M A T I S S E A N A S
v e t o r i z a d a s e
c e n s u r a d a s
MANIFESTO FAUVISTA FEROZ. BICHA DA
MATA
DE
PEDRA
EU
SEREI
ENQUANTO PUDER
RESPIRAR
NÃO COM
DILUA
TEREBENTINA
PRA
FICAR SÓ
ALTA
PRA
DESFILARMOS REQUEBRANDO DENTRO
DAS
DIMENSÕES DAS
CORES
John. John Baiano. Leão com ascendente e lua desconhecidos.
Um malandro desses. Mentiroso. Um corpo pesado, grosso, bitela de carne no meio das pernas. Ele curtia. Fazia, fazia. Tomava um banho e vinha curtir. Curtia tudo o que eu curtia. Um garoto. Safado. Gostoso. Meio louco. Até padê no meu cu ele colocava. E entrava e ardia, ardia. Ardia por dias. Mas eu deixava, só pra gente brincar de ser menino. John pedia para eu entrar daquele jeito também, gostava que ardia. E chamava mais meninos para brincar no parquinho. Ele entrava em mim, entrava em outros. Eu entrava nele e em mais ninguém. Ninguém gostava muito de entrar em mim. Mas John gostava. Entrava e depois passava a bola pra mim. Não era ilusão. Toda brincadeira requer seriedade. E quando cansava de ser John se tornava Adílio depois de gozar. Se eu não tivesse gozado, ele só pedia pra cochilar dois minutos. E abria as pernas de novo. E nem me percebia tão insaciável, insatisfeito. Menininho macho. Entrou, tem que brincar até o fim. Quanto mais a manhã chegava, mais doce ele era, mais azedo eu ficava. Depois - se um dia ele ligava - se desculpava e dizia que eu era muito fechado. Que não tinha gostado de brincar. Bixa amuada. Me chamava para brincar de novo ou pedia o número de outro colega para brincar. E eu ria, ria. Vestia meu shorts curtos, meia até a canela e ria. Ia ao seu encontro mais uma vez. Ria desse menino que roubava lanche no recreio pra dividir comigo.
" M e u s
d i a s
s ã o u m s ó c l í m a x : v i v o C . L . ( Á g u a V i v a )
à
b e i r a . "