Edição 07

Page 1


E

m agosto de 2010 um sonho começava a se concreƟzar. Nascia a revista Visão Rural, uma revista voltada aos agricultores, aos homens e mulheres que Ɵram seu sustento da terra e com o esforço de seu trabalho alimentam um País. Na Visão Rural o homem do campo tem vez, tudo é feito pensando no melhor para o desenvolvimento da agricultura e da nossa Região. Valorizando o que é feito aqui, por pequenos produtores. Desde a sua primeira edição a Visão Rural bateu forte no tema “qualidade”, trouxe matérias que mostraram produtores que devem servir de exemplo para outros. Foram tratados assuntos como higiene, a importância da boa administração no campo com controle de preço de produção, as ervas medicinais Ɵveram seu espaço, assim como os apicultores, os reflorestamentos, os piscicultores, os fumicultores. A Revista Visão Rural sempre procurou dar espaço a todas as aƟvidades, sempre colocando o homem do campo em primeiro lugar.

02

Relembre um pouco da história da revista Visão Rural: Financiamentos e Créditos Rurais ao alcance do agricultor Cedup traz cursos técnicos para mais perto do homem do campo Assim como quem vive na cidade o homem do campo busca cada vez mais o aperfeiçoamento. A preocupação com a educação está em primeiro lugar na vida de muitas famílias. Os pais sonham em dar aos filhos condições para que frequentem uma boa escola, uma boa universidade ou um bom curso técnico. Para isso há alguns anos era preciso deixar a casa, logo após o término do Ensino Médio e ir até grandes centros, muitos por lá fixavam residência e os que voltavam não estavam mais em sintonia com a realidade do interior. Nos dias atuais o jovem não vê mais a necessidade de deixar o município onde nasceu para buscar o aperfeiçoamento, são as instituições de ensino que se espalham por todas as regiões do País. Em Rio Fortuna a ideia está prestes a se concretizar com a instalação de um Centro de Educação Profissional (Cedup).

Com o passar do tempo o agricultor precisa se adaptar as mudanças tecnológicas. A vida no campo não é mais como há alguns anos, quando era a força do homem e do animal que realizavam todo o serviço, hoje são tratores, ordenhadeiras, máquinas cada vez mais especificas para o dia-a-dia na roça. Todas essas inovações trouxeram facilidades, mas também são caras e por isso requerem um planejamento do agricultor antes de adquiri-las. O que também se tornou mais viável para o homem do campo foram os financiamentos, hoje são melhores divulgados e têm acessos facilitados. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é um dos mais acessados no Vale do Braço do Norte, já que ele beneficia o pequeno produtor. Para isso é preciso apresentar a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que pode ser adquirido em Sindicattos e Epagri. catos


Revista Visão Rural

comemora UM ANO ao lado do produtor Leite de qualidade é mais saúde na mesa do consumidor A região Sul do Brasil está em crescente evolução na produção de leite e para que o destaque no cenário nacional seja cada vez mais positivo é preciso oferecer um produto de qualidade e isso depende em grande parte do produtor, que precisa colocar em prática o que lhe é repassado. Enquanto em muitos países e até em regiões do Brasil o pagamento pela qualidade do leite é uma realidade há mais tempo, nossa Região começa a se adequar e caminha para essa direção Por isso a Revista Visão Rural inicia uma série de reportagens mostrando os passos necessários para que o produtor possa oferecer um leite de qualidade. Nessa edição vamos falar da redução da Contagem Bacteriana Total (CBT). Mas em primeiro lugar é necessário saber o que é um leite de qualidade. O leite de qualidade não apresenta risco para a saúde do consumidor, deve ter suas propriedades nutricionais preservadas, como a gordura, proteína, lactose, e sólidos totais (como os minerais do leite).

Desenvolvimento x Meio Ambiente: a polêmica Fosfateira em Anitápolis Uma região esplêndida, coberta pela mata atlântica está sendo ameaçada pela instalação de uma fosfateira. É dessa forma que muitos definem a situação de Anitápolis e também de seus municípios vizinhos. Há alguns anos a Indústria de Fosfatados Catarinenses (IFC) vem realizando a implantação de uma mineração de fosfatos do município e para isso adquiriu uma grande área, o problema é que essa área está em um local que precisa ser preservado devido a passagem de rios, importantíssimos para a região Sul do Estado.

A mineração vai trazer geração de empregos, mas por traz disso as consequências ambientais são muito negativas. Nossos rios, tão importantes, poderão ser extintos. Além de que uma tragédia, no caso de uma barragem arrebentar, não está descartada. Em um tempo em que buscamos a sustentabilidade, buscamos harmonia com a natureza, e com provas de que tudo isso é possível, não podemos aceitar que nossas riquezas naturais sejam atacadas dessa maneira e que nossas vidas sejam colocadas em risco.

03


Mel: mais uma opção de fonte de renda A apicultura é mais uma alternativa de renda na região, são pequenas propriedades, que extraem da natureza um mel de alta qualidade. Com um detalhe, bastante importante, a apicultura precisa sempre estar em harmonia com a natureza, já que as abelhas precisam estar em ambiente apropriado para conseguir produzir o mel. Na comunidade de Taipa, em Orleans, encontramos o senhor Waldevino Nieheus, que há muitos anos trabalha com a produção de mel, atividade hoje que passou para o filho

Jairo Nieheus. “Hoje estou mais por fora, mas a família continua com a atividade”, relata seu Waldevino. Na propriedade eles processam o mel e também trabalham com o própolis e com o pólen, sua produção é exportada e por isso o grau de exigência de qualidade é enorme. Para se ter uma ideia as colmeias possuem GPS, para que o comprador na Europa possa identificar se as colmeias estão realmente no local exato. “De lá eles conseguem saber onde colocamos as colmeias”, completa o apicultor.

Boa expectativa de mercado para a suinocultura em 2011 O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Braço do Norte comenta sobre as condições de mercado para este setor A suinocultura é de extrema importância para a economia de Santa Catarina e também para a região do Vale do Braço do Norte, sendo destaque em Braço do

Norte, São Ludgero, Orleans, Rio Fortuna, Grão Pará, Armazém, São Martinho, Santa Rosa de Lima e também Jaguaruna. É uma atividade de altos e baixos e no momento vive boas expectativas. Com a aproximação do fim de ano o consumo da carne suína aumenta em razão das festas e isso automaticamente

teria que fazer o preço do suíno aumentar, mas devido a todo o movimento de mercado e preparo dos grandes frigoríficos esse ano ocorreu um diferencial, mas devido ao bom momento vivido pela atividade os produtores acabaram não sentindo a leve queda e o preço logo apresentará reação.

Safra com baixa qualidade preocupa e deixa prejuízos na fumicultura O ano não começou bem para os fumicultores. A última safra foi boa em quantidade, mas muito mal em qualidade. Alguns pontos colaboraram para que a atividade, que já não ganha incentivos, ficasse ainda mais comprometida. Em Santa Catarina são 55 mil produtores, sendo que o Sul e o Plan nalto Norte concentram a maioria dos fumicultores. Nos municípios de Braço do Norte, Grão P Pará e Rio Fortuna são aproximadamente 1.300 produtores.

Plantação de eucaliptos em harmonia com pastagens promete bons lucros A criação de gado leiteiro implica em uma série de cuidados, não basta ter o espaço para a pastagem se não houver um manejo adequado, não basta também ter uma sala de ordenha de última geração se o animal não estiver bem cuidado. Com o passar dos anos novos meios são desenvolvidos. A nossa região já se destaca pelo Sistema Voisin, ou piqueteamento, mas o animal precisa também de sombra e água. Um sistema, que promete revolucionar a produção de leite é o Silvipastoril, ou sombreamento de pastagens, que é a combinação planejada de pastagens, árvores e bovinos em uma área ao mesmo tempo e manejadas de forma integral.

04


Famílias agricultoras de São Ludgero dão exemplo de organização A união fez a diferença para famílias agricultoras de São Ludgero. Hoje o grupo, re responsável pela Feira de Produtos Coloniais do município, é exemplo para toda região. A organização e o companheirismo são os pontos bases para o sucesso da Feira, que ac acontece nas quartas-feiras durante o dia todo e aos sábados, em um quiosque, próximo ao pátio da Igreja Matriz. A Feira, não levou apenas renda para a agricultora Salete Soethe Fuchter, mas também uma vida totalmente nova. Antes, Salete passava a maior parte dos dias em sua propriedade e praticamente não tinha

contato com o mundo externo. Ela conta que tinha muita vergonha em falar em público e de se relacionar com outras pessoas, hoje a timidez foi vencida e é ela a responsável pela coordenação do grupo. Nos dias de Feira está atenta a todos os detalhes, não parando por um só minuto, cuida de cada detalhe, para que tudo saia perfeito. O grupo é muito unido e a impressão passada é que Salete é o elo de ligação. “Mudou tudo em minha vida, tenho apenas o quarto ano do primário, não conseguiria emprego com mais de 45 anos, hoje consigo comprar as minhas coisas sem pedir dinheiro ao meu marido”, relata dona Salete.

Sobressemeadura garante pastagem de boa qualidade A técnica previne o vazio forrageiro, que acontece nos meses do outono e inverno Todo produtor espera obter bons lucros de seus negócios. Na produção de leite o caminho para a rentabilidade é uma pastagem de qualidade. Com a implantação e o manejo correto do Sistema Voisin, os produtores da região estão obtendo bons resultados. Mas, ainda existe o vazio forrageiro, que consiste na falta de boa pastagem nos meses que antecedem o inverno. Uma solução para isso é a sobressemeadura, que está sendo testada na propriedade de Lucas Hemckemeier, na comunidade de Alto Rio Fortuna, em Rio Fortuna. A iniciativa é da Epagri.

Vale do Braço do Norte é o maior produtor de peixe de água doce do Estado A piscicultura está se consolidando cada vez mais no Vale do Braço do Norte. A região já é a maior produtora de peixe de água doce de Santa Catarina. Além de ser uma ótima atividade de complem mentação de renda, muitas propriedades já tem a piscicultura como carro chefe e com g grande lucratividade. O gerente regional da Epagri, de Tubarão, Luiz Marcos Bora, relata que a região de Braço d Norte produziu no ano passado 3.400 toneladas de peixes. “A piscicultura é uma ativido dade importantíssima, está crescendo muito e vai crescer cada vez mais, nós pretendemos em pouco tempo, um ano ou dois, chegar a 6 mil toneladas em nossa região”, projeta Bora.

Hantavirose e Leptospirose: cuidados evitam a contaminação Animais podem transmitir uma série de doenças. O rato transmite a Hantavirose e a Leptospirose, dependendo da espécie. Quem reside na zona rural precisa ter ainda mais atenção, já que nesses locais é mais comum a presença de roedores. Mas alguns cuidados podem evitar prejuízos irreversíveis.

05


06


Fatma flexibiliza exigência de averbação de reserva legal no Licenciamento Ambiental

O

presiden presidente nte da Fundação do d Meio Ambiente (Fa atma), Murilo (Fatma), Flores, anunciou anuncio ou no mês de julho, que o órg gão está flexiórgão bilizando até m março do próximo an no a exigência ano daa averbação daa reserva lega al para progal pried dades rurais priedades de até quatro quaatro módulos fiscais nos n processos de licenciamentto ambiental em curso na Fundação estadual. estad dual. O objetivo é não o penalizar os produtore es da agriculprodutores tura familiar. Na N avaliação dos técnicos da Fatma, a medida tem reflexos em cerca de 80 mil propriedades proprieedades rurais no Estado. Através de portaria, a Fatma torna facultativa facultattiva a apresentação da matrícula do imóvel com a compe etente reserva competente legal averbada nos procedimentos de licenciamento licencciamento ambiental aos pequenos produtores, conformee definição do Programa Nacional de Agricultura Familiar Familiaar (Pronaf). A

medida vale até 11 de março de 2012. Um módulo fiscal é uma unidade de medida expressa em hectares e específica para cada município do País de acordo com uma série de itens. Em Santa Catarina o valor médio do módulo fiscal está entre 12 e 20 hectares. Murilo Flores explicou que a portaria da Fatma levou em consideração o Projeto de Lei aprovado pela Câmara Federal e que institui um novo Código Florestal para o País. Embora esteja em discussão no Senado Federal, o projeto prevê a isenção da obrigatoriedade da averbação da reserva legal para propriedades com até quatro módulos fiscais. O recente decreto presidencial prorrogando até dezembro o início da punição a produtores rurais que não possuem a reserva legal averbada também pesou na decisão da Fatma. De acordo com Murilo Flores, a Fundação vem cumprindo expressamente a legislação ao solicitar nos processos de licenciamento, quando em área rural, a apresentação da matrícula do imóvel com a competente averbação da reserva legal. Segundo ele, Santa Catarina é o Estado da Federação que apresenta o maior número de propriedades com a reserva legal averbada. A reserva legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural. Na região Sul do País deve ser equivalente a 20% da área do imóvel e destinada a auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.

07


Sabores e cultura da agricultura Tudo

Colaboração: Epagri Fotos: Assessoria de Imprensa Farol Shopping

08

o que é produzido pelas famílias de agregação de valor como agroindústrias familiares, agricultoras do Sul de Santa Catarina artesanato e gastronomia. “Este é um momento para esteve em exposição na Feira de Produtos Coloniais, consolidar o trabalho desenvolvido junto aos produtoque aconteceu no mês de julho, no Farol Shopping, em res rurais, jovens e artesãos. São pessoas que no dia a Tubarão. Uma oportunidade para os produtores rurais dia estão conosco e procuram desenvolver atividades divulgarem o que produzem, mostrar a sua cultura, por meio de cooperativas, associações ou mesmo suas raízes. Participaram famílias das comunidades individualmente, buscando alternativas de renda para pertencentes a Associação dos Municípios da Região a propriedade”, destaca Marta Mendes de Oliveira, extensionista da Epagri em Gravatal. de Laguna (Amurel). A novidade foi o café colonial à base de mandioca e Além de alimentos estavam expostos artesanatos e derivados, que oportunizou a mais de 250 apresentações culturais deixaram a quarta pessoas se deliciarem e sentirem o gostinho edição da Feira ainda mais atraente. O susaudável dos produtos. Os pratos foram cesso já está consolidado. A extensionista cuidadosamente preparados pelas agriculregional da Epagri, Lenir Pirola, ressalta que o sucesso se deve à diversidade de Maioria dos toras de Treze de Maio, com a orientação da extensionista local Jerusa Rodrigues Ezirio. produtos ofertados. “Nós temos, produtos produtos As apresentações artísticas e culturais de quatro etnias que colonizaram a Região oferecidos na Feira é fruto também chamaram a atenção do público e a riqueza do artesanato, da gastronomia do trabalho da visitante. Para as famílias de agricultores, o e da cultura pôde ser vista em todos os extensão rural movimento financeiro da Feira neste ano foi estandes”, reforça. de R$ 40.683,00. “Achamos um bom resulA organização da Feira é responsatado econômico e o melhor é que os agriculbilidade da Epagri em parceira com as tores saíram muito satisfeitos, pois fizeram Secretarias de Desenvolvimento Regional. vários negócios e alguns estão recebendo Cada município expôs e comercializou os produtos da agricultura familiar, o artesanato local e encomendas. O importante foi colocar os produtos na uma grande variedade de comidas típicas, como bolos, vitrine do consumidor”, reforça Lenir Pirola. Na Feira tem espaço para muita gente que quer cucas, pães, doces, roscas, chás, conservas, queijos, vender e comprar. Não importa a idade. Novos empresalames e muitas outras delícias. A maioria dos produtos oferecidos na Feira é fruto do endedores se encontram com experientes produtores e trabalho da extensão rural. A mostra reúne o resultado essa troca fortalece e amplia a Feira a cada ano. “Esta prático das capacitações dos produtores realizadas é a segunda vez que participo e gosto muito porque pelos extensionistas municipais da Epagri, em projetos posso mostrar e vender o artesanato que faço com


familiar em exposição conchas de marisco e escama de peixes”, diz a artesã de Jaguaruna, Adelina Laureano, 73 anos. “Nesta Feira eu trouxe pé de moleque, cocada e puxa-puxa e estou muito feliz porque é um grande espaço para nós, jovens empreendedores, abrirmos novos negócios”, fala entusiasmada a jovem de

19 anos, Helena Coan, empreendedora em Braço do Norte. O gerente regional da Epagri Luiz Marcos Bora diz que para o próximo ano a ideia é ampliar ainda mais a iniciativa, oferecendo também comidas típicas das diferentes culturas da Região.

Participaram da Feira de Produtos Coloniais os municípios de Armazém, Braço do Norte, Capivari de Baixo, Grão-Pará, Gravatal, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Pedras Grandes, Rio Fortuna, Sangão, Santa Rosa de Lima, São Ludgero, São Martinho, Treze de Maio e Tubarão.

09


O

Impactos positivos De acordo com o coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Marcius Ribeiro de Freitas, com a melhoria da qualidade do leite cru, automaticamente todos os tipos de leite terão padrões mais rígidos. Como consequência, o produto brasileiro poderá atender aos padrões internacionais de qualidade, além de trazer benefícios para produtores, indústrias e consumidores. Outras vantagens são a valorização do preço pago aos criadores, uma matéria-prima de melhor rendimento e maior vida comercial para as indústrias, além da possibilidade de exportação. Os consumidores terão à disposição um leite de melhor qualidade. “O Brasil é uma potência agrícola e um grande produtor de leite. Temos que ter um produto que atenda padrões internacionais de qualidade. Hoje, o consumo de lácteos de valor agregado alto tem crescido e as pessoas não estão comendo apenas mussarela”, avalia Freitas. 10

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prorrogou por seis meses a entrada em vigor da próxima etapa da Instrução Instruç Normativa nº 51, prevista para ser aplicada apli a partir do dia 1º de julho. A legislação legislaç determina novos parâmetros de qua qualidade para produção do leite nacional. nacion A no norma exigiria a redução em 87% da contagem con total de bactérias e em 50% a contagem de células somáticas presentes present em cada mililitro de leite. Com isso, o limite de contagem bacteriana total (CBT), que atualmente é de 750 mil Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por mililitro, baixaria para 100 mil UFC por mililitro com relação à contagem de células somáticas (CCS), o teto passaria de 750 mil células por mililitro para 400 mil por mililitro. De acordo com o Ministério da Agricultura, o governo está dando um prazo de seis meses para que a cadeia produtiva possa fornecer um produto de melhor qualidade para os consumidores, e para que seja firmado acordo setorial para estabelecer sistema de pagamento ao produtor por essa melhoria de qualidade. É importante que o produtor receba incentivos e seja pago pela qualidade do seu leite. A alegação de indústrias e entidades do setor é que, se a legislação fosse adotada de imediato, grande parte dos produtores brasileiros ficaria excluídos do mercado. A proposta da cadeia é a redução gradual

dos índices a cada ano até que a meta seja atingida. Outros obstáculos apontados pela cadeia são as condições das estradas vicinais, aporte de energia elétrica insuficiente e irregular em algumas regiões, além da falta de acesso à tecnologia e financiamento para aquisição de resfriadores, bem como treinamento para pequenos produtores sobre melhoria das condições de ordenha e produção. Segundo o diretor do Departamento de Inspeção e de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, um grupo técnico composto por representantes do Ministério da Agricultura, de empresas, universidades, Embrapa, Confederação de Cooperativas, da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deverá ser constituído para estabelecer os critérios de participação e as responsabilidades dos elos da cadeia produtiva, e propor os parâmetros de qualidade com base nos resultados das avaliações técnicas realizadas até agora. “O Ministério não está autuando e nem rejeitando nenhum leite. A nossa meta é que se efetive nacionalmente o sistema de pagamento por qualidade, com base em definições dos novos parâmetros que serão estabelecidos. Sabemos das dificuldades do País, mas precisamos do comprometimento de toda a cadeia”, ressalta Oliveira.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Confirmada a prorrogação da


11


Avicultura industrial está cautelosa para o segundo semestre

As

exportações brasileiras de carne de frango continuam em linha ascendente, mas, com a forte valorização do real, o futuro é uma incógnita afirma o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Ávila Pirola, e recomenda cautela. No primeiro semestre de 2011 as exportações do Brasil atingiram 1,928 milhão de toneladas. É uma alta de 6,8% em relação ao mesmo período do ano passado em volume e de 28,5% em receita, totalizando 3,999 bilhões de dólares. Santa Catarina foi líder de exportação de frango nesse período. A ACAV e a União Brasileira de Avicultura concordam que haverá uma desaceleração dos embarques no segundo semestre. Motivo: o câmbio e o aumento de preços do milho impactam negativamente o setor. Os principais destinos da carne de frango brasileira são o Oriente Médio (37% do mercado) e a Ásia (28%). Considerado um dos mais experientes executivos da indústria brasileira de carnes, com 30 anos de atividade na área, Clever Ávila, 52 anos, natural de Criciúma, é engenheiro químico pós-graduado em processamento de alimentos. A seguir, as principais avaliações do presidente da ACAV.

Clever Ávila Presidente da ACAV

12


Liderança de Santa Catarina A posição da Rússia, impedindo as exportações de origem do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, levou algumas empresas que possuem unidades em vários estados a realocarem a produção para Santa Catarina e, assim, manter os compromissos assumidos. Apesar do salto de exportação do Paraná, Santa Catarina lidera. Na verdade, há

uma alternância entre os dois estados, dependendo da disponibilidade logística e contratos efetuados. Santa Catarina rivaliza com o Paraná na posição de maior produtor e exportador nacional de carne de frango, tem mais de 10.000 avicultores produzindo num setor que emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais de 80 mil trabalhadores.

Exportações Regionais

Vantagens

A indústria catarinense já nasceu exportadora há várias décadas. Tanto as indústrias do extremo oeste, oeste, norte e sul catarinense exportam para mais de 120 países. Além disso, Santa Catarina tem a vocação para a conversão de proteína vegetal em proteína animal. Nossos parceiros são empresários-produtores que possuem características de tamanho oscilando entre médios e pequenos produtores, caracterizando o Estado numa produção “taylor made” de acordo com as necessidades de nossos clientes.

A vantagem perene é o nosso sistema de parceria com os produtores empresários, os quais não são impactados pelos custos de matéria prima e minimizados dos impactos negativos de mercado. Além disso, a sanidade animal catarinense (entre as melhores do País) nos habilita a disputar diversos mercados internacionais. Entre as desvantagens atuais para produtores e indústrias estão a desvalorização do dólar perante o real e o alto custo das matérias primas (principalmente milho) e insumos, que se posicionam em preços estratosféricos para o setor. Nossa perda de competitividade mundial com a valorização irreal do real nos leva a ter custos totais superiores aos Estados Unidos.

Visão de longo prazo O que o setor precisa é de uma visão de longo prazo. Não podemos continuar a trabalhar por impulsos a cada quatro anos com um novo Governo. Precisamos que haja um acordo catarinense e nacional, suprapartidário, no qual todos fiquem imbuídos no planejamento e execução do que queremos ser daqui há pelo menos 50 anos. Esperamos que o Governo nos ouça na busca desta visão: precisamos sair do discurso de reforma tributária e caminhar para sua aprovação. Esperamos uma sensibilização e ações referentes à questão cambial, pois hoje o Brasil está aniquilando o setor exportador brasileiro. Esperamos uma evolução no sistema brasileiro de biossegurança, priorizando a condição sanitária que é um dos maiores patrimônios de Santa Catarina. Esperamos uma nova legislação que agilize as aprovações legais de rotulagem, pois o mercado demanda maior velocidade e não encontramos ainda este caminho. Esperamos continuar num alto nível profissional sobre as questões que desafiam o setor, o Estado e o País sobre as barreiras não-comerciais, as quais demandam nossa reação em tempo real. Esperamos trabalhar juntos: iniciativa privada e setor público.

Milho Preocupa o excessivo aumento do custo da ração, especialmente o milho, que de janeiro de 2010 para junho de 2011 encareceu mais de 111%. Temos pleiteado ações junto ao governo de Santa Catarina para uma política de ampliação da nossa produção e armazenagem local de milho. Entendemos que estas ações são importantes. Em paralelo, trabalhamos junto ao Governo Federal em duas frentes: uma focada na mesma política que o Nordeste tem, ou seja, um subsidio logístico para equiparar a concorrência dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A outra frente é tentar a liberação da importação de milho da Argentina.

Câmbio Não é exatamente a política de câmbio flutuante que prejudica a competitividade da avicultura industrial. Diria que é a forma artificial como os chineses e norte americanos manobraram suas moedas, desvalorizando o dólar americano e deixando o Brasil muito menos competitivo. Atualmente, nossos custos produtivos são maiores que os dos Estados Unidos, mostrando aí que há algo de muito errado. 13


Atenção para não perder o prazo da Declaração do Imposto Territorial Rural

Os

agricultores precisam estar atentos para não perder o prazo de entrega da Declaração do Imposto Territorial Rural (DITR) referente ao exercício de 2011. O prazo de entrega começou no dia 22 de agosto e termina no dia 30 de setembro de 2011. A apresentação da declaração do ITR é obrigatória para pessoa física ou jurídica, inclusive na condição de isento, que seja proprietária, titular do domínio ou possuidora a qualquer título. Também é obrigado a fazer a DITR quem somente usufrui do imóvel. Quem não fizer a declaração está impedido de tirar a Certidão Negativa de Débitos, documento indispensável para registro de uma compra ou venda de propriedade rural e na obtenção de financiamento agrícola. As multas para declarações do ITR entregues com atraso são de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00, no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto. Para imóvel rural imune ou isento de ITR, a multa é

de R$ 50,00. Por meio da Instrução Normativa 1.166, o Governo informa, ainda, que o valor apurado do imposto para os não isentos deve ser pago em até quatro parcelas mensais e consecutivas desde que cada parcela não seja inferior a R$ 50,00. No caso de valor inferior a R$ 100,00, o imposto deve ser pago em cota única. A primeira parcela ou a quota única deve ser paga até o último dia do prazo para entrega da DITR. As demais cotas devem ser pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial da taxa Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês de outubro de 2011 até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento. Neste ano, a Receita Federal abriu a possibilidade de ampliação do número de quotas do imposto inicialmente previsto, desde que seja apresentada uma declaração retificadora com a nova opção de pagamento.

ITR

Documentação Para preparar a DITR, o produtor terá de reunir dois documentos. O primeiro deles é o Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC), que serve para coletar informações cadastrais do imóvel e de seu proprietário, inclusive usufrutuário, para integrar o Cadastro de Imóveis Rurais. Este documento deve ser apresentado inclusive

14

por imóvel dispensado da apuração do imposto, que são os imunes ou isentos. O segundo papel necessário é o Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), que permite ao produtor repassar à Receita Federal as informações necessárias para o cálculo do ITR e apurar o valor do imposto. O produtor que quiser retificar decla-

rações de anos anteriores ou que perder o prazo de entrega da declaração deste ano deverá optar pelo sistema eletrônico, pela internet. Mas há uma ressalva: o produtor rural que entregar a declaração depois do dia 30 de setembro estará sujeito ao pagamento de multa. Essa multa tem como base o valor do imposto devido. A multa mínima é de R$ 50,00.


Como enviar Há três formas de entregar a DITR. A primeira opção é enviar a declaração pela internet, mas para isso será preciso “baixar” um programa de computador específico, que é o Programa Gerador da Declaração (PGD) do ITR relativo ao exercício de 2011. A declaração por meio do PGD, ou seja, pela internet, é a única opção que a Receita aceitará para a pessoa física que tenha imóvel rural com área total igual ou superior a mil hectares, localizado em municípios da Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense. Também é obrigado a declarar pela internet quem tenha propriedades com área superar a 500 hectares, localizadas em municípios

compreendidos na Amazônia Oriental ou no Polígono das Secas (formado por Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). Para propriedades com 200 hectares de forma geral, é obrigatória a apresentação da declaração por PGD. A pessoa jurídica, mesmo a imune ou isenta de ITR, independentemente da extensão da área do imóvel rural, e a pessoa física cujo imóvel, após 1º de janeiro de 2011, tenha tido mais de uma perda da posse por desapropriação ou alienação para entidades imunes ao ITR também são obrigadas a fazer a declaração pela internet. Para os demais produtores, valem

outras duas alternativas de entrega da DITR. Uma das possibilidades é apresentar a DITR em mídia removível, nas agências do Banco do Brasil (BB) ou da Caixa Econômica Federal (CEF). Mas, ainda assim, será preciso “baixar” da internet o programa específico para preparar o material, no formato requisitado pela Receita. A terceira alternativa para entregar a DITR é utilizar um formulário específico, de papel, disponível nas agências e lojas franqueadas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Cada formulário pode ser retirado mediante pagamento de R$ 6,00, a ser pago pelo contribuinte, valor que já inclui o preço da postagem do material.

15


Chuvas atrasam o cultivo de cebola A safra

c at a r inens e de c ebola 2011/12 está sendo implantada com dificuldades em função das chuvas e da falta de luminosidade nas principais regiões produtoras do Estado. Estima-se que cerca de 65% da área já foi semeada ou transplantada, conforme o tipo de cultivo utilizado. As áreas com semeadura direta aumentaram no Estado em função das dificuldades com a contratação de mão de obra devendo representar em torno de 15%. Enquanto que a semeadura direta já foi concluída, o transplante de mudas está atrasado em função da umidade excessiva do solo. Segundo os dados preliminares do IBGE, a área cultivada em Santa Catarina, sofrerá redução de cerca de 10%. Esta redução, por técnicos e produtores, é decorrência dos baixos preços recebidos na última safra. As maiores reduções de área ocorrem no Planalto Catarinense, onde os aumentos foram consideráveis na jornada anterior. No Alto Vale do Itajaí, a área plantada se manterá estável, por conta da tradição no cultivo da olerícola. No Rio Grande do Sul e Paraná a situação é similar com redução na área de cultivo, respectivamente de 2% e 6 %, segundo as primeiras informações do IBGE. A tendência de redução no cultivo, na realidade, ocorre em todo o País, após um período de aproximadamente 10 meses de preços relativamente baixos. Assim, a área de cultivo de cebola que atingiu 68.324 hectares em 2010 deve reduzir para cerca 63.000 hectares, valor aproximado da média cultivada na última década. Dados mais conclusivos a respeito da Fonte: Daniel Schmitt - Engenheiro Agrônomo Estação Experimental da Epagri de Ituporanga dschmitt@epagri.sc.gov.br

16

área somente serão possíveis em inicio de outubro, quando todas as regiões produtoras do País concluem a semeadura/transplante das lavouras. Atualmente o mercado brasileiro é abastecido por cebolas de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Os cebolicultores destas regiões recebem entre R$ 0,60 e 0,75/kg pelos bulbos da Classe 3. O Vale do São Francisco, no Nordeste, também oferta cebola para o mercado regional e algum excedente para o Sudeste brasileiro. Na última safra a importação brasileira sofreu drástica redução, fruto principalmente do excesso de oferta no mercado nacional e dos baixos preços. No primeiro semestre de 2011 foram importadas apenas 159,4 mil toneladas, contra 219,7 mil toneladas no mesmo período de 2010, significando uma redução de 27,5%. A queda na qualidade da produção argentina neste ano, também contribuiu para esta redução.


Suínos rumo ao Oriente

Projeto desenvolvido na Região recebe troféu “Onda Verde”

O Japão é o maior importador mundial de carne de suína, com compras de 1,2 milhão de toneladas ao ano. No fim de agosto, uma missão veterinária do governo japonês desembarca no Brasil para a inspeção que definirá a abertura do mercado asiático para o produto brasileiro. Desde 2007, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto, trabalha para derrubar as barreiras sanitárias impostas pelos orientais. A conquista do Japão será capaz de aumentar em 50% as exportações nacionais, que hoje são mais de 500.000 toneladas por ano.

O projeto “Leite com Sustentabilidade na Agricultura Familiar da Região Sul de Santa Catarina”, desenvolvido pela Epagri regional de Tubarão, recebeu o troféu “Onda Verde”. Realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), prefeituras municipais e indústrias regionais de laticínios, foi inscrito pelo engenheiro agrônomo Inácio Trevisan e premiado na categoria Agropecuária. "A ação já beneficiou mais de 600 famílias rurais, desde o início do projeto em 2004”, informa Trevisan. A região sul de Santa Catarina é a terceira bacia leiteira do Estado, com aproximadamente 4 mil famílias rurais na atividade, que produzem 400 mil litros de leite diariamente. “Este sistema está baseado na oferta suficiente e de qualidade de alimentos produzidos na propriedade, com menor demanda de mão de obra”, explica Trevisan. Ele elenca outras boas práticas adotadas, como: as de conservação e recuperação do solo, recuperação de matas ciliares, melhoramento no saneamento básico nas comunidades rurais e melhoria no abastecimento de água nas famílias rurais.

Fonte: ACCS

17


Assembléia Afubra

Contribuições e benefícios do Sistema Mutualista permanecem inalterados Os associados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) deliberaram pela manutenção das mesmas contribuições e benefícios praticados na safra passada, e que incidem sobre o sistema mutualista. Com isso, as taxas de inscrições no auxílio danos em lavouras permanecem variando entre 2,5% e 4,2%. A definição ocorreu durante a assembleia ordinária anual da entidade, ocorrida em julho na cidade de Santa Cruz do Sul (RS). Para o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, a sugestão da diretoria de praticar os mesmos índices do período anterior atende um dos objetivos da entidade. “Em face da comercialização insatisfatória do tabaco, a entidade procura amenizar custos, amenizando a situação dos produtores”, ressalta. Válida para a safra 2011/12, a decisão mantém o percentual de contribuição para inscrição das lavouras de tabaco em 4,2% para o auxílio sobre danos provocados pelo granizo. Para quem têm direito às bonificações de 10%, 20%, 30% e 40%, as taxas são de 3,8%, 3,4%, 2,9% e 2,5%, respectivamente. O bônus é concedido aos produtores que efetuam inscrição de forma ininterrupta e sem registro de prejuízos indenizáveis, seguindo períodos pré-determinados. A assembleia também formalizou a continuidade da Unidade Referencial Mutual (URM). O valor, mantido em R$ 8,09, vale de 1º de novembro a 31 de outubro do ano subsequente. Com isso, as contribuições que incidem sobre os auxílios para reconstrução de estufa e funeral permanecem em 4 e 8 URMs, respectivamente. Para os auxílios, foi estipulada em 800 URMs para o funeral e de 480 a 1.100 URMs para auxílio reconstrução

18

dos diversos tipos de estufas existentes. A contribuição associativa é de 3 URMs. O benefício que garante descontos para quem antecipa o pagamento da inscrição também foi mantido, mas com elevação do percentual de descontos. Quem antecipa o valor até o final de agosto, ganha 6% abatimento. Para quem opta pela liquidação até setembro, o desconto é de 5%. Até 31 de outubro, prazo final para inscrições, a redução é de 4%. Na safra passada, os percentuais praticados foram de 5%, 4% e 3%, respectivamente. Estatutos: decorrido o encontro ordinário, os associados da Afubra se reuniram em assembleia extraordinária. O objetivo foi de adequar os estatutos da entidade ao Código

Civil brasileiro, no tocante à fixação de quorum. A proposição de 1/20 avos do número de associados em decisões mais importantes foi aprovada. Com isso, são necessários seis mil, tomando como exemplo um quadro de 120 mil, para promover alterações estatutárias ou desligar membros da diretoria. Antes, eram necessários 50%, mais um voto. Também foi aprovada a proposta de impor limites na sucessão de mandatos. Conforme explica o presidente da Afubra, a partir de agora, só é possível uma candidatura à reeleição somente uma vez. No entanto, frisa Werner, os integrantes da diretoria podem concorrer caso optem em desempenhar cargo diferente do que vinha exercendo no mandato anterior.

Sistema Mutualista Benefícios e Contribuições para a safra 2011/12 Granizo

Granizo e/ou tufão

Normal

4.2%

10.1%

Bônus 10% (4 a 7 safras)

3.8%

9.1%

Bônus 20% (8 a 11 safras)

3.4%

8.1%

Bônus 30% (12 a 15 safras)

2.9%

7.1%

Bônus 40% (16 ou + safras)

2.5%

6.1% Contribuição

Benefício

Kg de BO1

Kg de BO1

Contribuição anual associativa

3

--

Contribuição anual para auxílio funeral

4

800

Contribuição anual para auxílio funeral esposa / filhos

4

800

Auxílio estufa geminada

8

480

Auxílio estufa A/B

8

640

Auxílio estufa G

8

850

Auxílio estufa ar forçado adaptada AFA

8

850

Auxílio estufa ar forçado gêmea

8

850

Auxílio estufa ar forçado

8

1.100


19


Organização ajuda na hora de garantir a aposentadoria

O

desejo de todo trabalhador, seja ele rural ou urbano, é conseguir a aposentadoria. O beneficio é consequência de anos trabalhados. O agricultor também tem direito de receber o beneficio, por idade. Para que a busca pelo beneficio não se torne uma grande dor de cabeça é preciso organização. O advogado Sandro Volpato, conta que costuma colocar em suas palestras e também nos atendimentos do dia a dia que a caixa de sapatos tem uma função importante. “Quem é organizado não vai ter problemas. Essa organização é muito fácil. Sempre cito o exemplo, do agricultor que tem a caixa de sapatos em cima de seu armário de roupas”. O advogado explica que a aposentadoria nada mais é do que a história da vida de uma pessoa. “Quando você abre um processo de aposentadoria você vê tudo o que a pessoa foi na vida. Então, deve-se guardar fotos e fatos do tempo em que foi agricultor, de vez em quando você vai se deparar com algum documento e ele não deve ser jogado fora, mas sim colocado na caixa de sapatos. Quando for preciso tudo o que é valioso vai estar ali e vai ser mais fácil se aposentar”, orienta Sandro.

20

Confira a entrevista com o advogado Sandro Volpato e tire as principais dúvidas sobre aposentadoria especial. Visão Rural - O que o agricultor precisa fazer para garantir a aposentadoria? Sandro Volpato - Existe uma sequência de documentos previstos em Instruções Normativas do Instituto Nacional de Seguridade Nacional (INSS) e também na própria Lei Federal nº 8.213/91, que trata do assunto. Essa lista de documentos é aberta. No Artigo 106 está previsto que a atividade rural pode ser comprovada por um contrato de arrendamento, parceria, comodato rural, declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, desde que homologado pelo INSS, comprovante de cadastro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), blocos de notas, notas fiscais de entrada de mercadorias, documentos fiscais relativos de entrega de produção rural às cooperativas agrícola, comprovante de recolhimento de contribuição na qualidade de segurado especial, imposto de renda, licença de ocupação e permissão do Incra, certidão de nascimento dos filhos, certidão de casamento, certidão de óbito. Há uma infinidade de documentos oficiais que podem ser usados. Visão Rural - Quem pode ser considerado um produtor rural? Sandro Volpato - Isso também está previsto na Lei nº 8.213/91, inclusive em 2008 foi feita uma mudança muito considerada neste caso, essa mudança, ainda está gerando muitas dúvidas, principalmente para o INSS. Considera-se assegurado especial a pessoa física residente em imóvel rural, em aglomerado urbano ou rural próximo a ele individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que auxilio eventual de terceiros na condição de produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro, meeiro, comodatário, arrendatário, desde que explore a atividade rural. O regime de economia familiar basicamente se caracteriza da seguinte


forma: a principal renda vem da roça. Um exemplo: a família toda trabalha na roça, a renda vem da roça, mas a esposa faz um “bico” no laticínio, mas a principal renda é da roça, nesse caso continuam sendo considerados agricultores. Quem exerce mandato eletivo não deixa de ser segurado especial. A Lei estabelece como exceção esses casos, mesmo sendo vereador, prefeito ou presidente de sindicato, continua sendo segurado especial. Em caso de filhos solteiros os documentos do pai servem para comprovação. Já para os filhos casados que continuam trabalhando nas terras do pai é preciso um contrato de parceria e arrendamento. Nesse caso deve-se procurar as unidades sindicais que representam a categoria, que vão orientar como se preparar. Eu tenho orientado até para fins fiscais, que é importante que cada membro da família tenha a sua nota, é uma organização fiscal e previdenciária. Visão Rural - Precisa contribuir para obter o beneficio? Sandro Volpato – Dizer que o agricultor não contribui é um grande engano, o segurado especial contribui, só que ele não é o responsável pelo recolhimento da sua contribuição. Exemplificando toda vez que o segurado vende um produto com a nota fiscal do produtor é emitido uma contra nota, existe um desconto no valor total da produção de 2,33%, esse desconto é chamado na forma popular de Funrrural, essa é uma forma de contribuição do segurado especial para custear os benefícios diversos que ele tem direito, que não são os mesmo dos urbanos, são bem restritivos e quem paga é a empresa e não o segurado, mas é contribuído. Visão Rural - É possível se aposentar com mais de um salário mínimo? Sandro Volpato - Possível é, mas daí o produtor vai ter que recolher, um salário mínimo é garantido por Lei com contribuição indireta, se quiser se aposentar, por exemplo, com três salários mínimos, tem que começar a recolher para fazer uma média contributiva e daí basicamente não difere muito da aposentadoria urbana por idade a única diferença seria o tempo de serviço porque no urbano é 65 anos para homens e 60 para mulheres e no rural é 60 para homens e 55 para mulheres, mas o INSS vai exigir comprovantes que exerceu função de segurado especial. Visão Rural - Ele se aposentará somente por idade? Sandro Volpato - A aposentadoria rural é somente por idade, existem inúmeros outros benefícios

não permanentes, por exemplo, o auxilio doença, auxilio acidente, licença maternidade, ao qual o segurado especial também tem direito. Visão Rural - Qual é o prazo mínimo de atividade comprovada para obter o benefício de aposentadoria por idade? Sandro Volpato – Chamamos de carência. Está estabelecido que a partir de 2011 são 180 meses, ou seja, 15 anos, para a aposentadoria por idade. Para os demais benefícios há um período de carência especifica, por exemplo, um beneficio muito comum no meio rural é o auxilio doença, nesse caso precisa-se comprovar um ano de atividade, para obter o salário maternidade são 10 meses. Visão Rural - Qual o limite de tamanho da terra trabalhada para se aposentar sem precisar contribuir? Sandro Volpato - Essa situação é bem controvertida, o INSS tem entendido que o produtor que tem acima de quatro módulos deixa de ser enquadrado como segurado especial, já os tribunais tem entendido que essa é uma situação meramente ilustrativa, porque muitas vezes o produtor tem 100 hectares, uma condição muito superior aos quatro módulos, mas ele de fato faz o uso econômico de apenas 10 hectares, sendo que o restante é mata nativa e está inexplorada, no meu entender mantém a condição de segurado especial. Também perde a condição de segurado especial quem mantém empregados permanentes durante o ano por mais de 120 dias, assim como quem trabalha em outra atividade por um período maior de 120 dias ao ano. Visão Rural - Quem pode requerer os anos em que trabalhou na agricultura? Sandro Volpato - Hoje a Lei permite a averbação de tempo de serviço rural desde os 12 anos de idade, desde que completados antes de 31 de outubro de 1991.

"Dizer que o agricultor não contribui é um grande engano, o segurado especial contribui" Adv. Sandro Volpato

21


MANEJO REPRODUTIVO Para alcançar o sucesso devemos estabelecer três pontos no manejo, como a nutriçao, a genética e a sanidade, sendo que estes caminham juntos , só com seus controles apropriados,o produtor terá lucro na atividade. Sempre trabalhando com tabelas de marcação, por exemplo na nutrição esta ração balanceada ou outro alimento serve para vacas em lactação, esta outra é para vaca seca, para novilhas, quando escolher um núcleo apropriado, usar aquele não trocar todo mês, sal mineral a vontade. Outro exemplo de marcação é perceber quando os animais entram em cio e marcar a data que inseminou ou que o touro cobriu nome do touro,

assim saberemos quando secar este animal, e teremos um começo de controle genético. Por fim vem a sanidade, onde não podemos esquecer de marcar o dia que vacinou o animal por exemplo para LEPTO, IBR, BVD para depois saber a data da próxima vacina, ou quando foi a ultima desverminaçào. Sendo que cada propriedade tem um manejo diferente de trabalhar com a sanidade, nutrição e genética, mas lembrando que sem ESTA PIRÂMIDE não teremos sucesso. Quando uma vaca ou novilha não entre em cio, ou quando repete o cio com o uso da inseminação, não podemos afirmar que é uma doença reprodutiva

Infecto-contagiosas brucelose, leptospirose etc ou Não Infecto-contagiosas como cistos, tumores etc. Quem sabe outros pontos da pirâmide. Então sempre tenha um acompanhamento de um técnico especializado neste manejos. Chame o Med. Veterinário quando preciso não deixe seu lucro ir embora. A vaca precisa ter um bezerro por ano para ter uma boa produção de leite.

Este é um dos temas desenvolvido nas reuniões sobre sanidade.

Sendo assim estas são as doenças reprodutivas do momento. Onde existe vacinação e manejos para seu controle.

1 - Leptospirose (Leptospira sp.)

2-Diarréia Viral Bovina (BVD)

3-Herpsevírus Bovino (BHV)

Perdas econômicas: Aborto (mais um terço final de gestação); Retorno ao cio; Natimortos; Fetos autolisados e ictéricos; Bezerros fracos; Mastite; Menos prod. leite (leite com sangue); Anemia e hemoglobinúria. Prevenção e controle: Isolamento, diagnóstico e tratamento de animais doentes; Testes de laboratório; Controle de roedores; Vacinação; Zoonose.

Perdas econômicas: Aborto ou PI (entre 40 a 120 dias do feto); Morte embrionária (19 a 30 dias); Mal formações (120 a 160 dias); Touros = infertilidade e persistentemente infectados (PI); Diarréia e queda de produção. Prevenção e controle: Identificação e eliminação dos PI; Diagnóstico; Isolamento e quarentena de novos animais; Vacinação.

BHV 1.1 - Rinotraqueíte Infeciosa Bovina (IBR): Aborto; Pontos vermelhos na mucosa vaginal. BHV 1.2 - Balanopostite e Vulvovaginite Pust ular Infecciosa (IPV): Aborto; Repetição de cio; Infertilidade temporária; Micção frequente. Prevenção e controle: Eliminação de touros positivos; Vacinação.

Palestra com Médico Veterinário Felipe Machado da Amigos do Campo sobre Manejo Reprodutivo e com Nilton Tenfen Loch (Alta) sobre criação de bezerra e melhoramento genético. Na linha de Sebastião Kemper - Rio Facão - RF

22

Tarde campo na propriedade de Nelson Schmidtz em Rio São João - SM. Palestra com Engª Fernanda Oenning sobre prevenção de mastite e manejo de ordenha


23


Eles estão entre os alimentos preferidos dos brasileiros

Os

queijos são alimentos saudáveis e que fazem parte de uma série de receitas, que agradam os paladares mais exigentes. Derivados do leite são alimentos ricos em proteínas de alto valor biológico, cálcio, fósforo, zinco, iodo, selênio, vitaminas e oligoelementos. Apesar de ter o queijo em seu cardápio constantemente muitos desconhecem suas origens. Existem em todo o mundo mais de mil tipos de queijos, feitos a partir de diferentes leites e diferentes processos de produção, conferindo assim diferentes formas, texturas, sabores, odores, cores, agradando a todos os paladares. Segundo o Regulamento Técnico de Identidade de Queijos – Portaria nº 146.198 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), “Entende-se por queijo, o produto fresco ou maturado que se obtém por separação parcial do soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado), ou de soros lácteos coagulados pela ação física do coalho, de enzimas específicas, de bactérias especificas, de ácidos orgânicos, isolados ou combinados, todos de qualidade apta para uso alimentar, com ou sem agregação de substâncias alimentícias e/ou especiarias e/ou condimentos, aditivos especificamente indicados, substâncias aromatizantes e matérias corantes”. Queijo fresco: o que está pronto para o consumo logo após sua fabricação. Queijo maturado: o que sofreu as trocas bioquímicas e físicas necessárias e características da variedade do queijo. Queijo Processado: o produto obtido por trituração mistura, fusão e emulsão por meio de calor e agentes emulsionantes de uma ou mais variedades de queijo, com ou sem adição de outros produtos lácteos e/ou sólidos de origem láctea e ou especiarias, condimentos ou outras substâncias alimentícias na qual o queijo constitui o ingrediente lácteo utilizado como matéria prima preponderante na base láctea.

24


Conheça um pouco da história do queijo Há uma lenda que o queijo foi descoberto por Aristeu, um dos filhos de Apolo e rei de Arcádia. Mesmo que não se saiba com exatidão sobre a origem dos queijos, sabe-se que é um alimento muito antigo. Acredita-se que o queijo tenha sido descoberto antes da criação da manteiga. Na Suméria e Babilônia o queijo já era um alimento conhecido. Os assírios, os caldeus e os egípcios e, posteriormente, os gregos e os romanos consumiam o queijo, e fabricavam inúmeras variedades. Conheciam suas qualidades e forneciam-no aos soldados e atletas para fortalecê-los. Nos banquetes gregos e romanos de classe mais alta, os queijos eram consumidos em abundância. Para provar sabores diferentes, começou então a produzir queijos com ervas aromáticas, sementes, etc. Em Roma nasceu o comércio do queijo, Llegaban era a capital de todas as províncias italianas. Também outras províncias mais distantess como com omo o Nimes, Nime Ni mes, me s Sabóia s, Sab bói óae regiões que hoje compõe a Suíça, produziam ça, p rodu ro duzi du ziam o "caseus zi "caase seus us alpino" para a capital romana. A produção do queijo baseia-se a se em aem três t ês tr ê etapas, eta t pa pas, s ou s, ou melhor, princípios, que permanecem semelhantes desde essde d sua sua u descoberta des esco cobe co b rt be rtaa até até os dias de hoje. A primeira é a obtenção ob bte tenç nção nç ã do ão do leite, l itite, le e, há há mais de 10.000 anos. O leite é u utilizado pelo homem tilililiza ti lizzaad do op elo el o ho h meem como alimento desde que este começou começ om meççou ou a “ordenhar” “or orde d nh de nhar ar”” ar os animais. Citações de materiais is portugueses port po rtug rt u ue ug uese sees registram regi re gist gi stra st ram ra m que nas “caves”, devido ao calor do fogo, leite orr d o fo fogo go,, o le go eiti e coaco oalhava rapidamente. Assim observou-se err vo vouu-se use o segundo seg egun un u ndo o princípio, o conhecimento técnico nicco dee queijaria. que u ijjar aria ia. ia Observou-se também que após ós a solidificação so olidi liidi d fi fica caçãão caçã ca do leite, este soltava um líquido, id do, o, o ssoro. oro. or ro o.. A partir dessa constatação, o quei queijo passou qu uei e jo p asso as s ou a ser colocado em recipientess com c m furos, co f ros, fu ro os, s, para facilitar e acelerar a saídaa do soro. sor o o. o. A terceira etapa observada foi a importância mp por ortâ tâân nccia do coalho, enzima digestiva quee se se extrai ext xtrraai do estômago dos cabritos. Eraa comum co omu mum que viajantes e mercadores há centenas ceent nteen naass nas de anos, transportassem leite em m um um

cantil feito de estômago de carneiro. Desse modo o leite coalhava e formava o queijo. Há registros de Columelo, um romano amante da boa mesa, da fabricação de queijo num tratado de Gastronomia do século I a.C. Nesse período tinha sido descoberta a prensa, que permitia obter queijos de pasta ainda mais seca e dura. No século VIII, Carlos Magno descobriu os queijos com manchas esverdeadas, antepassados do roquefort, durante uma viagem a Rueil-en-Brie. Com o passar dos séculos, os mosteiros medievais criaram e aperfeiçoaram técnicas de produção desse nobre alimento. Todos os queijos apresentam em sua composição os seguintes elementos: água, proteínas, gordura, cloreto de sódio (sal), lactose, ácido lático, sais minerais e vitaminas. À medida que o queijo vai envelhecendo ou curando, há uma diminuição do teor de água contida no produto. p od pr odut u o. As ut As proteínas, prot pr oteí ot e na eí nas, s a gordura s, gor ordu du ura e a lactose lacto acto ac tose se são são transt rans raans ns-formadas form fo rmad rm aad das as durante dur uran a te a fabricação, an fab abri rica ri caaçãão, o em em especial esspe p cial ciial a durante durran ante te o processo prroc oces esso de es esso de maturação matu ma tura tu r çã ra ção o ou o cura. cur u a. a. Essas Ess ssas ssas a transt raans ns nsformações conferem form fo rm maç a õe õess é que que co conf n erem nf erem er m aos aos queijos quei qu e jo ei joss sa ssabor borr e bo textura text te xtt ur xtur uraa difediife d dife fe-rentes. rent re ntes es.. es

25


Confira a descrição de alguns queijos

Provolone: origem italiana. Apresenta uma casca de tom dourado, seu sabor é devido ao processo de defumação. Pode variar seu sabor do “picante” ao “doce”. É um queijo semi-duro, textura “fechada” e “filante”. O provolone é amarrado e permanece pendurado para secar. Depois de seco, é defumado. Consumido puro, em lanches, para aperitivos ou em receitas. Gouda: queijo holandês, com sabor e aroma suaves. Apresenta olhaduras pequenas e distribuídas de forma uniforme. Tem massa firme ligeiramente adocicada, textura macia e casca fina. Consumido em lanches, temperado como aperitivo e em saladas. Cheddar: origem britânica. Massa firme e levemente quebradiça quando é maturado, mas pode ser encontrado como queijo fundido, bem pastoso (consistência semelhante ao requeijão). Tem uma coloração amarelo com toque alaranjado. Excelente para ser usado em sanduíches e molhos e como acompanhamento para carnes e massas. Minas: é citado como o mais antigo dos queijos brasileiros. O minas padrão (ou meiacura) tem massa branca, levemente quebradiça, e torna-se mais cremosa com o processo de maturação. Ideal para acompanhar doces caseiros (bananada, goiabada, doce de abóbora, pêssego em calda) e para o consumo no lanche e no café da manhã. Mussarela: origem italiana. A mussarela antigamente só

26

era fabricada a partir de leite de búfala. Hoje, é fabricada a partir de leite de vaca. Queijo mais fabricado e consumido no Brasil. Apresenta massa esbranquiçada, firme e “filante”. Seu formato pode ser retangular, de bolinha, palito e nozinho, para consumo puro ou para sanduíches quentes, para cobertura de pizzas e para uma grande variedade de pratos culinários. Parmesão: origem italiana. Caracterizado por massa seca, sabor “picante”, textura granular e coloração palha. Sua maturação leva cerca de seis meses, mas pode ser de mais de um ano, durante a maturação, os queijos parmesão são virados a cada três dias nas primeiras semanas, passando para um intervalo de sete dias a cada virada, durante o resto da cura. Muito consumido ralado, na comida, sopa, para gratinar pratos, mas pode ser consumido também puro ou ainda em carpaccios. Prato: o queijo prato é um dos mais consumidos pelos consumidores brasileiros. Macio, de coloração amarelo claro e sabor suave. Muito consumido puro, em sanduíches, saladas e aperitivos. Requeijão: é composto pela massa do queijo, acrescida de creme de leite, água e sais fundentes. É comum ser cremoso, mas pode ser de corte. Apresenta coloração branca e sabor suave. É um produto de origem brasileira. Excelente para lanches, misturar a recheios e molhos. Ricota: tem origem italiana, e é obtida pela acidificação das proteínas contidas no soro do leite (albumina e lactoglobulina). Essas proteínas precipitam e formam a massa do queijo. A ricota pode ser encontrada para consumo fresca, defumada ou condimentada. Muito usada para fazer patês, saladas, recheios de tortas e outros fins culinários. Faz um par perfeito com rúcula em saladas.

Fonte: Láctea Brasil

Gorgonzola: origem italiana. Apresenta veios azul-esverdeados pela atuação (maturação) do fungo Penicillium roqueforti. Textura macia, quebradiça. Seu sabor é acentuado, sendo muito utilizado na culinária (molhos e recheios). Ideal consumo a partir de 45 dias de maturação. Usado para aperitivo e em tábuas de queijos.


Confira receitas com queijo O queijo combina perfeitamente com vários alimentos. Ele pode estar presente no café da manhã, almoço, lanche e jantar. Confira algumas receitas que contém queijo:

Bolinho de batata com queijo Ingredientes: - Meio quilo de batatas (descascadas) - 2 colheres (sopa) de queijo ralado bem cheias - 1 colher (sopa) de amido de milho - 1 ovo - Sal a gosto Dica trabalhe com

Modo de fazer: Cozias batatas nhe as batatas em água e ainda quentes sal, escorra e passe imediatamente pelo espremedor. Em seguida, acrescente o amido de milho, o queijo, o ovo e acerte o sal. Misture bem. Deixe xee esfriar o suficiente para por as mãos e faça pequeenas bolinhas (como brigadeiro), arrumando em m uma travessa. Leve a geladeira por no mínimo 2 horas. Frite aos poucos em bastante óleo quente te (10 a 12 bolinhas de cada vez). Retire e coloque uee sobre papel toalha. Sugestão: pode colocar orégano.

Pão de Queijo da Mariana Ingredientes: - 3 copos de polvilho azedo - 2 ovos - Meio copo de azeite - 1 copo de leite - 1 prato de queijo ralado - 1 pitada de sal Modo de fazer: Bata os ovos e misture o ól óleo, leeo o, o leite leititi e e polvilho, le polvvili ho po ho, misture miist m s ur ure bem, beem b m,, por po orr ú úl último lti timo ti mo o acrescente acr cres e ce es cent n e o queijo, q ei qu e jo jo, misture miist m st u urre até atté que qu q ue a massa maass m ssa fi ffique iqu quee ho homogênea omo m gêêneea e faça faaçaa bolinhas. bol o in inha nh haas. as. s. Leevee ao Leve ao forno, ffo orn rno, o, pré-aquecido préé-aaqu quec ecid ido a 200º 200º 20 0 C. C.

Biscoito de Queijo Ingredientes: -2 ovos -2 copos de leite -1 copo de óleo de soja -5 copos de polvilho doce -5 copos de queijo minas ralado -sal a gosto

Modo de fazer: Bata no liquidificador, os ovos, o leite, o óleo e o sal por 10 minutos. Em seguida, despeje todo este creme sobre o polvilho e mexa bem. Vá acrescentando aos poucos o queijo e sove bastante até que a massa fique bem homogênea. Lembrando que ela tem que ficar firme mas, não dura, se achar necessário você poderá acrescentar um ovo a mais. Feito isso, deixe-a descansar por um tempo de aproximadamente 1 hora. Depois, retire pequenas porções e enrole no formato de rosquinhas, para isto use um pouco de óleo espalhado sobre as mãos. Leve ao forno, pré-aquecido a 200º C, por mais ou menos 25 minutos. Fique atento, pois caso a massa fique mais tempo que o necessário no forno poderá ficar dura.

27


28


AMESG, A TERRA CHÃ DO UNIBAVE Há milhões de anos, originou-se por meio de sucessivos derrames de

espertos manipulando livremente seus

lava vulcânica, a Serra Geral, formação geológica que configurou a pai-

interesses sobre a ansiedade de quem luta

sagem geográfica de uma das mais belas regiões do Brasil.

pelas necessidades básicas de vida.

Com a descoberta do carvão, por volta de 1820 e com o advento da

Neste momento, há que ser ativa a

Lei n° 1904, de 17/10/1870, que concedeu o Dote à Princesa Isabel, por

nobreza humana, sua cultura, por meio

ocasião do seu casamento com o Conde d’Eu, a região se torna atraente

das organizações que ensinam a pensar,

para a ocupação humana e as correntes migratórias e imigratórias vêm

as escolas, para chamar todos a uma re-

para esta terra em busca de vida próspera.

flexão sobre o tudo que nos envolve num

O fenômeno da ocupação humana promoveu a consolidação das terras

determinado momento.

com características de pensares e agires dos colonos de origem europeia.

Estamos nas Encostas da Serra Geral,

Desta forma, as bases de uma região ímpar, formada por municípios de

na “AMESG”, vivendo um estado de

pequeno porte, mas de grandeza histórica, cultural e social, se concretiza.

coisas e precisamos pensar sobre o nosso

O passado é o condutor da vida presente e a bússola do futuro!

potencial cultural no enveredamento de uma

Nisto antevemos, em nosso planejamento, os desejos de uma vida

possível permanência em nossa Terra Chã.

cotidiana com propostas alternativas para os segmentos que sustentam nossa economia e nos dão projeção social.

Prof. Celso de Oliveira Souza Reitor UNIBAVE reitoria@unibave.net

Para isso nasceu a FEBAVE, que criou o UNIBAVE para ser uma Escola Superior no contexto da região, unindo-se com quem está na

A partir de nossas comunidades, engajadas num projeto de união para

luta para promover o fortalecimento de um espaço geográfico que

que, no labor de uma região, a sustentabilidade seja possível. Esta se con-

ampara comunidades com o afã de dar a si e a seus filhos a certeza

solida num caminhar pavimentado, sem falhas que possam comprometer

do futuro estável.

a nossa coragem de sermos regional com pensamentos voltados ao futuro.

A “AMESG” é substantivo e predicado decorrente da consolidação

Lideranças comprometidas são a premissa básica para sonhar progres-

de um sonho. Alimento de esperanças, realidade incontrastável que

so. No sonho regional as comunidades e as pessoas se protegem e pisam sobre rochas para sustentar objetivos comuns.

jamais deixará de existir para as pessoas de bem. Logramos êxito em projetos de união de nossa região, muito te-

A unidade de uma região acontece por políticas que contemplam todas

mos a fazer e o faremos... Ainda sentimos gritos fortes sobre nossas

as comunidades, sem que uma seja a estrela e que todas, em suas peculia-

cabeças baixas, entoando ideais falsos, menos para si, de que a luz

ridades tenham brilho próprio. No investimento deve estar a potência e, na

virá, dito num tom profético, pois nossa cultura é passível desta fala,

distribuição, a solidariedade, pois desigualdade não condiz com pessoas.

devido a nossa boa formação de crentes da verdade. O que não nos

Sustentar interesses individuais é excluir a possibilidade da paz

intimidará e nem nos fará recuar.

coletiva, pois na ansiedade de compensar necessidades, a pessoa

Temos muitas cabeças levantadas, escudando o nosso povo das

se mobiliza e, se isso acontecer, sem uma identidade construída em

ameaças à nossa democracia no território AMESGUIANO definido

ambientes sadios, a possibilidade da desordem social pode ocor-

como chão das póvoas que têm registro histórico no seu berço.

rer. Na hipótese do interesse particular a sociedade sempre estará

A nossa Escola Superior, o UNIBAVE, se manterá viva sobre as

impaciente. A política de princípios coletivos, represa atitudes que

terras da “AMESG”, das Encostas da Serra Geral..., dialogando com o

desestabilizam a paz.

Sul Catarinense e indo além, com aqueles que querem democracia e o

Na falta de políticas públicas comprometidas com os direitos de cidadania, espaços geográficos se massificam sem ordem social, com

bem estar social para pessoas que têm, como capital mais importante, a sociedade que as protege.

29


“Propriedade

Sustentável”

Organização, planejamento e diversidade garantem propriedades mais rentáveis e contribuem para a solidificação do homem no campo

Administrar

a propr iedade com sustentabilidade e agregar cada vez mais renda é o objetivo de todo produtor. Para isso é preciso planejamento, contabilidade, e o mais importante, estar apto a aceitar mudanças e ter um perfil de empreendedorismo. Um grupo de famílias de várias comunidades de Braço do Norte está alcançando o sucesso. As famílias fazem parte do Programa “Propriedade Sustentável” desenvolvido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Braço do Norte através da Fede-

30

ração dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), em parceria com a Souza Cruz e com a Epagri. A organização das famílias fica por conta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Souza Cruz oferece o técnico, que realiza as visitas e ajuda os agricultores a organizar as suas propriedades. A Epagri oferece os programas Planejar e Contagri, que facilitam no planejamento e contabilidade da propriedade. Conforme a necessidade também são desenvolvidas novas parcerias. O projeto teve início em Braço do Norte há três anos


com o nome “Produtor 10”, hoje leva o nome de “Propriedade Sustentável”. Além de Braço do Norte o Programa piloto é desenvolvido em apenas mais três municípios de Santa Catarina, Imbuia, São Miguel do Oeste e Canoinhas. Com o sucesso, veio a repercussão nacional. “A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag) usa como exemplo em palestras sobre sustentabilidade. Esse é o modelo de assistência técnica que se quer no Brasil”, coloca o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Braço do Norte, Adriano Schueroff. O “Propriedade Sustentável” trabalha em três

setores: econômico, social e ambiental. No econômico o técnico ajuda a organizar a contabilidade da propriedade, no social se trabalha a felicidade e o bem estar da família e o ambiental ensina a importância da preservação para obter qualidade de vida. Adriano conta que uma das preocupações do Programa é se a família está feliz. “Não adianta ter uma propriedade com bastante dinheiro e todo mundo trabalhando demais e sem satisfação”, conta o presidente do Sindicato. A sigla que descreve o grande foco do Programa é IFF - Índice de Felicidade da Família.

Propriedade organizada, família mais feliz Quem faz todo trabalho técnico é o orientador agrícola da Souza Cruz Silvio Volpato. Ele explica que é realizado em cada propriedade um planejamento com o agricultor. “Conseguimos fazer um controle e no final do ano agrícola fazer a contabilidade, o balancete e ver o resultado e através do resultado corrigir alguns desvios e aproveitar algumas oportunidades para ganhar mais”, coloca Silvio. Com esse planejamento é possível fazer uma avaliação e constatar onde está se gastando demais, o que não está gerando lucro e qual o melhor caminho a ser seguido. Na parte social o foco é o ambiente interno da família, o diálogo entre pais e filhos, que também precisam participar do planejamento das atividades do dia a dia. “Até então, os pais decidiam o que fazer e os filhos obedeciam. Começamos a sentar com a família para dialogar, planejar, anotar e os filhos começaram a ter voz”, completa o orientador agrícola. Através desses diálogos os pais passam a perceber que cada membro da família tem importância dentro da propriedade e deve participar da distribuição de renda. “Mostramos o quanto cada membro da família ganha e o pai começa enxergar que o filho também faz parte da receita da família. Estamos tentando mostrar que o filho precisa ter participação nessa renda, para não mendigar o trocadinho no fim de semana e isso acaba incentivando o jovem a ficar na propriedade”, garante Silvio. A sucessão também é trabalhada dentro das famílias. Mostrar o quanto cada atividade gera de renda garante que o produtor e seus filhos permaneçam no campo. “O agricultor investe o dinheiro que sobra, então não sabe o quanto ganhou porque o que investe conta como despesa”, esclarece Silvio. A partir do momento que o agricultor passa a realizar as anotações fica mais claro

para ele o lucro que obteve em determinada atividade, ou então, a atividade que não fornece lucro. Assim fica mais fácil o planejamento. Adriano e Silvio contam que no começo do “Propriedade Sustentável” se depararam com famílias que estavam desistindo de trabalhar na roça, para buscar emprego na cidade, tendo como perspectiva salários entre R$ 700,00 e R$ 800,00 ao mês. “Após o primeiro ano da contabilidade provamos que na atividade agrícola estava sobrando R$ 1.500,00 ao mês, sendo que na sua terra era dono de seu negócio”, complementa Silvio.

Quem faz todo trabalho técnico é o orientador agrícola da Souza Cruz Silvio Volpato. Ele explica que é realizado em cada propriedade um planejamento com o agricultor.

31


Qualidade de vida e diversificação da propriedade Depender de apenas uma atividade no campo é arriscado. A ordem para quem quer obter mais renda é diversificar. “A Souza Cruz sempre trabalhou a diversificação, que consegue deixar o produtor um pouco mais sólido na agricultura, quem depende de apenas uma cultura fica muito vulnerável, qualquer probleminha que dá naquela atividade deixa o agricultor quase sem renda. A diversificação acaba dando a oportunidade ao agricultor, em um ano de perda ou frustração de safra, de saída na outra atividade, como trabalhamos muito a sustentabilidade e a continuidade da propriedade sempre olhamos muito isso”, explica Silvio. A diversificação também deve se estender as atividades que não geram renda, mas garantem a qualidade de vida. Propriedades que não trabalham com a bovinocultura de leite devem manter algumas

32

vacas e o leite e o queijo não precisam ser comprados. O animal de corte pode garantir carne de qualidade. É comum produtores rurais se dedicarem a apenas uma atividade e esquecer de manter uma horta, por exemplo, assim a qualidade de sua mesa já não é mais a mesma. O programa “Propriedade Sustentável” incentiva a horta em cada propriedade. “A maioria das famílias buscava tudo no mercado e começamos a batalhar em cima da qualidade de alimentação, junto com a Epagri, foram realizadas visitas e palestras, distribuição de sementes, incentivando a qualidade da alimentação”, enfatiza o orientador agrícola. Preservar o meio ambiente também é uma maneira de garantir uma propriedade sustentável. O Programa ensina que essa preocupação é fundamental e preservar as nascentes, que fornecem a água para a propriedade, é primordial, assim como a mata nativa também precisa ser preservada.

Critérios para a participação no “Propriedade Sustentável” Ao formar o grupo alguns pré-requisitos foram exigidos. O agricultor precisa ser dono de suas terras, não sendo aceito arrendeiro, é preciso ser produtor de fumo, estar na atividade a mais de três anos e ser fiel a empresa, ser sócio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Braço do Norte e principalmente ter perfil de empreendedor e aceitar mudanças. Atualmente o grupo é composto por 16 famílias, durante a trajetória houve a saída de algumas famílias, que abandonaram a plantação de fumo e já foram preparadas para outras atividades, com isso novas famílias passaram a fazer parte do grupo. Mas, o número não pode ser muito grande, para que a assistência seja prestada com qualidade.


Diversificação agrega renda para a família Jocken Programa e apoio da Epagri, eles decidiram diversiA família de Valcírio Jocken e Anair Michels Jocken, ficar e o resultado foi bem positivo. No primeiro ano da comunidade de Rio Santo Antônio, em Braço do a piscicultura já rendeu uma boa renda, cerca de R$ Norte, faz parte do programa “Propriedade Susten20 mil. O fumo continua sendo o carro chefe, mas tável” desde o início, de lá para cá foram muitas mudanças positivas. Além de Valcírio e Anair moram na agora sobra um dinheiro a mais para os investimentos na propriedade. E os investimentos não são poucos, propriedade os filhos Mauro e Marciel Jocken. Mauro Valcírio e Anair estão construindo uma casa nova é casado com Mileide Jocken Mates. Todos contribuem e a atual residência ficará para Mauro e Mileide. A com os afazeres da propriedade e a sucessão está aconconstrução já foi colocada dentro do planejamento, tecendo ao natural para a família. Após a participação assim como a nova safra de peixes, que deve ser ainda no Programa Mauro assumiu a responsabilidade de mais lucrativa. realizar todas as anotações. Para isso está se aperfeiçoMauro coloca que a principal muando, fez o curso Jovem Empreendedor dança foi o hábito de anotar todas as Rural do Senar, e em diálogo com toda “Antes não despesas e ganhos da propriedade. a família vai ajudando o pai a admianotávamos nada “Antes não anotávamos nada e quando nistrar a propriedade de 33,8 hectares, e quando chegava chegava o final do ano não tínhamos sendo que 1,5 ha é utilizado para o o final do ano não açude, 4,2 ha para o plantio do fumo, a tínhamos uma base” uma base”, relata Mauro. As visitas às outras propriedades participantes e a pastagem ocupa 5 ha, o reflorestamento troca de experiência entre os agricultores também é 6 ha e 14 ha é formado pela mata nativa, onde estão as importante na opinião de Mauro. nascentes que abastecem a propriedade e pelos planos Mas, a mudança que gerou renda foi a implantação da família devem ficar intocáveis. da piscicultura de forma profissional. “Estamos tentanA família Jocken sempre trabalhou na agricultura, do explorar mais atividades e não depender de uma a plantação de fumo sempre foi a principal renda. só”, completa o produtor. Mas com a entrada no “Propriedade Sustentável” O que pensavam sobre o meio ambiente também perceberam que o terreno poderia ser usado de uma mudou com a participação no Programa. Hoje as forma mais proveitosa. O açude, eles já possuíam, mas nascentes e a mata nativa dentro da propriedade da apenas para o lazer. Com o incentivo do família Jocken estão em boas mãos.

33


Curiosidades

MAIOR

batata-doce

do Brasil Santa Catarina produziu a maior batata-doce do Brasil. A colheita foi na chácara de propriedade do prefeito de Saudades, Antonio Ulsenheimer. Com 25,04 quilos e 1,20 metros de diâmetro, a batata-doce foi produzida em uma área situada na Linha Taipas, no interior da cidade, sob os cuidados da família de José Olíbio Jung. A batata-doce entrou para o RankBrasil, que registra os recordes brasileiros. A hortaliça foi o único alimento de grandes proporções colhido na propriedade. Não se sabe ao certo o que aconteceu para nascer uma batata-doce tão maior que o normal. A batata-doce possui um peso médio que varia entre 150 e 250 gramas e é a quarta hortaliça mais consumida no Brasil.

A ponte coberta No município de Santa Rosa de Lima foi construída uma ponte coberta. O que muitos não sabem é que isso era bem comum há muitos anos. De acordo com o prefeito Celso Heidemann há duas explicações para esse tipo de construção. O primeiro seria que eram registrados muitos acidentes com carros de bois, os animais se assustavam ao passar por uma ponte descoberta. Já ao atravessar uma ponte coberta tinham a sensação de estar entrando em um estábulo. A segunda explicação seria a conservação maior. Atualmente o município possui a única ponte coberta da Região. A ponte faz parte da revitalização da comunidade de Santa Catarina.

Cebola que não faz chorar Cientistas neo- zelandeses e japoneses criaram uma cebola (geneticamente modificada) que não provoca choro, este é uma espécie de mecanismos de defesa da planta, que ao cortarmos a cebola, ela libera aminoácidos sulfóxidos e enzimas no ar que em contato com os olhos provoca irritação e lágrimas, então os cientistas "desligaram" essa enzima, impedindo a formação do enxofre. Os cientistas também reconhecerem que o sabor do bulbo poderá ser afetado, devido a alteração genética e, alegam que, apesar de criar expectativa ao público, pode demorar em torno de 10 a 15 para chegar ao mercado.

Laranja atrai curiosidade em Sombrio Uma laranja de quase 2 quilos chamou atenção em Sombrio. Antonio Rodrigues Máximo, o Toninho, conta que resolveu expor duas frutas colhidas de um pé cuidado o ores pelo amigo Arcanjo, que mora no bairro São Luis. O comerciante levou as duas maiores para exposição. Uma de 1,3 quilo e a outra de 1,8 quilo, que no futuro deverão virar doce, utilização mais comum destas frutas gigantes.

34


Artigo Homeopatia funciona? No ano de 2006 quando iniciei o um curso de especialização em homeopatia a principais perguntas da maioria dos que se iniciavam no curso era: Será que homeopatia funciona? Será que funciona com animais? Depois de 3 anos de curso obtive a resposta: “sim funciona”. Hoje passados 3 anos da conclusão do curso me perguntam: “Tá, se funciona mesmo, porque quase ninguém usa?” Primeiro vou explicar a origem e depois tentar responder o porquê à homeopatia não se espalhou e se tornou de uso comum. A homeopatia tem mais de 200 anos, pois, iniciou no ano de 1796 depois que o seu descobridor Samuel Hahnemann a utilizou com sucesso em sua vida como médico, muitos passaram a segui-lo e começaram a utilizá-la com sucesso. Quando começou o seu utilizar em animais se confirmou o seu sucesso no tratamento das mais várias enfermidades. Vou responder as principais dúvidas que me perguntam sobe a homeopatia para tentar explicar o porquê de seu sucesso ou não: 1. Homeopatia e fitoterapia são a mesma coisa? Não, Fitoterapia, em geral,

são os chás, emplastros, etc., são os tratamentos onde se utilizam plantas. Homeopatia utiliza medicamentos de várias origens (animal, vegetal e mineral.) e se baseia no princípio da semelhança. 2. Homeopatia funciona com animais? Funciona sim, eu mesmo utilizo há 3 anos com o mesmo índice de sucesso dos medicamentos de origem química. Trato doenças como mastites, problemas de casco, verminoses, problemas de pele, infecções de útero, problemas reprodutivos, etc. 3. Porque na minha casa não deu resultado? Homeopatia ou qualquer tratamento que se utilize para seus animais é o problema menor, o trabalho maior tem que ser feito com a prevenção de doenças. Não adiante tratar uma mastite, curar esta mastite se o fator causador continua no ambiente, se o manejo continua errado. Não existe nenhum tratamento milagroso, existe sim manejo correto. Em geral a homeopatia falha devido a falta de conhecimento e orientações adequadas. 4. Preciso de orientação para usar homeopatia? Precisa sim, parece fácil comprar qualquer produto homeopático e fornecer aos animais, mas quando acontecem os problemas e não se tem conhecimen-

Por: Lucio Teixeira de Souza Med. Veterinário

to sobre como funciona a homeopatia, sobre o animal e sobre a doença, não adianta trabalhar com esta forma de tratamento. O ideal é fazer uma consulta em cada propriedade, pois uma mesma doença pode ser tratada com medicamentos diferentes, respeitando as características de cada rebanho e cada propriedade. 5. Porque a maioria os veterinários não usam homeopatia? Porque precisa estudar homeopatia. Como qualquer ciência tem que se estudar sobre o que se vai trabalhar, tem que conhecer e experimentar para comprovar a sua eficiência. Não se pode afirmar se funciona ou não conhecê-la. Eu, por exemplo, não discuto sobre uso de hormônios porque não sei muita coisa sobre o tema. Para discutir, teria que estudar ou fazer um curso sobre o tema. 6. Homeopatia resolve todos os problemas? Não, não resolve, mas ajuda a combater várias doenças, como qualquer medicamento. Ao mesmo tempo têm que solucionar as falhas de manejo que podem estar causando as doenças, e insisto neste tema, porque é uma das principais falhas. Ainda existe a procura do milagre, do medicamento que resolva todos os problemas dos animais, mas este medicamento não existe.

35


Leite e seus derivados aliados da boa

saúde Desde

pequenos aprendemos que consumir leite faz bem para a saúde. Com o passar dos anos estudos revelam ainda mais qualidades do leite. Nossa Região se destaca na produção de leite e principalmente de seus derivados. Somos privilegiados por termos tão perto esse alimento nutritivo e saboroso. Muitas dúvidas ainda existem e a nutricionista, da Láctea Brasil, Dra. Licínia de Campos, esclarece o que é verdade e o que é mito.

36


O leite ajuda a prevenir a diabetes? Verdade. Segundo os cientistas, a ingestão de produtos lácteos reduz o risco de síndrome metabólica – uma série de sintomas que aumentam a probabilidade de doenças cardíacas e diabetes. Eles constituem parte importante de uma dieta saudável, balanceada, e a recomendação é de consumir de duas a três porções de produtos lácteos magros por dia. Manter peso saudável pela dieta e pela atividade física são pontos vitais na redução do risco do desenvolvimento de diabetes tipo 2. É verdade que grávidas não podem tomar leite durante a gestação? Mito. A falta de consumo do leite e derivados durante a gestação coloca em risco o infante (feto) em uma série de deficiências nutricionais. Portanto, fica mais do que evidente que é necessário, se não premente, que a gestante tenha de consumir este grupo de alimentos construtores tão importantes obrigatoriamente, deixando de fazê-lo somente por intolerância à lactose ou alergia ao leite, ou outros problemas decorrentes desta ingestão, casos raros na vida prática. Leite ajuda a combater a osteoporose? Verdade. Osteoporose é uma doença na qual os ossos se tornam mais frágeis e suscetíveis às fraturas. Ossos saudáveis necessitam de dieta bem balanceada, incorporando minerais e vitaminas de diferentes grupos alimentares, especialmente para garantir que a dieta seja rica em cálcio. As melhores fontes de cálcio são leite e derivados, prontamente absorvidos pelo organismo e que dão aos ossos sua força e exercem papel importante na estrutura, no desenvolvimento e na manutenção dos tecidos ósseos. Leite ajuda na prevenção do câncer? Verdade. Em termos de risco de câncer, laticínios e cálcio demonstraram tanto efeitos protetores quanto danosos. Mas os benefícios totais na saúde comprovados superam os danos não comprovados. As evidências sugerem que laticínios e cálcio têm papel protetor na prevenção do câncer colorretal. É verdade que não se pode tomar leite com manga? Mito. Na época da escravidão, os senhores de engenho, preocupados em diminuir o consumo de leite por parte dos escravos (quanto menor o consumo, maior a sobra para comercialização) e sabedores da grande quantidade de manga que os escravos consumiam devido à fartura dessa fruta, diziam que consumir manga e tomar leite poderia até causar a morte. Daí o folclore. Até hoje, a força dessa crendice se manifesta. Na verdade, a combinação manga com leite faz muito bem para a saúde, representando uma dupla altamente nutritiva.

É verdade que crianças com menos de um ano devem evitar tomar leite de vaca? Verdade. O leite de vaca não é recomendado para crianças com menos de 1 ano. Os bebês alimentados com leite integral de vaca (LIV) não obtêm vitamina E suficiente, ferro e ácidos graxos essenciais. Por outro lado, há a obtenção de muita proteína, sódio e potássio. Estes níveis podem ser muito altos para o sistema da criança suportar. A proteína e gordura do LIV são mais difíceis para uma criança digerir e absorver. A recomendação é que essas crianças sejam amamentadas ao peito ou com fórmulas fortificadas com ferro nos seus primeiros 12 meses de vida. Leite ajuda no combate da anemia? Verdade. A ingestão de carne vermelha e leite fortificado podem combater os níveis diminuídos de ferro. Quando este mineral está em falta causa anemia. Se severa o suficiente, principalmente em crianças, pode retardar o desenvolvimento cerebral e mesmo resultar em problemas de comportamento e função cognitiva prejudicada. É verdade que a gordura do leite pode ser saudável? Verdade. Há um aumento da preocupação global sobre o papel dos alimentos na saúde e nas doenças crônicas. Leite e seus derivados são fontes importantes de proteínas e gorduras dietéticas das refeições de muitas culturas. Embora considerados alimentos com alto teor em colesterol, o leite e seus derivados não são os maiores contribuidores para o colesterol dietético, pois o leite integral contém 10 – 15 mg de colesterol/dL, enquanto o leite desnatado a 1% contém menos que 8 mg/dL de colesterol. As gorduras trans foram implicadas como fatores de risco para DCV (doenças cardiovasculares), devido ao seu efeito hipercolesterolêmico. Os riscos de DCV das gorduras trans ingeridas no leite e seus produtos são, contudo, muito pequenas comparadas ao risco do consumo de óleos vegetais hidrogenados. É verdade que leite hidrata? Verdade. Leite achocolatado, por exemplo, é a última novidade em bebida esportiva, focando a atenção do mundo do fitness. Pode parecer incomum que a bebida cremosa de nossa infância possa beneficiar atletas, mas vários estudos recentes descobriram que beber leite após se exercitar pode ter efeitos positivos na regeneração e construção dos músculos e hidratação. O chocolate tira o efeito do leite? Mito. O leite aromatizado contém os mesmos nove nutrientes essenciais que o leite puro: cálcio, potássio, fósforo, 37


proteínas, vitaminas A, D e B12, riboflavina e niacina (equivalentes) e é uma alternativa saudável aos refrigerantes. O consumo de leite aromatizado ou puro com baixo teor em gordura ajuda a cumprir a recomendação dos guias alimentares de três porções ao dia. O café tira as proteínas do leite? Verdade. O café interfere na absorção do cálcio contido no leite, o que torna a mistura café com leite um alimento pouco eficaz. Vários fatores podem influenciar a biodisponibilidade de um nutriente. O café possui substâncias bioativas e que podem contribuir para as atividades antioxidantes. Leite engorda? Mito. Um relatório recente do National Dairy Council demonstrou que a ingestão adequada de alimentos ricos em cálcio tais como leite, queijos ou iogurte têm importante consideração para a promoção da saúde, ou, em outras palavras, na redução do risco de várias desordens médicas. Um experimento clínico controlado em adultos obesos demonstrou que o consumo de produtos lácteos, em particular o cálcio e vitamina D do leite, acelera significativamente a perda de gordura e perda de peso corporal. Leite é bom para gastrite? Verdade. Os resultados de estudos clínicos confirmam que o iogurte combate a bactéria causadora de gastrite e úlceras estomacais. Os pesquisadores já sabiam há longo tempo que o iogurte, produto lácteo fermentado contendo bactérias vivas, é uma fonte saudável de cálcio, proteínas e outros nutrientes. Leite quente auxilia no sono? Verdade. Pode parecer como um conto de velhas, mas tomar uma xícara de leite quente encoraja o entorpecimento porque o leite contém propriedades promotoras do sono. Isso é graças ao seu teor em cálcio, o qual os especialistas em sono indicam c como ajudante de relaxamento. É rico também em triptofano, que o organismo converte à serotonina – um hormônio natural que ajuda a adormecer. A sugestão é optar por leite desnatado, pois é menos engordativo, mas ainda contém alto teor em cálcio. Leite com alto teor gorduroso pode solicitar maior gasto do sistema digestivo e fígado, o que estimula a atividade digestiva, mantendo a pessoa acordada à noite. Leite é bom para os dentes? Verdade. Os nutrientes do leite tais como cálcio, fósforo, magnésio, vitamina D e outros dão suporte ao desenvolvimento 38

dos dentes e tecidos orais em crianças em idade tenra, o que ajuda a proteger contra cáries dentárias. Leite é importante em todas as faixas etárias? Verdade. O leite é considerado como o alimento mais perfeito da natureza por conter quase todas as substâncias essenciais para a nutrição humana. Embora o leite e seus derivados sejam voltados principalmente para nutrir os jovens, os nutricionistas geralmente incluem lácteos para equilibrar as dietas humanas de todas as idades. Produtos lácteos têm as mesmas vitaminas que o leite puro? Verdade. Os produtos lácteos contêm muitos nutrientes importantes para a boa saúde e nutrição. Queijos contêm os mesmos nutrientes benéficos que o leite, mas a maioria contém mais gorduras saturadas e altos níveis de sal. O iogurte é rico em proteínas e vitamina B2, essencialmente os mesmos nutrientes que o leite. Algumas variedades contêm bactérias vivas, e são saudáveis para o sistema digestivo. Mesmo assim mais e mais pessoas estão evitando o consumo de produtos lácteos diariamente. Os motivos são variados, particularmente porque muitos produtos lácteos são comparativamente mais ricos em gorduras. É verdade que não é necessário consumi-los todos os dias para obter quantidades suficientes de vitaminas essenciais, mas podem ser boa fonte de vitaminas e outros nutrientes. Assim um bocadinho do queijo favorito pode ser uma escolha inteligente e saudável. Se houver chances, prefira os de baixo teor em gorduras. É verdade que tomar muito leite na infância faz evitar problemas de saúde quando adulto? Verdade. As recomendações para a ingestão dietética de c cálcio têm aumentado para crianças e adolescentes a fim de maximizar o pico da massa óssea e por fim reduzir o risco de fraturas osteoporóticas. Os benefícios a longo termo do aumento da ingestão de cálcio durante o crescimento, se traduzem em redução de doenças muitas décadas depois. Os estudos demonstram que a suplementação da dieta com leite ou derivados resultam em efeitos persistentes na massa óssea. A ingestão de leite causa pedras nos rins? Mito. Cálculos (litíase renal) nos rins não são ocasionados por ingestão de leite. Ao contrário da crença popular, o leite não provoca aumento de depósitos minerais nos rins, levando à formação de cálculos renais. As pesquisas na Universidade de Chicago mostraram que as pessoas podem consumir 600 mg de cálcio (a quantidade de duas xícaras de leite) sem aumentar seu risco de formação de cálculos. Alguns estudos sugerem que a ingestão de leite está associada com taxas menores de formação de cálculos renais.


39


Giro Agropecuário

Diogo Schotten Becker Gestor em Agronegócio e Acadêmico de Agronomia

MUDANÇAS E DESAFIOS para agricultura familiar

A mudança é permanente, o que precisamos é se adaptar constantemente a estas mudanças.

40

Nos últimos meses vivenciamos diversos temas polêmicos no mundo, EUA com risco de calote, já solucionado pelo novo pacote econômico aprovado pelo Senado, Alemanha que teve o problema de contaminação dos alimentos por E. coli, países europeus buscando recursos no FMI (Fundo Monetário Internacional), China com um desenvolvimento menor do que o esperado. Brasil com risco de superaquecimento segundo dados do FMI. E estamos vendo a queda das bolsas de valores do mundo todo o que segundo alguns economistas trata-se de uma nova crise mundial. Com tudo isso se molda novos cenários econômicos para agricultura familiar. E surgem inúmeros desafios para o agronegócio regional como: produzir mais com área menor, ajustar os custos conforme os preços do mercado, enfatizar a gestão financeira da propriedade e produzir de forma sustentável. Ter em sua propriedade atividades que tenham valor agregado e um ganho maior por unidade vendida, tais como: suínos, leite, aves, flores, produtos olerícolas (couve flor, beterraba, alface entre outros), claro que algumas destas atividades tem um ciclo econômico de altos e b baixos, porém elas tem mostrado viabilidade quando dos anos. Isto se demonstra essencial e necessáanalisamos esta atividade no longo lo rio em pequenas propriedades. o custo médio de produção mundial. Ajustar o custo de produção conforme c da Secretaria de Agricultura do Estado, os preços De acordo com SPIES, Diretor d praticados no mercado são um pouco acima do preço médio de custo. Isto significa dizer que, aqueles que têm um custo médio de produção acima da média esta no máximo empatando ou tendo prejuízo naquilo que está produzindo. E este de produção só é possível quando a gestão da ajuste nos custos cu propriedade é feita de forma planejada, para que possam minimizar os riscos. Como não bastasse, as exigências ambientais são eminentes, haja visto que o mercado exige que o produto seja produzido de não agrida o meio ambiente e com normas de bem forma que nã estar animal, portanto, portan é necessário adequar-se a estas regras não por exigência governamental e sim por questões de mercado. O governo apenas fiscalizador das regras impostas pela sociedade. cumpre seu papel de fiscalizado Portanto o que nos resta é ag agirmos sobre o que está ao nosso alcance, que é genético para que se possa ter efetivos o custo de produção e o melhoramento melhor ganhos de produção. A mudança é permanente, o que precisamos é se adaptar constantemente a estas mudanças.


Saber Planejar Plano Safra 2011/2012

Carlos Geraldo Rodrigues Junior Técnico Agropecuário E-Mail: saberplanejar@hotmail.com

No dia 12 de julho a presidenta Dilma Rousseff lançou em Francisco Beltrão o plano safra 2011/2012 com alterações que vem a beneficiar a permanência do agricultor no meio rural. Uma das principais mudanças deste novo plano é a redução de juros da linha PRONAF, com a redução de 4% para 2% de juro ao ano. Outras mudanças são as elevações dos valores a serem financiados pelo PRONAF mulher, PRONAF jovem, PRONAF agroindústria e criação do PRONAF agroecologia. Alem do crédito, ouve também alterações nas políticas de comercialização como PAA e PNAE aumentando o limite por agricultor e criação da PGPM-AF política de garantia de preço mínimo para a agricultura familiar. Este plano safra pensa em toda a cadeia produtiva, disponibilizando crédito, políticas de comercialização e de garantia de preço, dando condições para que o agricultor invista na propriedade com segurança. E para que o ciclo fique completo o governo criou a política de assistência técnica, possibilitando acesso a todos os agricultores de um profissional habilitado orientando seus investimentos.

41


faz a diferença em busca de conhecimento

Municípios do Vale do Braço do Norte servem de exemplo para quem busca a bovinocultura de leite com sustentabilidade

42

alguns anos a agricultura do Vale do Braço do Norte passou por uma grande mudança. A produção de leite foi ganhando espaço e aos poucos se tornou o carro chefe de muitas propriedades. Hoje, a Região é exemplo e recebe de braços abertos produtores e técnicos, que buscam ver in loco o sucesso da produção de leite com sustentabilidade. A troca de experiência entre os produtores rurais está se tornando cada vez mais frequente e benéfica tanto para quem visita quanto para quem recebe. Nas conversas surgem novas alternativas e logo vem o pensamento: se está dando certo para ele pode dar certo na minha propriedade. Com o crescimento da agricultura todos ganham e o agricultor permanece no campo produzindo o alimento e vivendo com mais qualidade. O crescimento e o destaque no cenário estadual só foram possíveis graças ao esforço de todos, técnicos da Epagri, Cidasc, secretarias de Agricultura dos municípios,

as indústrias de laticínios tiveram e tem um papel fundamental, assim como os agricultores que colocam em prática tudo o que é repassado. De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri de Rio Fortuna, João Paulo Dornelles Reck, o Vale do Braço do Norte vem se destacando na atividade leiteira, que vem crescendo pujantemente nos últimos anos. O envolvimento dos técnicos que prestam assistência para os produtores contribuem para este aumento de produção e de produtividade do leite, além de incentivar os produtores a adotar sistemas mais sustentáveis de produção. “A assistência técnica qualificada prestada pelos técnicos da Epagri, dos laticínios e das secretarias municipais de Agricultura, que na maioria dos casos atuam em conjunto em uma mesma propriedade, tem contribuído de forma decisiva para estas mudanças, no entanto agricultores são os verdadeiros protagonistas deste sucesso, pois eles que adotam as tecnologias oferecidas pelos técnicos”, completa João.


Produtor Ambrósio Tenfen já está acostumado a receber grupos em sua propriedade em Rio Fortuna. Todos são bem recebidos.

Visitas são frequentes O engenheiro agrônomo João Paulo explica que o município de Rio Fortuna está se tornando uma referência no sistema de produção de leite a base de pasto. “Suas propriedades rurais são constantemente demandadas para receber excursões de agricultores e até de técnicos de outros municípios e de outras regiões do Estado que vem visualizar os bons exemplos de produtores de leite que adotam o sistema de produção a base de pasto”, declara. O produtor Ambrósio Tenfen já está acostumado a receber grupos em sua propriedade em Rio Fortuna. Todos são bem recebidos. “Já estou bastante acostumado a receber visitas, a todo mês, a todo instante tem gente visitando a propriedade. É muito bom, com a troca de ideia dá para aprender coisas novas, além do que já sabemos, mas sempre vamos aprendendo coisas novas”, garante o produtor. Sua propriedade foi uma das primeiras do Vale do Braço do Norte a implantar o Sistema Voisin, os conhecidos piquetes. “Fui um dos primeiros a fazer os piquetes, na época com a ajuda do Alexandre Furlaneto Fernandes. Foi tudo medido com trena, hoje já está mais fácil, o resultado já sai no computador”, lembra Ambrósio. Hoje a propriedade de Ambrósio conta com 45 piquetes de 2.500 m² cada. Mas, o produtor alerta que a busca pelo melhor é constante. “É preciso sempre melhorar, procurar coisas novas, senão ficamos para trás”, garante. João Paulo explica que a visita técnica é um dos principais instrumentos de difusão da tecnologia, pois os agricultores que visitam podem visualizar na prática as inovações tecnológicas, e ainda, trocar informações com os agricultores que estão sendo visitados e com os técnicos que estão acompanhando a visitação. “Os agricultores de uma forma geral são como o São Tomé. O São Tomé quer ver para crer. É muito mais fácil um agricultor adotar uma nova prática quando ele vê esta prática acontecendo e dando certo numa outra propriedade”, afirma o engenheiro agrônomo.

Agricultores de Trombudo Central visitam Rio Fortuna No dia 13 de julho de 2011 um grupo de Trombudo Central, localizado no Alto Vale do Itajaí, foi até Rio Fortuna e visitou as propriedades de Ambrósio Tenfen, Lucas Hemckemeier e Evilasio Koch. Os dois municípios possuem características parecidas, são formados por pequenas propriedades de mão de obra familiar e por um terreno acidentado. Por isso o que é sucesso em um pode ser levado para implantação no outro. O técnico da Epagri de Trombudo Central, Elias Cesar Silva conta que há alguns anos foi criado no município grupos de trabalhos conhecidos como Grupos de Integração e Troca de Experiências. Atualmente são dois grupos. “Tudo começou após um seminário com os agricultores, queríamos na verdade montar um traba-

43


Em Rio Fortuna, grupo da cidade de Trombudo Central observaram a sobressemeadura, que está sendo desenvolvida com sucesso

lho de comprometimento entre assistência técnica e agricultores e semeadura também é realizada no município, mas não com a chegamos a conclusão que a melhor forma seria criarmos grupos riqueza em que é desenvolvida em Rio Fortuna, com o uso do trevo. “Achávamos que o trevo não dava em nossas pastagens, organizados de trocas de experiências”. Cerca de 10 famílias participam em cada grupo, que se reúnem mas chegamos a conclusão que se dá em Rio Fortuna pode dar em uma vez ao mês cada vez na casa de uma das famílias participan- Trombudo Central também. Estamos descobrindo que o segredo está no manejo e na adubação”, complementa Elias. tes. Cada propriedade é avaliada e passa por um A agricultura de Trombudo Central é composta levantamento. “Todos conhecem cada propriedade por pequenas propriedades. A produção de leite no e nos tornamos amigos, nos reunimos para ver a Com a troca de propriedade, ver o que está sendo feito de novo, experiência os município pode ser considerada a quarta fonte de renda na agricultura, mas está em ascensão. “Os os agricultores conseguem sugerir mudanças e ao agricultores vão agricultores estão buscando a produção de leite mesmo tempo se torna um grande grupo de amigos porque tem o cafezinho, a conversa, é uma coisa aprimorando suas como alternativa de renda, migrando da produção atividades. de fumo e de mandioca. Características muito maravilhosa”, garante Elias. parecidas com Rio Fortuna e por isso estamos Com a troca de experiência os agricultores vão aqui, justamente porque vimos uma semelhança aprimorando suas atividades. “O nosso foco é troca de experiência e é isso que nós fizemos em Rio Fortuna”. O grupo interessante. Quem sabe daqui a algum tempo o pessoal daqui que realizou a visita às propriedades de Rio Fortuna ingressou a vai nos visitar e possamos mostrar experiências interessantes que pouco tempo na atividade leiteira, cerca de quatro anos. “Temos partiram dessa daqui, que estamos vendo aqui”, coloca o técnico boas experiências, mas também estamos buscando sempre novas. da Epagri durante a visita ao município do Vale do Braço do Norte. O técnico de inseminação artificial e melhoramento genético de A experiência em Rio Fortuna nos chamou atenção e por isso reaTrombudo Central, Osnildo Justino da Silva também integrava o lizamos a visita”, completa o técnico da Epagri. Parte do grupo realizou a visita a Rio Fortuna. “Não veio todo o grupo de visitas. Para ele a troca de experiência é fundamental. “É grupo, apenas a metade e com certeza os que ficaram em Trombudo importante esse entrosamento para que essas experiências sejam Central vão ouvir as novidades na próxima reunião”, explica Elias. trocadas, ás vezes algo simples, como a solução para um problema Assim como saem para conhecer novidades em outros municí- de adubação, pode se adaptar a minha propriedade. Se os produpios os agricultores de Trombudo Central também recebem visitas tores de Rio Fortuna forem para Trombudo Central vão conhecer e assim vão trocando experiências. Em Rio Fortuna observaram e levar algo de importante com certeza”, coloca Osnildo. Tornar a sobressemeadura, que está sendo desenvolvida com sucesso. a atividade mais rentável é fundamental para a permanência do O técnico da Epagri de Trombudo Central explica que a sobres- homem no campo e essas visitas contribuem para isso. “É muito 44


importante para que a atividade se torne mais rentável e faz com que o agricultor ganhe mais e a família permaneça no campo, podendo viver muito bem com a atividade rural. Com essa troca de experiência, com aprimoramento de técnica para tornar mais viável a vida dentro de uma propriedade rural”, complementa. Osnildo também conta que há alguns anos muitos animais de Trombudo Central foram comprados por produtores de Rio Fortuna. “Há 15, 20 anos saiu muito gado do nosso município para Rio Fortuna, tínhamos uma boa genética. De uns anos para cá isso cessou, devido ao melhoramento genético que houve na região do Vale do Braço do Norte”. A agricultora Narisse Baasch Bennert participou junto com a filha Jeniffer Bennert da visita à Rio Fortuna. O que mais lhe impressionou foi o uso do trevo. “A experiência marcante para mim foi o trevo”, coloca a agricultora. O que também chamou a atenção de Narisse foi o manejo dos animais e a água nos piquetes. A agricultora trabalha somente com a bovinocultura de leite, possui 35 vacas e mais 35 novilhas. “Vamos sempre repondo”, completa Narisse.

Técnicos da Epagri da

Amurel aprimoram

conhecimentos Já no dia 28 de julho de 2011 foi a vez dos produtores Ambrósio Tenfen, Lucas Hemckemeier e Roberto Weber receberem um grupo formado por técnicos da Epagri dos 19 municípios que formam a Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel). De acordo com o coordenador de pecuária da Epagri regional de Tubarão, Inácio Trevisan o objetivo do encontro e da visita é a atualização técnica e a capacitação na área de produção de leite com sustentabilidade. “Visitamos propriedades de Rio Fortuna que tem bons exemplos de produção de leite basicamente na produção de pasto e complementarmente com concentrado, mas onde já existe um bom plano forrageiro, boa produção de pasto e demonstram a viabilidade da produção de leite com sustentabilidade”, explica Trevi-

san. “Nós temos um trabalho permanente de atualização e capacitação, reuniões, visitação, para verificar os resultados. Principalmente os bons resultados, que devem ser multiplicados, essa é a missão da Epagri”, completa Trevisan. Para ele é importante salientar a participação e o apoio da Prefeitura de Rio Fortuna, através da Secretaria de Agricultura assim como também das indústrias de laticínios e agropecuárias. “A Epagri está colaborando, fazendo a sua parte, mas uma série de outras instituições, pessoas, meios de comunicação, indústrias, agropecuárias estão colaborando nesse sentido”. Com a união e bom trabalho de todos que integram a produção de leite e seus derivados o município de Rio Fortuna mostra para Santa Catarina e para o Brasil como é possível viver com boa qualidade no campo.

Exemplos de visitas recebidas no segundo semestre de 2011

Objetivo do encontro e da visita é a atualização técnica e a capacitação na área de produção de leite com sustentabilidade

22/06 - Visita de um grupo de 18 agricultores de Pedras Grandes; 13/07 - Visita de um grupo de 15 agricultores de Trombudo Central; 28/07 - Visita de um grupo de 25 técnicos da Região de Tubarão; 04/08 - Visita de um grupo de 15 agricultores de Angelina; 11/08 - Visita de um grupo de 15 agricultores de Anitápolis; 31/08 - Visita de um grupo de 20 agricultores da Região de Florianópolis; Está previsto para setembro uma visita de 25 técnicos da Região de Rio do Sul. Lembrando que estas são somente as visitas agendadas através da Epagri e que os técnicos dos laticínios também conduzem visitas aos produtores. 45


Ao lado do produtor MANEJO E FORMAÇÃO DE PASTAGENS parte 01

Por Fernando Ricken do Laticínios Da Rolt

A pastagem é o principal insumo da pecuária de corte e leite. Portanto, deve apresentar boa produtividade, qualidade, palatabilidade e longevidade. Para que isso ocorra, alguns procedimentos ou técnicas de baixo custo devem ser adotados, ou até mesmo o não aumento de custos.

Escolha Formação da pastagem Limpeza da área: Eliminar sem interferir na germinação da da espécie rebrote de porte alto, arbustos, pastagem. moitas, tocos, paus ou galhadas. Em áreas que apresentarem uma ou cultivar Correção da acidez : Quando alta infestação de invasoras ou forrageira a análise de solo indicar a necessi- outras forrageiras, fazer o preparo Para cada propriedade existe uma espécie mais adaptada e produtiva. Quando da escolha dessa espécie, os seguintes procedimentos devem ser observados: • Diagnóstico da área: realizado por meio da análise química e física do solo, tipo de solo, clima, topografia, pragas, invasoras, impedimentos físicos ou mecânicos, histórico da área e outros. • Associado ao diagnóstico, devem ser ainda considerados a produtividade desejada, o nível tecnológico a ser adotado, o objetivo da produção e a época de utilização da espécie.

dade de uso de calcário, este deve ser aplicado com uma antecedência de 60-90 dias antes da aplicação de adubo fosfatado; a quantidade a ser utilizada também vai depender da espécie forrageira e o nível de produtividade desejado. Consultar um engenheiro-agrônomo. Preparo do solo: Deve ser feito de modo a proporcionar uma ótima germinação e estabelecimento da pastagem. A intensidade e os equipamentos a serem utilizados no preparo de solo vão depender do tipo deste, quantidade e espécies de invasoras e a forragem a ser implantada. A pastagem deve ser encarada como uma cultura que vai produzir por muitos anos. Portanto, o preparo do solo deve ser igual, ou melhor, ao daquele utilizado para plantio de sorgo, feijão, milho e outros, isto é, poucos torrões, solo nivelado e livre de invasoras, com pouca palhada. Em áreas que apresentarem uma alta quantidade de palhada, realizar o preparo do solo no mínimo 120 dias antes do plantio, para que ocorra a decomposição dela

do solo escalonado para favorecer a germinação e eliminação delas, retardando o plantio da forrageira. Evitar o preparo excessivo do solo (pulverização), principalmente nos mistos e arenosos. Correção de fósforo, potássio, enxofre e micronutrientes: Aplicar as quantidades recomendadas desses nutrientes quando a análise de solo indicar deficiências, levando em consideração o resultado da análise de solo, a exigência de cada espécie e o nível de produtividade desejado. Podem ser aplicados antes do plantio ou em cobertura, exceção feita aos fosfatos naturais reativos, que, quando recomendados, devem ser sempre antes do plantio e incorporados. Quantidade de sementes: A quantidade de sementes deve obedecer as recomendações indicadas pelo fabricante. Época e método de plantio: Para a maioria das forrageiras, a época do plantio é muito ampla em quase todo o território nacional, começando com as primeiras chuvas em setembro até março. A melhor

época é de novembro a janeiro. Plantio a lanço: O plantio pode ser realizado a lanço sobre o solo devidamente preparado com uma grade leve, parcial ou totalmente fechada, para incorporar as sementes de 0,5 a 4 cm de profundidade, exceto para estilosantes ou andropógon. Logo após a última gradagem (niveladora), aplicar a semente e passar o rolo compactador de ferro ou pneu, com maior peso no solo arenoso; médio, no misto, e leve, no argiloso. Plantio com semeadeira: Deve seguir as mesmas exigências do plantio a lanço, com espaçamento entre linhas de 13 a 40 cm, dependendo do equipamento e espécie forrageira, com profundidade de 0,5 a 4 cm, podendo realizar, na mesma operação, a adubação da pastagem ou consórcio com outras espécies. Se a semeadeira não possuir sistema de compactação, passar o rolo compactador. Condição ótima para plantio: Solo bem preparado, com boa umidade, baixa incidência de invasoras, pragas ou outras forrageiras, plantio de novembro a janeiro, utilizando equipamento adequado, na profundidade da semeadura recomendada, e rolo compactador. continua...

46


Resolução 414/2010 da ANEEL gera dúvidas

A

Resolução 41 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) vem gerando dúvidas. Existem duas interpretações. Em uma delas os agricultores, que não produzem alimentos não se enquadrariam na classificação rural. Já, em outra interpretação a restrição da ANEEL não caberia aos produtores, que tiram seu sustento da terra. A Federação das Cooperativas de Energia do Estado de Santa Catarina (Fecoerusc) informou que tem conhecimento verbal de que a ANEEL fará consulta pública para definição da classe rural e outros artigos que necessitam de correção. Nivaldo Vandresen é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Rosa de Lima e também vice-presidente

da Cooperativa de Eletrificação Rural de Anitápolis (Ceral), e entende que a Resolução irá prejudicar os fumicultores. De acordo com Nivaldo, em uma reunião, da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), no mês de junho, propôs que houvesse um artigo dentro do Estatuto da Afubra, para que o produtor de fumo tivesse representação junto à ANEEL, e assim foi feito. “Reclassificar o produtor de fumo como não rural, para nós é o absurdo dos absurdos, eles trabalham dentro de uma propriedade rural, emitem a nota do produtor rural para poder vender o produto”, coloca Nivaldo. Nivaldo explica que a Ceral está cumprindo a Lei e mesmo sendo contra pre-

cisa acatar as ordens da ANEEL, já que é uma permissionária. A solução apresentada aos produtores que fazem parte da Ceral é a colocação de um medidor somente para a estufa de fumo. Como o consumo, geralmente começa no mês de novembro em diante, por enquanto, os produtores estão sendo notificados. Já para o presidente da Cooperativa de Eletricidade de Grão Pará (Cergapa), Sávio Müller, há uma precipitação no entendimento da Resolução. Para ele o produtor de fumo continua se enquadrando na tarifa rural e a readequação da tarifa se daria na indústria fumageira. O município de Grão Pará possui 57% de suas ligações no meio rural e entre eles estão os fumicultores.

47


MERCADO AGRÍCOLA

Embrapa investe em intercâmbio científico entre Brasil e Argentina Em março deste ano, a Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC), empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, iniciou o que espera ser uma nova fase nos intercâmbios científicos da Unidade. Durante cerca de cinco meses, a médica veterinária Maria Soledad Serena, do Laboratório de Virologia da Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade Nacional de La Plata (UNLP), da Argentina, foi a primeira participante do programa de treinamento no exterior para bolsistas de pós-doutorado. O acordo básico de cooperação científica e tecnológica foi firmado entre os governos do Brasil e da Argentina, através da Embrapa e UNLP. “Este projeto de cooperação técnica é muito importante para a troca de conhecimentos e experiências. O convênio foi uma ideia que deu certo e agora esperamos que seja uma parceria para o futuro”, diz a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves Janice Zanella, que supervisionou o treinamento. Janice considera que “apesar de vizinhos, Brasil e Argentina ainda estão distantes quando se trata de intercâmbio 48

científico”, referindo-se às rotinas de laboratórios e métodos de trabalho, principalmente na área da suinocultura. No período em que esteve na Embrapa Suínos e Aves, Maria Soledad desenvolveu suas pesquisas no Complexo de Laboratório de Sanidade e Genética Animal. O objetivo do trabalho foi estudar viroses que causam prejuízos para a indústria suinícola. “O treinamento nas técnicas de diagnóstico vai permitir suas aplicações nos laboratórios argentinos”, diz Maria Soledad, que também destaca a oportunidade proporcionada pelo intercâmbio científico. “É muito importante conhecer o dia a dia das práticas no laboratório, a estrutura e as técnicas. Agora o trabalho continua na Argentina”, afirma a pós-doutoranda. A conclusão deste primeiro intercâmbio aconteceu no final de julho, quando Maria Soledad apresentou no auditório da Embrapa Suínos e Aves o seminário "Desarrollo de un ELISA diferencial basado en la expresión en baculovirus del mayor dominio inmunogénico de la glicoproteína E del virus de la EA".

BRASIL E ARGENTINA O país vizinho tem números bem distintos dos brasileiros com relação ao número de animais e consumo de carne suína. Enquanto no Brasil os rebanhos chegam a 37 milhões de cabeças, na Argentina não passa de 2,27 milhões de animais segundo as estimativas para 2009 da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). O consumo anual de carne suína no Brasil chega a 13,34 kg por pessoa, enquanto na Argentina o valor cai praticamente pela metade, chegando aos 7,41 kg por pessoa, segundo números de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto Nacional de Estadística y Censos da Argentina (Indec) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).


Carnes As exportações de carnes no primeiro semestre de 2011 Depois dos reveses sofridos pelas exportações brasileiras e catarinenses de carnes, provocados pela crise internacional em 2008, recuperação começou em 2009 e melhorou em 2010. A recuperação veio antes para os volumes e depois para os valores, devido à queda de preços, que foi mais duradoura. A carne suína foi exceção, pois o volume se recuperou em 2009, mas voltou a cair em 2010, tanto para o Brasil, quanto para Santa Catarina. A carne bovina brasileira se recuperou em 2009 e continuou a melhorar em 2010, ainda que levemente (0,9%). A carne de frango teve desempenho melhor: cresceu em 2010, 5,1%. A carne de frango catarinense seguiu a mesma trajetória, mas em 2010 aumentou menos do que o Brasil (3,4%) Os valores se compor taram de forma diferente: todos os produtos caíram em 2009 e cresceram em 2010, para o Brasil e para o estado. Como os valores decorrem em parte dos preços, estes também cresceram em todos os casos em 2010. Quando se comparam os valores e preços de 2010 com o ano de 2008, o resultado é diferente: os números mais elevados continuam sendo os de 2008. Isso só veio a se alterar em 2011. No primeiro semestre de 2011, em volume para o Brasil, só cresceu a carne de frango (6,8%). As carnes suína e bovina decresceram, principalmente a bovina (-13,9%). No caso de Santa Catarina ouve crescimento, tanto na suína quanto na de frango, principalmente a suína (20,5%) No valor todos os montantes aumentaram no primeiro semestre, comparado ao mesmo período

de 2010. No caso brasileiro destacou-se o frango (28,5%). No caso catarinense o frango aumentou mais (31,1%), mas o maior crescimento foi da carne suína (38,9%). A maior diferença do primeiro semestre de 2011 em relação a 2008, é que os preços mais recentes são maiores, à exceção do preço da carne suína do Brasil: US$ 2,79/kg para US$ 2,47/kg (-1,8%). Em resumo, o desempenho de Santa Catarina na carne suína e na de frango, no primeiro semestre de 2011, foi melhor que o da média brasileira. E a recuperação dos preços foi plena (inclusive para a carne bovina brasileira), ao contrário da opinião de muitos analistas, que achavam que aqueles preços não voltariam. Isso decorreu dos aumentos internacionais, em dólar, de todos os produtos, mas o câmbio com o real valorizado, tem dificultado a expansão das exportações brasileiras em todos os setores da economia. O exemplo dos preços do frango brasileiro (produto de maior valor entre as carnes) demonstra que o ritmo de crescimento ou queda do preço em dólar, quando combinado com o câmbio flutuante do Brasil, produz um preço em real de ritmo totalmente diferente. O real valorizado aumenta o preço do produto brasileiro em dólar, o que diminuiu ou tira a competitividade, diante de produtos de outras origens, ou obriga as indústrias brasileiras a baixarem os preços, diminuindo a margem de lucro. Isso, é claro, vai acabar diminuindo os preços pagos aos produtores de suínos, aves e bovinos.

49


50


51


52


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.