REVISTA FIGHT

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SUBÚRBIO:

UM FORMADOR DE OPNIÕES.

ESTILISTAS INDEPENDENTES

ELES ESTÃO AÍ PARA MOSTRAR QUE NO MUNDO DA MODA TEM ESPAÇO PRA TODOS.

COMO ASSIM CEGA?

NATHALIA SANTOS, EX COMENTARISTA E PESQUISADORA DO ESQUENTA, CONTA COMO É QUEBRAR FRONTEIRAS DIARIAMENTE.

FRONTLINE


IGHT


Com intuito de aproximar mostrando aos leitores que independente de condições financeiras, local onde moram, contexto social, político ou econômico, todos nós temos um posicionamento dentro da sociedade e não devemos permitir que apenas uma parte dela direcione a cidade como um todo se tratando de lifestyle, costumes e tradições os cariocas costumam ver a Zona Sul como referência. Estamos aqui para mostrar que estas barreiras estão sendo quebradas e a sociedade tem se tornado aos poucos cada vez mais miscigenada. Apontamos como vem crescendo o ramo dos estilistas independentes, eles estão aí para mostrar que no mundo da moda tem espaço para todos, não importa se é em uma feira ou uma loja de shopping, compre algo de quem está começando. Além de tentar desconstruir a divisão social, queremos reforçar o apoio à pessoas que quebram fronteiras diariamente, que através de posicionamentos se tornam exemplos para outras. Pré-conceitos, todos temos, mas podemos e devemos quebrar esse mal que divide a sociedade, seja por raça ou sexualidade não importa a forma como surge. Liberte-se, ame-se, ame o próximo, exalte seu verdadeiro eu!

Por Rodrigo Carvalho


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Entrevista com Carol Rabello

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Feiras de moda

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Estilistas independentes

Nesta edição da FIGHT Fotógrafos: Luana Soares, Rafael Barata, Vinícius Lemos e Yuri Brito. Maquiadores: Luana Soares, Luana Arruda e Jovanna Souza. Cabelereiros: Rodrigo Carvalho e Luana Arruda. Modelos: Elisama Ribeiro, Lua Albuquerque, Roger Monte, Rodrigo Queiroz, Clara Ávila, Railane Bispo, Jovanna Souza e Rodrigo Carvalho. Entrevistados: Carol Rabello, Nathalia Rodrigues e Juliana Pedro. Stylists: Jovanna Souza, Luana Arruda, Luana Soares e Rodrigo Carvalho. Redatores: Rodrigo Carvalho e Jovanna Souza. Diagramação: Luana Soares. Tratamento de imagens: Luana Soares, Rafael Barata, Vinícius Leos e Yuri Brito. Colaboradores: Danilo Rodrigues, João Rodrigo e Jaqueline Rangel(Loja Jackie’s room).


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Editorial: USAR POR TER, NĂƒO POR SER

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Entrevista com Nathalia Santos

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Be yourself


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Estilistas independentes Tem se tornado comum o surgimento de marcas independentes, que geralmente começam em feiras, ateliês ou até mesmo em casa. Ao contrário do que se pensa o ramo da moda é um dos que mais cresce com microempreendedores cada vez mais jovens dispostos a encarar o mundo dos negócios.


MENOS ETIQUETA MAIS CONSCIÊNCIA Juliana Pedro de Souza tem 27 anos, teve

seus primeiros contatos com a moda quando começou a trabalhar em uma loja de shopping na qual tinha que montar vitrines semanalmente. “Comecei a pesquisar um pouco sobre o assunto e aí descobri o SENAI CETIQT, onde cursei Produção de Moda. Depois que entrei lá não quis mais sair, me formei em Habilitação em Moda e depois comecei o curso de Produção de Vestuário. ” Juliana conta que sempre ficava atenta vendo sua mãe e tias costurarem em casa e às vezes se arriscava à costurar. Com as técnicas adquiridas nos cursos começou a produzir suas peças e aos poucos de boca-a-boca seus produtos foram caindo no gosto de suas clientes. Inicialmente ela mantinha seu atelier em casa, mas como sua demanda veio crescendo, sentiu a necessidade de expandir a loja, então surgiu a oportunidade de um ateliê em um local um pouco mais acessível cedido por seu pai e com todo apoio da família, Juliana tem hoje um espaço onde pode expor melhor seus produtos e receber suas clientes que agora se encontra na Rua General Roca, Nº 913/SL301, Ed. Marapuama - Tijuca – Rio de Janeiro. Além disso ela divulga seu trabalho através do instagram (@_inspiration_21) onde posta constantemente as novidades que chegam no atelier. Juliana conta com sua irmã Laryssa, que atualmente toma conta do atelier enquanto ela fica de casa produzindo.

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A maioria das peças são únicas, podendo ter a mesma modelagem, mas com um fantástico mix de estampas que muitas vezes só são usadas apenas uma vez em cada peça, além claro do designer assimétrico e versátil que Juliana traz aos modelos.

“A satisfação de quem usa exclusividade é o que os motiva as vendas, impossível não se dedicar de corpo e alma, fazendo o que ama não tem como dar errado.”

“Os estudos me ajudaram muito a me planejar, desde a escolha dos tecidos e materiais a serem utilizados até como e onde vou expor para meu público, além claro, da forma como busco inspirações e transcrevo em minhas criações. ” No inicio recebeu algumas criticas, pela leveza e estampas, alguns achavam que ela queria ser uma concorrente de outras marcas famosas que obtinham o mesmo público alvo, mas aos poucos ela foi deixando bem claro o seu posicionamento e vem cada vez mais conquistando clientes. “Eu sei que posso me tornar uma grande marca, afinal todos somos capazes, mas para mim o importante mesmo é saber que pessoas compram, usam e ficam

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USAR POR SER


NÃO POR TER


Jovanna veste T-SHIRT Jackie’s Room.


Lua veste T-SHIRT Jackie’s Room.


Roger veste T-SHIRT Jackie’s Room.


Todos vestem T-SHIRTS Jackies Room.


A necessidade de se expressar estĂĄ em voga nos dias de hoje. Estampe a que tempo e a que contexto pertence. Sinta-se seguro para reinventar o seu estilo nĂŁo se prendendo a status. Liberte-se de padrĂľes impostos pela sociedade!




BARREIRAS PARA QUEM?

Nathalia Santos de apenas 24 anos, por uma coincidência do destino, se tornou hoje uma referência para muitos, a jovem estudante de jornalismo é a prova de que os obstáculos existem para ser superados e aqui nesta entrevista vai nos mostrar um pouco do legado que vem deixando.


Atualmente ela está terminando a faculdade de jornalismo à noite na ESPM, cuida de seu blog “Como assim cega?” e tem o canal no YOUTUBE. Como ela não está trabalhando, tem que se dividir entre TCC, os textos do blog, fotos, vídeos que grava pro canal, ”Além claro de comer, dormir, dar atenção para a família e brincar com a minha afilhada.”, Conta Nathalia entre risadas. “Em casa minha mãe me criou como uma pessoa comum, eu tenho minhas tarefas diárias, se preciso vou para cozinha, arrumo a casa, lavo louça. Minha família sempre me deu forças para enfrentar o mundo lá fora. ” Certo dia, por coincidência quando estava na plateia do programa “ESQUENTA!”, surge um assunto sobre livros em Braile, logo apresentadora Regina Casé pergunta se alguém da plateia saberia ler em braile, Nathalia se prontifica e diz que sabe. Admirada Regina pergunta: “Por que você sabe ler em Braile?”, naturalmente Nath responde: “Porque sou cega.” A Apresentadora fica surpresa e de repente o programa toma um novo rumo, “parecia até que o programa saiu do roteiro e virou ‘entrevista com a Nathalia’ ”. Após este fato, ela passou a fazer parte do elenco do programa, agora não mais na plateia, mas como comentarista no palco, participando de quadros de destaque. Daí em diante Nath não parou, assim que o programa entrou de férias, continuou trabalhando na emissora, só que agora organizando as caravanas das plateias de outros programas e trabalhando como colaboradora do jornal “Voz das Comunidades”. Nathalia sempre teve interesse por jornalismo e em 2014 entrou para faculdade e conseguiu um estágio na globo News, suas experiências te agregaram muito conhecimento e possibilitou que ela desenvolvesse um excelente trabalho, mesmo que muitas vezes subestimada. “Imagina quantas barreiras? Negra, moradora de comunidade e ainda cega! ” A diferença é que ela não coloca sua deficiência e limitações como prioridades em sua vida.

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Nascida em comunidade, Nathalia sempre teve contato com a cultura local e com a de fora do lugar onde nasceu por consequência do incentivo de seus pais para que ela e seus irmãos absorvessem todo tipo de experiência que agregasse qualquer tipo de valor cultural. Por razão de seu trabalho, a futura jornalista teve a oportunidade de viajar o Brasil inteiro e passar por diversas experiências como um editorial com a Top Model Naomi Campbel e conhecer e se tornar íntima de muitos artistas famosos. “Cada dia é uma nova conquista, as ruas não possuem sinais sonoros de trânsito, os estabelecimentos não possuem sinalizações que facilitem o acesso de pessoas com deficiência, os carros estacionam nas calçadas, os próprios restaurantes, bares e lanchonetes colocam mesas e cadeiras nas calçadas que dificultam a locomoção, além de não possuírem um cardápio em braile.” “A sociedade não é preparada para o diferente, seja o anão, seja o cego, cadeirante, surdo, existem barreiras comunicacional, barreiras estrutural, o que mais existem são barreiras, não só para os deficientes mas para os homossexuais, os transexuais, os negros, mas aos poucos vamos nos adaptando, superando, se não a gente não vive. ” “Eu demorei muito a entender que a minha vida é exemplo para muitas pessoas, e isso é ruim, pois é uma responsabilidade muito grande, tanto pro bem quanto pro mal, o que eu tento mostrar minha vida inteira de forma indireta é que eu soou um ser humano , que eu sou pessoa e que toda s as pessoas tem problemas , eu fico mais chateada quando eu quebro a unha do que quando alguma pessoa se incomoda com minha deficiência , mas é claro que eu tenho dificuldades, mas todo mundo tem, Eu sou muito feliz e sempre fui , e eu acho que nós temos que nos enxergar , se amar, se aceitar do jeito que somos , eu tenho muitas barreiras lá fora, mas se eu não me aceitar , estas barreiras seriam ainda mais pesadas, mas isto é algo que deve partir de dentro de cada um , é você quem tem que partir e lutar!” Preparada para a vida, estudiosa com um currículo incrível, não existem dúvidas de que sua caminhada será longa e repleta de conquistas, Nathalia é um dos maiores exemplos de superação e quebras de fronteiras desta edição.


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BE YOURSELF BREAK THE “RULES”




Todos vestem acervo pessoal.




























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