Projeto de Restauração e Conservação Casa Wetzel

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Na cidade de Joinville - SC Bairro Centro

LOCALIZAÇÃO TERRENO

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Aerofotografia na região da indústria Wetzel, rua Felipe Schmidt. Fonte: Arquivo Histórico de Joinville.

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UMA HISTÓRIA DE TRABALHO ÁRDUO E REALIZAÇÕES

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A Casa Wetzel era de propriedade do imigrante saxônico Friedrich Louis Wetzel, jovem saboeriro determinado, que em poucos anos fundou uma fábrica de velas e sabão e realizou o sonho de prosperidade do imigrante. A casa onde viveu os seus últimos dias, na antiga «Deutsche Pikade» (atual rua Visconde de Taunay), foi construída no fim do século 19, presenciou a passagem do século 20 e chegou aos nossos dias como um elo entre o presente e o passado da cidade. Friedrich chegou ao Brasil aos 22 anos, acompanhado da primeira esposa, Emilie e trabalhava como marceneiro durante o dia e a noite fabricava sabão e velas, que vendia ao longo do caminho do trabalho. Era o início do que anos mais tarde seria a Germano Wetzel e Cia, conhecida pela qualidade das velas e sabões que fabricava. Após a morte da esposa, casou-se novamente, com Emma Rauter Wetzel, com quem investiu na produção e na vida familiar. Tiveram 10 filhos e iniciaram a produção de velas e sabão no quintal de casa (primeira casa do casal, a rua 9 de Março) e na frente vendiam os produtos. Hermann Friedrich Wetzel, o Germano Wetzel, nasceu em 1873 e era o filho mais velho do casal. Ajudou os pais desde criança na pequena fábrica, que cresceu e o tempo teve necessidade de mais espaço, foi quando Friedrich e Emma adquiriram o terreno localizado a rua Senador Felipe Schmidt, onde funcionava a Metalúrgica Wetzel e hoje a Católica de Santa Catarina.

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Imagem Google Earth 2004

EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS DA FAMÍLIA

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

CASA WETZEL final do séc.IX em Joinville - Santa Catarina

Friedrich Wetcel faleceu em 1918. Seu filho mais velho, Germano, assumiu os negócios, tendo como sócios seus dois irmão, Ernesto e Júlio. A empresa continuou na produção de velas e sabão, enquanto Ernesto e Júlio se retiraram por alguns anos para Europa. No início dos anos 30 firmou sociedade com Wigando Schmidt para abrir uma metalúrgica, que foi pioneira no processo de fundição sob pressão na América Latina. A nova empresa fabricava torneiras e registros, e ficava no mesmo terreno da fábrica de sabão, junto a pequena casa. Germano faleceu em 1932, e seus irmão Júlio e Ernesto fecharam as portas da fábrica de sabão.

A casa permanece no local até hoje, praticamente como era a 100 anos. Construída com a tradicional técnica ENXAIMEL, a princípio era revestida com reboco. Em entrevista, Edith Wetzel contou que só havia um banheiro, que ficava do lado de fora. Uma vez por semana o ‘‘carro do mel’’ passava para recolher os dejetos. Na cozinha, havia uma torneira e, embaixo dela, um balde e uma concha . ‘‘Quando tínhamos sede, pagávamos a concha, bebíamos e jogávamos o restante no quintal’’, recorda. A casa passou por diversas intervenções, como a extração do reboco da fachada principal, deixando a mostra a estrutura que caracteriza o enxaimel. Hoje possuí reboco em algumas partes, mas ainda é possível conferir marcações da madeira (utilizadas para orientar a montagem) e os grandes pregos (cavilhas), também de madeira, que fixam as peças. Para preservar o local, foram colocadas grades na varanda frontal. A maioria das portas baixas conserva as fechaduras originais. No rancho dos fundos, o telhado também é original, com telhas de cerâmica ‘‘chatas’’. Ao lado da casa, com muretas baixas e portão pintado de azul, permanecem as varandas onde a oma Emma brincava com os netos.

Luana Cristina Steffens TÉCNICA CONSTRUTIVA ENXAIMEL O autor Volkmer (2001) descreve a técnica como sendo uma estrutura que consiste em dispor peças de madeira na horizontal, vertical e diagonal, sendo preenchido com barro amassado e tijolos. O enxaimel, na técnica como eram construídas há mais de 150 anos, nada mudou. A estrutura de madeiras encaixadas e preenchidas com tijolos permaneceu exatamente igual. Todas as casas devem ser 100% encaixadas e obedecendo as tradicionais normas alemãs. O uso de pregos ou parafusos na estrutura é considerado “descaracterização” no enxaimel.

Detalhes originais da casa

Baldrame: a base da casa, onde será fixada toda a estrutura do enxaimel, e deve ser apoiado sobre um fundamento de pedra ou concreto. Esteio: Também chamado por coluna, linha e pé-direito. Este elemento é que sustenta a estrutura da edificação. Esteio de Canto: Como está localizado nos cantos está sujeito a cargas diferentes. Através deste, se une a parede da fachada e da lateral. Travessa

Travessa: Serve para ligar um esteio ao outro e apoiar o preenchimento, dividindo assim sua carga. As travessas devem circundar toda a casa, ligando todos os esteios. Escora: Tem a função de garantir a estabilidade da casa. São feitas sob medida e devem ser aplicadas no mínimo duas em cada parede, junto aos esteios de canto.

Esteio

Frechal: Este elemento serve de fechamento para a estrutura e também para apoiar o telhado. Barrote: Também chamados de vigas de assoalho, nestes são aplicados o assoalho do sótão.

Imagem Google Street View 2011

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA - Arquitetura e Urbanismo - Disciplina: Convservação e Restauro, Professoras: Laura e Roberta - Acadêmica: Luana Crintina Steffens, 7ª fase B - Restauro Casa Wetzel - Data: 29/06/2015 - Prancha

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DIAGNÓSTICO 01

Através de visita in loco e levantamento de medidas e fotografias foi possível desenvolver um diagnóstico de demonstra desde pequenas à grandes patologias existentes na casa em estudo. O mapeamento desenvolvido pela turma trás diversas questões que devem ser extremamente consideradas nas etapas de intervenção. A seguir imagens que identificam algumas patologias encontradas.

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Falta de circulação de ar devido ao fechamento cimentício

Rotação de mureta

Piso quebrado

Falta de telhas

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Deslocamento de parede

Apodrecimento de madeira

Apodrecimento de madeira

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Rachadura e fissuras (teste)

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Descolamento de reboco Falta de tijolos no fechamento

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Planta baixa - diagnóstico Escala 1:75

Pintura descascada

Umidade aparente

Rachaduras e fissuras

Instalações e pinturas posteriores

A seguir os ambientes identificados e o suposto uso pelos moradores: 01 - VARANDA DE ACESSO À EDIFICAÇÃO 02 - PRIMEIRO AMBIENTE (SALA DE ESTAR) 03 - SEGUNDO AMBIENTE (DORMITÓRIO) 04 - TERCEIRO AMBIENTE (DORMITÓRIO) 05 - AMBIENTE QUE ACESSO O SOTÃO 06 - COZINHA PARTE 01 07 - COZINHA PARTE 02 08 - BANHEIRO 09 - VARANDA 10 - VARANDA 11 - PRIMEIRO AMBIENTE EXTERNO 12 - SEGUNDO AMBIENTE EXTERNO 13 - TERCEIRO AMBIENTE EXTERNO

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A edificação não está tão comprometida, são necessários alguns reparos, tratamentos e substituição de alguns materiais. Em um geral a maior dificuldade está em adequá-la as instalações mais modernas e necessárias, como apresenta a proposta do projeto. Fachada Norte

FORRO SAIA-E-CAMISA: Tipo de forro de madeira em que as tábuas se encaixam e formam reentrâncias e saliências. A tábua reentrante é chamada de saia, e a saliente, de camisa. Também chamado de saia-e-blusa. Utilizado desde o século 19 até a década de 30, do século 20, é composto de 2 ordens de tábuas paralelas. As tábuas em ressalto – as saias – levam molduras simples, em meia cana nos seus contornos. As camisas são as tábuas rebaixadas. Conforme o tipo de acabamento adotado, o forro fica com almofadas rebaixadas ou salientes

Rotação da estrutura da mureta

Varanda

Fachada Sul

Fachada Oeste CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA - Arquitetura e Urbanismo - Disciplina: Convservação e Restauro, Professoras: Laura e Roberta - Acadêmica: Luana Crintina Steffens, 7ª fase B - Restauro Casa Wetzel - Data: 29/06/2015 - Prancha

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objetivos introdução

PROPOSTA DE USO

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Na busca de um uso que pudesse interagir com a cidade durante o dia e a noite, o bar/café surgiu como uma solução que além de proporcionar esse maior tempo de uso diário, se encaixa na proposta da ‘‘Via gastronômica’’ trazendo uma nova opção para quem vai até este local em busca de um espaço aconchegante para fazer suas refeições e ainda se divertir. Considerando o entorno e principalmente o Centro Universitário Católica de Santa Catarina que divide o mesmo terreno, um espaço para café é bem atrativo aos alunos que estudam no período matutino e vespertino. Já para o período noturno, aqueles que querem se unir com a turma depois de uma aula noturna, podem além de jantar, aproveitar o ambiente e escutar um som (para tanto um espaço reservado a um palco).

REFERÊNCIAS

- Determinar dois acessos para maior controle; - Não bloquear visual de quem olha de dentro do centro universitário, porém, não permitir acesso direto; - Induzir as pessoas, através do layout, a passarem por toda a casa, dando mais vida à edificação; - Criar ambientes mais aconchegantes e confortáveis para vários tipos de público; - Criar espaços climatizados e espaços abertos; - Trabalhar com uma cozinha simples; - Criar anexo para sanitários; - Arquitetura nova (anexo dos sanitários) não se sobresair à casa Wetzel; - Utilizar material que converse, mas não unifique, com a casa Weztel; - Abrir os espaços, mas limitá-los; - Criar espaços verdes.

Em um ambiente único, tombado pelo patrimônio histórico e cultural, o Namoa é um local que oferece refeições ao meio dia (restaurante) e funciona como bar com atratividades de shows durante a noite. Com layout simples e preservando a arquitetura do patrimônio, o ambiente proporciona aconchego e conforto aos clientes.

Demolir Construir Existente

Planta de demolição/construção Escala 1:75

PROPOSTA DE ESPAÇO

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Planta baixa - pavimento térreo Escala 1:75 01 - Varanda com mesas de 2 a 3 lugares 02 - Circulação 03 - Balcão de bebidas (bar/café) 04 - Balcão de alimentos (confeitaria e frios) 05 - Lounges 06 - Palco flexível (dia=lounge/noite=palco) 07 - Instalações sanitárias feminino

Planta baixa - pavimento superior Escala 1:75

Implantanção Escala 1:75

08 - Instalações sanitárias masculino 09 - Caixa 10 - Jardim 11- Caixa d’água e depósito 12 - Despensa 13 - Cozinha

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA - Arquitetura e Urbanismo - Disciplina: Convservação e Restauro, Professoras: Laura e Roberta - Acadêmica: Luana Crintina Steffens, 7ª fase B - Restauro Casa Wetzel - Data: 29/06/2015 - Prancha

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Caixa d’água Depósito

Lounge

Serviço

Deck

Palco

I.S Feminino

I.S Masculino

Transição antigo x novo Perspectiva da implantação

Corte AA Escala 1:75

Lounge

Lounge

Circulação

Palco

Corte BB Escala 1:75

INSERÇÃO DA PROPOSTA NO CENÁRIO

Acesso serviços

Aço Corten

Perspectiva Frontal

Elevação norte Escala 1:75

Acesso principal

Painel flexível

Cobogó

Perspectiva - Visual Católica

Calçada

Elevação oeste Escala 1:75

Acesso do estacionamento

Painel de madeira com vegetação Área do caixa

Ambiente novo com palco CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA - Arquitetura e Urbanismo - Disciplina: Convservação e Restauro, Professoras: Laura e Roberta - Acadêmica: Luana Crintina Steffens, 7ª fase B - Restauro Casa Wetzel - Data: 29/06/2015 - Prancha

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