Para ler a qualquer hora

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Vol. 1


Coleção Nossas Histórias – EMEF CEI 1 – Para Ler a Qualquer Hora – Bruna Reichert Scheuer 2 – O Último Lírio – Ana Carolina Vedoy Alves

Todos os nomes citados nas histórias, mesmo que correspondam

a

pessoas

existentes,

aqui

são

apenas

personagens de ficção, e devem ser lidas apenas como tais.

Copyleft. É permitida a divulgação, reprodução, cópia e repasse do texto completo ou parcial, desde que citada a fonte.


APRESENTAÇÃO

A Coleção NOSSAS HISTÓRIAS – EMEF CEI foi criada para divulgar a produção literária realizada na Sala de Recursos Multifuncional da Escola Municipal de Ensino Fundamental Centro de Educação Integrada, do município de Campo Bom – RS. A Sala de Recursos atende alunos com necessidades especiais e Altas Habilidades e Superdotação, de acordo com o que preconiza a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. É intenção da Coleção apresentar ao público o melhor da produção de nossos pequenos grandes escritores, dando a eles/elas a possibilidade de estrear no mundo das Letras através de seu talento nato. Quem sabe não estaremos oportunizando o surgimento de grandes escritores? Neste Volume 1, apresentamos várias histórias compiladas em um só livro, todas saídas da imaginação da aluna Bruna Reichert Scheuer. Desejamos a todos uma boa leitura! Luciano Dirceu dos Santos Professor da SRM – EMEF CEI


Para Ler a qualquer Hora

é um Livro feito para

transportar para outros mundos, onde existem fadas de verdade, bichinhos peludos, cavaleiros loucos e corajosos, magia boa e má, canções, pistas, romances e tudo de que se precisa

num

dia

monótono

para

espantar

o

tédio

ou

acompanhar o barulho dos dedos da chuva batendo na janela. Então, vire a página e entre em um maravilhoso mundo encantado. Eu sou Bruna Reichert Scheuer


Índice Letícia em Belliviard .............................6 A história de Sir Douglas.................... 56 Tinky e a vila dos pelúcios.................. 80 A Primeira Luz da Manhã ................... 98 Kéops, a Heroína de Atlanta ............. 105


Letícia em Belliviard

E

u estava só no meu quarto quando ouvi um farfalhar próximo à minha janela, fui e dei de cara com uma ave muito pequena, azul e cheia de pintinhas um pouco mais

escuras, que não produziu um som, mas vi que tinha algo preso no pescocinho. Peguei-a em minhas mãos, ela tentou me morder, fechei a janela e a pus dentro do quarto, trancando a porta logo após. Foi aí que vi que o que estava preso em seu pescoço era um bilhete, que dizia:


Boa Noite! Sou a Diretora da Escola de Magia Belliviard e reconheço que você tem talentos para começar a estudar na minha escola, tem 30 dias para dizer se aceita o meu convite, e lhe mandarei a sua lista de materiais. Esperando que aceite,

Samantha Lizzer Diretora da Escola de Magia Belliviard.

Ks

Eu fiquei assustada, imagine, você tem 12 anos e de repente recebe uma carta de uma pessoa que você desconhece de uma escola de algum lugar, pendurada no pescoço de uma ave azul, de uma escola de magia! Parece Filme! Bom, mas eu tenho 30 dias para aceitar, vou perguntar aos meus pais. “Eles não deixarão você ir” dizia uma vozinha dentro de mim, e eu rebatia o pensamento: “deixarão sim!”. E saí correndo para falar com meus pais, encontrei minha mãe na cozinha e meu pai falando ao celular. -Está bem, então, se ele quiser assim... E desligou o celular. Coloquei a carta nas costas e comecei: -Papai, mamãe, se eu recebesse uma carta que me convida para estudar numa escola de magia vocês deixariam ir? Foi aí que foi a surpresa maior, meu pai me agarrou pela cintura e me levantou do chão, me girando e dizendo:

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-Você recebeu a carta! E para que escola você foi chamada? Foi para a escola de moças de Veneficia? Ou então foi para Centaurus? -Eu fui aceita em Belliviard! -Belliviard!

Que

maravilha

minha

filha!

Ouviu

Bernadete? Sua filha foi aceita em Belliviard! Ele me pôs no chão, tudo girava, eu mostrei a carta. -Então vocês sabiam que eu ia ser chamada para isso? -Isso - ela disse acentuando a palavra - vai fazer você ser uma Bruxa! Você não só pode ir, como deve ir, Não é, Edmilson? - Sim, e como você recebeu a carta? –Perguntou meu pai. -Por um passarinho azul minúsculo. -Me traga ele Aqui, minha querida. Fui meio zonza para meu quarto, eu esperava um não, que ele me arrancasse à carta e queimasse no fogão. Peguei o tal pássaro e levei para ele. - Um Jobberknoll, com certeza. Você sabe onde ele mora, Letícia? -Não... -Mora nas Américas e no norte da Europa, só come insetos e não emite sons, exceto quando morre, que ele “pia” tudo que ouviu durante a vida, um grito longo de trás para frente.

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Meu pai soltou e ele veio voando para mim. -Acho que ele gostou de você. - Vou chamá-lo de Billip. -Mas como fará para responder a carta? –Disse minha mãe. -Escreva outra e amarre no pescoço dele que ele levará de volta. Peguei um papel e escrevi: Cara Sra. Lizzer, gostaria de dizer que aceito seu pedido com muita alegria. E que espero de todo coração ser uma perfeita Bruxa. Abraços, Letícia Pavão Schinelo. Logo amarrei o papel no pescoço de Billip e ele partiu. Logo depois vim para a cozinha e pulei na cadeira: -O que se leva para uma escola de magia? Neste momento, um pio recém-conhecido veio da janela da sala, saí correndo, e vi que Billip batia na janela. -Acho que você já vai descobrir – disse meu pai. Agarrei a lista de materiais e saí correndo com Billip no Colo.

Do gabinete de Samantha Lizzer, diretora de Belliviard. Você vai precisar de:

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1 Caldeirão de Ferro nº 6 Uma Varinha 1 Kit de poções 1 kit plantas mágicas O livro da Historia da magia O Livro de Historia de Belliviard Um Livro de Poções Um Livro de Plantas Mágicas O Livro Animais Fantásticos e Onde Habitam. Um Caderno Infinitas Folhas São Permitidos Gatos, Corujas e Ratos (Hamsters). Não são Permitidas Capas da Invisibilidade. Diretora Samantha Lizzer

-Mas Onde encontraremos isso tudo? -Teremos que ir ao portal... Disse minha mãe. -Onde fica o mais próximo? Disse meu Pai. -Acho que é Debaixo do viaduto da Scharlau... -Vamos agora? Eu estava impaciente. -Calma querida – ela se dirigiu a mim – só vou pegar o pó de Flu. E saiu correndo porta a fora.

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Enquanto eu brincava com Lemy, minha mãe pegava o tal do pó de Flu... Neste momento, meu irmão veio correndo, estava na rua, andando de Bicicleta e viu minha mãe pegando a bolsa: -Aonde nós vamos? -Nós, vírgula, eu e a mamãe! -Ele pode vir junto... -Bernadete, querida, acho melhor não. -Eu concordo com Papai – eu disse. -Então está bem, então, vamos? -Aonde vocês vão? -Nós, vamos... Nós vamos comprar material para a escola. Eu disse. -Mas a escola começou há uns 3 meses. -É... Que eu vou mudar de escola, e vou comprar outros cadernos. -Legal! Que escola é? Mas nós já tínhamos saído pela porta dos fundos e entravamos no carro. Demorou um pouco, e eu me distraí lendo um livro que eu tirei na Biblioteca. De repente, eu senti mamãe virar, e estranhei, estávamos no meio da BR 116. Mamãe estacionou em baixo do Viaduto, e desceu. Eu fui Atrás. -Mamãe, por que estacionamos aqui? -Estamos no portal – Ela disse, empurrando um caixa de papelão e mostrando um bueiro, cheio de plantas, redondo, grande o bastante para uma pessoa passar e sem grade.

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-Quer jogar o Pó? -Ham... Sim, mas como se faz isso? Eu perguntei. -Você joga o pó e diz para onde quer ir. -E eu digo... -Você diz Livraria Borrado & Borrão. Nossa! Minha mãe sabe das coisas! Eu peguei o pozinho prateado e joguei no bueiro: -Livraria Borrado & Borrão. Mas, espera, você vem junto? - Estou atrás de você. E quando eu vi, eu estava em um túnel no “tempo”, todo dourado, e senti um puxão no umbigo, depois eu estava parada, do lado da minha mãe, numa livraria, só que esta livraria era meio estranha, tinha livros que abriam e fechavam sozinhos e livros que liam suas historias. -Então Letícia, bem-vinda à cidade de Salzemtrim. Um homem de barba branca, com um moletom amarelo com o escrito: Borrado & Borrão em vermelho, que tinha a imagem de um livro folheando as próprias páginas, calça marrom e um sapato preto se aproximou de mim. -Olá, mocinha! Eu sou Arnold. Bem-vindas a Borrado & Borrão! O que desejam? -Filha... – minha mãe me cutucou – Diga ao homem a sua lista.

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-Eu preciso de... – parei para olhar a lista - 1 Caldeirão de Ferro nº 6. -Aqui. – Como mágica, o cara tirou o caldeirão da manga da camisa. -Ham... 1 Kit de poções. -Você quer com ou sem o manual de poções? Olhei para minha mãe, ela sacudiu a cabeça. -Com. -Certo. Que mais? – Ele me entregou um bauzinho, a essa altura eu não me impressionava mais. -1 kit plantas mágicas, com manual. Ele me entregou outro bauzinho. -O livro da História da magia... -Temos com o autógrafo da escritora. -Com certeza! – respondeu minha mãe. -Sai com 10 Dracmas a mais. -Não. Disse minha mãe. -O Livro de História de Belliviard. -Vai estudar em Belliviard? -Vou! Eu disse cheia de orgulho. -Aqui. -Um Livro de Poções. -Ok. -Um Livro de Plantas Mágicas. -Tá na mão – ele disse, e soltou um gargalhada. - O Livro Animais Fantásticos e Onde Habitam. -Aqui.

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-E 5 Cadernos Infinitas Folhas. -Você pode escolher as capas. E ele me guiou até uma prateleira cheia de cadernos. Eu escolhi um com um Laço branco com bolinhas pretas, numa capa preta, um com a capa lilás e cheio de estrelas douradas que brilham, um rosa com vários desenhos em vermelho, um amarelo com um gatinho que andava por toda a capa (o gatinho era branco com uma coleira vermelha, e o fundo todo cheio de cerejas.) e um roxo, em que eu estava escrito meu nome com tinta prateada. -Quanto vai dar? Perguntou minha mãe... -Olha senhora, vai sair um pouco caro, por que é muita coisa, dá... Ele pegou uma calculadora, digitou uns números e disse: -154 Dracmas com 50 Karmas. Minha mãe me olhou com um olhar de que era para eu escolher materiais mais baratos. Fazer o quê? Saindo da Livraria, Minha mãe me perguntou: -Falta alguma coisa, Lê? -Varinha... Gente! Eu ia ganhar uma Varinha! Igual a do Harry Potter! Que demais! -Mamãe... Onde se compra uma varinha? Eu perguntei, estava muito curiosa. -Onde mais senão na Magia da Fênix? -E... Onde fica isso? -Logo depois do Banco dos Elfos.

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-E como nós chegamos lá? -Nós vamos a pé! Que dúvida. Eu estava ansiosa demais para perceber que tinha um banco enorme, maior que o Banco do Brasil, na minha frente, ele era todo de mármore cinza, com duas enormes colunas tipo gregas, um teto que lembrava uma cabana, óbvio que de Mármore! E tinha dois elfos vestidos de guardas, com umas varinhas enormes. Era a coisa mais ridícula que já vi, usavam uma roupa que lembra o príncipe da cinderela, só que eles eram verdes, baixinhos, com orelhas pontudas e olhos gigantes. Quando minha mãe percebeu que eu ia rir, ela me cutucou e disse; -Não ria, ou você vai virar um esquilo. Eu fiquei quieta na hora. Eu não queria virar um esquilo. Entramos lá dentro, era tudo veludo e ouro, a coisa mais linda que eu já tinha visto, minha mãe se dirigiu a um balcão, onde, atrás, estava sentado um elfo de cabelos brancos, usando um terno e gravata, assustadoramente do seu tamanho. -Eu vim retirar 100 Dracmas da minha conta. -Nome – grasniu o elfo. -Maria Bernadete da Silva Pavão -Sim, sim... Ele se dirigiu a um cofre logo atrás, apertou alguns botões e a porta se abriu, de lá ele retirou 100 Dracmas (seja lá o que isso for), e entregou a minha mãe. -Obrigada. - disse ela. E saímos.

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Quando dei por mim, estava na frente de um homem, nos seus 78 anos, de cabelo branco e barba rala, usando um suéter velho, no qual atrás estava escrito: Magia da Fênix, que brilhava como o sol. Usava uma calça moletom preta e tênis esportivos que não combinavam. -Bom Dia! Bem vindos a minha loja, O que desejam? -Queremos uma Varinha. - eu respondi. -Óbvio que querem uma varinha, a questão é: que tipo de varinha? -Uma que funcione. – minha mãe disse. -Sim, sim, uma que funcione, me sigam. E o homem nos guiou por um labirinto de estantes, entulhadas de caixas, ele foi pegando uma e outra, depois, voltamos por outra estante e paramos no balcão. Ele deu a volta e me alcançou uma: -Varinha de Salgueiro, 35 centímetros, núcleo de veneno de basilisco. Eu peguei na mão e na hora uma faísca saiu da ponta. -Mire naquele alvo – e me apontou um alvo todo chamuscado, pendurado na parede. Eu ergui a varinha, mirei e BUM! -Essa não – disse Mamãe. -Varinha

de

ameixeira-brava,

núcleo

de

Crina

de

Unicórnio, 30 centímetros. Eu mirei, fechei os olhos e esperei o bum, que não veio, abri os olhos, e o homem da loja estava bem na minha frente: -A varinha te escolheu.

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-Parece que sim... Eu estava eletrizada com a ideia de a varinha ter me escolhido. -Então filha – disse minha mãe – gostou? -Gostou? – Fiz cara de brava – como assim, gostou? Eu não gostei. Minha mãe ficou triste. -EU ADOREI! E dei um abraço bem forte nela. -São 50 Dracmas. Minha mãe pagou e saímos a andar, passamos por pessoas de todos os tipos, e eu não desgrudava da minha varinha, até que eu perguntei: -E agora? -Uniforme, Mochila. – Mamãe respondeu. Não basta eu ter de usar uniforme como trouxa, agora, como bruxa, também! -E onde vamos comprar isso? -Vamos à Ponta de Alfinete. Andamos que eu não aguentava mais, e já começava a escurecer, quando paramos na frente de uma loja amarela, em que na placa uma agulha costurava sem parar as palavras: Ponta de Alfinete, e no I, um alfinete vinha e se fincava. Entramos e uma moça, meio gordinha, de camiseta rosa com os dizeres Ponta de Alfinete igual aos da placa da loja, com uma legue amarela e umas botas vermelhas. Horrível, Disse:

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-Bem vindas a Ponta de Alfinete, Costuramos tudo, menos a sua relação – e deu uma risadinha estridente – Do que Precisam? -Uniforme de Belliviard – Disse minha mãe. -Sim – ela me olhou de cima a baixo – CLARISSE! Uma mulher de cabelos pretos um pouco abaixo das orelhas, olhos castanhos, o mesmo uniforme, só que em azul e verde, magrela e de tênis veio correndo, ela olhou minha mãe e disse: -Bernadete! Que saudade! Eu sabia que você ia voltar! -Clarisse! Como você cresceu! E se abraçaram longamente; -É a sua filha? Ela perguntou. -Sim, é. E vai pra Belliviard, que chique, não? – mamãe disse. - Onde tem um buraco para mim me esconder? -Ai, que linda, Letícia – ela se dirigiu a mim – Suba neste banquinho. Ela me indicou um banco vermelho, na frente de uns quinhentos espelhos, e subi. -Então, quantos anos você tem? Ela perguntou, enquanto tomou a medida da minha cintura. -Fiz 12 hoje. -E você já sonhou em ser bruxa? – Ela mediu minha altura. -Pra falar a verdade, não.

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-Há, você vai a-do-rar – mediu mais um monte de coisas – Pronto! Aqui está. E ela mexeu a varinha, e na minha frente, apareceu, flutuando, um uniforme totalmente lindo! É uma saia com pregas azul marinho, na altura do joelho, uma camiseta social branca com os escritos; Escola de Magia de Belliviard – Fazendo Bruxos para um mundo melhor. E o brasão da escola, um B no meio com um leão de um lado, e uma águia do outro, e um Urso sustentando o B, Tudo de azul marinho, e o meu nome; Letícia, em vermelho e amarelo, uma letra amarela, uma vermelha... E Uma capa, daquelas dos filmes, com um suéter azul marinho com os mesmos dizeres, em branco e azul celeste, meias três quartos, com uma listra azul marinho. -Prove – Minha mãe disse. Eu fui e provei, fiquei um tempão olhando para o espelho, eu amei de paixão. -Gostou? – Perguntou Clarisse? -Eu A-DO-REI! Dá pra embrulhar? -Claro - e com uma mexida na varinha, eu estava com a roupa normal, e o uniforme estava embrulhado do meu lado. -Vocês vendem mochilas? -Me sigam. A seguimos pela loja, e paramos na frente de uma prateleira enorme. Cheia de mochilas. Eu olhei, olhei, olhei e escolhi uma roxa, cheia de bolinhas coloridas. -Com um feitiço expansivo, só mais 10 Dracmas.

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Eu olhei para minha mãe, eu seu o quê é um feitiço expansivo. -Não, nós já gastamos muito, quanto vai dar? -Hum... 100 Dracmas, mas eu faço um desconto pra vocês, faço por 80. -Fechado - disse minha mãe. E, depois de beijos e abraços sem fim, minha mãe se despediu de Clarisse fomos embora. -Mãe, como nós voltamos para casa? -Já vai, vou ligar para o seu pai. Ela discou o numero do telefone e pôs no ouvido: -Alô, Edmilson? Sim, sou eu, eu estou aqui com a Letícia, e estou avisando que vamos ficar no Ninho de Dragão, sim, amanhã ela já vai? Nossa! Que rápido, sim, eu comprei papel de carta, e muito selo, sim, não, Vou passar pra ela. Ela me alcançou o telefone, eu peguei e disse: -Alô? Oi Pai! -Oi filha! Sabe o que eu recebi agorinha? -Não, o quê? -Uma carta de Samantha Lizzer, dizendo que você tem que pegar o trem amanhã, na estação 10, o Trem para Belliviard, Não se esqueça! Às 9 Horas! Querida, se cuide, Está bem? -Sim Pai... Mas, como eu vou pegar minhas roupas? E minha coisas? -Você pode me dizer que eu mando para você, vai, estou anotando.

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-Hum... Meu diário, O Marcos sabe onde está, o Livro Garotas da Rua Bacon, a Collie... -A Collie não, Letícia... -Tá bom, minha carteira. -Você só tem reais, não vale nada aí. -Tá certo, meu perfume, meu óculos... E falei mais um monte de coisas... -Filha, e suas roupas? Aí eu me lembrei delas. -Pega tudo. -Sim. Filha... -Que foi Pai? -Papai te ama. -Eu também te amo. -Me escreve, hein, quer falar com o Marcos? -Não! Diz que eu mandei um beijo e que eu vou sentir saudade, e que eu amo ele também! -Tá bom –ele riu –Tchau, Filha! -Tchau, Papai! E entreguei o telefone pra Mamãe. -Hô, Mãe. -Sim? -O quê é o Ninho de Dragão? -É um hotel logo ali em frente. -E, Mãe? Estou com medo. -Medo do quê, Letícia! Você é muito corajosa!

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-Mas e se eu não conhecer ninguém lá? E se eu ficar sozinha. Minha mãe me deu um abraço cheio de carinho, e eu senti, que se eu ficasse sozinha, bastava eu escrever uma carta para minha muito amada mãe. -Vamos logo, antes que eu chore aqui na rua. Andamos de mãos dadas até o tal do hotel, era vermelho, de 5 andares, um neon brilhando escrito: Hotel Ninho do Dragão, e depois, um dragão enorme de neon abraçava o prédio e soltava fogo no neon escrito, ele queimava, sumia, e depois, aparecia de novo. As portas tinham um toldo com barras douradas segurando e aquelas fivelas vermelhas para barrar a entrada de inconvenientes. Ao lado, um guarda vestido de roupa vermelha, um chapéu daqueles de militar vermelho, uma capa preta e botas até o joelho, pretas com uma fita dourada, e , se você não conseguiu imaginar, ele estava vestido parecido com os dragões da independência. -Boa Noite, senhoras. -Boa Noite. – Respondeu minha mãe. -Vocês tem reserva? Ele perguntou. -Não, mas gostaríamos de fazer uma. -Vamos à recepção. Fomos atrás dele e entramos num salão com o piso de mármore, sofás de cetim vermelho, com plantas nos cantos da sala e um elevador ao fundo, um balcão de mármore preto, e atrás dele, uma secretária de cabelos ruivos, olhos castanhos,

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usava um vestido vermelho, com um salto preto. Assim que ela nos viu, ela se apressou e disse: -Bem-vindas ao Ninho de Dragão, gostariam de fazer um reserva? -Sim, e, se tiver como, para esta noite – minha mãe respondeu. -Qual é o seu nome? -Eu sou Bernadete Pavão. Mamãe respondeu. -Há – ela disse – vocês têm sorte, seu marido ligou, fez uma reserva e já deixou a bagagem de vocês por coruja, na verdade por Jobberknoll. Como é que o Billip ia aguentar todo esse peso? -Quarto 9, último andar, e aqui a sua bagagem. Ela entregou a minha mãe uma malinha azul. -Mãe, - eu disse, enquanto entrávamos no elevador – como é que minhas coisas vão caber aí? -Feitiço expansivo. -AI! QUE TRI! POSSO LEVAR NA VIAGEM?

– Eu

literalmente surtei no elevador. -Letícia, menos. Sim, você pode. Eu estava tão feliz, mas tão feliz, que eu nem percebi que já havíamos chegado. -Vamos, Lê. Eu parei de surtar e entrei no quarto, e ele era legalzinho, tinha duas camas de solteiro com o lençol e o sobrelençol branco, travesseiros de penas com a fronha branca, e é claro, tudo com a costura em vermelho: Hotel Ninho de Dragão. Tinha

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um criado-mudo para mim e um para mamãe, e um armário grande, uma mesa com duas cadeiras “grudadas” na parede, com um buquê de flores em cima, e um tapete felpudo no chão. Eu saí correndo e pulei na cama: -Essa é minha! Mamãe fechou a porta e saiu correndo, pulou na cama e disse: -E essa é minha! Nós caímos na risada. -Mãe, me alcança a minha mala. -Lá vai – e arremessou a malinha. -Peguei! Eu revirei a malinha, puxa! Como cabiam coisas ali! Finalmente achei o meu diário, e comecei: “Querido diário, você nem adivinha onde estou, estou em um Hotel, Ninho de Dragão, e, adivinha, vou para uma escola de magia de Belliviard! Estou me sentindo o Harry Potter! Aqui é muito...” Neste momento, minha mãe falou: -Letícia, nós temos que dormir, nós acordamos às 7 e meia para nos arrumarmos, mas eu quero combinar uma coisa. E ela tirou um pacotinho rosa de dentro da bolsa, botou na minha mão e eu abri, era um celular! Era preto, de abrir, com câmera! -MÃE! MUITO OBRIGADO! TE AMO!

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E dei o abraço mais apertado que eu consegui. -Ligue sempre que quiser, eu coloco saldo todo mês! Eu abracei ela de novo, mais forte ainda, bati uma foto de nós duas e coloquei de papel de parede. -E tem mais, eu vou te mandar, de mesada, 10 dracmas por semana. Eu nem sabia o que dizer, de tão feliz que eu estava. -Puxa, mãe! Muito obrigado! -Mas, agora chega de beijos e abraços, senão o coração da mamãe vai voltar para casa derretido, num pote de manteiga. Dei um beijo na bochecha dela, botei meu pijama e pulei na cama. Dormi em 2 minutos. Eu acordei de manhã com um beijo na testa, esfreguei os olhos e disse: -Hua! Bom dia, mãe! -Bom dia, Letícia, vamos levantar, hoje você vai para Belliviard. Esta lembrança me acordou, eu pulei da cama e fui correndo tomar meu banho, afinal não é todo dia que você vai para uma escola de magia. Tomei meu banho, lavei o cabelo, fiz hidratação, passei creme para espinhas, um gloss brilhante e gritei, lá do banheiro do quarto 9: -Mãe! Eu boto o uniforme da escola ou uma roupa normal? -Bota uma normal – ela respondeu. -Eu escolhi uma calça jeans, e uma camiseta que eu comprei para a minha festa de aniversário, ela é roxa, com um

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monte de escritos em inglês coloridos, do tipo: I LOVE YOU, I MISS YOU E coisas do tipo, com mais um monte de carinhas e smile. Botei o meu Super Star rosa com caveirinhas e saí do banheiro. -Está Linda! – minha mãe disse. -Ei! Você é suspeita. -Sim, eu sei, mas eu já menti para você? Ela perguntou. -Óbvio que não! E dei um abração nela. -Ok, agora vamos, você não quer se atrasar, não é? Eu arrumei meus materiais na mochila, botei a malamalinha expansiva dentro e me preparei para sir do Hotel, mas, foi nesse momento que eu ouvi um barulho conhecido, me virei para a janela e lá estava Billip, peguei ele no colo e perguntei: -Você quer ficar comigo? Ele balançou a cabeça para cima e para baixo, que eu entendi como um sim. Botei-o no Ombro e desci para o saguão, lá, eu encontrei minha mãe, conversando com o porteiro. -Oi Mãe. -Oi Letícia, vamos entrando no Táxi. Mamãe apontou para um carro com uma faixa xadrez e a parte de cima amarela, com uma plaquinha em cima, Táxi. -Ué! Táxi bruxo? -Nós não vivemos só de pó de Flu. – O Porteiro respondeu. -Sim – minha mãe disse – mas, primeiro, Letícia – ela se virou para mim – coloque seu uniforme na mochila de escola, ou num lugar fácil de pegar.

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Fiz o quê ela me pediu, tirei da mala e coloquei na mochila. Entramos no Táxi, o Porteiro dirigiu até a estação de Trem, lá, nós descemos e eu disse para um guarda. -O Senhor pode me mostrar à estação 10? -Sim, - o guardinha respondeu – é só seguir as placas – e apontou para cima. Eu vi um monte de plaquinhas, e, segundo elas, estávamos na estação 7. -Vamos por lá - e minha mãe apontou para outra plaquinha, estação 8. Andamos muito, passamos por crianças, adultos, jovens, idosos, corujas, cachorros, e finalmente chegamos à estação 10. Eu me assustei, pois, logo que chegamos, ouvimos uma voz: -Última chamada para o trem de Belliviard! Repetindo: Última chamada para o trem de Belliviard! -Letícia, me ligue logo que chegar lá, não fale com ninguém suspeito, não coma nada suspeito, sente-se ereta, não vá dormir tarde... -Mãe... eu também te amo. Ela me deu um abraço em que eu gostaria de ficar a vida toda. -E aqui, 15 Dracmas para o seu café da manhã. Ela me deu um beijo na testa: -Te amo.

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Eu olhei bem no fundo dos olhos dela. -Eu te Amo. -Agora, Vá! Tchau, meu amor, e só pegue uma cabine com gente legal! Eu subi no trem, e fui andando por um corredor imenso, até que, no último vagão, tinha uma cabine vaga, eu entrei, botei minha mochila no bagageiro e fiquei olhando para fora. Vi minha mãe, olhando para mim, ela me mandou um beijo, e eu mandei de volta. O trem partiu, fiquei olhando para ela até a perder de vista. Afundei no acento. Quando eu estava quase dormindo, ouvi uma voz conhecida do lado de fora: -Eu te juro, aquele pessoal da outra cabine era a coisa mais feia que eu já vi... Era a voz da Bruna! -E os da primeira cabine! Eram umas patricinhas! E a Teresa! Eu fui correndo abrir a porta da cabine e gritei, assim que vi elas: -Ei meninas! Oi! A Bruna cutucou a Teresa: -Teresa, é a Letícia! Elas vieram correndo, nós nos abraçamos e gritamos de alegria! Eu estava morta de saudade delas! -Ai! Que tri! A gente se encontrou finalmente! Disse a Bruna. -Letícia! Eu sabia que você ia estar aqui. Disse a Teresa.

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-Entrem, podem colocar suas coisas, e Bruna, cadê sua mala? Eu perguntei. -Aqui – ela respondeu, balançando uma pochete. – Feitiço expansivo! -Que demais! – Eu disse – eu também tenho, só que é só para roupas. -Eu tenho um para a escola, e outro para roupas. -Teresa! Como você pode vir? Você tem 11 anos! -Bom, - Ela disse - Na minha carta, dizia isso, mas que, já que eu fazia 12 mês que vem, eu posso vir! A Bruna se virou para mim e disse: -Propaganda Hello Kitty!... Nesta parte eu me juntei ao corinho de 2: -QUE-DE-MAIS! E explodimos dando risada. Como era bom estar com as amigas. Estava passando um carrinho de doces e lanches, quando eu parei o carrinho e pedi: -O que tem para tomar? A velhinha, de cabelos brancos, usava um vestido azul, avental branco e uma toca branca na cabeça, me respondeu: -Chocolate quente, café e cappuccino. -Eu quero Chocolate quente e um pacote médio de M&M’S. – A Bruna disse. -8 Dracmas. Bruna entregou o dinheiro e pegou o seu café da manhã.

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-Eu quero um Café com... – eu parei para olhar para o carrinho – um pacote de biscoitos de chocolate. A velhinha pegou o quê eu pedi e disse: -7 Dracmas. -Entreguei o dinheiro -Cappuccino e um pacote de feijões coloridos. – Disse a Teresa. -10 Dracmas. Ela entregou o dinheiro e entramos de novo na cabine. E não paramos de conversar, até que as meninas ficaram com sono, e resolvemos cochilar, eu estava sem sono e fiquei prestando atenção na roupa das meninas. A Bruna estava com uma calça jeans, a sua camiseta pintada, por cima, um colete de soft, por que estava frio, e o All Star novo, a Teresa, com uma calça jeans, também, uma manga comprida lilás, um casaco roxo, e seu All Star Lilás. Resolvi cochilar também. Acordei com um apito bem alto, e um homem, que passava de cabine em cabine gritando: -Hora de pôr os uniformes! Hora de pôr os uniformes! Ele vestia uma calça moletom preta, uma camiseta vermelha e um colete marrom, horrível. Levantei na hora e acordei as meninas, gente, como a Bruna dorme! -Bruna! ACORDA! A-COR-DA! -Hein? – ela esfregou os olhos – que foi? -Temos que por os uniformes. – A Teresa disse.

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Nos levantamos e colocamos os uniformes, eu me amei de uniforme, a Teresa nem parecia mais a Teresa, e a Bruna, há! A Bruna estava assim, parecendo a Saillor Mercury, (como ela disse, e eu nem sei quem é.). Mas, o fato é que estávamos Lindas. A Teresa cismou em colocar uma sapatilha preta, para combinar, foi uma bagunça, eu fiquei com o meu tênis e a Bruna também. Sentimos um solavanco e olhamos para fora, tínhamos parado! Estávamos na Frente de um castelo gigante! Ele era todo de pedra bruta, com um muro, de pedra, e no portão, tinha duas estátuas de ouro, um leão e uma águia, um em cada pilaste do portão, como que olhando para quem entrava. Descemos do trem, e vimos uma mulher usando um vestido vermelho e branco, de olhos castanhos, cabelos cacheados, com uma rosa nos cabelos, ela era linda. E gritava muito bem: -Primeiro ano em Belliviard, por aqui! Nos aproximamos, uma do lado da outra, ela nos viu, e disse: -Olá, meninas! Eu sou Vanessa! Bem-vindas a Belliviard. -Oi – dissemos juntas. -Sigam pelo caminho, não pisem na grama, vocês vão ver um corredor muito grande, logo à frente, terá um grande salão para o almoço, sentem-se na mesa da direita, a perto da parede. E Esperem. Seguimos o caminho que ela nos indicou. -O Castelo é maior visto de perto! – Disse a Teresa.

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-Você não queria que fosse menor, queria? – A Bruna respondeu. -Hã... Irônica! – Teresa respondeu. Entramos num corredor lotado de gente, andamos mais um pouco e demos de cara com um salão gigantesco, com Quatro mesas enormes!

Seguimos para a mesa da direita, a

mais perto da parede, bem no canto, onde só teria nós três. -E aí? - A Bruna perguntou – O que a gente faz agora? -Esperamos – disse a Teresa. -E Ligamos para nossas mães – eu completei. -é mesmo! –Falou a Teresa. Cada uma pegou seu telefone, discou o numero de casa e disse: -Alô? – Nós três falamos juntas. Eu sei que a conversa foi toda na mesma hora, só que se eu contar tudo na mesma hora, ninguém entende, então eu conto a minha primeiro: -Alô? Oi Mãe! É a Letícia! Sim, eu já cheguei! É tão legal! Sim, não, só gastei 7 no café, e adivinha quem eu encontrei aqui? Não, deixa de bobagem, mamãe, é a Bruna e a Teresa! É, eu também achei! Sim, eu estou bem! Tá, tchau, beijo! E desliguei. Agora a Teresa. -Alô? Oi Pai, é a Teresa! Estou bem! Não, não falei com ninguém estranho, não, sim, eu tomei café, aqui é muito legal, apesar de parecer que tem 500 anos! E olha, eu achei a Letícia e a Bruna! Que demais, né! Tá, passa para a mãe. Oi mãe! É a

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Teresa, sim, eu comi bem, e estou esperando o almoço, não, só a Bruna e a Letícia, é eu encontrei elas! Sim mãe, tá bom, te amo, beijo, Tchau. A Bruna. -Oi mãe! É a Bruna, eu cheguei aqui! É de verdade! Sim, com bastante açúcar, não, eu não passei mal, e olha, adivinha que está aqui do meu lado? Não! Não é o Justin Bieber, é a Teresa e a Letícia! Que legal, não é? Sim. Oi João! Sabia que eu tenho uma varinha? É , sim, ela congela os outros, não, é só uma varinha, sim, como a do Harry Potter, é , é muito legal. Te amo João. Oi pai! Pai, olha, este castelo parece ter uns 900 anos! Mas é incrível, e você tem que ver as estátuas de ouro, Eu te amo, pai. Espera, bota no viva-voz, botou? Aí ela gritou, a plenos Pulmões, toda a sala ouviu: -AMO VOCÊS! -NÓS TAMBÉM! – Deu para escutar, um grito de celular. -Sim, tchau, beijo, amo vocês! Logo depois que ela desligou, eu disse: -Grita mais alto, não te ouviram lá na China! -Nada a ver... -Bom dia! Uma mulher, de vestido verde, com um coque, de cabelos loiros, sandálias Prateadas e uma tiara dourada nos cabelos, de olhos verdes, disse: -Eu sou Samantha Lizzer, diretora de Belliviard, e gostaria de recebê-los com o orgulho de uma Escola! -Não sabia que escola tinha orgulho... – Eu disse.

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-E, sei que como a viagem foi longa, vocês devem estar com fome,mas, antes, é meu dever dividir vocês em suas devidas casas. Então, alguns de vocês vão para a casa da coragem, da força, a Casa de Lestrang, Mais conhecida como a Casa do Leão, e os outros irão para a casa da Inteligência, da Sabedoria, a Casa de Sallitre, ou, a Casa da Águia. Se vocês não forem para o Leão ou para a da Águia, irão para a casa da...da...Das pessoas especiais, diferentes. -BONITAS! – Gritou uma menina. -Que não servem para nada. – Bruna cochichou no meu ouvido. -Haham, A Casa do Usveldd, Ou, A Casa do Urso. Vocês devem se dirigir a estátua de Coruja. E apontou para uma estátua de ouro, um pouco grande, do tamanho de duas cabeças, de asas abertas, e com um olhar de nobreza, (se é que uma estátua pode ter um olhar!). E coloque sua mão sobre as costas dela, ela irá lhes designar para sua respectiva casa. Iremos por ordem de vagão. -Fernanda Carvalho. Era uma das meninas que a Bruna e a Teresa virão no primeiro vagão, e ela era mesmo um patricinha. Levantou-se e andou rebolando até a Coruja, colocou sua mão entupida de esmalte nas costas dela. Ela ficou um tempo quieta, e depois abriu o Bico e disse: -Usveldd.

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Todos da casa de Usveldd gritaram muito. Fernanda se levantou, pegou sua Big mala cor-de-rosa e Foi para a casa do Urso. Ficamos só observando, enquanto não chamavam nossos nomes, mas, deu para notar que, mesmo por ordem de vagão, no qual seriamos as últimas, ainda era por ordem alfabética, ou seja, seria chamada a Bruna, depois Eu, e a Teresa. Esperamos, e estávamos quase dormindo na mesa quando ela disse: -E por fim, o último vagão, Bruna Reichert Scheuer. Ela andou, meio tremendo, como ela sempre fica quando está numa situação dessas, colocou a mão sobre as costas da Coruja, meio tremendo, fiquei com receio de que ela tivesse uma baixa de glicose ali mesmo, mas ela foi firme. A Coruja ficou meio quieta, depois, Ela disse: -Sallitre. Todos urraram, mesmo sendo da casa da águia. Bruna, já com a pochete na cintura, se dirigiu a Mesa da Águia, se sentou e começou a conversar, mas, parou para olhar para nós assim que ouviu meu nome: - Letícia Pavão Schinelo. Arrastei minha mochila até a ponta da mesa, andei meio Nervosa até a Coruja, coloquei minha mão nas costas dela, e Esperei. -Sallitre. Eu já esperava, não sou Burra e muito menos Forte.

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Peguei minha mochila e andei até a Mesa da Águia, Sentando do Lado da Bruna. Olhamos ansiosas para a Teresa, e fizemos um sinal de certo, de que está tudo legal e que ela vai conseguir. -Teresa Sbardelotto Hoffmeister. Teresa pegou sua Bolsa, pendurou no pescoço e andou até a Coruja, ela nos olhava apreensiva. Colocou a mão na Coruja e esperou, não deu nem 20 segundos, e Ela falou: -Sallitre. Ela veio correndo, nos abraçou e gritamos de Alegria. -Então – Samantha disse, interrompendo nossa Gritaria – Na frente de vocês vai aparecer um cardápio, coloquem sua varinha sobre oque quiserem e isto aparecerá, quando quiserem a sobremesa, botem sua varinha sobre o escrito DOCE, abaixo, na folha, e o cardápio mudará para a sobremesa. Logo que ela terminou de falar, apareceram Cardápios na frente de Cada uma, e a mesa de novatos sumiu. Eu pedi uma coisa que eu queria muito, um Hambúrguer médio, com um refrigerante. Teresa pediu batatas-fritas, arroz e bife, e a Bruna Pediu batata-frita, pizza sem tomate, com azeitonas, e refrigerante. Comemos muito, e de sobremesa eu pedi uma torta de chocolate, a Bruna pediu Musse de Limão com Bis, e a Teresa pediu sorvete, eu observei que cada cardápio era diferente, só

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tinha o que cada um gostava, porque no quesito saladas do meu tinha Tomate, e no da Bruna, não. -Logo que terminarem – Disse Samantha – Sigam seu Capitão da Casa. -Olá – Disse Vanessa - Eu sou Vanessa, Capitã da Casa da Águia. Nós 3 vibramos por dentro. -Eu sou Victor – Ele era alto, uns 20 anos, cabelos castanhos, calça Jens e blusão vermelho escrito: Victor, Capitão da Casa do Leão. – Capitão da Casa de Leão. -E eu sou Igor, Capitão da Casa do Urso. – Ele era baixinho, de bigode e cabelos pretos, camisa social e calças pretas. Vanessa se postou na ponta perto da saída do Salão, e nos Disse: -Sigam-me, Casa da Águia. Andamos com ela em alvoroço, seguimos pelo corredor, viramos à direita, direita e paramos na frente de um quadro de uma Mulher, cabelos pretos e óculos retangulares, Um vestido cor de pêssego, sentada atrás de uma escrivaninha, em uma biblioteca. Quando paramos, ela nos perguntou: -O que veio primeiro, a Fênix ou a Chama? – Ela perguntou. -A resposta é um círculo, não tem princípio. E a porta se abriu. Assim que entramos, ela nos disse:

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-Todo mundo ouviu, é exatamente assim que devem responder para abrir o quadro. Não contem para ninguém de outras casas a senha, se contar, esta pessoa ficará sem entrar na casa por duas horas. Passamos por um túnel-corredor, e entramos em um salão enorme, com um tapete vermelho, e sofás vermelhos e amarelos, e uma lareira enorme, acesa. Na direita, havia uma escada em caracol suave, na esquerda também. -As meninas – Vanessa disse, gesticulando para a direita – Subam pela escada da Direita, escolham suas camas e arrumem-se, A 2:00 se encontraremos aqui, no salão da águia. -Os meninos... E Paramos de prestar atenção, pois subíamos as escadas em direção aos quartos. -NOSSA! – Disse Bruna. Entramos num amplo salão, redondo, e foi nesta parte que eu percebi que... -...Estamos numa torre! – Teresa leu meus pensamentos! O chão era acarpetado, com camas de solteira meio grandes, de molas e travesseiros muito fofos. As cobertas eram de um soft apeluciado vermelho, com cortinas listradas de amarelo e vermelho, que, se você quisesse privacidade, basta puxar as cortinas. E, embaixo de cada cama, uma gaveta com feitiço expansivo. -Nossa! Vamos arrumar nossas coisas! Eu disse.

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Cada uma colocou suas coisas nas gavetas, eu não prestei atenção, pois tinha que tirar minhas coisas e roupas da mala e arrumar. -TERMINEI! Escolhemos uma cama ao lado da outra, numa curva bem no canto da torre, onde cada uma teria uma janela. Olhei para o lado e perguntei: -Bruna! O que você está fazendo? – Ela mexia num tripé de alguma coisa. -Instalando um telescópio. – Ela respondeu. Quando todas terminamos, olhamos o relógio do meu celular. 1:57! -Meninas! Vamos! São 1:57! Descemos correndo as escadas, e encontramos Vanessa, entregando um papelzinho para cada um. -Olá, meninas! Atrasadas! – Ela piscou para nós – estou entregando o Horário de vocês – Ela procurou no bolinho – Bruna, Teresa e Letícia... Aqui. Nos entregou uma tabelinha, conferimos; era o mesmo horário! -Hoje nós temos – Teresa procurou – Herbologia, História da Magia e Animais Mágicos. -Peguem suas coisas e vão, vão! – Vanessa nos disse. Subimos

as escadas, vasculhamos nossas

coisas e

pegamos as mochilas. Um pouco depois de passarmos pelo quadro,

nos

tocamos;

onde

fica

a

sala

de

herbologia?

Estávamos quase desistindo quando a Teresa me cutucou:

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-Letícia, olha ali – Ela me apontou um menino, que segurava umas plantas esquisitas – Vamos segui-lo. -Melhor que isso, só dois disso. Seguimos atrás deles, e fomos parar nos fundos do pátio do castelo, A Bruna teve coragem e perguntou ao menino: -Oi! – ele se assustou – Eu sou Bruna, e você? -E-Eu sou Lucas. -Legal, Lucas, aqui é a Herbologia do primeiro ano? -Não, tem que voltar, entrar no castelo, virar a esquerda, depois à direita, e procure uma porta cheia de musgo e plantas. -Tá, obrigado, e valeu Lucas! Ela deu as costas e falou: -Viram, ouviram? Agora vamos. Ela nos segurou pela mão e nos puxou para dentro. Passamos por muitas pessoas, e demos de cara com a porta. -Bate na porta – eu disse. -Eu não – disse a Bruna. – Eu perguntei. Nós se olhamos. -Teresa! Bate na porta. -Eu bato e a Letícia fala. -Tá bom! – Concordei. Toc, Toc, Toc. -Olá! Uma mulher ruiva, de vestido rosa como pétalas de flor, olhos escuros, sapatilhas verdes e flor no cabelo abriu a porta. -Eu sou Juno, professora de Herbologia, Entrem.

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Entramos e nos sentamos em mesas perto uma da outra, incrível como sempre tinha lugar para três. -Olá alunos, hoje vou lhes ensinar como se planta um Cardrugo. Peguem o broto e o enrolem na toalha, depois ponham terra no vaso e se certifiquem que... Na verdade, a aula foi um tédio, mas antes de bater, perguntamos onde era a sala de História da Magia. -Suba no segundo andar, a quarta porta no fim do corredor. Depois de andar muito: -Mas é complicado esse castelo, hein? – Bruna disse. Andamos e chegamos ao tal lugar, foi um sacrifício descobrir onde estavam as escadas, mas chegamos. -Oi! – Toc, toc, toc, eu bati na porta. -Olá! Eu sou Dínamo. Bem-vindas a minha aula! Ele usava um terno marrom, camisa branca, gravata borboleta verde. Ridículo. Nos sentamos, bem no meio, e tiramos nossos cadernos, mal nos sentamos, ele começou: -Hoje, vou ditar o texto sobre a criação de Belliviard, o Título: Belliviard: a Criação. – e ele começou – Em 1840, Lorena Calganther começou seu sonho de criar uma escola, ela trabalhava 3 turnos por dia, e , com mais 2 amigos, em 1856, a escola foi inaugurada. Eu copiava, e, quando ele estava falando de como os elfos ajudaram na criação da escola e na cozinha, uma mulher entrou na sala e gritou:

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CENTAUROS! Todos gritaram, menos nós. -PEGUEM SUAS VARINHAS! E SE PREPAREM! Nós três puxamos nossas varinhas, a minha Varinha de ameixeira-brava, núcleo de Crina de Unicórnio, 30 centímetros. -CORRAM PARA SUAS CASAS! Pegamos nossas coisas e saímos correndo, olhei para o lado e vi uma criatura com corpo de cavalo, tronco de homem, arco e flecha, eu me apoiei na parede cheia de tapeçarias. Senti um puxão nas costas e caí para trás. -Onde estou, quem me puxou? -Shhh! – Alguém disse no escuro. -HÁ, Shh nada! – Ergui minha varinha. – Lumus! Tudo estava brilhando do nada, olhei o rosto dos presentes, Bruna, Teresa, o tal do Lucas, uma menina que sentou do meu lado na aula de Herbologia e mais um monte de gente. -Me sigam – Um menino de cabelos meio

comprido,

loiro

mechado,

olhos

castanhos, e uniforme virou de costas e começou a andar, todos seguimos ele, de varinhas acesas. Percebi que o túnel estava mais baixo, e começamos a engatinhar, de repente paramos. Bati a cabeça na pessoa da frente. -Subam a escada. Fomos subindo, e paramos numa floresta de pinheiros.

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-Ufa! – a Bruna era a primeira a dizer alguma coisa. -Onde estamos? – Perguntou uma menina. -Na floresta do lado de fora do castelo. -Mas por que ... -Estou ouvindo um barulho. – Eu disse. E comecei a andar em direção a ele, os outros me seguindo. De repente, parei. Em uma clareira na nossa frente, vários centauros se reuniam, em torno de um centauro, igual aos outros, exceto pela cor, este era branco, diferente dos outros que eram marrons, e tinha um olhar de sábio; -Esperaremos até o 8º dia depois da lua minguante, no fim do 4º mês, e atacaremos, precisamos conseguir o Emblema de Lorena Calganther! Só assim conseguiremos liberar a magia milenar e salvar o mundo desta catástrofe! -Gente! – Teresa disse depois de se afastar. – Eu copiei o texto! O Emblema de Lorena! Aqui! E puxou a caderno da mochila rápida como um raio. -“Lorena Calganther – Ela leu – Tinha um Emblema em que ela guardava sua magia mais profunda, descoberta no fundo do alma, dizem que essa magia é capaz de erguer montanhas, reviver mortos e criar vida! Muitos querem e buscam esse Emblema, e, dizem que sua localização está escondida numa música que cantava sempre. – Teresa começou a Cantar uma melodia que dizia: -Num lugar escondido, ele estará! Quase sem motivo, você achará.

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Sigam sempre a águia, De bico encontrará! Vá para o subterrâneo, E passe despercebido. Não te canses sempre em vão, Busque com o coração, Que você vai encontrar, O que está a buscar.” -É isso que temos! – Bruna disse. -Bom, mas primeiro, alguém tem um calendário? -Sim, - uma ruiva disse – mas, qual o seu nome? Ele pegou o calendário e folheou: -Eu sou Felipe – Ele folheou, e assumiu uma cara assustada. -É amanhã! -Então temos que achar esse emblema! – Eu disse. Nesta hora ouvimos um soar de uma sirene. -Hora de voltar. – Felipe disse. Fizemos todo o trajeto de volta. Sempre pensando, e, estávamos quase chegando quando Lucas disse: -Eu sei onde vamos achar a águia! São as estátuas de águia no terceiro andar! -Então... Vamos nos encontrar amanhã, no segundo período. Aqui mesmo. – Disse Bruna. -Fechou! – Disse Felipe.

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Passamos pelo tapete e percebemos que já era escuro. Seguimos correndo, uniforme sujo, para suas casas. Nos damos as mãos (nós três) e fomos para a Casa de Sallitre. -O que vem primeiro, a Fênix ou a Chama? -Ham, a resposta é... – Eu tinha esquecido. -A resposta é um círculo, não tem princípio. A porta se abriu. -Aí Teresa! – Disse Bruna. – Eu não consegui decorar. Nós demos de cara com o salão da águia cheio de feridos, logo sacamos as varinhas e começamos a ajudar. Então eu me lembrei de perguntar. -Bruna, qual é a sua varinha? -Salgueiro com pena de fênix, 35 centímetros. -E a sua, Teresa? -Carvalho com fibra de coração de Dragão, 32 centímetros. -Curare! E eu fechei uma ferida. -Reparo! Bruna pendurou de volta um braço. -Fecilate! Teresa desqueimou uma queimadura. Ficamos assim, um certo tempo, eu e as meninas. Com mais umas pessoas ajudando. Vanessa entrou na sala. -Gente! A Diretora vai discursar, e depois será a Janta, vamos! Aí que eu descobri que estava faminta.

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-Nossa, como eu estou com fome. – Disse a Teresa. -Co-mi-da! Co-mi-da! – Disse a Bruna. Descemos a Torre, as Escadas, e fomos correndo para o primeiro andar. Nos sentamos na ponta da mesa, exatamente como no almoço. Todos se sentaram, a diretora estava com um vestido vermelho e branco, um coque e um olhar de choque. -ALUNOS! – Ela gritou. – Sei que estão todos alarmados, com este recente ataque, e , receio que pararemos as aulas até que estejamos prontos. Um aluno da Casa do Leão gritou: -Nós vamos ter que sair da Escola? Meu primeiro ano e isso acontece. -Não! – Ela respondeu – Vocês ficarão aqui, seguros, os Centauros não atacarão mais! -Só até amanhã à noite! – Teresa cochichou no meu ouvido. -Mas não se preocupem! Estarão todos protegidos aqui no castelo! BOM APETITE! E os cardápios apareceram na nossa frente. -Vou querer – Toquei com a varinha – Macarrão com molho pesto e suco de limão. E apareceu na minha frente. - Salmão, fritas, refrigerante – escolheu Bruna. -Sopa, suco de laranja – disse a Teresa. E avançamos na comida. Comi tanto, que tive que arranjar outro estômago para a sobremesa.

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-Pudim de leite condensado – escolhi. -Morango com chocolate. – Bruna escolheu. -Mousse de Maracujá. – escolheu Teresa. Comemos em silêncio, só pensando no dia de amanhã, fomos

dormir

em

silêncio,

quando

estávamos

nos

preparando, eu perguntei: -Não vão tomar banho? -Para quê? Use a Varinha. Ela apontou para mim e disse: -Limpo! Eu fiquei limpinha! Ela fez isso com a Teresa e com ela mesma. -Agora - interrompeu Teresa – vamos dormir. Eu me deitei, mas não descansei, acho que quando eu fui dormir, devia ser muito mais tarde, e tenho certeza que elas também foram dormir tarde. O despertador do meu celular tocou às 8. Eu tinha que acordar as meninas. A mais difícil foi a Bruna. -Bruna! Acorda! – Algumas meninas que estavam

dormindo

me

olharam

torto.

Bruna... – Sussurrei no seu ouvido. – você vai me ajudar a salvar o mundo mágico. Ela acordou. -Bom ... Huuuua! Dia! Vamos tomar café? -Vamos! Dormir da fome! – Teresa disse. Todas rimos, como é bom rir com as amigas...

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Vestimos nossos uniformes, e descemos as escadas. -Mas o quê...? O salão da águia estava cheio de gente, no centro, uma mesa, com xícaras de café e biscoitos numa bandeja. Percebi que, por mais que pegássemos biscoitos, sempre tinha. A Bruna ia adorar isso. -Olá, meninas – Vanessa veio nos receber, usava um vestido amarelo, e uma tiara vermelha, com um coração; as únicas coisas que não combinavam eram um par de olheiras abaixo dos olhos. – Como passaram a noite? A Diretora achou melhor só sairmos das casas para a aula. -Me alcance um biscoito. Bruna devorou um biscoito atrás do outro. -Como você come! – Disse Teresa. -Como quando fico nervosa. – Ela respondeu. Tomamos o café na escada. -Então... Segundo período. -Pois é... -Nossa! Hoje eu vou salvar o mundo. -É... O

Ambiente

Ficou

tenso.

Ficamos em silêncio todo o resto do tempo. Andamos juntas, sempre. Uma do lado da outra, para a aula de Defesa da Magia. Nos sentamos uma do lado da outra, puxamos os cadernos, sem nos preocupar com nada. A aula

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ocorreu sem nada interessante, a não ser a parte em que o professor, um baixinho atarracado, de terno, gravata cinza, bigode francês e pouco cabelo, chamado Eduardo, disse: - Nunca se esqueçam que os Centauro tem uma facilidade acima do normal com o arco e flecha, e que suas flechas podem atravessá-lo sem dificuldade... A aula transcorreu normal. Quando

bateu

para

o

segundo

período, nos demos as mãos, e corremos para a tapeçaria, passamos pelo tapete ainda de mãos dadas, e encontramos todos os outros. -Nos mostre – disse Felipe a Lucas. -Me sigam. Saímos do tapete, seguimos pelas escadas, até o terceiro andar, logo após se virarmos, vimos um conjunto de estátuas de coruja, cada uma representando um movimento no vôo, seguimos as estátuas e fomos para no fim do corredor. -Não é isso. – disse Felipe. -É sim. – disse Teresa. – Não lembram? - e Cantarolou a melodia que dizia o seguinte: - Sigam sempre a águia, De bico encontrará! Vá para o subterrâneo, E passe despercebido. Felipe e Lucas começaram a bater no chão com o pé. -Parece normal.

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-Tum Tum Tum. -Aqui! – Teresa disse. Levantei

o

Tapete

e

encontrei

um

alçapão.

Todos

respiramos fundo. Bruna se segurou no Braço de Lucas: -Abre você! -Por que eu? Ele perguntou. -Por que você está no segundo ano. Ele Resmungou algo ininteligível e abriu o alçapão. Olhei para dentro, era escuro e sujo, parecia que fazia uns 500 anos que ninguém entrava lá. Descemos por uma escada cheia de aranhas, de repente: -HAAAAA! -OQUÊ FOI, TERESA! Todos

nos

assustamos,

e

ela

respondeu, se batendo toda: -ARANHA! ARANHA! TIRA! TIRA! Rimos todas juntas, era tão bom! Seguimos juntos, descendo pela escada. Finalmente chegamos ao chão, era todo preto, com uma camada de 1 centímetro

de

poeira,

nós

fazíamos

pegadas

quando

andávamos. -Nossa! – Disse uma menina loira – Que escuro. -Ai! –Disse a ruiva - tropecei numa coisa. -Não se mexa – Eu disse. – Lumus! A

visão

que

tivemos

foi

assustadora,

tinha

grifos,

quimeras, hipogrifos, manticores, occamys e quíntipedes. A Ruiva tinha tropeçado na cauda de uma quimera, que piscou os

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olhos, como quando se tem sono, e nos olhou com seus olhos ameaçadores e vorazes, e rugiu, um rugido que tremeu até meu pensamento. Pouco a pouco, os outros foram acordando e nos olhando, fazendo um semicírculo na nossa volta, Um hipogrifo se pôs a frente e rugiu, se pondo em posição de ataque, e pulou em nossa direção. -Estupore! O hipogrifo caiu em “coma”, bem na nossa frente. -Obrigado, Ham... – Disse a Bruna ao menino que fez o feitiço. -... Pedro. – Ele respondeu. -Obrigado, Pedro. – Disse Felipe. -Meninos – Eu disse – Temos mais problemas. Apontei para o grupo violento que vinha em nossa direção. -EM POSIÇÔES. – Disse Felipe. Rapidamente, cada um de nós sacou sua varinha, e nos preparamos para o ataque, Uma dupla de Quimeras nos atacou, eu gritei um: -ESTUPEFAÇA! E elas caíram mortas. Depois, só se ouviu gritos de Estupore, Estupefaça, Impedimenta, Confringo, Expelliarmus, Sectusempra e outros, quando

terminamos,

havia

uma

quantidade

monstros gregos jazendo mortos no chão. - E passe despercebido... – Bruna cantarolou. -Bom, passamos, despercebidos não. -E agora? – Pedro perguntou.

51 | P á g i n a

enorme

de


-Agora... Uma outra pessoa falou das sombras, nos viramos para olhá-lo, vestia uma capa preta, com os cabelos e desarrumados e pretos, varinha na mão. -...Vocês terão de passar por mim. -Quem é você? – a Loira perguntou. -Sou Jasper Lucker. -Eu sei quem é você! – Teresa disse! - Você é aquele cara que roubou o Emblema da Lorena! E o escondeu aqui logo depois de fazer o feitiço nesta caverna, o feitiço que faria com que você só seria morto se matassem seus – ela olhou para os animais mortos – Animais de estimação. -Exatamente, sou eu. – Ele falou, com um ar de conforto. Eu me assustei, nossa! Como a Teresa sabe das coisas! Nós avançamos, para formar um semicírculo. - Estupefa... -Estupore! Pedro voou para trás. Depois foi o Lucas, o Felipe, A Loira, A Ruiva e todos os outros tentaram. E caíram. Quando a Bruna ergueu a varinha, Teresa me olhou e mexeu os lábios, eu captei a mensagem: “Juntas”. - SECTUSEMPRA! Nós três erguemos a varinha, e um raio triplo o atingiu no peito, ele caiu morto para trás. -Pega o Emblema, Bruna. Teresa, me ajude com os outros.

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Bruna foi até um pilaste cortado ao meio e pegou o Emblema, eu fiquei ajudando a recuperar os machucados. -Gente! Olha! Ela veio correndo e nos mostrou o Emblema, era um círculo de ouro, com a águia, o urso, o leão, o B de Belliviard de diamante no meio. -O Emblema de Lorena! De repente, a caverna começou a desmoronar, e subimos correndo as escadas. -Vai! Vai! Eu quase caí, mas no fim chegamos lá em cima. -Ufa! Chegamos! -Chegaram?! Muitos centauros estavam nos olhando, o Branco, que eu vi na floresta disse: -Nos dê o Emblema. -Para que vocês o querem? – Perguntei. Eles se olharam e sacudiram a cabeça, concordando. -Lemos no céu que um homem virá pegar o Emblema, para ter poder sobre o céu e a terra. -E o nome dele era Jasper Lucker? – Teresa perguntou. O centauro se assustou. -Sim... -Demos cabo dele. – Lucas falou, glorioso. -Vocês ... – ele pareceu lutar com as palavras. – Deram cabo dele? -Sim. – Bruna respondeu presunçosa.

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Neste momento, a Diretora apareceu. -FUJAM! OS CENTAUROS E... Ela nos olhou. -Onde.vocês.estavam? Ela estava tremendo de medo dos centauros. -Nós pegamos o emblema de Lorena. -O famoso emblema perdido? Bruna estendeu o Emblema para ela. -Nossa! Já está escuro para o salão! Não entendendo nada, saímos todos correndo para o salão. Era escuro! E só depois de abrir uma cratera no terceiro e no segundo andar, descobri que estavam todos jantando. A diretora subiu para sua mesa de jantar e disse, olhando os centauros que se acomodaram no fundo do salão; -Então, alunos, a maior honra da escola foi recebida da Casa de Sallitre! As alunas Bruna Reichert Scheuer, Teresa Sbardelotto Hoffmeister e Letícia Pavão Schinelo recuperaram o Emblema de Lorena Calghanter, criadora da Escola de Belliviard. – E ergueu o Emblema acima da cabeça. Todos gritaram de satisfação. -Por isso – ela continuou – Eu confiro a essas Alunas a Condecoração de Águia Guia. Nós nos abraçamos de Alegria. -... E a condecoração de Casa Real para a Casa de Sallitre. Todos gritamos de Alegria! -... Mas, infelizmente, amanhã vocês retornaram a suas casa até que a reforma da escola esteja feita, agora, boa noite!

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Nos demos às mãos, explodindo de alegria por dentro, fomos dormir, eu resolvi tomar um banho mesmo, a água quente me relaxou. Botei meu pijama e fui dormir, eu e as meninas ficamos na mesma cama, todas com medo de que viesse um monstro e nos tirasse de lá. Acordamos cedo, com Vanessa nos dizendo: -Bom dia! Águias-Guia! Temos de voltar para casa, e a Diretora me mandou entregar isso a vocês. Ela botou na nossa mão um bottom igual ao Emblema, escrito: “Águia-Guia”. Nos arrumamos, eu estava muito cansada para perceber que roupa eu vesti, ou qual elas usavam, arrumamos as malas, e descemos para tomar café, Eu comi waffles com mel; a Bruna, achocolatado com mashmellow; e a Teresa, Cappuccino. Todos olhavam, falavam e apontavam para nós, eu corei de vergonha e felicidade. -Andando, ou vão perder o trem! – Disse Vanessa. Quando estávamos saindo, vi o Lucas, o Felipe e o Pedro, Junto com a Ruiva e a Loura. Abanei para eles! Quando entramos no Trem, eu abanei para Vanessa, e, no último vagão, sentadas uma do lado da outra, dormimos felizes. Com o que elas sonharam eu não sei, mas eu, com quando salvei o mundo mágico da destruição total...

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A história de Sir Douglas

CAPÍTULO 1: A HISTÓRIA

Em uma cidade da antiga Espanha, Barcelona, para ser correto, vivia um menino diferente dos outros, que sonhava em ser cavaleiro, esse menino era Douglas. Douglas, mais conhecido como Dogue, queria uma vida cheia de aventuras, correrias, ação, caçadas e principalmente, donzelas. Dogue já havia lido quase todos os livros sobre cavaleiros de sua pacata cidade, e se aventurou com Romeu e Julieta, então, Dogue percebeu que, para ter aventuras, correrias, ação..., precisaria de uma donzela, em perigo, ele pensava. Bom, aí começa nossa história:

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Dogue cresceu sonhando em montar em um cavalo e sair mundo afora atrás de sua donzela, eis a oportunidade:

ÇÃ

Á

Á Á A proposta era boa, Dogue pensou, mas o problema não era a distância nem como chegar lá, era o próprio Sir Alexandre. Mas Dogue foi, e no caminho encontrou Paulo: -Dogue, se dirigindo para onde? - Vou para a grande arena, arrebatar o cavalo de Sir Alexandre. -Você é louco, Dogue? É Sir Alexandre, A-L-E-X-A-N-D-RE!

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- Eu sei! - foi isso que ele respondeu, mas Dogue sabia que não seria fácil, mas seria por uma boa causa. -Maryan... -Quê? A... Maryan, sua donzela de mentirinha... - Ela não é de mentira, eu sei disso. -Já a viu, sentiu, cheirou, escutou algo sobre ela? - Hããã, Não! Mas sei que ela existe! Sinto isto... -

Mas

que

lindo!

E

depois

montará no cavalo, sairá mundo afora, achará a donzela que não existe e terão filhos,

daria

para

fazer

um

livro:

História de um cavaleiro maluco. - Não vou perder meu tempo com você. Dogue disse: -Você verá que tudo que disse virará realidade! - Que lindo! Paulo disse, fazendo careta. - Deseje-me sorte! - disse Dogue. E foi para a grande arena.

CAPÍTULO 2: NA ARENA

Na arena, tinha-se de fazer uma ficha, pois não era só Dogue que queria o cavalo, havia muitos motivos para querê-lo, para corridas, exibição ou só por ter, o motivo de Dogue era Maryan.

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-Nome. -Douglas. -Idade. -25. -Novinho, coitado... -Quê foi que disse? Não escutei? - Nada, nada, Cavaleiro 32, coloque o crachá em um local visível. Que carrancuda! - Dogue pensou. -DOUGLAS, CAVALEIRO 32!... PEGUE UM CAVALO NA COCHEIRA, SUA ARMA E VENHA SE TIVER CORAGEM! Sir Alexandre sempre foi de intimidar, pensou Dogue: -Vou pegar o trovão, nome estranho para um cavalo, e vou pegar a mão fechada. -VENHA! -JÁ VOU! Chegando à arena, Dogue viu em cada lado uma placa, do seu lado: PERDEDORES, do lado de Sir Alexandre: VENCEDORES. O lado de perdedores estava tão cheio que ele achava que não caberia ali também.: -Não, vou pensar positivo. O lado dos vencedores estava vazio, vou ser o primeiro a entrar ali, pensava Dogue.

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-NOVAS REGRAS, dizia o vozeirão de Sir Alexandre, NÃO TERÁ FINAIS NEM SEMIFINAIS, O PRIMEIRO A ME GANHAR FICA COM O CAVALO! -Estou pronto! Disse Dogue. E eles avançaram um para o outro em alta velocidade, de repente: PÉIM, Dogue começou a ver estrelinhas, mas não havia caído do cavalo, Mas Sir Alexandre Sim! -GANHEI! Gritou Dogue, GANHEI DE SIR ALEXANDRE! -VIVA, VIVA, VIVA, VIVA, VIVA, VIVA...

CAPÍTULO 3: A SURPRESA

Voltando para casa em seu cavalo novo, Dogue pensa: -Como será ela, loira, morena, alta, baixa? E se eu não gostar dela? Que dirá meu vizinho Paulo quando chegar a casa com este cavalo? Há, não vou me preocupar, Maryan deve ser linda... - CONSEGUIU DOGUE, NÃO ACREDITO, VENCEU SIR ALEXANDRE... EMYLI, VENHA AQUI FORA! ELE CONSEGUIU! -TRÊS VIVAS PARA O DOGUE! Gritou ela. -HIP, HIP. -HURRA! -HIP, HIP. -HURRA!

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-HIP, HIP. -HURRA! -Mas, Dogue, por que você quer este cavalo? E... Meu Deus, Dogue, você cortou seu braço! E está sangrando! - Vou responder sua pergunta: -ESPERA, AÍ, Vou pegar dois algodões. – Disse Paulo. -Também pegue uma faixa e pomada. - disse Emyli. - O algodão não é pra ele, é pra mim! E Paulo correu para pegar o algodão. Voltando, colocou nos ouvidos e disse: -Pronto, manda ver. -Bom, peguei este cavalo para ir atrás da donzela dos meus sonhos, Maryan, e então, nós nos casaríamos, se ela quiser... -Mas, Dogue, Você sabe que Maryan, bom, não existe... -Claro que ela existe, mas, não, nunca a vi, senti, nem seu cheiro, nem escutei algo sobre ela, mas ela existe! E então, montado em um cavalo, aparece Sir Henri, o Historiador, que grita: -DOGUE, É VERDADE , ELA EXISTE, EXISTE E SEMPRE EXISTIU! MARYAN EXISTE, DONZELA MARYAN EXISTE! -VIVA! Dogue fica perplexo, e diz: -Então é verdade... Maryan existe? -SIM, EXISTE! -Maryan existe, Maryan existe. MARYAN EXISTE, MEU AMOR EXISTE!

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-Então entrem e vamos descobrir onde ela mora... – disse Emyli.

CAPÍTULO 4: A PROCURA

Já sentados e tomando um delicioso chá, Dogue retoma o assunto: -Já que Maryan existe, ela deve morar em algum lugar, mas onde, sir Henri? -Bom, nós moramos em Barcelona, mas a capital é Madri, Ela deve morar lá, em algum castelo, algum lugar... -Mas, não sabe onde, não tem ideia? - perguntou Dogue. -Tipo assim, Norte, Sul, Leste ou Oeste, não sabe nem sonha? – perguntou Paulo. -Não, mas devemos começar por lá! -Mas, Dogue, você sabe que precisará de um escudeiro, ajudante, como quiser chamar. -Sim, mas não sei quem, há! Paulo, gostaria de ser meu... -Não, nem hoje nem nunca! Ainda o convenço, pensou Dogue. -Então levarei meu cavalo, todas as coisas que precisarei e meu discurso. -Desculpe me intrometer – disse Emyli – mas, levar aonde? -Vou levar à praça e lá farei meu discurso e farão fila para serem meus ajudantes!

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-Olha Dogue, você é meu amigo, vou ser sincero, não vai dar certo! – disse Paulo. -Vai sim. – disse Sir Henri, dando uma piscadela para Paulo, sem que Dogue percebesse.

MINICAPÍTULO 5: O DISCURSO

Chegando à praça, Dogue desceu do cavalo, subiu numa pedra e começou: -BOM DIA, COMPANHEIROS, SOU SIR DOUGLAS – isso é engraçado, pensou – E ESTOU À PROCURA DE MINHA DONZELA, MARYAN, PRECISO DE UM AJUDANTE PARA ENCONTRA-LÁ, ELE TEM DE SER VALENTE, ALGUÉM SE HABILITA? Tudo ficou em completo silêncio, alguns davam risadas baixas, outros apontavam e no meio deles alguém gritou: -VOCÊ É LOUCO! MARYAN NÃO EXISTE! -MARYAN EXISTE E EU VOU COM VOCÊ, DOGUE! E do meio da multidão, apareceu Paulo, que acabara de dizer tudo aquilo! -ENTÃO, VAMOS PARA MADRI, MEU COMPANHEIRO!

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CAPÍTULO 6: LÁ VAMOS NÓS

Montados num cavalo, Paulo pergunta: -Dogue, vamos viajar apertados num cavalo? -Não, meu caro amigo, você irá com o Raio. -Você não está falando do meu cavalo Raio, está? -Estou, amigo, eu irei com o ex-cavalo de sir Alexandre, chamado Silêncio. -Agora ele se chama Silêncio? Não era Trovão? - Não, este era o cavalo que peguei para ganhar de sir Alexandre. O Silêncio era o de sir Alexandre. -Vou fingir que entendi, tá? Chegando a casa, Emyli grita para seu marido: -Paulo, já arrumei sua mala, sabia que quando saiu iria dizer que ia junto com Dogue. Mas Dogue, não terminei de arrumar a sua, vai levar todos os livros? -Não, só levarei Romeu e Julieta. -Então entrem, fiz pudim, e com chá ficará uma delicia! -hummm! – disseram Paulo e Dogue juntos. Uma hora depois, eles já estão em cima dos cavalos, prontos para partir, e Emyli grita: - Vou sentir saudades! -Hasta la vista! – gritam os rapazes. Já na estrada, Paulo pergunta: -Onde, exatamente, ela mora? -Não sei, mas chutarei o castelo da lua.

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-Faz sentido, ninguém nunca viu seus moradores!

CAPÍTULO 7: A FLORESTA

-Aonde iremos primeiro? – perguntou Paulo. -Passaremos pela floresta da noite, depois pela grande ponte, atravessaremos o rio temerário e passaremos pelo vilarejo do sol. -Poderia ser o campo florido, depois a lagoa calma, a pontezinha e vilarejo do silêncio. – disse Paulo. -A floresta fica a 84 quilômetros daqui. 84 quilômetros depois: -Ufa, chegamos. Disse Paulo. -Vamos entrar. – Dogue disse. -Tipo assim, no mais, vai entrar e eu também? -Sim, meu caro amigo. E entrando, eles arrumam um acampamento. Paulo diz: -Dogue, o que vamos comer? -Trouxe em minha mochila comida para uma semana, mas maneirada. -Maneirada como? - Só comer quando precisar. Disse Dogue. Então vamos armar a tenda e... -E?

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-Shiiiii! Estou escutando vozes... E Dogue estava mesmo escutando vozes, vinham de uma clareira a uns 20 metros dali. -...e então nós roubaremos aqueles dois rapazes quando anoitecer e os mataremos se acordarem... -Meu Deus, bom, nós ficaremos acordados ao anoitecer. – Dogue disse. -Mas Dogue, eles vão nos matar. -Não vão, nós ficaremos armados. Trouxe sua espada, meu amigo? -Sim, mas não sei manusear... -Ora, use o instinto de cavaleiro, por Maryan, e Emyli! -Está bem. -POR MARYAN E EMYLI! – gritaram juntos. Ao anoitecer, deitados cada um em sua barraca, armados e atentos, eles, Paulo e Dogue escutam: -Chefe, você e eu vamos à barraca de Sir Maluco e Marley e Alex vão à do Medroso... - Não, Peter, eu dou as ordens, nós vamos à barraca de Sir Louco e Marley e Alex vão à do Medroso. - Foi o que eu disse... -MENTIRA! -Vamos. E ouviram o barulho de um zíper depois do outro abrindo. E então Paulo e Dogue atacam e em dois minutos eles estão amarrados e presos a uma árvore: -Partiremos logo cedo. – foi o que Dogue disse.

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De manhã eles partem deixando os bandidos para trás. No meio do caminho Paulo diz: - Te desafio a uma corrida! Vamos, Dogue, correr é legal! -Não Paulo, melhor não... -Chegamos mais perto da Maryan em menos tempo. -Se é assim... VAMOS! -FALANDO EM VAMOS, AONDE VAMOS AGORA? -PARA A GRANDE PONTE!

CAPÍTULO 8: A GRANDE PONTE

-Não tem nada demais em uma pontezinha de nada... -Mas, olhe essa aqui! – falou Dogue, apontando para uma ponte de 30 metros de comprimento por 3 de largura. -Uau...! – disse Paulo. – Mas, por que ela é perigosa? -Pelo que eu sei, tem-se que descobrir uma charada para entrar e uma para sair! -Moleza! -Se você acha... Na frente deles, havia uma placa que confirmava a hipótese das charadas.

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ATENÇÃO AQUI VOCÊS TERÃO DE RESPONDER CHARADAS CORRETAMENTE PARA SAIR E ENTRAR. ESTÃO PRONTOS? Então peguem uma pergunta na caixa e entreguem ao porteiro, se a resposta estiver correta passarão; na saída também. Dogue pegou uma pergunta na caixa, deu ao guarda, que a leu: - A dívida que todos os homens pagarão, para ter a vida eterna. Cinco letras. Três chances. -A vida não é por... - Errado, mais duas chances. -Mas eu não disse nada! - disse Dogue. -Você disse: VIDA! E não é! -Ah, que falta da Emyli... – disse Paulo. -Errado, mais uma chance! - Mas eu também não disse nada! -humf. – foi o que ele respondeu. - A dívida que todos os homens pagarão... -Morte, é a Morte, tem-se que morrer para ter a vida eterna! -Correto! Podem passar. – disse o Guarda, levantando a cancela.

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Depois de passarem e cavalgarem os 30 metros, chegaram na outra cancela, Paulo pegou a pergunta e deu ao porteiro, que também a leu: -É feito de pedra, mas não é morro, também tem água, mas não é rio, em seu nome não tem o sol, mas o contrário. 12 letras. Três chances. -É a floresta da noite! - disse Paulo. -Não é, mais duas chances! -Humm, seria algum terreno nas nuvens? -Não, mais uma chance! -Me deixa ver, humm, JÁ SEI! O CASTELO DA LUA! disse novamente Dogue. -Sempre o crânio da dupla. – resmungou Paulo. -Você que me aguente! – disse Dogue. -Podem passar. – disse o guarda. -Passamos, e agora? – perguntou Paulo.

CAPÍTULO 9: O RIO TEMERÁRIO

-Iremos para o rio temerário. -O que tem nele de diferente? -É o que estou achando estranho, até agora nada! Cinco quilômetros de viagem... Cinco quilômetros depois:

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- Nossa, que rio grande é este aqui, não? -Sim! -Então, vamos passar! - disse Dogue. Mas, logo, logo, se arrepende: -Paulo, piranhas! Não podemos passar! -Que ótimo, vamos construir um barco! Disse Paulo, rindo. -Bela ideia! Mas acho que uma jangada é suficiente! -Eu estava brincando! Eu... -Vamos, vamos procurar galhos na mata! Eles procuram e acham uma boa quantidade, e Dogue diz: -Vamos começar! Trabalham até o sol se pôr, e quando terminaram, Dogue disse: -Vamos dormir, amanhã sairemos cedo! E eles dormiram até as 7 horas da manhã. Logo, Dogue acordou Paulo dizendo: -Vamos acordar, temos de atravessar o rio, acorde, Paulo! Eles atravessaram com extremo cuidado, porque o rio podia a qualquer momento fazê-los de náufragos. Atravessando, Paulo pergunta: -E agora, Dogue? Pra onde? -Para o vilarejo do sol!

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CAPÍTULO 10: O VILAREJO DO SOL

-No vilarejo do sol, todos os viajantes, ao chegarem lá, têm de declarar abertamente o que deseja! – Dogue disse. -E você irá dizer: “Procuro minha amada Maryan” -Claro! Chegando lá, um guarda pergunta a Dogue: -Quem é e o que deseja? -Sou Sir Douglas, de Barcelona e procuro a donzela Maryan! – disse com bravura. -Castelo da Lua, mas não lhe disse isso, pegue o mapa, e não se esqueça de levar algo a ela! O mapa era assim:

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-Então, vamos... Primeiro, nós iremos em ziguezague até a floresta, fechamos o zigue e passamos pela ponte, terminamos a curva e chegamos ao castelo cavalgando em linha reta ! - Então, vamos para a floresta! Chegando à floresta, eles veem os frutos mais suculentos pendendo dos galhos à altura da mão, Dogue começa a colher os mais belos, e coloca dentro de uma cesta: -Boa ideia, Dogue, terá muita comida na viagem de volta! disse Paulo. -Não! Vou levar para Maryan! “Não se esqueçam de levar algo para ela”! Vamos descansar e daqui a 1 hora retomemos a caminhada. Uma hora depois: -Vamos, Dogue, Maryan aguarda! -Está bem, vai que eu vou junto, Paulo. -Para onde vamos agora? – Paulo perguntou. -Para a ponte, 1 quilômetro. 1 quilômetro depois, eles chegam à ponte e veem que o rio brilha dolorosamente nos olhos: -Tem diamantes no fundo! – diz Dogue. -Legal! -Vou pegar uns, no plural! E Dogue pula no rio. 5 minutos depois, emerge da água, carregando a camiseta cheia de pedras, e diz: -Não me esqueci de você, azul é a cor preferida da Emyli, não é? -SIM!

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-Leve essas para ela. – Dogue disse, atirando no chão pedras azuis. -Puxa, Dogue, obrigado! -As Rosas e Roxas são para Maryan; as Verdes, você quer? -Sim, Dogue, vamos precisar. - disse Paulo, pegando as verdes. - E eu fico com as vermelhas! – disse Dogue. - Vamos seguir caminhada! – Paulo disse. -Espere – disse Dogue. Ele abriu sua mochila, tirou um lenço branco e rendado, colocou as pedras para Maryan dentro e amarrou com uma fita, fazendo um laço. -Agora vamos. – Dogue disse. -Vamos para o castelo, 1 quilômetro.

CAPÍTULO 11: O CASTELO

1 quilômetro depois eles chegam ao castelo. Em frente ao castelo da lua encontram uma velhinha pedindo esmola. Dogue pegou uma de suas pedras e deu a ela, dizendo: -Pegue, senhora, Precisa mais do que eu! -Obrigado, meu rapaz... Chegando

à

portaria,

pergunta: -Quem é e o que deseja?

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Dogue

escuta

novamente

a


Ele responde a mesma coisa: - Sou Sir Douglas, de Barcelona e procuro a donzela Maryan! -Por que a procura? -Porque a amo! -Trouxe algo para ela? -Trouxe sim! -Ótimo! Entrem. E entrando no castelo, eles são guiados para um pequeno cubículo, onde, vestida com os mais finos trajes, e com o cabelo mais sedoso do mundo (segundo Dogue), está donzela Maryan: -Que linda! – Dogue disse. -O que você quer comigo? – diz Maryan com sua voz macia. -Sou apaixonado por você! – Dogue disse. – Muitos me chamaram de louco quando disse que a amava, vim de Barcelona até aqui, sem ter certeza de que existia, só no meu coração eu tinha certeza! -Trouxe algo para mim? – diz Maryan. -Trouxe três coisas, para você! -São só duas. – cochichou Paulo. -Trouxe esta cesta com as frutas mais belas que vi. – Dogue disse, dando para ela: -Que deliciosas parecem! -Também trouxe estas pedras preciosas que peguei no rio. – disse, dando a ela. -Que lindas, o lenço também é magnífico!

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-E a última coisa, o meu coração! -Você é Honesto, Bondoso, inteligente, bonito... Vi quando deram as suas pedras à velhinha, meus outros pretendentes não dariam nada! Você me deu seu coração, eu lhe dou o meu! E trocaram o primeiro beijo!

CAPÍTULO 12: CONDE LUCAS

- Sir Douglas... -Me chame de Dogue. -Dogue, eu já tinha outro pretendente. -Quem ele é, me diga seu nome? -Conde Lucas. -Mandarei uma carta para ele. A carta era assim:

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Olá, Meu nome é sir Douglas. Declarei abertamente meu amor a Maryan e ela me respondeu da mesma forma. Te espero amanhã, no pátio do castelo para uma luta, quem ganhar ficará com a bela Maryan, quem perder a renunciará! Ass.: Sir Douglas

Logo... Estão batendo à porta... – diz Maryan. -Entre! – diz Dogue. - Bom dia, minha amada Maryan, E, Oi. – disse virando para Dogue. -Vamos? -SIM. Entraram na arena, se posicionaram, e Maryan diz: -LUTEM! E eles duelam, e duelam, e duelam: -Vamos dar uma parada? -Não, seguiremos com a luta! E eles lutam, até que uma hora, o conde Lucas cai, e diz: -Você venceu, eu renuncio a Maryan. Fique com ela, ela merece o melhor cavaleiro! -Viva, Dogue, você conseguiu, agora posso voltar com você para Barcelona! – diz Maryan!

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- Tem Certeza? -Sim!!!

CAPÍTULO 13: A VOLTA

Na volta, Dogue passou pela cancela, carregando Maryan no cavalo, e as perguntas foram: - Qual rio brilha mais que o sol, e é mais colorido que o arco-íris? 17 letras, 3 chances. -Essa eu sei – disse Maryan – é o Rio do castelo da lua. -Certo!!! Passem. Chegando ao outro lado, o outro guarda disse: -Vocês terão que... -Sim, sim! A gente já sabe – disse Paulo - responder a uma charada pra passar, a questão é, qual é a charada? - O casal mais famoso do mundo da Espanha, queijo com goiabada, 13 letras, 3 chances. -Romeu e Julieta – disse Maryan. -Puxa, Dogue, alguém é mais esperto que você, hein!!! – ironizou Paulo. A jangada ainda estava lá quando voltaram, pararam para dormir, a viagem tinha sido cansativa. Quando o sol nasceu... -Huuua!! Bom dia, Paulo! Bom dia, querida... PAULO! CADÊ A MARYAM???

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-Estou aqui, não se preocupe comigo!!! Ela havia feito uma coroa de flores e a usava na cabeça, destacando sua incrível beleza. Atravessaram o rio, e começaram a atravessar a Floresta. Logo ouviram vozes: -Hi, Olha chefe!! Tem uns caras chegando aí!! E vem a cavalo. -É – disse outra voz – e tem uma mulher, vai dar um bom dinheiro no mercado de escravos. -MERCADO DE ESCRAVOS!!! Me dê licença. E Dogue foi para lá. Paulo foi logo atrás. -Espere aqui, Alteza. A luta foi comprida e machucada, mas Dogue e Paulo deram cabo dos bandidos, não pense em morte, mas sim em um punhado de bandidos amarrados em uma árvore. Voltaram para seus cavalos e uns 50 metros depois encontraram os bandidos da ida: -E aí? Tudo beleza? – perguntou Paulo. -Ele conseguiu... – disse Peter. Saindo da floresta, começaram uma corrida louca pelos vilarejos e vilas. Maryam se divertiu muito com aquilo. Chegando a casa, Emyli estava sentada no banco da frente esperando eles, os vendo gritou: -PAULO, AMOR, VOCÊ ESTÁ BEM? E VOCÊ, DOGUE? CONSEGUIU O QUE QUERIA? E se virou para ver onde ele estava e viu Dogue ajudando Maryan a descer do cavalo.

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-Puxa, faz tempo que não faço isso! Ho! Você deve ser Emyli? Prazer, Maryan, Paulo falou muito de você! -Meu deus, você é donzela Maryan? -Sim! -Vocês ficam lindos juntos! Querem que eu marque o casamento na igreja? Espalhe a todos? -É, pode ser. – respondeu Maryan. -Emyli – chamou Paulo – para você! – disse, lhe entregando as pedras preciosas. -São lindas, amor! E se deram um beijo! Emyli tratou logo de espalhar a notícia em cartazes que eram assim:

ATENÇÃO: VENHAM VER O CASAMENTO DE SIR DOUGLAS E DONZELA MARYAN! SERÁ NA IGREJA ESPÍRITO SANTO ÀS:15h VENHAM VER, SERÁ LINDO! E foi lindo, Maryan e Dogue estão casados até hoje! Tiveram uma filha chamada Mary! E, quanto a Paulo e Emyli, tiveram um casal, Pedro e Maria! Enfim, o Fim! Hasta la Vista!

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Tinky e a vila dos pelúcios

Era uma vez uma menina, correção, fada. Quê? Há... Acha que não escutou direito? Mas é isso mesmo, uma FADA. E ela se chama Tinky, Fadinha Tinky. Ela tinha 12 anos e morava em uma grande floresta, em um carvalho, em um buraco no carvalho. Ela morava junto com suas 4 irmãzinhas: Mary, Mitch, Lila e Fran. Elas eram muito felizes, até que uma briga acabou com tudo: -Já disse, Lila, raposas não voam! - disse Mary, a mais velha e a mais nova. Elas ficam nesta ordem: Lila, a mais nova, com 9; depois Mary com 10; Mitch, com 11 anos; Tinky, de 12; e


Fran com 13. Então, chegou a vez de Mitch se meter: -Deixa, Mary, ela tem de usar a imaginação, sei que ela está brincando... -Eu não tô brincando, raposas voam, a Rose disse que... -Esquece o que ela disse, ela só fala besteira... -ELA É MINHA AMIGA! Então é a vez da Tinky: -Ei, Mitch, se ela gosta de alguém que só fala asneira, tudo bem... -EU VOU FALAR PRA FRAN! -NÃO, PRA FRAN NÃO! - disseram Mary, Tinky e Mitch. -Ah... Pra Fran Sim! Ô FRAN, A MARY, A TINKY E A MITCH TÃO DIZENDO QUE RAPOSAS NÃO VOAM! -Que querida? A Fran sempre era querida com a Lila, ela é a menor, dizia. -Elas estão dizendo que a Rose só fala besteira e que raposas não voam. -Mas elas sabem que se elas fizerem de novo vão ficar de castigo! Depois que a Fran foi embora, Tinky mostrou a língua para a Lila, e a Lila: -Fran, a Tinky mostrou a língua pra você! -QUÊ?! -Então – era a Fran – Tinky, sem morangos por um mês, e Mary e Mitch, por uma Semana.

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-BUUUUAAAAAA! Mais à noite, Tinky fica a pensar observando por um buraco na parede de seu quarto: -E se eu fugisse? Elas sentiriam minha falta e me procurariam, Talvez eu até conseguisse ganhar o dobro de morango do que eu como, então, eu vou fugir hoje à noite e só deixarei um bilhete avisando! E de repente, tudo ficou enevoado... Então, às 12 horas da noite, Tinky fez uma lista das coisas que levaria e arrumou sua malinha: -Bússola. -Mapa. -Binóculo. -Uma muda de roupas. -Comida. -Lanterna. -Pozinho Rosa Mágico. -Pasta de Dentes, Escova de dente, Pente... Depois que ela foi Só deixou um bilhete dizendo:

Manas queridas, Eu Fugi, Amo Vocês!

Chegando a um lugar afastado, ela começou a pensar: -Aonde eu posso ir? Hááá! A Campina dos Fofos! Mas... Por que se chama Campina dos Fofos? Ah, porque uma Fada

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chamada Lea uma vez achou uns bichos que ela chamou de pelúcios! Então eu vou pra lá! Uma hora depois ela chegou, mas já estava mais escuro do que antes. -Que bom que trouxe minha lanterna! Então, apontando para um buraco em um chorão (árvore), ela disse: -Eu vou passar a noite neste buraco! Mas, entrando, ela escorrega por um looooongo buraco, e cai na grama de algum lugar. Olhando em volta, diz: -Vila dos Pelúcios! Observou os bichinhos que dormiam amontoados um sobre os outros. Então, Tinky dormiu ali mesmo: -Vou fazer perguntas amanhã! De manhã, Tinky acorda com um pelúcio a olhando. Ele a pergunta: -Quem é você? -Sou a fadinha Tinky. Eu só fugi de casa, pois não ligam pra mim... -Bom... Isso não é bom, mas, você tem de nos ajudar, um pelúcio muito malvado raptou nossa rainha Lea, ela é uma Fada como você! -Mas, por que a raptaram? -Para ele convencê-la a dar o nosso diamante-rei para ele! -Mas, para onde ele foi? -Para a Montanha dos Segredos!

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-Por que ela é chamada de Montanha dos Segredos? -Porque

ela

guarda

muitos

segredos

que

ninguém

conhece, né! -Eu vou salvá-la se você vir comigo! Topa? -Eu topo! Mas nós não podemos dar o diamante-rei para ele! -Que cor que ele é? -Prateado! -Então, eu preciso de papel alumínio e uma pedra idêntica ao diamante, e então nós iremos “empacotar” a pedra e daremos a ele! -Ótimo, perfeito, adorei! -Então nós iremos lá! Chegando lá, no início da montanha, Tinky se lembra de perguntar ao Pelúcio: -Qual é seu nome? -Meu nome é Luca, e quem raptou a rainha se chama Richard. - Então, vamos subir a montanha, Luca? -SIIIIIIIIIIIIIIIIIM! No começo da montanha eles encontram um túnel, e Tinky diz: -Vamos entrar! -Não, você sabe o que tem aí dentro? -Não, o que tem? -Tem um monstro gigante que

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gosta de comer frutas! -E o que tem de ruim em comer frutas? -Ele come demais! -Então me traga muitas folhas roxas e cipós, tive uma ideia! -Você e suas ideias... E foi buscar o que ela havia pedido. Meia hora depois ele volta: -Está aqui, vossa alteza! -Hihihihihihih! Bom, vai fazer uma bola com as folhas roxas e amarrar com cipós e daremos ao bicho dizendo ser uma amora. -Ótima ideia! Depois de terem terminado, eles entram na caverna, e o bicho já os recebe dizendo: -Trouxeram algo para mim? Se não me trouxeram os comerei! Nisso, Luca estremeceu. -Calma,

trouxemos

uma

amora gigante para o senhor! -Deixe-me ver esta amora! -No três saímos correndo. – Tinky disse a Luca. -Ummm,

está

cheirosa,

será que o gosto é bom? E, quando estava quase mordendo, Tinky grita: -TRÊS!

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E eles saem correndo no exato minuto em que o bicho cuspia o punhado de folhas roxas: -Conseguimos, vamos continuar. Mas à frente eles descem um declive e veem que lá embaixo é frio, então Tinky vê um amontoado de coisas peludas, e diz: -Vamos descer com aquilo! Chegando perto, os Pelúcios, que eram o amontoado, dizem: - Vocês vão descer? Podemos ir junto? -Sim, nós vamos descer, podemos usar vocês como casacos? -Sim! Mas vamos logo, nossa mãe está nos esperando do outro lado! Depois de passarem, eles se soltam de Tinky e vão correndo para perto de outro Pelúcio dizendo: -Mamãe, mamãe! -Para aonde vamos agora? - pergunta Tinky. -Para as Nuvem da Verdade! -O que acontece lá? -Ninguém sabe! Chegando à beirada do declive, eles veem uma superfície muito fofa, e Tinky diz: -É a Nuvem da Verdade... Entrando na nuvem, uma voz diz:

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- Bem-vindos a Nuvem da Verdade, aqui não existe nenhuma mentira, vocês começaram a falar muitas coisas que serão somente verdades, AGORA! E então, Tinky começou a falar somente verdades: -Eu não devia ter fugido, minhas irmãs devem estar preocupadas, fui eu que comecei a briga, dizendo que a Rose era muito burra, se eu tivesse pedido desculpas, desculpa por ter te arrastado nisso tudo, Luca... -E eu não devia ter falado ao Richard sobre o diamante, ele não se controla, sabia que tentaria pegá-lo! Só que como sou burro, eu acabei contando! Mas precisamos sair daqui! Vamos logo Tinky. Saindo da nuvem, eles pedem desculpas pelo que falaram, e Tinky perguntou: - Aonde vamos agora? -Nós vamos para a floresta selvagem, teremos de enfrentar vários monstros! -Fica a umas 2 milhas daqui... -Sério?! -Não, é a 1000 metros daqui! -Anhé! -Pois é, vamos lá! 1000 metros dali... -Veja, é a Floresta da Noite... -EE-EU EE-ESTOU C-COM F-FRIO! -Vamos entrar logo. Entrando...

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-Veja, é o Dragão Sonífero! -O que acontece se ele atirar em nós? -Bom, nós caímos em um sono profundo... -Que nem Branca de Neve... -É, que nem Branca de Neve. -Bom, vamos passar enquanto ele dorme... E passando, de repente, se ouve um: CREC, E depois, um: Gronf! -O monstro sonífero acordou! E ele vai espirrar em mim, AI! -Cuidado, Tinky! E Luca se atirou na frente dela! -LUUUUUUUUCAAAAAAAAA! NÃO! Mas, Luca já havia caído em um sono profundo... -Uma vez eu ouvi dizer que se eu pegar um lírio mágico das montanhas da primavera ele acordará, então eu vou até lá! Então tinky foi até lá! Chegando ao topo, ela vê portões dourados, e neles estão escritas as palavras:

SÓ LHE DAREMOS O QUE QUER EM TROCA DE OUTRA COISA...

-Ai, que medo... O que será que elas irão me pedir? Depois de ultrapassar os portões dourados, Tinky grita:

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-OLÁ, TEM ALGUÉM AÍ? -Sim, eu estou aqui, sou a ninfa Danielly. Tinky estava olhando para uma das mais belas ninfas que já vira, tinha um vestido de pétalas de rosa, cabelos louros e encaracolados, e olhos azul profundos, muito bela. -O que você quer? -Eu gostaria de ter um lírio mágico, para salvar meu amigo pelúcio, Luca, ele me protegeu e foi atingido pelo raio do dragão sonífero... -Você terá de me dar algo em troca, está vendo aquelas maçãs douradas, deve me dar uma delas, lhe dou este espelho... -Para que eu usaria este espelho? -Isso você terá que descobrir... E dizendo isso, desapareceu. -Mas, ninfa, onde devo lhe dar a maçã? Uma voz disse: -Debaixo da cerejeira... Tinky – por assim dizer – estava Boiando. Por que o espelho, porque o Luca, porque Lea, porque a vila das Pelúcios? -Mas

devo

continuar,

IREI

PEGAR A MAÇÃ... Chegando

perto

da

macieira,

quase botando a mão na maior maçã, ela escuta uma voz: -Sou

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o

Gigante

Kened,

você


poderá pegar a maçã, se responder corretamente a pergunta: Qual o nome do Rei dos Pelúcios antes da rainha Lea? -AM, Dica? -Começa com RI... -Richard! -Não, errado, há ,há, há, é o Rei Igor, Ou RI... -Agora por errar você vai pagar caro! Raio Petrificador! E saiu um raio verde da clava do gigante! Tinky pensa rápido: o Espelho! E coloca na frente do raio mirando o gigante, no exato momento em que o raio estava em sua frente, e, pimba, o gigante estava petrificado! -Agora vou pegar a maçã! Tinky pegou a maçã, e foi para a cerejeira, chamando a ninfa: -Danielly, Danielly... -Eu estou aqui... -Danielly, eu trouxe a maçã, pode, por favor, me dar de uma vez o lírio? -Sim, está aqui. -Agora eu vou colocar na frente do nariz do Luca, e deixar ele cheirar. Acorda Luca, acorda GAROTO! -Calma, eu estou acordado, obrigado por tentar me acordar, eu não hesitaria em deixar você lá, dormindo...

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-Há, muito engraçado, agora, trate de levantar, que temos que seguir viagem, vamos para onde? -Bom, como você conseguiu chegar até aqui, temos só mais três paradas, vamos para o Oceano Colorido... -Tá! -E, depois, iremos passar pela Montanha dos Doces, e a Montanha dos Segredos! Depois de andarem 200 metros acima do nível do mar, eles descem uma nova colina e encontram o oceano: -Luca, eu irei pegar mais pozinho rosa mágico, colocarei nas minhas asas e segurarei você, depois sobrevoaremos o oceano! Mas, Tinky não achou seu pozinho. Enquanto isso, na base do tronco do chorão, logo após a ida de Tinky... -BUUUUUUUUUUUUAAAAAAA! -Calma, Lila, nós vamos achar a Tinky. Mary, acalma a Lila, Mitch me ajuda a procurar aqui. -Fran, achei um pacotinho, e é da Tinky! É o pozinho mágico, e tem uma trilha para debaixo desse chorão e AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! -Mary me segura, Lila, pare de chorar e segura a Mary, eu vou me abaixar e ... Você já sabe né? -AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Elas três seguiram o rastro de Tinky, fugiram do monstro comedor de frutas, Fran enrolou ele. Passaram pelo declive frio

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graças a seus casacos, pela Nuvem da Verdade, e se desculparam depois. Passaram pelo dragão e tiveram o bom senso de voarem em vez de andarem, passaram pelo jardim, sem dar nada em troca (não pediram nada). E depois dos 200 metros acima do nível do mar, encontraram, nada mais nada menos, que Tinky e Luca: -Tinky! E quem é esse? -Fran, Mitch, Mary, Lila! -EEEEEEEEEEEEEEEEEE! E Lila pulou no colo de Tinky! -Que saudade! E esse aqui é o Luca, um Pelúcio! -Um Pelúcio! Daqueles da rainha Lea? -Sim, eu sou um súdito da rainha Lea! Tinky, depois das comemorações, disse: -Mitch, Fran, e Mary, podem me erguer e voarem acima do mar? -Melhor que isso! – disse Mitch – Achamos seu pozinho! -Muito obrigada! Depois de Tinky colocar seu pozinho nas asas, elas saíram voando, e Tinky levou Luca, pendurado! Depois

ainda,

eles

chegaram até a montanha dos doces! -Hum!- Disse Tinky – Quanto doce vamos comer! E comeram balas, chocolates, tortas, bolos, biscoitos, sorvetes e etc. Só Fran, que não comeu, pois estava de regime,

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percebeu que quanto mais eles comiam, mais redondos ficavam: -GENTE, VOCÊS ESTÃO... -FICA QUIETA E COME! Depois que terminaram de comer, se tocaram do que havia acontecido: -Ho! Fran, nos salve, nos ajude, chame a ninfa Danielly, e a peça ajuda! Implorou Tinky. Fran não lembrou de perguntar como Tinky conhecera Danielly. Foi ao alto da montanha e gritou bem alto: -DANIELLY, NINFA DANIELLY, NOS AJUDE! -Sim? -Ninfa, Tinky, Luca, Mitch, Lila e Mary comeram doces demais e ficaram literalmente redondos! -Eles comeram doces da montanha dos doces? -Sim, Por quê? -Ah não! Eles não podem comer nada de lá, a giganta Anita, ela faz doces maiores com os doces de lá, me siga! E seguiram para um lugar que Fran desconhecia, mas Tinky e Luca sim, o jardim de portões dourados, Ou, Sonho de Sol, assim chamado

lá.

Chegando,

elas

se

dirigiram para um casebre, atrás da macieira dourada. -Anita! - chamou Dany com seu melhor tom.

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-Sim, minha Princesa? -Queria

que

você

pedisse

aos

seus ajudantes

que

parassem de pegar doces e resgatassem meus amigos... -QUE! Nunca tirarei meus gigantes da rota do trabalho... -Mas eles estão presos na montanha dos doces, redondos como um barril! - disse Dany, começando a ficar nervosa. -Há, sei. Vocês querem que eu saia para comerem meus deliciosos doces, não é? Pois sou mais esperta, saiam, a menos que consigam me provar que eles estão lá! E empurrou-os para fora, batendo a porta. -E agora? – disse Fran. -Iremos trazer um deles até aqui! -Como? -Com o seu pozinho, o da Mary, da Lila, Micht e Tinky, e traremos a Lila, pois se trazermos a Tinky, ela reconhecerá a fada que petrificou seu marido... -A TINKY FEZ O QUÊ? -Ela fez isso para manter Luca vivo, foi uma causa nobre... Depois de terminarem de discutir, foram à montanha e mandaram os gigantes pararem de trabalhar, por “ordem de Anita”. Depois ainda, pegaram Lila e a trouxeram, com muito esforço, para a casa de Anita, que esperava na porta: -Me desculpem, me desculpem, meu gigante chegou e disse ter visto alguns barris na montanha, como posso ajudar a salvá-los desse feitiço?

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-Preciso de cenouras, batatas, alface, couve-flor, brócolis e tomate, e vou precisar também de um caldeirão e pó para emagrecer, de gigante. Depois de ter trazido tudo, elas fizeram a sopa mágica, e levaram para a montanha dos doces, depois de todos os “barris” tomarem tudo, sem entusiasmo, ainda queriam doces. Mas, felizmente, emagreceram, voltando a ficar do jeito normal. -Graças a Dany! -Aham. -Há, e Fran, estamos magrelos outra vez! -VIVA! VIVA! -Agora só falta irmos à Montanha dos Segredos... -Tinky - disse Luca. - Desde que entramos na toca do monstro comedor de frutas, estamos na Montanha dos Segredos. Só temos que ir para o pico. Foi uma longa caminhada, cheia de ralados, tombos roxos, e AI e UI. Mas enfim chegaram ao pico onde havia um castelo, e na portaria, um Pelúcio que disse: -Que tu qué? -Viemos a pedido de grande Richard, que ele viva muito, encontramos espiões na floresta, entregarei direto a ele – disse Luca, fingindo. -Entra de uma vez. Depois de entrarem no castelo e encontrarem Richard, Luca pulou em cima dele e disse: -Há, eis o vilão da história! -Olha o diamante – sussurrou Tinky

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-Ah, então, que tal minha performance no teatro? -Realmente assustadora – disse Richard, o coração aos pulos. -Majestade,

eu

coordenei

uma

busca

ao

diamante,

secretamente, e o encontrei, mas uma fada disse que teria de libertar a rainha Lea. -OK, OK, eu libertarei a Lea, mas ela terá de assinar um documento dizendo que este diamante é MEU! -Ah, tudo bem... Depois

de

assinarem,

queriam

bater

uma

foto

do

diamante: -E cadê ele? -Tinky y y y? -Aqui... E Tinky alcançou o diamante falso para ele. -Hum... Todos tremeram. -Mais é maior do que eu pensava! UFA! Então, depois de assinarem, baterem a foto e etc. eles todos estavam a segurar o Richard e dizerem: -Preso em nome da lei das fadas, ou melhor, dos pelúcios! -Mas, eu assinei o contrato, ele é meu! -Sim, o diamante falso é seu! O verdadeiro ainda está nos cômodos da rainha! -Bolas...

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-Eu, rainha Lea, proclamo que de agora em diante, qualquer um que roubar esses nobres cavaleiros que me salvaram irão para prisão perpétua! -UAU! NOSSA! -Estou em dívida com vocês, obrigada! -Chega de bate-papo – disse a Fran – E me dá um autógrafo? -Haha, claro! Depois de toda essa aventura, Fran teve a maravilhosa ideia de perguntar a Tinky porque fugira de casa: -Ah Fran, é que a Lila disse que eu mostrei a língua pra você, e eu mostrei pra ela, e depois, ela me provocou, ai eu queria fugir porque você me deixou sem morangos, eu pensei que daí eu poderia ganhar mais morangos, se voltasse ... -Ora Tinky, em vez de fugir, você devia era contar o que aconteceu. Me promete que da próxima vez você faz isso? -Sim... E depois disso, tudo ficou nevoento de novo e... Tinky acordou! Era apenas um sonho, ela havia sonhado! E desceu correndo para pedir desculpas, dizer que amava as irmãs, e principalmente, dizer a VERDADE.

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A Primeira Luz da Manhã

Num Lugar chamado Chamas, que era um lugar de mulheres bonitas e regras rígidas, havia uma Lei clara que ordenava a morte de toda e qualquer mulher que nascia em Chamas. Quando esta lei completava exatamente 50 anos de vigor, Daniela, uma mulher de cabelos ondulados e castanhos, olhos escuros e um rosto suave, dava à luz Alva. Uma menina ativa e cheia de alegria, com lindos cachos loiros, olhos azuis e um dom extraordinário para teatro. Mas Daniela não podia simplesmente tê-la. Teria de matála logo após o parto para não criar vínculos mais fortes com ela. Mas a mãe amava tanto a sua pequena filha que não teve coragem de cometer tamanha crueldade com um bebê indefeso. Então ela teve a ideia que a salvou durante 17 anos, criaria Alva

como

um

menino,

Telve,

que

Alva

adorava

fingir/interpretar. Daniela contou até a seu marido que Alva era um menino. O pai, Rubens, acreditou.


Alva foi crescendo como se fosse um menino – Embora soubesse que fosse uma mulher. – era uma garota/garoto saudável e não chamava muito a atenção, pois sua casa era construída na beira de um rio na floresta de Chamas. Era uma casa simples de madeira e era mobiliada com simplicidade. Mas o que aconteceu para mudar tudo foi o filho do padeiro, Miguel da Cruz, um garoto de cabelos castanho claro e com uma franja que ele gosta de soprar caindo aos olhos castanhos. Alva o amava muito. Já com 17 anos, e todo dia ia comprar pão no vilarejo só para ter um vislumbre do rosto do amado. No dia do seu aniversário de 18 anos, o dia em que poderia sair de Chamas e ter quantas filhas quisesse, foi comprar mais pão na padaria do pai de Miguel e o viu indo com um machado na mão em direção à floresta. Ele vestia uma calça marrom simples com uma camisa branca, as mangas arregaçadas. Ela seguiu-o. Tinha decidido se declarar a ele e aquela era a hora. Havia uma pequena clareira na floresta, e era onde Miguel fora cortar lenha, longe dos olhares dos moradores de Chama. Estava de costas, preparando seu machado. Alva, em suas calças escuras e camiseta branca, reuniu toda a coragem que teve e disse: -Miguel, eu quero lhe falar uma coisa. Miguel se assustou, não sabia que havia sido seguido. Vira-se de costas e vê quem o chamou; -Fale, Telve. Alva estava com medo de perdê-lo, mas retirou seu chapéu

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e

revelou

seus

cabelos

lindos,

louros,

compridos

e

encaracolados. Ele, com um olhar embasbacado diz: -Você é uma garota? Como? E ela, hesitante, responde: -Minha mãe Daniela me criou como um menino, o conhecido Telve, o engraçado. E nem meu pai sabe que eu sou uma menina, cresci alimentando minha paixão por você, hoje que completo 18 anos e posso sair deste lugar horrível resolvi me declarar a você. Meu nome é Alva, a Primeira Luz da Manhã. Ele

recua

um

passo,

e

ela

envergonhada diz: -Por favor, não conte a ninguém, jamais conseguirei ir embora sem saber o que você acha de mim. Ele se vira e começa a andar rápido para longe de Alva. Ela se senta no chão com as mãos no rosto e começa a chorar. Miguel estaca no lugar, acaricia seu rosto, ergue seu queixo e diz: -Está chorando? Não chore! Se quer saber o que eu acho de você, eu acho que é uma bela garota e que é a paixão da minha vida. E seus lábios tocaram os dela. Então um lenhador que vinha viu a cena de afeto entre os dois e grita alto, com as mãos na cabeça e deixando o machado cair no chão:

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-UMA GAROTA NA ALDEIA! Alva e Miguel veem o lenhador e saem correndo em direção à casa de Alva. Mas o lenhador já corria e gritava: -Chamem

a

Feiticeira!

Chamem

a

Feiticeira! -Há uma garota no Vilarejo! -Vamos matá-la! Alva e Miguel entram em casa. Daniela se assusta com a história contada, e também por que Alva está sem o seu Chapéu. -Mamãe. Eu Amo o Miguel e agora estamos juntos. Mas descobriram que eu sou uma mulher. Se Esconda. Não a quero metida nisso. -Você é minha filha e eu ficarei com você. – bateu o pé Daniela. Alva e Daniela reconhecem os gritos do Pai, escutam-no perguntando: -QUEM TROUXE ESTA ABERRAÇÃO AO MUNDO? -Foi você! – gritou uma voz de mulher – Prendam-no. -Eu vi o filho do padeiro junto! -O meu Miguel com uma garota! -O prendam também! Alva deu a a Miguel e juntos foram andando até o vilarejo. Por trás das árvores conseguiram distinguir a Feiticeira, a mulher que deveria ter matado Alva no dia em que nasceu. Usava um vestido escuro que lhe caía aos pés, tinha cabelos

101 | P á g i n a


negros e curtos, segurava uma faca de prata manchada de sangue. Alva atravessa o final da floresta e diz: -Sou eu que vocês querem. Soltem meu pai. -TELVE! -Prendam-na! – ordenou a Feiticeira. Alva reconheceu a voz que mandou prender seu pai. Arrastam-na até uma mesa redonda, com marcas fundas de uma estrela e manchas de sangue. Miguel, Daniela e Rubens foram presos em jaulas, como animais. -Ouçam todos! Esta garota burlou as leis do vilarejo de Chamas e deve morrer! Que venham os espíritos tomarem seu corpo! O céu antes calmo, agora estava cheio de relâmpagos e trovões, espíritos prateados começaram a descer e entrar no corpo de Alva, até que ela começou a ficar pálida. A Feiticeira ergueu sua faca, e num gesto brusco, cravou-a no peito de Alva, o sangue avermelhado manchando suas roupas. Daniela caiu sentada e começou a chorar, seu pai também. Miguel aproveitou a falta de atenção para sair por cima da jaula e prometendo a sua volta para retirar os pais dela dali. Entre lágrimas, ele corre para a clareira em que conheceu Alva, sentou na mesma pedra em que naquela manhã Alva esteve sentada e chorando. Um pessoa de capa branca se aproximou, e lhe perguntou: -Por que choras? O que te aconteceu de tão ruim?

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-A única pessoa que eu amava está morta. Estou a ponto de suicidar-me. A pessoa de capa abaixa seu capuz e revela seu rosto. Era Alva. -Alva! Como você se livrou da Morte? Ela responde com um sorriso no rosto: -Os espíritos viram que minha morte era injusta e nem eu nem meus pais deveríamos viver tamanho sofrimento, e me mandaram de volta. Alva e Miguel se beijam. Alva dá a mão a Miguel e juntos avançam para a mesa redonda. O povo olha Alva com espanto. Alva se dirige à Feiticeira: -Eu, Alva, fui mandada aos mortos por esta mulher, mas voltei para lhes contar quão tenebroso é o passado desta mulher. Ela matou todos os filhos de vocês, de suas irmãs, de todos que conhecem pelo fato de que sua única filha, Maísa, foi morta por um lobo nas florestas de Chamas. Todos olharam para a Feiticeira. -Não quero matar seus filhos – disse Alva – quero o bem de todos que virão. -PEGUEM ELA! - gritou Miguel enquanto soltava os pais de Alva. Todos avançaram para ela, mas a Feiticeira ergue sua faca de prata e a finca em seu próprio peito. -Ela se matou. -Que horror. -Quem vai ser a próxima Feiticeira?

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-Alva! E a multidรฃo do vilarejo de Chamas comeรงou a vibrar gritando o nome de Alva. -Tudo bem. Eu aceito ser a nova Feiticeira. E nunca mais ouve caos em Chamas.

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Kéops, a Heroína de Atlanta

1 Descubro que sou a última do “meu tipo”

Eu estava em uma montanha enegrecida pelas chamas de um vulcão. As árvores eram retorcidas e negras, como se tivessem morrido em pé, tudo à minha volta são cinzas, ouço um grunhido, me viro, e olho dentro dos olhos mais vermelhos e sedentos de sangue que já existiram. -Filha? Teve outro pesadelo? -Não foi nada, foi o pesadelo de sempre – respondi sem pensar. -Levante, filha, hoje é o primeiro dia da sua última semana de aula, e agora são 12h30min, preparei um cachorroquente para você, mas tem de ir para a escola. -Hãm... Obrigado por lembrar. Nada melhor do que começar o dia com sua mãe lhe mandando ir à escola, lembrando que acordei fora de hora. Coloquei meu jeans e a camiseta do colégio, comecei a separar


os cadernos de que não preciso mais e planejando queimá-los em algum lugar do mundo. Comi o cachorro-quente e desci para a calçada para esperar meu ônibus. Cheguei à escola na hora da chamada. Eu era uma adolescente normal, a não ser pelo meu nome: -Kéops? -... Presente... Pois é, esse é o meu nome, e eu achava que era a única coisa anormal em mim, eu era a única da turma com um nome esquisito assim, mas não era. Logo depois tivemos um trabalho em grupo, fui logo me sentar com a Bianca e com a Samantha – chame-a de Sam se não quiser ser morta! – Peguei o barco da conversa andando: -... E ela se acha a maior espertalhona, e você viu o cabelo dela? Ruivo! Tenha piedade! -Do que estão falando? – e completei – ou, de quem estão fofocando? -Da nova garota, uma tal de Natália – respondeu Bianca – ela se acha uma sabichona! -Até acho que ela é legal – Disse Sam. -Pode ser, mas esse cabelo... -Calma, meninas – me meti – e se convidarmos ela para o grupo? Antes que discordassem, eu fui chamá-la para o nosso grupo: -Hum... Natália?

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Ela era ruiva, de olhos verdes e tinha sardas, era um pouco mais alta que eu, mas parecia que era muitos anos mais velha. -Quer participar do nosso grupo? -Por mim tudo bem. Fomos para nossa classe e fizemos o trabalho. Graças a Natália terminamos antes de bater (isso nunca acontece.). Mas quando estava no recreio, ouvi a voz da diretora no interfone: -Kéops, da 705, por favor, se apresente na minha sala. Repetindo: Por favor, se apresente na minha sala. Fui correndo para lá, nunca havia ido para a sala da diretora, e quando cheguei, encontrei a minha mãe e a Natália. -Precisamos conversar – disse ela. E fomos para minha casa, com Natália junto, onde minha mãe disse: -Você é a última menina-dragão.

2. Descubro uma Profecia

-Como é que é? E o que ela tem a ver com isso? - eu disse e apontei para Natália. -Ela – respondeu minha mãe – foi quem fez a Profecia.

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Olhei para Natália, de repente, seus olhos de verdes ficaram dourados, e ela disse, como se estivesse lembrando o passado: -Da filha de uma mãe comum, a última surgirá. E aprendendo com os quatro, contra o mal há de lutar, mas na última hora, o destino irá selar, escolhendo bem ou mal, o mundo irá salvar. E quando piscou, os olhos voltaram a ser verdes, normalmente. -E essa filha de uma mãe comum aí sou EU? -Acho que é - Respondeu Natália. -Mas tem tantas “filhas de uma mãe comum” por aí! Como vocês vão saber qual é a certa? -As estrelas me indicaram você. -Tá – eu disse, fingindo que acreditava – e, aprendendo com os quatro? Significa... -Significa os quatro elementares, são os que dominam os quatro elementos. Estão me zoando. -E eu vou aprender com eles? -Você vai ser um deles. Agora é oficial, estão claramente me avacalhando. -Quer dizer que minha filha vai dominar os quatro elementos? – perguntou a minha mãe. -Sim, ela vai aprender a ser a quinta elementar. -E você veio até aqui só para me avisar isso? – Eu falei – ou você é...

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-Eu sou a quarta elementar, sou representada por uma águia, sou a senhora do vento. -Prove – eu disse. Então, na minha frente ela virou uma águia de cabeça branca com o tronco de um marrom perfeito, patas e bico dourados que cintilavam, com olhos igualmente dourados. -Acredito – eu disse. E afundei no sofá. -Mas, senhora? Quantos anos você tem? Perguntou minha mãe. -Tenho 3.500 anos, mas posso ter a aparência que quiser. -Assim fico aliviada que minha filha vai ser treinada por uma pessoa adulta, estava preocupada de que fosse treinada por uma adolescente. -MÃE! -Bom, começamos o treinamento ... -Espere! Ela vai ter que sair do país? -Não se preocupe, senhora – respondeu Natália – nós temos nossos meios, ela não vai nem sair da cidade. Poderá até dormir em casa. Minha mãe sorriu. -Mas aonde vamos treinar? -Alugamos a antiga academia de ginástica flexibilidade, e vamos usá-la como “Escola”. Percebi que ela enfatizou a palavra “Escola”. -Nos vemos lá, amanhã às 6h30min da manhã. Então ela se transformou em um passarinho e saiu pela janela da minha casa.

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3. Minha primeira aula

Acordei às seis horas, me levantei e resolvi abrir a janela, quando estava colocando minha calça jeans, um passarinho pousou na janela, vi que tinha algo preso na pata, fui pegá-lo, e li:

Querida Kéops, Use roupas bastante confortáveis, prefere café ou chocolate quente? Sua amiga, Natália. Não sei se o pássaro me entendia, mas, como eu não estava com cabeça para escrever, lhe disse: -Café. E ele partiu, me deixando sozinha com um pedaço de papel. Tirei minha jeans e achei um agasalho de marca, era preto com três listras dos lados, coloquei uma camiseta branca com uma guitarra vermelha cheia de claves de sol, coloquei meu All Star branco e fui ao tal lugar, academia de ginástica Flexibilidade. Quando toquei a campainha, um homem atendeu, ele tinha o rosto enrugado, cabelos grisalhos e era baixinho, usava uma calça marrom e um moletom de lã vermelha horrível com um leão bordado na frente e sapatos cor de canela, me perguntou:

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-O que você quer? Isso aqui fechou! Eu pensei um pouco e respondi: -Sou a última. Ele me olhou com olhos cheios de surpresa, e me mandou entrar, nunca tinha estado ali, era

grande,

com

um

chão

acarpetado e pufes para todo lado,

tinha

uma

pilha

de

colchonetes em um canto, uma parede de vidro, e do outro lado uma

piscina,

“cavalo”,

e

tinha

várias

um

barras,

também tinha aquelas coisas no teto para se pendurar, ou seja, tinha tudo para uma aula de ginástica. A um canto, havia três pessoas conversando, dois homens e uma adolescente, a adolescente reconheci com sendo Natália, e segurava um copo com café, o que deu a entender que ela entendeu o recado. - Rafael, Dieison, parem de discutir, nós vamos começar o treinamento. Todos olharam para mim. Natália veio correndo e me entregou o copo de café: -Boa sorte! -Mas não vou ter aulas com você? -Sim! Mas o primeiro é Caio. Dito isso, voltou para a roda. -Eu sou Rafael. Sou o elementar da água.

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Ele era loiro, de olhos azuis e aparentava ter uns 28 anos, Usava uniforme Adidas, com uns tênis de corrida, deixava em atleta olímpico no chinelo. E podia virar Mister Universo se quisesse. -E eu sou Dieison. Elementar da terra. Este tinha cabelos castanhos escuros, era um pouco mais velho que Rafael, talvez uns 35, usava óculos e uma calça social, terno e gravata pretos contrastando com o branco imaculado da camisa, tinha cara de médico, o médico mais bonito do mundo. -Meu nome é Caio – disse o velhinho – e Natália você já conhece, sua primeira aula é comigo. Dito isso todos os outros se foram. -Vamos começar com algo simples, apagar o fogo. Eu ri, ele me fuzilou com o olhar. Entregou-me uma tocha e acendeu o fogo com as mãos, eu olhei ao redor e vi um balde cheio de água, não sei para quê, fui andando até lá e mergulhei a tocha na água, mas para minha surpresa, quando puxei para cima, o fogo ainda estava aceso. Foi a vez de ele rir: -Fogo mágico não se apaga com água, só com magia. Ele tomou a tocha da minha mão e a apoiou em um suporte que ficava na altura do meu joelho, depois nos sentamos no chão, em volta do suporte, ele fechou os olhos e posicionou as mãos no ar como quando se reza Pai-Nosso, ou com se pudesse segurar o fogo, coisa que ele podia:

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-Você deve SENTIR que pode apagar o fogo, sentir que ele pode ser dominado por você, então, poderá apagá-lo. Assim que ele disse, o fogo apagou e ele abriu os olhos. Repeti a operação, me concentrei em apagar o fogo com todas as minhas forças, senti uma brisa e abri os olhos, o fogo havia tremido, mas não apagado. -Pelo menos tremeu – eu disse. -É – ele respondeu. Então eu recebi uma mensagem de MSN no meu Iphone. Caio me fuzilou com o olhar de novo, e eu li: Samloka disse: K, ond vc ta? Eskola, vc esqceu? E eu respondi: Kéops Disse: Eu naum vo hj. Samloka disse: Pq? Kéops disse: ...estud em ksa. Cara; tenho de mudar esse meu nome de perfil: Menina-Dragão disse: Motivos familiares... E desliguei. -Já terminou? Perguntou Caio. -Já... E passei o resto da aula assim; acende, apaga, acende, apaga...

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No outro dia minha mãe ligou para a diretora: -Alô, é a mãe da Kéops. Eu gostaria de avisar que ela não poderá ir este mês à aula, porque está com uma doença muito rara, e pode passar para os colegas. -Sim senhora, então, está marcado que Kéops, da 705, não virá a aula este mês.

4. Aulas seguintes

-Oi! Bem-vinda! Gente, eu quase derreti. O meu professor Rafael me deu oi!!!! Nossa... Ainda acho que ele deixa o Robert Pattinson no chinelo... -Primeiro, você sabe nadar, não sabe? Eu tinha aprendido a nadar no verão passado, mas era tão pouco que eu quase tive vergonha de admitir: -Mais ou menos... -Ótimo, então vamos para a piscina. Não haviam me avisado que eu devia trazer meu maiô. -Natália trouxe um biquíni para você. Me sinto pouco à vontade vestindo um biquíni, mas acabei colocando, era amarelo liso. Logo depois que entrei na água, eu me senti melhor, não sei se foi pelo calor lá de fora ou se eu me dei melhor na água.

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-Primeira coisa, vamos aprender a respirar debaixo d’água. Eu já estava assustada com ter de respirar debaixo da água, mas depois eu percebi que ele já estava respirando, eu fiquei pasma. E concordei com a cabeça. Resultado do dia: chegamos ao final e eu conseguia até conversar debaixo da água, não sei por que, mas talvez a beleza ajude no aprendizado. 3º dia, minha aula foi com Dieison. Ele mesmo sério como era, era lindo. -Vamos aprender a erguer uma parede de terra, venha! Seguimos até uma porta dos fundos, do lado de fora havia um jardim imenso, cheio de árvores, flores e plantas: -Foi você que fez? -Foi! Você gostou? – ele falou, com os olhos brilhando. -Se gostei!! Eu adorei!!! -Para você – ele fez uma flor crescer do chão e me deu. Então, depois da flor, veio uma parede de terra que caiu na minha cabeça. -Nunca se distraia – ele disse. Cada vez que eu conseguia, ele me dava uma flor, dessa vez sem a pancada na cabeça, e no final da aula eu já sabia isso e até fazer nascer uma planta.

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A Próxima aula foi com a Natália: -Oi, Kéops!!! Fazia tanto tempo que ninguém me chamava de Kéops, que eu já tinha esquecido qual era meu nome. -Ouvi dizer que você se saiu bem com o Rafa e o Dieison, agora é comigo, você vai aprender a flutuar. Final da Aula, como sempre, eu sabia flutuar, levitar coisas e voar como um passarinho: -Você me deixou muito orgulhosa. -Eu só não entendo como eu não me saio bem com o Caio. -Não se preocupe, hora ou outra você aprende e consegue impressionar o Caio.

5. Caio some

Estava indo para minha aula com Caio quando um passarinho veio e pousou no meu ombro, eu me assustei, normalmente os passarinhos me evitam, então ele alçou voo e foi até uma ruela sem saída, eu o segui, logo depois ele se transformou em Natália. Eu quase desmaiei. -Pensei que você tinha se acostumado.

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-Imagina... Eu demoro duas semanas para me acostumar a tomar banho de manhã, vou demorar um mês para me acostumar a ver um passarinho virar gente. Ela riu. - Eu vim lhe acompanhar, não tenho nada para fazer e Caio me deixou ver seu treinamento. Andamos em silêncio. Quando chegamos, a Academia estava vazia, sem nada do Caio. De repente, um clarão, e apareceu uma forma tremeluzindo, branca, parecia uma mulher nos seus 25 anos de idade, tinha cabelos cacheados e loiros caindo sobre os ombros, usava uma túnica branca e sandálias, tinha uma coroa de louros na cabeça, e começou a falar: -Kéops estote parati in proelium ultima incipit, quod iret ad significationen quator elementorum in proelium. Ret nos. Eu tive a impressão de que ela disse o meu nome, e algo sobre a batalha ter começado. Natália me olhou com medo nos olhos, o medo de uma ave de rapina. -A Batalha começou. -Mas eu não estou pronta, não sei nada!! -Não, Kéops, pense bem; você sabe respirar de baixo da água, conversar, sabe fazer nascerem plantas e barreiras de terra, sabe fazer um buraco aparecer, sabe voar e levitar coisas... -Mas não sei nem apagar o fogo... -Que é isso, Kéops, eu vou com você.

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-Jura? – Meu ânimo aumentou. -Sim, ficarei monitorando a batalha inteira! -Monitorando?!? Achei que ia me ajudar!!! -Não... Infelizmente não... -Bom, mas o que eu vou dizer para a minha mãe? -Que tal: mãe! Eu vou lutar com um dragão gigante que quer me matar!!! -Espera aí, Dragão Gigante? Você não disse nada sobre dragão gigante!! -Ops... Mas, vamos logo, depois que você derrotar o dragão, a gente avisa ela... -Mas, nós vamos pra onde? -Para a cidade perdida de Atlanta.

6. A Batalha Final

Ok, eu estou morrendo de medo. Eu estou voando em cima de uma águia gigante a quilômetros de altura, indo para um lugar em que eu provavelmente não ia sobreviver. E eu devia estar calma, por acaso? -Pare de reclamar aí em cima!!

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-Foi mal, mas eu não sou acostumada a voar a quilômetros de altura. -Você tem é sorte, não é todo mundo que voa nas minhas costas. -Por que eu não vim voando sozinha? -Por que daí você perderia muita força, e você precisa de toda a força que tiver. -Há... Valeu... -Onde você acha que está Caio? -Na cabeça de outra pessoa, ou na sua própria. -Como? -Ele pode entrar na sua cabeça se quiser, é mais fácil do que entrar na sua própria. -Haaaa... De repente, eu tive um deja vú. Era o mesmo lugar do meu sonho. - Nati, é aqui? -Sim, por que? Está preocupada? -N-Não... -Então se segure que vamos descer... E, do nada, eu estava em uma montanha enegrecida pelas chamas de um vulcão. As árvores eram retorcidas e negras, como se tivessem morrido em pé, tudo à minha volta são cinzas. Logo atrás de mim, vejo Dieison, Rafael e Natália. Cadê o Caio? Escuto um Barulho, como se alguém, um gigante, bufase, viro-me e olho dentro dos olhos mais sedentos de sangue que já existiram.

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-Vejo que esta é a sua heroína. Meio Fraquinha, não acha? E você – ele dirigiu-se a mim- Qual é o seu nome? Eu estava morrendo de medo, o dragão era vermelho sangue, as escamas, mesmo vermelhas, eram de um tipo furta cor, ele tinha um hálito de carniça e os olhos negros como uma noite sem lua. -Eu sou Kéops. A Menina-Dragão. -Ah, que ironia, você é a menina-dragão, e eu sou só um dragão... Ou será que é o contrário? -O quê? Você sendo a menina-dragão? Ele se levantou nas patas traseiras, deixando a enorme barriga branca furta-cor na minha frente. -Não, menina tola, eu, sendo O Dragão, e você sendo só uma menininha com medo de mim. -Então vamos ver quem é melhor... -Não faz isso, Kéops... -... se é o senhor, senhor... -Ho, que falta de educação, esqueci de apresentar-me. Então ele foi ficando negro, abaixando, até tomar a forma de um velhinho de rosto enrugado, cabelos grisalhos e era baixinho, usava uma calça marrom e um moletom de lã vermelha horrível com um leão bordado na frente e sapatos cor de canela (Deja vú 2). Era Caio.

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-Surpresa em me ver? Pois não deveria. -Seu, seu... –disse Rafael, e avançou contra Caio, mas foi repelido quase instantaneamente por um jato de fogo. -Kéops, Kéops, querida Kéops, escolha sua arma. E, do nada, de novo, apareceu um monte de armas, desde as armas modernas a machados e arco e flecha. Sinceramente, uma espada de porte médio, com o fio de corte prata brilhando, e o punho em ouro, me atraíram bastante, fui até lá e peguei. -Ela é boa. -Kéops, você pegou a espada do Mundo. -A espada de quem? -Da mãe Gaia, a própria terra – disse Dieison. -Hah... Tá bom, tomara que me dê sorte. Ele virou novamente em dragão, e me cuspiu fogo. Eu segui meus instintos e saí correndo. -Não, Kéops! Assim você perde sua força!! Então, eu parei de correr e ergui um muro de terra, ele começou a andar meio bambo, acho que foi o choque, e eu me aproveitei disso para correr para um lago. Mergulhei, respirei, e ele veio atrás, as patas enormes espirrando água, só com a cabeça de fora, eu me concentrei em fazer duas mãos saírem da água e o puxassem para dentro, e gritei: -AQUI SEU FOGO NÃO FUNCIONA, NÉ? Ele estava quase todo dentro d’água, quando disse: -Mas eu sei voar, tolinha.

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E saiu voando quase como se nada estivesse acontecido, e eu fui atrás, a vista era linda, dava para ver uma cidadezinha no horizonte, o sol se pondo e o pôr-do-sol alaranjado. -KÉOPS, CUIDADO!! Me abaixei justo quando seu enorme rabo vermelho passava onde há 2 segundos estava minha cabeça. Eu lhe lancei um jato de ar, ele deve ter ido uns 5 metros pra trás, eu parava para pensar quando levai uma patada na cabeça e caí.

7. Na minha ou na sua mente?

Quando me levantei, tudo estava escuro, não tinha chão, não tinha céu, nem árvores, mas não foi isso que me deixou nervosa, foi eu não saber onde estava Caio. -Que tal a minha mente, Kéops? Um tanto escura, mas eu gosto assim... E me lançou mais um jato de chamas, eu as evaporei com um jato de água, e, de repente, me veio um trecho de uma conversa antiga: “Ele pode entrar na sua cabeça se quiser, é mais fácil do que entrar na própria.” -Nós não estamos na sua mente. Ele arregalou os olhos.

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-Por que acha isso? -Por que é muito mais fácil entrar na mente dos outros, então... QUEM MANDA AQUI SOU EU!! Ele fez um esforço enorme, queria se transformar em dragão, mas não conseguia. -O quê você fez comigo? -Eu só bloqueei sua transformação, e seus poderes. Então, ele desembainhou uma espada, e nós começamos a lutar corpo a corpo, ele podia ser um velhinho, mas tinha uma força tremenda. Ele já estava fadigado, mas tentou me atacar com a fúria de um dragão, e eu fiz uma enorme muralha de pedra, ele bateu a cabeça no chão, e eu poderia jurar que havia quebrado um braço. Então, eu ergui a espada e me preparei para baixá-la sobre seu coração quando: -Não, não faça isso, eu imploro! Não me mate, eu faço qualquer coisa! Por favor, eu imploro! Estava lá, um velhinho sujo e encardido, com a roupa rasgada, gemendo para eu não matá-lo. Eu senti um dó dele, mas aí a cena mudou, e eu vi uma coisa que aconteceu faz um tempinho, minha mãe e eu com o uniforme da escola, sentadas no sofá, e Natália, com os olhos dourados falando: “Da filha de uma mãe comum, a última surgirá. E aprendendo com os quatro, contra o mal há de lutar, mas na última hora, o destino irá selar, escolhendo bem ou mal, o mundo irá salvar.” Olhou para mim e disse: -Você lembra-se disso, né??

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Nesta pequena pausa, Caio se aproveitou para se jogar contra mim, eu peguei minha espada e o transpassei. Eu me lembro de ele ter gritado e virado pó, foi nessa parte que eu desmaiei.

8. Kéops, a Heroína de Atlanta

Eu estava na minha cama, no meu quarto, minha mãe, sentada, olhando para mim: -Kéops, você está bem? -Eu sim, mãe, mas a minha cabeça... -Não mexa aí, vai soltar a atadura... Espere, a Natália esta aí, ela quer falar com você. Então, Natália entrou meio que dançando, com uma saia branca e uma camiseta cheia de passarinhos coloridos, e sua sapatilha verde. Bem a sua cara. Logo que ela se sentou na minha cama, desandou a falar: -Aí, Kéops, você conseguiu! Que máximo! Eu estou tão feliz! Sabia que eu vou morar aqui também? Não aqui, na sua casa, mas nessa cidade!! Que demais, ai, estou tão feliz, o Rafael e o Dieison estavam meio nervosos já que você não acordava, mas eu disse que você ia acordar cedo ou tarde e...

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-Calma, pausa, stop, deu, já chega! Menina, você fala demais! Mas... O Rafael e o Dieison estão aqui? Cadê o Caio? -Sim, eles estão na sala, e acho que a sua mãe gostou do Dieison... -Nããããããããããão!!! Ela não pode! Minha vida vai virar um hospício!! -Não se preocupe, eu estava brincando! depois da batalha, nossos poderes não são mais úteis, então viramos pessoas normais. -Então você tem 13 anos? -Acho que sim, parece que tenho 13? -Claro!!! Agora, você não pode morar sozinha com 13 anos. MÃÃNHÊ!!!!! Depois de tudo explicado: -Mas é claro que sim, mas ela tem que querer – então minha mãe se virou para Natália –quer fazer parte da família?? -Sim!!! Eu quero!! Que demais!!! Sim, sim, sim, sim!!!! A gente se abraçou e ficamos assim um tempão, aí eu interrompi: -Mãe, você e o Dieison... -Ele é tão querido! Fez brotar uma flor da minha jardineira da janela e deu para mim! Me convidou para jantar! Ela Corou. -Nãããõ! Só tem uma coisa que me consola. -O quê? - perguntou Natália.

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-Saber que eu sou Kéops, A Heroína de Atlanta. E nós três caímos na risada.

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