Os Ramos de Oliveira

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Os Ramos de Oliveira Texto Base: Zacarias 4 Estamos diante de uma Geração sem temor. Há alguns anos, o Senhor dispensou sobre a Igreja um doce e poderoso mover, que mudou as estruturas da Igreja Evangélica Brasileira. Este mover foi batizado de “Adoração Extravagante”, e remodelou a forma de vermos a Deus e vermos a Igreja. Nesta dispensação, Deus permitiu que deixássemos de O vermos como um Deus severo e castigador, fruto das sementes lançadas nas gerações passadas, e passarmos a vê-lO como um Pai amoroso e um lindo Noivo. Milhares de simples canções foram escritas desde então, simplesmente dizendo o quanto Ele é amado e ressaltando um forte anseio pela Presença da Glória. Milhares de pregadores se levantaram sob o Poder deste movimento, e centenas de milhares de jovens foram fortemente tocados pelo Espírito Santo para um viver apaixonado e fervoroso. Entretanto, quando este ciclo divino começou a se fechar, o diabo entrou com alguns desvios. Aquilo que outrora tornou-se a maior benção trazida por este extraordinário mover, agora está distorcido, e há urgente necessidade de ajuste. Minha Geração aprendeu a viver com intimidade, mas não sabe viver com temor. A Intimidade sem o Temor é uma terrível heresia. Aprendemos a amar a Deus e nos aproximar dele com confiança, apoiados em sua bondade e infinita misericórdia, entendendo “o amor como conceito cristão de Deus” - “Deus é amor, portanto sou completamente aceito no Amado”; “Deus me ama como sou”. Tudo isto é verdade simples, porém o Deus amoroso é apenas uma parte da verdade. É uma perna do Corpo da Verdade Divina. A outra perna é a severidade de Deus. Deus é severo, na mesma proporção em que é amoroso, porquanto é plenamente justo. Nos aproximarmos de Deus com temor favorecerá o ambiente da intimidade. As manifestações de Deus estão cada dia mais escassas. Não se vê muitos pastores se levantando em nossos dias, como não se ouve falar sobre sinais, prodígios e maravilhas. Onde está a efetividade dos ministérios? Onde a eficácia evangelística? Os ministérios e ministros são poderosos em Deus? Onde está a unção? E a manifestação? E as interferências divinas? Você liga o seu televisor e vê um pastor aqui, outro ali. Um evento aqui, outro acolá. Sempre há algum “movimentinho”. Na cabeça de muitos cristãos, esses eventos e ministros são a máxima expressão do


Reino de Deus, quando na verdade podem não ser expressão alguma. No ano de 1997, os satanistas comemoraram o fato de estarem presentes em todas as organizações militares do mundo. Os satanistas preparam o ambiente mundial para a chegada do anticristo, que exercerá liderança política mundial. Toda a movimentação satânica possui um propósito e uma eficaz expressão na sociedade, e achamos que nossos eventos sem propósito e nossos pastores engomados são o status máximo no mundo espiritual. Não são. No fim dos anos 30, Rees Howells orou e a Segunda Guerra Mundial começou. Em 1945, orou novamente e a Guerra terminou. No início do século XX, Evan Roberts clamou a Deus, e toda a nação de Gales converteu-se. O General William Booth começou o Exército da Salvação há quase duas centenas de anos, e não se pode contar o número de almas salvas pelo trabalho direto deste grande General de Deus. O Irmão André contrabandeou milhões de Bíblias dentro da União Soviética Comunista, fortificando a Igreja, que foi o fator preponderante para a fragmentação deste império, por meio de suas orações. Nos anos 50, Paul Cain, William Branham, Oral Roberts e outros homens se levantaram para serem o canal para o avivamento Voz da Cura, nos EUA. Literalmente milhões de enfermos foram curados, centenas de mortos ressuscitados e outros incontáveis foram salvos. Martinho Lutero se posicionou como um apóstolo de Deus, e enfrentou a maior entidade política e espiritual do mundo em sua época, e saiu vencedor. João Calvino transformou a Bélgica, de esgoto a céu aberto numa potência mundial, num poderoso avivamento social, econômico, político e espiritual enviado por Deus. Enfim, homens dos quais o mundo não era digno, por meio de todo o temor que o conhecimento de Deus os deu, e toda a intimidade, regada por uma inquebrável vida de oração, foram um extraordinário canal da unção, da manifestação e das interferências de Deus na Terra. Não realizaram evento algum, nem possuíram um programa de Televisão, mas redefiniram a realidade por onde passaram, de forma efetiva e expressiva. Aleluia! Este é o fermento do Reino. Com isto quero dizer que os grandes homens de Deus do passado se levantaram com um propósito. Seus ministérios não eram para si mesmos, mas para o Corpo de Cristo. Seus ensinos serviram para levar o cristãos à “estatura do varão perfeito”. Suas orações foram como a oração de Elias: moveram o céu, transformaram a Terra. Com isto, de igual modo, não quero dizer que eventos e programas de televisão não sejam uma estratégia válida, mas quero ressaltar que aquilo que pode e deve ser feito está muito além do marketing ministerial.


No Capítulo 4 do livro do profeta Zacarias, lemos alguns eventos extraordinários. O profeta vê um candelabro, um vaso de azeite que abastece o fogo, 2 oliveiras, uma de cada lado, e 2 raminhos de oliveira, por onde descia o óleo que alimentava o fogo do candelabro. Zorobabel, O Governador de Judá, e Josué, o Sumo-sacerdote, tentavam construir o templo. O templo é aquilo de mais importante e necessário dentro da sociedade judaica, pois o sistema de culto e adoração acontece nas dependências do templo. Logo, o templo precisava ser reconstruído. Na volta do exílio, a reconstrução do templo foi a prioridade, mas depois foi esquecida, sendo pausada por muitos anos. Deus agora chamava o povo para colocá-Lo acima de suas vidas novamente. A oposição era intensa: os inimigos de Israel recusavam-se a permitir que o templo fosse reconstruído. Os judeus estavam recomeçando a nação, e precisavam crer que Deus daria o necessário para a reconstrução, inclusive a segurança. Neste tempo, Deus manda Zacarias dizer ao governador Zorobabel: “Você não reformará o templo e a forma da religião por meio de esforços humanos. É impossível. Não por sua força, nem por meio do poder, mas com a ajuda do meu Espírito”. Isto já nos ensina um bocado, não é mesmo? Quantos ministros estão formando seus ministérios com os fundamentos errados? Quantos estão tentando transformar a forma do culto e da religião por meio de artifícios humanos, força e motivação errada? “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito”. É assim que se promove o avivamento. De qualquer modo, a explicação da visão é simples: o candelabro são os olhos do Senhor, que vêem tudo o que acontece na Terra. Os ramos de Oliveira escorrem óleo, porque a oliveira é a árvore que produz a azeitona, que por sua vez, sendo prensada, produz o azeite. O azeite é o símbolo da unção do Espírito Santo, sendo por vezes o símbolo do próprio Espírito Santo. O óleo que escorre dos ramos da Oliveira, caía em duas vasilhas por dois tubos dourados. Os ramos da Oliveira são os dois ministros de Deus: Zorobabel, o governador de Judá, e Josué, o sumosacerdote. O verso 14 diz categoricamente: “Eles representam os dois ungidos que Deus usa para cumprir a Sua vontade na Terra”. Poderoso, não? Os ramos e os tubos, pelos quais a unção de Deus escorre, são os seus ministros ungidos, seus sacerdotes. Agora, a que sacerdotes esta extraordinária situação se refere? Em 1Pe 2.5 diz: “vocês são seus sacerdotes; portanto cheguem-se a Deus e ofereçam-Lhe aquelas coisas de que Ele se agrada”. Nós somos os sacerdotes! Todos nós! E Ele nos chama de Ramos de Oliveira, pelos


quais a unção escorre, escolhidos para cumprir Sua vontade na Terra. Este é nosso chamado. Nós somos os canais pelos quais a unção, a manifestação e as interferências de Deus vêm à Terra. Você é este canal! A unção deve estar correndo pelo seu corpo agora mesmo, o fogo de Deus sendo alimentado por este óleo precioso que vem do Espírito de Deus. Você deve estar sendo preparado agora mesmo para desempenhar os desígnios de Deus na Terra. Veja que a unção, a manifestação e as interferências de Deus não se restringem ao seu ministério, mas também referem-se a você como indivíduo. Um dos ungidos era um sacerdote, um homem do ministério, mas o outro ungido era um político. O que isto significa? Isto explica o que Jesus disse em Mateus 13.33: “O Reino dos Céus é semelhante ao fermento...”. Verdadeiramente o é. Significa que os desígnios de Deus se cumprem por meio de sua Igreja, espalhada em todas as camadas da sociedade, como o fermento do Reino, que leveda toda a massa, e a torna santa. Deus não se restringe as paredes de sua congregação, pastor. Deus deseja usar seus ungidos em todos os lugares – nas universidades, bancadas políticas, empresas, ruas e praças. Por meio de seus ungidos “Ele cumpre sua vontade na Terra”. Logo, nosso chamado é cumprirmos a vontade de Deus, cabalmente. Nosso ministério deve estar repleto da unção, das manifestações e das interferências de Deus. Isto não está acontecendo com você? Quais os frutos de seu ministério, amado irmão? Você é o fermento do Reino por onde anda? Seu coração está aquecido com o fogo do Espírito Santo? Suas ações ministeriais possuem um propósito eterno? Você tem sido expressivo? Efetivo? Um verdadeiro Ungido? Se este é nosso chamado, nossa promessa e nossa herança, porque não andamos no Poder de Deus? Por que nada acontece? Se voltarmos um capítulo, em Zacarias 3, vemos que um dos raminhos, Josué, o sumo-sacerdote, estava com seu canal espiritual entupido. Suas vestes estavam sujas com seu pecado, e não havia um turbante limpo sobre sua cabeça. O turbante é o símbolo da autoridade, por ficar na cabeça. Isso significa que sua vida profana comprometera sua autoridade. Então, o Senhor ordena que as vestes do ministro sejam trocadas, e um turbante novo e limpo seja colocado sobre sua cabeça. Seu canal espiritual agora estava desobstruído, e sua autoridade renovada. Então, o profeta agora o vê como um canal corrente da unção do Alto. A razão pela qual não se vê muitos ministros poderosos em Deus, uma unção verdadeira nos nossos cultos, manifestações da Presença da


Glória em larga escala e as interferências de Deus na sociedade de forma geral é esta: os canais espirituais dos seus ministros, nós, seus filhos, estão obstruídos. Estamos literalmente entupidos pelo entretenimento, pelas distrações, pela falta de temor, que o pecado nos enxerga como uma presa fácil. Vivemos nos esquecendo de Deus, do Seu Reino e de seus desígnios. Nossa inconstância impede que sejamos diariamente limpos, de forma que quando desejamos Sua santa visitação, ela já passou de nós. Estamos sempre numa condição de insegurança, porque nossa intimidade não está desenvolvida numa plataforma de temor, de forma que nunca sabemos se Deus se manifestará ou não. O entretenimento se tornou o bezerro de ouro de nossa geração, de forma que estamos todo o tempo buscando formas de saciar nossa alma por meio deste ídolo. Eu quero desafiá-lo a abster-se por alguns dias de toda forma de entretenimento, então você verá o quão vazio nos tornamos. Diante da proibição voluntária, você não terá escolha: terá de tirar a poeira de sua Bíblia e voltar a dobrar seus joelhos em quebrantamento, mas verá o quão inquieto você ficará a princípio. Sua alma buscará meios de entreter-se, de uma forma ou de outra. Você consegue ver agora? Entende a razão de seu ministério ser tão infrutífero? Buscamos a Deus gloriosamente, por uma semana ou duas, motivados por um maravilhoso seminário, mas os dias passam e voltamos a mornidão costumeira, como se já esperássemos que assim fosse. Desejamos carregar a Arca da Glória de Deus, mas se o Senhor nos usasse como desejamos, nosso coração seria tragicamente transformado. Precisamos desobstruir nossos canais espirituais, agora mesmo! Ora, amado irmão, você sabe exatamente o que é que entope suas fontes. Aquilo que você sabe a respeito de Deus é exatamente o necessário para que outras pessoas sejam transformadas, mas a razão pela qual mais transformações não ocorrem diariamente é que estamos cheios de informação, mas não conseguimos transmitir a revelação. A informação se adquiri, mas a Revelação vem do Céu. Ela corre como uma fonte de águas vivas. Se seus canais espirituais estão entupidos, as fontes cessam. Com as vestes trocadas, o Senhor revela-nos nossa identidade, revela-nos quem somos nEle. Se você não sabe quem você é em Deus, então você nunca será um poderoso ministro. O sumo-sacerdote Josué tinha sua autoridade afetada, porque sua identidade estava afetada, mas quando seu turbante é renovado, ele se torna um Ramo de Oliveira. Veja, irmão, você precisa de um turbante novo! Quando você sabe quem você é em Deus, então, ele poderá levá-lo aos lugares que disse que o levaria, e operar por seu intermédio as coisas que disse que operaria. Muitos


ministros estão tão sujos em seus pecados, orgulho e autossuficiência, que agora estão afundados no medo, na intimidação e na insegurança. A falta de santidade comprometeu sua autoridade. O Senhor deseja nos tornar seus Ramos de Oliveira, para que possa cumprir Sua Vontade na Terra. Você está disponível? O que tornou homens comuns em santos homens de Deus? Em Tiago 5.17,18 diz expressamente: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a Terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”. Viu isto? Elias era humano, como eu e você, sujeito aos mesmos pecados. O que torna os ministros Ramos de Oliveira, transbordantes da unção, da manifestação e das interferências de Deus é a disponibilidade, mediante arrependimento contínuo e quebrantamento. Apenas se abra para esta poderosa obra, e deixe Deus levantá-lo como um homem de propósitos santos, no ministério, na vida secular e na sociedade. Pelo Reino de Deus, Lucas Rolim.


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