidade; Edifício de abrigo da administração que cuidará do cronograma de atividades do parque e espaço cultural com biblioteca, salas destinadas a oficinas de artesanato,
Quadras de esportes
Edifício Adiministrativo e cultural
danças, teatro; Ligação entre Avenidas que passa o Linhão de Energia com proposta subterrânea, a fim de priorizar o parque e o pedestre criando a ligação subterrânea; Trabalho com vegetação criando paisagem agradável e contemplativa; Jogos e
Playgrouds
academia ao ar
para
livre
crianças
53
15 PLANO DE MASSAS Figura 71 - Croqui do Plano de Massas.
Fonte: Autora (2018). O plano de massas foi determinado pelos núcleos de atividades a serem desenvolvidas ao longo do parque linear, deixando uma faixa de APP sem interferências que vão além do traçado que tem efeito de transposição do córrego a fim de dar mobilidade a pedestres ligando os dois lados. A partir deste croqui apresentado foi realizado um desenho mais trabalhado e melhorado sobre o plano de massas apresentado na Figura 72.
54
Figura 72 - Plano de Massas Proposta do Parque Linear Norte.
Acesso Primรกrio
Acesso Secundรกrio
Acesso Secundรกrio
Acesso Primรกrio Acesso Secundรกrio
Fonte: Autora (2018).
55
16 ESTUDO PRELIMINAR
No segundo croqui no entanto foi realizado algumas alterações, como o fato de trocar a
Neste estudo preliminar será proposto possíveis alternativas que possam dar soluções adequadas à requalificação da área escolhida para o projeto, portanto apresento os croquis da
localização do teatro e eventos com a administração, tendo em vista a topografia que irá ajudar a criar um melhor cenário para o espaço.
Figura 73 e 74, como parte do processo inicial de criação do desenho do parque, seguido de justificativa e apresentação preliminar de plantas e cortes para conhecimento e entendimento
Figura 74 - Croqui esquemático do projeto 02.
do projeto. 16.1 CROQUIS ESQUEMÁTICOS O primeiro croqui foi baseado apenas na criação e organização dos núcleos de atividades propostas pelo parque, sem levar muito em consideração a topografia. Figura 73 - Croqui esquemático do projeto.
Fonte: desenho produzido pela Autora (2018). 16.2 MEMORIAL JUSTIFICATIVO O projeto tem por objetivo uma proposta de um parque linear aberto para agregar mobilidade ao traçado e transposição do Córrego Campos No estudo realizado in loco levantou a necessidade que os moradores têm de opções de lazer para área, dando origem a todo o programa de necessidade criado para área. Muito do que foi proposto tem por base as análises realizadas em referencias projetuais que Fonte: Desenho produzido pela Autora (2018).
apresentaram ações efetivas e boas a espaços antes degradados como este.
56
Em nossa primeira referência foi retirado a questão da escala do parque linear a ser projetado, o parque Nossa Senhora da Piedade de Belo Horizonte, também possui um caráter
malha de cordas é uma opção para o relaxamento, descanso, sendo uma opção versátil e multiuso em utilidade pelos projetos atuais.
de requalificação do desenho urbano entorno de córrego degradado. Seguindo pelas referencias
O lado oeste do parque não terá muito além do calçadão de passeio e a ciclovia, pelo
vemos o parque Madureira que nos chamou a atenção para o programa de atividades que
motivo de preservar a APP existente no local, portanto o foco é em caminhadas cooper e
propõe ser desenvolvido ao longo de uma área antes mal utilizada. Em seguida o Parque Renato
ciclismo, sem a interferência de outras atividades, e dando uso para não ocorrer a degradação
Poblete com seu traçado contemporâneo e geométrico, e por fim o Parque Red Ribon que nos
a APP como vinha acontecendo.
mostra uma alternativa de melhorar a paisagem aderindo a própria vegetação nativa a fim de evitar tantos cuidados, e a identidade do espaço criada pelo mobiliário em destaque. Todas essas referências vieram a contribuir para a criação do nosso Parque Linear, o
O próprio fato de ter opções de lazer para o local também já contribui para melhora da mobilidade, pois a vizinhança não precisará de deslocar longas distancias a procura de um pouco de diversão nos tempos livres e isso também aquecerá o comercio dentro do parque.
traçado além de levar a contemporaneidade da geometria, também quis trazer dialogo como o
Os pontos de alongamento, academia e jogos foi uma opção para se distribuir em vários
próprio traçado seguido pelas quadras e terrenos triangulares destinados a praças e
pontos do parque a fim de suprir a demanda de pessoas que vão ao espaço praticar atividades
equipamentos no próprio entorno da área.
físicas e esportes.
A criação da ligação entre as avenidas que possuem o linhão de energia, Avenida Ernesto
Quanto a área de esporte, este ponto já é uma vocação do local, onde já existe um campo
Guevara Lã Serna e José Ferreira de Mello Nogueira tem por finalidade diminuir o fluxo de
de futebol muito bem utilizado pelos moradores que poucas opções têm, então será uma
veículos e o congestionamento criado na Rua Javari e na Rua Carlos Cesar Tonelo, que existe
questão de melhorar e somar mais qualidade ao espaço para suprir de forma mais eficiente a
atualmente e é agente de vários acidentes envolvendo pedestres e veículos, e a opção de
demanda do local por espontes.
realizar esta ligação no projeto por um túnel é para dar prioridade aos pedestres. Se tratando de
Sobre o programa de atividades a serem desenvolvidas o edifício administrativo pode ser
uma área de periferia igual se trata, onde os moradores andam bastante a pé e usufruem do
sede de ongs, como as que já atuam no local dentro de condomínios nos arredores a fim de
transporte público, ter essa prioridade é bem mais interessante do que o que temos atualmente
criar aulas de artesanato, dança e esportes, dentro dos espaços físicos criados pelo projeto
como exemplo de veículos como destaque.
agregando qualidade as atividades e não dependendo de espaços privados para
A ciclovia criada e que segue até ao disponível na Via Norte vem como opção de transporte alternativo para os moradores e não somente como opção de lazer que também vai ser contemplado na área. A seção de eventos, shows, e apresentações, apesar de juntar aglomerados de pessoas terão seus espaços separados das feiras, foods trunks e quiosques comerciais, a fim de distribuir o fluxo de pessoas ao longo do parque. A área de Eventos por sua vez fica próximo as avenidas e as feiras no lado oposto em transido mais calmo e local. A opção de ligar as quadras triangulares existentes ao parque e mudar o traçado de veículos foi para priorizar os pedestres, já que naqueles pontos o trânsito é apenas de moradores locais e não oferece prejuízos ao novo traçado que teriam se se adequar, melhorando a qualidade de caminhadas pelo parque. A parte de lazer é o foco do espaço, com quiosques para piqueniques, churrascos, reuniões de amigos entre outras atividades terá de receber uma atenção quando ao mobiliário, a fonte ao lado vem como complemento de atividades que envolva tomar sol e se molhar. A
desenvolvimento.
57
58
REFERENCIAS
Parque Fluvial Padre Renato Poblete / Boza Arquitectos [Parque Fluvial Padre Renato Poblete
ALVES, J. F. Metrópoles: Cidadania e Qualidade de Vida. São Paulo: Editora Moderna,
/ Boza Arquitectos] 17 Nov 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Santiago Pedrotti, Gabriel). Disponível
1992.152p.
em:<https://www.archdaily.com.br/br/799412/parque-fluvial-padre-renato-poblete-boza-
BOECHAT,
J
P.
RED
RIBBON
PARK.
Disponível
em:
arquitectos>. Acesso 14 abr. 2018.
<https://uffpaisagismo.wordpress.com/2016/03/02/parque-red-ribbon/>. Acesso 14 abr. 2018.
Parque Red Ribbon / Turenscape [Red Ribbon Park / Turenscape] 05 Nov 2013. ArchDaily
BORELLI, M.C. Sustentabilidade em obras públicas: o caso do parque Madureira.
Brasil.
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de
<https://www.archdaily.com.br/156629/parque-red-ribbon-slash-turenscape>. Acesso 14 abr.
Engenharia Civil, 2013. 124p.
2018.
BRASIL, A. P. M. S. SILVA, M. E. C. RIBEIRO, W. O. Clima, Ambiente Urbano e Qualidade
(Trad.
Márquez,
Leonardo).
Disponível
em:
PEREIRA, E. F. TEIXEIRA C. S. SANTOS, A. Qualidade de Vida: abordagens, conceitos e
de Vida: Uma Análise Da Percepção Dos Moradores Da Perifería Melenense Do Carmelândia
avaliação. Revista brasileira Educação Física Esportes, São Paulo, v.26, n.2, p241-250,
Sobre O Conforto/Desconforto Térmico. Periódicos da Universidade Estadual de Maringá,
abr./jun.2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v26n2/07.pdf> Acesso 28 maio.
2014.12p.
2018.
Disponível
em:
<http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/BolGeogr/article/viewFile/23296/pdf_59>
acesso
SALES,
M.A.A.
Formação
das
Cidades
Brasileiras.
Disponível
em:
<
em 17 maio. 2018.
https://prezi.com/zstm7ypcxw40/formacao-das-cidades-brasileiras/> Acesso 30 maio 2018.
BRITO, J. F. P. A Construção Estratégica do Bairro Madureira na Cidade Olímpica: novas
SANTOS, R. C. Estudo Preliminar sobre o projeto de construção do parque nossa senhora
espacialidades, temporalidades e conflitos no Rio de Janeiro dos megaeventos. Tese de
da piedade. Belo Horizonte, MG. Trabalho de conclusão de curso de ciências Biológicas do
Doutorado curso de Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciência Sociais da
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, 2010. 19p.
UFRJ, 2016.357p.
SILVA, A. C. B. Campos Elísios e Ipiranga: memórias do antigo barracão. 1ed. Ribeirão Preto,
GAETE, C. M. "Paisagem e Arquitetura: Parque Fluvial Renato Poblete" [Paisaje y
SP. Editora COC – Empreendimentos Culturais Ltda.2006.180p.
Arquitectura: Parque Fluvial Renato Poblete, el primer parque fluvial urbano de Chile] 04 fev.
SILVA, A. C. B. Expansão Urbana e Formação dos Territórios de Pobreza em Ribeirão
2015.
Preto: Os Bairros Surgidos a Partir do Núcleo Colonial Antônio Prado (1887). São Carlos:
ArchDaily
Brasil.
(Trad.
Baratto,
Romullo).
Disponível
em:
<https://www.archdaily.com.br/br/761449/paisagem-e-arquitetura-parque-fluvial-renato-
UFSCar, 2008. 270p.
poblete>. Acesso 14 abr. 2018.
SZEREMETA, B. ZANNIN, P. H. T. A Importância Dos Parques Urbanos E Áreas Verdes Na
LEITE, C. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num
Promoção Da Qualidade De Vida Em Cidades. Ra’e Ga, Curitiba, v.29, p.177-193, dez.2013.
planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.264p.
Disponível em: <file:///C:/Users/lcnascimento/Downloads/document.pdf> Acesso 17 maio. 2018.
LIMA, T. Infraestrutura urbana faz crescer a indústria da comunicação. 2017. Disponível
VERSIANI, I. V. L. Indicadores Georreferenciados de Qualidade de Vida. Revista Cerrados,
em:< https://www.sienge.com.br/blog/infraestrutura-urbana/>. Acesso 20 abr. 18.
Montes
MACEDO, S. S; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil. São Paulo: Edusp, 2002. 207p.
<file:///C:/Users/lcnascimento/Downloads/97-594-2-PB.pdf> Acesso 17 maio. 2018.
MELLO, C. H. Implantação do “complexo cultural e de lazer zona norte e qualificação do
VILARTA, R. Qualidade de vida e políticas públicas: saúde, lazer e atividade física / Roberto
entorno. Ribeirão Preto, SP. Trabalho de conclusão de curso Arquitetura e Urbanismo - UNIP,
Vilarta (Organizador). Campinas, SP: IPES Editorial, 2004.156p.
2013.104p.
Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado, acesso em 11 de abril de 2018. Disponível em
MOTA, S. Urbanização e meio ambiente- 4ed. Rio de Janeiro; Fortaleza: Abes, 2011.380p.
< http://lagoadonado.blogspot.com.br/2009/11/parque-nossa-senhora-da-piedade.html>
Claros,
v.14,
n.1,
p.191-214,
jan./jun.2016.
Disponível
em: