Lar e Centro de Integração para Idosos "Oriovaldo Joaquim de Oliveira"

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LUCAS AUGUSTO FRANCO BORTOLUCI

LAR E CENTRO DE INTEGRAÇÃO PARA IDOSOS

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista – UNIP.

Orientador (a): Profª. Me. Norma Fonseca Vianna Martins

RIBEIRÃO PRETO 2019

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Dedico esse trabalho à você que fez muito por mim e pela família toda. Dedico à você que sofreu preconceitos por andar com uma criança totalmente diferente fisicamente, mas que nunca perdeu a compostura. Dedico à você que proporcionou momentos incríveis para mim e que por mais que morasse longe, fazia de tudo para estar presente. Dedico à você que por mais teimoso que fosse, aceitava ajuda que precisava no final. Dedico à você que por muitos anos conviveu com uma doença que o fazia esquecer um pouco de tudo em sua vida a cada dia, mas que nunca deixou se abater por nada. Dedico à você Seu Zico, meu avô, que esteve em vida durante toda a minha trajetória da faculdade e que resistiu até o momento em que eu disse “meu projeto está pronto”. Porém agora descansa em paz e pode nos proteger de onde estiver.

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Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me dado saúde e força para superar os obstáculos e por tudo que Ele me proporciona. Agradeço imensamente ao meu avô, o Sr. Orivaldo Joaquim de Oliveira (in memoriam), que me inspirou a fazer esse projeto e que me deu o máximo de suporte que pode durante minha vida. Durante a trajetória da minha faculdade esteve presente, mesmo com a doença de Alzheimer, e esperou o resultado final desse trabalho para poder partir para um lugar melhor. Agradeço à minha mãe Aldeli, meu pai João Carlos e minha irmã Carla Maria, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Que apesar de todas as dificuldades, me fortaleceram para que eu continuasse sem desistir e sempre fizeram entender que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente. Agradeço a todos os professores das escolas que estudei anteriormente e agora aos Mestres da UNIP que contribuíram para que eu pudesse chegar até aqui. Agradeço à Professora Mestre Norma Fonseca Vianna Martins pela oportunidade e apoio na elaboração deste trabalho. Um agradecimento especial à um quarteto de amigos, Camila, Caroline, Rayane e Silas, que sempre me apoiaram e estiveram presente em cada fase deste curso de Arquitetura e Urbanismo. Por fim, agradeço aos demais amigos e familiares por todo suporte direta ou indiretamente. Muito obrigado.

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O envelhecimento é um estado do corpo humano que atinge a todos, sem exceções. Dessa forma, esse fato fará com que as pessoas busquem locais que possam proporcionar lazer, conforto e em alguns casos moradia digna para idosos. No cenário atual, não há muitos locais que proporcionem essas atividades com qualidade. Sendo assim, esse Trabalho de Conclusão de Curso tem por finalidade projetar um equipamento arquitetônico para a população idosa no centro urbano da cidade de Ribeirão Preto. O projeto agrega uma infraestrutura que atenda todos os requisitos necessários para a garantia do bem-estar e qualidade de vida dessa população, por meio de um lar e centro de integração para idosos inserido em um meio de quadra que permite a permeabilidade de pessoas.

Palavras-chave: Institucionalização de idosos. Qualidade de vida. Integração social. Lar e Centro de Integração para idosos.

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Aging is a state of the human body that reaches everyone without exception. Thus, this fact will make people look for places that can provide leisure, comfort and in some cases decent housing for the elderly. In the current scenario, there are not many locations that provide these activities with quality. Thus, this Course Conclusion Paper aims to design an architectural equipment for the elderly population in the urban center of RibeirĂŁo Preto. The project adds an infrastructure that meets all the necessary requirements to guarantee the well-being and quality of life of this population, through a home and integration center for the elderly inserted in a middle of the block that allows the permeability of people.

Keywords: Institutionalization of the elderly. Quality of life. Social integration. Home and Integration Center for the elderly.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Na imagem, idosos em uma sala de estar de um alojamento público. Idosos precisam de um espaço que tragam atividades e contato com outras pessoas.......................................................................................................16

Figura 29: Na imagem é possível ver a Av. Marginal Tietê, o Rio Tietê e como ele está inserido ao lado da Biblioteca Municipal. Verifica-se ainda que o entorno é denso e a praça Miguel Francelino ao lado............................................36 Figura 30: Na imagem podemos reparar que o terreno é plano e não apresenta desníveis, taludes ou qualquer diferença de altura....................................................................................................................................................................36

Figura 2 - Pirâmide etária da população brasileira por sexo.......................................................................................21

Figura 31: Na imagem pode-se observar a divisão de lotes e como o projeto da Vila está implantado no lote estreito e que dá acesso às duas avenidas...................................................................................................................................37

Figura 3 - Evolução da população idosa em Ribeirão Preto.......................................................................................21

Figura 32: Na imagem é possível ver a setorização do térreo e dos pavimentos tipos.................................................37

Figura 4 - Posição 6 no Ranking de melhor cidade para os idosos morarem.............................................................22

Figura 33: Na imagem é possível ver a organização espacial do térreo e dos pavimentos tipos. ........................................................................................................................................................................................38

Figura 5: Localização da Vila em Ribeirão Preto.........................................................................................................25 Figura 6: Localização da Vila Dignidade dentro da Cidade de Ribeirão Preto............................................................25 Figura 7 e 8: Nas imagens é possível reparar a entrada da Vila e como a rua é inclinada........................................ 25 Figura 9: A imagem retrata um croqui realizado para esquematizar a implantação da Vila Dignidade na cidade de Ribeirão Preto. Nela é possível verificar os três platôs, o salão, as dezoito unidades habitacionais, bem como o percurso realizado pelas rampas de acesso..................................................................................................................................................................................26 Figura 10: Imagens das áreas sociais da Vila Dignidade, nelas é possível perceber que por mais que a acessibilidade tenha sido trabalhada, a forma como foi aplicada não é agradável para os idosos que moram no local.................................................................................................................................................................................26 Figura 11: Na imagem temos um momento de refeição no Projeto Hogeweyk, uma vila para idosos que proporciona simulações da vida cotidiana para que os idosos possam exercer a mente e o corpo e não perderem o contato com o que já estavam acostumados. .....................................................................................................................................28

Figura 12: Na imagem temos uma fachada de um dos pátios internos do projeto. Nela temos moradores apreciando a paisagem e tomando sol...............................................................................................................................................30 Figura 13: Na imagem temos Hogeweyk em destaque em seu entorno. Nela é possível verificar o equilíbrio das edificações, campos verdes e lago......................................................................................................................................30 Figura 14 e 15: Nas imagens podemos ver perspectivas demonstrando o equilíbrio entre o gabarito dos edifícios do entorno do Hogeweyk...................................................................................................................................................30 Figura 16: Na imagem podemos reparar que a edificação é plana e apenas há uma diferença do platô inserido para o nível das ruas. ..............................................................................................................................................................31

Figura 34: Na imagem é possível ver a análise das circulações e dos acessos à Vila dos Idosos..................................................................................................................................................................................38 Figura 35: Na imagem é possível ver os bancos na frente das residenciais, formando os corredores de convívio...................................................................................................................................................................................38

Figura 36: Na imagem temos a trajetória solar de um dia e os ventos predominantes. Na imagem da maquete é possível ver a simulação da incidência solar no período da manhã.......................................................................................39 Figura 37: Na imagem pode-se perceber o grande impacto que sua forma causa na paisagem e ainda os usos das formas quadradas e retangulares no projeto..................................................................................................................39 Figura 38: Analise das fachadas, demonstrando que foram mantidos os detalhes representados em projeto.....................................................................................................................................................................................40 Figura 39: Na imagem tem-se o destaque dos materiais utilizados no projeto..............................................................40

Figura 40: Na imagem é possível ver a lógica estrutural utilizada e ainda o material que são feitos...................................................................................................................................................................................40 Figura 41: Na imagem tem-se o sistema de ventilação cruzada utilizado nas residências e ainda chamada para as brises que estão presentes apenas nos corredores...........................................................................................................41 Figura 42: Imagem das fachadas do projeto Jikka House..............................................................................................41 Figura 43: Na imagem é possível perceber o entorno de floresta e urbano bem definido....................................................................................................................................................................................42 Figura 44: Análise da topografia.....................................................................................................................................42

Figura 17: Na imagem é mostrado a análise de como acontece a implantação no lote. ......................................................................................................................................................................................31

Figura 45: Forma de implantação do projeto não se assemelha aos demais edifícios da cidade, além de estar implantado afastado do restante da cidade, sendo assim, não causa impacto no entorno......................................................42

Figura 18: Na imagem é possível perceber os setores presentes no projeto...............................................................32

Figura 46: Vista que demonstra a relação do projeto com o entorno.............................................................................43

Figura 19: Na imagem é possível verificar os usos que o projeto contempla, como comércios, prestação de serviço e áreas de convivência.....................................................................................................................................................32

Figura 47 e 48: À esquerda foto de uma área pública e à direita foto de uma área privativa.........................................43

Figura 20: Na imagem é possível verificar a separação dos espaços de acordo com a renda...................................................................................................................................................................................32

Figura 49: Análise da setorização do projeto, onde é possível perceber dois tipos de setor, o público e o privado....................................................................................................................................................................................43

Figura 50: Análise da organização espacial e de como os elementos que compõem sua forma interna trabalham em Figura 21: Na imagem é possível ver a análise dos acessos e circulações, mostram a via principal, a circulação secun- harmonia.........................................................................................................................................................................44 dária e a passarela no segundo pavimento...................................................................................................................33 Figura 51: Na imagem é possível verificar o acesso principal, os quatro acessos privativos e o traçado feito quando se circula pelos módulos.....................................................................................................................................................44 Figura 22: Na imagem temos a trajetória solar e os ventos predominantes que vem do oeste....................................................................................................................................................................................33 Figura 52 e 53: Nas imagens temos às aberturas presentes na residência...................................................................44 Figura 23: Na imagem é possível verificar as formas orgânicas, ângulos retos, formato de trapézio do lote e a compaFigura 54: Análise da trajetória solar e predominância dos ventos................................................................................45 ração dele com o entorno..............................................................................................................................................34 Figura 55: Nas imagens é possível perceber o volume em forma de “lápis”, que os cones em madeira formam no proFigura 24: Nas imagens observam-se os elementos que compõem as fachadas e as comparando e também a compojeto..................................................................................................................................................................................45 sição da cobertura.........................................................................................................................................................34 Figura 56: Na imagem é possível ver a fachada frontal do Jikka House........................................................................45 Figura 25: Nas imagens notam-se os apontamentos dos materiais utilizados na composição das fachadas, na construção e demais elemento..................................................................................................................................................35 Figura 57: Na imagem é possível ver a fachada lateral do Jikka House........................................................................46 Figura 26: Na imagem tem-se uma análise da estrutura, o que fica difícil perceber pelos desenhos técnicos disponíveis, dessa forma é apenas uma suposição..................................................................................................................35

Figura 58: Nessa imagem podemos observar a cobertura cônica e a presença da claraboia em dois dos ambientes do projeto.............................................................................................................................................................................46

Figura 27: Na imagem é possível reparar as grandes aberturas do projeto e ainda o revestimento interno de madeira....................................................................................................................................................................................35 Figura 28: Na imagem pode-se observar o conjunto habitacional inserido junto à Biblioteca Municipal.......................36

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Figura 59: Na imagem os materiais que compõem o projeto são evidenciados, notando o aço, concreto, vidro e madeira.............................................................................................................................................................................46

Figura 93: Demonstração dos ambientes dos pavimentos superiores........................................................................65 Figura 94: Primeiro estudo de massas do pavimento térreo.......................................................................................73

Figura 60: Na imagem é possível ver as paredes em arco e de concreto, o piso também em concreto e ripas de madeira que formam o telhado.........................................................................................................................................46

Figura 95: Primeiro estudo de massas do primeiro pavimento...................................................................................73

Figura 61: Na imagem temos a demarcação dos tipos de aberturas trabalhados no projeto..................................................................................................................................................................................47

Figura 97: Corte esquemático para estudo dos níveis e ventilação............................................................................74

Figura 62: Mapa de localização de Ribeirão Preto......................................................................................................49 Figura 63: Imagem de satélite com a localização do terreno para implantação do projeto.........................................49 Figura 64: Mapa mostrando os bairros com mais idosos e as influências sobre o lote...............................................50 Figura 65: Fachada do SESC......................................................................................................................................50 Figura 66: Fachada do Teatro Pedro II........................................................................................................................50

Figura 67: Unidade Básica de Saúde - UBS Central...................................................................................................50 Figura 68: Frente para Rua Mariana Junqueira...........................................................................................................51 Figura 69: Frente para Av. Jerônimo Gonçalves.........................................................................................................51 Figura 70: Imagem de satélite com a localização do terreno para implantação do projeto, as imagens menores são do autor e indicam as frentes do terreno...........................................................................................................................51

Figura 96: Primeiro estudo de massas do terceiro pavimento....................................................................................74 Figura 98: Corte esquemático para estudo dos níveis e ventilação............................................................................74 Figura 99: Segundo estudo de massas do pavimento térreo......................................................................................74 Figura 100 e 101: Estudo de volumetria do último plano de massas..........................................................................75 Figura 102: Estudo de massas....................................................................................................................................75 Figura 103: Último estudo de massas para o pavimento térreo..................................................................................76

Figura 104: Último estudo de massas para o pavimento superior...............................................................................76 Figura 105 e 106: Volumes dos últimos planos de massas elaborados......................................................................76 Figura 107: Maquete física de estudo volumétrico.......................................................................................................77 Figura 108 e 109: Maquete física de estudo volumétrico............................................................................................77 Figura 110: Setorização do térreo a partir do plano de massas final..........................................................................78

Figura 71: Frente para Rua José Bonifácio..................................................................................................................51

Figura 111: Setorização do pavimento superior a partir do plano de massas final.....................................................78

Figura 72:Frente para Rua Duque de Caxias...............................................................................................................51

Figura 112: Análise da setorização na implantação do projeto...................................................................................81

Figura 73: O mapa demonstra os fluxos diurnos e a concentração de pessoas e relaciona eles com áreas de caráter de lazer e outros equipamentos do local. Mostra ainda outras características do entorno..........................................52

Figura 113: Fluxo principal de pessoas ao longo do projeto e identificação das circulações verticais na implantação................................................................................................................................................................................83

Figura 74: O mapa mostra como se comporta a topografia no entorno imediato, bem como a incidência solar e os ven- Figura 114: Setorização do primeiro pavimento...........................................................................................................85 tos que predominam na região.....................................................................................................................................53 Figura 115: Fluxo principal de pessoas ao longo do projeto e identificação das circulações verticais no primeiro pavimento............................................................................................................................................................................87 Figura 75: Perspectiva da Rua José Bonifácio pegando parte do acesso ao lote por essa via (estacionamento)......54 Figura 116: Setorização do segundo pavimento..........................................................................................................89 Figura 76: Perspectiva da Rua Duque de Caxias mostrando até o cruzamento com a Rua José Bonifácio...............54

Figura 77: Perspectiva da Rua Duque de Caxias mostrando até o cruzamento com a Av. Jerônimo Gonçalves.......54 Figura 78: Perspectiva da Rua José Bonifácio pegando parte do comércio até a esquina com a Rua Mariana Junqueira...................................................................................................................................................................................55 Figura 79: Perspectiva da Rua Mariana Junqueira mostrando até o cruzamento com a Av. Jerônimo Gonçalves.....55 Figura 80: Perspectiva da Av. Jerônimo Gonçalves, mostrando o cruzamento com a Rua Duque de Caxias............55 Figura 81: Perspectiva da Av. Jerônimo Gonçalves, mostrando o cruzamento com a Rua Duque de Caxias............56 Figura 82: Perspectiva da Av. Jerônimo Gonçalves, mostrando o cruzamento com a Rua Mariana Junqueira..........56

Figura 83: Foto que mostra o interior do estacionamento maior..................................................................................56 Figura 84: Foto que mostra o interior do estacionamento maior..................................................................................56

Figura 117: Fluxo principal de pessoas ao longo do projeto e identificação das circulações verticais no segundo pavimento.............................................................................................................................................................................91 Figura 118: Análise da planta de cobertura, com identificação dos tipos de materiais e aplicações delas..................................................................................................................................................................................93 Figura 119: Análise dos cortes e identificação do tipo de estrutura.............................................................................95 Figura 120: Análise das vistas A, B e C respectivamente............................................................................................95 Figura 121: Unidades habitacionais para abrigar um idoso .........................................................................................97 Figura 122: Unidades habitacionais para abrigar dois idosos.......................................................................................97 Figura 123: Unidades habitacionais para abrigar um casal de idosos..........................................................................97

Figura 85: Mapa síntese da legislação básica que vigora sobre o quadrilátero central e o entorno expandido dele...................................................................................................................................................................................58 Figura 86: O mapa demonstra o uso do solo por predominância de quadra, nele é possível perceber a predominância de comércio e prestação de serviços...........................................................................................................................59 Figura 87: O mapa demonstra o gabarito, por predominância de quarteirões do entorno imediato ao lote.................60

Figura 88: O mapa demonstra a hierarquia viária da região, nela pode-se perceber que a grande maioria das vias são de caráter coletora, sendo assim grande fluxo de veículos.........................................................................................61 Figura 89: O mapa demonstra os cheios e vazios do entorno imediato, sendo assim é possível perceber como ocorre o adensamento no local...............................................................................................................................................62 Figura 90: Diagrama de permeabilidade no lote..........................................................................................................64 Figura 91: Diagrama de disposição dos ambientes.....................................................................................................64 Figura 92: Demonstração da paginação de piso.........................................................................................................65

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Classificação dos bairros de Ribeirão Preto de acordo com a população de idosos.......................................................................................................................................................................................................20

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Classificação dos bairros de Ribeirão Preto de acordo com a população de idosos.......................................................................................................................................................................................................20

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1.1

Introdução

Unindo a isso, é possível perceber que uma pequena parcela dos idosos tem consciência de que os ambientes devem ser adaptados para atendê-los. Há ainda os que não acei-

Este trabalho visa desenvolver um Anteprojeto Arquitetônico para um lar e centro de

tam sua nova condição, dessa forma é importante ressaltar que instalações adequadas devem

integração para idosos. O projeto será proposto na região central da cidade de Ribeirão Preto,

ser levadas em consideração para atender as novas demandas físicas e psicológicas dessas

no Estado de São Paulo.

pessoas. (SOBRAL, 2015)

O trabalho busca construir um panorama das necessidades e da situação dos idosos

O objetivo central deste trabalho é o de criar espaços de repouso, estadia e atividades

no Brasil e ainda buscar soluções para suprir suas necessidades quando institucionalizados

culturais para os idosos, onde sejam inclusivos, adaptados e que garanta a interação social, tra-

por meio de um lar e centro de integração. Interação social, conforto e qualidade de vida são

zendo bem-estar e qualidade de vida para esse público tão específico e com características

premissas para o projeto proposto. Por se tratar de uma discussão decorrente da área da saú-

bem distintas.

de e da Educação Física, faz-se necessário um levantamento da importância da Arquitetura e do Urbanismo para a solução dessas questões.

O contato com a sociedade se faz necessário para que a qualidade de vida desse público não seja afetada e acabem no esquecimento, dessa forma são propostos áreas de recrea-

De acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU (2016) o envelhecimento da

ção, estar e apreciação da paisagem e um restaurante, todos aberto ao público, a fim de trazer

população mundial vem crescendo e assim mudando o quadro demográfico mundial. Os avan-

pessoas para o convívio, contato, interação com os institucionalizados e ainda complementarão

ços da tecnologia e também da medicina, farmacêutica e psicologia auxiliam na mudança des-

suas atividades.

se quadro. Não somente essas áreas devem ser levadas em conta na evolução da longevidade da população, mas também o avanço do saneamento básico, melhoria nas condições de moradia, trabalho entre outros dados. Levando esses fatores em consideração, os países criam normas, regulamentos, leis e

estatutos para os idosos a fim de regulamentar políticas e ações para garantir ainda mais a sua qualidade de vida. Como um exemplo no Brasil, o Estatuto do Idoso, em seu artigo 2º da lei nº 10.741/2003, diz que o idoso pode desfrutar de todos os direitos fundamentais a qualquer pessoa, assegurando-lhes oportunidades e facilidades para a conservação de sua saúde mental e física e ainda seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. (BRASIL, 2003) Dessa forma, os idosos podem exercer seus direitos através de um ambiente saudável e adequado às suas necessidades mentais e físicas, de maneira a promover seu desenvolvimento individual e coletivo. Zimerman (2000 apud SOBRAL, 2015) afirma que um ambiente adequado e seguro, bem planejado para o idoso, estimula a confiança e a vontade de se viver em sociedade. (SOBRAL, 2015) Cuidar de um idoso, com dependência em casa não é uma tarefa fácil, ainda mais se

Figura 1: Na imagem, idosos em uma sala de estar de um alojamento público. Idosos precisam de um espaço que tragam atividades e contato com outras pessoas. Fonte: https://istoe.com.br/o-abandono-dos-idosos-no-brasil/, acesso em 07 abr. 2019.

considerar as condições socioeconômicas que a maior parte da população brasileira vive, e é neste caso que as instituições de longa permanência se tornam uma opção para essas pessoas. (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012)

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1.2

Objetivos

1.2.1 Geral

Este trabalho tem por objetivo criar um espaço de repouso e estadia para idosos que seja inclusivo, adaptado e que garanta a interação social, trazendo bem estar e qualidade de vida

para eles.

1.2.2 Específico

Apresentar a problemática e as características dos lares para idosos atualmente, apresentar dados de referenciais projetuais, projetar um lar para idosos que garanta bem-estar e qualidade de vida para os usuários e demonstrar a importância da interação social criando espaços de convivência e que promovam atividades e interação entre pessoas para os idosos hospedados no local.

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2.1 A velhice e o idoso

sos, trazendo dificuldades de apoio. (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012)

O envelhecimento é um fator que condiciona todos os seres humanos desde o seu

nascimento. O idoso entra nesse estado após atingir os 60 anos de idade. Atuou por toda a vida e doou trabalho e esforços para a sociedade por todos os anos passados. (MASCARÓ, 1996)

O envelhecimento psicológico também é um fator que se deve levar em consideração já que ele pode ocasionar o avanço da idade e ainda suceder o idoso a doenças que poderiam ser evitadas. Sendo assim, Siqueira (2007, apud SOBRAL, 2015) diz que o modo como cada idoso se vê em sociedade e como ele se insere nesse meio é importante para que ele alcance

Birman (1995 apud SOBRAL, 2015) indica que a velhice é lugar de memória coletiva, de valores, ancestralidade e constitui elementos de registro simbólico. Para que essas

características sejam dadas aos idosos, se faz necessário que eles transformem as suas perdas reais vindas da velhice em ganhos reconhecidos pela cultura. Muitos consideram a velhice como uma doença, porém isso não é verídico. Acreditar que essas situações são sinônimas é um erro grave, pois se fosse o caso, a velhice poderia ser curada. (BERGER, 1995 apud SOBRAL, 2015)

a qualidade de vida que deseja. Para Focault (2008, apud SOBRAL, 2015) a pós-modernidade tem transformado a forma de pensar do idoso, dessa forma eles vem aproveitando melhor a vida, obtendo hábitos mais saudáveis e buscando o turismo, sugerindo um novo comportamento da população idosa que busca oportunidades de trabalho, estudo e lazer. No passado, a institucionalização dos idosos parecia representar um rompimento dos laços sociais, já que o contato com o mundo externo seria controlado pela instituição de acolhi-

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, onde ocorrem várias

mento. O cotidiano do idoso institucionalizado era caracterizado como um distanciamento do

transformações das características sociais, psíquicas e biológicas dessas pessoas. Nesse

mundo externo. Dos asilos especulava-se também que não ofereceriam nenhum tipo de ativi-

processo são associadas ainda doenças futuras e problemas com o sistema nervoso ocasi-

dade para eles ou ainda tratamentos médicos e terapêuticos. Sendo assim, eram menospreza-

onando doenças como a depressão. (MINCATO E FREITAS, 2007 apud SOBRAL, 2015).

dos pela mídia e pela população. (GROISMAN, 1999)

Desse modo, idosos que possuem boas condições de saúde não trazem preocupações para a família, sociedade e Estado. Com o grupo da Terceira Idade, os idosos passam a consumir mais, e ainda ajudam às suas famílias. O problema consiste naqueles idosos que não possuem condições, financeiras e/ou de saúde de se proverem sozinhos, necessitando das instituições de longa permanência para idosos. (SOBRAL, 2015, p. 48)

Dornelles (2006) afirma que as pessoas envelhecem de maneira diferente umas das outras, isso pode ser explicado devido a inserção cultural e social a qual a pessoa está submetida. Pode-se citar o Japão como exemplo, já que a expectativa de vida para eles é de 89 anos, e isso é justificável devido à cultura de cultuar o corpo e a mente.

De acordo com Sobral (2015) os idosos não trazem prejuízos para suas famílias, mas isso somente os que possuem independência. Os idosos que necessitam de atenção e

A legislação brasileira diz que a pessoa idosa é aquela que possui 60 anos ou mais,

cuidado de seus familiares podem trazer problemas como dificuldades financeiras e deses-

mas a gerontologia divide os idosos em três categorias diferentes e que consideram a idade

truturação do ambiente familiar.

como um fator de diferenciação, são elas:

O envelhecimento pode ser delicado e doloroso para muitos idosos. Frequentemen-

Idosos Jovens: 60 a 75 anos;

te eles se veem no isolamento, sentem a falta de apoio, têm dificuldades de lidar com o pró-

Idosos Médios: 76 a 86 anos;

Idosos Velhos: acima dos 86 anos.

prio processo de envelhecimento. Isso vem a ocorrer por diversos fatores como falecimento

do cônjuge, desequilíbrio familiar e financeiro entre outras, e tudo isso pode gerar doenças psicológicas e físicas. (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012) O avanço tecnológico, controle cientifico exercido pelos mais jovens, as novas estruturas familiares, onde pessoas se casam e se divorciam com mais facilidade e outros diversos fatores, demonstram um cenário social instável e de difícil assimilação por parte dos ido-

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Mudanças importantes podem afetar as pessoas ao envelhecerem. Mudanças físicas, psicológicas, econômicas e até o processo de valorização pela sociedade podem acarretar

O Ministério da Saúde (RDC, 2005) afirma que o idoso possui três formas de se utilizar as instituições, são elas:

diversas consequências que influenciam os idosos com os ambientes e até com outras pes-

soas. As necessidades dos idosos podem ser divididas em três: físicas, informativas e sociais. (GOIS, 2012) As necessidades físicas englobam os problemas de saúde física, questões de segurança e até conforto dos usuários dos ambientes. Sendo assim, um ambiente projetado para suprir as necessidades físicas, livres de obstáculos e de fácil manutenção podem proporcio-

Passar somente o dia e voltar para casa à noite;

Hospedar-se em fins de semana, feriados e férias.

Residir no local.

A proposta arquitetônica é de que os idosos possam utilizá-lo das três formas previstas pelo Ministério da Saúde.

nar soluções para essas necessidades. (GOIS, 2012)

Existem diversos termos a serem utilizados para esse tipo de construção, o qual abriga

As necessidades informativas dizem respeito aos sentidos, onde ambientes bem pro-

os idosos, como asilos, casa de repouso, Day-Care, Abrigo, Instituições de Longa Permanên-

jetados, legíveis e que possam estimular os sentidos dos idosos são essenciais para esse ti-

cia e esse último é o mais usual atualmente, pois se trata de um termo que sugere uma nova

po de necessidade. Usar cores contrastantes ou texturas diferentes é usado como referencial

organização e gestão de moradia para os idosos. (GOIS, 2012)

para orientação, ambiente padronizado e temático, tornam o cotidiano repetitivo e isso auxilia

na memória. (GOIS, 2012)

2.2 Idosos no Brasil

As necessidades sociais exigem cuidado com a aparência dos locais projetados para idosos, para que pareçam familiares.

Sobre a realidade brasileira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

Além dessas necessidades, o Ministério da Saúde (RDC, 2005) considera que a saú-

(2010) indica que a população idosa do país vem aumentando consideravelmente e Carvalho

de dos idosos podem definir critérios mínimos para o funcionamento e avaliação das Institui-

e Garcia (2003 apud SOBRAL, 2015) afirmam que o Brasil será em 2020 o sexto país com a

ções de Longa Permanência (ILP), esses critérios são feitos através do grau de dependência

maior população de idosos.

deles. São eles: 

De acordo com o IBGE, essa faixa etária da população vem crescendo exponencialGrau de Dependência I: idosos independentes, mesmo que requeiram usos

mente, afinal o país está ficando mais velho e ainda as pessoas tendem a ter menos filhos atu-

de equipamentos de autoajuda;

almente. Em 2000, os idosos eram 5,61% da população brasileira, enquanto que em 2016 eles

Grau de Dependência II: idosos com dependência em até três atividades de

representaram 8,07%. Para 2030 espera-se que os idosos atinjam 13,44% da população do

autocuidado para a vida cotidiana como alimentação, mobilidade e higiene.

Brasil.

Além disso, não pode ter comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada. 

Grau de Dependência III: idosos com dependência que requerem assistência

em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e/ou comprometimento cognitivo. 

Grau de Independência ou de Autonomia: é o idoso que detém poder decisório e controle sobre sua vida.

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sos. Há ambientes os quais proporcionam lazer, distração e diversão para as pessoas, porém estão adequados aos mais jovens, adequados às pessoas que tem percepção diferente dos espaços. Sendo assim, se faz necessário espaços adequados e de qualidade, pensa-

dos e voltados para os idosos, trazendo qualidade de vida para os mesmos.

2.3 O cenário do idoso em Ribeirão Preto O Município de Ribeirão Preto tem uma taxa de crescimento da população idosa maior que a própria taxa geral da população. O crescimento geral até 2018 foi 2,1 vezes maior do

que em 1980, enquanto que a população idosa ficou 4,4 vezes maior. Atualmente conta com uma população de 102.431 idosos, o que representa 15,3% da população total, conforme dados fornecidos pela Fundação SEADE e o Jornal A Cidade.

Figura 2: Pirâmide etária da população brasileira por sexo. Fonte: IBGE, 2010.

Para Gouvêa (2013 apud SOBRAL, 2015) o envelhecimento dos brasileiros chama atenção para o desenvolvimento de políticas públicas para o beneficiamento dos idosos, gerando qualidade de vida e equilíbrio econômico e social. Indica ainda que o Brasil foi o país latino americano que criou a seguridade social destinada a esse público. Gouvêa (2013, apud SOBRAL, 2015) afirma que no âmbito social, o envelhecimento traz mudanças no que diz respeito às famílias, trabalho e sociedade, enquanto no âmbito psicológico, o idoso percorre adaptações como perda de motivação e planos futuros, perdas físicas, afetivas, sociais e com mudanças repentinas. Desta forma, pode-se perceber que a minoria dos idosos possui consciência de que os ambientes devem estar adaptados para atender às novas necessidades oriundas do envelhecimento ou que não aceitam suas novas características, gerando uma reflexão sobre a visão que os mesmos possuem acerca das suas novas condições física e psicológica (...)”. (SOBRAL, 2015, p. 93)

Segundo Sobral (2015) e comparando com o Estatuto do Idoso (2003), o idoso pode procurar novos ambientes, novas perspectivas, novas experiências que tragam qualidade de vida e bons momentos e resultados para eles. Porém no Brasil esses locais estão escas-

Figura 3: Evolução da população idosa em Ribeirão Preto. Fonte: IBGE, A Cidade On, 2019.

20


De acordo com o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon / FGV (2017), Ribeirão

População de idosos

Porcentagem

Campos Elíseos/Vila Tamandaré

5862

20%

ensino, de pesquisa, de saúde e dos serviços necessários para eles. Além disso, a cidade li-

Alto do Ipiranga/Sumarezinho

3817

13%

dera o número de instituições de longa permanência para idosos, colocando-a entre as 10

Centro

3492

12%

melhores no desempenho do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade.

Jd. Paulista/Jd. Paulistano

3145

11%

Vila Tibério/Vila Amélia

3013

10%

Ipiranga/Vila Albertina

2311

8%

Vila Virginia/Jd. Piratininga

2296

8%

Adelino Simioni/Avelino Palma

2169

7%

Santa Cruz/Jd. Iraja

1711

6%

Jd. Procópio/Alexandre Baldo/José Sampaio/Heitor Rigon

1439

5%

Preto é a sexta melhor cidade para idosos viverem, pois possui qualidade de infraestrutura de

Bairro

Tabela 1: Classificação dos bairros de Ribeirão Preto de acordo com a população de idosos. Fonte: IBGE, 2010.

Figura 4: Posição 6 no Ranking de melhor cidade para os idosos morarem. Fonte: Instituto Brasileiro de Inovação Financeira – IBRIF, 2017.

Levando em consideração essas informações é notado também que a expectativa de

vida da população cresceu, sendo que em 2016, no estado de São Paulo, a expectativa era de 78 anos. (IBGE, 2016) Através desses dados é possível notar que os idosos precisarão cada vez mais de infraestrutura para habitar, se locomover e interagir socialmente. Evidenciando, assim, a necessidade de espaços de convivência e moradia que forneça qualidade de vida, bem-estar,

saúde e interação social (A CIDADE, 2018). De acordo com o IBGE (2010) é possível classificar os bairros de Ribeirão Preto com o maior número de idosos que vivem na região. Através do gráfico e tabela a seguir temos uma classificação de 10 bairros e sua classificação em relação ao número de idosos. Podemos destacar as cinco primeiras regiões que são Campos Elíseos/Vila Tamandaré, Alto do

Ipiranga/Sumarezinho, Centro, Jardim Paulista/Jardim Paulistano, Vila Tibério/Vila Amélia. Desses cinco podemos reparar que todos estão interligados na região central do Município e ainda são os bairros mais antigos da cidade. Gráfico 1: Classificação dos bairros de Ribeirão Preto de acordo com a população de idosos. Fonte: IBGE, 2010.

21


sos a perdas e dependência no decorrer da vida, pois mesmo que tenham boa saúde, se debilitam paulatinamente. (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012)

O Município de Ribeirão Preto oferece ainda atividades para a Terceira Idade, como o Núcleo da Terceira Idade de Ribeirão Preto que oferece atividades físicas e culturais para os idosos da cidade e está ligado à Secretaria Municipal de Assistência Social e sob os cuidados

do Departamento de Proteção Social Básica, situado à Avenida da Saudade, 2.182, nos Campos Elíseos. (REVIDE, 2015) Além do Núcleo, há ainda o SESC (Serviço Social ao Comércio) que oferece diversas outras atividades, como oficinas de dança, teatro, pintura, desenhos, costura, canto e coral, além de viagens turísticas, atividades esportivas e bate-papos. (SESC, 2019) A Prefeitura oferece ainda diversos outros serviços de atendimento aos idosos, porém eles estão espalhados pela cidade e muitos possuem limitações em suas instalações ou ainda de serviços. Neste caso, o intuito com o projeto do lar e centro de integração é de proporcionar mais um ponto de serviços básicos e necessários aos idosos e que esteja em um local apropriado, de fácil acesso e de preferência que possam conter muitas dessas opções oferta-

das pela prefeitura. Dessa maneira o projeto se torna um complemento aos serviços existentes hoje e ainda trará a função de acolher para viver no local.

2.4 Um panorama da vida dos Idosos em lares Anterior ao século XIX, as poucas pessoas que conseguiam chegar na fase da terceira idade viviam em suas casas e eram considerados como patrimônio e não encargo. Em caso de adoecimento, os idosos permaneciam em suas casas e eram cuidados por seus familiares, mais especificamente as mulheres da família. No período da Revolução Industrial, os idosos passaram a ser improdutivos, já que a sabedoria era desconsiderada e começaram a le-

var em consideração à capacidade de produção. (GROISMAN, 1999) Já no século XX, tiveram início a institucionalização do idosos, porém parecia representar um rompimento dos laços sociais, já que o contato com o mundo externo seria controlado pela instituição de acolhimento. O cotidiano do idoso institucionalizado era caracterizado como um distanciamento do mundo externo. Dos asilos especulavam-se também que

não ofereceriam nenhum tipo de atividade para eles ou ainda tratamentos médicos e terapêuticos. Sendo assim, eram menosprezados pela mídia e pela população. (GROISMAN,

Devido à propensão que os idosos têm em se debilitar, acaba surgindo a necessidade de locais especiais para seu cuidado. Muitas vezes a tarefa de cuidar deles se torna árdua e ainda economicamente inviável, desta forma surgem os lares de acolhimento de idosos (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012) Essas instituições têm por função cuidar de pessoas em situações de fim de vida ou que necessitam muitos cuidados especiais. Porém as funções não ficam limitadas a esses cuida-

dos. Segundo o Estatuto do Idoso (2003), em seu artigo 49, estabelece princípios que essas casas de acolhimento devem seguir, como: 

Preservação dos vínculos familiares;

Atendimento personalizado e em pequenos grupos;

Manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;

Participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;

Observância dos direitos e garantias dos idosos;

Preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.

O intuito do projeto é de ofertar serviços para os idosos de grau de independência e ainda de dependência I e II. Devido à complexidade do programa do projeto e por ser uma edificação que trabalhará com mais pavimentos além do térreo, o ideia é o não acolhimento de idosos com o grau de dependência III, por questões de locomoção e acessibilidade. Dessa forma, a instituição poderá recomendar que o idoso, ao atingir esse grau, seja transferido a uma instituição adequada para os cuidados dele. A maioria das instituições que acolhem os idosos acabam transformando-os em pessoas sem expectativa de vida, desmotivadas e sem esperança de retorno aos familiares. Essas situações são em decorrência da falta de atividades e estruturas que garantam estímulos sociais para esses idosos, o que vai a contramão dos princípios do Estatuto. (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012)

1999) Muitas são as circunstâncias que levam as pessoas a viver melhor ou pior as diferentes fases da vida. No entanto, a velhice parece ser aquela em que os enfrentamentos das adversidades impostas pelo cotidiano se tornam mais complexos. Os idosos são propen-

22


Nesse cenário, se faz necessário um ambiente de acolhimento quase como familiar, que se aproxime ao máximo possível de uma vida real fora do “aprisionamento” sofrido. Ga-

2.6 Programa Vila Dignidade

rantir o contato dessas pessoas com outras em tempo integral, mesmo que não seja com

membros da família, pode lhes garantir uma maior expectativa de vida, uma qualidade na saúde e um estado de espírito revigorado. Por fim, mudar o cenário que os lares de acolhimento

O Programa Vila Dignidade foi criado em abril de 2009 pelo Decreto nº 54.285, visando

de idosos proporcionam para seus institucionalizados. (MARIN; MIRANDA; FABBRI; TINELLI;

atender as premissas do Plano Futuridade. Esse Plano tem como missão o fortalecimento das

STORNIOLO, 2012)

redes de atenção à pessoa idosa, articulando e integrando as secretarias e órgãos públicos estaduais e municipais, trazendo as necessidades dos vulneráveis como foco. (FUTURIDADE,

2.5 A luta pela moradia

2009) O Programa traz a articulação das Secretarias Estaduais da Habitação e a Secretaria de

Em 1999, um grupo de idosos denominado de GARMIC (Grupo de Articulação para Moradia dos Idosos da Capital) buscaram seus direitos à moradia digna. Em reuniões no Centro de Convivência São Vicente de Paulo, entidade mantida pela Prefeitura de São Paulo e li-

gada à Secretaria de Assistência Social, atendia as pessoas vindas de albergues e forneciam abrigos para as pessoas que estavam aguardando o desligamento do Centro de Convivência. (DEUS, 2010)

Assistência e Desenvolvimento Habitacional e Urbano e em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo – CDHU. (SÃO PAULO, 2009) O Decreto nº 54.285/2009 (SÃO PAULO, 2009) trás em seu artigo 3º as seguintes diretrizes: atender os idosos com 60 anos ou mais, independentes para a realização de atividades diárias, construção de moradias e respectivas áreas de convivência sociais projetadas para as pessoas idosas em núcleos habitacionais horizontais, prevenção do asilamento de pessoas

Os frequentadores do Centro eram homens e mulheres, aposentados ou não e que

idosas, promovendo dependência e autonomia em moradias apropriadas ao ciclo de vida e for-

tinham em comum era o momento de reconstrução de vida. Nessa instituição os idosos come-

talecimento da rede de proteção e defesa dos direitos dessas pessoas, colocando a moradia

çaram a participar de grupos de mobilização social e a grande maioria nunca havia participado

como uma peça de atenção integral aos idosos.

de tais atos. Começou-se então as primeiras discussões sobre cidadania, direitos sociais e contato com outras moradias. (DEUS, 2010)

No Município de Ribeirão Preto, SP, o Programa foi implantado no dia 28 de dezembro de 2011. Foi inserido em lote no bairro Jardim Botânico (Zona Sul), importante para a cidade,

Devido a tudo isso, os idosos conseguiram junto a Superintendência de Habitação Po-

caracterizado como alta renda, predominantemente residencial e em expansão. Ao lado do lo-

pular/HABI, em parceria com a Companhia Metropolitana de Habitação São Paulo (COHAB) o

te encontra-se uma reserva de mata nativa, na Rua Rubem Ubida. Foram construídas 18 uni-

atendimento de suas reivindicações e assim em 2007, após muitas reuniões e reivindicações

dades habitacionais e possui espaço para lazer e atividades. A implantação desse projeto

com o GARMIC foi criado o Conjunto Habitacional Pari I, conhecido como Vila dos Idosos, que

aconteceu devido a doação desse lote, justificando sua localização. (PENHA, 2017)

será foco de estudo arquitetônico a seguir. (DEUS, 2010) Não somente o Conjunto Habitacional, como também a criação do Programa Vila Dignidade no estado de São Paulo. Esse programa foi instituído pelo Decreto nº 54.285 em 29

de abril de 2009, tendo nova redação pelo Decreto Estadual nº 56.448/2010. Esse programa é voltado para o atendimento dos idosos independentes e em situação de vulnerabilidade, oferecendo equipamento público. Esse equipamento é constituído de moradias assistidas em pequenas vilas, adequadas à população e com áreas de convivência social. (SÃO PAULO, 2009),

23


Em uma visita realizada no dia 17 de março de 2019, foi possível observar e registrar em fotos alguns espaços internos do projeto. Porém, antes de chegar ao local é necessário enfrentar uma longa subida a partir da Avenida Carlos Eduardo de Gasperi Consoni, logo per-

curso inapropriado aos idosos, que muitas vezes se locomovem em sua maioria a pé. Dentro do local é possível observar espaços para atividades dos idosos, possuindo na entrada um salão para festas e logo a seguir mesas e bancos de concreto para jogos de xadrez e damas.

Figura 5: Localização da Vila em Ribeirão Preto. Fonte: encurtador.com.br/dhFIK, modificado pelo autor. Acesso em 19 mar. 2019.

Figura 7 e 8: Nas imagens é possível reparar a entrada da Vila e como a rua é inclinada. Fotos do autor.

Observando o interior do local vemos outros dois pátios centrais mais abaixo do anterior,

percebendo-se assim o terreno em aclive a partir da entrada. Esses pátios contêm equipamentos de academia ao ar livre e mais bancos e mesas de concreto. Todos esses espaços estão em platôs e em níveis diferentes do terreno interligados por rampas e escadas com espelho abaixo das medidas padrão (17,5 centímetros). As residências ficam em volta desses espaços e possuem dormitório, sala integrada com a cozinha, banheiro, área de serviço e uma área externa ao fundo. (quintal).

Figura 6: Localização da Vila Dignidade dentro da Cidade de Ribeirão Preto. Fonte: encurtador.com.br/ensT3, modificado pelo autor. Acesso em: 19 mar. 2019

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ACESSO

Figura 9: A imagem retrata um croqui realizado para esquematizar a implantação da Vila Dignidade na cidade de Ribeirão Preto. Nela é possível verificar os três platôs, o salão, as dezoito unidades habitacionais, bem como o percurso realizado pelas rampas de acesso. Elaborado pelo autor. Figura 10: Imagens das áreas sociais da Vila Dignidade, nelas é possível perceber que por mais que a acessibilidade tenha sido trabalhada, a forma como foi aplicada não é agradável para os idosos que moram no local. Fotos do autor.

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O envelhecimento traz consigo algumas perdas físicas e psicológicas para os idosos. Memória, velocidade de pensamento, habilidades de fazer tarefas diárias ao mesmo tempo, diminuição dos sentidos, redução de cálcio nos ossos e a redução de defesas no corpo, são

os declínios que os idosos sofrem com o passar dos anos. Com essas limitações o idoso tem dificuldades de se adaptar aos espaços que vivem, sendo assim o meio deve se adaptar para eles. (MALTEMPI, 2002) Dessa maneira é relevante dizer que a Arquitetura tem grande importância no que se refere ao proporcionar espaços adequados e adaptados para os idosos, mas não somente

isso, ela deve escolher os locais adequados para inserir projetos ideias para pessoas com mobilidade reduzida, de idade ou mesmo sem mobilidade. (BARBOSA; ARAUJO, 2014) Avaliando todos essas informações e repassando para o projeto desenvolvido pelo Programa Vila Dignidade é possível ressaltar que o local não é adequado para a implantação do projeto. Terreno com aclive, que mesmo com o uso de rampas e escadas impede a movi-

mentação de qualidade dos idosos, sendo assim eles tendem a permanecerem mais tempo em suas moradias e descartar o convívio com os demais moradores. (BARBOSA; ARAUJO, 2014) É possível reparar ainda que o local da vila é afastado, com pouco movimento, sendo assim ele é todo murado e acaba passando despercebido por quem passa no local, isso traz

o isolamento social, e de acordo com Marin (MIRANDA; FABBRI; TINELLI; STORNIOLO, 2012) isso pode ser prejudicial para os idosos que frequentam o local. Por mais que o espaço tenha áreas para o convívio entre eles, foi percebido na visita que eles não fazem uso constantemente dessas áreas. Além dessas questões é importante frisar que pela Vila estar inserida em uma área

mais ao sul da cidade, e em desenvolvimento, os equipamentos que os idosos necessitam estão longe, pois até mesmo uma ida ao supermercado necessitaria do uso de um microônibus e um ônibus do transporte coletivo do Município. Tornando assim importante a escolha correta da área para se projetar espaços para um público tão delicado e com altas necessidades.

2.7 Projetos ideais para o beneficiamento dos idosos institucionalizados Encontrar soluções arquitetônicas que atendam às necessidades sociais dos idosos é um processo técnico e complexo, onde podem incluir decisões de fatores físicos, de desenvolvimento projetual, de construção, bioclimáticos, econômicos e tecnológicos. (BARBOSA e ARAUJO, 2014)

Proporcionar áreas que tragam a convivência social é de extrema importância, porém as áreas que respeitem a individualidade também devem ser tomadas em consideração no projeto. Ambos os fatores precisam estar em equilíbrio para que não haja o isolamento que poderá favorecer à doenças físicas e mentais. (BARBOSA e ARAUJO, 2014) Mobiliário adaptado para a limitação de cada usuário é de extrema importância, pois pro-

porciona segurança, conforto e espaços humanizados, aconchegantes e agradáveis. A iluminação e ventilação são fatores demasiadamente importantes para o conforto térmico do local. (BARBOSA e ARAUJO, 2014) Além de tudo isso, pensar espaços para desenvolver situações que tragam lembranças para o usuário, lembranças de situações que contribuam para uma boa recuperação e sejam

agradáveis à permanência no espaço é de fundamental relevância em um projeto arquitetônico e paisagístico. (BARBOSA e ARAUJO, 2014) A questão é que as pessoas sentem um grande prazer em consumir alimentos em locais públicos. Sair de casa para comer demonstra uma vontade de interagir socialmente antes de significar a necessidade de se alimentar. Trata-se de uma forma de o indivíduo se apresentar na sociedade e, por meio da refeição, intermediar suas relações sociais, pois o restaurante é visto como um lugar onde a sua imagem é refletida. (HECK, 2004, p. 138)

Diversos trabalhos podem ser desenvolvidos para proporcionar atividades para ocupação dos idosos em seus lares. Por sua vez esses trabalhos deverão ser realizados em espaços específicos os quais devem ser projetados por um profissional arquiteto e urbanista. Um desses trabalhos é o envolvimento do idoso na gastronomia, onde eles estariam atuando e utilizando o espaço fornecido por um restaurante para o desempenho de atividades gastronô-

micas e estímulos para interação social com os clientes. (HECK, 2004) A gastronomia trás consigo a possibilidade de interação entre indivíduos, já que todos têm a necessidade da alimentação. É possível observar que um movimento que propõe novas

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abordagens para as pessoas interagirem entre si e com a comida, abre novas áreas para as

Além de ambientes fechados como restaurantes, os ambientes externos como parques

pessoas interagirem entre si e com a comida, abrindo também novas oportunidades de repen-

públicos também tem contribuições para a interação social. Em um local aberto onde possam

sar os modelos atuais de restaurantes. (NICASTRO, 2017).

estar presentes diversas pessoas com interesses diversos transforma a possibilidade de con-

As refeições feitas em coletivo, em ambientes aconchegantes e convidativos propiciam momentos de descontração, o que pode gerar boas relações entre seus ocupantes. Tendo em vista essas informações, um ambiente amplo, descontraído, aconchegante e que ofereça alimentação de qualidade pode garantir ótimas relações sociais para os idosos hospedados. (HECK, 2004) Não somente o espaço de refeições, um restaurante carece de demais ambientes com estruturas de armazenamento, cocção, preparação, limpeza, entre outras. Todas em conformidade com normas e legislações específicas (ANVISA, 2004).

tato com os demais. Desta forma parques ecológicos, praças públicas e demais áreas verdes e de lazer são excelentes para inserção em um projeto que deseja assumir um caráter social, onde possibilidade a população idosa uma opção de interação que não estejam presas às horas de refeição. (BARBOSA e ARAUJO, 2014) Espaços abertos não se limitam apenas a opção de interação social, mas também ga-

rante o contato com o meio ambiente e ainda espaços para práticas esportivas e outras atividades que possam ocupar a mente e corpo da terceira idade, evitando o “aprisionamento” deles em seus quartos. (ESCORTEGAGNA, 2012) Por fim, questões relativas ao paisagismo, telhados verdes, áreas de convivência social e espaços individualizados, evitam o confinamento. A sensação de confinamento pode ser

realçada ainda pela presença de sistemas artificiais de climatização como o ar condicionado. Dessa forma, propor espaços que complementam as funções principais de um lar para idosos se torna fundamental em um projeto arquitetônico para tal. (BARBOSA e ARAUJO, 2014)

Figura 11: Na imagem temos um momento de refeição no Projeto Hogeweyk, uma vila para idosos que proporciona simulações da vida cotidiana para que os idosos possam exercer a mente e o corpo e não perderem o contato com o que já estavam acostumados. Fonte: https://www.hometeka.com.br/f5/vila-e-construida-na-holanda-para-pessoas-com-demencia-e -alzheimer/, acessado em 19 mar. 2019.

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28


3.1 Hogeweyk

de outras edificações no local, bem como um lago e campos verdes. Toda a composição do entorno está em equilíbrio, nada se destoa ou foge do contexto. Analisando os edifícios em seu entorno verifica-se que o gabarito se mantém padrão e não há grandes edifícios compon-

O projeto Hogeweyk é uma vila projetada para idosos com doenças neodegenerativas, como o

do sua paisagem.

Alzheimer, e foi realizado na cidade de Weesp, na Holanda pelo grupo de arquitetura Molenaar&Bold&VanDillen. Possui uma área de 12.000 m² (doze mil metros quadrados) e foi construído em 2009. Se assemelha a um condomínio residencial qualquer, porém se trata de um mundo independente, com supermercados, restaurantes, teatro, praças, entre outros equipa-

mentos e tudo isso para trazer uma semelhança de vida cotidiana para os idosos institucionalizados. O diferencial é que somente os moradores podem utilizar e todos esses ambientes possuem atendimento feito por algum profissional da área da saúde disfarçado de atendente, recepcionista, operador de caixa, etc.

Figura 13: Na imagem temos Hogeweyk em destaque em seu entorno. Nela é possível verificar o equilíbrio das edificações, campos verdes e lago. Fonte: encurtador.com.br/exMO0, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 12: Na imagem temos uma fachada de um dos pátios internos do projeto. Nela temos moradores apreciando a paisagem e tomando sol. Fonte: https://www.hometeka.com.br/f5/ vila-e-construida-na-holanda-para-pessoas-com-demencia-e-alzheimer/, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 14 e 15: Nas imagens podemos ver perspectivas demonstrando o equilíbrio entre o gabarito dos edifícios do entorno do Hogeweyk. Fonte: encurtador.com.br/exMO0, acessado em 25 mar. 2019.

3.1.1 Entorno O projeto se localiza no meio urbano, porém seu entorno não é muito denso. Há a presença

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3.1.2 Topografia O projeto foi implantado um local de baixa declividade, podendo ser caracterizada como uma região plana. A edificação e os pátios internos estão totalmente planos para proporcionar a melhor mobilidade possível dos idosos. Analisando as fachadas externas do projeto é possível reparar que o platô o qual foi projetado tem certa diferença do nível da rua, mas a inclinação é baixa e não interfere na mobilidade.

Figura 17: Na imagem é mostrado a análise de como acontece a implantação no lote. Fonte: encurtador.com.br/exMO0, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.1.4 Zoneamento e setorização O projeto é uma simulação da vida cotidiana para que os idosos com doenças neodegenerativas não se sintam excluídos da sociedade. Com isso o programa do projeto possuí diversos

usos, porém podemos destacar três principais setores: residências, comércio e serviços e áreas de convivência. Porém o que pode ser exaltado é seu programa, que traz consigo variadas atividades que podem ser aproveitados para um público geral de idosos, dessa forma, interessante para aplicação em outros tipos de projeto. No setor de residência se encontram as moradias dos idosos e funcionários do local, em Figura 16: Na imagem podemos reparar que a edificação é plana e apenas há uma diferença do platô inserido para o nível das ruas. Fonte: encurtador.com.br/nyzR5, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.1.3 Implantação O edifício ocupa quase todo o lote o qual está inserido, e que forma 6 pátios centrais os quais se configuram espaços de convivência e repouso, e ainda um estacionamento nos fun-

dos. No centro do projeto há uma avenida principal que atravessa de um lado para o outro o

sua maioria se encontram no segundo pavimento, porém é possível encontrá-las no térreo. O setor de comércio e serviços são os ambientes que simulam mercados, farmácias, teatro e muitos outros do cotidiano e estão presente somente no térreo. Já o setor de convivência, também presente no térreo e em alguns momentos no pavimento superior, é o espaço resultante da combinação das edificações, que formam pátios centrais. Neles é possível ter praças e pequenos parques à céu aberto ou não.

lote. Essa via é utilizada pelos idosos e simula uma via comum para trabalhar a representação do cotidiano.

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3.1.5 Organização espacial O projeto está implantado no lote em diferentes edifícios, cada um formando um pátio diferente e deixando no centro uma via. Olhando por cima do projeto, através de imagens de satélite, é possível perceber uma separação entre os espaços. Isso pode ser justificado pelo fato de Hogeweyk acolher idosos com diferentes situações financeiras. Dessa forma temos uma divisão de 7 setores residenciais que são: Artesanal, Cristão, Cultural, Gooises (estilo de vida clássica de alto nível), Caseiro, Indonésio e Urbano. Cada um desses estilos recebe pessoas de rendas familiares semelhantes entre si. Todos esses espaços ficam dispostos nos ambientes demarcados no mapa a seguir, enquanto a parte comercial e de serviços está localização ao nordeste do projeto. Trabalhando sempre com ambientes unidos, as formas dos edifícios se caracterizam como prismas compridos que ao mesmo tempo que criam espaços internos, fecham todo o projeto de maneira a restringir o contato com o exterior (afinal os idosos possuem doenças como o Alzheimer, doen-

ça do esquecimento).

Figura 18: Na imagem é possível perceber os setores presentes no projeto. Fonte: https:// awebic.com/cultura/asilo-e-coisa-do-passado-conheca-a-vila-holandesa-projetada-paraidosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 19: Na imagem é possível verificar os usos que o projeto contempla, como comércios, prestação de serviço e áreas de convivência. Fonte: https://awebic.com/cultura/asilo-e-coisado-passado-conheca-a-vila-holandesa-projetada-para-idosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 20: Na imagem é possível verificar a separação dos espaços de acordo com a renda. Fonte: https://awebic.com/cultura/asilo-e-coisa-do-passado-conheca-a-vila-holandesaprojetada-para-idosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

31


as quatro faces que compõem as fachadas, sendo assim recebe insolação o dia todo. O sol da tarde é o mais intenso e em muitos países isso pode ser um problema, porém o clima frio da Holanda o torna bem aceito, explicando assim as aberturas em todas as faces.

Figura 21: Na imagem é possível ver a análise dos acessos e circulações, mostram a via principal, a circulação secundária e a passarela no segundo pavimento. Fonte: https:// awebic.com/cultura/asilo-e-coisa-do-passado-conheca-a-vila-holandesa-projetada-paraidosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 22: Na imagem temos a trajetória solar e os ventos predominantes que vem do oeste. Fonte: https://awebic.com/cultura/asilo-e-coisa-do-passado-conheca-a-vila-holandesaprojetada-para-idosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.1.8 Geometria da forma e volumetria 3.1.6 Circulação e acessos

Analisando o projeto é possível perceber que ele é assimétrico, tanto no que diz respeito

No centro do projeto há uma via principal, que simula uma avenida real para que os ido-

à planta quanto ao volume. O formato do terreno é de um trapézio e a planta o contorna de

sos institucionalizados possam se sentir o mais perto possível da realidade. Além dessa via há

maneira a criar os pátios, porém os ambientes são dispostos de maneira a formarem um qua-

outros caminhos secundários que ligam as residências aos pátios centrais e todos se interli-

drado ou um retângulo, dessa forma a composição dos ambientes fechados é totalmente com-

gam na via principal. As residências presentes no segundo pavimento possuem uma ligação

posto por linhas retas e predominância de ângulos retos. A característica orgânica fica apenas

de passarela. Possui 4 acessos, sendo um principal de visitantes e que dá acesso direto a via

para a composição das praças dos pátios centrais.

principal e outros 3 que são para funcionários e carga e descarga. 3.1.7 Orientação solar Hogeweyk está localizado em Weesp na Holanda e nesse local os ventos predominan-

O volume é bem simples e se assemelha bastante com as edificações do entorno. Seu volume forma uma espécie de muralha que cerca todo o lote, possui pontos mais altos na região sudoeste do empreendimento.

tes variam ao longo do ano, porém a maior predominância vem do oeste. Na planta a seguir é possível perceber a trajetória do sol ao longo doa dia e Hogeweyk possui aberturas para

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Figura 23: Na imagem é possível verificar as formas orgânicas, ângulos retos, formato de trapézio do lote e a comparação dele com o entorno. Fonte: https://awebic.com/cultura/asiloe-coisa-do-passado-conheca-a-vila-holandesa-projetada-para-idosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 24: Nas imagens observam-se os elementos que compõem as fachadas e as comparando e também a composição da cobertura. Fonte: https://hogeweyk.dementiavillage.com/ en/ , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.1.10 Materiais 3.1.9 Fachadas e cobertura

A materialidade do projeto é bem simples, onde encontramos o uso do concreto nos fecha-

As fachadas são simples, com pouca variação de forma e cor, assim mesmo a variação

mentos e na cobertura, o uso do aço nas esquadrias, guarda-corpos e passarela, uso do vidro

da forma acontece do quadrado para o retângulo. Possuindo grandes aberturas e alturas dife-

nas esquadrias e madeira como revestimento em partes das fachadas ou então de decks ao

rentes dependendo do ponto que é visto a fachada o projeto gera uma sensação de muralha,

longo do projeto.

de fechamento total e que no seu interior possui um pátio, o que acontece realmente. Além

Os materiais utilizados nos ambientes internos são variados. Variam de acordo com o

disso, seu entorno possui muitas edificações baixas e que lembram galpões industriais e pré-

uso ou com a classificação de setor ao qual está inserido, porém não foge muito dos utilizados

dios de habitações em séries, justificando talvez a escolha das fachadas. As fachadas inter-

externamente.

nas e externas do projeto são semelhantes, sempre usando da mesma forma, material e aberturas. A cobertura é de laje de concreto, não possuindo nenhum tipo de telha. Provavelmente possui uma leve caída para que a água das chuvas não se acumule, o telhado é simples e de

fácil acesso.

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3.1.12 Sistema de aberturas e elementos de adequação climática Devido o frio da região onde está inserido Hogeweyk, os elementos de adequações climáticas ficam por conta do aquecimento dos ambientes, dessa forma as aberturas utilizadas são grandes panos de vidro para que a incidência solar seja maior dentro dos ambientes. Além disso, os revestimentos internos são de madeira e as residências possuem lareiras para que todos os ambientes possam estar aquecidos nos dias frios. Mas a Holanda também possui dias quentes, e como as aberturas são grandes, abrindo-as é possível ter uma ventilação maior nos ambientes os refrescando nos dias mais quentes.

Figura 25: Nas imagens notam-se os apontamentos dos materiais utilizados na composição das fachadas, na construção e demais elemento. Fonte: https:// hogeweyk.dementiavillage.com/en/ , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.1.11 Lógica estrutural Provavelmente a estrutura que compõem o projeto é o de concreto armado, onde temos

pilares espaçados regularmente e vigas que fecham a composição da estrutura. Vigas e pilares metálicos compõem a passarela do projeto.

Figura 27: Na imagem é possível reparar as grandes aberturas do projeto e ainda o revestimento interno de madeira. Fonte: https://awebic.com/cultura/asilo-e-coisa-do-passadoconheca-a-vila-holandesa-projetada-para-idosos-com-alzheimer/, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 26: Na imagem tem-se uma analise da estrutura, o que fica difícil perceber pelos desenhos técnicos disponíveis, dessa forma é apenas uma suposição. Fonte: https:// hogeweyk.dementiavillage.com/en/ , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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3.2 Vila dos Idosos - Pari/SP O projeto Vila dos Idosos está localizado no bairro de Pari, região central da Cidade de São Paulo, é um conjunto habitacional para idosos e foi proporcionado pelo programa da COHAB. Implantado em um lote onde já existia a Biblioteca Municipal Adelpha Figueiredo o projeto foi elaborado pelo escritório de arquitetura Vigliecca e Associados e possui uma área de 8.290 metros quadrados. Foi construído entre 2003 e 2007.

Figura 29: Na imagem é possível ver a Av. Marginal Tietê, o Rio Tietê e como ele está inserido ao lado da Biblioteca Municipal. Verifica-se ainda que o entorno é denso e a praça Miguel Francelino ao lado. Fonte: encurtador.com.br/foDSZ, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.2.2 Topografia O terreno em que foi inserido o projeto é plano, não apresentando desníveis e assim facilitando o acesso de idosos com mobilidade reduzida ou que dependam de cadeira de rodas. Figura 28: Na imagem pode-se observar o conjunto habitacional inserido junto à Biblioteca Municipal. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.2.1 Entorno

A Vila dos Idosos está inserida em uma região central da maior cidade brasileira, dessa forma, seu entorno é repleto de residências, comércios, prestação de serviço, instituições, entre outros. A Vila fica inserida ao lado da Biblioteca Municipal Adelpha Figueiredo e próximo da Av. Marginal Tietê e do Rio Tietê. Entorno denso, repleto de edificações e de diferentes gabaritos, ao lado do projeto temos ainda a Praça Miguel Francelino.

Figura 30: Na imagem podemos reparar que o terreno é plano e não apresenta desníveis, taludes ou qualquer diferença de altura. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/ elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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3.2.3 Implantação Sua implantação ocorre ao lado da Biblioteca Municipal Adelpha Figueiredo, mais es-

mum do térreo. Ao final encontramos quatro grandes caixas interligadas entre si, formando uma barreira visual para quem está na rua.

pecificamente “abraçando-a” e tornando-a o centro do conjunto. Porém é notado que os dois edifícios estão em lotes diferentes. Sua implantação foi em um lote estreito e suas extremidades dão acesso para as avenidas Pedroso da Silveira e Carlos de Campos. Logo na implantação podemos encontrar todo o programa de necessidades do projeto, e o mesmo se repete nos demais pavimentos.

Figura 31: Na imagem pode-se observar a divisão de lotes e como o projeto da Vila está implantado no lote estreito e que dá acesso às duas avenidas. Fonte: http:// www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em

Figura 32: Na imagem é possível ver a setorização do térreo e dos pavimentos tipos. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.2.5 Organização espacial 3.2.4 Zoneamento e setorização O projeto tem possui 145 unidades habitacionais que estão distribuídas entre os quatro pavimentos e térreo. No térreo é possível encontrar as áreas de uso comum nas extremida-

des do lote, de maneira a estar próximo das avenidas, enquanto as unidades habitacionais estão inseridas no centro. Todas as unidades estão dispostas uma do lado da outra e na formação em “L” do volume, tudo interligado por corredores. Nos pavimentos superiores encontramos apenas as unidades habitacionais e que estão inclusive sobre as áreas de uso co-

O programa de necessidades da Vila dos Idosos possui os usos e serviços necessários para atendimento das necessidades cotidianas dos idosos, porém não é muito complexo. No térreo encontramos hall de entrada, unidades habitacionais, salão de festas, pista de bocha e

área de serviço. Nos pavimentos tipos encontramos mais unidades habitacionais e uma sala de estar comum para todos os moradores. As unidades habitacionais estão presentes em todos os pavimentos, porém as áreas de uso comum estão mais presentes no térreo, podendo apenas destacar uma sala de estar em cada pavimento para usos comum dos moradores.

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Figura 33: Na imagem é possível ver a organização espacial do térreo e dos pavimentos tipos. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 34: Na imagem é possível ver a analise das circulações e dos acessos à Vila dos Idosos. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Na análise encontram-se os corredores de convívio, que são corredores que ligam da 3.2.6 Circulação e acessos

primeira a ultima unidade habitacional, interligam as circulações verticais e ainda possuem bancos na frente das residências para que os idosos possam se socializar entre si.

O projeto possui diferentes níveis de circulação e acessos. Podemos encontrar uma circulação mais secundária no térreo, onde dá acesso aos diversos ambientes de uso comum e convivência dos idosos. Encontramos ainda três circulações verticais dentro dos halls e duas no centro dos corredores dos pavimentos, externamente. Os acessos se dão por três diferentes ruas, sendo duas pelas avenidas mencionadas anteriormente e uma pela Rua Siqueira Afonso, as duas primeiras são acessos dos idosos e do público em geral, a última é um aces-

so pequeno e muito provavelmente utilizado apenas pelos moradores.

Figura 35: Na imagem é possível ver os bancos na frente das residenciais, formando os corredores de convívio. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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2.2.7 Orientação solar O projeto está localizado na cidade de São Paulo, capital do Estado de São Paulo. O clima é ameno e de céu parcialmente encoberto no inverno e morno, abafado, com precipitação e céu quase encoberto no verão. Sua temperatura raramente ultrapassa os 30°C e na imagem é possível verificar a incidência solar e os ventos que predominam na cidade.

Figura 37: Na imagem pode-se perceber o grande impacto que sua forma causa na paisagem e ainda os usos das formas quadradas e retangulares no projeto. Fonte: http:// www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.2.9 Fachadas e cobertura Figura 36: Na imagem temos a trajetória solar de um dia e os ventos predominantes. Na imagem da maquete é possível ver a simulação da incidência solar no período da manhã. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Em uma análise das fachadas feitas em projeto tridimensional foi possível reparar que muito se assemelham às fachadas depois de prontas, por tanto mantiveram a materialidade e os elementos que as compõem. Sobre as fachadas pode-se dizer que causam grande impacto pelo seu tamanho e por representarem grandes paredes de concreto e aço. São simples em

3.2.8 Geometria da forma e volumetria A Vila dos Idosos é um projeto simples, repleto de ângulos retos, formas quadradas e retangulares. As unidades habitacionais e serviços são empilhados um do lado do outro e de forma a construir grandes caixotes, unidos eles formam uma grande barreira visual, sendo im-

suas composições, podendo perceber uso de brises verticais e guarda-corpos de metal, demonstrando os únicos elementos que se diferenciam do concreto. Para a cobertura, pressupõem-se o uso de laje de concreto armado e telhas do tipo Eternit para cobri-las.

possível observar de uma extremidade para a outra.

38


3.2.11 Lógica estrutural A Vila dos Idosos possui estrutura comumente utilizada na construção civil brasileira, onde podemos dizer que foram utilizados vigas, lajes e pilares de concreto armado, espaçados regularmente entre si. A fundação pode ter sido feita por meio de sapatas de concreto armado também. Os fechamentos acontecem por meio de alvenaria, utilizando tijolos cerâmicos e cimento.

Figura 38 : Analise das fachadas, demonstrando que foram mantidos os detalhes representados em projeto. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.2.10 Materiais Sua materialidade é simples, onde foram utilizados apenas concreto, metal e vidro na composição. O metal fica por conta das esquadrias, brises e guarda-corpos. O concreto está presente na estrutura, como lajes, pilares e escadas. O vidro está presente nas esquadrias. Figura 40: Na imagem é possível ver a lógica estrutural utilizada e ainda o material que são feitos. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 39: Na imagem tem-se o destaque dos materiais utilizados no projeto. Fonte: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/ projects/elderly-housing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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3.3 Jikka House

3.2.12 Elementos de adequação climática A Vila possui unidades habitacionais lado a lado formando grandes caixotes, dessa forma em um dos lados estão presentes um corredor de passagem e as portas das residências, enquanto do outro ficam as janelas. Dessa forma o projeto trabalhou com circulação cruzada nos projetos, de maneira proporcionar a passagem dos ventos por todo o ambiente e assim refrescá-los. O entorno imediato possui diversas árvores o que ajuda a refrescar o ambiente. Essa disposição das habitações causa a incidência direta do sol o dia todo em qualquer fachada e para resolver essa questão os arquitetos utilizaram brises verticais para diminuir a incidência direta do sol, mas ainda proporcionar iluminação natural nos corredores. Porém os

O projeto Jikka House foi concebido inicialmente como uma casa para que a mãe do

Arquiteto Issei Suma pudesse morar com uma amiga. Com o andamento do projeto, ela foi pedindo para que o local fosse uma espécie de café e que pudesse acolher clientes nos horários de refeição. E assim foi feito, com espaços para alimentação e cuidados, a cliente acolhe os idosos da região para refeições e ainda disponibiliza espaços para descanso. Jikka House se localiza na cidade de Ito, estado de Shizouka, no Japão e possuí uma área de

100 m², sendo construído no ano de 2015.

usos dessas brises se limitam apenas nos corredores e não estão presentes nas fachadas com as aberturas, dessa forma cortinas devem ser utilizadas para controlar a incidência solar.

Figura 42: Imagem das fachadas do projeto Jikka House. Fonte: www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

https://

3.3.1 Entorno

O entorno do projeto não é denso. Pelo lado esquerdo encontra-se uma reserva de floFigura 41: Na imagem tem-se o sistema de ventilação cruzada utilizado nas residências e ainda chamada para as brises que estão presentes apenas nos corredores. Fonte: http:// www.vigliecca.com.br/pt -BR/projects/elderlyhousing , modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

resta e ao lado direito uma parcela da cidade de Ito. Por mais que essa parcela seja urbana e espera-se que haja uma grande concentração de edifícios, ainda mais se tratando do Japão, percebe-se que isso não ocorre no entorno da Jikka House. Os edifícios estão espaçados uns dos outros e há também muitas árvores entre os lotes, o que demonstra uma baixa densidade

de edificações.

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3.3.3 Implantação A edificação está implantada em um platô em uma encosta de uma floresta. O estilo da implantação não se assemelha aos demais edifícios do entorno, pois a intenção do arquiteto foi tratar esse projeto como um ponto de encontro de gerações diferentes, sendo assim misturar o velho com o novo. Além disso, o local se trata de uma casa de repouso para idosos, e o intuito de implantá-lo dentro de uma reserva de floresta e em um terreno acidentado foi para trazer a sensação de deixar para trás a agitação das cidades e estar em um local tranquilo e silencioso. Por estar bem afastado dos demais edifícios da cidade, o projeto não conversa com demais do entorno, porém isso não fica perceptível já que Jikka House está afastado dos demais. Figura 43: Na imagem é possível perceber o entorno de floresta e urbano bem definido. Fonte: encurtador.com.br/ruEJ9, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.3.2 Topografia

Sua implantação é simples, onde há uma conexão de cinco quadrados, interligados pelas pontas. A forma final ocupa apenas uma pequena parcela do terreno e não há mais nenhum tipo de instalação no local.

O Japão é um país montanhoso e na cidade de Ito essa característica não é exceção. O entorno do projeto possui diversas formações montanhosas. Sua implantação se deu em um terreno bem íngreme, em uma encosta de uma montanha. Esse tipo de implantação, em um terreno tão dificultoso, foi proposital, pois faz com que se adentre em uma floresta, deixan-

do para longe a movimentação da cidade. Portanto, a topografia do local é acentuada.

Figura 45: Forma de implantação do projeto não se assemelha aos demais edifícios da cidade, além de estar implantado afastado do restante da cidade, sendo assim, não causa impacto no entorno. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

Figura 44: Análise da topografia. Fonte: encurtador.com.br/ruEJ9, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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Na imagem pode-se observar que o projeto não se relaciona com o entorno, por estar em um nível mais alto.

Figura 46: Vista que demonstra a relação do projeto com o entorno. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.3.4 Zoneamento e setorização Com uma implantação simples, seu programa também trabalha com a simplicidade. Temos ambientes classificados como íntimos e públicos, onde banheiros e quartos podem ser de-

Figura 49: Análise da setorização do projeto, onde é possível perceber dois tipos de setor, o público e o privado. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

marcados como áreas privativas, por estarem diretamente relacionados com os proprietários do

local. A parte pública insere-se no ambiente central, onde se localiza o restaurante e o ambiente ao lado, onde há um banheiro público e uma sala de estar.

3.3.5 Organização espacial O projeto possui espaços bem definidos, onde cada quadrado que os formam tem uma fun-

Esses ambientes estão interligados diretamente, sem conexão por áreas de circulação e é

ção específica onde, da esquerda para direita temos um banheiro, um quarto, um espaço para

possível observar que os ambientes privados se encontram nas extremidades do projeto, en-

refeições, uma sala de estar com um banheiro e por fim outro quarto. Todos esses ambientes

quanto o público se localiza nas áreas centrais.

são conectados em um único nível, por tanto não há problemas de acessibilidade entre os

ambientes. O projeto foi concebido com um formato cônico, se assemelhando à ponta de lápis. Esse formato possibilita a criação de janelas em suas pontas melhorando a luminosidade dos espaços. Além disso, o som que ecoa por esses espaços são bem distribuídos e não atrapalham a audição. Por fim é possível se ter uma sensação de amplitude dentro dos ambientes,

devido ao teto alto e ambientes grandes.

Figura 47 e 48: À esquerda foto de uma área pública e à direita foto de uma área privativa. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

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Figura 50: Análise da organização espacial e de como os elementos que compõem sua forma interna trabalham em harmonia. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-isseisuma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019. Figura 51: Na imagem é possível verificar o acesso principal, os quatro acessos privativos e o traçado feito quando se circula pelos módulos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

3.3.6 Circulação e acessos

3.3.7 Orientação solar Onde o projeto foi implantado o Norte geográfico fica exatamente apontado para baixo

Jikka House funciona como uma casa de acolhimento de idosos e tem um restaurante

(ao analisarmos a planta), dessa forma o sol nasce à esquerda e se põem à direita. Analisan-

que atende ao público da região, dessa forma é possível perceber um acesso principal no am-

do as aberturas do projeto é possível reparar que elas se encontram em todos os volumes e

biente central da planta e outros quatro acessos privativos, onde os moradores da casa que

em tamanhos diferentes, mas sempre recebendo muita luz. Com um entorno vegetativo, o sol

utilizam.

da tarde não incide diretamente na casa.

A circulação funciona sem o auxilio de corredores, para isso os volumes são conectados em suas pontas, dessa forma é possível passar de um módulo para o outro. Figura 52 e 53: Nas imagens temos às aberturas presentes na residência. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

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O vento predominante de Ito vem do norte e é úmido e frio na maior parte do ano, com as aberturas grandes, se controlar a entrada do vento é possível ter um ambiente aquecido devido à entrada do calor do sol, mesmo que não incida diretamente.

O volume se assemelha a um lápis gigante, onde a parede se conecta com a cobertura, deixando claro o que é cada um.

Figura 55: Nas imagens é possível perceber o volume em forma de “lápis”, que os cones em madeira formam no projeto. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

3.3.9 Fachadas e cobertura As fachadas do projeto são irregulares, trazendo diferenças de profundidade já que cada Figura 54: Análise da trajetória solar e predominância dos ventos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

3.3.8 Geometria da forma e volumetria A planta é formada por cinco quadrados conectados pelas pontas. Esses quadrados sobem em paredes mantendo a forma. Iniciando nos cantos, grandes arcos formam os cones

volume está afastado uns dos outros. A madeira e o vidro são os materiais predominantes nas fachadas e não há a presença de ornamentos, apenas as luminárias fixas externamente ao projeto. A cobertura tem formato cônico, onde há em dois dos volumes uma claraboia no topo para trazer luminosidade. Dessa forma a neve e a chuva escorrem pela inclinação acentuada das fachadas impedindo o acumulo nas superfícies.

em madeira, de maneira a proporcionar a sensação de amplitude dos espaços. Dessa forma,

o formato da Jikka House assemelha-se a grandes lápis que surgem da terra (a materialidade reforça a comparação). Os espaços possuem tamanhos diferentes, tanto em altura quando em largura e profundidade e seguem uma hierarquia onde o espaço público é maior do que o espaço privado. Sendo assim a cozinha e sala de estar são maiores dos que os quartos e banheiros. Quando analisado em conjunto, os volumes e a forma da planta não é possível perceber uma simetria no projeto. Quando analisados individualmente isso fica evidente. Mas em um contexto geral os volumes conversam e se conectam demonstrando a necessidade de um

Fachadas que se diferenciam de acordo com o ângulo que são observados, mas no fim tudo se complementa.

ou de outro na harmonização final.

Figura 56: Na imagem é possível ver a fachada frontal do Jikka House. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

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O jogo de volumes é evidente em cada fachada que se observa o projeto.

Figura 57: Na imagem é possível ver a fachada lateral do Jikka House. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019. Figura 59: Na imagem os materiais que compõem o projeto são evidenciados, notando o aço, concreto, vidro e madeira. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019. Na cobertura é notado as claraboias, utilizadas para iluminação interna.

3.3.11 Lógica estrutural A casa foi concebida com o aspecto de cabana, porém com concreto armado e reforçado nas paredes e fundação. Tendo duas etapas de construção, inicialmente temos as paredes que sobem em formato de arcos e moldados de maneira a deixar grandes vãos para

as esquadrias e passagem entre os cômodos. Ao finalizar as paredes inicia-se a estrutura de madeira onde ripas, apoiadas nessas paredes, sobem até o teto quase em formato catedrátiFigura 58: Nessa imagem podemos observar a cobertura cônica e a presença da claraboia em dois dos ambientes do projeto. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, acessado em 25 mar. 2019.

co. Por fim toda a construção fora revestida com madeira de cedro.

3.3.10 Materiais O Jikka House possui uma materialidade simples de característica industrial, onde temos a base da construção em concreto armado, incluindo o piso e parte das paredes, e um revestimento externo de madeira que se estende para a cobertura dando o formato cônico. A

madeira é presente internamente na continuidade da parede, formando o teto. Podemos notar ainda o uso de vidro e aço nas esquadrias.

Figura 60: Na imagem é possível ver as paredes em arco e de concreto, o piso também em concreto e ripas de madeira que formam o telhado. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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3.3.12 Sistema de abertura e elementos de adequação climática

As grandes aberturas trazem luminosidade e ventilação eficientes para o ambiente, além de possibilitar que a pessoa, que mesmo deitada na cama, possa estar conectada com a natureza no exterior. Dois dos ambientes possuem uma claraboia no final do teto para melhorar a iluminação do interior.

A madeira interna e o revestimento externo em cedro trazem calor para os ambientes e nas estações frias as aberturas são fechadas, dessa forma o calor interno não se dissipa com facilidade. O sistema de refrigeração mecânico está presente no cômodo do restaurante.

Figura 61: Na imagem temos a demarcação dos tipos de aberturas trabalhados no projeto. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872350/jikka-issei-suma, modificado pelo autor, acessado em 25 mar. 2019.

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4.1 Localização e relação de equipamento Para a implantação do projeto foi escolhido um lote na região central do município de

Ribeirão Preto, SP, e que possui características importantes. Por ser a região central, o lote estará servido por toda infraestrutura necessária e terá a disposição diversos serviços como praças, supermercados, farmácias, hospitais, bancos, rodoviária, terminais de ônibus, entre outros.

Figura 63: Imagem de satélite com a localização do terreno para implantação do projeto. Fonte: encurtador.com.br/gqOY7, modificado pelo autor, acessado em 19 mar. 2019.

Um dos motivos pelo qual será feito a desapropriação de estacionamentos é para trazer Figura 62: Mapa de localização de Ribeirão Preto. Fonte: encurtador.com.br/ eozC5, acessado em 19 mar. 2019.

um desadensamento do local e ainda permitir a permeabilidade de pessoas pelo interior da quadra. Dessa forma e trabalhando com um bom projeto paisagístico e arquitetônico, tornará a

A região é dotada de uma grande concentração de transporte coletivo, já que a maioria das linhas municipais passa pelo centro da cidade, além das linhas intermunicipais e rodoviárias que partem da Rodoviária na Avenida Jerônimo Gonçalves. O lote se localiza na quadra formada pelas ruas Mariana Junqueira, José Bonifácio e Duque de Caxias e pela Avenida Jerônimo Gonçalves. Esse lote terá acesso para as quatro

vias e conta com aproximadamente 4.500 m². Não possui vegetação, tanto internamente, quanto nas calçadas. Nele funcionam 2 estacionamentos, os quais serão desapropriados para a aplicação do projeto.

região ainda mais atrativa, pois além de possuir comércios que trazem bastante pessoas, terá ainda um ponto turístico que cumprirá uma função muito além de entreter, cumprirá uma função de acolher os idosos. O lote se caracteriza ainda por ser de fácil acesso pelos cinco bairros com mais idosos de Ribeirão Preto. Dentre esses bairros estão Campos Elíseos, Vila Tamandaré, Alto do Ipi-

ranga, Sumarezinho, Centro, Jardim Paulista, Jardim Paulistano, Vila Tíbério e Vila Amélia. Fazendo um estudo, traçando um eixo de ligação desses bairros até o lote é possível notar que forma um eixo de cruzamento (Figura 63), o que reitera a escolha do local para implantação do projeto.

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Figura 65: Fachada do SESC. Fonte: encurtador.com.br/hiyT0, acessado em 19 mar. 2019.

Figura 64: Mapa mostrando os bairros com mais idosos e as influências sobre o lote. Fonte: encurtador.com.br/gqOY7, modificado pelo autor, acessado em 19 mar. 2019.

A região central do Município de Ribeirão Preto é consolidada e possui diversos equipamentos. Esse fator é imprescindível para a escolha do local para implantação do projeto.

Figura 66: Fachada do Teatro Pedro II. Fonte: http:// www.theatropedro2.com.br/fotos-download-galeria.php?id=3&theatropedro-ii , acessado em 19 mar. 2019.

A região é munida de diversos equipamentos que são utilizados por toda a população e muitos deles poderão ser utilizados pelos idosos que serão acolhidos ali. Dentre esses usos te-

mos o Parque Maurílio Biagi, o Mercado Municipal, Centro Popular de Compras, Rodoviária, Terminal de ônibus Urbano, Catedral Metropolitana, diversas farmácias, praças, o Teatro Pedro II, SESC (Serviço Social ao Comércio) que oferece diversas atividades para a Terceira Idade, Cava do Bosque que oferece atividades esportivas para a Terceira Idade, Bosque Zoológico Municipal, a UBS Central e hospitais, o Calçadão de Compras da cidade que abriga diversos comércios e prestação de serviço e muitos outros. Dessa forma a região de implantação do projeto é completa e possui todos os equipamentos necessários para que o idoso possam continuar sendo ativo, e assim não ficar estagnado, preso dentro de ambientes e proporcionar a vida ativa que eles tan-

Figura 67: Unidade Básica de Saúde - UBS Central. Fonte: encurtador.com.br/dhqyH, acessado em 19 mar. 2019.

to precisam.

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Imagens do Lote

Figura 71: Frente para Rua José Bonifácio.

Figura 68: Frente para Rua Mariana Junqueira.

Figura 72:Frente para Rua Duque de Caxias. Figura 69: Frente para Av. Jerônimo Gonçalves.

Figura 70: Imagem de satélite com a localização do terreno para implantação do projeto, as imagens menores são do autor e indicam as frentes do terreno. Fonte: encurtador.com.br/gqOY7, modificado pelo autor, acessado em 19 mar. 2019.

50


4.2 Fluxos do entorno O lote se localiza na região central da cidade e como se trata de uma área consolidada e bem utilizada pelo município, traz para o local um grande fluxo de pessoas e veículos. O local possui uma dinâmica bem intensa de veículos e pessoas durante o dia, porém diminui a

intensidade, ficando quase nulo, durante a noite. Grande concentração de pessoas pode ser percebida nos terminais de ônibus urbano e rodoviário, além do calçadão e outros pontos de ônibus ao longo do quadrilátero central. A UBS Central, localizada na Av. Jerônimo Gonçalves (mesma via do lote) concentra também uma grande quantidade de pessoas. O entorno imediato do lote é servido com pontos de ônibus próximos, estando localizados nas duas vias da Av. Jerônimo Gonçalves e ainda na Rua Mariana Junqueira, via lateral do lote, disponibilizando mais de 28 linhas de ônibus que passam pelo local. Mais a frente na avenida ainda encontramos o Terminal Urbano de Ônibus, por onde passa a grande maioria das linhas de ônibus de Ribeirão Preto. Portanto, o lote se torna de fácil acesso e em um ponto estratégico que facilita a mobilidade dos idosos. Ainda pela análise da dinâmica do lote, tanto diurna quanto noturna, temos duas situações que deverão ser trabalhadas pelo poder público municipal. No entorno imediato temos uma grande concentração de moradores em situação de rua, seja no período diurno ou noturno. No período noturno, temos a presença da prostituição, o que inclusive afeta a quadra onde será inserido o projeto.

Figura 73: O mapa demonstra os fluxos diurnos e a concentração de pessoas e relaciona eles com áreas de caráter de lazer e outros equipamentos do local. Mostra ainda outras características do entorno. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

51


4.3 Topografia ]A topografia do onde o lote se situa é plana, já que o mesmo se encontra em uma re-

gião de fundo de vale, na parte onde seria a planície da cheia do rio. Conforme passa-se a região do lote, a inclinação começa aumentar, conforme observa-se no amarelo mais intenso do mapa acima. O lote possui apenas uma curva de nível, dando assim apenas 2 metros de desnível, aproximadamente. O entorno do lote não se caracteriza por um gabarito alto, dessa forma a insolação é

constante no momento em que o sol nasce até o momento onde se põem. O contato com o sol da tarde fica na face voltada para a Avenida Jerônimo Gonçalves. Os ventos predominantes da cidade vem do Sudeste, porém não venta muito. O lote se localiza no meio de quadra, tendo construções nos quatros cantos da quadra, assim a passagem de vento deve ser bem trabalhada para que haja o melhor aproveitamento possível dos momentos de brisa.

Figura 74: O mapa mostra como se comporta a topografia no entorno imediato, bem como a incidência solar e os ventos que predominam na região. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

52


3.4 Fotos do terreno

Figura 75: Perspectiva da Rua José Bonifácio pegando parte do acesso ao lote por essa via (estacionamento). Foto do autor, 2019.

Figura 76: Perspectiva da Rua Duque de Caxias mostrando até o cruzamento com a Rua José Bonifácio. Foto do autor, 2019.

Figura 77: Perspectiva da Rua Duque de Caxias mostrando até o cruzamento com a Av. Jerônimo Gonçalves. Foto do autor, 2019.

53


Figura 78: Perspectiva da Rua José Bonifácio pegando parte do comércio até a esquina com a Rua Mariana Junqueira. Foto do autor, 2019.

Figura 79: Perspectiva da Rua Mariana Junqueira mostrando até o cruzamento com a Av. Jerônimo Gonçalves. Foto do autor, 2019.

Figura 80: Perspectiva da Av. Jerônimo Gonçalves, mostrando o cruzamento com a Rua Duque de Caxias. Foto do autor, 2019.

54


Figura 83: Foto que mostra o interior do estacionamento maior. Foto do autor, 2019.

Figura 81: Perspectiva da Av. Jerônimo Gonçalves, mostrando o cruzamento com a Rua Duque de Caxias. Foto do autor, 2019.

Figura 84: Foto que mostra o interior do estacionamento maior. Foto do autor, 2019.

Figura 82: Perspectiva da Av. Jerônimo Gonçalves, mostrando o cruzamento com a Rua Mariana Junqueira. Foto do autor, 2019.

55


56


5.1 Legislação O quadrilátero central, área onde o lote do projeto se encontra, está presente dentro da mancha da ZUP - Zona de Urbanização Preferencial, área propícia para urbanização. Essa região contempla também a ZUD1 - Zona de Uso Disciplinado 1, cuja solo se caracte-

riza pelo basalto e compreende a área interna ao anel viário. Além disso o quadrilátero faz parte da Área Especial do Quadrilátero Central, essa área traz consigo algumas diretrizes e índices urbanísticos que se diferem do restante do município. Sendo assim temos: 

Coeficiente de Aproveitamento (CA): 3 unidades;

Taxa de Ocupação (TO): 70% para uso residencial e 80% para uso não residencial;

Recuo lateral: R=H/6, maior ou igual a 2 ou recuo mínimo lateral de 2m;

Recuo frontal: 5m para edificações até 4 pavimentos e 10m para edificações acima dos 4 pavimentos;

Taxa de permeabilidade (TP): 15%;

Gabarito: Proibido ultrapassar os 4m no lote voltado para a Av. Jerônimo Gonçalves, porém quando a testada for maior que 40m não há limite de gabarito.

Figura 85: Mapa síntese da legislação básica que vigora sobre o quadrilátero central e o entorno expandido dele. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

57


5.2 Uso do solo O lote escolhido se localiza no bairro Centro da cidade de Ribeirão Preto. Essa região é caracterizada como consolidada e concentra usos comerciais, de prestação de serviço, residenciais e institucionais, portanto uma região mista, onde proporciona diversos usos. Porém,

mesmo com esse uso misto é possível afirmar que o que predomina no local é o uso comercial, reforçando ainda mais que o lote estará bem servido de serviços e comércios para uso do idosos.

Figura 86: O mapa demonstra o uso do solo por predominância de quadra, nele é possível perceber a predominância de comércio e prestação de serviços. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

58


5.3 Gabarito O quadrilátero central é caracterizado como uma região consolidada da cidade,

porém seu gabarito é básico, não ultrapassando três pavimentos quando analisado por predominância nas quadras. Sendo assim para o projeto deve-se, não somente pelo fator de acessibilidade, mas também por questões de desenho da paisagem, evitar gabarito alto. Dessa forma não ocorre de destoar dos demais edifícios do entorno.

Figura 87: O mapa demonstra o gabarito, por predominância de quarteirões do entorno imediato ao lote. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

59


5.4 Hierarquia viária O quadrilátero é uma área consolidada e devido à grande dinâmica que ele possui pressupõem-se que suas vias também tenham grande tráfego de veículos e de pedestres. Nas vias que formam a quadra do lote pode-se observar que as 3 ruas são de caráter cole-

tora e a avenida tem caráter arterial, dessa forma o fluxo de veículos é intenso no local. Sendo assim deve-se prever acessibilidade e melhorias nas questões de mobilidade urbana do local para proporcionar segurança na travessia de pedestres, beneficiando os usuários do projeto.

Figura 88: O mapa demonstra a hierarquia viária da região, nela pode-se perceber que a grande maioria das vias são de caráter coletora, sendo assim grande fluxo de veículos. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

60


5.5 Cheios e vazios Avaliando o mapa de cheios e vazios é possível perceber que a área faz jus a ca-

racterística de consolidada, o que inclui a questão de adensamento. A região possui uma taxa de ocupação muito alta, o que gera problemas para circulação de ar e incidência solar, prejudicando a qualidade do ar. Esse fator acarreta ainda em pouco área permeável no solo, o que pode ocasionar enchentes e alagamentos. Dessa forma, projetos para o desadensamento desses lotes são ideais para que

esse problemas de higiene e drenagem possam ser resolvidos. Portanto, esse é mais um motivo para a escolha do lote para o projeto, já que traz o aproveitamento de área de estacionamento para a criação de um lar e centro de integração para idosos, que contará com a parte de paisagismo, gerando assim área livre dentro do lote.

Figura 89: O mapa demonstra os cheios e vazios do entorno imediato, sendo assim é possível perceber como ocorre o adensamento no local. Fonte: elaborado pelo autor, 2019.

61


62


6.1 Conceito A cidade de Ribeirão Preto é uma das seis melhores cidades para os idosos viverem e apesar de todas as infraestruturas que existem no município, ainda não é o suficiente para proporcionar bem-estar e qualidade de vida para os idosos. Tendo em vista essa realidade, projetar um local para proporcionar essas questões para os idosos, que fará a união de dignidade, moradia, socialização e lazer é de fundamental importância para a cidade. Sendo assim, o conceito chave do projeto é torna-lo um ponto de encontro da cidade. Como o terreno está localizado na região central da cidade e na confluência dos 5 bairros com a maior quantidade de idosos de Ribeirão Preto pode-se afirmar que o projeto se torna um local de partilha. Devido o terreno proporcionar a travessia no meio de uma quadra, o local se torna ponto de passagem para pessoas. Essas pessoas, se tornam visitantes em potencial,

que proporcionarão contato com os idoso ali institucionalizados.

Figura 90: Diagrama de permeabilidade no lote. Fonte: do autor, 2019.

O sentido de partilha não se limita a isso, ele também traz o sentido de partilha do local com o público, com a conexão que ele fornece, proporcionará aos visitantes um local para estar e trocar experiências. O projeto agrega ainda valores de desadensamento e o correto uso do solo urbano, de

maneira a proporcionar permeabilidade por entre a quadra e impedir o uso por estacionamen-

Aliado a essa permeabilidade, foram pensados ambientes para uso dos idosos, mas que também pudessem ser usufruídos pelas pessoas que estiveram passando pelo local. E, para respeitar os eixos da permeabilidade, esses ambientes foram dispostos em pontos espe-

cíficos nas extremidades do lote.

tos.

6.2 Partido O intuito principal do projeto é a integração, dessa forma unir o público ao privado é essencial para atingir os objetivos escolhidos. Para trazer esse conceito ao projeto, iniciou-se com a escolha do lote que se configura como um meio de quadra, com acessos por todas as

vias que formam o quarteirão. Com isso, foi possível promover a permeabilidade das pessoas no interior do lote, proporcionando, dessa forma, a interação dos idosos para com o público que transitar pelo local.

Figura 91: Diagrama de disposição dos ambientes. Fonte: do autor, 2019.

63


De maneira a deixar bem claro no projeto essas intenções e ainda promover áreas de convívio no térreo, a paginação de piso foi essencial para nortear as pessoas que estiverem passando pelo local. Dessa forma, uma pessoa que estiver passando pela calçada irá se deparar com um piso que a levará para o interior do projeto. Ao mesmo tempo que a fizer atravessar para outro acesso do lote, a paginação combinada com a arquitetura do local, fará com que a pessoa observe e utilize outros espaços do local.

Figura 93: Demonstração dos ambientes dos pavimentos superiores. Fonte: do autor, 2019.

Portanto, a garantia de bem-estar e qualidade de vida desses idosos que estarão insti-

tucionalizados serão garantidas tornando sua estadia digna e ainda fará com que eles ocupem um lugar na sociedade.

Figura 92: Demonstração da paginação de piso. Fonte: do autor, 2019.

E para garantir que os limites de público e privado não sejam ultrapassados, a área das

unidades habitacionais fora inserida nos dois pavimentos superiores, complementado por alguns ambientes de apoio aos idosos.

64


6.3 Programa de necessidades

O Programa de Necessidades foi trabalhado em forma a hierarquizar os ambientes que compõem o projeto. Foram selecionados 7 setores os quais seus ambientes foram alocados de acordo com suas especificidades, são eles: Administração, Serviços, Lazer/Atividades, Alimentação, Apoio, Habitacional e Área Verde. Na tabela a seguir é possível ver os ambientes, seus respectivos mobiliários e ainda a estimativa de seus ocupantes, bem como área mínima e total.

SETOR

Administrativo

AMBIENTE

INTERNO/ EXTERNO

QTDD.

Recepção

Interno

1

Gerência

Interno

1

Local de trabalho do Gerente

Secretaria

Interno

1

Local de trabalho dos funcionários do setor administrativo

Sala de reuniões

Interno

Sala do Assistente Social

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

Local para atendimento e recepção de Balcão para 3 estações de trabalho e visitantes e institucionalizados; Necesassentos para recepção sário local para espera de atendimento

Nº DE OCUPANÁREA (m²) TOTAL (m²) TES

3

12

12

1 estação de trabalho e 1 armário

1

8

8

4 estações de trabalho e 2 armários

4

12

12

1

Sala para reuniões com visitantes, for- Mesa para 8 pessoas, equipamentos necedores e outros de mídia e 1 armário

8

12

12

Interno

1

Sala onde o Assistente Social irá atender o público

1

8

8

Almoxarifado

Interno

1

Sala para armazenamento de material a Armários, prateleiras e 1 estação de ser utilizado no administrativo trabalho

2

8

8

Sanitário PNE

Interno

1

Sanitário destinado à portadores de 1 vaso sanitário, 1 cuba e barras de necessidades especiais com acesso exapoio terno aos demais sanitários

1

3

3

Sanitários

Interno

2

Banheiros para uso do público que fre- 2 sanitários banheiro feminino, 1 quentará o adm. e também dos funcio- sanitário e 1 mictório banheiro masnários culino e 2 cubas por banheiro

4

6

12

1 estação de trabalho e 1armário

65


SETOR

Serviços

AMBIENTE

INTERNO/ EXTERNO

QTDD.

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

Nº DE OCUPANTES

Controle

Externo

1

Local de trabalho dos seguranças e atendimento ao público

1 estação de trabalho

1

8

8

8

8

16

ÁREA (m²) TOTAL (m²)

Vestiários

Interno

2

1 chuveiro por banheiro, 2 vasos saniLocal para troca de roupas, higiene dos tários para o feminino, 1 vaso sanitáfuncionários rio e 1 mictório para masculino, 2 cubas por banheiro e bancos

DML

Interno

1

Local para armazenamento de produtos Armários, prateleiras e 1 estação de para limpeza, higiene e outros trabalho

1

10

10

Lavanderia

Interno

1

Local para lavagem de roupas de cama, mesa e banho entre outras

4 máquinas de lavar e secar

2

12

12

Rouparia

Interno

1

Local para passagem, dobra e armazenamento da rouparia do local

Armários, bancadas e prateleiras

2

12

12

Refeitório

Interno

1

Local para alimentação dos funcionários

2 mesas com 4 cadeiras

8

8

8

Sala de descanso

Interno

1

Sala para descanso e descontração dos Guarda volumes, 2 sofás, 2 poltronas funcionários e tv

8

8

8

Cozinha

Interno

1

Local para preparo da alimentação dos Bancada, 1 geladeira, 1 fogão, 1 pia, 2 funcionários micro-ondas e armários

4

8

8

66


SETOR

Atividades/ Estar

AMBIENTE

INTERNO/ EXTERNO

QTDD.

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

Nº DE OCUPANÁREA (m²) TOTAL (m²) TES

Sala de uso múltiplo

Interno

2

Equipamentos de mídia, 1 estação de Sala de uso variado onde podem ter festrabalho, telão, bancadas móveis, tas, atividades lúdicas, jogos, oficinas, mesas, cadeiras, armários e prateleipalestras, entre outros ras

Depósito

Interno

1

Local para armazenamento de material e mobiliário da sala de uso múltiplo

Armários e prateleiras

1

8

8

Sala de convivência

Interno

2

Local para encontro e convivência dos institucionalizados

2 sofás em L, 2 poltronas, bancada, banqueta, tv e equipamentos de mídia

12

30

60

Prateleiras para livros, 1 bancada, 1 Local para armazenamento de livros de estação de trabalho, 2 mesas e 4 caempréstimo. Uso público e privado deiras

6

20

20

25

60

120

Sala de Leitura

Interno

1

Sala de Informática

Interno

2

Local para ensino da informática

1 estação de trabalho, 8 mesas para computador, 8 cadeiras, 1 armário

9

15

30

Sala ecumênica

Interno

1

Espaço para práticas religiosas

1 altar e 4 bancos de madeira

15

20

20

Sala de aula

Interno

2

15

30

60

Mesas e cadeiras escolares, 1 mesa e Salas para ensino de línguas, cursos vari1 cadeira para professor, equipamenados, entre outros tos de mídia e 2 armários

67


SETOR

AMBIENTE

Ambulatório

Apoio

SETOR

INTERNO/ EXTERNO

Interno

QTDD.

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

Nº DE OCUPANÁREA (m²) TOTAL (m²) TES

1

Armários, 1 estação de trabalho, caSala para atendimento médico dos idodeira para paciente, maca e mobiliásos (emergenciais ou rotineiros) rio complementar

2

8

8

2

12

12

5

12

12

Sala de medicamentos

Interno

1

Sala para armazenamento de medicamentos a serem utilizados no ambulató- Prateleiras, armários e 1 estação de rio. Deverá ter acesso direto pelo ambutrabalho latório

Enfermaria

Interno

1

Sala das enfermeiras e que será realiza- 2 macas, bancada com 1 estação de das atendimento rápido e simples para trabalho, 2 poltronas, armários e praos idosos teleiras

Sala Clinico Geral

Interno

1

Sala para atendimento do Clínico Geral

1 estação de trabalho, cadeira para paciente e 1 maca

2

8

8

Sala Psicólogo

Interno

1

Sala para atendimento do Psicólogo

1 estação de trabalho, poltrona para paciente e armário

2

8

8

Morgue

Interno

1

Local para armazenamento de cadáveres enquanto não ocorre o reconhecimento pelo familiar

1 mesa de autópsia, 1 estação de trabalho, armários e prateleiras

2

8

8

AMBIENTE

INTERNO/ EXTERNO

QTDD.

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

-

10

12

12

4

4

Nº DE OCUPANÁREA (m²) TOTAL (m²) TES

Horta

Externo

1

Área para cultivo de hortaliças para uso dos idosos. Os alimentos produzidos serão usados no restaurante

Depósito de lixo comum

Externo

1

Local para despejo de lixo comum

-

1

-

Local trabalhado com o paisagismo e de acesso público. Irá ligar os 4 acessos ao interior do lote e contará com espaços lúdicos, de estar e atividades

-

-

Área Verde

Parque

Externo

-

68


SETOR

AMBIENTE

INTERNO/ EXTERNO

QTDD.

Cozinha

Interno

1

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

Uso para cocção dos alimentos a se1 pai com 2 cubas, 1 fogão industrirem servidos ao público no restauranal, 1 freezers industriais, bancadas te

Nº DE OCUPANÁREA (m²) TOTAL (m²) TES

6

16

16

8 mesas com 4 cadeiras, 4 mesas com 2 cadeiras, 1 bancada com banquetas, 1 balcão para atendimento

50

30

30

Prateleiras e armários

2

15

15

Salão

Interno

1

Local para servir os clientes com os alimentos preparados na cozinha

Despensa

Interno

1

Local para guarda de alimentos

Depósito

Interno

1

Local para armazenamento de alimen- Prateleiras, armários, freezer industos e utensílios para uso na cozinha trial, geladeira

2

15

15

Sala adm. Cantina

Interno

1

Local para trabalho de funcionários do 2 estações de trabalho e armário adm. do restaurante

2

8

8

Sanitários

Interno

3

Uso dos clientes do restaurante

2 vasos sanitários no feminino, 1 vaso sanitário e 1 mictório no feminino e 2 cubas para ambos

4

8

24

1

Sanitário destinado à portadores de necessidades especiais com acesso externo aos demais sanitários

1 vaso sanitário, 1 cuba e barras de apoio

1

3

3

Prateleiras, freezers, balcões de atendimento, 2 balcões de caixa

10

80

80

Alimentação

Sanitário PNE

Interno

Mini mercado

Interno

1

Mercado que contará com produtos para uso cotidiano, sendo alimentação, higiene, limpeza, entre outros. Para uso público e privado

Depósito

Interno

1

Local para armazenamento dos produtos a serem vendidos no minimercado

Prateleiras, freezers e geladeiras

2

25

25

Sala adm. Mini mercado

Interno

1

Local para trabalho de funcionários do 2 estações de trabalho e armário adm. do mini mercado

2

12

12

Lanchonete

Interno

1

10

30

30

Local para uso público e privado que oferecerá lanches rápidos, bebidas e cafés

Balcão de atendimento, 1 estação de trabalho, despensa, bancada e banquetas

69


SETOR

AMBIENTE

INTERNO/ EXTERNO

QTDD.

Nº DE OCUPANÁREA (m²) TOTAL (m²) TES

CARACTERIZAÇÃO

MOBILIÁRIO

1

10

80

Solteiro individual

Interno

8

Quarto de solteiro com banheiro

1 cama de solteiro, 1 poltrona, guarda-roupas e tv. 1 vaso sanitário, 1 cuba e 1 chuveiro

Solteiro duplo

Interno

6

Quarto de solteiro duplo com banheiro

2 cama de solteiro, 1 poltrona, guarda-roupas e tv. 1 vaso sanitário, 1 cuba e 1 chuveiro

2

15

90

Casal

Interno

8

Quarto de casal com banheiro

1 cama de solteiro, 1 poltrona, guarda-roupas e tv. 1 vaso sanitário, 1 cuba e 1 chuveiro

2

12

96

2

Cozinha comunitário onde os idosos poderão preparar suas refeições e se alimentar em conjunto

10

15

30

2

10

20

Habitacional

Cozinha Comunitária

Staff

Interno

Interno

2

Fogão, geladeira, pia com duas cubas, bancada, 2 mesas com 6 lugares

Local para guarda de equipamentos de Armários, prateleiras e 1 estação de apoio aos idosos e dos ambientes do trabalho local

70


6.4 Organograma e Fluxograma Para o fluxograma e o organograma foram considerados os ambientes apresentados no programa de necessidades e dispostos de maneira hierárquica, deixando claro o que deve-se res-

peitar e por onde será o fluxo principal, secundário, privativo ou público. É possível reparar que as áreas verdes ficam no centro e são elas que distribuem os fluxos para os demais ambientes. Assim como o programa de necessidades, os ambientes foram separados por cores, onde o setor administrativo foi representado pelo vermelho, enquanto o de serviços foi representado pelo marrom, o setor de apoio foi utilizado o rosa, verde para área verde, amarelo para alimentação, azul para o setor de lazer e ainda o laranja para o setor habitacional. Para os fluxos podemos destacar os fluxos que se enquadram os idosos, os funcionários e ainda o público em geral. Temos ainda o fluxo único dos idosos, dos funcionários e ainda um fluxo dos idosos e também dos funcionários.

71


6.5 Plano de massas e estudo volumétrico

local e olha para dentro do lote, pode perceber que se trata de um lugar público e acaba entrando para conhecer o local.

Após toda divisão do programa de necessidades, a classificação e hierarquização feita

no organograma e definição dos fluxos principais e secundários no fluxograma, foi definido alguns estudos de massas locados dentro do terreno. Nesses estudos foram considerados os principais setores e dispostos de maneira a considerar os acessos, os ruídos, a trajetória solar, entre outras características do lote.

1

2

Figura 95: Primeiro estudo de massas do primeiro pavimento . Fonte: do autor, 2019.

Como ainda será necessário inserir as unidades habitacionais, foi decidido trabalhar com pavimentos superiores nesse primeiro estudo, porém com meio nível. Dessa maneira alguns ambientes no térreo teriam pé direito mais alto do que outros, assim um dos paviFigura 94: Primeiro estudo de massas do pavimento térreo. Fonte: do autor, 2019.

Inicialmente o intuito do primeiro estudo do plano de massas foi de organizar dentro do lote os setores de maneira a mais espalhado, evitar um único bloco com todos os usos disponíveis. Essa decisão se deu pela necessidade de promover a permeabilidade e com todos os ambientes engessados em um único bloco traria uma sensação de confinamento e causaria

um grande impacto. Seguindo as flechas desenhadas por entre as massas é possível perceber as noções de permeabilidade. Há ainda a intenção de trabalhar o paisagismo e paginação de piso nessas áreas de passagem.

mentos superior seria um metro mais elevado (1) do que o outro que se encontra ao lado (2). Para dar acesso a esses pavimentos, seria necessário rampas de avançariam esses meio níveis, além de elevadores e escadas. Seria necessário ainda um terceiro nível de unidades habitacionais, que também seria interligado pelos mesmos métodos de acesso. Esses pavimentos contemplariam ainda com usos de lazer e de área verde, para que os idosos possam aproveitar cada espaço do projeto da maior maneira possível.

É importante destacar que os usos públicos, que as pessoas para dentro do lote foram inseridos nas proximidades dos 4 acessos, assim uma pessoa que estejam passando pelo

72


Figura 98: Corte esquemático para estudo dos níveis e ventilação. Fonte: do autor, 2019.

Após algumas alterações com os ambientes do térreo, chegou-se a um novo estudo de

massas para o mesmo. Alguns ambientes tiveram suas disposições alteradas, de maneira a reforçar a ideia de trazer público em geral para o interior do lote, dessa forma foram separados mais alguns ambientes e os fluxos de pessoas foram retrabalhados, conforme mostra a figura a seguir. Figura 96: Primeiro estudo de massas terceiro pavimento. Fonte: do autor, 2019.

Esse jogo de níveis auxiliaria ainda na ventilação cruzada dos ambientes, conforme indica os cortes esquemáticos a seguir. Neles é possível perceber ainda como as rampas funcionariam para o avanço de cada nível.

Figura 97: Corte esquemático para estudo dos níveis e ventilação. Fonte: do autor, 2019.

Figura 99: Segundo estudo de massas do pavimento térreo. Fonte: do autor, 2019.

73


Nesse segundo estudo é demonstrado que a maioria das decisões anteriores foram mantidas porém trabalhado melhor as questões de permeabilidade, de maneira que o aces-

Esse aspecto poderia causar um empecilho para que os pedestres possam passar pelo lote e usufruir dos equipamentos.

so pela rua Duque de Caxias foi dividido, o estacionamento que havia nesse mesmo ponto

foi removido para outro local. Os pavimentos superiores não sofreram alterações. Desse ultimo estudo foi gerado uma volumetria, onde foram adicionados alturas as massas e assim comprovar a ideia de níveis diferentes, conforme mostra as imagens a seguir.

Figura 102: Estudo de massas. Fonte: do autor, 2019.

Após algumas análises e esboços chegou-se em um novo desenho para os ambientes do térreo e primeiro pavimento, conforme croqui acima. Nesse novo plano de massas, a

maioria dos usos foram mantidos em seus lugares apenas se alterando o apoio e administrativo. A sala ecumênica que inicialmente se localizava no térreo foi colocada no segundo pavimento junto com as salas de convivência. Além as unidades habitacionais foram dispostos de maneira a criar um jogo de volumes. Entre essas unidades habitacionais se encontram cozinhas comunitária, staff e rouparia. Figura 100 e 101: Estudo de volumetria do ultimo plano de massas. Fonte: do autor, 2019.

Após algumas análises do volume foi constatado que não seria ideal, pois gerou um impacto muito grande já que foram formados duas torres que cercariam o eixo de passagem.

74


Esse ultimo estudo gerou um novo volume, o qual trabalha com volumes fragmentados no segundo pavimento e garante uma boa qualidade plástica para o volume. Além disso a laje dos ambientes do térreo geram espaços que podem ser utilizados nos pavimentos su-

periores.

Figura 103: Ultimo estudo de massas para o pavimento térreo. Fonte: do autor, 2019.

Figura 105 e 106: Volumes dos últimos planos de massas elaborados. Fonte: do autor, 2019.

Essa nova disposição dos pavimentos superiores proporciona um melhor aproveitamento dos raios solares, de maneira que a incidência solar seja maior para as unidades habitacionais. O sol que incide com mais intensidade no projeto é o sol da tarde. Durante o inverno que o sol se inclina ao norte, ainda proporcionará incidência na edificação. Figura 104: Ultimo estudo de massas para o pavimento superior. Fonte: do autor, 2019.

75


Além dos volumes digitais, foram confeccionados volumes físicos. Nele é possível comparar a altura da edificação com as alturas do entorno imediato.

Figura 108 e 109: Maquete física de estudo volumétrico Fonte: do autor, 2019. Figura 107: Maquete física de estudo volumétrico Fonte: do autor, 2019.

76


6.6 Setorização A delimitação dos setores macros já havia sido providenciado nas etapas anteriores. Es-

ses setores nortearam o andamento do projeto até agora, definindo as massas e os volumes que serão utilizado para a execução do projeto arquitetônico. Dessa maneira, se faz necessário a divisão dos setores macros em setores mais detalhados, onde os mesmos recebem a ambientação e divisão do que é ambiente e o que é circulação.

Figura 111: Setorização do pavimento superior a partir do plano de massas final. Fonte: do autor, 2019.

No segundo pavimento as mesmas divisões detalhadas foram trabalhadas de maneira a aproveitar os espaços e proporcionar regiões com janelas para todas as unidades habitacionais. Além disso foi possível traçar fluxos que circundam todas as unidades habitacionais e as interligam por todos os lados. Será necessário trabalhar com dois pavimentos superiores, para que todas as unidades habitacionais pudessem ser projetados, conforme o proFigura 110: Setorização do térreo a partir do plano de massas final. Fonte: do autor, 2019.

grama de necessidades. Os círculos vermelhos representam os pontos de inserção de caixas de circulação.

Com essa divisão mais detalhada, foi possível traçar também com os fluxos que serão trabalhados ao longo do projeto. Esses fluxos, classificados em principais e secundários, for-

mam intersecções (representadas pelos círculos vermelhos), essas intersecções podem gerar espaços de convívio e lúdicos, com trabalho de paginação de piso e paisagismo para contribuir para a formação do parque.

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7.1 Projeto Arquitetônico

ANÁLISE DE SETORES—IMPLANTAÇÃO

Com os estudos apresentados anteriormente, chegou-se na implantação apresentada na imagem acima. Para essa implantação foram necessárias algumas alterações, contudo as características de proporcionar os usos espalhados ao longo do lote, apresentar as unidades habitacionais acima do térreo para e manter a permeabilidade do térreo foram mantidos. Os espaços de alimentação foram inseridos nas extremidades dos lotes, próximos aos acessos das três ruas, complementados pelas áreas de lazer/estar para os idosos. Esses usos também podem ser utilizados pela população em geral.

O setor de apoio, que dá atendimento da área da saúde para os idosos, estão localizados próximo a Av. Jerônimo Gonçalves, para facilitar o acesso de veículos de atendimento de emergência. Por fim o setor administrativo também se encontra na proximidade da Av. Jerônimo Gonçalves.

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Figura 112: Análise da setorização na implantação do projeto. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DE FLUXOS—IMPLANTAÇÃO

Na implantação foi trabalhado eixos de circulação de maneira a proporcionar permeabilidade por entre o lote e gerar ligação entre as quatro vias do lote. Essa circulação fica bem evidenciada pelo uso da paginação de piso exclusiva para o lote, que traz as pessoas para dentro do lote, já que nas calçadas foram trabalhadas o mesmo tipo de piso. Esses eixos de circulação passam por espaços abertos de encontro e estar e alguns deles trabalham com áreas sensoriais para os idosos. No parque foi inserido ainda espaço kids, para

que crianças possam fazer uso do local e assim proporcionar contato delas com os idosos. Localizado no centro do lote, as caixas de circulação vertical dão acesso aos pavimentos superiores.

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Figura 113: Fluxo principal de pessoas ao longo do projeto e identificação das circulações verticais na implantação. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DE SETORES—PRIMEIRO PAVIMENTO

Para o pavimento superior, os setores predominantes são o habitacional e de serviço. O setor habitacional contém as unidades habitacionais que abrigam os idosos. Essas unidades se encontram nas extremidades da laje, de maneira a proporcionar visão para o parque e aproveitamento de ventilação e iluminação direta. Complementar às unidades encontra-se um ambiente de lazer/estar onde os idosos podem utilizar para cozinhar e socializar. Há um ambiente do setor de serviços, staff, para que sempre

tenha um funcionário do local para dar suporte e segurança para os idosos. Por fim, a área dos funcionários e a horta sob a laje do administrativo. A horta também é acessada pelos idosos.

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Figura 114: Setorização do primeiro pavimento. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DE FLUXOS—PRIMEIRO PAVIMENTO

No primeiro pavimento, a circulação acontece no centro de todo a laje e de maneira a proporcionar acesso as unidades habitacionais e demais usos do pavimento. Em alguns momentos há pontos de encontro, estar e lazer para os moradores, contendo mesa para jogos, bancos e espaço livre para prática de exercícios. Esse eixo de circulação dá acesso às caixas de circulação vertical que acontecem na área central da laje.

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Figura 115: Fluxo principal de pessoas ao longo do projeto e identificação das circulações verticais no primeiro pavimento. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DE SETORES—SEGUNDO PAVIMENTO

No segundo pavimento os usos são muito semelhantes ao pavimento inferior. Tendo apenas diferente o acesso ao barrilete e ao reservatório que estão localizados acima da área de funcionários do primeiro pavimento. O mesmo se comporta os espaços de permanência e atividades de lazer e físicas para os idosos que estarão presentes nesse pavimento.

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Figura 116: Setorização do segundo pavimento. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DE FLUXOS—SEGUNDO PAVIMENTO

O eixo de circulação nesse pavimento acontece da mesma forma que no primeiro pavimento, com a diferença que não há a área de funcionários para contemplar circulação. A circulação

vertical ocorre também de forma central na laje, proporcionando acesso a todas as unidades.

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Figura 117: Fluxo principal de pessoas ao longo do projeto e identificação das circulações verticais no segundo pavimento. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DA COBERTURA

Para essa planta, foram identificados os tipos de cobertura utilizados de acordo com sua materialidade. As coberturas utilizadas foram metálicas do tipo sanduiche, inclinação de 10%, para proteção dos ambientes e cobre a laje das edificações. Há também lajes impermeabilizadas para proteção contra infiltração decorrente da chuva e ainda uma cobertura combinada e desenhada para o projeto, que mescla estrutura metálica que sustenta placas de ACM (revestimento de alumínio pintado ou anodizado) em duas cores diferentes e placas de vidro temperado. Essa cobertura se encontra em toda a extensão do lote de maneira a proteger os visitantes das intempéries. Está presente também no último pavimento de maneira a proporcionar proteção também para os idosos que residem nesse andar.

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Figura 118: Análise da planta de cobertura, com identificação dos tipos de materiais e aplicações delas. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DE ORTES E FACHADAS

Na constituição dos cortes da edificação é possível notar o uso de uma laje específica, que no caso trata-se do tipo nervurada, que é ideal para vencer grandes vãos e ainda pode gerar texturas diferenciadas quando se tem revestimentos. No corte é notado ainda como se dão as alturas dos ambientes que compõem o projeto. É possível ver detalhes das vigas que são de concreto armado e que sustentam as lajes, bem como a cobertura mista de metal e vidro passando ao longo do projeto.

A estrutura é formada por pilares mistos de 15 x 50 cm e que vencem vãos máximos de 8 m, vigas de 15 x 30 cm e a laje nervurada que tem espessura de 20 cm e vence vãos máximos de 10 m. As elevações da edificação auxiliam na visualização da altura total da edificação além de demonstrar a materialidade utilizada, o comportamento das esquadrias e a presença ou não de elementos e coberturas na edificação. Portanto, uma visão 2D de toda a composição da edificação. No projeto é possível observar o uso de guarda-corpos de concreto para a proteção dos pavimentos superiores. Para gerar um microclima e diminuir a temperatura interna do projeto, fo-

ram usadas paredes verdes em algumas das fachadas, descendo da altura máxima da edificação até o solo. Para a composição de uma fachada harmoniosa e proteção contra insolação direta, foram usados brises em concreto. Além da presença da cobertura elaborado para o projeto.

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Figura 119: Análise dos cortes e identificação do tipo de estrutura. Fonte: do autor, 2019. Figura 120: Análise das vistas A, B e C respectivamente. Fonte: do autor, 2019.

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ANÁLISE DAS UNIDADES HABITACIONAIS

As unidades habitacionais são compostas por 3 tipos de acomodações, sendo quarto de solteiro individual, quarto duplo de solteiro e quarto de casal. Na imagem acima está a representação do quarto de solteiro simples, onde é possível verificar através do layout sua composição. Com metragem quadrada suficiente para comportar com conforto um idoso. Essa unidade conta ainda com uma banheiro individual e sacada, além de um guarda-roupas embutido. Na imagem acima está a representação do quarto de solteiro duplo, onde é possível verificar através do layout sua composição para abrigar dois idosos simultaneamente. Possui metragem quadrada para comportar com conforto dois idosos, além de conter dois guarda-roupas embutidos a fim de atender as necessidades de cada um dos idosos. Essa unidade conta ainda com uma banheiro individual e sacada.

Na imagem acima está a representação do quarto de casal, onde é possível verificar através do layout sua composição para alojar dois idosos simultaneamente. Possui metragem quadrada para comportar com conforto dois idosos, além de conter guarda-roupas embutido. Essa unidade conta ainda com uma banheiro individual e sacada, contudo há a possibilidade de remoção da parede central para que os quartos se tornem um com metragem maior, assim sendo possível colocar ao menos 4 idosos. Após a junção o quarto contará com dois banheiros e uma grande sacada.

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Figura 121: Unidade habitacionais para abrigar um idoso. Fonte: do autor, 2019.

Figura 122: Unidade habitacionais para abrigar dois idosos. Fonte: do autor, 2019.

Figura 123: Unidade habitacionais para abrigar um casal de idosos. Fonte: do autor, 2019.

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7.2 Imagens do Projeto Ao final do desenvolvimento do projeto e com a elaboração de todos os desenhos arquitetônicos, aliados à confecção de modelo tridimensional, foi possível retirar algumas imagens que ilustram a implantação, uso e caracterização de partes do projeto total. Com isso, é apresentado a seguir perspectivas do projeto final.

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7.3 Considerações Finais

Durante a confecção deste Trabalho de Conclusão de Curso foi possível realizar a busca de informações em periódicos, livros, revistas, internet e outros meios de pesquisa, informações a situação atual, bem como dados históricos sobre o envelhecimento da população e ainda o surgimento das casas de repouso. Dentro dessa pesquisa, adquiriu-se ainda informações da evolução dos direitos dos idosos com o passar do tempo. Com o levantamento de campo, foi possível apresentar dados a respeito de um lar para idosos realizado pelo Governo Estadual, bem como legislação local e dados relevantes para o en-

tendimento da dinâmica da área a ser utilizada para o projeto. Tendo em vista esses dados e informações coletados, aliado às políticas públicas demonstradas, observou-se a importância de um local para acolhimento dos idosos e que proporcione atividades de lazer e que estimulem sua proatividade. Portanto, torna necessário o desenvolvimento de um projeto arquitetônico que traga um programa contemplando essas necessidades e ainda aliar as premissas de conforto e qualidade arquitetônica a tudo isso.

Porém, antes de iniciar a fase de projetos, fora necessário buscar um referencial de projetos para auxiliar na tomada de decisões do programa de necessidades, conceito e partido arquitetônico. Dessa maneira, através de buscas na internet, foi possível localizar projetos nacionais e internacionais para proporcionar repertório na elaboração do lar e centro de integração para idosos. Através dessas pesquisas elaborou-se o projeto arquitetônico apresentado, contendo todos os setores necessários para o funcionamento do local, passando pelas questões administrativas, de apoio (saúde) até as questões de habitação e lazer.

A problematização apresentada garantiu a correta definição de um projeto arquitetônico igualitário e que atenda a todas as exigências do usuário e da legislação pertinente.

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O uso do levantamento bibliográfico proporcionará a busca de informações em livros, web sites, artigos científicos, periódicos, agendas e legislações. Em relação à legislação, busca-se normas que determinam a qualidade dos lares de idosos, além de verificar como devem ser implantados. Além disso, será verificado normas para aplicação de restaurantes e medidas para acessibilidade. O levantamento de campo será realizado para análise do local da proposta e seu entorno, medições, análises viárias e de infraestrutura urbana,

análise solar e topográfica do lote, entre outras atribuições. Protocolos serão utilizados na coleta de dados, no manejo deles e ainda na análise das informações levantadas e coletadas. Para elaboração do projeto serão utilizados programas de modelagem 2D e 3D para garantir a correta locação das edificações no terreno e possibilitar a visualização da edificação depois de finalizada com as maquetes 3D. Haverá também estudos tridimensionais por meio de maquete física, onde será possível análise de influência exercida no entorno e ainda influência do entorno no projeto.

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