Abril de 2013, Ano III, número 4 Agência Experimental em Comunicação e Cultura (FACOM/UFBA) jae.agenciaexperimental@gmail.com jaeonline.wordpress.com
foto: Emile Conceição
JáÉ!
D’kebrada, na contramão
do sensacionalismo Tv Interativa traz reportagens positivas sobre os bairros periféricos de Salvador PÁGINA 7 Comuna:
Entrevista com professor Severino sobre o Observa-tório Universitário da Cultura Popular. P. 4
Fubá:
Projeto GeografAR e ACC Memória Social, o olhar da UFBA sobre as comunidades P. 8
Entre na Roda:
Reinaldo Nunes, vivendo a arte. P. 6
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EDITORIAL A quarta edição do JáÉ! continua com a colaboração dos colegas de outros cursos e de moradores de comunidades de Salvador na editoria Território Livre. Continua também produzindo reportagens com temáticas voltadas para trabalhos realizados em comunidades baianas. Entretanto, contamos com o novo layout do jornal, que ficou mais moderno e divertido. Na editoria Fubá trazemos um pouco dos trabalhos desempenhados pela comunidade acadêmica da UFBA como a ACC e o projeto GeografAR. Na editoria Comuna trazemos uma entrevista com o professor José Roberto Severino, tutor da AECC, respondendo a perguntas sobre o Observatório Universitário da Cultura Popular, projeto da AECC/ UFBA. Em Politiquês temos um matéria sobre o projeto D’Kebrada Tv Interativa, onde jovens do Nordeste de Amaralina gravam programas com conteúdo positivo acerca dos bairros periféricos de Salvador. A Entre na Roda traz toda a experiência teatral de Reinaldo Nunes e seus trabalhos comunitários. Para aqueles que desejarem contribuir para a próxima edição do JáÉ!, com textos, poemas, críticas, tirinhas, charges, ilustrações, etc, basta enviar para jae.agenciaexperimental@gmail.com com o assunto “Território Livre”. Ressaltando que o JáÉ! foi idealizado para trazer a luz sobre acontecimentos e assuntos oriundos de comunidades baianas. Então, se quiser contribuir com nosso Fubá, Entre na Roda, pois o nosso Território é Livre. JáÉ!?
Bem vindos Calouros 2013.1!!! A equipe JáÉ! e a Agência Experimental em Comunicação e Cultura parabenizam os novos graduandos da Faculdade de Comunicação da UFBA. Sabemos da dificuldade de passar no vestibular de uma universidade tão cobiçada como a UFBA. As noites mal dormidas, ou não dormidas, a falta de vida social, as horas, dias, semanas, meses, anos de estudo para passar no curso escolhido, o medo da concorrência, o nervosismo no dia da prova. Tudo isso acabou, e felizmente, para vocês sortudos, o final foi feliz. Parabéns! Aproveitamos para informa-los que a AECC, em breve, fará mais uma edição do Acolhimento de novos membros para a instância. Acolhimento sim, seleção não! Então, caso vocês queiram fazer parte da nossa equipe, fiquem ligados no nosso mural, nos nossos perfis nas redes sociais e nos nossos blogs, pois em breve divulgaremos os dias de Acolhimento e Formação de novos membros. Saiba mais sobre a AECC em: • agenciaufba.wordpress.com • observatoriodaculturapopular.wordpress.com • jaeonline.wordpress.com
Expediente Jornal produzido pela Agência Experimental em Comunicação e Cultura/ Facom/UFBA Tiragem: 1000 exemplares Editora: Emile Conceição Repórteres: Emile Conceição, Gláucio Vinícius, Naira Diniz Fotógrafos: Gabriele Silva, Luciano Marins, Emile Conceição Diagramação: Lucas Josué Dias Impressão: Edufba
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território livre ao amor que me move
(Camila Brito - Produção Cultural UFBA http://mangueiradasaladerecepcao.blogspot.com.br/) Quantas voltas até lhe achar quantos desencontros até nos encontrarmos o tempo lhe trouxe, me trouxe e hoje estamos aqui, assim onde devemos estar como a vida assim se mostra tão bela e rotineira e você me preenche, me conforta, me alimenta você me completa e hoje há tanto o que falar, o que sentir, viver quanto amor para seguirmos em frente mergulhamos em nossos próprios desejos os mais sinceros, verdadeiros, belos mergulhamos em nossa própria verdade no amor que construímos a cada dia e ainda há muito, há tanto assim como me envolves como em tuas mãos deixo minha alegria Amo-te por quem és e como em mim te acendes Amo-te porque sou e como em ti nasço Amo-te meu bem, por completo.
Poema sem título (Camila Brito)
Por entre os lábios surgem, enrroscadas luvas desvendando os sóis de faíscas pulsantes e o céu privado queixa-se das sombras findas dos tempos de reza a tanto, postos passados o dia enfim chegaste e assim expostas as carnes veladas desfaz-se derrete e líquida, branca retorna para olhar a lua.
Desabafo de um pedestre à beira de um ataque de nervos AAAAAAAAAAAAAH! Como estou cansado dessa vida de pedestre! As mesmas coisas se repetem dia após dia. Quando saio de manhã o ônibus tá cheio e ninguém segura meus livros. Quando desço do ônibus têm um milhão de carros estacionados no passeio e eu tenho que andar pela pista, escutando as buzinas dos mesmos motoristas que ocupam as calçadas. Sem falar nos motoqueiros que parecem, a todo tempo, querer me matar. Quando vou atravessar a rua eles aparecem do nada voando para cima de mim. Algumas vezes até sobem no passeio. Se isso não é perseguição, não sei de que se trata! Quando finalmente é hora de voltar para casa, mais um ônibus cheio. Ah! E ninguém segura minhas coisas. Pra variar! Pelo menos alguns pensamentos malucos me consolam: quando estiver sentado no ônibus não vou segurar as coisas de ninguém; quando for motorista de carro vou estacionar no passeio; quando for motoqueiro vou assustar todo mundo fingindo que vou atropelá-las. Há, Há, Há...
Sabedoria (Paula Ruiz) É o momento de pensar, repensar, analisar Tudo que aconteceu, coisas boas e ruins Tirar ensinamentos e coisas boas de cada situação Permanecer firme e mostrar para a dor que Ela não é tão forte quanto parece Não ter medo de recomeçar Recomeçar quantas vezes for preciso Muita coisa ainda está por vir O tempo passa depressa Sábio é aquele que aproveita cada hora, minuto e segundo Para lutar, ajudar, aprender e não tem medo de errar É errando que se aprende e constrói o caminho.
ORAÇÃO POÉTICA
(Alberico Manoel – escritor - Aluno BI Arte) Ave Maria, olhaí as desgraças! ! O senhor é conosco e protegei a todos; Todos os pobres e fracos, Todos os ricos e desesperados, Infelizes e maltratados pela maldade alheia, Que tanto semeia, Discórdia e ambição, Fome e destruição; Ao vosso ventre Senhora!! Acolhei a todos nós que a ti procuram; Santificado seja o vosso nome, Da justiça e da paz, Da igualdade e do amor, E digamos Amém! ! Pela união de todos os povos, Pela fraternidade dos povos teus, Pela prosperidade dos irmãos seus e meus, E a harmonia celestial, A totalizar nesse mundo seu e meu.
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Foto: Luciano Marins
um pouco mais sobre severino e o observatório Emile Conceição
Nesta edição do JáÉ optou-se por tornar mais conhecido um dos projetos realizados pela AECC - Agência Experimental em Comunicação e Cultura, o Observatório Universitário da Cultura Popular. E para tanto foi entrevistado o professor José Roberto Severino, ou simplesmente Severino como é conhecido na Facom - Faculdade de Comunicação da UFBA, tutor da AECC. Nessa entrevista Severino conta uma pouco da sua trajetória profissional e como funciona o Observatório.
O professor Severino José Roberto Severino é natural de Itajái, Santa Catarina. Historiador, especialista em historiografia, mestre em festas e políticas de cultura na produção de identidades e doutor em cultura em grupos oriundos de populações imigrantes. Buscando atuar em sua área de interesse prestou concurso para professor da UFBA em 2009, no qual foi aprovado. A disciplina visada na época era Políticas de Cultura e da comunicação. Desde então é professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, em cursos de graduação e de pós-graduação. Quando questionado se a experiência de trabalho na Facom tem sido satisfatória, Severino responde: “Claro. Tanto no en-
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sino, como na pesquisa e na extensão, tenho desenvolvido atividades correlatas ao meu tema.”. Trabalhou também em Blumenau, na FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau e no interior do estado de Santa Catarina na formação de gestores em cultura e professores da rede pública de ensino. No momento desenvolve atividades no grupo de pesquisa do Diversitas - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da FFLCH - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP - Universidade de São Paulo.
As pessoas têm muito receio das atividades da universidade, principalmente no quesito retorno.
comuna O OBSERVATÓRIO UNIVERSITÁRIO DA CUL- peamentos, quais foram os benefícios, em termos de conhecimento e prática profissional, TURA POPULAR obtidos por eles?
JáÉ - Quem foi o idealizador do Observatório Universitário da Cultura Popular? Severino - O professor Giovandro [Marcos Ferreira, Diretor da Facom/ UFBA] apresentou o projeto, a partir da experiência dos alunos da AECC - Agência Experimental em Comunicação e Cultura e do CCDC - Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania. JáÉ - Qual foi o processo para colocar a ideia em prática? Severino - Foi feita a seleção dos alunos na Agência [Experimental em Comunição e Cultura], e depois discutida a metodologia de entrevistas. O protagonismo foi dos alunos. JáÉ - Para os leigos, o que é o Observatório Universitário da Cultura Popular? Severino - São feitas entrevistas a partir de um recorte discutido no coletivo da Agência . Depois são feitos textos e publicados no blog. A ideia é manter um canal de comunicação com a produção popular da cultura nas redondezas de Salvador. JáÉ - Inicialmente, quais eram os resultados que visavam alcançar com esse trabalho? Severino - Buscou-se fazer um mapeamento da produção cultural popular, criar um ambiente virtual de trocas e acesso ao que se faz nas periferias em termos de cultura e pautar ações que aproximem universidade e sociedade. JáÉ - Quais são os desafios que foram e ainda são enfrentados durante os mapeamentos? Severino - As pessoas têm muito receio das atividades da universidade, principalmente no quesito retorno. São tantos os trabalhos “escolares” que acabamos sofrendo os reveses desta inflação de ações assistencialistas ou meramente exploratórias de nossas periferias. A questão do “para que serve isso” também permeia a resistência. JáÉ - Os resultados obtidos durante a primeira etapa de mapeamentos foram satisfatórios? Severino - A expressão resultados não ajuda muito a definir o que aconteceu depois da ação de mapeamento, contudo, cabe ressaltar as possibilidades de novas dinâmicas inter grupos e aos laços desenvolvidos entre alunos e alguns dos grupos mapeados. JáÉ - Em relação aos alunos que fizeram os ma-
Severino - Creio que ações fora da universidade, por si só, já colocam os acadêmicos em posição de relativização de seus saberes. Penso que a extensão universitária permite aos alunos forjar uma formação mais perto das demandas reais do lugar onde moram e pretendem atuar. Além do mais, projetos como esse, praticamente geridos pelos alunos, possibilitam o exercício de tomar decisões, trabalhar em equipe e topar com as intempéries da vida profissional. JáÉ - O que está previsto pra o futuro do Observatório? Severino - O Observatório hoje é um projeto junto ao programa permanecer (de onde vem as bolsas) e à AGEPEX (instancia de extensão da Facom), e penso que tem como futuro o que projetamos como coisas a fazer. Por exemplo, neste ano estarem atuando nos mesmos bairros de antes [Subúrbio Ferroviário, bairros do entorno da UFBA e Rio Vermelho.], acrescentando Santo Amaro (no recôncavo) e Boca do Rio.
Penso que a extensão universitária permite aos alunos forjar uma formação mais perto das demandas reais do lugar onde moram e pretendem atuar. O Observatório Universitário da Cultura Popular é um projeto aprovado através do edital 2010 – MEC/ SESu e tem por objetivo fazer um mapeamento e um diagnóstico da produção cultural comunitária da cidade do Salvador. A intenção desse mapeamento é dar maior visibilidade a esses produtores comunitários de cultura. Não só nas comunidades onde estão inseridos, mas para que pessoas de outros bairros, cidades e até mesmo países possam conhecê-los. Para conhecer melhor o trabalho dos Agenciadores Experimentais no Observatório acesse http://observatoriodaculturapopular.wordpress.com.
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entre na roda Foto: Agenor Godinho
Em 1984, já como funcionário da FUNCEB, Nunes foi convidado por Cristina Mendonça, coordenadora do Projeto de Dinamização Cultural dos Bairros Periféricos na época, para ensinar teatro no bairro do Cabula. Juntamente com as bailarinas Lúcia Santana e Teresa Oliveira, fundou o Núcleo Cultural do Cabula. Posteriormente, em conjunto com mais 80 pessoas de vários grupos de produção e expressão cultural no bairro, foi criado o GRUTECA (Grupo de Teatro do Cabula). Entre as realizações do grupo a mais importante foi, a primeira e única até hoje, Jornada de Arte dos Bairros. Porém, com a mudança de governo as políticas também foram alteradas e consequentemente o GRUTECA acabou.
As pessoas dizem que eu a descobri, eu não descobri Margareth Menezes(...)
Reinaldo Nunes, vivendo o teatro Emile Conceição e Glaúcio Vinícius
Reinaldo Nunes, soteropolitano, ator, ex-estudante da ETUFBA [Escola de Teatro da UFBA], um dos fundadores da Companhia Baiana de Comédia [primeira companhia profissional de teatro da Bahia], membro aposentado da FUNCEB [Fundação Cultural do Estado da Bahia], professor de teatro, ex-gerente dos Centros de Cultura da Bahia e descobridor de talentos. Do alto de seus 74 anos de idade e de seus 60 anos de teatro, pode-se dizer que sua vida conta a história do teatro baiano. Certamente, Reinaldo tem muitas histórias para contar sobre suas experiências teatrais, mas o que realmente interessa aqui é saber de seus trabalhos junto à população menos abastada e carente de arte. Sua primeira experiência com atores da periferia foi no Centro Integrado de Educação Luiz Tarquínio, localizado no bairro da Boa Viagem, em 1982. Ele foi convidado pela direção do colégio para ministrar aulas de teatro e gostou muito. Foi lá que conheceu Margareth Menezes, uma de suas descobertas. “As pessoas dizem que eu a descobri, eu não descobri Margareth Menezes, Deus fez com que nós nos encontrássemos. Ela era excelente companheira, excelente aluna, aplicadíssima.”, diz o ator.
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Aos 63 anos, Reinaldo foi convidado a trabalhar no Centro Social Dom Lucas Moreira Neves, ONG mantida pela igreja católica no bairro Alto do Peru. Na época a instituição tentava promover a educação e a formação de mão de obra através da arte e da cultura comunitárias. Foi fundado o grupo de teatro Clã/ Destino que com a participação de crianças, jovens, adolescentes e idosos efetuava um trabalho que era bastante reconhecido na região. Entretanto, mais uma vez por causa do poder de superiores os planos foram mudados. A direção do CSDL foi mudada, as diretrizes também e a parte cultural do trabalho ficou de lado. Hoje aos 74 anos, o velho ator não pensa em parar de fazer o que ama: teatro. Mas vê com olhar pessimista a atual cena teatral baiana. “Eu não vejo, eu não sinto o teatro na Bahia. A arte da Boa Terra é um emaranhado de shows carnavalescos e juninos.”
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politiquês Foto: Emile Conceição
D’Kebrada, na contramão
do sensacionalismo Emile Conceição e Gabriele Silva
Enquanto nos programas jornalísticos, principalmente os policialescos e sensacionalistas, mais vistos a visão disseminada acerca dos bairros periféricos é de violência, tráfico, assassinatos, pobreza e sofrimento, os jovens idealizadores e realizadores do D’Kebrada Tv Interativa preferem mostrar o que a periferia tem de bom. Devido à falta de apoio e patrocínio, com recurso e equipamento técnico próprio ou cedido por amigos e aliado a uma enorme criatividade, Adson Almeida, Ailton Gomes, Gerson Assis, Ikaro Silva, Inys Silva, José Luiz Santos, Neto Camilo, Rafael Costa, Regina Almeida e Thaiane Cerqueira gravam os programas que são veiculados através de canais no site youtube.com. Nos programas os espectadores podem encontrar entrevistas com pessoas ilustres que fazem a diferença nas comunidades, quadros com conteúdo voltado para a manutenção da autoestima e motivação dos espectadores - que em sua maioria é de pessoas oriundas da periferia. Já que o D’Kebrada é uma TV Interativa, os fãs podem também participar dos programas enviando seus vídeos para a produção ou mesmo através de sugestões. Como todos os jovens, os produtores do D’Kebrada estão antenados com as tecnologias. Por exemplo, a ferramenta de divulgação mais utilizada por eles é o facebook.com. Através de uma página na rede social, os espectadores mantém contato com a produção do programa e ficam por dentro das atividades do grupo. A rede é também um termômetro da popularidade do projeto, pois na maioria das vezes os comentários sobre os programas chegam através dela. O twitter.com também é utilizado pela equipe como forma de interação com seu público.
Ao assistir os programas é impossível não ficar atento à qualidade técnica de filmagem e de edição. Esse conhecimento que alguns dos integrantes possuem veio da formação técnica em audiovisual – fotografia, vídeo, edição - que adquiriram no projeto Oi Kabum. Outro aspecto que chama a atenção é a desenvoltura que os apresentadores têm diante das câmeras. Questionados sobre isso eles dizem que desde crianças têm o hábito de gravar vídeos caseiros, já estão acostumados. A criatividade também e uma constante no trabalho apresentado. Essa parte é feita por praticamente todos os integrantes, já que a maioria deles contribui nos roteiros dos programas. Sobre o futuro do D’Kebrada, Adson, líder do grupo, diz que pretendem ter um estúdio para a gravação do programa – o estúdio atual é improvisado na laje da casa de Adson – assim como um site onde possam armazenar todos os trabalhos num só local, facilitando o acesso dos espectadores ao trabalho. Se você ficou curioso e quer conhecer o trabalho do D’Kebrada Tv Interativa, acesse: http://www.facebook.com/dkebrada.kebrada http://www.youtube.com/channel/UC17vqPwZWnIK2plZESD7rnA http://www.youtube.com/dkebrada
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fubá Projeto de Pesquisa GeografAR (Naira Diniz)
O Projeto de Pesquisa GeografAR/ UFBA, criado em 1996 e coordenado pelas professoras Guiomar Germani e Gilca Garcia, surgiu com a proposta inicial de trabalhar com assentamentos rurais. Entretanto, notou-se que existiam outros agentes importantes no campo, então foram acrescentados aos poucos outros temas como comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais. Em 2008, o Projeto GeografAR insere Educação no Campo na sua linha de pesquisa, mas este novo tema veio apenas se estruturar em 2012. A partir de então Educação no Campo se tornou o mote da pesquisa, dando ênfase nos fato de como a Geografia contribui nessa educação, contextualizando e ressaltando a centralidade da questão agrária. Além disso, reflete sobre a dimensão que a Educação no Campo tem assumido, dimensão pedagógica, perdendo sua característica original, que nasce de uma realidade de luta em um contexto de desigualdade na zona rural. O GeografAR em parceria com a Faced, contribuiu na construção do Curso Licenciatura em Educação do Campo. Kássia Rios e Hingryd Freitas também trabalham na Plataforma Freire, realizando formação de professores, estes em sua maioria, oriundos da zona rural e que levam para seus locais de origem o debate da questão agrária. GeografAR: http://www.geografar.ufba.br
Curso de Licenciatura Educação do Campo (Naira Diniz) Pensando na necessidade da universidade (UFBA) em responder a problemas vitais da humanidade e investir na formação de professores para a educação no campo, foi criado em 2008, a partir de um edital do Ministério da Educação, o Curso Licenciatura em Educação do Campo, coordenado pela professora Celi Taffarel, professora titular e pesquisadora de produtividade pelo CNPq. Dentro do curso são desenvolvidas duas áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Do curso participam professores que já estavam ensinando em áreas rurais, provenientes dos municípios de Cruz das Almas, Amargosa e São Félix, localizados no Recôncavo Baiano. Os alunos recebem bolsa do Pibid – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, tem direito a hospedagem, alimentação, transporte e ganham livros básicos do curso. Existe a possibilidade de levar o curso para outras regiões da Bahia, mas antes é necessário realizar um balanço de tudo que foi feito no curso, desde o surgimento até o momento atual.
ACCS: Memória Social: Audiovisual e Identidades (Emile Conceição)
A ACCS – Atividade Curricular em Comunidade e Sociedade é um dos tipos de projetos de extensão disponibilizados pela UFBA. Nessas atividades os estudantes, coordenados e supervisionados por um professor responsável pelo projeto, fazem trabalho prático de campo em comunidades baianas. A ACCS: Memória Social, Identidades e Audiovisual é uma das atividades de extensão oferecidas pela Faculdade de Comunicação da UFBA. Coordenada pelo Professor José Roberto Severino, o projeto tem por finalidade proporcionar aos jovens e professores da comunidade de Acupe de Santo Amaro, a partir da Escola Castro Alves, conhecimento básico das tecnologias audiovisuais. Através desse conhecimento espera-se que esses estudantes e profissionais possam criar material de difusão da história e cultura locais. Visto que Acupe é uma comunidade de remanescentes quilombolas e pescadores artesanais, sua cultura e história são muito ricas para serem tão pouco conhecidas. Através de oficinas ministradas pelos estudantes da UFBA (cursos diversos), os habitantes de Acupe tem acesso a conhecimento sobre fotografia, filmagem, blogs, jornal mural, rádio, etc. As atividades da ACCS ainda se estendem à comunidade de São Brás e ao município de Santo Amaro. Vale salientar que o projeto tem apoio da Casa do Samba – Santo Amaro – e da DIREC 31 – órgão da Secretaria de Educação do Estado. Acesse: http://www.accmemoriasocial.blogspot.com.br/
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