Lucas Di Gioia - Portfolio 2017

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lUCAS DI GIOIA PORTFoLIO Trabalhos selecionados


CurRiculum vitae apresentação

EDUCAÇÃO

Nascido e criado em Lisboa até os meus 17 anos, tive a oportunidade de

2012.2-2017.2

visitar diferentes culturas nas múltiplas expressões da arte retratadas em

Pontificia Universidade Catolica do Rio de

monumentos, museus, na organização das cidades e suas estruturas soci-

Janeiro

ais. Incrivelmente fascinado pelas cidades e suas micro e macro dinâmicas, a percepção de que todos estes aspectos harmonizam em questões sociais, dado que as cidades são para as pessoas. Minha visão diferen-

HAbilidades

Graduação em Arquitetura e Urbanismo

ciada pelo talento para as artes e design me levaram a optar no IGCSE e

2009-2012

IB por matérias que pudessem desenvolver as minhas aptidões nesta di-

The British School of Rio de Janeiro

reção. Com a minha vinda para o Brasil, meu interesse pela sociedade e

Ensino Medio

as condições urbanas, tão evidentes de carências no Rio de Janeiro, me

International Baccaulaureate Diploma (IB)

levaram a cursar Arquitetura e Urbanismo, onde os meus interesses estar-

(Brasil)

iam combinados. Durante esses últimos quatro anos, participei de muitos projetos que consideraram fatores urbanos e sociais, despertando grande interesse no planejamento urbano, na formulação de suas políticas e no

1995-2009

desenvolvimento de diferentes processos/conceitos de projeto inerentes a

Saint Julians International British School

visão de um arquiteto.

Ensino Fundamental e Médio International General Certificate of Secondary

Tenho participado de importantes iniciativas e organizações como: grupos

Education (IGCSE)

de planejamento de seminários para estudantes e arquitetos, membro da

(Portugal)

comissão acadêmica e integrante do grupo de pesquisa LAIT (Laboratório de Arquitetura, Infraestrutura e Território) vinculado ao programa de pós-graduação do curso de Arquitetura da PUC-Rio, sob coordenação do Professor Marcos Favero. Como membro deste grupo, participei do desenvolvimento de importantes publicações e projetos acadêmicos premiados e relacionados às condições urbanas e arquitetônicas do nosso continente (Argentina, Uruguai e Brasil – Ceará). Atualmente sou bolsista do CNPq. No meu TCC irei desenvolver questões relacionadas a eficiência das redes de infraestrutura para o crescimento econômico e social de áreas em desenvolvimento no Rio de Janeiro. Depois de me formar, planejo seguir

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IDIOMAS

uma carreira em urbanismo e planejamento urbano e num futuro próxi-

Português:

Nativo

mo, cursar mestrado que aborde especificamente aspectos relacionados à

Inglês:

Nativo

política urbana em países em desenvolvimento.

Francês:

Nivel básico


poRTFOLIO lUCAS dI gIOIA

EXPERIêNCIA 2017

2016

2015

2014

2013

2012.2

EXPERIêNCIA PROJETOS SELECIONADOS PREMIOS E EXPOSIÇÕES CURSOS E WORKSHOPS ATIVIDADES E ORGANIZAÇÕES Arquiteto Estagiário Jorge Delmas Interiores

Arquiteto Estagiário EMAUD - Escritório Modelo de Arquitetura, Urbanismo e Design. DAU/PUC-Rio Bolsa Departamental Galeria de arte da Lapa: Espaço de criação urbano Atelier de projeto do 3o Periodo

Pesquisador LAIT - Laboratório de Arquitetura, Infraestrutura e Territorio PPGArq - DAU/PUC-Rio Bolsa CNPq de Iniciação Cientifica Bolsa TEPP Urbanismo Regional como catalizador socio-econômico: Itaipu, Niterói Atelier de projeto do 6o Periodo

Banco da Banca: Micro-Infraestruturas para a Babilônia LAIT - Laboratório de Arquitetura, Infraestrutura e Território PPGArq - DAU/PUC-Rio

Parque Infraestrutral: A Quinta da Boa Vista Atelier de projeto do 8o Periodo A Maquina de Morar: Edificio Multiresidencial como catalisador de Urbanidade Atelier de projeto do 7o Periodo Exposição Biblioteca Parque de Niteroi Indicação para exposição Acadêmica de Intervenções Urbanas na Região Oceânica de Niterói. Simpósio Ser Urbano 2016 PUC-Rio Exposição Acadêmica de Intervenções Urbanas na Região Oceânica de Niterói. Vencedor do Premio Anual do IAB-RJ Categoria: Mobiliario Urbano Projeto realizado junto ao EMAUD. Curso de Photoshop CC CCE/ PUC-Rio

Menção honrosa do Prêmio Anual do IAB-RJ Categoria: Mobiliário Urbano Projeto realizado junto ao LAIT.

2017

2016

2015

2014

2013

2012.2

Viagem de Estudos para Argentina Workshop Mobiliario Urbano para a Babilônia Buenos Aires e La Plata UAL Central Saint Martins / PUC-Rio Workshop Mobiliario Urbano na PUC Workshop INSITU EMAUD Modelagem paramétrica Viagem de Estudos para Chile PUC-Rio Santiago e Valparaiso Workshop Tropical Architecture in Rio 2016 - Comitê Organizador the Anthropocene dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Technische Universität Berlin / PUC-Rio USA Womens Rugby Service Liason Revisão Curricular do Curso de Centro Acadêmico de Arquitetura e Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio Urbanismo Relator Representante Estudantil na Sinpósio Ser Urbano 2016 PUC-Rio Sinpósio Ser Urbano 2017 PUC-Rio Comissão Geral Acadêmica Organizador Organizador

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Parque Infraestrutural: A Quinta da Boa Vista

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Banco da Banca: Micro-Infraestruturas para a Babilônia

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Galeria de arte da Lapa: Espaço de criação urbano

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A Maquina de Morar: Edificio Multiresidencial como catalisador de Urbanidade

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Urbanismo Regional como catalizador socio-ecnômico: Itaipu, Niterói

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PROJETOS


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poRTFOLIO lUCAS dI gIOIA 5


PARQUE INFRAESTRUTuRAL: Quinta da Boa Vista O sítio que hoje vemos como parque existe desde antes da cidade que hoje o margeia e acua, e já foi a morada da família real. Ja foi mutado uma série de vezes, e permaneceu estático mais uma série outra. A malha urbana à sua volta transformou-se o bastante para apaga-lo visualmente da cidade. Hoje, encontra-se urbanisticamente esquecido. É uma fotografia imutável do parque bucólico europeu que uma vez já foi - e que continua a ser - cabendo aos usuários do parque através de seus usos resgatar a realidade à imagem. Porém, se de fato o Parque possuir um potencial imagético que condiz à sua história, se esse parque persiste a residir no inconsciente coletivo da cidade, talvez possamos aproveitar este potencial para revitalizar a área como um todo, que por sua vez se encontra - em uma relação macro com a cidade do Rio de Janeiro - na mesma situação que o Parque que ajudou a moldar. Inicialmente, analisou-se quais infraestruturas poderiam, interligadas promover, estrategicamente, o desenvolvimento urbano e social para toda a região Entendeu-se que o corredor que permeia as áreas da feira de São Cristóvão, a área da Quinta que tangencia o Parque Glaziou, o próprio parque Glaziou, o complexo esportivo do Maracanã e o campus da UERJ haviam grande potencial neste sentido. Talvez, o que todos esses espaços mais tenham em comum são suas características únicas no entendimento das vivências urbanas do entorno. O partido projetual compreende estas características únicas de cada espaço aliado ao desejo de não só preservar essa heterogeneidade de utilizações, mas também acentuá-la. Ao trabalhar o potencial imagético da Quinta da Boa Vista, torna-se de vital importância criar gestos que induzam o seu caráter de central importância neste mosaico. Por isso, todas as intervenções criadas em cada uma destas áreas acenam que estas são de fato, satélites do Parque articulando uma nova rede de áreas livres apropriáveis pelas pessoas. Além disso, estes novos elementos arquitetônicos e paisagísticos são posicionados e conectados de forma a costurar os fragmentos da malha

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urbana, e não a sua ruptura - como acontece hoje. Perspectiva do novo parque linear proposto


Portfolio lucas Di Gioia

Feira de São Cristovão

Quinta da Boa Vista

Zoo

Parque Glaziou Maracanã

CADEG

UERJ

Mapa da região de São Cristovão e Maracanã que cercam a Quinta da Boa Vista e suas respectivas Infraestrutras destacadas

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A INTERVENÇÃO A localização pretendida para o parque situa-se entre o parque Glaziou e toda

os espaços nodais e centrais dos respectivos bairros que criam a área urbana

a área “nobre” de fachada da Quinta da Boa Vista, margeando no sentido

que tangencia o parque. Todas as intervenções que tomam parte na cidade

longitudinal a malha urbana. Este território é composto pelas periferias

encontram aqui o espaço que de fato vai exercer esse nó imagético entre

adjacentes de núcleos programáticos heterogêneos. Por isso, o novo parque a

os diferentes palcos das intervenções, fazendo com que todos se remetam

ser implementado é ao mesmo tempo, um espaço de integração e um espaço

sempre à Quinta da Boa Vista,

que possui a sua própria identidade, o que gera mais riqueza e diversidade para o local. A costura destes é heterogênea o bastante para fazer com que todos

Em resposta a ruptura social e espacial causada pela linha do trem e outras

os parques sejam diferentes partes de um todo comum.

infraestruturas de mobilidade da cidade, a passagem por baixo das mesmas se torna um novo ator central em meio a essas relações espaciais, as desnudando

Os Artefatos arquitetônicos projetados são replicádos por entre a malha

de suas muradas e revelando não somente sua presença, como sua cicatriz

urbana da cidade gerando uma sensação de unidade e continuidade à esse

espacial.

grande vitral urbano, que encontra na Quinta da Boa Vista a sua centralidade física e imagética, levando consigo o ideal de livre apropriação e vida urbana encontrado aqui. Ao adentrar o parque as atividades ganham um caráter menos urbano e menos regrado. As utilizações do parque são todas complementares, visando gerar pequenos núcleos e centralidades que geram heterogeneidade e vitalidade ao mesmo. Tomando partido da transposição do Rio Joana, uma bomba submersa carrega a água à superficie e faz um primeiro tratamento de limpeza, em uma grande área verde e isolada do resto do parque graças à sua cobertura arbórea limítrofe. A água, que agora se encontra limpa, se concentra em dois grandes lagos artificiais no centro do parque. Após essa etapa, ela é reintegrada ao do sistema hídrico da Quinta da Boa Vista. O paisagismo do parque visa servir a um ideal de atravessamento contínuo e sútil e assim, acaba por criar um novo vazio urbano que torna a vivência na polis mais rica e benéfica para as pessoas. Esse espaço se qualifica como o

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cluster natural de todo um pensamento arquitetônico paisagístico que engloba Diagrama demonstrando as conexões e fronteira criada pela linha férrea

Intervenção proposta inserida no seu entorno


Portfolio lucas Di Gioia

Implementação de soluções viárias como traffic calming para facilitar a travessia dos pedestres e por consequência a conecção do parque com a cidade

Quadras polidesportivas nas bordas do parque com a cidade para a pratica de atividades fisicas coletivas possibilitando usos diversos para o parque.

Equipamentos aquáticos (piscinas rasas e chafarizes) aproximam os visitantes da água já filtrada do Rio Joana concientizando a população da necessidade de tratar os rios e reutilizar as águas urbanas.

Patamares na colina dos fundos do palácio criam espaços de permanência para a contemplação da paisagem.

Bosque central com espécies nativas da Mata Atlântica com pouca ou nenhuma atividade e intervenção humana garantindo a preservação do ecosistema.

Nova ampla passarela integrando ambos os lados do Maracanã e da Quinta facilitando o acesso ao parque.

Reabertura do Museu do Índio como mais uma equipamento pertencente ao complexo interligado pelo novo parque.

Palacio Quinta da Boa Vista

TIJUCA

SÃO CRISTOVÃO

Novas edificações próximas ao parque ajudariam a popular o entorno do parque aproximando as pessoas dos seus equipamentos e espaços públicos.

Intervenção proposta

Realocação do Circo reorganizando a circulação da Quinta, fortalecendo o novo eixo central de circulação do parque.

Jardins Filtrantes despoluem a água do Rio Joana, se conectando ao sistema de lagoas novas e antigas da Quinta e retornando de volta para o sistema canalizado do Rio Joana desembocando com água limpa na Baía de Guanabara.

Áreas prontas para receber os Artefatos Arquitetônicos que servirão como Jardim Botânico, após o seu uso na Mata Central como abrigos para os visitantes.

Zoológico

Clareiras na mata densa formadas pelos Artefatos Arquitetônicos, estruturas de grande porte que servem de abrigos enquanto a vegetação não atinge altura suficiente para proteger os visitantes.

Áreas de alagamento para conter águas de chuva de toda a região do entorno, agindo como infraestrutura de retenção hídrica.

Volumetria dedicada para receber o Aquario do Zoológico. A implementação destes equipamentos de grande porte ajudam a criar novas centralidades segmentando as áreas de uso do parque linear por programas.

Maracanã

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SISTEMA DE ÁGUA – Infraestrutra Ecológica Hidrica

Equipamentos Urbanos

FASE 1

Caixa separação resíduos solidos

FASE 2

Remoção superficial

Sistema de jardins filtrantes Área de vegetação tipica da Mata Atlântica

Tendo em vista que não só os parques da Quinta e Glaziou, como também toda a malha urbana que os circunda é um sítio altamente propício a alagamentos, o parque propõe uma resposta funcional a esse problema, como também incorporar no seu conceito as iminentes mudanças sazonais que o mesmo cria em si. O parque, além de estar localizado acima do

FASE 3

Caminhos principais FASE 4

Remoção de metais pesados

Remoção de patógenos e biopurificação

canalizado rio Joana, também se encontra no centro de um grande vale. Por essas razões, a coleta e reúso da água de chuva acaba por se tornar uma característica natural desse novo ambiente. A água do rio Joana - que hoje está canalizada - será levada à superfície,

FASE 5

Remoção de nutrientes

para então ser retratada através de um sistema de jardins filtrantes que se utiliza de plantas macrófitas e decomposição do esgoto por bactérias. Após

O parque linear FASE 6

Aeração e purificação biologica

FASE 7

Filtro de areia

FASE 8

Filtro de areia

FASE 9

Agua limpa para banho

esse primeiro momento, o ambiente aquático se expande e se transforma em um rio, que corta o bosque central do projeto e cria 3 grandes lagos, que por sua vez podem se expandir, caso haja alguma necessidade fluvial – o

Sistema Infraestrutural Hídrico integrado aos lagos existentes da Quinta da Boa Vista.

que impede novos alagamentos. Essa habilidade de se moldar de acordo com as intempéries e causalidades faz com que o parque apresente um carácter sazonal e mutável enquanto espaço físico.

Rio Joana canalizado

FUTSAL

FUTSAL

FUTSAL

Sistema Quinta da Boa Vista 29 milhões de litros aumento de nível 0,8m

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Diagrama do sistema completo proposto

1,6 vezes maior

Inserção da intervenção entre as infraestruturas urbanas exitentes entre São Cristovão e Tijuca.

Diagrama de fases de filtragem hídirica realizado pelo sistema de jardins filtrantes

Diagrama comparativo da capacidade de armazenamento de águas da chuva,

Piscinão Praça da Bandeira 18 milhões de litros Aumento de nível 12m


Portfolio lucas Di Gioia

POTENCIAL IMAGÉTICO - Artefatos arquitetônicos

Fase 1 (0-1 ano)

O projeto propõe estender os limites da Quinta não de forma física,

Durante o primeiro ano a arborização e vegetação plantada será protegida por

extendendo as suas fronteiras e interligando as infraestruturas urbanas

cercamentos em material biodegradável (ex: fibra de côco).

mencionadas anteriormente, mas sim de forma pontual e estratégica

Para permitir sombreamento na área elementos arquitetónicos temporários

com artefatos arquitetônicos que se repetem pelo parque e seu entorno,

serão instalados.

sendo flexíveis ao tipo de uso necessário de acordo com as vontades da cidade. Estes artefatos servem também como microinfraestruturas urbanas possibilitando usos diversos de acordo com as necessidades específicas de cada lugar, interligados de forma subconsciente e separados por categoria de influência entre primários e secundários.

Fase 2 (1-8 anos)

Essa distinção seria baseada na força dos mesmos em funcionar como

As árvores e vegetação durante este período se integram ao ecosistema do

catalisadores de vivência de seus ambientes, assim como também

entorno. Os cercamentos biodegradáveis servem de nutrição a vegetação e o

exercendo uma forte influência no imaginário popular cotidiano. Os espaços

parque começa a asssumir sua forma final.

e artefatos primários são as grandes âncoras que mantém o todo unido,

Neste momento os elementos arquitetônicos para sombreamento ainda per-

e servem como abrigos de grande potencial estético, que se moldam de

manecem.

acordo com o ambiente onde estão localizados, seja esse ambiente um parque de crianças, uma área de venda de ingressos, um pólo cultural ou um pólo gastronômico.

Modelo isométrico dos Artefatos Arquitetônicos implantados no parque como abrigos para os visitantes

Fase 3 (8+ anos)

As árvores e vegetação caminham para sua fase adulta e já permitem um sombreamento. confortável no parque. Os elementos arquitetônicos não são mais necessários e podem ser realocados para sua localização definitiva. Lá formaram um Jardim Botânico e sua localização antiga ira criar uma clareira dentro do bosque cada vez mais denso.

Artefatos Arquitetônicos

Modelo isométrico dos Artefatos Arquitetônicos como Jardim Botânico

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Urbanismo Regional como catalizador socio-econômico: Itaipu, Niterói Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos governos atuais, principalmente em cidades situadas nas regiões em desenvolvimento do mundo, é a rápida expansão territorial urbana. Este fato, na maioria das vezes é impulsionado pela especulação imobiliária e a falta de legislação que possibilitem e facilitem a ocupação de áreas subutilizadas dentro de áreas urbanas. O agravamento desta situação se dá ainda pelo êxodo rural ou de cidades do interior para os grandes centros urbanos na busca de melhores oportunidades. O despreparo para suportar o crescimento acelerado e desordenado em termos de infraestrutura e economia produzem como consequência condições de vida inadequadas. É neste contexto, que a região oceânica de Niterói, e mais precisamente o bairro de Itaipu, se enquadra. Historicamente, Niterói mesmo tendo sido capital do extinto estado fluminense, sempre dependeu da cidade do Rio de Janeiro, submisso a orbita da nova capital do estado que – e não coincidentemente – leva o nome da mesma cidade. Niterói exerce função principal de suprir as necessidades habitacionais dos cidadãos que se deslocam diariamente para a cidade do Rio à trabalho em constante movimento pendular interrupto. Se, pudéssemos romper com esta cultura do último século, fortemente dependente do automóvel, criando nestas cidades que orbitam a capital estímulos econômicos viáveis de acordo com as ofertas potenciais de cada região e desta forma, rompendo com o modelo de cidade em linha e assumindo um caráter de sistema interligado, equilibrado e accessível para todos, estaríamos diante de outra realidade urbana? A lagoa de Itaipu, no limite metropolitano de Niterói, e seus bairros vizinhos englobam a Região Oceânica. Esta região é principalmente ocupada por residências unifamiliaries, escolas, creches e comercio de serviço básico como padarias e farmácias. O projeto busca potencializar as oportunidades socio econômicas da região valorizando a vila de pescadores, assentada a décadas na praia, onde a lagoa desemboca oferecendo infraestrutura para a exploração da pesca em tanques de aquicultura.

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Vista aérea da proposta de intervenção no lago de Itaipu e adjacências


Portfolio lucas Di Gioia

Mapa esquematico de intervenções ambientais propostas

Mapa esquematico de intervenções de zoneamento e infraestrutra proposta s

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Intervenção completa

Zona de Preservação Ambiental

Jardins Filtrantes

Interação de atividade humana controlada para preservar o ecosistema existente da lagoa e das áreas de brejo circundantes

Águas de afluentes urbanos são filtrados usando técnicas ecológicas com plantas aquáticas

Parque Urbano

Cidade Verde

Espaço de apropriação e aproximação da cidade com natureza. Espaços destinados para lazer e esporte e hortas e campos de agroecologia para atender as necessidades da população local.

Rios e afluentes protegidos com afastamento urbano minimo de 30m nas margens. Despejo de esgoto corrigido e integrado ao sistema de esgoto urbano canalizado. Arborização total das vias ajudando no arrefecimento da cidade.

Modelo de fases de intervenção para o entorno e lago de Itaipu


Portfolio lucas Di Gioia Assim, se consegue garantir o modo de vida da população local criando um mercado que consiga suprir as demandas da comunidade instalada. Esta estratégia também ajuda a proteger a ecologia local conscientizando os habitantes dos sistemas existentes que mantém e dão valor único ao bairro. Neste âmbito, a criação de um grande parque urbano que beira grande parte da lagoa e conecta os maciços cobertos de vegetação que ajuda a preservar Incentivo Fiscal e novas normas de legislação para, no minimo, 40 % dos fundos de lote reservados para espaços publicos.

o ecosistema local. O projeto delimita e define toda uma margem que, devido ao espraiamento urbano, coloca em risco a ecologia da lagoa e todo o mangue que o circunda. Este limite se dilui em fases, do mais urbano ao mais

Incentivo fiscal para terrenos com areas publicas internas abrirem passagems publicas de acordo com o modelo de padrão de edificações.

natural, garantindo a possibilidade de interação humana sem comprometer

Esquema padrão de vias urbanizadas

o ambiente natural com áreas de lazer e prática de esportes, mas também

Teto Verde Obrigatorio para edificações novas e incentivo fiscal para edificações existentes.

agricultura ecológica e hortas urbanas.

TERRENOS CENTRAIS:

MODELO PADRÃO PARA NOVAS EDIFICAÇÕES E OCUPAÇÃO DE QUADRA.

- Térreo Comercial - 4 Pavimentos ou 6 Pavimentos - Cobertura - Teto Verde obrigatório Taxa de ocupação - 45% Permeabilidade- 40% TERRENOS DE ESQUINA:

78

3m

Mapa esquemático ampliado da intervenção

m

6m m 60

- Terreo Comercial - 4 Pvimentos ou 6 Pavimentos - Cobertura - Teto Verde obrigatório Taxa de ocupação - 55% Permeabilidade - 40%

Modelo de aplicação da legislação para a região Oceânica de Niterói

Afastamento obrigatorio fixo de 3m com fachadas de edificios necessariamente geminados a lotes vizinhos.

O projeto enfatizou os aspectos de: Crescimento Econômico com a geração de indústrias voltadas para a produção local agrícola e pesqueira, Comunidades sustentáveis onde tanto o zoneamento industrial como comercial garante emprego no mesmo bairro de residência, inovação e infraestrutura solucionando as enchentes na região e filtragem das águas poluídas com jardins filtrantes garantindo qualidade de saneamento para a população. Estes aspectos se basearam no programa de desenvolvimento das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável.

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A Máquina de Morar: o Edifício residencial como catalisador URBANO O projeto investiga as relações programáticas como um método de reorganização da hierarquia e do espaço, tentando questionar o conceito de “vertical cities” e as relações urbanas, arquitetônicas e sociais estabelecidas por esse fenômeno. Na tentativa de se relacionar com as diferentes camadas que compõem e transformam a cidade, partindo do pressuposto que a cidade vai se verticalizar, o projeto é desenvolvido tridimensionalmente, de maneira que esteja apto a sofrer mudanças ao longo do tempo, replicando a ideia da cidade como um organismo mutável e dinâmico. O projeto reorganiza a cidade e a si mesmo de forma que adapta os espaços ao longo do tempo: reorganiza o espaço de acordo com as necessidades, além de reorganizar o próprio uso. O programa se mantem ativo, no sentido de que é reativo a presença dos usuários naquele contexto urbano específico, isso permite que sempre surjam novas realidades a partir dessa reação. A cidade é um elemento dinâmico logo, o programa também o é. AMBIÊNCIAS Para garantir a integração do edifício com a vizinhança, o projeto articula a verticalização das residências com um núcleo de equipamentos públicos que se conectam com o térreo da cidade através de um embasamento e do uso promovido pelo programa variado. A gradação de níveis, que geram percursos por dentro do conjunto, configuram espaços de vivência em diversas escalas e as circulações verticais e horizontais (rua elevada) que atravessam os espaços de reunião, estruturarem todo o conjunto e garantirem a vitalidade de todas as categorias espaciais. O conceito de lugar pressupõe reconhecer as pré-existências, sejam elas históricas ou ambientais; trabalha-se com a preservação destas marcas como parte, e não como obstáculos ao projeto, havendo uma preocupação não apenas no objeto, mas pensando na contribuição do objeto para a construção da cidade.

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Vista principal


Portfolio lucas Di Gioia

TIPOLOGIAS

CIRCULAÇÃO

SISTEMA ESTRUTURAL

PAISAGISMO MICROCLIMÁTICO

Axonométrica explodida da composição geral

Corte perspectivado dos níveis e programas do edifício

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Corte perspectivado da articulação espacial

Vistas gerais


Portfolio lucas Di Gioia

Tipo 1 Quarto e Sala (PNE)

Tipo 2 2 Quartos (PNE)

Equipamentos: Creche Midiateca Co-working Hortas Urbanas

Tipo 4 Duplex 1 Acesso Mezanino

Apartamentos Duplex

Tipo 5 Duplex 2 Acesso térreo

Apartamentos Térreos

Acima: Tipologia de apartamentos

Acima: Planta baixa do 4o pavimento

Abaixo: Aglomeração dos programas

Abaixo: Planta baixa do 1o pavimento

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Galeria Lapa: Espaço de criação urbanA O projeto Galeria Lapa estuda como articulamos o vazio e a matéria, definindo espaços de vivência, trabalhando a relação entre estes dois aspectos. O sitio em questão situa-se entre duas morfologias distintas de cidade, separadas por diferentes períodos históricos. O primeiro com arquitetura do inicio do século passado e a segundo, já no período moderno e pós-moderno. Ambos ocupam quase a totalidade dos seus lotes deixando muito pouco espaço para sua ocupação ou o vazio publico necessário. É neste contexto que o sítio deste projeto se situa, entre duas formas de fazer cidade separadas pela historia, mas conectadas espacialmente. Se utilizando destas diferenças tipológicas, o projeto compreende a sua função perante o contexto narrativo apresentado e estabelece uma relação espacial única enfatizando o contraste destas tipologias através da articulação do vazio presente no terreno e a apropriação desta préexistência no desenvolvimento da arquitetura. O caráter abstrato do edifício, tanto morfológico como topológico, confere uma qualidade incompreensível aos seus espaços, ocultando o real propósito do edifíco e despertando a curiosidade dos transeuntes pela construção. Ao adentrar pelo corredor central, a arquitetura proporciona uma experiência que busca transcender a percepção espacial do usuário, articulando uma volumetria que ilude, ocultando as dimensões reais dos espaços, e desorientando a percepção de direção. Ao entrecruzar os percursos em níveis diferentes, a intensidade luminosa é dissipada com grandes painéis de vidro fosco, baralhando as percepções de interior e exterior. Embora haja conexões entre os volumes, a distribuição dos elementos diferentes do programa acontece pelo pátio central confluído os usuários sempre no exterior. Todo o programa mais privado como administração e ateliês acontece nos andares superiores com acessos diferencia dos para não interferir na experiência espacial dos visitantes.

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Vista da galeria Lapa


Portfolio lucas Di Gioia

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1. Galeria

11

11

2. Administração 14

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7

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7

3. Depósito 4. Café 9

5. Livraria 8

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6. Acervo 7. WC

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10

8. Trocador 9. Ateliê 10. Descarga 11. Escada 12. Elevador 13. Circ. 14. Copa

Planta baixa do subsolo

Planta baixa do térreo

Planta baixa tipo do 1o e 2o pavimento

Maquete representando a cobertura

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22

Vista de fachada interna

Corte do espaço de exposição


Portfolio lucas Di Gioia

Fotografia de maquete representando a fachada frontal para a rua

Fotografia de maquete revelando o pĂĄtio e o seu percurso

Fotografia de maquete revelando os paineis de vidro fosco do edifĂ­co

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Banco da Banca: Micro-Infraestrutura na Babilonia Operando a partir de oportunidades reais e demandas específicas, prioritariamente de cunho social, este trabalho foi desenvolvido no âmbito da pesquisa “Fabricação e Projeto: Microinfraestruturas Urbanas”, vinculada ao Laboratório de Arquitetura, Infraestrutura e Território do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura da PUC-Rio. Esta se caracteriza, sobretudo, como pesquisa aplicada tendo como foco primário o ensino/aprendizagem em projeto, operando a partir dos seguintes marcos referênciais: projeto participativo, inserção social e cooperação acadêmica interinstitucional, sempre utilizando como principal processo a fabricação digital. Este trabalho apresenta um dos resultados da experiência realizada junto à Escolinha Tia Percília, ONG criada no ano 2000, no morro da Babilônia, que atua nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, no bairro do Leme, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Experiência implementada por meio de um workshop com duração de duas semanas, com a participação de 8 professores e 30 alunos (PUC-Rio e Central Saint Martins, Londres), marcado por estratégia de imersão (7/7 dias na semana) e concebido como processo caracterizado pela hibridização de técnicas, onde a fabricação digital foi associada a técnicas manuais. Tendo como fundamento o diálogo entre gestores, professores, alunos da Escolinha e a instauração de um ambiente colaborativo entre professores e alunos, o workshop teve como objetivo desenvolver “dispositivos de interação” em escala 1:1 para os espaços públicos adjacentes a esta ONG, visto que estes são utilizados cotidianamente como extensão do espaço da escola. A discussão, aberta e colaborativa, sobre como estimular a ocupação destes espaços, a fim de criar “novas camadas” de experiência para os alunos e moradores, foi norteada por duas questões: Quais “dispositivos” poderiam contribuir para as interações interpessoais no “espaço” da Escolinha e como seriam estes?

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Equipmento instalado na Babilonia


Portfolio lucas Di Gioia

O “banco da banca” é resultante do desenvolvimento de um protótipo

O “banco” se desenvolve em dois níveis distintos, utilizando o tubo em ferro

desenvolvido durante o workshop; versão 1.0, com apenas 1m de comprimento,

galvanizado horizontal superior do guarda-corpo para apoio e o inferior para

instalada em março de 2016. Durante os 8 meses subsequentes ao workshop,

contraventamento. No nível superior, ou seja, no Praça da Banca, este funciona

o design do “banco” foi sendo trabalhado até atingir a versão final. Versão 5.0,

sobretudo como de apoio às atividades de leitura e, no inferior, além de

com 3.86 m de comprimento.

contribuir para caracterizar outro espaço de convivência, serve como local de

Mas, que tipo de contribuição traz este “dispositivo” e como ele opera? Opera,

descanso e apoio para as pessoas que estão se deslocando pelas escadas.

sobretudo a partir da identificação da carência de mobiliário urbano (aspecto não contemplado pelo projeto Morar Carioca Verde em 2010.) Neste caso, mobiliário para sentar, estar e mais especificamente ler, pois neste espaço conhecido como praça da Banca, onde se encontra a Banca de Livros, que funciona como biblioteca infantil comunitária. Implantado construtivamente a partir da identificação do guarda-corpo tubular em ferro galvanizado como suporte para estruturação do “banco”.

1

1

2

sistema com 3 grupos de 2 septos, configurando banco nos 2 niveis sendo que no inferior com 3 alturas de assento

sistema com 1 septo

sistema com 1 septo

sistema com 1 septo

otimização do design do septo

otimização do design do septo

otimização do design do septo

otimização do design da chave de travamento: forma “gravata 1”

otimização do design da chave de travamento: forma “gravata 2”

otimização do design da chave de travamento: forma “cruz”

utilização das barras horizontais superior e inferior do guarda-corpo para apoio do banco

utilização das barras horizontais superior e inferior do guarda-corpo para apoio do banco

utilização das barras horizontais superior para apoio e da inferior para contraventamento do banco

comprimento 386 cm

comprimento 386 cm

sistema com 3 tipos de septo: 1.suporte assento/encosto 2.suporte encosto e 3.suporte para plantas placas para assento travando os septos

desenvolvimento de chave de travamento: forma “feijão”

utilização das barras horizontais superior e inferior do guarda-corpo para apoio do banco

substituição de placa de assento por ripas

comprimento 100 cm

utilização das barras horizontais superior e inferior do guarda-corpo para apoio do banco

inserção de encosto em ripas

comprimento 386 cm

Progressão das versões do banco

2

Versão 5.0

2

Versão 4.0

1

Versão 3.0

3

Versão 2.0

2

Versão 1.0

1

comprimento 386 cm

Axonometrica geral explicando a instalação do banco

25


14

4 23

1

73

30

73

2

100

7

15

112

3

26

Acima: Uso da CNC Router para corte dos desenhos digitais dos septos e chave de travamento Abaixo: Fotografia mostrando o detalhe da chave de travamento fixando o speto no guarda-corpo.

Desenvolvimento do design da chave de travamento do banco.

3

RIPA EM COMPENSADO NAVAL 18mm COM TRATAMENTO EM RESINA EPOXI

4

CHAVE DE TRAVAMENTO EM COMPENSADO NAVAL 18mm COM TRATAMENTO DE RESINA EPOXI

5

ABRAÇADEIRA DE NYLON PRETA 5mm

Detalhe construtivo do septo no guarda-corpo.

185 10

GUARDA-CORPO EM FERRO GALVANIZADO

32

2

7

SEPTO EM COMPENSADO NAVAL 18mm COM TRATAMENTO EM RESINA EPOXI

24

1

40

6

5

27

27

40

4


Portfolio lucas Di Gioia

MÉTODO CONSTRUTIVO Constituído por uma sequência de 16 septos em compensado naval 18mm

colagem das peças, ou seja, montagem realizada sem a utilização de parafusos

com espaçamento de 24 cm de “eixo a eixo”, com comprimento de 386 cm

ou pregos, contando apenas com o auxílio de cavilhas de madeira para garantir

e altura de 180cm, tem os septos travejados por ripas de seção 18x25 mm, no

o alinhamento. Vale ressaltar que, para o melhor aproveitamento da chapa

mesmo material, que juntamente com as “chaves de travamento”, fixadas

de compensado também foram produzidas, atendendo a uma solicitação da

com abraçadeiras de nylon, estruturam o “banco”. Este foi impregnado com

Escolinha Tia Percília, estantes para a organização do material didático.

duas demãos de resina epóxi com U.V, material que também foi utilizado para

Lanchonete próima ao banco: Multiplos tipos de usuários fazem uso do banco

Crianças da banca de livros lendo sentado no banco

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AGRADECIMENTOS Parque Infraestrutral: A Quinta da Boa Vista Projeto 8 (4 ano)

Galeria Lapa: Espaço de criação urbano Projeto 3 (2 ano)

Grupo: Alexandre Rezina Tomás de Camillis

Grupo: Hugo Pitaluga

Urbanismo Regional como catalizador socio-econÔmico: Itaipu, NiterÓi Projeto 6 (3 ano) Projeto individual A MÁquina de morar: O Edificio Residencial comO catalisador urbano Projeto 7 (4 ano) Grupo: Pedro Bonelli Guelba Paiva

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Banco da Banca: Infraestrutra na BabilÔnia Projeto dESENVOLVIDO PELO LaboratÓriO de Arquitetura, Infraestrutura e TerritÓrio vinculado ao PPG-Arq DAU/ PUC-Rio Professores: Marcos Favero Luciano Alvares Pesquisadores: Victor Catette Gabriel Raymundo Tomás de Camillis


poRTFOLIO lUCAS dI gIOIA

cONTATO E-mail: lucasdigioia@gmail.com Instagram: @lucasdigioia linkedin: www.linkedin.com/in/lucasdigioia

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