Curso Laudelina de Campos Melo Introdução
Arena Feminista 2018. Renata Fetzner.
Esta cartilha sistematiza os termos, significados e conceitos, bem como as categorias e critérios de análise empregadas no Curso Laudelina de Campos Melo, e fornece as informações, e roteiros didáticos para a confecção de aulas e referências do curso – que, por sua vez, deve ser oferecido de forma modular, o que permite flexibilidade na entrega. A cartilha oferece também um modelo sugerido para a criação de planos de aulas.
2019 iniciou com aulas sobre Machismo e Assédio ministradas por Joanna Burigo e Nina Becker, e nossa primeira Aula Aberta foi a de Defesa Pessoal, de Juliana Campos com Danielle Pinho, que posteriormente ofereceram um Curso de Defesa Pessoal na escola. Neste ano ainda realizamos outras aulas abertas, participamos de painéis e eventos, e também entregamos mais uma edição do curso Laudelina de Campos Melo, tendo realizado inclusive nossa primeira formação de novas professoras – decisão que suscitou o desenvolvimento desta cartilha. 2020 iniciou com a Aula 10
Lorena Vicente, ministrada por Luíza Eduarda dos Santos, jornalista e transfeminista que cursou nossa formação. Em abril daremos início à quarta edição do nosso curso principal, e seguem programadas muitas mais aulas e eventos abertos ao grande público, bem como nossa participação em ações externas, para debater e estimular alianças feministas e antirracistas pela via da educação. Para ficar por dentro de todas as nossas atividades, siga nossa página no Facebook: fb.com/ EmancipaMulher.
O estudo aprofundado do conteúdo referido aqui se prova indispensável para facilitadoras, e é sugerido para cursistas. Quanto a formulação de aulas, lembramos que não há obrigatoriedade, da parte das cursistas, de preparação prévia ou trabalhos extracurriculares que as ocupem fora do contexto da sala de aula. A metodologia é direcionada à interação que ocorre neste espaço, onde espera-se que a aquisição do conhecimento transmitido pelo curso aconteça.
Metodologia Na obra que inspira a fundação da Emancipa Mulher, Mulheres, raça e classe, a professora e filósofa socialista estadunidense Angela Davis alerta para a necessidade da não hierarquização das opressões na confecção de críticas sociais e nas projeções de modelos de sociedade. Em 1979 Barbara Smith definiu feminismo como sendo a “teoria e prática política de libertação de todas as mulheres: mulheres racializadas, trabalhadoras, mulheres pobres, com deficiência, lésbicas, idosas, e também mulheres economicamente privilegiadas e heterossexuais.
Qualquer coisa menos do isso não é feminismo, mas sim mulheres se auto-engrandecendo”, e no mesmo ano Nancy Hartstock descreve o feminismo como sendo “um modo de análise, um método de abordar a vida e a política, uma forma de levantar questionamentos e buscar respostas, ao invés de um arcabouço de conclusões políticas sobre a opressão das mulheres”³. Estas perspectivas dialogam diretamente com a interseccionalidade. Nosso feminismo é investido na consciência interseccional que, como ensina uma de suas mais reconhecidas 11