Curso: Sociologia – 3o ano – Aula 1 a 4 – O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa
Plano de Aula – 6 aulas (02/03 a 13/03 -‐ CEJOB) I.Tema: Cidadania -‐ Conceitos fundamentais: cidadania, direitos, igualdade II. Objetivos: Objetivo geral: Levar os alunos a compreenderem a cidadania como um processo histórico e inconcluso bem como a importância da ação política para a transformação social Objetivos específicos: -‐ Compreender o conceito de cidadania e sua história -‐ Entender a Revolução Francesa como alicerce fundamental da construção da cidadania moderna -‐ Considerar a cidadania como processo em constante construção -‐ Refletir sobre a situação do negro no Brasil e a ideia de cidadania para todos III. Conteúdo: -‐ O que é cidadania ? Etimologia da palavra -‐ Cidadania ao longo da história -‐ A Revolução Francesa e a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. -‐ A cidadania como processo em constante construção IV. Desenvolvimento do tema: A partir da poesia Analfabeto Político de Bertold Bretch, refletir sobre a importância da ação política para a transformação social, conhecer a ideia de cidadania e refletir sobre suas limitações tomando como exemplo a situação do negro no Brasil. Para isso utilizer a poesia Navio Negreiro (Castro Alves) e a música “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro” (O Rappa) . V. Recursos didáticos: quadro, pilot, poesias, letra da música e caixa de som. VI. Exercício de fixação: 1-‐ De acordo com o conteúdo da aula e seu conhecimento prévio, explique com as suas palavras o que é cidadania. Discussão conjunta: todos são iguais perante a lei? 2-‐ Debate sobre cidadania e aborto 3-‐ Em grupo compare a poesia de Castro Alves com a música de o Rappa, interprete, e pense na construção da cidadania no Brasil VII. Bibliografia básica: “Sociologia para jovens do século XXI”; “Tempos Modernos, tempos de sociologia”
1
Curso: Sociologia – 3o ano – Aula 1 a 4 – O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa
Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro – O Rappa Tudo começou quando a gente conversava Naquela esquina alí De frente àquela praça Veio os homens E nos pararam Documento por favor Então a gente apresentou Mas eles não paravam Qual é negão? qual é negão? O que que tá pegando? Qual é negão? qual é negão? É mole de ver Que em qualquer dura O tempo passa mais lento pro negão Quem segurava com força a chibata Agora usa farda Engatilha a macaca Escolhe sempre o primeiro Negro pra passar na revista Pra passar na revista Todo camburão tem um pouco de navio negreiro Todo camburão tem um pouco de navio negreiro É mole de ver Que para o negro Mesmo a aids possui hierarquia Na áfrica a doença corre solta E a imprensa mundial Dispensa poucas linhas Comparado, comparado Ao que faz com qualquer Figurinha do cinema Comparado, comparado Ao que faz com qualquer Figurinha do cinema Ou das colunas sociais
2
Curso: Sociologia – 3o ano – Aula 1 a 4 – O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa Trecho da poesia Navio Negreiro -‐ Castro Alves
Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-‐se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-‐se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-‐os mais dançar!..."
3
Curso: Sociologia – 3o ano – Aula 1 a 4 – O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa
O Analfabeto Político O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
4