O céu pode esperar... Luci ano Sil vei r a Ei f l er Ci r ur gi ão Ger al
O s servi ço s d e at endi m ento pr é-h o spi t al ar r eal i zam atendim ento em diversas situações e horári os. As soli citações de socorro são recebi das pel o m édi co que, de m an ei ra rápi da e obj eti va, entr evi sta o sol i ci tant e para esti m ar a gravi dade e determinar a pertin ênci a do chamado. Al guns atendim entos são tri vi ai s e se tornam quase um a roti na, outro s são real m ent e i nusi tado s e se destacam por sua raridade. M as naquel e di a, o cham ado foi absol utam ent e pertin ente, breve e cl aro: “estam os em um si mpó si o, o prof essor h om en ageado está em parada cardíaca, vem l ogo, é uma em ergênci a! ” A li gação partiu de uma m édi ca que di zi a presenci ar uma parada cardíaca de um dos parti cipant es. O suporte bási co de reanimação já estava sendo reali zado na cena, poi s havi a mai s de 50 m édi cos presentes no l ocal. O desl ocam ento foi bastant e rápido e em m enos de dez mi nuto s a equi pe d e at endi m ento pr é-ho spi tal ar entrava n o audi tóri o. A cena era i mpressi onant e! O prof essor em parada cardíaca no chão, sendo reanim ado por col egas di ante de uma pl at éi a total m ent e i n cr édul a. Estava ci an óti co e sem pul so. Rapi d am ent e f oi i ni ci ad o o supo rt e avan çad o . As p ás d o desfibril ador em contato com o tórax mostravam um a fibril ação fi n a. Si m ul tan eam ent e à i ntubação e ao acesso ven o so, foi di sparada um a carga i ni ci al de 36 0 j oul es. Si l ênci o total no audi tóri o. Com o olhar fi xo no m onitor, podi a ser vi sto, após o choque, um ritmo si nusal organi zado e sentido um pul so chei o à palpação. A atuação foi muito rápida e em minutos o professor estava sendo removi do para uma uni dade coronari ana. O sucesso - 150 -
do at endi m ento aconteceu pel a presença de manobras bási cas reali zadas no l ocal, pel a efi ci ênci a da equipe pré-hospital ar e talvez porque aquel a ainda não fosse a hora do querido professor nos abandonar. Em situações com o essa, exi ste a chamada “corrente da sobrevivênci a” e todo processo de at endim ento depende de uma séri e de etapas, como os el o s de uma corrente, i nterli gados e fortes desde o chamado at é o atendim ento definitivo. Com a massagem cardíaca e ventil ação, o paci ente mantém ai nda um a ati vi dade el étri ca n o coração, o que po ssi bi l i ta a util i zação do desfibril ador e a reversão da parada cardíaca. Não há t empo de haver m ort e cel ul ar e o paci ent e é l i t eral m ent e ressusci tado sem apresentar sequel as. Foi o que aconteceu naquel e di a. Chegando ao hospital de destino, sob o olhar atento de um corr edor d e ob servador es di ant e d e acont eci m ento tão i ncomum, a equi pe de at endi m ento pré-ho spi tal ar apareceu, trazendo o prof essor “ressusci tado”. No oxím etro, a saturação mostrava 99% e o pul so 95 batim entos por minuto. Di zem al guns que naquel e instante, no mom ento do choque, percebeu-se um pequeno trem or de t erra. A vida f ez-se novam ent e! Afi nal de contas, o céu podi a esperar...
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