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p o r t f รณ l i o arquitetura
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LUÍSA BERNARDO ANDRES 19/11/1992 Lisboa | São Paulo
contatos
formação
(+351) 930 548 712 luisa.b.andres@gmail.com Mestrado em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa (setembro/2017 - março/2020) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo (janeiro/2011 - dezembro/2016) Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto - Portugal (setembro/2015 - julho/2016) Técnico em Edificações - ETEc Getúlio Vargas (agosto/2008 - dezembro/2009)
experiência profissional
Leiken (fevereiro 2018 - presente) - Lisboa key account e arquiteta desenvolvimento de projetos de interiores, detalhamentos técnicos, renders, orçamentos, acompanhamento de obra e vendas Daniela Getlinger Arquitetura (janeiro 2017 / agosto 2017) - São Paulo arquiteta assistente desenvolvimento de projetos arquitetônicos e executivos, detalhamentos técnicos e imagens 3D BkS Projetos (abril 2013 / janeiro 2015) - São Paulo arquitetura corporativa desenvolvimento de projetos de arquitetura, compatibilização de projetos executivos, detalhamento técnico, renders e peças gráficas. WallTech Engenharia (outubro 2009 / maio 2012) - São Paulo estrutura metálica leve / construção seca desenvolvimento de orçamentos, cálculos quantitativos de material, especificações técnicas; desenvolvimento de projeto arquitetônico de Flat com 14 apartamentos em Boiçucanga - SP, especificação e desenvolvimento de projetos executivos de Steel Frame; coordenação do setor de orçamentos e projetos executivos de Dry Wall e Steel Frame
ferramentas de trabalho
AutoCad Revit SketchUp V-Ray Photoshop Adobe Indesign Adobe Illustrator 3
HABITAÇÃO SOCIAL Sol Nascente
Premiado 3º lugar no Concurso CODHAB - Edifícios Uso Misto - 2017 Localização: Sol Nascente - Ceilância, Brasília Equipe: Ana Luiza Ramos, Daniel Kendi, Felipe Fernandes e Rafael Chung Orientadora: Daniela Getlinger publicação disponínel em: www.archdaily.com.br/br/867722/3olugar-no-concurso-para-edificios-deusos-misto-em-sol-nascente-nil-trecho-2
A proposta buscou entender os limites da quadra como potenciais transições entre o espaço público e o privado. Desta forma, ainda que os parcelamentos sejam definidos e delimitados por vias públicas, a continuidade e o estímulo do espaço coletivo são garantidos através de eixos comerciais principiais, que articulam todos os lotes. Sendo assim, a proposta partiu de uma implantação que instiga a associação de todas as quadras para que o caminhar dos residentes possa ser mais natural e acessível, ativando o comércio e criando alternativas de espaços de uso coletivo. A implantação e a morfologia dos edifícios resulta da racionalização aliada à intenção de garantir a permeabilidade da quadra para os pedestres, assim como ventilação e iluminação natural em toda a quadra. Para tanto, os blocos habitacionais foram dispostos de forma que as unidades residenciais configuram dois núcleos principais, permitindo, porém, a fluidez no térreo.
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A proposta parte da busca do máximo aproveitamento e racionalização da quadra;
Definição de eixos de permeabilidade, configurando dois edifícios por quadra. Criação de vazios internos nos edifícios para otimizar a ventilação e iluminação naturais;
Abertura no térreo a fim de conectar as quadras. Subdivisão em blocos para proporcionar ventilação cruzada e iluminação natural;
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Posicionamento dos eixos verticais de circulação a partir dos vazios gerados pelo afastamento dos blocos. Configuração final buscando aproveitamento homogêneo da quadra.
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Devido à necessidade de unidades residenciais acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida (PMR), um dos blocos (Bloco 1 - B1) possui acesso restrito no pavimento térreo, configurando um miolo de quadra com maior privacidade aos residentes desses apartamentos. Nestas unidades, a existência de um fosso é responsável pelo afastamento dos apartamento da calçada, garantindo a privacidade dos moradores, assim como a ventilação do estacionamento proposto, localizado no subsolo do Bloco 1 (B1). O Bloco 2 (B2) possui térreo permeável, porém os acessos aos apartamentos permanecem restritos aos moradores, através de controles nas caixas de escadas. A praça pública configurada no interior do bloco é o principal elemento articulador, junto com a com a praça intersticial prevista, conformando assim um espaço público que permeia e conecta as quadras.
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Como maneira de resolver a situação topográfica dos lotes, foram consideradas três possíveis soluções: A primeira, com o nivelamento da quadra pela cota mais alta, o que potencializaria o acesso de pedestres à praça intersticial, dificultando, no entanto, o acesso ao comércio e às unidades habitacionais, que estariam numa cota elevada em relação à calçada. Como a intenção é garantir um comércio e térreo ativos, essa solução foi desconsiderada. A segunda ideia baseava-se no nivelamento da quadra a partir das cotas mais baixas do lote, o que permitiria o acesso em nível das extremidades do “L”, que se tornariam permeáveis. Porém, essa solução também desprivilegiaria a praça intersticial e o comércio, pois, neste caso, esses ficariam abaixo no nível das calçadas contíguas. Como solução, portanto, foram definidos 3 platôs principais que se adequariam à realidade topográfica de cada lote, vencendo o desnível no interior da quadra através de rampas e poucos degraus. Essa solução garantiria acesso em nível aos moradores com mobilidade reduzida (uma vez que as unidades PMR ficaram localizadas nas extremidades), um térreo permeável ao pedestre (podendo inclusive ser utilizado como transposição da quadra) e uma praça intersticial que realmente proporcionasse articulação entre os lotes.
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A topografia natural dos lotes foi incorporada ao projeto como maneira de solucionar o pavimento térreo. A fim de aproveitar e minimizar os custos com cortes e aterros, foram criadas duas soluções devido às diferentes topografias. SITUAÇÃO 1: a solução consiste em estabelecer 2 níveis de platôs, que se adequam ao terreno. O mais baixo (Platô A) é determinado pela cota intermediária do terreno. Nesta solução, este nível abriga a maioria das unidades comerciais e as unidades PMR, elevando os apartamentos adaptados em relação ao nível da rua. Sua privacidade é garantida através dos fossos criados para ventilação do subsolo, localizado abaixo deste nível. Já o segundo, está alinhado com a cota de nível mais alta (Platô B), onde se localizam a praça intersticial e as demais unidades comerciais. SITUAÇÃO 2: a solução consiste em estabelecer 3 níveis de platôs, que se adequam ao terreno. No mais alto (Platô A’), se encontram as unidades PMR, que mantêm sua privacidade através dos fossos criados para ventilação do subsolo, localizado abaixo deste nível. O intermediário (Platô B’), onde se situam a maioria das unidades comerciais é determinado pela cota média do lote, sendo possível acessá-lo sem restrições, através das calçadas. Este platô conecta-se ao Platô A de maneira gentil ao pedestre, através de rampas e poucos degraus. O pequeno desnível de cotas também demarca, de maneira sutil, as diferenças de caráter público e privado existentes no térreo. Portanto, a diretriz adotada em ambas as soluções adequa o projeto ao terreno mantendo as unidades comerciais acessíveis ao nível da rua, potencializando o comércio e as áreas públicas. Enquanto as unidades PMR ficam protegidas e distantes da calçada devido ao fosso existente no subsolo.
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Cada bloco de apartamentos possui dois núcleos de escadas que conectam todos os pavimentos. Esses eixos verticais são autoportantes e a mesma estrutura também comporta as caixas d’água na cobertura. Cada bloco possui acessos pelo térreo, restritos aos moradores e, seguindo a exigência do edital, a posição dos blocos de elevadores também foi prevista em projeto. Nos pavimentos residenciais, as conexões horizontais são feitas através de passarelas voltadas para o interior da quadra, as quais, além da função de conexão, podem vir a tornar-se espaço de encontro entre os moradores, sendo importantes para a dinâmica do edifício. As duas tipologias de unidades (2 e 3 dormitórios) podem ser adaptáveis à pessoas com mobilidade reduzida. A solução buscou conciliar qualidade ambiental à privacidade.
No interior das unidades, a sala integrada à cozinha é a principal articuladora dos espaços, garantindo a otimização da área útil já que evita corredores ou espaços de transição entre os ambientes. As instalações hidrossanitárias, como banheiro e cozinha, são todas voltadas para o interior da quadra, abrindo-se para a circulação central dos blocos. Procurou-se manter os ambientes bem ventilados e iluminados através da escolha de caixilhos piso-teto (nos ambientes de longa permanência) e da ventilação cruzada, através de posicionamento de janelas basculantes, nas áreas molhadas, que, por possuírem peitoril de 1,80m, não comprometem a privacidade dos moradores. Devido à modulação adotada, as sacadas tanto podem estar posicionadas na sala como nos dormitórios, o que configura dinâmica às fachadas. 11
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CENTRO GASTRONÔMICO Zona Cerealista Desenvolvido na Disciplina de Projeto VIII, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie - 2014 Localização: Brás, São Paulo Orientadora: Lizete Rubano
Localizada às margens do Rio Tamanduateí, a Zona Cerealista apresenta importante representatividade econômica e faz parte da história do desenvolvimento do Centro de São Paulo. Com o passar dos anos, as lojas especializadas em alimentos passaram a diminuir o caráter atacadista e cresceu o comércio varejista. Porém, mesmo atraindo clientela de toda a cidade, é um local de passagem, pois faltam equipamentos que gerem a permanência das pessoas, como espaços públicos e áreas aprazíveis. DIRETRIZES:
- Transpor barreiras existentes - rio/parque/ferrovia/viário - Criar conexões internas que permeiem o Brás - Criar pólos através das potencialidades atuais - Tornar o bairro mais atrativo aos moradores e visitantes
CIRCUITO GASTRONÔMICO PROPOSTO 1. Mercado Municipal de São Paulo 2. Praça São Vito (proposta de Escola de Culinária) 3. Zona Cerealista (área escolhida para intervenção) 4. Largo do Pari 5. Mercado do Pari
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Trata-se de um centro de cultura, lazer e gastronomia para a população local e para quem visita a Zona Cerealista, com espaço para feira gastronômica, restaurantes, biblioteca, cozinhas experimentais, auditório e espaço para exposições.
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Com o intuito de estabelecer e potencializar a região como polo e circuito gastronômico, o projeto promove a conexão com o Mercado Municipal de São Paulo e o Mercado do Pari, permeando o quarteirão. As conexões estabelecidas são nos dois sentidos: Brás – Rio Tamanduateí e Mercado Municipal – Mercado do Pari, tornando o projeto um articulador de percursos e relações. Como maneira de incorporar as águas do rio ao projeto, foi criado um canal e um deck de maneira substituindo as vias marginas (que foram enterradas). Ao longo desse deck, foram criados pequenos mirantes de contemplação sobre o rio, com bancos e áreas de convivência. Através dos novos percursos e permanências, o Largo do Pari foi preservado como área verde, sem deixar de intensificar esse percurso gastronômico estimado.
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S I N E S: identidade e território Articulação norte-sul Desenvolvido na Disciplina de Projecto V durante Intercâmbio na Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade do Porto - 2016 Localização: Sines, Portugal Orientador: Rui Mealha
A cidade de Sines pode ser considerada como uma ruptura do percurso da Costa Vicentina. A existência da grande estrutura portuária entre as duas trajetórias junto à costa (vindas do Norte e do Sul do país) define Sines como uma cidade de passagem, gerando uma deficiência turística e um “esvaziamento” da cidade. Por esse motivo, houve a intenção de fortalecer essa relação da cidade à costa e reintegra-la ao percurso existente da Costa Vicentina. Sines possui uma frente marítima predominantemente ocupada por infraestruturas portuárias e industriais. Reconhecendo a condição de ligação entre a frente urbana da praia Vasco da Gama e a zona das praias ao norte que inicia na Ribeira dos Moinhos, foi proposta uma ligação com caráter mais urbano entre essas duas áreas através da construção de um percurso pedonal aprazível para reestabelecer a relação visual e contemplação do mar ao longo da avenida existente. Bem como uma sutura urbana sintética capaz de resolver o problema de desconexão do centro urbano com a região das praias ao norte.
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A progressiva mecanização do porto ajudou a formalização das paisagens portuárias mais desumanizadas. Na tentativa de conciliar escalas dicotômicas propõe-se a criação de um Parque Linear no trecho dos Pipelines em que há relação direta com a malha urbana. Através dessa integração, é garantida uma escala mais humana à existência da macroestrutura portuária. Não se pretende um voltar de costas, mas antes uma valorização da estrutura, que é essencial ao funcionamento das indústrias de Sines. A estrutura do parque linear no pipeline se tornará uma importante fonte geradora de urbanização já que a área envoltória ao pipeline é muito descarecterizada. É uma intervenção que será implantada ao longo de um processo faseado. Inicialmente, serão construídos pequenos trechos em locais estratégicos para que despertem os primeiros resultados no contexto urbano e após consolidados o restante do parque seja construído.
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A apropriação do elemento industrial, promovendo o contato visual com a estrutura, permitirá o entendimento do mesmo, valorizando-o e enriquecendo-o, tornando-o articulador das três escalas da cidade: a das pessoas, a das estruturas portuárias/industriais e a da natureza. Estas condicionantes permitem ainda promover o controle da estrutura pela melhoria de acessos e aumento de circulação junto da mesma. O elemento de transposição proposto integra a malha urbana interior da cidade e a zona costeira. Deste modo, os Pipelines e a área destinada à tancagem abandonam o conceito de barreira para adquirirem uma posição própria, instalando-se no território através de uma valorização mútua.
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A conexão com as praias ao norte é fortalecida através da definição de uma via secundária da qual partem passadiços de pequeno calibre para acesso às praias. Nos pontos de contato entre as vias pedonais e a via automotiva, são previstas baias de estacionamento. Os módulos de apoio para as praias adequam-se à paisagem e fornecem instalações básicas como sanitários, chuveiros, lavatórios e espaços de permanência alimentados por energia através de painéis fotovoltaicos. Através da definição de um módulo, estes podem abrigar serviços de informações, primeiros socorros e postos policiais ocupando uma restrita faixa de areia.
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SUTURAS URBANAS Uma proposta para o resgate da escala local do cruzamento elevado da Radial Leste com a Av. Nove de Julho Trabalho Final de Graduação Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie - 2016 Localização: Elevado Radial Leste x Av. Nove de Julho Orientadores: Daniela Getlinguer e Guilherme Motta
Como objeto de estudo e de ação projetual, foi escolhida a área em que o Viaduto Júlio de Mesquita Filho (trecho elevado da Avenida Radial Leste-Oeste, próximo à praça Roosevelt) cruza a Rua Avanhandava, a Avenida Nove de Julho e a Rua Santo Antônio. Um local que pode ser definido como uma cicatriz urbana, um fragmento da cidade que oculta um grande potencial de uso e transposição, por conectar a Rua Augusta e a Av. Nove de Julho, duas áreas importantes da região central da cidade localizadas em diferentes cotas devido à presença do vale.
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A Radial Leste e a Avenida Nove de Julho, duas estruturas viárias tradicionais da cidade - a via elevada e a via de fundo de vale representam um típico exemplo de infraestrutura de grande porte voltada para o transporte em escala metropolitana, mas executada sem atenção à escala local, o que certamente contribuiu para a degradação da região. Trata-se de uma área residual que se conformou a partir da inserção monumental do viaduto, gerando abaixo dele um espaço subutilizado, inseguro e precário, mesmo que seja perceptível sua potencialidade através das apropriações já existentes. “As obras de infraestrutura vão deixando um rastro de degradação ao longo de sua implantação. Isso porque operam sobre duas escalas distintas, tanto de espaço quanto de tempo. Sua proporção física e a velocidade dos fluxos e serviços, dimensionados para responder às demandas metropolitanas, são incompatíveis com os locais por onde passam” (FRANCO, 2011, p.28).
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Hoje, parte dos baixios do viaduto abrigam o Mercado das Flores, o Sacolão Avanhandava e uma base do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). A proposta não encara um lote vago como lugar de implantação de um objeto arquitetônico, mas sim, apropria-se de uma estrutura existente consolidada e inexplorada para propor uma ação projetual. O projeto proposto pretende funcionar como articulador e propulso da área. Conectar de maneira vertical e horizontal o vale da Avenida Nove de Julho considerando a escala humana - a do pedestre - através de passarelas, escadas e elevadores. Desta maneira, foi necessário identificar os “pontos de contato” entre as escalas distintas presentes no local, para que a proposta fosse uma tentativa de conciliar essas escalas. Além disso, propõe-se duas estruturas que incentivem a permanência das pessoas no local: uma biblioteca e um centro de artes manuais. A base do CREAS existente deixa de estar embaixo do viaduto. Nesse local passa a existir uma biblioteca, quebrando o paradigma de que os baixios desses elevados abrigam sempre a camada social negligenciada pela sociedade, sendo importante a preocupação simbólica dessa mudança de implantação de usos. Partindo da premissa de que para a integração desse território se tornam necessárias costuras, ou elementos de coesão capazes de vencer as falhas no tecido urbano, é criada uma rede de passarelas sobre a cota existente. Essas articulações iniciam-se na cota da Rua Augusta, passam pela Rua Avanhandava, pela Avenida Nove de Julho e chegam até a cota da Rua Santo Antônio, transpondo o vale de maneira horizontal, através das passarelas, e vertical, através de escadarias e elevadores. 30
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I
O MIRANTE
Partindo da cota da Rua Augusta, o primeiro “ponto de contato” proposto para o início da transposição do vale é um mirante (I). O “ir e vir” dos automóveis torna-se contemplativo ao mirar o extenso eixo da Radial Leste. É a partir dele é que se inicia o percurso proposto, através de escadarias e elevadores que chegam até o Sacolão Avanhandava e às lanchonetes existentes.
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II
O MERCADO DAS FLORES
Atualmente, abaixo do elevado (entre a Rua Avanhandava e a Avenida Nove de Julho) existe o Mercado das Flores (II). Para integrá-lo ao percurso de maneira física e visual, além de garantir que se mantenha esse uso já consolidado, sentiu-se a necessidade do redesenho do mercado para que a passarela o percorresse de maneira aérea. Nesse trecho, a transposição é vedada, garantindo que possa ocorrer independente do horário de funcionamento do Mercado das Flores.
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III
A AVENIDA NOVE DE JULHO
Ao chegar à Avenida Nove de Julho (III), o pedestre que deseja acessar a plataforma de transporte público tem a opção de descer para a avenida ou continuar o percurso para acessar a Biblioteca ou a Rua Santo Antonio. Essa articulação elevada sobre o eixo na avenida proporciona mais segurança aos usuários e autonomia do fluxo dos automóveis. Nos trechos em que se localizam embaixo do viaduto, essas passarelas são “penduradas” ao elevado. Já nos demais trechos, são apoiadas ao chão por pilares metálicos.
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IV
O CENTRO DE ARTES MANUAIS
Além de prever a mudança de implantação (estando agora em um terreno ao lado do elevado, e não mais abaixo), optou-se pela mudança no caráter do CREAS. Hoje, ele tem o propósito de abrigar pessoas que estejam em situação de risco e propor maneiras de reinseri-las à sociedade; porém, o que se nota, é que isso não ocorre por encontrar-se extremamente precário e por isolar-se completamente do contexto local. Desta maneira, foi decidido transformar seu caráter e propor um Centro de Artes para que seja realmente uma oportunidade de mudança de vida para quem passa por lá. Sendo assim, o projeto comtempla espaços versáteis para oficinas e convivência, além de conectar-se através de rampas a uma pequena galeria expositiva, que será a “porta de entrada” da Avenida Nove de Julho. Por localizar-se entre um desnível de 13m, o Centro de Artes Manuais pode ser acessado tanto pela Av. Nove de Julho quanto pela Rua Santo Antônio, criando a possibilidade de ser utilizado também como transposição de cotas pelos pedestres.
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V
A BIBLIOTECA
A biblioteca ocupa o vazio urbano gerado pelo viaduto e, através dela, o pedestre continua percorrendo o vale sem interrupções, “rasgando-a” para permitir a passagem das pessoas - provocando uma nova percepção espacial e gerando uma relação indefinida de interior e exterior. O pedestre que passa, também é capaz de participar da dinâmica interior da biblioteca mesmo sem adentrá-la de fato. Durante o percurso pelo interior da biblioteca, a passarela é vedada por vidro antirruído, permitindo a permeabilidade do olhar sem atrapalhar os usuários que necessitam de concentração. O projeto buscou aproveitar a macroestrutura existente. Dessa maneira, a biblioteca acontece em passarelas penduradas no próprio viaduto e as estantes forram os pilares do elevado. O acesso da biblioteca é aéreo, através da mesma passarela que a transpõe, onde conecta-se também à praça seca elevada localizada na cota 754, projetada sobre o Centro de Artes Manuais. As fachadas são compostas por brises verticais de madeira e de vidro, variando conforme a incidência solar e necessidade.
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VI A PRAÇA
É proposta uma praça seca elevada, o “oásis” do projeto. Numa área com tanta congestão, há a necessidade de um local voltado ao ócio, à pausa e à convivência. Essa praça seria a principal articuladora dos acessos - tanto à biblioteca quanto ao Centro de Artes Manuais a partir da Rua Santo Antônio.
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CAMPUS RESILIENTE Proposta para o Campus da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa Desenvolvido na Disciplina de Planeamento Ambiental Mestrado em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território - 2018 Localização: Charneca da Caparica, Portugal Orientador: José Carlos Ferreira
OBJETIVO GERAL
Articular os edifícios e infra-estruturas do campus com o espaço natural de forma coerente, atribuindo usos multifuncionais às suas conexões e extensões; tornando-as não apenas espaços de passagem, mas também locais de encontro e convivência, promovendo maior atratividade e utilização de toda a área disponivel. Além disso, busca-se o equilíbrio entre espaços produtivos, recreativos e conservação da biodiversidade local. Prioriza-se também a incorporação da escala humana na organização espacial do Campus, otimizando os espaços para peões e tornando-os a base do eixo estruturante viário; consequentemente reconfigurando noções de apropriação, uso e mobilidade. Para tal, será proposta a implantação de infraestruturas verdes, atribuindo uma componente estrutural e sustentável ao objeto de estudo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Promoção da Biodiversidade, pela proteção de habitats prioritários, a requalificação e conexão entre ecossistemas. - Acessibilidade ao espaço natural para que usuários do campus e residentes vizinhos possam usufruir do campus para recreação, promovendo relação entre o Campus e a cidade envolvente. - Incorporação da escala humana no campus, buscando maior interação com a natureza. Salvaguarda da paisagem natural, promovendo a vegetação autóctone e preservando ambientes verdes com atribuições de usos compatíveis. - Promoção do equilíbrio térmico do campus, através de medidas de mitigação de ilhas de calor. - Manejo sustentável do sistema azul, adotando medidas que ajudem o ciclo hidrológico; incorporação da água como componente da paisagem urbana no Campus. - Manejo sustentável do sistema verde, identificando e prevenindo problemas ambientais causados pela erodibilidade dos solos. 40
ESTRUTURA ECOLÓGICA FUNDAMENTAL
Estrutura Ecológica Fundamental (EEF) é constituída pelos espaços localizados em situações ecológicas mais favoráveis englobando as áreas com maior interesse ecológico ou as mais importantes para o funcionamento dos sistemas naturais (circulação hídrica, sistemas úmidos, infiltração máxima, circulação climática, entre outros), ou seja, integra as áreas que constituem o suporte dos sistemas ecológicos fundamentais e cuja proteção é indispensável ao funcionamento sustentável do território (Ferreira, 2010 e Jongman e Pungetti, 2004). São essas ligações entre os sistemas ecológicos locais e os de importância regional que lhes garante consistência e sustentabilidade. Estas áreas constituem igualmente espaços de desafogo e descompressão do sistema urbano, favorecendo e garantindo o desenvolvimento dos fenômenos naturais (Ferreira, 2007).
ESTRUTURA ECOLÓGICA URBANA
A Estrutura Ecológica Urbana (EEU), consiste numa estrutura urbana que visa potencializar e intensificar os processos ecológicos em áreas edificadas, constituindo assim uma estrutura de proteção, de regulação climática e de suporte da produção vegetal integrada no tecido urbano. Este tipo de estrutura corresponde aos componentes “artificiais”, resultantes de ações antrópicas e com uma “conectividade complementar”, distinguindo-se assim, de acordo com uma maior ou menor dependência da açdo humana (Ferreira & Machado 2010). Visto que a Estrutura Ecológica Urbana busca ser multifuncional para abranger diferentes componentes, percebeu-se a necessidade de agregar uma componente de análise mais perceptiva ao desenvolvimento deste trabalho, para que os aspectos também estruturantes, porém não classificados nas análises biofísicas, pudessem ser identificados. Para isso, recorreu-se a um processo de análise desenvolvido por Kevin Lynch, que defende a necessidade de fortalecer a legibilidade da imagem da cidade, analisa-a através da percepção e apreensão de setJS utilizadores, e expõe os elementos que a criam, que podem fortalecer a legibilidade, e ser integrados em planos urbanos.
De acordo com Benedict & McMahon (2006), a infraestrutura verde rompe com o tradicionalismo das estratégias de conservação do meio ambiente no sentido em que atribui características multifuncionais aos espaços de maior valor ecológico, deixando de limitá-los como áreas exclusivas a serem preservadas e lhes conferindo maior liberdade funcional e compatibilidade de uso com atividades humanas de forma simbiótica; ao que os autores designam a definição desta infraestrutura como uma rede de espaços verdes com relevante valor para o equilíbrio do território, conectados entre si e planejados de acordo com seus valores ecológicos, associando-se aos benefícios que podem trazer para as comunidades.
Esta solução trata-se de “depressões topográficas que recebem o escoamento pluvial das demais áreas impermeabilizadas limítrofes” (Mendes, 2014). O solo destes jardins absorve a água e remove poluentes difusos vindos do escoamento superficial. Na intervenção proposta, os jardins são introduzidos na área permeável em frente ao edifício da biblioteca, justamente por ser um local de alto risco de inundação.
Substituição de todo o pavimento em asfalto por piso intertravado, aumentando-se consideravelmente a superfície permeável a fim de melhorar o ciclo hidrológico e mitigar o desconforto térmico proporcionado pelo asfalto e concreto, seja nas vias ou em locais de convivência.
LEGENDA 1_Pavimento permeável: bloco drenante e junta aberta com vegetação baixa 2_Jardins de chuva com espécies nativas 3_Solo para o jardim de chuva 4_Areia grossa 5_Material agregado para filtragem da água 6_Canalização de drenagem para reaproveitamento da água 7_Vegetação nativa ao longo dos percursos pedonais 8_Areas de lazer e convivência 9_Solo compactado 10_ Via compartilhada (pedonal e ciclável) 11_ Corredor ecológico conectando a REN 12_Bacia de retenção de águas pluviais (nos períodos de seca, pode ser utilizada como anfiteatro, por exemplo) 13_Piso em placa drenante 14_Parede de contenção da bacia de retenção
Criação de uma bacia de retenção em uma área que apresenta grande índice de inundação. Durante o período de chuvas, a bacia transforma-se em um lago artificial onde a água acumula-se, e aos poucos vai sendo filtrada devido à presença de material agregado no subsolo. Após essa filtragem, a água é drenada para ser reutilizada em outras funções no campus, como a rega. No período de seca, o espaço pode ser adaptado como alternativa de recreação, desporto ou lazer.
LEGENDA 1_Pavimento permeável: bloco drenante e junta aberta com vegetação baixa 2_Jardins de chuva com espécies nativas 3_Solo para o jardim de chuva 4_Areia grossa 5_Material agregado para filtragem da água 6_Canalização de drenagem para reaproveitamento da água
7_Vegetação nativa ao longo dos percursos pedonais 8_Areas de lazer e convivência 9_Solo compactado 10_ Via compartilhada (pedonal e ciclável) 11_ Corredor ecológico conectando a REN 12_Bacia de retenção de águas pluviais (nos períodos de seca, pode ser utilizada como anfiteatro, por exemplo) 13_Piso em placa drenante 14_Parede de contenção da bacia de retenção
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