ARQUITETURA E HUMANIZAÇÃO COMO FORMA DE APOIO – CASA DE APOIO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS

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ARQUITETURA E HUMANIZAÇÃO COMO FORMA DE APOIO

CASA DE APOIO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS E SEUS FAMILIARES DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO



ARQUITETURA E HUMANIZAÇÃO COMO FORMA DE APOIO

CASA DE APOIO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS E SEUS FAMILIARES DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO



CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ARQUITETURA E URBANISMO

CASA DE APOIO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS E SEUS FAMILIARES DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO

LUÍSA BALLEIRINI DA SILVA

Projeto apresentado como requisito à obtenção da aprovação do Trabalho Final de Graduação orientada pela Prof. Alexandra Marinelli no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda.

RIBEIRÃO PRETO 2018



CASA DE APOIO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS E SEUS FAMILIARES DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO

LUÍSA BALLEIRINI DA SILVA

ORIENTADOR: Alexandra Marinelli

EXAMINADOR 1: REGINA ANGELINI

EXAMINADOR

2:

RIBEIRÃO PRETO 2018



AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, em especial, minha madrinha Márcia, meu padrinho Antonio Sergio, minha avó Sebastiana, meu pai Luís, meu irmão Lucas e aos meus tios e tias, que me apoiaram o tempo todo nessa caminhada, pois sem eles jamais teria realizado o meu sonho. Ao meu namorado Leandro, o qual sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis. Sou grata também as minhas primas, que estiveram ao meu lado durante essa jornada. A minha mãe Claúdia, que infelizmente não se encontra mais presente em minha vida. A minha orientadora Alexandra pelos conselhos e assessorias, as quais foram essenciais para conclusão deste projeto. por fim e principalmente à Deus, visto que sem ele não teria conseguido finalizar essa etapa de minha vida.


SUMÁRIO

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15 17 18

Apresentação Capitulo 1 1.1 A Doença 1.2 Tratamentos 1.2.1 Problemática da doença – Família e paciente

20 20 21 22 23

Capitulo 2 2.1 Humanização 2.2 A Humanização em ambientes para saúde 2.2.1 Controle do Ambiente 2.2.2 Suporte Social 2.2.3 Distrações Positivas

25 25 27 28

Capitulo 3 3.1 Casas de Apoio e Recuperação em Ribeirão Preto 3.1.1 GACEON 3.1.2 ABRAPEC 3.1.3 ABRACCIA

31 31 32 32 33

Capitulo 4 4.1 Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto 4.1.1 Aspectos Históricos 4.1.2 Aspectos Ambientais 4.1.3 Hospital das Clinicas em números 4.1.4 Demanda


37 37 39 42 43 45

Capitulo 5 Influências para a concepção projetual 5.1 Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie 5.2 Centro de apoio e recup. de câncer Maggie em Glasgow 5.3 Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie em Manchester 5.4 Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie em New Castle 5.5 Hospital Sarah Kubitschek em Salvador

49 51 52 52 53 54 55 56 56 58 64

Capitulo 6 6.1 Cidade de Implantação do projeto 6.1.1 Condições Geográficas da cidade de implantação 6.2 Analise do entorno 6.2.1 Mapa de Uso e Ocupação 6.2.2 Mapa de Gabarito 6.2.3 Mapa de Equipamentos 6.2.4 Mapa de Hierarquia Física e Funcional 6.2.5 Mobilidade Urbana Local – Sistema Viário 6.2.6 Linhas de Transporte Coletivo 6.3 Caracterização da área do projeto 6.4 Legislação local

65 66 67 68 71

Capitulo 7 Anteprojeto 7.1 Programa de Necessidades 7.2 Conceito e Partido 7.3 Memorial Justificativo 7.4 Memorial Descritivo 7.5 Estudo Preliminar

74 81

7.7 PERSPECTIVAS Referências



APRESENTAÇÃO O assunto da pesquisa é um equipamento, inserido na área de projeto de arquitetura e possui como tema a arquitetura junto a humanização como forma de apoio para pacientes que fazem tratamento contra o câncer e seus familiares.

os enfermos e seus familiares. E entender como a arquitetura agregada a humanização, pode produzir um espaço de interação, apoio e dentro de diversas variáveis emocionais e físicas, que envolve tanto o paciente, a família e a influência no processo de recuperação.

A definição do tema ocorreu pelo interesse pessoal e profissional na área. A notícia da enfermidade é dramática para os pacientes e principalmente para seus familiares. Nota-se um grande desanimo de ambos os lados, pois o câncer causa uma incerteza se a pessoa conseguirá vence-lo ou não, os diversos tipos de tratamentos são agressivos ao indivíduo, levando-o a um grande sofrimento.

Como afirma VASCONCELOS, (2004, p.10): “a ênfase está na qualidade do ambiente hospitalar e na preocupação em afastar o aspecto hostil e institucional que sempre predominou neste tipo de edificação”.

As informações coletadas nas Casas de apoio de Ribeirão Preto a ABRACCIA (Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infantil e Adulto), ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência as Pessoas com Ao longo do trabalho foram coletados dados Câncer) e a GACEON (Grupo de Apoio Especializado para criar um conjunto de informações, que permita em Oncologia da Beneficência Portuguesa), entender reconhecer qual a necessidade de cada grupo de os programas de apoio já existentes, o que falta, e pessoas, através de visitas realizadas em Casas de através de entrevistas com pacientes e familiares Apoio existentes na cidade de Ribeirão Preto. Os buscar informações sobre o que eles esperam de um pacientes de oncologia e seus familiares sofrem espaço de apoio e delimitar-se na interação dessas por falta de apoio, como acontece no Hospital informações sobre os cenários, objetivos e públicos. das Clinicas, muitos familiares passam um grande Para compreender humanizar é período esperando o paciente receber o tratamento preciso entender a questão do ser humano. e não existem locais para que eles possam esperar. Ter consciência de que os indivíduos que Uma pesquisa feita pela Psicóloga Glaucia Flores, utilizaram o espaço são a peça principal do Instituto Aliança de Oncologia comprova que: na definição e de como será o ambiente. Conhecendo as necessidades e expectativas É imprescindível cuidar do paciente de dos pacientes, será possível proporcionarforma global. Tudo que interfere na lhes um espaço capaz de suprir e superar qualidade de vida do paciente oncológico suas necessidades, tornando-o mais está cada vez mais sendo estudado e próximo de seus sentimentos, pensamento valorizado. Tratar da doença, cuidar dos e valores. (VASCONCELOS, 2004). aspectos nutricionais, preocupações com a reabilitação pós-tratamento são O principal objetivo dentro da humanização alguns dos aspectos fundamentais para o hospitalar é oferecer aos pacientes paciente. Da mesma forma, é importante ambientes projetados para auxiliar na sua cuidar do emocional e do mundo recuperação, ambientes com a intenção interno do paciente. (FLORES, 2007). de levar benefícios físicos e psicológicos aos enfermos. (VASCONCELOS, 2004). Desta forma, a pesquisa se concentrará em entender a complexidade da doença, a maneira em Usar a humanização junto à arquitetura para que ela pode atingir fisicamente e psicologicamente produzir-se espaços de apoio, enfatizando os interesses

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e necessidades de ambos, não apenas pelo lado estético, mas sim em reais necessidades, projetandose um ambiente de qualidades físicas e psicológicas.

hospitais mensalmente, semanalmente e em alguns casos diariamente, necessitando-se de distintos apoios, que parte do emocional ao social.

O objetivo da presente pesquisa é elaborar um projeto arquitetônico de uma Casa de Apoio aos pacientes com câncer e seus acompanhantes do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, um projeto que deverá trazer consigo qualidades e conceitos básicos de conforto físico e psicológico. A qual deverá conter espaços funcionais, trazendo aos pacientes a hospitalidade doméstica, interações com a natureza, capacidades, informativa e contemplativa.

A pesquisa tem como foco, aliar ideias e disciplinas para contribuir para a melhora da qualidade de vida dos pacientes oncológicos e seus familiares. Criando ambientes de assistência e apoio.

Para

atingir

esse

objetivo

iremos:

Entender os princípios básicos e necessários sobre o câncer, tratamentos e o tempo de duração. Entender a no paciente e Compreender necessidades

problemática na estrutura

a básicas

gerada familiar.

psicologia das de humanização.

Compreender e relatar sobre as Instituições que prestam apoio aos pacientes oncológicos e seus familiares da cidade de Ribeirão Preto. Relatar sobre as opiniões, necessidades dos familiares

interesses e e pacientes.

Projetar um espaço com características próprias, formando-se um ambiente em que as pessoas esqueçam que por um período de tempo a dor e a angústia causada pelo tratamento no momento de espera e se sintam em suas próprias casas. O tema abordado na pesquisa é um tema sensível. Pois se baseia em pessoas, diagnósticos, enfermidade, adaptação, recuperação, aceitação e principalmente o “apoio”. Os pacientes passam um período de difícil adaptação, a qual muda por completa sua rotina e as de seus familiares, pois passam a frequentar

Como

aponta

(2004,

p.14):

Um projeto para instalações de saúde (...). Deve promover o bem-estar criando ambientes que sejam um apoio físico e psicológico aos pacientes. Projetando-se um espaço arquitetônico com o intuito de apoiar e cuidar em diferentes aspectos. Ampliar e englobar a humanização hospitalar, influenciando para que cada dia mais esses projetos comecem a fazer parte do ambiente hospitalar.

A procura por espaços humanizados neste período de enfermidade tornou-se uma necessidade de muitas pessoas. Espaços com garantia e desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida e aceitação. Os procedimentos metodológicos adotados para o trabalho consistem em pesquisas descritivas, cruzamento com pesquisas bibliográficas, entrevista com pacientes oncológicos e profissionais da saúde, visitas para coleta de dados para obter informações a respeito da necessidade que rodeiam esses pacientes. Terá como referência a percepção direta dos indivíduos para entendimento, registrando o comportamento. As visitas diretas consistem em visualizar como é o funcionamento das Casas de Apoio de Ribeirão Preto. Envolvendo junto com as visitas entrevistas como pacientes para entender o que eles esperam de um centro de apoio, com os familiares desses pacientes que fazem tratamento no Hospital das Clinicas, para entender também as necessidades, buscando amenizar o tempo de espera. Portanto,

14

VASCONCELOS,

através

dos

procedimentos



1


1

1.1 A Doença – o câncer

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer): Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos diferentes tipos de células presentes no corpo humano. INCA (Instituto Nacional de Câncer), afirma

que: “Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma”.

Figura 1 – Desenvolvimento do câncer e sua invasão em tecidos saudáveis. Fonte: (http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322. Acessado em: 16/03/2018)

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“Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases)”. (Instituto Nacional de Câncer – INCA) Os casos da doença estão relacionados a dois fatores importantes, podendo ser internos ou externos, mas ambos se relacionam. As causas externas relacionam-se ao meio e aos hábitos ou aos costumes próprios de um ambiente social e cultural. Já as causas internas, são geneticamente pré-determinadas, pois,

estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Fatores causais podem interagir e contribuir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais do corpo humano. (Instituto Nacional de Câncer – INCA). “De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia”. (Instituto Nacional de Câncer – INCA)

Figura 2 – Gráfico Fatores de causas externas. Fonte: (http://ww ebah.com.br/content/ABAAAgTQQA projeto-pesquisa-c cer. Acessado em: 25/11/2017)

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Gráfico com causas

p://www. br/conAgTQQAI/ squisa-canado em: 17)

1.2 Tratamentos Em meados dos anos de 1950, a expectativa de vida do brasileiro era em torno de 40 anos. O câncer uma doença com incidência crescente em todo o mundo, sempre apresentou grande impacto na longevidade da vida das pessoas. Até o século XIX a doença era dificilmente diagnosticada, e quando descoberta, poucos recursos de tratamentos se tinham para combatê-la, a maioria dos casos era tratada apenas com medidas de apoio aos pacientes. Nessa época, a palavra câncer causava pânico aos pacientes, por este motivo os familiares eram comunicados sobre o diagnóstico, pois a doença estava associada à deformação, dor, odores fétidos e morte. Em muitos casos os pacientes se sentiam rejeitados.

diagnosticados com câncer estão cada vez mais se beneficiando dos novos recursos, que surgem em diferentes formas terapêuticas - cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia”. Atualmente os tratamentos incluem um grande número de substancias anticancerígeno, aplicado de maneira isolada ou combinada a outras formas de tratamento. Dentre elas está o transplante de medula óssea para pacientes com leucemia. Esses tratamentos podem ocorrer tanto em hospitais, como em clinicas especializadas e até mesmo em residências. Consequentemente após o termino dos

O tratamento do câncer durante muitos anos e até nos dias atuais, muitas vezes é visto como mutilante [sic] e motivo de angústia e ansiedade, deixando a cura em segundo plano pelos pacientes. Queda de cabelo e tantos outros efeitos colaterais muitas vezes causam hesitação em iniciar o tratamento (REGER, Fábio. A Evolução do Tratamento do Câncer, 2014)

Em torno de 1940, surge a primeira droga: a quimioterapia. Por sua vez responsável pelo aumento dos prognósticos positivos contra a doença. Até os dias atuais a quimioterapia continua sendo na maioria dos casos, um dos tratamentos mais indicados pelos médicos, porém devido ao avanço da medicina, já existem alternativas. Mas quando se trata de um paciente em estágio avançado da doença, a quimioterapia é indispensável. Segundo Laloni (2016) coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho: “os pacientes

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1.2.1 Problemática da doença – Família e paciente Segundo

Oliveira

(2015,

p.

11):

Quando se recebe a notícia do diagnóstico e esta [sic] se refere a uma doença crônica ou terminal, envolve toda a família, seja de forma direta ou indireta. Todos os membros se movimentam, redistribuemse seus papéis e adquirem novas funções. Essas mudanças mexem na estrutura psíquica das pessoas envolvidas, que acabam tendo que mudar-se em prol do outro. O adoecimento e a hospitalização geram situações de crise, onde o indivíduo se depara com o incontrolável e com a fragilidade da condição humana. Sobreposto ao sofrimento físico desencadeia-se o sofrimento psíquico. Assim, o adoecer constitui-se em um fenômeno subjetivo, vivido de maneiras diversificadas, com significativa influência cultural e ambiental, concedendo formatações diferentes para cada indivíduo. A revelação do diagnostico pode levar a um choque, um estado de paralisia, diante de uma realidade dura e difícil de ser aceita para ambos os lados, podendo em alguns casos desestruturar mais a família do que o próprio paciente. Pois que, quanto mais significativo for a relação da família com o paciente oncológico, maior será a desestruturação familiar (OLIVEIRA, 2015).

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influência e importância dentro do contexto familiar, coloca este como participante ou não frente às decisões. (SILVA, 2000). A vivência da hospitalização e diagnóstico da doença faz com que a família passe por um processo de adaptação e criação de estratégias para lidar com a enfermidade e, para isso, é preciso fazer redefinições de papéis, onde outros membros assumiram as funções anteriores desempenhadas pelo doente, para obter uma reorganização perante o momento de crise. A necessidade do paciente de receber atenção e cuidados em longo prazo desencadeia desafios à estabilidade da família (OLIVEIRA, 2015 p. 12). SILVA, Celia Nunes, destaca em seu livro: Como o Câncer Des(estrutura) a família, 2000, p. 16: Normalmente, o surgimento do câncer em qualquer família é sempre uma catástrofe pelo poder devastador que tem, porque sempre provoca uma crise na família. Uma crise é um período de mudança iminente, um ponto em que qualquer situação poderá melhorar ou piorar, mas inevitavelmente alterar-se-á. (...). Na cultura ocidental, o câncer, como exemplo de doença grave, traz consigo o estigma da morte. Quando tal diagnostico chega ao indivíduo, a primeira reação costuma ser o medo de que, além dele (a) não ficar curado, o câncer possa-lhe trazer humilhação, deformação, sofrimento e dor.

O significado do indivíduo para sua família pode se dar de acordo com o papel que esse exerce dentro dela e do grau de dependência emocional da família em relação a este sujeito. Essa significância também influencia no envolvimento dos Segundo Oliveira (2015, p. 13): “desespero membros, frente às decisões a serem por muitas vezes vem acompanhado de tomadas. O lugar que o sujeito ocupa, a sua inúmeras emoções como: indecisão, sentimento


de

culpa,

pressão,

penalização,

autopunição”.

É importante pensar não apenas que só o paciente possa ter um apoio para ajudar a amenizar suas emoções, mas sim todo o conjunto familiar que esteja envolvido com o paciente. Pois, as famílias diante desse atendimento psicológico em muitos casos conseguem recuperar seu equilíbrio emocional. De acordo com uma pesquisa realizada Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió, AL, ALBUQUERQUE conclui-se que: Conclui-se que, na população estudada, existe perceptivelmente a preocupação em informar, adequando-se ao perfil e às características do paciente.

Figura 3 – Gráfico mostra a importância da atividade interdisciplinar de apoio ao paciente oncológico Fonte: http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302011000200010. Acessado em: 26/11/2017.

Nos anos 70 houve um grande avanço na “Psiquiatria de Ligação”, onde a psiquiatria passa a ter grande influência aos cuidados emocionais ao paciente oncológico. Dentro deste campo entra também a psico oncologia e vários estudos para implantação de diversos programas como: a humanização hospitalar, trabalho médico com equipes interdisciplinares (como observado na Figura 3), unindo vários campos da medicina, com

apoio psicológico, fisioterapeuta, apoio nutricional e vários outros que o paciente possa vir a precisar. É por conta deste avanço da problemática em questão, que novas áreas são implantadas junto aos tratamentos. Trazendo consigo a necessidade de criação de novos espaços especializados em atender com maior qualidade e atenção aos pacientes e seus familiares. Através desta visão, conclui-se a importância de agregar cada vez mais os valores de humanização e usar a Arquitetura como forma de apoio, tanto para ações e quanto para criação de espaços.

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2.1 Humanização De acordo com o dicionário Aurélio Humanizar significa: “1. Humanar; inspirar humanidade; 2. Adoçar; suavizar; civilizar; 3. Torna-se humano; compadecer-se.”

de articular o cuidado técnico-científico, com o inconsolável, o diferente e singular. Humanizar é repensar as práticas das instituições de saúde, buscando opções de diferentes formas de atendimento e de trabalho, que preservem este posicionamento ético no contato pessoal.

As palavras de Mezzano (2002, p.14-15), expressa com clareza o que é o conceito “Humanizar”: Humanizar é resgatar a importância dos aspectos emocionais, indissociáveis dos aspectos físicos na intervenção em saúde. Humanizar é adotar uma prática em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos, subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde. Humanizar refere-se, à possibilidade de assumir uma postura ética de respeito ao outro, de acolhimento e de reconhecimento dos limites. Humanizar é fortalecer este comportamento ético

2.2

A

Humanização

em

Entende-se, portanto, que o termo “humanizar”, possui a intenção de conceder ideias em vários setores, que estejam ligados as necessidade do homem. Com a intenção de tornar um processo, objeto ou espaço mais adequado e acessível, a qual produzam as pessoas resultados satisfatórios.

Ambientes

O conceito e política de humanização alcançou evidência nas últimas duas décadas. Esse conceito é tratado hoje na saúde como um elemento imprescindível, quando se está inserido dentro de um planejamento e prática assistencial, desde que promova conforto e a qualidade do espaço. Humanizar abrange nos dias atuais, diversos setores e programas, incluindo iniciativas e sentidos. Ainda é considerado um conceito em desenvolvimento.

da

Saúde

a necessidade do ser humano, tendo consciência de que a pessoa que usara aquele espaço se tornará uma peça fundamental. Após conhecer as necessidades do usuário será possível pensar em um ambiente eficaz. Levando-os mais próximos de seus sentimentos, pensamentos, valores e um aspecto fundamental levar até eles a hospitalidade doméstica, fazendo com que se sintam em suas casas.

A questão interior / exterior é um ponto forte quando o assunto é “humanizar” um espaço, pois No Brasil, diversos programas e projetos visam a natureza é rica em aspectos como as texturas favorecer a humanização dentro de um ambiente de que contribuem positivamente para o bem-estar saúde. E surgem cada vez mais assuntos e discussões do paciente e dos seus familiares. Amenizando os sobre o tema. Um exemplo atual é o PNHAH (Programa sentimentos de tristeza, angústia, dor e o desconforto. Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar), inciativa criada pelo Ministério da Saúde no ano de 2000. “Um dos momentos mais importantes e de fundamental relevância na composição Ao humanizar um espaço é necessário entender de humanização: a percepção do quanto

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o conforto dos fatores ambientais pode 2.2.2 Suporte social contribuir. Deve-se considerar que, muitas vezes, esses mesmo ambientes pode tornarse a residência temporária – ambiente O suporte social proporciona aos pacientes primário – dos seus usuários: paciente e benefícios para sua capacidade física e emocional, profissionais da saúde.” (BITENCOURT, 2003). pois tem um contato prolongado com seus Um ponto importante a ser levado em questão, é a familiares, amigos e até mesmo quando fazem hospitalidade doméstica, “e pensar como os pacientes parte de um suporte social como apoio psicológico, e seus familiares podem se sentir em casa”, já que o para obter-se aconselhamentos, apoio nutricional, ambiente hospitalar passará a ser sua “casa temporária”. entre outros. Criar ambientes confortáveis, O autor Bitencourt trata realmente essa questão, que ao aconchegante com mobiliários que promovam projetar e pensar-se na concepção do projeto, devem- a interação social, que possuam flexibilidade de se levar em consideração os fatores tanto ambientais forma que possibilitam uma reorganização do layout quanto físicos que podem contribuir para o bem-estar do espaço, para atender grupos de pacientes e dos indivíduos que frequentaram o ambiente de apoio. aumentar a interação entre eles, e facilitar também a relação paciente/familiares e pacientes/pacientes. Não existe até o momento nenhuma O ambiente também possibilita e encoraja o prescrição para criar-se um ambiente, mas é desenvolvimento do suporte social quando apresenta importante levar em consideração os fatores espaços específicos destinados para este fim, como que causam reações fisiológicas no corpo humano e que ajudam na recuperação dos é o caso de ambientes para realização de reuniões, pacientes, desta forma são apresentados formação de grupos de estudo, espaços para lazer ou fatores de humanização que são considerados até mesmo para oração. (VASCONCELOS, 2004, p. 40). atributos para esses ambientes, dentre eles Devem-se tomar alguns cuidados, quando o estão, o controle do ambiente, suporte social assunto é o ambiente para suporte social, pois o possibilitado pelo ambiente em si e distrações design interior não pode “forçar a interação social positivas. (VASCONCELOS, 2004, p.35) a ponto de negar a condição de privacidade do 2.2.1 Controle do Ambiente paciente”, (VASCONCELOS, 2004, p.41), ao afirmar No fator controle do ambiente, as pessoas têm a essa preocupação Vasconcelos mostra que alguns necessidade de controlar os ambientes ao seu redor, pacientes devem e precisão ter sua “condição de o mesmo influência no bem estar e no estresse que privacidade”, por isso é de extrema importância se os pacientes e seus familiares podem sofrer. Um pensar em ambientes privativos para essas ocasiões. ambiente pode ser controlado através da incidência de luz em determinado espaço, como também Algumas ideias para a concepção do suporte social no controlar o ambiente com cores e materiais que tiram projeto são: a monotonia e o caráter de um ambiente hospitalar. • Acomodações confortáveis para pacientes e • Permitir o controle da temperatura e iluminação dos ambientes.

• Incluir nos ambientes materiais como a madeira e o uso de obras de artes. • Criar espaços onde os pacientes possam realizar alguma atividade de seu interesse, como por exemplo, plantar.

familiares.

• Mobiliários flexíveis, que permitam as reuniões em grupo. • Jardins externos e locais de encontro, se possível com a integração com o meio natural. • Ambientes menores, com mobiliários confortáveis para os ambientes privativos.

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Figura 4: Sala de interação entre pacientes, do Centro Maggie em Newcastle. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/601650/a-historia-dos-centros-maggie-como-17-arquitetos-se-uniram-para-combater-o-cancer/534f37ddc07a80718e000047 (Acessado em: 28/03/2018).

Figura 5: Sala de reunião em grupo e aconselhamento, do Centro Maggie, na Inglaterra. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/601650/a-historia-dos-centros-maggie-como-17-arquitetos-se-uniram-para-combater-o-cancer/534f37ddc07a80718e000047 (Acessado em: 28/03/2018).

Figura 6: Espaço de convivência e relaxamento da Moradia Estudantil, Tocantins, Brasil.Fonte: https://www.galeriadaarquitetura. com.br/slideshow/newslideshow. aspx?idproject=4647&index=7 (Acessado em: 28/03/2018).

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2.2.3 Distrações POSITIVAS As distrações positivas estão ligadas ao nível de • Grandes planos estimulação das pessoas, como ao som alto, iluminação uma maior interação intensa, cores vibrantes, quando se tem um acumulo com desses sentidos chega a causar estresse nos pacientes, • Integração e isso é ponto negativo, pois os mesmos já passam por um estresse muito grande devido à doença e o período de tratamento, e os familiares também. Por esse motivo a estimulação sensorial na medida certa, sem exageros, é eficaz para libertar os pacientes de pensamentos, depressão, e sentimentos ruins. A distração positiva é, portanto, proporcionada por um ambiente formado por elementos que provocam sentimentos positivos no paciente, prendendo sua atenção e despertando seu interesse para outras coisas além da sua doença, sem cobrança ou estresse individual, o que reduz ou até mesmo bloqueia os pensamentos ruins. (VASCONCELOS, 2004, p.43).

de com

vidro para o exterior. a

natureza.Figura 7:

Espelho d’água na sala na recepção, do Hospital Moriah em São Paulo. Fonte: http://www. arcoweb.com. br/finestra/ arquitetura/

Figu Espa con rela com inte Mor Estu Toca Bras Fon tps: gale

É importante inserir na concepção do projeto como forma de distrações, quedas d’agua, contato visual com jardins internos e externos, interação com a arte, aquários, entre outros elementos que estão cada vez mais sendo usados nos ambientes de saúde, elementos estes que sua funcionalidade não é apenas estética, mas também que promove o apoio a esses pacientes.

Portanto ao verificarem-se os conceitos humanização, conclui-se que a mesma auxiliará A seguir algumas concepções de projetos para no fortalecimento de valores do paciente e seus promover as distrações positivas em ambientes da saúde: familiares, satisfazendo assim as necessidades de ambos. A importância da relação interior/exterior • Inserir jardins internos e espaços abertos para será uma das principais concepções de humanização o exterior. adquiridas para o projeto da Casa de Apoio para os pacientes oncológicos, pois o contato com ao ar livre, • Uso da água como elemento, como espelhos com vegetações, proporcionam aos pacientes uma d’agua internos. maior interação com o meio natural, e só proporcionará benefícios como relaxamento, aliviando então o estresse causado pelo tratamento, que por sua vez é muito cansativo, estressante, desanimador e doloroso.

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3

Figura 9: lateral e f GACEON Fonte: au


3

Casas de Apoio e Recuperação em Ribeirão Preto Nos dias atuais, é possível observar a existências de um grande número de instituições que fornecem algum tipo de apoio aos pacientes oncológicos. Foram analisadas na cidade de Ribeirão Preto, três instituições que fazem esse tipo de atividade, através de visitas para conhecer o trabalho das instituições, GACEON – Grupo de Apoio Especializado da Oncologia da Beneficência, ABRAPEC – Associação Brasileira de Assistência as Pessoas com Câncer e a ABRAACIA Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infantil e Adulto. Cada uma dessas instituições possui uma meta e uma forma especifica de atuar com os pacientes.

Localizada na Rua Bernardino de Campos, 118 no centro do município de Ribeirão Preto, perto do Hospital Beneficência Portuguesa. A GACEON foi fundada no ano de 1995, por Mariana Jábali e outras 30 mulheres, a instituição é mantida pelo trabalho das voluntárias que são as próprias fundadoras, sem fins lucrativos, elas se reúnem todas as terças-feiras na instituição para bordar panos de pratos e toalhas de mesa para serem vendidas em um evento que é realizado todo final de ano, e às vezes as voluntárias preparam bingos, essas duas atividades são as que mantem a instituição, a única funcionaria presente no local que é remunerada é a cozinheira, as demais são todas voluntárias.

3.1 GACEON – Grupo de Apoio Especializado da Oncologia da Beneficência

igura 9: Fachada ateral e frontal da ACEON. onte: autora

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eles oferecem o café da manhã, na hora do almoço uma sopa de legumes, que são doados por uma quitanda próxima a instituição, um suco natural e salada de fruta. Ao entrevistar os pacientes e os familiares do local, eles afirmaram que a alimentação oferecida pela GACEON é completa e muito bem preparada, e que o lugar “é abençoado e se não fosse eles, eles ficariam largados na praça que tem em frente passando mal, depois do tratamento. ” Relatou uma paciente que tinha

Figura 12: Fac frontal da AB Fonte: http:// abrapec.org/ dades/, (Aces 30/03/2018).

Figura 10: Painel presente na sala de entrada da GACEON, mostrando um pouco da sua história. Fonte: autora.

Sempre com o intuito de receber pessoas e como poderiam ajuda-las, a GACEON – Grupo de Apoio ao Centro Especializado em Oncologia da Beneficência Portuguesa, tem como objetivo dar um suporte de Observa-se na (figura 11), o familiar apoio aos pacientes com câncer que fazem tratamento na Beneficência. “A casa oferece apoio tanto aos preparando a sopa para o paciente na sala de jantar da instituição. pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e para pequena pessoas que possuem convenio médico. ” Relatou Apesar de a instituição ser acolhedora e prestar Marina Jábali uma das fundadoras da instituição. apoio aos pacientes oncológicos, ainda carece de Na GACEON os pacientes e acompanhantes alguns requisitos, como a única televisão presente possuem um cadastro na instituição. A maioria desses no local para uso dos pacientes está queimada. pacientes vem de outras localidades para fazer o Aos pacientes que não residem na cidade de tratamento na Beneficência e em seguida se dirigem Ribeirão Preto, e que necessitam passar mais de até a GACEON para esperar o transporte para levá-los um dia para receber o tratamento a instituição não embora. Nesse período é oferecido tanto ao paciente oferece hospedagem, diferente da ABRAACIA que como aos acompanhantes se for ao período da manhã fornece a hospedagem em sua sede. Outro requisito

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Figura 11: Familia preparando a refe ção do paciente. Fonte: autora.


3.2 ABRAPEC - Associação Brasileira de Assistência as Pessoas com Câncer

A instituição oferece aos pacientes oficinas de música, teatro, atendimento em domicílio, terapia em grupo, grupos de fisioterapia, palestras, comemorações em datas festivas como Páscoa, Natal entre outros.

a 12: Fachada al da ABRAPEC. e: http://www. pec.org/site/unis/, (Acessado em: 3/2018).

: Familiar do a refeiciente. tora.

e acompanhantes. Os pacientes são encaminhados para a ABRAPEC, através dos hospitais públicos, dentre eles está o Hospital das Clinicas e postos de saúde.

Localizada na Rua Comandante Marcondes Salgado, 510 no Centro da cidade de Ribeirão Preto. Fundada no ano de 2002, pelo jornalista Arnaldo Braz junto com mais um grupo de pessoas, a ABRAPEC Associação Brasileira de Assistência as Pessoas com Câncer, surgiu com o ideal de ações humanistas que acreditam que tudo é possível quando se acredita no valor de ajudar as pessoas que mais necessitam. Por acreditar nesse conceito, os fundadores da instituição começaram a visualizar o sofrimento dos pacientes oncológicos em vários hospitais, e foi verificado um alto índice de pessoas em adoecimento e sem nenhuma condição de arcar financeiramente com o tratamento. Atualmente a ABRAPEC atende centenas de pessoas em diversas cidades do Brasil, e uma de suas sedes localiza-se no município de Ribeirão Preto. Em uma das visitas feitas na instituição, foi verificado que eles oferecem diversos suporte as pessoas como o socioeconômico, reabilitação física e emocional e jurídico, incluindo também atendimento aos familiares

Figura 13: Fisioterapia em grupo. Fonte: http://www. abrapec.org/ site/ribeirao-preto/nggallery/page/2, (Acessado em: 30/03/2018).

Figura 14: Palestra sobre Auto Estima. Fonte: http://www. abrapec.org/ site/ribeirao-preto/nggallery/page/2, (Acessado em: 30/03/2018).

29


Figura 15: Atendimento domiciliar Fonte: http://www. abrapec.org/ site/ribeirao-preto/nggallery/page/2, (Acessado em: 30/03/2018).

Localizada na Rua Visconde Inhaúma, 1279 no Centro da cidade de Ribeirão Preto. A instituição foi fundada por um grupo de pessoas, que tiveram a doença e sabem e como o tratamento e a recuperação são difíceis. A ABRACCIA assim como a ABRAPEC, conta com uma gama variada de suporte aos pacientes e seus familiares incluindo a hospedagem caso os pacientes precisem passar mais dias na cidade por causa do tratamento, entre as atividades oferecidas pela ABRAACIA está, uma das primordiais a prevenção contra o câncer, assistência ao paciente com medicamentos, cestas básicas, oficinas, brechó da Em conversas locais com os pacientes, eles instituição, transporte aos pacientes, equipamentos relataram que o atendimento da ABRAPEC é como cadeira de rodas e atendimento odontológico. completo, que eles se sentem muito felizes por ter aquele espaço, mas alguns entrevistados, que fazem o tratamento no Hospital das Clinicas e depois se dirigem até o local, consideraram uma distância muito longa a ser percorrida e disseram que seria melhor se existisse uma instituição mais próxima ao local de tratamento, pois ao terminarem a quimioterapia ou a radioterapia eles se sentem mal e indispostos para percorrer um caminho tão longo. Ao ser relatado

3.3 ABRACCIA - Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infantil e Adulto Na ABRACCIA - Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infantil e Adulto, não foi possível realizar a visita até o momento, por falta de retorno da assistência social responsável. Por esse motivo as informações decorrentes foram extraídas da pesquisa acadêmica apresentada ao Centro Universitário Moura Lacerda, “Casa de Apoio para Pacientes Oncológicos da cidade de Ribeirão Preto”, da autora Lara Ricardo da Silva Pereira.

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Figura 16: Fachada frontal ABRACCIA Ribeirão Preto, imagem: autora Fonte: Google Maps, 2018.


Fachada RACCIA reto, utora ogle 8.


4

Figura 17 aérea de 1 trando a e viária e a c ração dos do atual Ca USP. Fonte: (Pla Diretor Fís Campus de Preto, 200


4

ura 17 - Vista rea de 1953 mosndo a estrutura ria e a configuão dos espaços, atual Campus da P. nte: (Plano etor Físico do mpus de Ribeirão eto, 2009).

4.1 Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto

setores administrativos e de serviços. (Plano Diretor Físico do Campus de Ribeirão Preto, 2009, p.30).

No ano de 2001 a COESF revisa o Plano Diretor Físico do Campus da USP, a qual o campus de Ribeirão Preto passa a ser o que mais cresceu em número de vagas. Foi implantado também e inaugurado as A Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão instalações do Hemocentro e laboratórios no CEMEL e Preto, ocupa hoje a antiga área da Fazenda Monte também é criado o curso de economia, contabilidade, Alegre. A qual foi formada pelo plantador de café administração e música. Com o passar dos anos a e comerciante de escravos, João Franco em 1884. demanda de cursos foi aumentando. A capela do campus é transformada em um auditório para 360 lugares no mesmo ano. Também no ano de 2001 é inaugurado o bloco de moradias estudantis, foram aprovados pelo Conselho Universitário para a FMRP, os cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

4.1.1 Aspectos Históricos

Já em 11 de junho de 2003, o Conselho do Campus de Ribeirão Preto – CORP aprovou o sistema viário a qual, ressalta a área do HC. O Campus da USP-RP, possui diversos patrimônios históricos tombados pelo CONDEPHAAT, com grandes áreas verdes, como Museu Histórico Municipal da Fazenda Monte Alegre. A história do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, de acordo com a Lei Estadual 1464 no dia 26 de dezembro de 1951 No ano de 1890, por motivos políticos e de foi aprovado pela Reitoria da Universidade de São saúde, fez com que João Franco vendesse suas Paulo, o plano e a construção do edifício do HC-RP. terras ao imigrante Francisco Schmidt. Já na década Antes da construção do hospital as atividades de 20, Schmidt era considerado um dos maiores clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto produtores de café, sendo conhecido como o “Rei do eram realizadas provisoriamente até a construção do Café”. Em 1940 as terras foram desapropriadas para mesmo, no edifício da Santa Casa da Misericórdia do a implantação da Escola de Agricultura de Getúlio município de Ribeirão Preto. A obra foi concluída em Vargas e oito anos mais tarde foi desativada. No de junho de 1956, a qual foi iniciada o funcionamento ano de 1948 é criada, a faculdade de medicina, que de 150 leitos, o imóvel foi o primeiro endereço do iniciou suas atividades no ano de 1952. (Plano Diretor Hospital das Clinicas. Em seguida no ano de 1962 sobre Físico do Campus de Ribeirão Preto, 2009, p.10). administração do Dr. Paulo Gomes Romeo, foi assinado Com o passar dos anos, vários Institutos passam a ser agregados a USP de Ribeirão Preto, como a faculdade de Odontologia e Farmácia. Em 1986, criam-se a PACARP (Prefeitura do Campus Administrativo de Ribeirão Preto), a qual se torna responsável pela infraestrutura,

o contrato entre o Hospital e a empresa FOMISA para a elaboração de um projeto que é hoje a sede do Hospital das Clinicas no Campus da USP, e que atendesse não só os pacientes, mas também o corpo docente, e condições para atividades de ensino, pesquisa e assistência.

33


Somente em dezembro de 1971 o Prof. Dr. Carlos indústrias e prestação de serviços, ocupações Eduardo Martinelle, reinicia gestões junto ao Governo urbanas, atividades agrícolas e proteção ambiental. do Estado de São Paulo para a finalização das obras do Hospital das Clínicas, que se encontrava na estrutura de concreto. Três anos mais tarde, em 04 de outubro de 1974 foram reiniciados os trabalhos para a conclusão da obra. Assim em 22 de fevereiro de 1979, o Hospital das Clínicas foi inaugurado oficialmente em sua sede no Campus Universitário da USP de Ribeirão Preto.

4.1.3 Hospital das Clinicas em números

De acordo com o relatório anual da Secretaria Municipal da Saúde somente no município de Ribeirão 4.1.2 Aspectos Ambientais Preto, no ano de 2015, foram realizados 40.005 procedimentos oncológicos. A qual aproximadamente 25% desses procedimentos um total de 10.274 consultas Assim como o caráter acadêmico, o Campus da USP- realizadas somente no Hospital das Clinicas da Faculdade RP, também possui condições ecológicas particulares, de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São que são: suas áreas verdes naturais e artificias Paulo. (1). Nota-se que o relatório de atividades do necessitam de cuidados especiais, as quais já possuem Hospital das clinicas mais recente é do ano de 2015. manutenção da diversidade nacional e regional. O HCFMRP-USP é considerado uma autarquia pública que está vinculada à Secretaria da Saúde de Segundo o Relatório de Qualidade São Paulo, o mesmo proporciona assistência à saúde, Ambiental do Estado de São Paulo: em nível ambulatorial e hospitalar, pelo Sistema Único O município de Ribeirão Preto possui apenas de Saúde (SUS). Os pacientes são encaminhados até 3,3% da vegetação nativa preservada, sendo a o Hospital das Clinicas, através de outras unidades de maioria dela de forma fragmentada, longe do mínimo atendimento, incluindo cidades vizinhas, paciente com de 20% previsto em lei federal. Por estar incluído doenças complexas como o câncer, que não podem ser no domínio da Mata Atlântica, de acordo com o atendidos e tratados em outras unidades de saúde, Decreto Federal nº. 750, de 10/2/1993, campus da que não ofereçam o suporte necessário. Sua estrutura USP de Ribeirão Preto é também considerado como oferece atualmente 573 leitos gerais, 23 leitos “um espaço territorialmente protegido”, de acordo particulares, 36 leitos de Hospital– Dia e 51 leitos de UTI e com o parágrafo 1º. /do Capitulo [sic] IV do Meio 23 leitos de recuperação, totalizando 706 leitos (2), está Ambiente, dos Recursos Naturais e do Saneamento quantidade atendeu um total de 24.430 internações e Ambiental, da Lei Orgânica Municipal, de 5/4/1990. desse valor 469 foram de pacientes oncológicos (3). Dentre o total de pacientes atendidos no Hospital, No Código Municipal do Meio Ambiente, costa sendo que 76,8% dos pacientes residem na cidade de, que o Campus é caracterizado como “sítio significativo”, Ribeirão Preto e Demais Municípios, e o outro restante estando sujeito a restrições de uso. Segundo o Plano de 3,6% vêm de outros Estados (4). Atualmente, os Diretor do Município, o Campus da USP de Ribeirão pacientes particulares e conveniados, correspondem Preto, está localizado na Zona de Proteção Máxima a 6,8% das consultas, 3,5% das internações, 3,4% das (ZPM), a qual possui remanescentes de vegetação cirurgias, 1,4% dos exames laboratoriais, 3,8% dos natural, várzeas e áreas de Preservação Permanente. exames especializados e 0,2% dos procedimentos do De acordo com o Código Municipal, a área está sujeita a total de atendimentos prestados pelo Hospital (5). restrições antrópicas, em aspectos como: saneamento, Sendo a grande maioria pacientes do SUS representam

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(1) Segundo Relatório de Atividades 2015, do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, p. 57 (2) Segundo Relatório de Atividades 2015, do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, p. 60

(3) Segundo Relatório de Atividades 2015, do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, p. 59 (4) Segundo Relatório de Atividades 2015, do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, p. 36

Figura 1 referent oncológ procedim ários do USP. Fon dados: R de Ativid 2015, do das Clini Ribeirão do Gráfi autora.


maioria dos atendimentos. Verifica-se que o setor de oncologia no ano de 2015, obteve 10.274 consultas, 469 internações (6); 85.923 aplicações de radioterapia (7) e 768 aplicações mensais de quimioterapia. (8)

4.1.4 Demanda

Figura 18: Gráfico referente ao Setor oncológico de procedimentos diários do HCFMRPUSP. Fontes de dados: Relatório de Atividades 2015, do Hospital das Clinicas de Ribeirão. Geração do Gráfico: autora.

Figura 19: Gráfico referente à faixa etária da população em tratamento atendida pela ABRAPEC de Ribeirão Preto. Fontes de dados: http://www. abrapec.org/ index.php/ servicos/

No próximo gráfico é possível identificar que a um equilíbrio entre os gêneros dos pacientes, mas os homens estão com uma pequena porcentagem a mais que as mulheres até o ano de 2016. Da mesma forma o número que é encaminhado para o tratamento no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto possui um equilíbrio de gênero entre eles.

Ao analisar o gráfico sobre os procedimentos diários feitos no setor de oncológica do Hospital das Clinicas, verifica-se que são atendidas em média 27 consultas diárias, 231 pacientes que já fazem aplicações de radioterapia e 25 de quimioterapia, totalizando 256 pacientes ao longo de um dia de funcionamento, sendo 26 pessoas por hora, já que o setor para a aplicação dos tratamentos funciona das 8 às 18 horas. A partir das considerações e pesquisas realizadas chegou-se à conclusão que o local terá 26 pessoas passando por hora na Casa de Apoio.

Figura 20: Gráfico referente ao gênero da população em tratamento atendida pela ABRAPEC de Ribeirão Preto. Fontes de dados: http://www. abrapec. org/index.

Os gráficos a seguir são referentes à ABRAPEC, uma das instituições de apoio de Ribeirão Preto. A seguir foi possível mostrar de O primeiro gráfico mostra a faixa etária de maneira detalhada os tipos de câncer, que pacientes que passam pelo local a grande maioria mais afetam as pessoas nos dias atuais. de 51 a 65 anos totalizando 42% dos pacientes, e pacientes entre 18 a 30 anos totaliza cerca de 1%.

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Figura 21: Gráfico referente aos tipo de câncer atendid pela ABRAPEC de Ribeirão Preto. Fo de dados: http:// www.abrapec.org index.php/servico graficos (acessado 30/03/2018).

A partir das informações obtidas através da pesquisa conclui-se que, o projeto arquitetônico atenderá a maioria adulta de 31 a 65 anos de idade, com um equilíbrio em questão de gêneros (homens e mulheres). E os maiores tipos de câncer observados nos estudos são pacientes que tratam o câncer de reto e intestino, cabeça e pescoço, pulmão, mama e estômago.

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Grรกfico aos tipos atendidos PEC de reto. Fontes http:// pec.org/ /servicos/ cessado em 18).


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Influências para a concepção projetual

vir. O prognóstico era ruim - seu câncer havia voltado - mas a espera, e a sala de espera, drenavam suas energias. Ao longo dos dois anos seguintes, até sua morte, ela retornou diversas vezes para sessões de quimioterapia. Em espaços tão negligenciados e impensados, escreveu, pacientes como ela eram deixados ao léu [sic] para “murchar” sob o brilho dessecante das luzes fluorescentes. (MEDINA, Samuel. A história dos Centros Maggie: Como 17 arquitetos se uniram para combater o câncer).

Para uma ter uma melhor compreensão de como funciona uma Casa de Apoio, foram feitas leituras projetuais, e através dessas leituras foram estabelecidos parâmetros e concepções projetuais com o fim de influenciar e contribuir na elaboração do projeto arquitetônico. A qual foram analisados quatro projetos localizados no exterior e um projeto de um hospital nacional, onde o mesmo teve grande influência na criação de concepções projetuais do projeto. Cada um dos projetos possui suas diferenças, porem os quatro projetos presentes no exterior possuem Comovidos com a história de Margaret um um público alvo, que são os pacientes oncológicos e grupo de 17 arquitetos, criaram a ideia de espaços seus familiares. E já o projeto nacional, possuiu uma grande influência em seus aspectos arquitetônicos. privativos com muita luz, para aguardar os próximos exames, lugares em que se pudesse contemplar o silêncio. Acreditavam que como “a arquitetura pode desmoralizar os pacientes”, ela também poderia ser “restauradora” e apoia-los. A missão do grupo era 5.1 Centros de apoio e proporcionar aos pacientes oncológicos, atendimento gratuito e global, através de uma boa arquitetura, recuperação de câncer a qual se expandiu e hoje ao todo são 17 projetos Maggie de edifícios Maggie’s espalhados pelo mundo. A ideia de projetar os Centros Maggie’s surgiu, por causa de Margaret Jencks, uma mulher em estado terminal de câncer, que acreditava que os ambientes de tratamento contra o câncer e os resultados do processo, poderiam agir de forma positiva na vida dos pacientes e seus familiares. Foi por esse motivo que um grupo de arquitetos resolveram criar os Centros Maggie’s, pensando no bem-estar. A história de Margaret é comovente, em pesquisas feitas em vários sites foi encontrado que: Era maio de 1993, e a escritora e designer Margaret Keswick Jencks se sentara em um corredor sem janelas de um pequeno hospital escocês, temendo o estaria por

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Figura 24: Localização centro pró hospital. Fonte: http eu/project -s-centre-g modificado autora. (Ac em 25/03/

Figura 22 – Conjunto de imagens dos centros Maggie’s, imagem: autora Fonte: https://www. maggiescentres. org/ (Acessado em: 28/03/2018).

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ura 24: calização do ntro próximo ao spital. nte: http://oma. /projects/maggiecentre-gartnavel, odificado pela tora. (Acessado m 25/03/2018).

5.2 Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie em Glasgow – Reino Unido – Grupo OMA O projeto arquitetônico, foi feito pelo O projeto se constitui em torno de um pátio Grupo OMA no ano de 2007, ao lado do Hospital central com jardins, e sua forma é envolvida por Gartnavel Royal. Com o propósito de fornecer vegetações já existentes no local do projeto, a apoio aos pacientes com câncer do Hospital. ideologia de sua forma se constitui por uma sequência de figuras em L e conectadas por plano, criando áreas distintas e minimizando a necessidade de corredores. O programa pensado pelos arquitetos se baseia em grandes, médias e pequenas salas de aconselhamento, sala de jantar, cozinha aberta, uma biblioteca, um escritório e esses ambientes rodeiam um pátio central, se caracterizando a forte relação interior/exterior.

Figura 25: Volumetria do Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie em Glasgow, e a divisão dos usos. Fonte: http://oma.eu/ projects/maggie-s-centre-gartnavel, modificado pela autora. (Acessado em 25/03/2018).

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A principal característica do projeto é a sua relação interior/exterior. Sua forma foi organizada para que os espaços pareçam descontraídos, quase despreocupados, permitindo que se sinta à vontade e em casa, parte de uma comunidade empática de pessoas.

Figura 26 e 27: Ambientes internos do centro. Fonte: http:// oma.eu/ projects/ maggie-s-centre-gartnavel, modificado pela autora. (Acessado em 25/03/2018).

Figura 28 e 29: Ambiente priva Figura 30 cozinha coletiva mostrand centro. Fonte:relação http://oin exterior. eu/projects/ma Fonte: htt -s-centre-gartn eu/projec modificado pel gie-s-cen autora. (Acessa navel, mo 25/03/2018). pela auto (Acessad 25/03/20

Os espaços foram pensados para momentos mais pessoais, como no íntimo das salas de aconselhamento, nos recantos e espaços privados. Mas todos eles possuem a relação com o exterior pensada de maneira minuciosa.

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Localizado em um ambiente natural, o edifício envolve-se com a vegetação presente no local, e cada espaço tem uma forte relação com o pátio interno e a floresta ao redor, cercado por vários planos de vidro que proporcionam essa relação.

28 e 29: nte privativo e gura 30: Imagens coletiva do mostrando a elação interior e http://oma. xterior. ects/maggieonte: http://oma. re-gartnavel, u/projects/magado pela e-s-centre-gart(Acessado em avel, 2018).modificado ela autora. Acessado em 5/03/2018).

Portanto, será agregado como referência projetual ao projeto arquitetônico, a maneira que o objeto se relaciona com a vegetação ao seu redor. O forte conceito de humanização encontrado no projeto, o contato com a natureza proporciona aos pacientes paz, equilíbrio, calma, aspectos fundamentais para o apoio.

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5.3 Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie em Manchester Foster + Partners

Verifica-se no projeto uma variedade de espaços, com nichos privados, biblioteca, salas de ginástica e locais de reuniões. A cozinha centralizada é o coração do centro, a mesma possui uma grande mesa comunitária.

Figura 33: Cozinh aberta e mesa co va do centro Mag em Manchester Fonte: https://ww archdaily.com.br/ br/786620/centro Figura 3 -de-tratamento-d Localiza -cancer-manches Centro M -foster-plus-partn em New (acessadoimagem dia 26/03/2018). Fonte: G

Figura 31: Localização do Centro Maggie’s em Manchester, imagem: autora

O projeto do centro de Manchester foi feito pelos arquitetos Foster e Parther. A concepção do projeto foi pensada, para proporcionar a ideia de “casa longe de casa”, um lugar de refúgio, para pacientes oncológicos e seus familiares encontrar apoio emocional e prático. O objetivo do projeto é estabelecer uma “hospitalidade doméstica”, envolvida por um cenário com jardins localizado próximo ao Hospital Cristie.

A edificação conta com uma estufa central, onde encontra-se muita luz e um grande contato com a natureza, pois os pacientes podem desfrutar desse espaço, manuseando plantas, flores, o contato com a natureza possui qualidades terapêuticas para os pacientes, as plantas que são cultivadas na estufa, os pacientes em seguida fazem o replantio em torno do centro, nos espaços destinados para essas atividades. A referência projetual da leitura apresentada, que será aplicada no projeto, será a hospitalidade doméstica, uso da mesa coletiva na cozinha central, o contato que as pessoas têm com a natureza, a produção da estufa, os espaços verdes destinados ao plantio das atividades da estufa. Figura 32: Fachada principal do centro Maggie em Manchester Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/786620/centro-de-tratamento-de-cancer-manchester-foster-plus-partners (Acessado dia 26/03/2018).

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Figura 36: F principal do tro Maggie Newcastle. Fonte: http: nanstudio.c project/mag


5.4 Centro de apoio e recuperação de câncer Maggie em Newcastle, Reino Unido - Cullinan Studio

Cozinha mesa coletitro Maggie hester ps://www. com.br/ 0/centroFigura 35: mento-deLocalização do manchesterCentro Maggie’s us-partners em Newcastle, omagem: dia autora 18). Fonte: Google

O Centro de Apoio, Newcastle, está localizado próximo ao Hospital de Referência Freeman, em Melville Grove. Todos os espaços projetos por Cullinan transmitem calma e são cheios de luz. O uso dos materiais como a madeira, traz a sensação de conforto para o ambiente. Encontra-se presente também o uso do jardim, projeto possui aberturas que têm uma forte relação com o pátio onde se localiza o jardim.

O programa é composto por um pátio central, próximo a cozinha coletiva e a sala, possuem salas de reuniões, aconselhamento, biblioteca, espaço destinado ao plantio, duas lojas, banheiros e escritórios.

ra 36: Fachada cipal do cenMaggie em wcastle. te: http://cullistudio.com/ ect/maggies-new-

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Figura 37, 38 e 39: Ambientes internos do centro Newcastle Fonte: http:// cullinanstudio. com/project/maggies-newcastle (Acessado em: 20/03/2018)

O programa é composto por um pátio central, próximo a cozinha coletiva e a sala, possuem salas de reuniões, aconselhamento, biblioteca, espaço destinado ao plantio, duas lojas, banheiros e escritórios.

Figura 40 e 41: Imagem mostrando a cobertura em madeira do Centro Maggie em New Castle. Fonte: http://cullinanstudio.com/ project/maggies-newcastle (Acessado em: 20/03/2018).

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Figura 42: F principal do Moriah Fonte: http: arcoweb.co finestra/arq siegbert-zan -hospital-m


5.5 Hospital Moriah

ura 42: Fachada cipal do hospital riah te: http://www. oweb.com.br/ stra/arquitetura/ bert-zanettinispital-moriah-sao-

Figura 44: Planta do hospital Moriah, mostrando os usos. Imagem: autora Fonte: http://www.arcoweb.com.br/finestra/ arquitetura/siegbert-zanettini-hospital-moriah-sao-paulo, modificado pela autora (Acessado em: 25/03/2018).

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O Hospital Moriah, está localizado na cidade de São Paulo, o prédio antigo não possuía condições dignas para ser um hospital, pois estava muito deteriorado pelo tempo que ficou desativado. Após passar por um levantamento, algumas paredes internas e as fachadas foram demolidas, deixando o antigo edifício somente com seu esqueleto de concreto, com essa alternativa foi possível criar a ala de internação, com quartos voltados para o jardim do hospital. No projeto foi feito o uso de matérias aparentemente leves e áreas verdes, seu principal aspecto é transferir para os pacientes, conforto e comodidade, valorizando alguns aspectos importantes na concepção de um projeto como a luz natural. Na recepção do hospital está presente um espelho d’água, transmitindo uma sensação de bem-estar, para os pacientes e seus familiares, e assim auxiliando no tratamento dos mesmos.

Figuras 45 e 46: Fachada lateral e sala de espera do Hospital Moriah. Imagem: autora Fonte: http:// www.arcoweb. com.br/finestra/

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Portanto, conclui-se que ao analisar o projeto do Hospital Mariah, verifica-se que o projeto possui uma grande preocupação com a questão de iluminação, as cores vibrantes dos painéis e de alguns mobiliários, a presença do espelho d’água e a sua forte relação com o exterior, são características fortes de humanização, que Vasconcelos cita em sua dissertação.



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6.1 Cidade de Implantação do projeto

mas com o passar dos anos essa prática foi sendo desvalorizada, dando espaço para o setor industrial. Hoje a cidade conta com investimentos em várias áreas que vai da saúde até a tecnologia da informação.

A cidade de implantação do projeto é o município de Ribeirão Preto, a noroeste do estado de São Paulo, o município possui 315 km de distância da capital do Figura 47: estado. Ocupa uma área de 650,916 km², sendo que Imagem re127,309 km² são o perímetro urbano. Ribeirão Preto é ferente à loa primeira região metropolitana do interior do estado, calização da microrregião formada por um aglomerado de 34 municípios: de Ribeirão Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Preto. Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Imagem: Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luis Antônio, autora Mococa, Monte Alto, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Ribeirão Já em relação ao município o projeto será Preto, Sales Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa do Viterbo, Santo implantado dentro do Campus da USP de Ribeirão Preto. Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho, Taiuva, Tambaú e Taquaral., o projeto foi aprovado em 15 de junho de 2016, mas só foi sancionado pelo governador do estado em 6 de julho de 2016. De acordo com o IBGE 2017 a cidade possui 682.302 habitantes, sua população foi considerada com a maior taxa de aumento populacional cerca de 1,3%. Sua temperatura é considerada acima da média, com um clima tropical úmido, sendo considerada uma das cidades mais quentes do estado em várias épocas do ano. Junto aos municípios de: Brodowski, Barrinha, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Jardinópolis, Luís Antônio, Pontal, Pradópolis, São Simão, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho, Ribeirão Preto forma a sua microrregião, com uma estimativa populacional de acordo com o IBGE em 2017, de 1.164.184 habitantes.

Figura 48: Imagem referente à localização do Campus da USP no

A cidade de Ribeirão Preto é o principal polo no setor da saúde na região, possui três faculdades Ribeirão Preto foi fundado em 1856, nessa época de medicina incluindo a área escolhida para o suas terras eram destinadas para mineração e criação de gado. No início do século XX, a mesma passou a receber desenvolvimento do projeto, o Campus da USP. imigrantes, interessados em trabalhar na agricultura e O mapa abaixo mostra os hospitais existentes no indústrias da época. As plantações de café foram por município. Portando os mesmos, principalmente um longo período de tempo a principal fonte de renda, o Hospital das Clinicas, atrai pacientes de outras

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regiões e estados, e fica claro com essa análise que existe uma grande demanda para a elaboração do projeto da Casa de Apoio, no Campus da USP.

Figura 49: Mapa de Ribeirão Preto apresentando os hospitais existentes na cidade. Fonte: autora

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6.1.1 Condições Geográficas da cidade de implantação Estudar as condições geográficas da cidade de implantação de projeto é um aspecto fundamental para a elaboração do projeto arquitetônico, a qual através deles serão estabelecidas condições para que o edifício tenha conforte e que garanta a qualidade de vida de seus usuários.

Ribeirão Preto possui um clima considerado tropical úmido, chove muito no verão e no inverno um tempo seco. No verão sua temperatura pode chegar a 32°C e no inverno mínima de 16°C.

Figura 50: Mapa dos ventos predominantes da cidade de Ribeirão Preto.

Em relação aos ventos predominantes na cidade, em qualquer época do ano eles se matem na direção Leste-Sudeste, segundo informações retiradas do site de monitoramento do Aeroporto Leite Lopes o Windfinder. A tabela (figura 59) deixa clara a informação sobre a direção dos ventos, observa-se que em todos os meses do ano a direção dominante dos ventos se mantem a mesma. A direção do vento predominante é SUDESTE PARA NOROESTE.

Figura 51: Tabela referente à direção, velocidade dos ventos e temperatura média ao longo do ano

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6.2 Analise do entorno 6.2.1 Mapa de Uso e Ocupação

Figura 52: Mapa de Uso e Ocupação do Solo. Fonte: autora

Ao analisar o Mapa de Uso e Ocupação, verifica-se que a área de estudo possui uma forte predominância de uso residencial, com poucos comércios e um baixo uso institucional, a qual gera um grande contraste com o Campus da USP, pois a predominância de uso é institucional devido ao hospital e as instituições de ensino. Os bairros do entorno contam com o Parque

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Residencial Cidade Universitária, o bairro possui ligação direta com o Campus, pois muitos alunos residem no local, ao analisar também o mapa de áreas especiais se verifica que o bairro Jardim Paiva e Alto do Ipiranga são bairros mais densos e de interesse social.

Figu Map Gab Font


6.2.2 Mapa de Gabarito

Figura 53: Mapa de Gabarito. Fonte: autora

Através da análise do mapa de gabarito e das visitas feitas ao local de estudo, foi possível verificar que a área conta com edificações de 1 a 3 pavimentos, mas é possível verificar o grande contraste da área em relação às áreas adensadas da cidade.

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6.2.3 Mapa de Equipamentos

Figura 54: Mapa de Equipamentos. Fonte: autora

Ao analisar o Mapa de Equipamentos da área de estudo, verifica-se que o Campus da USP de Ribeirão Preto, possui uma grande predominância de equipamentos de educação, saúde sendo o principal o Hospital das Clinicas, culturais de prestação de serviços à população como os bancos e correio. Já os bairros localizados no entorno do Campus contam com poucos equipamentos, possui apenas um

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equipamento de religião, um serviço e dois de educação que são escola de ensino de 1° e 2º grau do governo do Estado. Apesar de ser importante analisar, o impacto dos equipamentos na área de estudo o item principal a ser destacado para o projeto arquitetônico é a demanda do Hospital das Clinica, item que já fo i abordado no capitulo 4.


6.2.4 Mapa de Hierarquia FĂ­sica e Funcional

Figura 54: Mapa de Hierarquia Funcional. Fonte: autora

Figura 55: Mapa de Hierarquia FĂ­sica. Fonte: autora

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Nos Mapas de Hierarquia Funcional e Física, As vias que dão acesso ao Campus estão bem percebe-se que a área possui um maior fluxo na Av. identificadas e sua infraestrutura em bom estado. Gov. Lucas Nogueira Garcês e na Av. Luigi Rosiello, sendo as duas vias principais de dão acesso direto ao Campus da USP. Já os bairros localizados no entorno, possui um baixo fluxo nas vias locais, se tornando um local calmo. Já dentro do Campus a movimentação de carros, ônibus e pedestres é maior, por conta dos alunos que estudam no local e devido ao Hospital das Clinicas.

Figura 57 e 58: que dão acesso Campus da USP Fonte: Google 2018.

6.2.5 Mobilidade Urbana local – Sistema viário O projeto se localiza próximo a duas avenidas importantes da região, a Av. Luigi Rosiello e a Governador Lucas Nogueira, no mapa abaixo (figura 66), é possível verificar que as duas vias dão acesso ao Campus da USP, onde está localizado o terreno escolhido, que são as ruas Prof. Hélio Lourenço e rua Ten. Catão Roxo.

6.2.6 Linhas de transportes coletivos

Figura 56: Mapa de localização das vias principais que dão acesso ao lote. Imagem: autora Fonte: Google Maps, 2018.

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No município de Ribeirão Preto, o transporte coletivo é feito pela empresa RITMO, e pelo site da empresa e possível verificar com rapidez e facilidade as linhas de ônibus que transitam pelo local da área de estudo. A área possui uma gama variada de ônibus que passam pela região, essa grande demanda são por conta do grande número de alunos que frequentam o Campus da USP todos os dias da semana e devido também ao Hospital das Clínicas que atendem não só moradores da cidade, mas também da região e até de outros Estados.

Figura 59 dos ônibu passam n Imagem: Fonte: htt ritmoribe br/servico pulacao/c -linhas/, ( em: 02/04


57 e 58: Vias o acesso ao s da USP. Google Maps,

gura 59: Rotas os ônibus que assam na área magem: autora onte: http://www. tmoribeirao.com. r/servicos-a-poulacao/consultarnhas/, (Acessado m: 02/04/2018).

A área conta com 10 linhas de ônibus passando no local, o que para o projeto de intervenção é um aspecto fundamental, pois muitos pacientes e familiares que não possuem veículo, mas que residem na cidade usa o transporte coletivo para se locomover até o hospital. Além de possuir várias linhas de ônibus o local conta também com uma grande concentração de ponto de ônibus, apesar de não atender completamente o desejo da população, pois na visita realizada na área foi possível verificar com que as pessoas não estão contentes com a situação da infraestrutura dos pontos, como a incidência da luz direta do sol, em pontos que não estão localizados de baixo de árvores.

As imagens a seguir são referentes aos pontos de ônibus existentes próximos a área de projeto, observa-se em cada imagem as condições dos locais. O ponto localizado na Rua Lourenço próximo a edifícios de serviços bancários, o mesmo possui uma cobertura, acentos, e boa sinalização.

Figura 60, 61 e 62: Terminal e os dois pontos de ônibus próximo ao lote.

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6.3 Caracterização da área do projeto O objeto de pesquisa a ser elaborado, está inserido dentro da área pertencente ao Campus da USP de Ribeirão Preto.

Figura 63: Mapa de localização da área de projeto Fonte: autora

Figura 64 e 65: Terreno escolhido para a implantaçã Casa de Apoio Fonte: autora

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e 65: colhido lantação da poio ora

Figura 66: Vista lateral do terreno escolhido Fonte: autora

Figura 67: Vista lateral do terreno escolhido, com a entrada para a Clínica civil localizada ao lado do lote. Fonte: autora

Figura 68: Imagem da Clínica Civil ao lado do lote. Fonte: autora

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Figura 69 e 70:Hemocentro e ponto de ônibus e vista frontal do terreno. Fonte: autora

Figura A-A do 2018. Fonte

Figura 71: Planta do terreno com suas curvas de nível, direção do sol e medidas, 2018. Fonte: autora

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O terreno escolhido localiza-se em uma área bem arborizada, no cruzamento das ruas Prof. Hélio Lourenço e Tenente Catão Roxo, ambos de controle da USP. As medidas do lote foram retiradas do Plano Diretor do Campus da USP de Ribeirão preto, aparentemente em sua topografia foi feita uma terraplanagem como pode ser observado no corte a seguir.

Figura 72: Corte A-A do terreno, 2018. Fonte: autora

No que o Tenente desnível A área

corte acima também é possível verificar terreno apresenta um desnível da rua Catão Roxo para dentro do lote e outro do lote para a rua Prof. Hélio Lourenço. aproximada do terreno é de 5.000 m².

O terreno escolhido está localizado próximo ao Hospital das Clinicas, e possui 300 metros de caminhada do objeto de estudo até o Hospital, se tornando uma característica forte para a escolha da área. Pois o principal foco do projeto são os pacientes oncológicos que fazem tratamento no hospital e seus familiares que tem que ficar aguardando enquanto os mesmos recebem o tratamento. Localizase próximo ao local escolhi um estacionamento, para uso dos pacientes e funcionários do local.

Figura 73: Cruzamento das vias Prof. Hélio Lourenço e Tenente Catão Roxo Fonte: autora

Figura 74: Arborização da via Prof. Hélio Lourenço Fonte: autora

A via Prof. Hélio Lourenço, possui uma ótima arborização, mas em grande parte do dia a rua recebe um grande número de veículos, pois é a principal via de acesso ao Hospital das Clinicas.

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Na visita feita ao local de intervenção foi observada a presença de Bancos, Centro de Reabilitação, Hemocentro, pontos de ônibus (com uma infraestrutura precária, porém possui cobertura e bem identificado na calçada do terreno, e em seguida mais a frente possui outro localizado próximo ao Hospital das Clinicas, mas o mesmo possui um maior número de pedestre e alto fluxo de ônibus),

a área conta também com um terminal de ônibus localizado próximo ao terreno escolhido, o IML (Instituto Médico Legal), restaurante, Escola de Enfermagem e outras instalações, ao lado do terreno se encontra presente uma Clínica Civil.

Figura 76 e 7 Banco IML. Fonte autor

7

Figura 74: Mapa de localização dos equipamentos ao redor. Fonte: autora

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Figura 79 e 8 Hemo Hospi Clinic estaci ment Fonte autor

Figura Clinic ao lad terren Fonte autor


Como presente nas imagens o terreno escolhido possui um aglomerado de árvores da espécie Pinus (pinheiros). As espécies das árvores presentes no local possuem um rápido crescimento e a área mesmo tendo a concentração de pinheiros

é considerada uma área edificável, desde que se aplica o que foi imposto pelo código. Nas identificar vegetação

próximas imagens é possível claramente a massa de existente no terreno escolhido.

Figuras 76 e 77: Bancos e IML. Fonte: autora

Figuras 78, 79 e 80: Hemocentro, Hospital das Clinicas e estacionamento. Fonte: autora.

Figura 81: Clinica Civil ao lado do terreno. Fonte: autora.

Figura 82 e 83: Aglomerado de árvores existentes no terreno escolhido. Fonte: autora

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6.4 Legislação local Para identificação das legislações e normas aplicadas na área, foram pesquisas desde as do município, características ambientais e acessibilidade. Contudo, vários itens serão utilizados para a elaboração do projeto arquitetônico, como: - Plano Diretor de Ribeirão Preto; - Código de Obras da cidade; - NBR 9050 referente à acessibilidade; - Norma RDC 050 adotada para dimensionamento básico de áreas específicas.

6.4.1 Restrições de Loteamento - Setor: Oeste 11 – Zoneamento: ZUP, de acordo com a Lei – 2157/07 ZUP – Zona de Urbanização Preferencial: composta por áreas dotadas de infraestrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas; incluindo as áreas internas ao Anel Viário, exceto aquelas localizadas nas áreas de afloramento do arenito Botucatu-Piramboia, as quais fazem parte da Zona de Urbanização Restrita. - Gabarito: fica estabelecido o gabarito básico de 10 (dez) metros de altura para todas as edificações novas ou a reformar no Município de Ribeirão Preto; O gabarito básico a que se refere o artigo anterior poderá ser ultrapassado na Zona de Urbanização Preferencial - ZUP, desde que atendidas as disposições pertinentes desta lei, tais como: recuos, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento. - Taxa de Ocupação e do Coeficiente de Aproveitamento do Solo: para edificações não residenciais será de 80% (oitenta por cento), respeitados os recuos e a taxa de solo natural. - Recuos: “R=H/6, maior ou igual a 2”, onde R =

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significa a dimensão dos recuos em metros lineares; H significa a altura do edifício em metros lineares; -

Recuo

lateral

e

de

fundo:

2

metros.

7


7

7.1 Programa de Necessidades Através da compreensão dos Centros Maggie’s, a qual o mesmo adere em suas concepções atividades de relaxamento, atividades ao ar livre, atendimento psicológico, biblioteca, cozinha coletiva e junto as entrevistas feitas com pacientes oncológicos e as

visitas em algumas Casas de Apoio localizadas na cidade de Ribeirão Preto, foi permitido definir o seguinte programa de necessidade da Casa de Apoio para pacientes oncológicos do Hospital das Clinicas.

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7.2 Conceito e Partido O conceito se baseia na cozinha coletiva, a cozinha Desta forma, temos o principal conceito como o coração da casa que traz consigo a questão do da proposta, a cozinha coletiva e o contato com aconchego, da hospitalidade doméstica, fazendo com o meio natural. Todos os aspectos destacados que os pacientes e seus familiares se sintam acolhidos, interligados a apreciação e o contato com a natureza. criando um local de troca de experiências, para as pessoas se encontrarem, conversar, resgatando então o aconchego e o acolhimento de suas casas, criando uma “casa longe de casa”, onde as pessoas possam encontrar apoio emocional e prático.

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7.3 Memorial Justificativo A proposta para a Casa de Apoio para os pacientes oncológicos do Hospital das Clínicas da cidade de Ribeirão Preto, é promover para o mesmo, um local em que eles possam passar um período de tempo antes ou após receberem o tratamento para combate contra a doença, o projeto também possui 10 quartos que são disponibilizados caso o paciente e seu acompanhante caso precisem permanecer mais de um dia na cidade de Ribeirão Preto, sendo assim o número de quartos presentes no projeto atendem à demanda de pacientes e acompanhantes, pois a maioria das cidades disponibilizam o transporte público para que mesmos possam se locomover até o hospital. E para aqueles pacientes que precisam permanecer, só será permitido um acompanhando por paciente. O projeto localiza-se próximo ao Hospital das Clinicas sendo de fácil acesso aos pacientes e seus acompanhantes, além do estacionamento já existente ao lado do terreno, a Casa de Apoio possui entrada para veículos e disponibiliza algumas vagas de estacionamento.

como a erva cidreira, melissa, erva doce, entre outras, onde as pessoas possam colher e preparar na cozinha. No espaço encontra-se presente um espelho d’água que possui um barulho calmo de água, emitindo tranquilidade as pessoas que estiverem no local, amenizando o estresse causado pela doença. Para acessar os outros blocos, tem uma segunda alternativa de caminho que não passe pela cozinha, para caso os pacientes que acabaram de receber a quimioterapia não se sintam enjoados com o cheiro, caso alguém esteja preparando alguma alimentação, a alimentação que será permitida para preparo na cozinha é acompanhada por uma nutricionista e não será permitido alimentos que possuam um cheiro muito forte em seu preparo, para não prejudicar os demais pacientes. O projeto buscará promover apoio prático e emocional a essas pessoas, na parte de atendimento trazendo junto áreas de atendimento social, psicológica, terapia ocupacional, atividades de relaxamento como massagem, Reike, acupuntura, espaços de convívios como a biblioteca, a cozinha coletiva, sala de reuniões em grupo, oficinas de artesanato voltada para a produção de lenços e mandalas de tricô, oficina para a produção de mosaicos, oficina de dança circular e uma oficina de jardinagem para que os pacientes possam ter o contato direto com a natureza e o plantio e um salão de cabelereiro para ajudar a melhorar a autoestima dos mesmos. Todos esses espaços estão envolvidos com o contato com a natureza, foram propostos também jardim internos e externos. Os jardins externos criados entre os volumes têm como principal objetivo delimitar caminhos e criar espaços mais reservados e contemplação. Dois blocos possuem um terraço jardim, tornando-se então um espaço de contemplação, já que o meio onde o objeto encontra-se inserido conta com uma vista fascinante e uma forte presença de diversos tipos de árvores.

Para o desenvolvimento da volumetria, criase um bloco principal aonde localiza-se o coração do edifício, encontra-se presente a cozinha coletiva a qual a mesma interliga todos os espaços como a recepção, voluntário, atendimento, administrativo e os serviços. A cozinha coletiva possui uma grande mesa, duas ilhas, grandes estantes de livros que tem como função dividir os ambientes presentes nesse centro e de uma biblioteca, o local possui também espaços para leituras, uma sala de televisão, sala digital, e espaços para reuniões em grupo. Esse meio foi criado pensando sempre como uma forma de acolher esses indivíduos, pois nas visitas feitas as casas de apoio da cidade, os pacientes relataram sentir falta de um local para que eles pudessem conversar, ler, e que trouxesse consigo o aconchego de uma casa. Em frente ao bloco, encontra-se presente um espaço de convívio com bancos lineares que foram pensados de maneira com Os quartos presentes no projeto estão voltados que a pessoa caminhe pelo jardim, possui também árvores frutíferas como a jabuticabeira, pitangueira, para uma grande massa de vegetação, a qual tem como amoreira, aceloreiras, uma horta com verduras e função além do contato interior/exterior, amenizar legumes, e conta-se também com uma horta de chás a insolação daquela fachada. Próximo aos quartos

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localiza-se o posto de enfermagem, sala de serviços, utilidades, rouparia, deposito de cadeiras de rodas e macas, e uma copa de distribuição, pois a alimentação oferecida aos pacientes não será produzida no local e sim terceirizada, assim como a lavagem de roupas.

7.4 Memorial Descritivo

O projeto contém em seus fechamentos grandes panos de vidro, com algumas faixas em suas fachadas Já o bloco onde encontra-se presente a recepção de tijolinhos a vista para reforçar ainda mais a ideia possui, um pequeno espaço com uma máquina de café, do acolhimento e aconchego. Para os revestimentos sala de espera e um bazar onde serão vendidos os objetos produzidos pelos pacientes nas oficinas, e a verba externos propõe a pintura acrílica em alguns pontos arrecada será voltada para a compra de suprimentos e em outros permanecerá a cor original do concreto. que serão utilizados pelas pessoas na cozinha coletiva. Já os revestimentos internos, especifica-se piso vínilico nos pisos e paredes com pinturas acrílicas, para Para setorizar os acessos foram feitas duas áreas molhadas e proposto cerâmica nas paredes, entradas, acesso de pacientes e familiares e acesso porcelanato nos pisos. Os forros estão presentes em para ambulância em caso de urgência que já foi quase todos os ambientes com exceção da cozinha pensado próximo a sala de emergência, a qual os e a recepção, o tipo de forro proposto é o forro mesmos serão pela rua Prof. Hélio Lourenço e o modular de gesso, está a 0,50 m da laje onde passará acesso de funcionários, voluntários, carga e descarga todas as instalações hidros sanitárias, elétricas, se dá pela rua lateral de acesso a clínica civil. telefonia e de climatização. Os dois ambientes que não foi proposto o uso do forro foi especificado para A Casa de apoio possui duas caixas d´água as instalações passem embaixo do piso de vínilico. uma localizada na cobertura do bloco de atendimentos e outra no bloco de administração. A estrutura em concreto armado, contém vigas e pilares com fechamentos em dry-wall e Desta forma, o projeto busca em lajes impermeabilizadas. Assim, cria uma maior todos os seus aspectos, fazer com que flexibilidade dos espaços, caso seja necessário realizar os pacientes se sintam bem e acolhidos. alguma mudança ou receber uma nova tecnologia. Já na cozinha coletiva foi proposto duas ilhas fixas de granito na cor cinza, as paredes manterão a tonalidade do concreto. Alguns ambientes como a sala de resíduos, sala de manutenção, deposito de materiais de limpeza, sala de serviço, utilidades e rouparia onde não estão presentes janelas, utiliza-se ventilação mecânica por exaustão. Algumas fachadas principalmente as dos dormitórios receberam painéis de madeira perfurados, com abertura camarão. A abertura desses painéis é feita pela parte interna dos ambientes. Portanto, foram propostos pensando no bemestar visual dos indivíduos que que frequentaram a Casa de Apoio e que atendam às exigências da vigilância sanitária. Tornando-se também um local acolhedor, e que traga segurança aos usuários.

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Figura 84: Estrutura em concreto armado. Fonte: https://lajes. com.br/pilar-concreto-cerca-preco/ (Acessado em: 14/09/2018).

Figura 85: Parede Dry-wall – sistema de construção. Fonte: https://casa. abril.com.br/materiais-construcao/ drywall-entenda-como-funciona-esse-sistema-de-construcao/ (Acessado em: 14/09/2018).

Figura 86 e 87: Forro modular de gesso / Revestimento de tijolinho aparente. Fonte: http://casaemobra.com.br/ revestimentos/58-revestimento-tijolinho-bg-32x57-formigres-m. html (Acessado em: 14/09/2018).

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Figura 88: Vidro com esquadria na cor preta. Fonte: https://ar.pinterest.com/

Figura 90: Paineis de madeira perfuradors com abertura camarĂŁo, com abertura manual pela parte interna. Fonte: https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=Yawuabf6&id=0F5A77444F3A1E8902002DC3F7AECF2E2409860C&thid=OIP..

Figura 89: Guarda corpo de ferro na cor preta. Fonte: https://ar.pinterest.com/ pin/527061962632546010/ (Acessado em: 14/09/2018)

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7.5 Estudo Preliminar Para o desenvolvimento do estudo preliminar, foi realizado um estudo com volumes separados por setores baseado no plano de necessidades inicial. Na etapa de estudo dos setores dos blocos foram pensados todos juntos, não existindo ainda uma separação entre eles e alinhados apenas de um lado do terreno, sendo que a topografia é a mesma por todo o lote.

Figura 91: Primeiro estudo de volumes realizado. Fonte: autora.

Figura 92: Segundo estudo de volumes realizado. Fonte: autora.

No decorrer dos estudos, foi acrescentado em cima do bloco onde localiza-se a cozinha o setor dos voluntários, a qual encontram-se presentes as oficinas. O mesmo teve um recorte em sua forma, permitindo-se abrir um espaço para convívio no segundo pavimento. Já em cima do setor de atendimentos, foram inserem-se mais dois pavimentos, onde encontra-se presente os quartos dos pacientes. Por meio do segundo pavimento consegue-se o acesso para a parte de voluntários, claro privatizando os quartos dos pacientes. Observa-se no estudo abaixo que as Em seguida os mesmos volumes foram lajes que estão representadas na cor azul, descolados e redistribuídos novamente pelo terreno, foram usadas como espaços de convívio. como o partido de projeto é a cozinha coletiva Os estudos volumétricos realizados, foram como o centro a mesma foi colada no centro e usados para estabelecer e desenvolver estratégias o restante dos blocos distribuídos ao seu redor. para a criação de espaços privativos, de convívio e contemplação, buscando uma maior humanização dos espaços e dar força ao contado com o meio natural, uma das estratégias de humanização adotada, e trabalhar os eixos de circulações internos e externos.

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Figura 93 e 94: Terceiro estudo de volumes realizado Fonte: autora.

Buscando otimizar a setorização da Casa de Apoio, isola-se todo o setor de serviço e funcionário, já o setor administrativo está separado em um bloco junto com o setor de serviço e funcionários, mas está localizado próximo a cozinha e é de fácil acesso caso as pessoas precisem acessa-lo.

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e 94: studo de ealizado. ora.


7.7 PERSPECTIVAS EXTERNAS E INTERNAS

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Referências ALBUQUERQUE, Paula Danielle Santa Maria de. Informação ao paciente com câncer: o olhar do oncologista. 2010. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S010442302011000200010. Acesso em: 26 nov. 2017.

do

Campus

da

USP

de,

2007.

RIBEIRÃO PRETO, Plano Diretor Físico do Campus, 2009. RIBEIRÃO PRETO. Relatório anual do Hospital das

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PRETO.

Plano

Ambiental

83





PROJETO:

PRANCHA: 01/04

DESENHO: ETAPA: AUTOR:

4010394 Ante-Projeto

ESCALA: 1:200 DATA:

Nov. 2018


PROJETO:

PRANCHA: 02/04

DESENHO: Plantas ETAPA: AUTOR:

Ante-Projeto

4010394 ESCALA: 1:200 DATA:

Nov. 2018


PRANCHA: 03/04

PROJETO: DESENHO: Corte ETAPA: AUTOR:

Ante-Projeto

4010394 ESCALA: 1:200 DATA:

Nov. 2018


PRANCHA: 04/04

PROJETO: DESENHO: ETAPA: AUTOR:

Ante-Projeto

4010394 ESCALA: 1:250 DATA:

Nov. 2018


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